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Aqui estão listados vários sites e redes sociais que fazem parte do meu
trabalho exclusivo para psicólogos e do meu projeto Imbróglio. Você pode
acessar estes canais através dos links.
Caso queira me acompanhar mais de perto, a principal rede é:
Instagram Imbróglio
https://www.instagram.com/brunosoalheiro.imbroglio/
Outros canais:
Site Academia do Psicólogo
www.academiadopsicologo.com.br
Instagram Psico.Club
https://www.instagram.com/psico.club/
Facebook Imbróglio
https://www.facebook.com/brunosoalheiro.imbroglio/
Boa leitura.
Sumário
Sacudir muito.
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Esta visão vai consideravelmente contra o fenômeno quase religioso
que existe hoje e já foi nomeado por alguns – dentre eles o historiador
Leandro Karnal – como uma “teologia do empreendedorismo”. A
expressão é usada justamente para ressaltar o caráter quase religioso em
torno do tema, com grandes eventos, shows pirotécnicos, frases de efeito
e aquele oba-oba todo com direito a levantar a mãozinha e tirar o pé do
chão.
Pois então, o empreendedorismo enquanto ferramenta é ótimo. Como
teologia é uma bobagem. Mas de que maneira essa diferença conceitual
se desdobra na minha prática? Veremos isso ao longo desse livro.
Por exemplo, não é incomum que alguns psicólogos entrem em contato
comigo – seja por e-mail ou por alguma rede social – dizendo o seguinte:
Aliás, veja que curioso: se você procurar no dicionário, vai notar que
“empreender” é um verbo transitivo, embora hoje exista quem diga que é
intransitivo também, sendo um objetivo e uma ação em si, tal qual a
teologia do empreendedorismo que citei. Trocando em miúdos, quem
empreende, empreende “alguma coisa”. É como “ultrapassar”. Quem
ultrapassa, ultrapassa alguma coisa. Logo, é preciso que exista esta coisa
a priori para que você decida ultrapassá-la.
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O que acontece é que o mundo dos negócios, do business, resolveu
“produtizar” o ato de empreender e criou este conceito substantivado
chamado “empreendedorismo”, o que acabou na tal da teologia. Imagine
um conceito chamado “ultrapassadorismo”. Esquisito, né?
Então, quando algum psicólogo ou estudante de psicologia me procura
dizendo afoitamente “eu quero empreender”, o que eu ouço é “eu quero
ultrapassar”.
15
Por que, afinal, empreendedorismo?
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Se eu pudesse realizar esta missão com orações ou jogando purpurina
nas pessoas, provavelmente faria. Como não posso, uso o tal do
empreendedorismo mesmo.
Vamos começar?
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CAPÍTULO 1: ENTENDENDO A PSICOLOGIA COMO UM
NEGÓCIO
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Introdução
Absolutamente nada.
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inteligentes, possibilidades maravilhosas e totalmente alinhado ao código
de ética do Conselho Federal de Psicologia. Do ponto de onde olho, a
psicologia é uma profissão eminentemente voltada para o bem-estar e o
desenvolvimento das pessoas. E eu prego com veemência que uma
possível forma dela promover este bem-estar no mundo –considerando a
maneira como ele está organizado hoje – é se formatando como um
negócio sustentável e ético.
Atenção para o que eu disse: não é apenas um negócio. É
necessariamente um negócio sustentável e ético.
Não estou falando de empurrar serviços nos outros ou induzir alguém
a te contratar de forma interesseira. Estou falando de tratar a psicologia,
sem reservas ou preconceitos, como aquilo que ela também é: uma
profissão. Para nós, que nos interessamos em aliar esta profissão ao
empreendedorismo, é importante tocar neste ponto da ética, já que ele
tem a ver com o quanto vamos “nos autorizar ou não” a agir de forma,
digamos, empreendedora.
No decorrer deste livro você vai perceber que é preciso estar muito à
vontade para mostrar seu trabalho como profissional independente na
psicologia. Para ficar à vontade, você precisa sentir que está fazendo algo
totalmente ético, honesto e justo (assim espero, pelo menos). O tempo
todo a ideia é que a sensação seja a de estar agregando valor à vida das
pessoas, não forçando a barra para vender algo.
Vamos em frente?
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1.1 A formação dos psicólogos e suas peculiaridades
Espero que você goste de drama, porque eu vou ser dramático agora:
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se de que forma começaram aqueles que conseguiram se estabelecer no
mercado e angustia-se por não saber que caminho trilhar, mesmo tendo
tanto conhecimento na cabeça.
Mas no fundo, bem no fundo, você tem a esperança. Você sabe que seu
conhecimento é algo que pode ter enorme valor para as pessoas. E sente
que, de alguma forma, encontrará o caminho para que tudo flua. Afinal, se
muitos conseguiram, por que logo você não iria conseguir?
Mas será mesmo? Será que tantos assim conseguiram? Então você
pensa na maioria dos psicólogos que conhece e se pergunta:
Eles estão realmente tendo sucesso em suas carreiras? Estão todos
felizes com o caminho que escolheram? Estão conseguindo viver bem,
financeiramente, com a escolha profissional que fizeram?
E o peito aperta outra vez.”
Dramático, não?
A descrição acima talvez não bata muito com sua realidade (ou sim),
mas sem dúvidas bate com a realidade de muitos psicólogos e ilustra
perfeitamente o que eu senti quando me graduei em psicologia no ano de
2003.
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financeiramente, grande parte – acredite se quiser – abandona a profissão
precocemente por não conseguir sobreviver com ela.
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fui ao shopping comprar roupas e uma das vendedoras que me atendeu
era uma colega da faculdade que havia se formado antes de mim.
- Ah, desisti da profissão por agora, estava muito difícil, talvez eu volte
um dia.
Não me julgue mal. Acredito que todo trabalho é digno e que ser
vendedor em um shopping é um trabalho que exige habilidades bem
claras e distintas. A questão não é esta. A questão é que muitos
psicólogos abandonam profissão por não saber como fazer as coisas
acontecerem, não porque desejaram.
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E é aqui que está uma questão complicada na formação dos
psicólogos. Como na faculdade não existem matérias que preparem os
alunos para fazerem negócios com o conhecimento que obtiveram, ocorre
uma espécie de ruptura. Uma falta de encaixe. A pessoa se forma com
muito conhecimento na cabeça, mas sem saber exatamente – ou sequer
ter ideia – do que fazer com aquilo.
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• Como despertar o interesse de possíveis clientes sem ser
antiético?
Olha o sacrilégio! Vou morrer queimado. Na cultura que transmitem
em muitas faculdades, falar em atrair clientela parece algo quase
demoníaco. Não se fala em mercado consumidor para os serviços, não se
discute estratégias, possibilidades, modelos de negócio. Há como fazer
isso com ética sim, é disso que vamos falar neste livro.
Enfim, estes são apenas alguns pontos importantes, mas que fariam
muita diferença na capacidade dos psicólogos se estabelecerem e terem
sucesso no mercado.
Ok, talvez você se pergunte: mas o curso não é de psicologia, para que
falar de negócios?
Sim. É de psicologia. Mas não deveria ser como uma ciência apenas.
O curso é ensinado – pelo menos é vendido – como uma profissão. E como
tal, deveria ter uma conexão clara com o mercado de trabalho. Saber tudo
sobre psicologia, sem conhecer coisa alguma sobre negócios, não vai te
ajudar muito se você quiser trabalhar por conta própria. Você até pode
tentar engrenar, mas vai dar trancos, fazer manobras imprecisas, bater
pelo meio do caminho e talvez, quem sabe – como muitos fazem – desistir.
E o mais irônico é que o ensino do tipo de conhecimento mostrado
acima poderia ser feito com UMA matéria por semestre ao longo do curso.
E nem precisaria ser uma matéria com carga horária pesada.
Acredite, diante da complexidade dos fenômenos que estudamos no
curso de psicologia, as regras de funcionamento do mercado são
conceitos simples de serem apreendidos e colocados em prática. Pode ter
certeza de que é preciso muito mais energia e raciocínio para entender
meia página de Lacan, Freud, Rogers ou Skinner do que para aprender a
fazer um bom marketing de seu trabalho.
Ainda assim, as pessoas não só não aprendem isso na faculdade de
psicologia como também não fazem ideia de que isto é determinante para
suas carreiras. Algumas, para meu horror, acham que divulgar o trabalho
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é antiético. O resultado? A psicologia cada vez menos valorizada como
profissão.
Mas, ao mesmo tempo, há boas notícias.
Diante das dificuldades que têm enfrentado, os próprios psicólogos já
estão tomando consciência da lacuna que existe e começando a se fazer
questionamentos pertinentes, do tipo:
Como?
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1.2 A psicologia como um negócio (do bem)
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defino aqui a partir da expressão posicionamento de mercado da
profissão.
Eis aqui uma pergunta interessante: por que as pessoas têm tanta
resistência ao nosso trabalho? Ou tanto desinteresse? Em minha opinião,
pura e simplesmente por causa de cultura. Vamos entender isso melhor:
Mas eis outra boa pergunta: por que as pessoas eram tão “porcas”?
Você pode alegar que é porque não havia a estrutura que temos hoje.
Atualmente basta abrir o chuveiro ou dar a descarga que a coisa se
resolve. Mas não. Não era exatamente por isso. A imundície não era
consequência da falta de estrutura. Pelo contrário. A cultura da
imundície é que fazia com que as pessoas não procurassem meios para
facilitar sua limpeza. As pessoas não haviam atentado para a importância
do asseio. Ser daquele jeito era natural, assim como já foi natural andar
pelado no meio da selva.
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Com o avanço das ciências, da educação, e com um melhor
entendimento sobre várias doenças, as pessoas começaram a perceber
que o cheirinho bom não é o único benefício da limpeza. O maior deles,
na verdade, é a saúde. Além disso, a indústria do sabonete, que veio a
reboque desta nova consciência, popularizou bastante a limpeza do
corpo. Mas o que este caso todo tem a ver com a forma como a psicologia
é vista hoje? Tudo.
Você já visitou seu dentista este ano? E seu médico? Já foi? Se você é
mulher e passou dos 40 anos, está fazendo a mamografia? Como vai a
próstata, meu amigo?
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mental são crenças absurdas como a de que não podemos fazer
marketing, a de que tudo é contexto e o indivíduo é irrelevante, a de que
psicólogo é coisa para gente doente e em sofrimento ou a de que “a pessoa
tem que vir”.
Sim, ela tem que vir. Mas para vir ela precisa entender o que podemos
fazer por ela.
Se você olhar com atenção vai ver que a maneira como a psicologia é
percebida hoje no Brasil é algo que faz lembrar o que pensavam dos
banhos no século 18. Para fazer o sujeito entrar dentro d’água e se
higienizar, era preciso que a coisa ficasse bem complicada. Somente
quando o corpo quase começava a apodrecer é que se recomendava um
banho.
Alguma semelhança com as pessoas que só procuram um psicólogo
quando a situação já saiu do controle, a cobra já fumou e a vaca já foi
pro brejo? A principal barreira para que os psicólogos ganhem mercado
é exatamente a maneira como a psicologia é vista pela população. A
percepção que se tem é de que um psicólogo só deve ser procurado
quando alguém vai de mal a pior.
Para entender melhor, vamos tomar o exemplo de um profissional de
educação física, que, assim como psicólogos, trabalha com saúde.
Qualquer egresso do curso de educação física pode escolher atuar como
personal trainer e ostensivamente fazer publicidade disso. Ele pode criar
um site, fazer cartões, parceria com academias e falar ABERTAMENTE
sobre os benefícios de seu trabalho.
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Resumindo, ele faz um marketing bastante aberto sobre aquilo que
oferece às pessoas.
É uma constatação simples: a sociedade hoje entende que cuidar da
saúde do corpo é essencial. Assim como entendeu, há um bom tempo,
que o banho e demais práticas sanitárias são aspectos fundamentais
para a vida. Quando o profissional de educação física tenta educar as
pessoas para os enormes benefícios de se cuidar da saúde, ninguém, em
hipótese alguma, julga que ele está tentando fazer algo antiético.
Agora, vejamos os psicólogos:
Tenho um conhecido que é psicoterapeuta. Não vai lá muito bem com
seu consultório, mas se nega terminantemente a fazer ações de
empreendedorismo e marketing. Se você disser a ele que deve falar para
as pessoas sobre o trabalho, fica quase ofendido. A razão?
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2. Tornar a vida das pessoas “comuns” mais significativa.
3. Identificar e tratar doenças mentais.
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que fazemos, mas geralmente partindo do pressuposto de que algum
desajuste precisa estar presente. Não precisa.
Para que a psicologia possa se estabelecer verdadeiramente como uma
profissão sustentável, devemos entender que as pessoas não precisam
estar com algum problema sério para nos procurar. Tudo o que elas
precisam é de um desejo legítimo de desenvolver o que há de melhor em
si mesmas.
Estou falando aqui de saúde da maneira mais ampla possível, não da
simples ausência de doenças ou tratamento de angústias e ansiedades.
Minha visão é a de que, num futuro próximo, as pessoas vão consumir
os serviços de psicólogos como “consomem” hoje vários serviços da área
da saúde. Com um pensamento que pode se desenvolver nesse sentido:
“Eu vou muito bem, obrigado. Mas quero contratar um psicólogo para
melhorar a forma como lido com minhas emoções. Para melhorar meu
relacionamento com minha/meu esposa/esposo. Para conhecer mais sobre
minha saúde emocional e me cuidar de maneira mais inteligente.”
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1.3 Ética na venda de serviços de Psicologia
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Por que razão eu teria?
Se você entrar agora no site da Academia do Psicólogo ou em nossos
serviços de assinatura, o psico.club, não vai encontrar lá absolutamente
nada que vá contra o exercício ético da profissão. Todas as minhas
sugestões de publicidade e divulgação estão estritamente dentro dos
limites. Na verdade, creio que é preciso mais esforço para sair dos limites
impostos pelo Conselho do que para ficar dentro deles.
Neste breve tópico, pretendo discutir com você uma visão atual sobre
o conceito de ética na venda de serviços psicológicos, além de mostrar
que este pavor todo que muitos têm quando pensam em divulgação é
infundado. Da perspectiva que apresento, garanto a você que é quase
impossível, até para o mais conservador dos conservadores, se opor ao
marketing de nossos serviços. Aliás, você verá ao longo do livro que
existem diversas maneiras criativas e inteligentes de se divulgar sem ferir
qualquer princípio ético. Inclusive, você vai compreender que divulgar
não é igual a vender. Serviços de psicologia a gente não vende
ostensivamente, a gente cria um contexto no qual as pessoas escolhem –
ou não – utilizá-los.
Eu não somente acredito que divulgar massivamente os serviços de
psicologia é ético, como também penso que não divulgar é antiético.
Por quê?
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apenas preencham uma necessidade do tipo conforto, segurança,
transportes, estética, lazer e outras coisas. Existe quase uma repulsa a
se formatar o conhecimento da psicologia sob a forma de “produtos e
serviços” e a comercializá-los de maneira aberta. É verdade que não é
todo mundo que precisa de um psicólogo, mas praticamente todo mundo
poderia se beneficiar muito de um processo terapêutico, como forma de
desenvolvimento pessoal. Além do mais, o conceito de “precisar” é muito
relativo.
Eu não preciso contratar um personal trainer, mas posso escolher
contratar um para cuidar de minha saúde. Você “não precisa” ir ao salão
de beleza – Ou precisa? – mas escolhe ir para se sentir bem. Embora as
pessoas não precisem ir ao psicólogo, poderiam muito bem ir a um deles
para cuidar de sua saúde emocional. Só que, para fazer esta escolha, as
pessoas têm que ser educadas sobre a relevância deste serviço.
O assunto “publicidade” enfrenta um tabu tão grande entre os
psicólogos, que em 2018 escrevi um artigo sobre isso, que deixo aqui
agora, para te ajudar a pensar sobre o assunto:
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“Cuidado de menos te deixa exposto, cuidado em excesso te paralisa.”
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Funciona assim: em vez de mostrar apenas os aspectos técnicos do
processo, é mais adequado se falar em melhoria, desenvolvimento,
crescimento, pois isso gera uma conexão mais profunda com as pessoas.
Entre os psicólogos, mesmo os poucos que ousam aplicar uma pegada mais
“publicitária” em seu trabalho, costuma-se fazer isto evidenciando técnicas
e processos, não os possíveis resultados esperados.
Mas vamos exemplificar que fica mais claro. Veja aqui alguns exemplos
de divulgação com base em processos e técnicas (os nomes são
hipotéticos).
Eu te digo.
Eles são técnicos, frios, sem graça, sem emoção. Não dizem nada, não
remetem a nenhum estado de melhoria, não evidenciam nenhum possível
resultado. Na melhor das hipóteses, fazem referência a um processo ou
técnica/teoria. Na pior, assustam.
Agora vejamos exemplos de como seriam estes anúncios dentro da
lógica que proponho:
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• Texto de website: “Já imaginou como seria seu casamento se
vocês conseguissem dialogar de forma mais saudável e
inteligente? Você sabia que muitas vezes os problemas…”.
Eis aí três anúncios que, em minha opinião, são muito mais adequados
para despertar o interesse do público.
Umas das razões é que eles não fazem menção ao processo técnico, já
que o cliente, em 99% das vezes, não entende tecnicismos e até se assusta
com isso. Outra razão, e talvez a mais importante, é que são anúncios mais
humanizados, que necessariamente remetem a um possível estado de
crescimento e melhoria. Este é um tipo de anúncio que faz o leitor pensar:
“É mesmo, isto poderia ser interessante na minha vida”, ao passo que os
anúncios anteriores, por não remeterem a nenhum tipo de resultado, não
geram conexão.
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intervenção exaustivamente testados e comprovados ao redor do mundo.
Aliás, se não houvesse uma correlação comprovada entre os modelos de
intervenção da psicologia e seus resultados, ela não poderia ser chamada
de ciência.
Por isso mesmo, me horroriza profundamente ver pessoas – psicólogos
– tratando a psicologia como se ela fosse algum tipo de astrologia ou
“achismo”. Gente que tem medo de apontar os benefícios de seu trabalho
porque parece não acreditar neles.
Deixe-me te dizer uma coisa: se você não confia plenamente em sua
capacidade de gerar resultados com seu trabalho, você não deveria sequer
oferecê-lo. Quando você ousa sustentar publicamente o título de psicólogo,
o mínimo que espero é que você tenha total segurança técnica a respeito
do trabalho que vai oferecer. E isso não tem absolutamente NADA a ver
com garantias.
Quando você faz, por exemplo, um anúncio como este:
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Absolutamente nenhuma. Ainda assim, o objetivo do anúncio é,
necessariamente, estabelecer esta correlação. E isto não é um problema,
porque o que dá sustentação à publicidade aqui não são garantias, é
segurança profissional com embasamento científico. Da mesma forma que
a educação física é uma ciência voltada à promoção de saúde física
(Ohhh...), a psicologia é uma ciência voltada à promoção de saúde
emocional. Ambas são suportadas por um extenso, vasto, gigantesco corpo
de conhecimento científico que se evidencia em estudos publicados aos
quatro cantos.
Só que, em função de uma cultura muito particular, os psicólogos
parecem desconsiderar isto e passam a dizer que não se pode falar em
“benefícios e resultados” sob o pretexto de não haver certezas.
Ora, certeza a gente só tem de que vai morrer um dia. A verdade é que
se você for aplicar este tipo de escrutínio semântico a tudo que se
apresenta, o mundo inteiro passa ser uma enganação. Quer ver?
Claro que nem todos que forem à Bahia vão gostar. Óbvio que eu posso
malhar e mesmo assim não aumentar minha expectativa de vida. Bem
possível que a tal da moqueca não me agrade e, mais possível ainda, que
mesmo com dentes lindos de morrer, nenhuma porta se abra para mim.
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Mas é preciso ser muito espírito de porco para achar que isso invalida a
legitimidade destes anúncios, pois exceções existem em qualquer lugar.
Eis o ponto em que desejo chegar: o fato de você não poder garantir que
cem por cento de seus pacientes evolua não é razão para você deixar de
divulgar os benefícios e resultados esperados de seu trabalho. Vamos
fazer uma conta. Digamos que, de cada 10 pacientes seus, 2 não consigam,
por razões diversas, evoluir em suas questões e apresentar alguma
melhoria durante o processo. Isso é 20% do total. A maior parte, 80%,
apresentou resultados.
Agora me diga:
Você vai planejar sua comunicação em cima dos 80% que apresentaram
resultados ou em cima dos 20% que são a exceção?
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contratar um personal trainer é sinal de boa consciência. Mas se você vai
ao psicólogo, opa, alguma coisa não está bem.
E por terem vergonha, não vão. Por não irem, muitas deixam de crescer
emocionalmente e várias adoecem. Agora junte a imagem extremamente
negativa que a psicologia tem em relação ao público leigo com a quase total
falta de divulgação de seus benefícios através de campanhas e anúncios
com viés emocional, temos o quadro vigente na sociedade de hoje:
Isto é bizarro. É como alguém que, de tanto ter medo de morrer, não
vive.
E é preciso viver.
A psicologia precisa, institucionalmente, assumir de vez o papel de
educar as pessoas para o cuidado com a saúde emocional. Nossos
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Conselhos, que são tão preocupados com o social, parecem esquecer que
promover a psicologia como um serviço cujo consumo é benéfico, é, também,
uma questão de saúde pública. As pessoas hoje sabem fazer tudo, o que
elas não sabem é conviver e lidar com as próprias emoções.
Será que nós vamos mesmo olhar pra isso tudo, do alto de nossa
sabedoria e dizer: “Que venham por conta própria, não nos cabe
conscientizar”?
Será que nosso papel como psicólogos, tanto quanto tratar, não é
também o de educar as pessoas para que cuidem melhor de sua saúde
emocional? Todas as mudanças e evoluções que o mundo tem
experimentado acontecem por meio da educação. Foi assim com a higiene
do corpo, foi assim com a prática de exercícios, é assim com a alimentação
saudável, por que não pode ser assim com a saúde psíquica?
E aqui entra uma questão ideológica fortíssima, que é o derradeiro
tópico deste artigo (Por que, vamos combinar, já ficou grande demais).
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joias, comida cara, perfume importado, pé de frango gourmet, nomeie o que
quiser.
Elas vão comprar MUITO.
Vão comprar porque foram ensinadas a isso e para preencher o enorme
vazio que existe em suas vidas como consequência deste modus vivendi
bizarro produzido pela sociedade de consumo. Ok, constatado isso, eu te
pergunto:
Em termos gerais, é melhor uma pessoa gastar três mil reais no mais
novo iPhone ou investir este mesmo valor em um processo psicoterápico de
qualidade? Será que esta pessoa, consumista que é, ao começar a tomar
contato consigo durante o processo de psicoterapia, não se tornará mais
segura, congruente, alinhada e assim passará a consumir menos para
preencher a vida?
Não sei se existem estudos sobre isso, mas considero razoável supor
que, quanto mais equilibrada emocionalmente uma pessoa estiver, mais
ela irá valorizar o “ser” em detrimento do “ter”. E isso me faz a levantar
uma hipótese que provavelmente vai causar calafrios na espinha de muita
gente:
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A saúde física hoje é oferecida através de produtos e serviços que,
quando consumidos de forma inteligente, são extremamente benéficos.
Assim deve ser, na minha opinião, com a psicologia. As pessoas compram
tanta porcaria por aí, por que não as trazer para comprar algo que,
sabemos, tem o potencial de tornar a vida delas muito melhor?
Venda para quem pode pagar, e, se fizer sentido para você, dê a quem
não pode. Se você anunciar seus serviços com inteligência e trabalhar com
estratégia, pode atuar 4 dias por semana cobrando de quem pode pagar e
dedicar outros 2 dias a atender com um preço simbólico. É assim que você
cuida de você e devolve parte de sua prosperidade à sociedade.
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mas eu não o ofereço cinicamente como um cretino que só quer chamar a
atenção dos outros para depois vender alguma coisa.
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Amarrando tudo
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• Faça marketing e publicidade de seu trabalho de psicologia, isto
não é proibido. Na verdade, é necessário, pois “o conhecimento
obriga”.
• Não prometa, não dê garantias, mas mostre com clareza os
resultados e benefícios esperados de seu trabalho.
• Estude, faça supervisão, enfie a cara o quanto for preciso, mas
não se comporte como se “não soubesse” se tem ou não
condições de melhorar a saúde emocional de alguém (É uma
ciência!).
• Exceções existem, sempre vão existir, preocupe-se apenas
quando elas começarem a se tornar a regra.
• Transformar a psicologia em um produto de consumo, por mais
estranho que pareça, pode ser uma forma extremamente eficaz
de promover melhorias no mundo (Eis aí o esporte que é uma
indústria bilionária e está presente mudando a vida de pessoas
nas Favelas).
• Pare de achar que você tem que ser um cretino para entrar no
jogo do capital, você pode vender para quem tem condições, viver
muito bem e doar tempo e trabalho a quem não pode comprar
seus serviços.
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responda: depressão, que é um problema psíquico, é menos sério que
câncer? Aliás, não se sabe hoje que de emoções negativas podem surgir
manifestações orgânicas, sendo o câncer uma delas?
Muita gente está psiquicamente doente por aí e não sabe disso.
Promover saúde não é ficar sentado na poltrona esperando que um
cliente bata à sua porta, porque quando batem já sofreram demais.
Deixemos de demagogia barata e mostremos ao mundo o quanto
podemos contribuir para uma sociedade melhor. Esta não é só a nossa
ciência e a nossa paixão, é também a nossa profissão e é dela que vamos
tirar nosso sustento e prosperidade.
Agora vamos para o próximo tópico, porque minha pressão já está
subindo com este aqui.
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CAPÍTULO 2: POSICIONAMENTO DE MERCADO
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Objetivos de aprendizagem
O que veremos
54
Aplicabilidade prática
Introdução
Posicionamento de Mercado
55
Quando falo sobre posicionamento de mercado, alguns psicólogos
coçam a cabeça e me olham torto, como se eu estivesse me referindo a
algo mais complexo do que as teorias de Lacan (como se isso fosse
possível).
Acredite, não é complexo. Na verdade, é até bem simples. Só que, como
tudo que é realmente importante nesta vida, dá um pouco de trabalho
para ser posto em prática. Enfim, do que se trata o tal posicionamento
de mercado e como aplicá-lo à realidade de um psicólogo? Vamos a um
pouco de história:
O conceito de posicionamento de mercado vem da área de marketing
e foi muito popularizado por um guru chamado Phillip Kotler ainda nos
anos 1980. Posicionamento, dentro do universo do marketing, tem a ver
com a maneira como algum produto ou marca é percebido pelo mercado.
Para usar uma metáfora mais familiar aos psicólogos, podemos dizer que
é o lugar que alguma empresa, produto ou marca, ocupa no “inconsciente
coletivo”. Mas aí, talvez, você pense: “eu não sou um produto ou uma
marca, sou uma pessoa, um ser humano”.
Eu sei, eu também sou.
Mas do ponto de vista de mercado, seu nome, seu jeito, sua
personalidade e aquilo que você oferece como serviço acabam fazendo
parte de um conjunto que podemos chamar de sua “imagem pública”. E
neste sentido é como se você fosse uma marca, quase um produto.
Entenda uma coisa: embora você seja uma pessoa e não uma empresa
– muito menos um produto inanimado – a lógica a ser usada para ter
sucesso como profissional liberal na psicologia é quase a mesma que as
empresas usam para vender serviços e produtos. A diferença está apenas
em algumas particularidades que veremos no decorrer do livro.
Desde já considere o seguinte: como psicólogo, para ter destaque e ser
procurado, você precisa se posicionar de maneira muito clara para seu
mercado. Especialmente para quem quer começar a construir um nome
e atuar de forma independente, posicionamento é tudo.
Aqui vou te ajudar a escolher “o lugar” que você vai ocupar no mercado
e a forma como você vai ser conhecido pelas pessoas.
Eu, por exemplo, sou o sujeito que ajuda os psicólogos a
desenvolverem seus negócios de forma ética e inteligente (embora haja
psicólogos que não gostem desta minha visão). Tenho uma colega que é
“a psicóloga que ajuda pais a educarem seus filhos de forma
emocionalmente saudável”, um de meus alunos é hoje “o psicólogo que
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trabalha com pessoas que têm TOC e desejam lidar com isso de forma
inteligente”.
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poucos têm clientes sobrando. Muitas vezes a coisa é mais drástica ainda,
apenas UM profissional comanda o mercado a ponto de não ter lugar em
sua agenda.
Por que isto acontece?
Sinceramente, não existem pesquisas a respeito – talvez eu faça uma
pesquisa qualquer dia desses – mas tenho algumas teorias bastante
plausíveis, mesmo porque, eu nasci e vivi muito tempo em uma cidade
de médio porte e conheço essa realidade de perto. Muitos psicólogos sem
trabalho, enquanto alguns, do “high society local” tinham suas agendas
abarrotadas.
Por minhas observações concluo que este fenômeno é uma
convergência de fatores como: competência técnica, popularidade,
alianças locais, financiamento prévio pela família e outras contingências
que elevam estas pessoas ao topo de suas categorias na localidade onde
estão.
A vida é assim. Às vezes simplesmente acontece.
Importante notar que alguns destes profissionais são realmente muito
competentes como psicólogos e sabem fazer marketing quase que por
instinto. Já outros, simplesmente dão sorte e se estabelecem. Tornam-
se, sem qualquer grande planejamento, “o psicólogo da cidade”. Então
podemos concluir que existem, sim, psicólogos bem-sucedidos sem
qualquer noção prática de empreendedorismo ou marketing, mas o fato
é que estes casos são exceções e não a regra.
Como você deve saber muito bem, a maioria dos psicólogos no Brasil
está longe de ter suas agendas lotadas, muitos chegam a ter que fazer
trabalhos paralelos ou mesmo a abandonar a profissão para sobreviver.
Por outro lado, a boa notícia é que qualquer profissional de psicologia
pode se estabelecer no mercado e aumentar sua clientela de forma
totalmente ética, construindo deliberadamente seu sucesso. Você não
precisa contar com a sorte ou ser “de família aristocrática”, basta se
posicionar de maneira estratégica, autêntica e engajada.
É exatamente isto o que você vai aprender neste livro. Mais
especificamente falando, neste capítulo.
Então vamos começar.
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2.1 Identificando seu nicho
59
“nicho de mercado”. Neste sentido, a palavra nicho se refere a um tipo
específico de serviço a ser oferecido ou de público a ser atingido. Trata-
se de escolher deliberadamente um segmento do mercado e concentrar
seus esforços nele.
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escolher um nicho é a forma mais prática de aperfeiçoar sua
comunicação. Preste bastante atenção nestas duas palavrinhas abaixo,
imagine seguidas de um ponto de interrogação:
“Quem e o quê?”
Quem são as pessoas que você vai ajudar com seu trabalho e o que
você vai melhorar na vida delas? Melhor dizendo, qual o grupo específico
de pessoas ao qual você vai dedicar sua vida profissional e que tipo de
resultados você vai oferecer a ele?
Por exemplo, seu público-alvo podem ser crianças que precisam
desenvolver a aprendizagem, casais que você vai auxiliar a terem uma
vida conjugal menos conflituosa ou ainda jovens que desejam escolher
com mais segurança que carreira seguir. Se você tem uma clínica, seu
público-alvo podem ser escolas que desejam oferecer mais competência
emocional a seus professores ou instituições que queiram cuidar do bem-
estar psicológico de seus colaboradores.
Tipos de Nicho
A escolha de um nicho pode obedecer a lógicas diferentes, de maneira
bem simplificada, podemos dizer que há pelo menos três tipos de nicho.
Tipo 1 - Quando você se baseia em um grupo específico de pessoas,
eu chamo isto de nicho baseado em público-alvo.
61
Tipo 2 - Quando você se baseia em uma demanda específica e não
necessariamente num público, trata-se de um nicho baseado –
obviamente – em demanda.
Tipo 3 - Quando você faz as duas coisas ao mesmo tempo – escolhe
um público específico e uma demanda específica – neste caso você está
atuando no que eu chamo de nicho ultrafocado.
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3. Exemplo de nicho ultrafocado:
Vejamos o meu exemplo: eu trabalho oferecendo suporte a pessoas
que desejam se realizar profissionalmente, ajudando-as a conceber e
construir seus negócios. Isto, por si só, já é um nicho. Aparentemente é
um nicho baseado em demanda/serviço. Certo?
Mas veja que eu não faço isso – ao menos por enquanto – para
quaisquer pessoas. Eu faço isso especificamente para psicólogos. Em
outras palavras, eu ofereço um serviço bem específico para um público
bem específico de pessoas.
Este é o tal do nicho ultra focado.
Quando você escolhe um segmento específico da sociedade e
complementa isto com um serviço específico que atende aos desejos
daquele segmento, a tendência é a coisa dar muito certo. No meu caso,
está dando certo, tanto é que você está aqui, lendo este livro.
Obviamente, em um nicho ultra focado há também a chance de dar
muito errado.
Agora vamos para outro ponto relevante:
63
mercado. E a razão é que as pessoas, em geral, não apenas “não
enxergam valor” neste posicionamento – psicologia clínica – como
também têm preconceito com o termo.
Agora vamos falar de 3 razões para você ter um nicho. Sem enrolação:
64
que comentam com outros psicólogos, que estudam com outros
psicólogos, e aqui está você, consumindo meu produto.
O fato de eu me focar neste grupo específico potencializou muito a
velocidade com que minha mensagem se espalhou.
Dá pra viralizar sem nicho? Dá. Mas com nicho é consideravelmente
mais rápido e simples.
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Quando você define um nicho é como se você fizesse um corte na
realidade e resolvesse que, dentro daquele corte, é você quem vai
comandar as coisas. Ao escolher um serviço ou um público específico,
você delimita uma área e passa a mostrar às pessoas que, naquele
campo, você é o cara (ou “a cara”, se você for mulher). Em outras
palavras, você define muito bem um espaço no mercado para o qual você
vai oferecer valor, e começa – com dedicação e muito trabalho – a ficar
conhecido naquele espaço.
Isto faz com que você inicie a construção daquilo que é a conquista
mais importante para um profissional independente: ser visto como uma
“autoridade” em determinado assunto.
O mais interessante é que alguns psicólogos até já têm um nicho, mas
não o exploram de maneira inteligente por não entenderem bem o
conceito. Em geral, não se posicionam de forma estratégica e não se
comunicam de maneira adequada. Por exemplo, eu conheço uma
psicóloga que trabalha especificamente com orientação vocacional. Ok,
um nicho. Mas a forma como ela se comporta – mesmo tendo este nicho
– em nada a difere de uma “psicóloga clínica genérica”. Sua comunicação
não é direcionada o suficiente, os termos que ela usa são muito técnicos
e não há entrega de valor expressa claramente para o público interessado
em orientação vocacional.
Ela fez cartões e distribuiu, até fez um site, mas a comunicação era
técnica demais e não havia qualquer tipo de conteúdo para as pessoas.
Embora esteja dedicada a um nicho, na maioria das vezes ela é percebida
apenas como mais uma psicóloga que tem um cartão de visitas bonitinho
com seu nome e o número de seu CRP e seu “site de psicóloga”
tradicional.
Diversidade X Efetividade
Não importa o quanto você deseje ser “tudo para todos”, esta não é a
escolha mais inteligente, especialmente quando se está começando.
Primeiro, porque é impossível fazer isso, segundo, porque você vai perder
o foco e provavelmente acabará não sendo referência em coisa alguma.
Por mais que pareça contra intuitivo restringir seu mercado a um
grupo específico de pessoas ou a uma demanda específica, é exatamente
isto que você deve fazer para ter sucesso mais facilmente como psicólogo.
Um consultor norte americano chamado Alan Weiss, gênio do marketing
de serviços, tem a metáfora perfeita para explicar esta lógica.
66
“É melhor ser um peixe grande num lago pequeno, do que um peixe
pequeno no oceano sem fim”.
Talvez você já tenha um nicho. Ou pensa que tem. Se tiver, pode saltar
para o próximo tópico em que falo de proposta de valor. Mas se você ainda
não tem um nicho – ou tem, mas quer se aprofundar no assunto – leia
com atenção o que vem agora.
A primeira coisa, o mais importante na hora de determinar seu nicho
é pensar em você. Esta pode parecer uma afirmação egoísta, mas você
vai ver que faz todo sentido. Para escolher um nicho no qual você tenha
chance de se destacar, você tem necessariamente que se interessar pelo
assunto. De preferência, tem que existir paixão pela coisa. Brega, né?
Uma das razões para isto é que, sem a dose necessária de paixão, você
dificilmente se tornará bom o suficiente a ponto de ser valorizado como
uma referência. A energia e a dedicação necessárias para ser realmente
competente em alguma área somente surgem se houver uma verdadeira
conexão emocional permeando o trabalho, quando falo em conexão
emocional, não estou falando apenas sobre amor.
Pode ser na base da indignação também. Eu, por exemplo, comecei
este trabalho com psicólogos praticamente na base do ódio. É sério. Eu
tinha tanta, mas tanta antipatia pela forma como diziam que um
psicólogo deveria se comportar em relação ao mercado que resolvi fazer
algo a respeito. A antipatia, a insatisfação e a indignação com a realidade
foram meu combustível inicial. Daí, eu obviamente percebi que a melhor
maneira de conseguir mudar o que eu queria era – considerando a forma
como o mundo funciona hoje – criar um negócio a partir destas ideias. E
é claro, também, que eu quero ganhar “muitos dinheiros” fazer muitos
passeios e te mandar um postal de Paris, mas isso é parte de algo bem
maior.
É o seguinte, criatura, tem que ter tesão. Se for só pelo dinheiro,
acredite: dificilmente vai funcionar. A melhor forma de começar esta
descoberta sobre um possível nicho é indagando a si mesmo e refletindo
profundamente sobre as seguintes questões:
67
• O que te inspira na vida?
• O que você quer melhorar na vida das pessoas?
• Que sonhos você quer ajudar as pessoas a realizarem?
• De quem é a dor que você quer aliviar?
• Existe algo no mundo que te deixa indignado e você quer
combater?
• De quem são os problemas que você vai resolver?
• Que tipo de problemas você vai resolver?
• Há um verdadeiro significado para você fazer isto?
• Tem algum “fogo” ardendo aí dentro? (Não pense bobagem.)
68
se apresenta ao mercado mais como Coach do que como Psicólogo, mas
usa todo o seu conhecimento de psicólogo para ajudar profissionais a
obterem o máximo em suas carreiras (Acredite, ele faz um trabalho sério).
Observe que, ao contrário de minha amiga, ele nunca viveu nenhuma
situação traumática em relação a isto, mas o assunto sempre o fascinou,
sempre fez seus olhos brilharem e ele sente muito orgulho e satisfação ao
ver o desenvolvimento de seus clientes. Hoje ele vive do coaching (Olha o
preconceito!). Atende alguns clientes de psicoterapia, mas está
construindo seu nome mais fortemente entre executivos que querem
aumentar os resultados no trabalho.
Este é um exemplo claro de interesse genuíno pelo trabalho que não
necessariamente tem a ver com algum trauma ou história de vida
marcante. E como eu já mencionei, vejamos o meu próprio exemplo:
Sempre fui um cara meio esquisito na faculdade de psicologia.
Inquieto, excessivamente crítico e razoavelmente revoltado com o perfil,
digamos, “não empreendedor” que via em muitos colegas. Ficava
“revoltadinho”. Antes de me graduar, enfiei na cabeça que não ia ser
“mais um psicólogo com problemas financeiros e desesperado com a
profissão”. Este mote, esta vontade, acabou me levando a ser um
consultor e a trabalhar em multinacionais, mas o que surgiu de mais
importante aí foi o meu legítimo desejo de mudar a situação da psicologia
no país.
Daí um dia eu perdi o emprego, tomei coragem e nasceu o Psicólogo
Empreendedor que evoluiu para a Academia do Psicólogo. Tudo veio de
uma insatisfação com o status-quo que acabou se tornando uma causa
para mim. O que eu fiz foi transformar esta causa em um negócio.
Obviamente, a perda do emprego foi o pavio, já que eu estava “bem
confortável” lá. É o tal negócio, às vezes sua vaca tem que ir pro brejo pra
você se mover.
Enfim, entendeu a pegada da coisa? Mesmo que você queira ganhar
grana, não adianta escolher um nicho pensando apenas nas
possibilidades de mercado e no DINHEIRO. É preciso que venha de
dentro. Não precisa ser uma paixão arrebatadora do outro universo, mas
tem que ter algum significado que seja forte e legítimo para você.
Pode ser uma causa que você defende, uma área da psicologia que te
intriga e pela qual você quer lutar, um sonho de infância, um problema
com o qual você se importa, pode ser quase qualquer coisa, desde que
você tenha alguma conexão emocional com a questão.
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Seu nicho é um reflexo de quem você é e do que você quer
transformar no mundo.
70
1. Identifique sua missão (é brega também, mas funciona).
Este passo tem a ver com tudo o que falei sobre paixão e autenticidade.
Você fez psicologia pra quê? Se você fez só para ganhar dinheiro, este
livro não vai te ajudar, por todas as razões que você já leu. Se você fez
psicologia pra salvar o mundo ou ajudar as pessoas, a coisa já está
melhor. Mas o mundo é muito grande.
Pense bem, de que forma você pode transformar esta sua vontade de
salvar o mundo em algo mais específico? Quem você quer ajudar e/ou
que tipo de problemas você quer resolver?
Qual sua missão nesta vida?
Sua missão é aquilo que faz seus olhos brilharem. É algo que você
provavelmente continuaria fazendo mesmo se ganhasse na loteria. Na
verdade, sua missão é boa parte do que dá sentido à sua existência. Nem
todo nicho precisa NECESSARIAMENTE ser uma missão, mas, sempre
que você faz de sua missão um nicho, as chances de sucesso são muito
maiores.
Há gente que não sente quem tem missão alguma e só trabalha porque
precisa comer. Se este é seu caso, empreender com psicologia talvez não
seja sua praia.
71
Qual é a dor que você vai aliviar? Qual é o sonho que você vai ajudar
a se realizar?
Nem sempre um serviço que vai fazer sucesso é aquele para o qual já
existe uma grande demanda. Algumas vezes você pode pensar em algo
que ninguém tenha pensado antes, algo que as pessoas nem estavam
buscando e ainda assim ser um tremendo sucesso.
72
5. Se precisar, contrate um profissional especializado para te
ajudar nisso.
Se a coisa realmente apertar e você ficar sem ideias, pode ser o caso
de contratar alguém pra te ajudar – talvez até eu mesmo. Mas só faça
isso em último caso. Existem hoje consultores ou “mentores” muito bem
preparados para te ajudar a “clarear” as ideias em sua mente e descobrir
que rumo tomar. Apenas escolha com cuidado e peça referências de
outros clientes. Jamais creia apenas em títulos e certificados.
73
ideias fluírem na cabeça e, principalmente, encarar a situação como uma
grande e divertida brincadeira.
Objetivamente falando, pode. Mas calma que não é de uma hora pra
outra.
Eu mesmo já tive mais de um nicho. Durante certo tempo eu era
consultor de RH e trabalhava essa imagem ao mesmo tempo em que
falava sobre empreendedorismo e psicologia. O objetivo era construir
minha reputação em diferentes nichos. Mas eu não comecei com todos
eles de uma vez. É aos poucos que você se estabelece.
Há basicamente duas formas de você fazer seu negócio crescer. Você
pode oferecer mais serviços para o mesmo público ou os mesmos serviços
para um público diferente.
74
Vamos ver cada uma delas:
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fazer isto você está entrando no campo da Psicologia do Esporte. Se você
fizer um bom trabalho, eventualmente vai se tornar uma referência em
desempenho para atletas, certo? Pois bem, depois de completamente
estabelecido no mercado – o que pode levar uns anos – você pode
tranquilamente usar este conhecimento – e reconhecimento – para
começar a ajudar executivos a desenvolverem melhor suas carreiras.
Parece improvável?
76
2.2 Definindo sua proposta de valor
Quando você definir seu nicho, ou dito de outra forma, quando você
já souber o “QUEM e o QUÊ?”, é hora de começar a pensar em como você
vai comunicar isso às pessoas. Não adianta ter escolhido um lindo nicho
se você não se comunicar claramente com as pessoas que pretende
ajudar. Você até pode saber o que está dentro de sua cabeça, mas as
pessoas lá fora não sabem.
Muitos psicólogos pecam neste ponto. Eles acreditam que, por terem
clareza sobre o que querem oferecer, as pessoas ao redor também têm
clareza do que eles oferecem. E elas geralmente não têm.
Por isso, depois que você escolhe seu nicho de mercado, é
extremamente importante saber expressar sua escolha de forma
inteligente e assertiva. E é aí que entra em cena o conceito de proposta
de valor que vou te apresentar agora e que servirá de base para todo o
resto do livro, especialmente no capítulo 4, pois nele vamos usar a
proposta de valor como vetor central para a criação de diferentes
produtos e serviços.
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condição delas vai evoluir em relação a alguma coisa. Sei que parece algo
óbvio de se dizer, mas muitos psicólogos não deixam claro para as
pessoas o valor que eles têm a oferecer.
Guarde muito bem esta frase, ela é uma das bases do trabalho: não
venda as ferramentas, venda o valor!
Vou usar um exemplo um pouco forte, mas que explica bem o espírito
da coisa: dizer que oferece psicoterapia equivale ao seu cabeleireiro dizer
que oferece tesouradas. Imagine isso na porta de um salão: “damos
tesourada em cabelo”. Você não paga por tesouradas, você paga para ficar
com o cabelo bonito. Paga para se sentir bonito(a).
78
é “abra a felicidade”. Diferentemente de você e eu, que temos um serviço
capaz de melhorar a vida das pessoas e transformar a sociedade, tudo o
que eles têm para vender é um líquido escuro e adocicado. No entanto,
existe toda uma “aura” em torno do refrigerante, pois eles sempre estão
associando um slogan a ele, geralmente remetendo à ideia de “momentos
prazerosos”. Se a Coca Cola usasse a mesma lógica dos psicólogos, em
vez de um slogan fariam propaganda descrevendo a fórmula química do
produto.
Todos estes nomes, embora possam parecer muito claros e legais para
você, não comunicam valor. São rótulos. No máximo remetem às
ferramentas, mas não mostram valor algum. Imagine o anúncio de uma
clínica odontológica que diz exatamente isto aqui: “Fazemos Profilaxia”.
Você sabe o que é profilaxia? É o nome técnico do processo de limpeza
e conservação dos dentes. Teoricamente falando, com esta expressão você
está deixando claro para o mercado o que você faz. Mas não é isso que
você vê nos anúncios dos dentistas, porque eles costumam ser bem
melhores do que nós em marketing. O que você vê nos anúncios,
geralmente é uma pessoa saudável e linda mostrando os dentes e uma
mensagem do tipo: “Que tal ter um sorriso assim?”. Mas ok, você ainda
pode estar pensando: “Tudo bem, as pessoas não sabem o que é profilaxia,
mas sabem o que é psicoterapia”.
Engano seu.
O termo certamente é bem mais popular do que profilaxia, mas a
maioria das pessoas, no fundo, não faz sequer ideia do que é o processo,
mesmo as que “pensam saber” não costumam associá-lo a qualquer coisa
79
boa. Na verdade, muita gente tem até vergonha de confessar que vai ao
terapeuta. Mas vamos lá, agora que já falei sobre o que NÃO É comunicar
valor, vamos ver o que efetivamente é comunicar valor.
Preste atenção: para evidenciar valor para seu nicho, seja ele um nicho
baseado em público, em demanda ou mesmo um nicho ultra focado, você
tem que deixar as ferramentas em segundo plano e começar a falar a
língua dos resultados, de preferência de maneira lúdica e emocional. Dito
de outra forma: não me conte apenas O NOME do seu serviço, me conte
COMO eu provavelmente estarei melhor depois que você tiver terminado,
e me conte isso, sempre que possível, de forma simples, objetiva e
humanizada.
A pergunta que eu te faço aqui é: o que, de mais importante, eu poderei
obter ao contratar você? Isto é o valor. O resto são ferramentas e
apetrechos. Por exemplo, a proposta de valor deste livro é “ajudar
psicólogos a desenvolverem sua carreira de maneira ética, inteligente e
lucrativa”. Na verdade, esta não é só a proposta de valor do livro, é a
proposta de valor de todo o meu trabalho. Quando criei o site Psicólogo
Empreendedor – em 2014, já desativado – se você lesse o que estava
escrito abaixo de minha foto, na lateral, veria que lá eu não me
apresentava apenas como “eu sou isso ou aquilo”.
Meu objetivo sempre foi deixar claro o que eu faço. Eu não comunico
um rótulo ou simplesmente uma ferramenta, comunico uma proposta de
mudança.
Especialmente para nós, psicólogos, o problema em termos apenas um
rótulo é que as pessoas automaticamente nos inserem num sistema de
categorização social que pode levá-las a tirar conclusões completamente
erradas sobre o que fazemos. É este processo que acontece na cabeça de
muita gente ao ler, por exemplo: “Psicoterapia clínica com foco existencial”,
ou até mesmo a simples palavra “psicólogo”.
Mas atenção: não estou dizendo para deixar de dizer que é psicólogo
ou de escrever os nomes técnicos de seu serviço. Estou dizendo para não
resumir sua comunicação a isto. Agora veja este outro exemplo, mostrado
em um post que fiz uma vez em minha página profissional no Facebook.
Note que, numa simples conversa, eu desperto interesse ao me
comunicar através do valor que ofereço, não de um rótulo ou nome
técnico:
80
“Durante uma festa, meses atrás, fui apresentado a um jornalista e
começamos a conversar sobre assuntos cotidianos. A certa altura ele
perguntou o que eu fazia. Minha resposta, bem humorada: “Cara, eu ajudo
pessoas a se tornarem mais inteligentes emocionalmente e a aumentarem
seu desempenho no trabalho.” (hoje eu tenho preguiça desse papo de
desempenho...).
“Mas como é isso?” ele perguntou com cara de surpresa. Daí eu pude
falar um pouco sobre minhas atividades e deixar um cartão. Dias depois
ele mandou um e-mail cumprimentando por um artigo que gostou e ainda
fez uma breve entrevista comigo.
Qual sua proposta de valor? Ela está formulada de forma a despertar
curiosidade e evidenciar algum RESULTADO? Ela instiga as pessoas a
desejarem saber mais? Defina o que você entrega e formule sua proposta.
Do contrário, da próxima vez em que te perguntarem você vai dizer: “Sou
psicólogo” e ouvir: “Ah, legal…”.
Diga o que você propõe melhorar na vida das pessoas, não apenas o
nome da sua profissão. Outra forma de entender o conceito de proposta de
valor é através desta pergunta:
Qual é o grande resultado que você busca gerar com seu trabalho?”
81
“Se você procura uma vida mais feliz e com mais significado, que tal
investir em um processo inteligente de autoconhecimento? Os resultados
podem ser mais benéficos do que você imagina.”
Pare de achar que as pessoas entendem o que você faz, porque elas
não entendem.
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sentença, uma frase ou um trecho que deixa bem claro aquilo que você
pretende melhorar na vida das pessoas. Existem outras variações e
aplicabilidades, veremos no decorrer do livro, mas a princípio, por
motivos didáticos, entenda que ela deve ser facilmente comunicada com
uma sentença. A maneira como essa sentença é construída faz toda a
diferença para obter a atenção de seu nicho. Como eu já disse, é preciso
sair da linguagem técnica e humanizar a comunicação. Tem que colocar
um pouco de emoção e ter o cuidado de deixar bem claro aquilo que você
transforma na vida das pessoas.
Então, pra gente fechar este tópico, veja o exemplo de duas diferentes
formas de posicionamento abaixo, bem ao estilo de outros exemplos que
já dei até agora. Exemplos nunca são demais.
A primeira sentença é focada nas ferramentas, no rótulo, a segunda é
focada no valor:
Convicção X Garantia
83
alcançar os resultados não implica que estes resultados não existam ou
que você não possa anunciá-los abertamente. Você, até onde sei, é um
cientista com conhecimento sobre o comportamento humano, não um
louco da nova era que faz intervenções na vida das pessoas sem qualquer
base ou referencial teórico. Horrorizo-me profundamente ao ver como
alguns psicólogos são os primeiros a não acreditar na eficácia do que
fazem e como muitas vezes acabam usando isso como desculpa para
sabotarem a si mesmos. Aliás, no próximo capítulo vamos falar bastante
sobre esta insegurança que atinge nossa classe.
Veja bem, eu não posso GARANTIR que este livro vai mudar sua
história dentro da psicologia e transformar sua carreira, mas tenho
TOTAL CONVICÇÃO de que, se você se dedicar à leitura e colocar em
prática o processo com seriedade e entusiasmo, isso vai acontecer.
Agora vamos ao último tópico deste capítulo, pegar o conceito de
proposta de valor e decompô-lo em benefícios ainda mais detalhados para
que você consiga realmente enxergar a riqueza do que está oferecendo a
seus clientes e possa, futuramente, melhorar sua comunicação.
84
2.3 Evidenciando os benefícios de seu trabalho
85
que nossos serviços podem proporcionar. Obviamente, você aceita
receber dinheiro por isso, pois não consegue viver de luz (se você
consegue viver de luz, me ligue, por favor).
De acordo neste ponto? Então voltemos ao raciocínio. Seus clientes
têm que enxergar seu trabalho como uma ótima oportunidade de
investimento. E ponto. Eles devem sentir claramente que os benefícios
irão superar em muito o “esforço”, o tempo e o dinheiro investidos. Mas
bem sabemos que nem tudo na vida são números, embora eles sejam
uma forma quantitativa de estimar benefícios, existem outras categorias
de retorno que podem e devem ser exploradas sempre.
Quando falamos de um serviço impalpável e, de certa forma, menos
tangível, como é o caso da psicoterapia, por exemplo, é importante
entender que estes benefícios serão muitas vezes descritos em forma de
sensações que o cliente poderá experimentar.
“Tangibilizando” as coisas.
Pense comigo: você vai a um restaurante, pede uma refeição e,
obviamente, quando ela chega, você desfruta. Você pode ver, cheirar,
tocar e até comer. Aliás, foi para isso que você a pediu. Se está gostosa
ou não, é outra questão, mas a refeição está ali, bastante palpável, na
sua frente. Mas ok, aqui estamos falando de um “produto”, vamos para
outro exemplo.
Você vai ao dentista, fazer lá sua visita semestral – assim espero – e o
que acontece? Você se senta na cadeira e ele começa a trabalhar. Olha
sua boca, pega daqui, mexe dali. Se estiver tudo em ordem,
provavelmente ele fará uma limpeza, caso haja alguma cárie ou coisa
pior, lá vem a broquinha e você sabe o resto da história. De qualquer
forma, fica bem evidente para você, ali, naquele momento, as
transformações geradas pelo serviço.
Com psicologia, especialmente com psicoterapia, a coisa é um pouco
diferente. Na verdade, é muito diferente.
A própria natureza de nosso trabalho – o “ser”, o comportamento, o
aparelho psíquico – é algo, pelo menos até o momento, impalpável. Você
por acaso já pegou um “self”? Já o segurou com as mãos? Acredito que
não. Então imagine que você é um leigo e esteja, talvez, pensando em
contratar um psicólogo. O que você tem de “concreto” ali? Nada.
Tudo o que você sabe é que vai pagar para ele supostamente “te ajudar
com seus problemas”, mas não está nem minimamente claro para você,
como leigo, o que esperar, objetivamente, dessa relação profissional.
86
Dito de outra forma: é quase “uma compra no escuro”.
Se você olhar com cuidado, verá que seu trabalho, quando bem feito,
pode apresentar benefícios muito claros nestas três dimensões. Mas
muitos psicólogos não atentam para isto e ficam lá, anunciando seus
rótulos e ferramentas e apelando para a tal “qualidade de vida”.
Para entender melhor, vejamos mais um exemplo:
87
O caso da Paula.
Vamos supor que você escolheu trabalhar com “organização e
produtividade”. Este é seu nicho, um nicho baseado em
serviço/demanda. Seu trabalho, como cientista do comportamento, é
dedicado àquelas pessoas que desejam se tornar mais organizadas e
produtivas na vida. Esta é a dor que você resolve. Este é o desejo que você
ajuda a realizar.
Com este nicho delimitado, você define sua proposta de valor e cria
uma declaração – que aparece claramente em seu website quando eu
entro lá – mais ou menos assim:
“Você perde tempo na vida? Perde dinheiro? Atrasa contas, não acha
a chave do carro, perde compromissos e por aí vai? Passa considerável
parte do seu tempo “aflita” por que não dá conta de se organizar? Pois é.
Não é só tempo e dinheiro que você está perdendo. É saúde mental
também. Sabia que existem formas de trabalhar seu comportamento para
que você consiga se organizar melhor, dar conta da burocracia da vida e
ainda se sentir muito mais leve? Meu nome é Bruno Soalheiro, sou
psicólogo e meu trabalho é ajudar pessoas como você a se tornarem mais
organizadas e produtivas. Vamos bater um papo? Organiza um horário
aí.”
88
consideráveis progressos e já está consideravelmente mais tranquila com
seu nível de organização e produtividade. Claro que ela não se tornou a
rainha da organização e produtividade, há muito o que melhorar, mas em
vista do que era, podemos dizer que é quase “outra pessoa”. Agora, que
tal analisarmos os impactos do seu trabalho na vida dela à luz daquelas
três dimensões que mencionei ali em cima?
Vamos lá:
1. Dimensão Financeira.
Como era muito desorganizada, a Paula vivia perdendo documentos e
prazos de pagamentos, o que gerava despesas com multas e até mesmo
o pagamento em duplicidade de algumas contas. Além disso, Paula
trabalha por conta própria, ela faz doces e bolos “pra fora”, mas, por não
saber se organizar, ela produzia muito pouco em uma semana de
trabalho, perdia contatos de clientes e até já perdeu prazos de entrega.
Agora, depois de apenas quatro meses de intervenção e com os novos
hábitos que desenvolveu, Paula está mais objetiva. Já aprendeu a
organizar as contas, paga – quase – todas na data e sua receita está
crescendo, pois aumentou em 20% o número de clientes que atende em
uma semana. Aliás, ela já teve até feedback de que seu trabalho evoluiu,
pois com mais organização e planejamento, ela tem tempo de fazer um
melhor acabamento em seus bolos.
2. Dimensão Emocional.
O fato da Paula não “gostar” de se organizar, não quer dizer que ela
seja feliz com isto. Pelo contrário. As constantes perdas de horário, de
compromisso e a impressão de estar “perdida” em sua própria vida
causavam em Paula uma profunda sensação de incompetência e
impotência. Era um ciclo vicioso.
Por exemplo, ela vivia brigando com o namorado, pois sua casa estava
sempre uma bagunça e ela nunca conseguia chegar aos compromissos
na hora, isto fazia com que ela se sentisse pra baixo e com menos vontade
ainda de se organizar. Agora, tomando mais contato consigo mesma e
mudando hábitos, Paula sente que está muito mais tranquila. O
relacionamento melhorou e ela já não tem mais aquela sensação de
incompetência que carregava diariamente.
Paula está, sem dúvidas, muito mais feliz.
89
3. Dimensão Física.
Há muito tempo Paula não fazia qualquer atividade física e reconheceu
que sua alimentação também não era das melhores. É que como estava
sempre perdida em meio a seus afazeres e atrasada com tudo, não
encontrava ânimo para malhar, muito menos para cozinhar refeições
saudáveis. O resultado é que estava acima do peso, sem energia e
constantemente sentia azia.
Agora, com novos hábitos sendo desenvolvidos, ela encontrou tempo
para correr duas vezes por semana e todo domingo cuida de preparar e
congelar algumas refeições saudáveis para a semana posterior. Por conta
disso, sua saúde vem melhorando gradativamente e as benditas azias –
geradas porque ela fazia às pressas qualquer coisa frita para comer –
desapareceram.
E esse foi – bem resumido – o caso da Paula.
90
• Uma plataforma de assinatura que dá acesso a muita
informação sobre carreira e negócios em psicologia, além de te
permitir atender online com segurança.
Você até pode pensar que estes são benefícios, mas não são. São
apenas descritivos técnicos e características do que eu ofereço. São os
meios, as ferramentas. Os benefícios são muito, muito mais profundos e
se desdobram naquelas três categorias de que falamos.
Vejamos quais são, por exemplo, os reais benefícios deste livro, desde
que você coloque as coisas em prática.
91
É que assim não tem valor, não tem benefícios, não tem clareza.
Quanto mais você evidenciar o que o cliente poderá obter com seu
trabalho, mais chances você tem de atrair seu público-alvo. As pessoas
compram resultados e tudo aquilo que vem de bom com eles. Então
comece a pensar nos serviços que você oferece, em quais diferentes
benefícios eles proporcionam e, especialmente, em como comunicar isto
de forma clara.
Eis aqui dois últimos exemplos, bem simplificados, amarrando um
pouco do que vimos até agora neste capítulo. Note que vou especificar o
nicho, colocar a proposta de valor e mencionar os benefícios:
Exemplo 1:
Nicho: emagrecimento saudável.
Proposta de valor sintética: Tudo bem? Meu nome é Julia Siqueira e
atuo com pessoas que desejam perder peso de forma saudável,
desenvolvendo novos hábitos. Seja bem-vindo ao meu site.
O que esperar do trabalho (benefícios):
• Mais disposição física, fruto da perda de peso que geralmente
decorre do processo.
• Sensação de autocontrole e segurança por compreender e atuar
melhor sobre os mecanismos de compulsão alimentar.
• Mais produtividade e rendimento no trabalho, frutos tanto da
maior disposição física quanto da sensação de autocontrole.
• Melhoria das relações sociais, a autoimagem e a autoestima são
profundamente impactadas.
Exemplo 2:
Nicho: saúde emocional (praticamente um generalista).
Proposta de valor sintética: Se você procura uma vida feliz e com
mais significado, que tal investir em um processo inteligente de
autoconhecimento? Os resultados podem ser mais benéficos do que você
imagina.
O que esperar do trabalho (benefícios):
• Mais autoconhecimento e melhor habilidade para lidar com suas
emoções.
• Melhoria na qualidade de seu relacionamento com as pessoas em
geral.
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• Aumento da sensação de prazer e satisfação com a vida.
• Mais saúde geral, consequência de estados emocionais mais
tranquilos e equilibrados.
93
Amarrando tudo
Posicionamento de Mercado:
A melhor forma de começar a construir seu sucesso como psicólogo é
definindo muito bem seu posicionamento de mercado. Ser um psicólogo
“generalista” e sem posicionamento até pode funcionar, mas é algo muito
mais demorado e incerto.
O conceito de posicionamento é um ponto chave dentro da ciência do
empreendedorismo e do marketing, você só tem a ganhar usando-o de
forma adequada. Muitas empresas grandes fazem isso, muitos
profissionais liberais também, já é hora de os psicólogos começarem a
fazer.
Para estar muito bem posicionado no mercado e potencializar suas
chances de sucesso você precisa:
1. Identificar um nicho.
Quem são as pessoas que você vai “servir” e o que você vai melhorar
na vida delas? Lembre-se de que um nicho é um segmento de mercado
que você atinge quando escolhe uma demanda ou um grupo específico de
pessoas que você vai servir. Vimos também que você pode escolher um
grupo e um serviço específico ao mesmo tempo, criando assim um nicho
mais focado.
Escolher um nicho cria diversos pontos positivos, entre eles:
94
a) Facilita seu planejamento de marketing.
b) Você cria o efeito viral.
c) Você gera senso de exclusividade.
Para escolher um nicho, você deve levar em conta uma série de fatores,
sendo um dos mais importantes a sua afinidade e interesse pelo assunto.
Lembre-se de que a “psicoterapia” não é um nicho, é uma ferramenta que
você usar para melhorar a vida das pessoas que fazem parte do seu nicho.
Lembre-se também de que você não precisa ter apenas um nicho, pode
ter mais de um. Porém, o mais sábio é começar com um e depois expandir
conforme você ganhe autoridade e segurança.
95
• Eu sou Juliana Rodrigues e trabalho com mulheres que desejam
chegar ao peso ideal de forma saudável e equilibrada (em vez de
“psicoterapia para emagrecimento”).
• Olá, meu nome é Paula Cavalcanti e meu foco é auxiliar casais
a reencontrarem a harmonia e a felicidade em seus
relacionamentos (em vez de “psicoterapia para casais”).
96
seu discurso você estará sempre fazendo referência a alguns destes
benefícios. Adiante você verá formas bem naturais de fazer isso.
Tudo certo até aqui? Então vamos para o capítulo 3 que é hora de a
onça beber água, como se diz aqui em Minas.
97
CAPÍTULO 3: CONSTRUINDO SUAS BASES
98
Objetivos de aprendizagem
O que veremos
Aplicabilidade prática
99
os outros. E isto acontece porque aqui eu te convido a questionar algo
muito importante: sua própria competência.
No capítulo 2 nós focamos em encontrar aquilo que queremos oferecer
ao mundo, logo depois começamos a esboçar esta oferta de maneira geral,
em termos de nicho, proposta de valor e benefícios, certo? De certa
maneira, olhamos para fora, para o que queremos entregar aos outros.
Agora é hora de olharmos para dentro, ou melhor, é hora de você olhar
para dentro e se fazer uma pergunta bem mais delicada:
Será que você está realmente preparado para oferecer o que foi
definido em sua proposta de valor? Está preparado para atender este
público que você quer atender?
Introdução
100
(Eu tenho preguiça desses ditados “business”, mas foi o que achei para
ilustrar o ponto).
Não vou mentir para você, o caminho para se estabelecer de forma
independente pode ser um pouco longo, algumas vezes tortuoso, será
preciso muita dedicação e paciência de sua parte.
101
Por exemplo, se você ainda se considera um “generalista”, mas já
trabalha com determinado público e decide que agora vai
deliberadamente se posicionar em relação a este público, as coisas são
mais fáceis. A razão é que você já está um pouco familiarizado com o
tema. De certa forma, podemos dizer que você “já conhece” o nicho.
Por outro lado, se você escolher um nicho com o qual nunca trabalhou,
terá que começar do básico e se informar. Isto não é um problema, é
apenas um caminho um pouco mais trabalhoso.
Suponhamos que você seja um recém-graduado que vai atuar com
orientação para pais e não tem qualquer experiência prévia no assunto.
Vai ter que adquirir. Pesquisar, estudar, fazer supervisão. E não só para
atender a estas pessoas no setting terapêutico, mas para conseguir gerar
propriedade intelectual e criar reputação. Como veremos à frente, o que
vai fazer com que você fique conhecido em um determinado nicho é o
conhecimento que você manifesta através de posts, vídeos, artigos,
palestras e outros meios. Só que, para manifestar conhecimento, você
precisa ter conhecimento. Vamos falar muito disso. Mas não apenas.
Aqui você vai ver também algumas dicas elementares para começar a
se estruturar operacionalmente. São cuidados básicos a serem tomados
para passar uma sensação de credibilidade às pessoas desde o início.
Alguns destes cuidados são simples e até óbvios, mas já vi muitos
psicólogos os negligenciando. Cartões de visita, endereço de e-mail,
tempo de resposta (este é um problema que tenho), todas estas “bobagens
pequenas” na verdade fazem parte de um conjunto que tem impacto
direto na forma como você é percebido pelo mercado (Não se preocupe
que não há nada que vá exigir um alto investimento, tudo é questão de
cuidado e capricho).
Para terminar esta longa introdução – que já está grande mesmo – um
ponto extremamente importante: no final deste capítulo eu pretendo
mexer com suas crenças sobre você mesmo. Vou cutucar lá dentro. Por
isso, sugiro que acalme seu espírito e tente relaxar. Deixe de lado por um
momento toda aquela excitação que o capítulo 2 talvez tenha causado e
dirija seu olhar para si mesmo.
A partir de agora não vamos falar de ferramentas avançadas de
mercado, nem mesmo sobre como atrair clientes. Vamos falar de como
ter uma fundação sólida, tanto do ponto de vista técnico quanto
emocional.
Especialmente o emocional.
102
3.1 Aumentando sua competência técnica
Por quê?
Confesso que não sei exatamente o que contribui para isto. Talvez seja
porque a grade curricular de psicologia, em geral, se parece mais com
103
uma miscelânea de abordagens e opiniões embaralhadas do que com um
corpo sólido e consistente de conhecimento.
Ok, eu sei que o homem é complexo e que precisamos ter diferentes
visões, não estou propondo que se elimine a diversidade do que é
ensinado em nossa formação. Mas isto não muda o fato de que os alunos,
além de não terem qualquer noção de mercado, costumam sair da
faculdade com bastante “frio na barriga” em relação à própria
competência técnica. O fato é que somos apresentados a diferentes visões
do ser humano, algumas bem conflitantes, com os professores
levantando orgulhosamente suas bandeiras particulares a respeito de
como “realmente” funcionam as coisas e qual abordagem é a melhor.
Para dizer a verdade, embora já sejamos psicólogos, muitos de nós,
logo após a graduação, somos apenas conhecedores medianos de uma
série de técnicas e ferramentas da psicologia. E é aqui que me vem à
cabeça uma palavra extremamente forte: mediocridade.
A palavra mediocridade, embora seja utilizada em nosso dia a dia com
uma conotação totalmente negativa, na verdade não apresenta qualquer
grande demérito, etimologicamente falando. Ser medíocre é ser na média.
De certa maneira, é ser comum. No dicionário podemos encontrar: “o que
está entre o grande e o pequeno, entre o bom e o mau”.
Preste atenção:
O mundo está cheio de profissionais medíocres com um diploma nas
mãos. Isto não significa que eles sejam ruins. Apenas que estão na média.
E a média, ok, é aceitável, mas que tal passar um pouquinho dela? Todos
nós saímos muito crus da faculdade, quem quiser se destacar terá que
cuidar, por conta própria, de aumentar seu conhecimento e suas
habilidades.
É simples: ser mais ou menos no que você faz não é uma escolha muito
inteligente. Você tem que ser, de preferência, competente. Se puder,
absurdamente competente. Eu já disse – e veremos isso em detalhes –
que uma das formas mais poderosas de conseguir credibilidade e,
consequentemente, clientes/pacientes é manifestando conhecimento. É
educando. Entregando “valor” às pessoas.
104
A última parte da sentença está destacada de propósito para
evidenciar o seguinte: não tem como você se tornar muito competente
“em psicologia”. A psicologia é um campo ridiculamente vasto de
conhecimento. Em minha opinião – como já sabemos – você tem que
delimitar um espaço para se aprofundar nele. Por isso a importância de
você definir um nicho. A escolha de um nicho não se trata apenas de criar
posicionamento ou de planejar “como você vai aparecer” para as pessoas.
Está longe de ser só isso. Trata-se também de delimitar claramente uma
área de conhecimento na qual você pode, humanamente falando, se
aprofundar muito.
E, quando digo muito, é muito mesmo.
Vejo vários psicólogos dizendo que não conseguem escrever um artigo
simples, montar uma palestra básica ou gravar um rápido vídeo caseiro
oferecendo valor às pessoas. Isto acontece, em boa parte, por falta de foco
e conhecimento. Tudo bem que alguns têm mais facilidade para escrever
e falar do que outros, mas o que realmente trava a maioria é não saber
por onde começar. E não sabem por não dominar suas áreas de
conhecimento a ponto de se expressar de maneira espontânea, ousada e
segura.
Poucos são competentes o suficiente para falar com originalidade,
segurança e maestria sobre o que fazem. Poucos têm conhecimento para
sair do lugar comum, ousar novos ângulos, construir metáforas
inteligentes, escrever artigos instigantes, enfim, poucos tem bagagem
para poder “brincar” com o conhecimento de sua área. Parece algo difícil?
Não é tanto assim. Mas tenha toda certeza: dá trabalho e leva tempo.
Importante:
107
As sugestões abaixo vão servir melhor se você tiver definido seu nicho
e souber muito bem em que campo de conhecimento quer se aprofundar.
Mas você pode se beneficiar delas se for um generalista também.
Apenas cuidado com uma coisa: não tente fazer muitas coisas ao
mesmo tempo. Uma coisa é você não se posicionar em um nicho
específico, outra coisa é você dizer que atende a tudo e todos em
quaisquer situações.
Fazendo isso você corre o risco de se tornar um profissional “pato”. O
pato anda, corre, nada e voa. Mas faz tudo isso muito mal. Tudo bem que
o pato cuida da vida dele, mas o pato não precisa pagar contas.
Agora vamos às ações que sugiro serem tomadas se você quer se
tornar um dos melhores – senão o melhor – em sua área de atuação:
Eis o ponto: você tem que investigar a vida e o trabalho destas pessoas
a ponto de se sentir quase um colega delas.
108
Deve entrar o máximo possível na realidade daqueles que são seus
modelos de atuação, para conseguir, de preferência, enxergar o mundo
de maneira semelhante à que eles enxergam.
Atenção: eles não precisam ser necessariamente psicólogos. Há até
mesmo coaches (olha o preconceitoooo) muito bem posicionados em
determinados nichos, cujas estratégias você pode entender e adaptar
para a sua realidade. Há psiquiatras e outros profissionais de saúde em
cujas posturas você pode se inspirar sem que eles trabalhem
tecnicamente com o mesmo tema que você.
As pessoas que você vai eleger – e o que você vai observar nelas –
depende do que você está procurando desenvolver em um determinado
momento.
Quando eu quero aprender mais sobre como palestrar, por exemplo,
tenho alguns profissionais para observar. Já quando meu objetivo é
aprender mais sobre técnicas de marketing, observo outros. E tem mais:
mesmo que seu nicho seja praticamente inédito, é possível achar modelos
nos quais se basear.
Como você já sabe, meu nicho hoje é ajudar psicólogos a
desenvolverem seus negócios. Mas em quem eu me inspirei e de onde tirei
conhecimento sobre o assunto, se quando comecei, em 2014, não existia
praticamente ninguém especializado em fazer isto?
Simples. Comecei a pesquisar sobre profissionais que ajudavam
outros profissionais a desenvolverem seus negócios. Pois era isso o que
eu queria fazer. Mas veja: eu não estava interessado em qualquer tipo de
negócio, estava interessado em negócios baseados em conhecimento.
Não sei se você já pensou nisso, mas como psicólogo você está, até a
cabeça, no ramo da venda de conhecimento. E a lógica da venda de
conhecimento é totalmente diferente da lógica da venda de bananas, de
camisetas, de computadores ou de ração para gatos. Para começar a fazer
este trabalho, o que eu precisava era de referências a respeito de como
vender produtos e serviços construídos em cima de atividades
intelectuais. Foi com este foco que fiz minhas pesquisas.
Onde?
Ora, onde a gente pesquisa qualquer coisa de forma séria: no Google.
Pois fiz minhas pesquisas e encontrei dois mercados neste sentido, o
mercado de consultoria – em que eu já tinha uma boa experiência – e o
mercado de marketing digital, que tem caminhado cada vez mais para a
venda de conhecimento. E foi nestas áreas que foquei para encontrar
minhas referências, meus modelos. Pessoas que já estavam fazendo algo
109
semelhante ao que eu queria fazer, embora não estivessem oferecendo
seus serviços especificamente para psicólogos.
Vejamos quem são estas pessoas:
O atrevimento.
110
Michael é um ex-ator, já trabalhou em séries famosas como Law &
Order e fez papéis menores em grandes filmes de Hollywood. Atualmente
ele se destaca como um dos maiores autores e palestrantes do mercado
norte americano e ajuda muitas pessoas a se tornarem profissionais
independentes e bem-sucedidos.
Ao contrário de mim, que trabalho com o nicho de empreendedorismo
apenas para psicólogos, o Michael tem um nicho baseado em
“serviço/demanda”. Ele ajuda quaisquer profissionais liberais que
queiram desenvolver uma carreira independente. Da mesma forma que
fiz com o Alan Weiss, estou inscrito no newsletter do Michael, assisti a
vídeos, li artigos e estou lendo um livro dele pela terceira vez, já que uso
muitos de seus recursos didáticos em minhas palestras e consultorias.
Com o Michael Port meu aprendizado foi mais técnico e focado em
processos. Boa parte da lógica desse livro, inclusive, vem do trabalho
dele. Obviamente, os conceitos foram compreendidos por mim e
adaptados para a realidade dos psicólogos, mas a gênese e os princípios
têm muito do que ele fala. Acredite, isto fez muita diferença na velocidade
com que desenvolvi meus próprios métodos. Não caia na bobagem de
tentar inventar as coisas do nada, você precisa de conhecimento prévio
como ponto de partida.
111
Já no lado operacional, foi com o Conrado que eu realmente comecei
a entender a lógica do marketing na web. A partir das aulas dele é que
comecei a compreender melhor o que é oferecer uma “recompensa” para
o público, o que é construir relacionamento e, principalmente, o conceito
de construção de autoridade. Por ser um nerd de mão cheia e um
estudioso contumaz – o cara largou o ITA para montar um negócio – ele
acabou desenvolvendo uma didática objetiva que nos permite entender
conceitos complexos com muita facilidade. É isto o que tenho buscado
fazer com o meu público.
Apenas para não ficarmos sem uma citação brega, certa vez Einstein
disse: “Se cheguei tão longe, é por que subi nos ombros de gigantes”.
Estou longe de ser Einstein, mas soube selecionar alguns gigantes para
me ajudar na subida. Selecione os seus.
Coloque uma coisa na cabeça: você não tem que ficar reinventando a
roda. Tudo que você precisa fazer é descobrir quem trilhou caminhos
semelhantes ao que você quer trilhar e se inspirar, tendo o cuidado de
adaptar para a sua realidade e dar seu toque de originalidade. Isso é
muito importante: não é para COPIAR o trabalho dos outros, é para se
inspirar e buscar referências, trazendo para a sua realidade.
Resumindo: escolha alguns mestres na área em que você quer se
destacar – ou que tenham conhecimentos que você pode usar em sua
área – e busque todas as informações possíveis e imagináveis para te
ajudar. Dedique-se de verdade a conhecer o trabalho daqueles que já
deram os passos que você quer dar e você verá que seu caminho será
muito menos complicado e tortuoso.
Agora vamos à segunda sugestão para você aumentar sua
competência:
112
Falo de descobrir tudo o que há de mais relevante em relação ao nicho
que você escolheu, de realmente se tornar um grande nerd naquilo que
você escolheu fazer profissionalmente.
E aqui vai a dica principal:
113
Entenda uma coisa: para se tornar uma referência, uma autoridade,
você tem que acompanhar o estado da arte das coisas. Não sabe o que é
isso?
Toda profissão, melhor dizendo, toda área de conhecimento tem aquilo
que chamamos de “estado da arte”. São as pesquisas, os estudos e as
práticas que representam o que há de mais atual na área. É o
conhecimento de ponta sobre um determinado assunto ou campo de
estudo.
E atenção: o estado da arte que você vai estudar não deve ser apenas
em relação ao nicho, mas também em relação a uma área de
conhecimento científico que vai te dar subsídios para lidar com o nicho.
Por exemplo, se você trabalha ajudando profissionais a desenvolverem
suas carreiras (ótimo nicho para psicólogos), você pode tanto ler livros
“não científicos” sobre gestão de carreira, quanto pode ler os últimos
estudos relacionados a desempenho no trabalho e motivação humana.
Na verdade, mesmo que você escolha não ter um nicho – mas eu
recomendo que tenha – acompanhar o que há de mais atual em sua linha
de atuação já te dá uma vantagem.
Por exemplo, qual o estado da arte em psicanálise hoje? O que há de
mais atual em termos de pesquisas e estudos? E na área
comportamental? O que há de novo? Quais as descobertas? O que há de
mais moderno em psicologia do esporte? Que livros acabaram de sair com
resultados dos novos estudos? E na psicologia do trânsito, o que há de
mais novo?
Apenas fazendo um acompanhamento permanente da sua área você
se tornará capaz de demonstrar o que as pessoas mais respeitam (o termo
é brega, mas eu vou falar):
Atenção!
Talvez você esteja achando que há um pouco de exagero ao sugerir
tanto estudo e aprofundamento assim. Não há. Você pode também estar
se perguntando se vai ter paciência para estudar tanto, já que passou
114
cinco – longos – anos em uma faculdade justamente lendo e estudando
sem parar. Aí é que está: em grande parte do tempo que passou na
faculdade, você provavelmente estudou sobre um tanto de coisa e não
deve ter se aprofundado de verdade em coisa alguma (desconsidere se
você é um profissional já com especializações).
Nossa formação generalista, por mais que seja necessária, tem este
lado não tão interessante. Mesmo o melhor aluno sai da faculdade sem
ter tido a oportunidade de verdadeiramente mergulhar em uma
abordagem específica. Quando a questão é um nicho então, nem se fala.
Portanto: estude. E quando acabar: estude mais.
Se parece desanimador, deixa eu te falar mais uma coisa muito
importante:
Quando você escolhe um nicho que realmente faz sentido em sua vida,
a entrega aos estudos será um prazer. Às vezes pode ser quase um vício.
Perceba que, ao definir seu nicho, tudo estará conectado a ele. Por isso
é tão importante que ele seja escolhido considerando suas paixões e o
que você quer transformar na vida das pessoas. Sem o nicho certo para
você, a coisa não vai funcionar como deveria.
Quem escolhe um nicho apenas por relevância de mercado e não tem
uma verdadeira conexão com o assunto, muito provavelmente, JAMAIS
vai conseguir se dedicar ao aprendizado no nível que é requerido para se
tornar um profissional de altíssimo nível.
Estudar sobre sua área e seu nicho deve ser algo prazeroso para você.
Se for muito sofrido, creia em mim, você está no nicho errado (Ou na
profissão errada, o que é muito pior!).
Esta sugestão é muito simples, fácil de ser aplicada, mas faz toda a
diferença para te ajudar a ser realmente “dono” de seu conhecimento.
Comecemos com uma história rápida:
Desde criança, ainda bem novinho mesmo, minha mãe me colocou em
aulas de inglês. Lembro que ela dizia que isso faria muita diferença para
meu futuro. Sinceramente, estávamos no início dos anos 80, o país não
era nem uma democracia ainda, falar inglês parecia mais um luxo do que
uma necessidade. Hoje dou graças por ela ter feito isso.
115
Pois então, além das aulas de inglês, o fato de eu ser um aficionado
por jogos eletrônicos me ajudou a falar a língua bem cedo. Aos 16 anos
já havia obtido meu diploma em uma reconhecida escola da cidade. Mas
sabe quando é que eu fui realmente aprender os detalhes e a riqueza da
língua inglesa? Quando comecei a dar aulas de inglês, no fim da
adolescência. Foi ao dar minha primeira aula que eu notei que precisaria
estudar muito mais para ter segurança.
E a razão é muito simples: a melhor forma de você aprender algum
conteúdo é explicando-o para alguém.
Acompanhe meu raciocínio: quando você absorve informação, quando
a recebe de alguém e a processa, você está aprendendo. Mas, quando
você tem que ensinar o que aprendeu a alguém, a coisa alcança outro
patamar. É que para explicar, para ensinar, para transmitir, você precisa
realmente estar muito à vontade com o que aprendeu, precisa ser capaz
de responder perguntas e críticas, e, acima de tudo, precisa estar apto a
fazer conexões inteligentes com seu conhecimento. Existem pessoas que
costumam dizer assim: “ah, eu sei pra mim, mas não consigo explicar”.
Sinceramente? Não sabe o suficiente.
Você pode até não ser um grande orador ou não ter muito “carisma”,
mas se você realmente SABE um conteúdo, você encontra uma maneira
lógica e clara de explicá-lo. É neste momento, quando você começa a
explicar e se sente travado, que percebe onde tem que melhorar.
Resumindo: enquanto você está estudando, lendo e absorvendo,
embora esteja aprendendo, você está numa posição de comodidade,
tranquilidade, passividade. Mas quando você tem que ensinar, você
passa para o outro lado da equação. Em vez de receber, você está doando.
Para ensinar de verdade, não dá pra ser passivo ou apenas compreender
“mais ou menos” o tema. Você tem que realmente dominar o assunto,
criar metáforas, fazer conexões, dar exemplos, enfim, exige um esforço
muito maior.
Eu, quando quero realmente saber se estou dominando um novo
assunto, tento montar uma palestra sobre ele. Se eu não conseguir é
porque ainda não tenho domínio o suficiente. E é justamente quando
estou tentando montar a palestra que vejo onde preciso me aprofundar.
Outro exemplo desta realidade é este livro que você está lendo agora.
Antes de começar a escrevê-lo eu já tinha uma boa ideia do que colocar
no papel. Mas foi no decorrer da criação que percebi algumas lacunas,
falhas, pontos desconexos. Então fiz pesquisas adicionais para
corroborar melhor alguns pontos. É quando ensina que você mais
aprende.
116
Mas atenção, quando eu digo para você ensinar o que está
aprendendo, não estou sugerindo simplesmente que você junte um bando
de pessoas e dê aula para elas, estou sugerindo que você encontre
maneiras criativas de manifestar aquilo que está aprendendo, nem que
seja apenas como um treino. Veja aqui três sugestões rápidas de
manifestação de conhecimento que podem te ajudar a solidificar seu
aprendizado em qualquer área:
Escrever um artigo.
Ao acabar de estudar um tema, depois que você acreditar que
realmente já dominou o assunto, escreva um breve artigo sobre ele.
Obrigue-se a sentar e escrever algo que sintetize aquilo que você
aprendeu ou então faça uma análise crítica do assunto. Você vai ver a
que a coisa nem sempre é tão simples quanto parece, é neste momento
que você estará realmente começando a “brincar” com o conhecimento
que adquiriu.
Não precisa ser um artigo grande ou complexo. A ideia aqui é ver se
você consegue expressar com suas próprias palavras – e com seu
raciocínio – aquilo que acabou de aprender.
117
Moral da história: não fique só na passividade quando tentar
aprender. Saia do lugar de receptor de informação para o lugar de
protagonista do conhecimento. É assim que você começa a elevar sua
competência a um nível em que podem começar a te ver como uma
referência. No início pode ser complicado este negócio de “ensinar”, mas
com o tempo você vai ver que não apenas dominará muito mais o
conhecimento em sua área, como começará também a dialogar com ele,
não somente absorvendo o que leu ou assistiu de outros autores, mas
fazendo suas próprias contribuições e críticas ao que eles disseram.
É neste momento que você deixa de ser apenas mais um em seu campo
de atuação, para começar a se tornar uma verdadeira autoridade.
118
3.2 Aspectos básicos para gerar credibilidade
É que na verdade não basta “ser”, você tem que “parecer” também.
119
Padrões Estupidamente Mínimos de Qualidade.
120
importância que você dá ao seu trabalho. Invista em algo bom. Não
precisa fazer nada ultramoderno, mas faça algo de qualidade, escolha
uma boa gramatura, um acabamento legal, pois isso faz parte dos
elementos que constroem sua imagem.
121
profissionalmente. Um bom fotógrafo nem custa tanto assim. Então, abra
mão de alguma coisa que você quer e pague por fotos decentes.
Ah, sabe aquela foto com um copo na mão e sorrindo na balada? Não
use.
122
Credibilidade não se constrói apenas com websites, cartões de vista e
fotos bacanas. Constrói-se principalmente com um serviço de qualidade.
E qualquer serviço de qualidade precisa ter algumas características
básicas, independente do campo de atuação. Estas características
provavelmente não vão te diferenciar absurdamente, mas pelo menos irão
garantir que você seja percebido como alguém que “faz o investimento
valer a pena”.
Vejamos alguns cuidados a serem tomados na relação com seus
clientes/pacientes:
124
Você já deve ter notado que algumas estratégias para ter sucesso
envolvem construir uma página no Insta/Facebook, escrever artigos,
fazer vídeos e oferecer valor gratuitamente às pessoas. Quando você fizer
isto, as pessoas vão responder, vão entrar em contato, vão perguntar
coisas. Neste momento você deve encontrar uma forma, mesmo que
rápida e objetiva, de dar atenção, de agradecer, de fazer as pessoas
sentirem que são importantes para você. E não é pra FINGIR, criatura. É
para demonstrar mesmo.
Veja que aqui não estou falando de responder perguntas ou solicitação
de algum orçamento, estou falando de interagir com quem simplesmente
vem dizer um “oi”, entende? Pode ter certeza, se as pessoas não forem
importantes para você, você também não será importante para elas.
4. Preço apropriado.
As pessoas geralmente não compram coisas com base no preço
(mesmo que elas digam que fazem isso). Elas compram com base no valor
percebido. Isso explica por que uma pessoa com um Iphone de última
geração acha caro pagar cerca de três mil reais num website decente.
O segredo para cobrar um preço justo é aumentar a percepção de
valor. E as técnicas que você vai aprender aqui têm como objetivo te
ajudar a entregar tanto valor para seus clientes que eles aceitarão fazer
um investimento mais alto para estar com você, ao invés de procurar
outro profissional.
Valor muito baixo comunica pouca qualidade, mesmo que isto não
seja verdade. Se for necessário, atenda algum cliente gratuitamente na
primeira vez ou diga que está oferecendo um “pacote de cortesia inicial”
por um preço diferente. Mas jamais passe a ideia de que você é um
profissional “barato”. O caminho não é por aí. Uma coisa é você dar uma
cortesia ou atender uma vez “na faixa”. Outra coisa é você se estabelecer
num preço baixo.
Eu, por exemplo, cobro hoje R$ 4.000,00 por uma palestra. Mas nem
todas as palestras eu vendo por este preço. Quando percebo que algum
potencial cliente não pode pagar, mas o negócio é interessante, digo que
vou oferecer um bônus de primeira vez ou que farei um preço especial
pela causa. Na prática, algumas vezes eu cobro mais barato, mas a
125
percepção continua sendo a de que meu preço é R$ 4.000,00, porque é
isso que eu comunico.
Agora, um subtópico importante:
O Poder da Imagem
Estamos acabando o segundo tópico e antes de você começar a refutar
ou questionar a importância de alguns pontos que listei acima, considere
uma coisa: vivemos num mundo de imagens e experiências.
Embora o que importe de verdade nessa vida seja o conteúdo, a
“forma” é um elemento extremamente valorizado em nosso momento
histórico. É por isso que detalhes estéticos e de interação com o cliente
fazem tanta diferença. Não sei você, mas eu já deixei de frequentar bons
lugares por causa de pequenos detalhes que estragaram minha
experiência.
É neste ponto que você tem que se focar o tempo todo: na experiência
de seus clientes. O conjunto de sugestões mostrado aqui, como pré-
requisito para uma base sólida, tem exatamente o objetivo de te ajudar a
gerar uma experiência agradável para seu cliente. Desde o seu e-mail,
passando pela qualidade de seu website, até seu tempo de reposta e sua
gentileza, tudo isso conta para que se forme um “todo” positivo na cabeça
daqueles que você está atendendo. É esta grande impressão positiva que
eles vão “passar para frente” quando falarem de você.
E uma coisa é fato: se eles gostarem de você, vão falar. Se não
gostarem, tenha certeza, vão falar mais ainda! E agora vamos para o
último tópico deste capítulo. Se você for sensível, pegue uma caixa de
lenços.
126
3.3 Aceitando-se como um profissional competente
127
Ok, eu sei que a nossa formação é teorizada em excesso, entendo que
as pessoas não sabem o que fazemos e estou ciente da falta de
habilidades mercadológicas dos psicólogos. Mas, pode acreditar, o que
mais atrapalha os psicólogos que desejam trabalhar por conta própria é
a palavrinha citada lá em cima e que escrevo aqui outra vez: medo.
128
esperou ansiosa a repercussão. O resultado? Recebeu elogios. Depois
pediram outro artigo e ela foi até procurada por potenciais pacientes. Mas
a parte engraçada vem agora: enquanto falávamos, ela me disse que
estava se sentindo bastante “desconfortável e insegura” com aquilo.
Disse, inclusive, que estava encabulada e sem saber exatamente o que
sentir.
129
acreditam que são competentes. Então, veja que interessante: em muitos
casos o meu trabalho com o candidato é mais voltado para a autoestima
e para o autoconhecimento do que para aspectos como fala ou postura.
Muitos deles, quando entendem o valor que têm, automaticamente
mudam sua forma de se comunicar.
Mas atenção, não estou sugerindo aqui que você deve se considerar
um profissional competente se você não for. Por isto este capítulo
começou falando sobre se preparar muito bem. Uma coisa é “aceitar” que
você é bom, outra coisa é fingir. Quem não tem competência e se
comporta como se tivesse, até consegue enganar alguns por certo tempo,
mas não se sustenta no mercado.
Isto não tem nada a ver com ser arrogante, tem a ver com acreditar
em si mesmo, por isso eu chamo de confiança embasada. É uma
sensação clara e honesta de que você tem o poder de ajudar as pessoas
a melhorarem suas vidas. É a convicção de que seus serviços podem ter
resultados positivos na realidade de seus clientes. Insisto no ponto: isto
não é ser convencido, é conhecer seu próprio valor e aceitar que é bom.
130
Acredite em sua capacidade e comece a aceitar que as pessoas podem
te ver como uma autoridade.
Somente assim elas vão te perceber desta forma.
Conclusão
Enfim, chegamos ao final capítulo 3.
Ao contrário do capítulo 2 que tratou de aspectos mais objetivos em
relação ao mercado, este capítulo procurou tratar do “lado interno” do
profissional que há em você e de alguns detalhes básicos para iniciar sua
atuação.
Daqui para frente, nos próximos capítulos, voltaremos nossos olhos
para os aspectos mais práticos e ferramentais do aprendizado, mas, por
favor, não menospreze a importância desta etapa que você está
concluindo agora. Digo isto porque é bem comum – e noto isso claramente
em minhas mentorias – ver as pessoas querendo falar sobre planos,
estratégias e táticas, evitando se aprofundar em temas que falam de si
mesmas.
Entenda que nem todas as técnicas de marketing do mundo serão
úteis se você não for extremamente competente no que faz, se você não
estiver atento aos detalhes, e, principalmente, se você não confiar em si
mesmo.
Estamos entendidos?
Agora vem um breve resumo para que você se certifique de não ter
perdido nada.
131
Amarrando tudo
132
Existe muito conhecimento sobre praticamente qualquer área que
você escolher. Seu papel é se debruçar para se tornar um dos melhores
no assunto.
133
Você terá mais dicas neste livro sobre como fazer – ou refazer – seu
website. Este lembrete aqui é apenas para você já preparar o espírito – e
o bolso – para investir um pouco. Não faça você mesmo! A não ser que
você seja um excelente designer e programador.
2.6 Responsividade.
Esteja pronto para dar retorno às pessoas sem demorar muito. Você
vai ver que existem uma série de produtos e serviços que você pode
oferecer além da terapia, muitas vezes eles exigirão que você responda
perguntas e tire dúvidas.
134
até faça alguma coisa de graça, mas deixe claro qual é o seu “preço
normal”.
E por último, mas não menos importante:
135
CAPÍTULO 4: CRIANDO EXPERIÊNCIAS PARA SEUS
CLIENTES
136
Objetivos de aprendizagem
O que veremos
137
Aplicabilidade prática
Introdução
Se tudo o que você tem é um martelo, você pensa que todo problema é
um prego.
138
Este ditado serve para explicar um pouco da visão que muitos
psicólogos têm sobre suas carreiras. Se eu tivesse que definir esta visão
em uma palavra, seria esta: restrita. Neste capítulo vamos justamente
dar um jeito de modificar isto.
O objetivo aqui é ampliar, agregar, expandir. O que desejo fazer é
transformar sua visão a respeito das diversas formas pelas quais você
pode usar seu conhecimento de psicólogo para entregar valor às pessoas
que você resolveu servir com o seu trabalho. Formas que, além de
ampliarem suas possibilidades comerciais, também permitem que seu
trabalho alcance pessoas que jamais pensariam em contratar – ou
poderiam pagar – um psicólogo.
A lógica que você vai conhecer agora, se for aplicada de forma
consistente e por muitos psicólogos, tem tanto poder de mudar nossa
sociedade quanto qualquer prática governamental bem estruturada. Até
aqui nós falamos basicamente de conceitos e formas de perceber a
realidade, chegou a hora de começar a estruturação das coisas pra valer.
É o momento de usar sua criatividade para dar vida à sua ciência.
Mas não apenas isso. Neste capítulo quero te propor também uma
considerável mudança de (aff!) paradigma. Um jeito novo de enxergar sua
atuação e imaginar suas possibilidades. Um dos pontos centrais desta
terceira parte é a compreensão de que a atividade clínica,
operacionalizada na forma da famosa psicoterapia, é apenas UMA das
possibilidades que você tem de oferecer valor. Não é a mais importante,
embora seja a mais profunda. Não é necessariamente a melhor para todos
em todos os momentos, não é nem mesmo a mais desejável dependendo
de seus objetivos. Trata-se de apenas uma possibilidade.
E aqui entra a pergunta: por que temos tanta fixação com a tal da
psicoterapia?
A resposta é elementar: porque ela é basicamente a única forma de
intervenção que nos foi ensinada na faculdade. E porque é, realmente, o
formato mais tradicional através do qual psicólogos entregam valor a seus
clientes no mundo todo. Na verdade, falar em psicólogo é quase sinônimo
de se falar em psicoterapia.
Apesar de ser apenas uma ferramenta, ela se “colou” de tal forma à
nossa profissão que é quase como se sua prática fosse uma parte
intrínseca do que é ser um profissional de psicologia. E não é. Pelo menos,
não necessariamente.
O fato é que apesar de ser uma ferramenta bastante útil e realmente
ter seus resultados verificados em diversas abordagens, sob o ponto de
vista do mercado, a psicoterapia não deveria ser vista como a “pedra
139
angular” de seus serviços como psicólogo. Fazer isto seria ignorar as
imensas possibilidades de ajudar as pessoas e dar literalmente um tiro
no pé em relação às suas possibilidades de crescimento profissional.
Preste atenção: o que você vai aprender nas próximas páginas irá
permitir que você amplie absurdamente o alcance de sua mensagem e o
alcance de seu trabalho como psicólogo. Além de ganhar mais dinheiro,
você vai multiplicar a ajuda que oferece ao mundo. Vai identificar
possibilidades de atuação onde sequer imaginava que pudessem existir,
e, principalmente, vai começar a desenvolver a fundamental habilidade
de “brincar” com seu conhecimento, dando a ele formatos que se
adequem perfeitamente às necessidades do ambiente no qual você estiver
inserido.
Lembra de que no início desse livro eu disse que um dos requisitos
mais importantes para aproveitar o aprendizado ao máximo era ter a
cabeça aberta? Acredito que neste capítulo você vai entender exatamente
o porquê.
140
4.1 Desenvolvendo experiências de crescimento e transformação
Quer ver sua agenda preenchida e atender com prazer as pessoas que
você escolheu ajudar, certo? Bom, muito bom. Ter um consultório lotado
é o sonho de muitos psicólogos desde a faculdade. É totalmente natural
que este seja um sonho seu também. Mas me diga uma coisa: é só isso
mesmo? Depois de 5 anos de estudo, de tanta ciência e tanto
aprendizado, tudo o que você consegue enxergar na sua frente é um
consultório lotado?
Se for, vamos tratar de ampliar sua visão agora mesmo.
141
Mas atenção para o seguinte: eu NÃO estou dizendo que a psicoterapia
é pouco importante na sua carreira. De forma alguma! Como citei, a
psicoterapia é a ferramenta mais tradicional com a qual os psicólogos
trabalham, sob diversos pontos de vista é a mais completa forma de
intervir e modificar o comportamento humano para melhor. Um processo
psicoterápico bem conduzido é um trabalho que pode gerar
transformações valiosas na vida das pessoas.
Portanto, que fique claro: a psicoterapia pode e deve ser valorizada!
Só que existem diversas outras opções e formatos para você trabalhar
com seu conhecimento que não devem ser negligenciados caso você
deseje uma carreira próspera, além de levar a psicologia para mais
pessoas. E são estes diferentes formatos que, além de gerarem uma
excelente receita financeira, também vão permitir que você chegue a
muito mais gente do que chegaria se estivesse somente na atividade
clínica tradicional.
Entende a força desta lógica? Não, né? Eu vou explicar: conquistar
mais clientes e democratizar o acesso ao seu trabalho são duas ações que
andam de mãos dadas. Basta fazer isto com inteligência e ter coragem de
arriscar. A palavra é exatamente esta: arriscar. Nós, psicólogos,
precisamos, na minha opinião, sair do pedestal. Se quisermos realmente
ajudar as pessoas, precisamos deixar nossas “tumbas sagradas” e fazer
um movimento em direção ao mundo. Temos que estender os braços e
tocar aqueles que estão aí fora, muitas vezes vivendo de forma limitada e
emocionalmente doente por falta de autoconhecimento. Pode ter certeza
de que a atividade clínica, isoladamente, não é suficiente para gerar
transformação no mundo e não é a forma mais eficaz de construir uma
carreira próspera.
Agora uma observação importante: vou usar a expressão “atividade
clínica” eventualmente neste capítulo, mas com um sentido mais amplo
do que o tradicional. Quando eu me referir à clínica aqui, não estarei
falando somente de psicoterapia, mas também de outros serviços, como
orientação psicológica e até mesmo uma orientação vocacional.
Explicando melhor: do ponto de vista mercadológico, a atividade
clínica será tratada neste capítulo como sendo toda atividade que você
faz individualmente, presencialmente, na qual você troca uma unidade
de tempo por um determinado valor em dinheiro. Trocando em miúdos,
estou falando de atendimento individual. De uma interação sua com um
cliente no clássico modelo “psicólogo-paciente” propagado pela
psicologia.
Dito isto, prossigamos.
142
Oferecendo opções aos seus clientes
143
“Após se identificarem como sendo do meu nicho e perceberem minha
proposta de valor, que tipo de produtos e/ou serviços as pessoas
gostariam de comprar de mim?”.
144
Note que os dois pontos acima são focados em resultados. Seu
trabalho não é – ou não deveria ser – apenas levar as pessoas a refletirem
sobre seus problemas ou tomarem consciência de suas limitações e
possibilidades. Isto é parte do processo. O que importa mesmo é o que
resulta disso, o que melhora lá na frente. Uma dor trabalhada, uma
esperança alcançada. Isso não quer dizer que você vai mascarar situações
de angústia ou dizer ao cliente o que fazer – falando de psicoterapia. Quer
dizer que é importante sempre pensar em “que frutos” a pessoa vai colher
a partir do contato com o seu trabalho.
145
• O que tira o sono delas?
• O que as faz sonhar acordadas?
Note que estas são perguntas que você já fez para ajudar a definir sua
proposta de valor, agora você recorre a elas novamente para criar seus
produtos e serviços. Você tem que descobrir detalhes sobre estas dores e
sonhos e então começar a criar soluções que – derivando de sua proposta
de valor principal – venham ao encontro disso.
Tudo é parte de um sistema lógico e interligado que gera diversos
pontos de contato entre você e seu público. Mas, para facilitar, vamos a
um exemplo real de minha carreira.
Preste muita atenção, pois este é um caso real sobre como desdobrei
minha proposta de valor em serviços e produtos a partir da observação
de meu público. Para ficar mais didático, também mostro como foram
aplicados – de forma simplificada – os conceitos dos capítulos 2 e 3 dentro
desse processo de construção.
146
Então vejamos abaixo um pouco da metodologia que proponho nesse
livro aplicada à construção do meu negócio, os exemplos estão nomeados
de acordo com os capítulos que você já leu:
147
Capítulo 3: Construindo suas bases
3.1 Minha competência:
Embora eu já tivesse muita experiência na área, estudei os websites
de dois profissionais que fazem isto fora do Brasil e li três livros sobre o
tema. Durante 3 meses eu estudei tudo o que podia a respeito das
melhores e mais atuais técnicas em entrevistas de emprego disponíveis
no mercado.
Sabe o tal do “estado da arte”? Foi a ele que eu quis me entregar.
148
disso no capítulo 5 – não demorou muito e consegui uns poucos clientes.
“Ótimo! Agora vou viver de treinamentos por Skype”, pensei comigo
mesmo.
Mas algumas coisas não previstas estavam acontecendo. Conforme
fazia os treinamentos por Skype, percebi que algumas pessoas que
contratavam o serviço me pediam para ajudá-las também com seus
currículos. Então eu passei a oferecer, adicionalmente, o serviço de
preparação e revisão de currículos. Veja que agora eu já tenho uma nova
opção para meus clientes.
149
• Tradução de currículos.
• Treinamento online para entrevistas de emprego.
Entendeu a lógica?
Trata-se da velha frase: pense fora da caixa (gente, cliché é pra gente
usar mesmo).
150
“Meu nome é fulano e minha especialidade é ajudar casais a terem um
relacionamento harmônico e saudável”. Isto é a sua proposta de valor,
bem simplesinha.
Colocando o valor no centro tudo mais pode ser criado a partir dele.
Mas não apenas isso: quando cria diferentes formatos para entregar seu
valor, você atinge pessoas com diferentes tipos de necessidades e
151
possibilidades financeiras, permitindo que todas tenham a oportunidade
de se beneficiar de seu conhecimento de alguma forma.
Sem contar o fato de que estes produtos e serviços adicionais contam
como propriedade intelectual e passam uma imagem tremenda de
credibilidade para você. Geralmente, quanto mais você produz, mais
respeitado é. Desde que seu conteúdo tenha qualidade, é óbvio.
Apenas para finalizar esta parte, veja aqui, em tópicos, alguns dos
benefícios de decompor sua proposta de valor em diferentes serviços e
produtos:
152
4.2 Organizando sua “estante de experiências”
Diversificação de Portfólio
Se você analisar bem, vai perceber que todas as grandes marcas têm
aquilo que chamam de portfólio de produtos. Este portfólio geralmente é
constituído por produtos de entrada, produtos medianos e os famosos
“top de linha”. Eles propositadamente constroem opções para diferentes
gostos, interesses e possibilidades financeiras.
É esta mesma lógica que podemos aplicar em nossos negócios na área
da psicologia, especialmente porque o que nós temos a oferecer, na minha
153
opinião, vale bem mais que um Ipod ou um MacBook. Na verdade,
quando criei aqueles diferentes produtos e serviços voltados ao tema
“Entrevista de Emprego” que vimos no tópico anterior, eu já estava
montando um portfólio, só que sem observar a lógica da estante de
experiências, que vou te apresentar agora.
O que eu chamo de “estante de experiências” nada mais é do que um
conjunto lógico e ordenado de serviços e produtos que você cria para
oferecer ao seu nicho de forma que eles percorram um caminho
ascendente até chegar à sua oferta de maior valor – ou não. Isso porque
nem todos vão percorrer todos os andares da estante, mas é por isso
mesmo que ela tem vários andares.
Se você é um fá da marca Audi, por exemplo, pode escolher entre o
Audi A1, bonitinho e bem completo, até o A7, um primor de automóvel.
Tudo vai depender do que você está buscando, e claro, de suas
possibilidades financeiras. Mas a questão é que a Audi oferece diferentes
formas de você se relacionar com ela, não uma só. Veja que agora não
estamos falando apenas em criar diferentes opções para seus clientes,
estamos falando em criá-las propositadamente em diferentes faixas de
preço e valor oferecido.
Este processo ascendente, a partir do qual alguém entra em contato
com um produto de baixo custo e vai subindo até um de custo mais alto,
é o que batizei aqui de “lógica da estante”.
A lógica da estante
154
Nesta “prateleira” estão colocados aqueles produtos e serviços que
custam menos e são mais fáceis de consumir. O objetivo destes produtos
e serviços é, eventualmente, gerar um pouco de receita, mas
principalmente iniciar uma relação mais profunda entre você e seu
cliente.
Dois exemplos de produtos de entrada:
Exemplos de títulos/temas:
155
relativamente simples de se consumir, não levar muito tempo e ter um
preço bem acessível.
Exemplos de títulos/temas:
Note que os títulos de e-book que sugeri antes também poderiam ser
usados para estes workshops e vice-versa. Lembre-se: a ideia básica é
oferecer mais de uma opção, como estamos falando do primeiro andar da
estante, os produtos devem ter um baixo custo de aquisição, pois o
objetivo maior – repito – não é gerar muita receita, é começar a construir
uma relação com as pessoas de seu nicho.
Na verdade, alguns profissionais optam até por oferecer gratuitamente
– em algumas ocasiões – os itens do primeiro andar, justamente como
forma de ganhar credibilidade com o seu público.
A título de curiosidade, este livro que você está lendo é um produto
pago do primeiro andar da minha estante de ofertas. Através dele, talvez
você venha para um curso online, que está no segundo andar, ou mesmo
até o andar mais alto, pra minha mentoria.
Esperto, né?
156
Veja que este é o segundo andar porque, além dos produtos exigirem
um investimento financeiro um pouco maior, exigem mais
comprometimento dos clientes. Lembre-se de que o custo não é só de
dinheiro, é também de tempo que a pessoa vai dedicar para consumir o
trabalho.
Exemplos de títulos/temas:
157
2. Palestras: uma palestra nada mais é do que uma apresentação
resumida de um determinado assunto para informar e/ou motivar um
público. Ela pode estar tanto no primeiro quanto no segundo andar da
estante. Quando você faz a palestra e vende diretamente para o cliente
final, ela está no primeiro andar. Quando você a vende para uma
empresa, escola ou outra organização, digo que está no segundo andar.
Você pode, por exemplo, promover sua própria palestra para 100
pessoas, embora ela tenha um custo individual baixo para quem compra
– R$ 60,00 por exemplo – representa uma boa receita para você (se você
vender as 100 entradas). Este é um caso em que a palestra estaria dentro
do primeiro andar/prateleira da estante.
Por outro lado, uma empresa ou escola – clientes intermediários – pode
contratar sua palestra por algo em torno de R$ 3.000,00, embora este
pareça ser um valor alto, ele não está sendo pago por uma pessoa física,
e sim por uma instituição. Por isso, proporcionalmente, o valor é
mediano. Aqui a palestra está no segundo andar.
Exemplos de títulos/temas:
158
online, que não exigem um deslocamento físico, podem ter uma carga
horária maior e mais diluída no tempo.
Exemplos de títulos/temas:
159
em 10 sessões de uma hora e meia e obedece a um conjunto lógico de
passos e a uma metodologia específica.
Ao contrário do que muitos pensam, do ponto de vista legal não é
preciso ter uma certificação para se oferecer coaching. Ninguém vai te
exigir um certificado para trabalhar com isto – motivo pelo qual a prática
se transformou em uma verdadeira lambança no Brasil – mas certamente
uma boa formação vai torná-lo um coach muito mais competente.
Por isso, SE for atuar como coach recomendo fortemente que você faça
uma certificação. Uma boa certificação custa a partir de R$ 5.000,00 e
existem algumas instituições sérias que fazem isto no Brasil. A Academia
do Psicólogo tem uma formação exclusiva para profissionais de psicologia
e uma metodologia específica da psicologia. Aliás, só aceitamos
psicólogos.
Para o cliente o valor se assemelha bastante ao da psicoterapia, a
diferença é que no coaching o costume é vender um pacote inteiro de
sessões (10 sessões) de uma só vez. Em torno de R$ 200,00 por sessão,
é o que os coaches cobram na média, podendo ser muito mais que isso.
E um detalhe para você não falar bobagem por aí: coaching é o nome da
prática. Quem pratica o coaching é um “coach”. Estou dizendo isso porque
já ouvi psicólogos afirmando que querem ser “coaching”. Isto equivale a
dizer que você quer ser “psicoterapia”. Definitivamente não pega bem.
160
Percebe como tudo está interligado?
O que você faz para criar sua estante é simplesmente transformar seu
valor em diferentes experiências de aprendizado para as pessoas que você
quer ajudar. Quanto mais experiências você criar – desde que elas
tenham qualidade – melhor será. O motivo é que, juntas, estas
experiências que você cria constroem no mercado uma percepção muito
grande de valor agregado, e, automaticamente, te conferem autoridade.
Afinal, uma coisa é você ser um psicólogo com um cartão. Outra coisa é
você atuar em uma área específica, ter uma palestra, um livro online, um
curso, um treinamento e ainda o serviço clínico por trás disso.
Faz sentido? Imagino que sim. Mas vamos escarafunchar um pouco
mais o conceito.
Embora possa parecer óbvio, te convido a dar mais uma rápida olhada
nos critérios que definem “em que andar de sua estante” um determinado
produto/serviço vai ficar.
São pelo menos três critérios:
1) Investimento financeiro.
2) Facilidade de consumo.
3) Valor agregado.
161
3) O valor agregado, embora possa ser percebido como alto pelo
cliente, ainda é o mais baixo de sua estante. Com certeza quem
fizer um curso terá um nível maior de aprofundamento dos
conceitos do que quem apenas leu o e-book. Quem se submeter
a um processo psicoterápico, obviamente, se aprofundará mais
ainda e tenderá a colher mais benefícios.
Relembrando:
Os produtos da prateleira mais baixa são aqueles que vão estabelecer
uma conexão com seu possível cliente e começar a educá-lo
emocionalmente para que ele, de livre e espontânea vontade, decida se
vale a pena buscar outros serviços que estão em andares superiores ou
mesmo “no alto” da estante.
Agora você me pergunta: existe a possibilidade das pessoas te
conhecerem e já contratarem de cara o serviço da prateleira mais alta? O
de maior custo e valor agregado? Claro que sim. Eu mesmo já vendi
mentoria – meu serviço mais alto – para pessoas que apenas leram um
artigo meu. Você, por exemplo, comprou este livro que está no primeiro
andar e assim que acabar de ler vai me mandar um e-mail querendo logo
a mentoria.
Brincadeira, tá?
162
Para ajudar nisso, mostro agora um exemplo hipotético, mas muito
plausível, de como funciona a lógica da estante aplicada a um nicho. Está
tudo muito simplificado para não ficar longo demais, mas é possível
perceber completamente a dinâmica da coisa. Para o exemplo vamos falar
do nicho relações amorosas, ok?
163
já conhecem um pouco do valor que você tem a oferecer. Você também
não vai gastar muito com publicidade, uma vez que vai usar suas redes
sociais para se divulgar, no máximo impulsionando um ou outro post.
Então, como foi tudo bem planejado, seu workshop é um relativo
sucesso, com a presença de 15 casais que ficaram muito satisfeitos com
o trabalho. Agora perceba: estas pessoas já leram seu e-book e gostaram
do seu workshop.
Será que estão prontas para os serviços do próximo andar?
É o que vamos ver.
164
No máximo, você os menciona. É que eles são, como você já viu, serviços
mais personalizados em que o suporte é contínuo e a abordagem costuma
ser individual – ou neste caso – em casal. E eles são considerados de alta
barreira de entrada justamente por serem mais custosos e demandarem
mais tempo e dedicação do cliente.
Para refletir.
Enfim, estamos acabando o segundo tópico deste capítulo e tenho
certeza de que você entendeu a lógica do processo. Mas talvez esteja se
perguntando: eu vou ter que aprender a criar tantos formatos de
produtos e serviços assim? Tenho que escrever um e-book? Fazer um
workshop simples? Depois criar um maior? Lançar um curso? Ter uma
palestra?
Mas vamos facilitar as coisas. Você não precisa ter uma grande
diversidade de produtos logo de início (nem mesmo depois). Se quiser ter
muitos produtos e serviços, pode, eu até recomendo. Mas também é
possível ter apenas um em cada prateleira da estante. Por exemplo, se
você trabalha com educação infantil, pode ter um e-book + curso para
mães + psicoterapia. Cada produto está em uma prateleira diferente e
165
cumpre seu papel de gerar credibilidade e captar o interesse dos clientes
com diferentes possibilidades de investimento.
Então não se desespere pensando que você vai ter que se tornar uma
máquina de criar produtos e serviços. Isto não é necessário. Mas aqui
entra um ponto curioso. Talvez você queira. Já vimos que todos os
capítulos deste livro estão interligados e que o aprendizado de cada parte
se reflete em um todo maior. O que quero dizer com isso é o seguinte: se
você encontrar um nicho com o qual realmente se importe, e se você se
tornar realmente muito competente nele, você provavelmente VAI
QUERER criar diferentes experiências de aprendizado e crescimento para
seus clientes. Vai ser divertido e recompensador.
Entenda que o processo de criação não é para ser mecânico ou
forçado, deve ser o fruto natural de seu desejo de ajudar as pessoas.
Quando se está no nicho certo, há um prazer natural em decompor seu
conhecimento nestes diferentes produtos e serviços. Dá trabalho e exige
esforço? Claro que sim. Haverá momentos em que você desejará
descansar, mas tem algo a produzir (minha cama está olhando pra mim
enquanto escrevo isto), só que a motivação e a conexão emocional com o
trabalho fazem você se superar e continuar.
E acredite: é extremamente recompensador, tanto do ponto de vista
financeiro quanto existencial, quando você vê o produto/serviço pronto e
a vida das pessoas sendo transformada.
Agora me permita abordar, pra gente encerrar mesmo esta parte,
alguns “aspectos não tão óbvios da lógica da estante”. Agora que tudo já
foi exaustivamente explicado e exemplificado (Foi, né?), deixe-me
desconstruir algumas coisas para que você possa ficar com a mente
“livre” e exprimir toda a sua criatividade!
Sabemos que a estante tem que ter 3 andares, certo? Errado.
A sugestão dos 3 andares é baseada na lógica de mercado da qual
falei, de produtos de entrada, intermediários e top de linha. Mas sua
estante pode ter dois, quatro ou até mais andares se você quiser. Claro
que se houver apenas um andar – só psicoterapia, por exemplo – não é
uma estante, é apenas uma oferta isolada. É preciso que haja no mínimo
dois andares para ser uma estante. Mas eu sinceramente recomendo que
você crie ao menos 3, pois é um número razoável, pense bem: se o seu
produto/serviço top de linha é a psicoterapia, você terá que criar apenas
outros dois para as prateleiras mais baixas.
Os produtos da estante mais alta são os mais lucrativos, certo? Errado
de novo.
166
E este ponto é muito interessante: embora o custo de investimento e
o valor agregado do produto da prateleira mais alta sejam maiores para
o cliente, isto não significa que ele é o mais rentável para você. O motivo
é simples: Os produtos e serviços que estão nos lugares mais altos, no
caso de psicólogos, geralmente não têm escala.
Vejamos isso melhor: quando vende um processo psicoterápico, por
exemplo, mesmo que você cobre, R$ 150,00 por sessão – um bom valor
financeiro – esta é a receita máxima que você vai ganhar por uma hora
do seu tempo.
Se você atender 3 pacientes fixos por dia – um número razoável – serão
R$ 300,00. Em 22 dias úteis num mês, serão R$ 9.900,00. Está muito
bom, não está? Mas agora vamos supor que:
Uma edição do curso que toma este livro como base tem, em média,
80 inscritos e custa, em média, cerca de mil reais.
Por incrível que pareça, seus produtos do andar mais alto podem ser,
de certa forma, menos rentáveis que os do segundo andar.
No meu caso, como já disse, meu produto mais alto é a consultoria,
pela qual cobro hoje entre R$ 200,00 e R$ 250,00 por hora avulsa, um
pouco menos no caso de um pacote fechado com vários encontros. Ainda
167
assim, do ponto de vista de rentabilidade, vender uma palestra ou um
curso, é muito melhor do que ter vários clientes de consultoria.
A pergunta a ser feita é: o que realiza mais?
Eu recomendo fazer um mix, atuando com serviços de todos os
andares e assim garantindo uma boa renda ao mesmo tempo em que
ajuda um número cada vez mais amplo de pessoas.
168
4.3 E-books, workshops e palestras
Caro colega psicólogo, digo mais uma vez: não se assuste com a
complexidades das coisas antes de começar a fazê-las. Para colocar em
prática tudo o que está aprendendo neste livro, você já sabe que vai
precisar desenvolver uma série de competências paralelas ao seu
conhecimento em psicologia. Digo desenvolver, porque talvez você já as
tenha em algum nível e precise apenas aprimorá-las. Para fazer isto,
logicamente, você vai ter que procurar outras fontes de conhecimento.
1. Escrever um E-book.
Existem cursos que ensinam e até material gratuito na web. Pena que
a maioria está em inglês. De qualquer forma, aqui vou te dar um passo a
passo simples, mas bastante completo, para você começar a criar seu
primeiro e-book. Depois é só você se aprofundar.
Como vimos, o e-book é um produto que fica na parte de baixo de sua
estante e serve para captar a atenção das pessoas de seu nicho por um
preço baixo. Se quiser, você pode até oferecer o e-book de graça como
forma de divulgar seu nome. Outro ponto importante: ao criar um e-book
você necessariamente fará um exercício de reflexão sobre seu conteúdo e
escrita, isto é altamente importante para você se destacar no ramo da
venda de conhecimento.
2. Montar um workshop.
169
Embora não exista uma fórmula única, a tarefa de montar um
workshop obedece a alguns princípios lógicos que tornam tudo mais fácil.
Neste caso, convidei o psicólogo Pedro Paulo Horn de Souza para
contribuir apresentando um tutorial básico, porém completo, sobre como
transformar seu conhecimento em uma experiência de aprendizado
instigante e valorosa.
O que você vai aprender é uma estrutura elementar que pode ser
adaptada para criar um workshop voltado especificamente para seu
nicho. Como já vimos, embora seja um produto do “meio” da estante, o
workshop pode ser até mais rentável que produtos lá de cima.
1. Escrevendo um e-book.
170
A primeira coisa a entender em relação a este assunto é: escrever um
e-book é um grande desafio. A segunda coisa: é totalmente possível. O
trabalho é intenso porque trata-se, no fim das contas, de escrever um
livro mesmo. Aliás, algumas pessoas me perguntam qual a diferença de
um e-book para um “livro”.
Teoricamente, nenhuma.
171
de banana. Isto é uma estratégia deliberada. Quanto mais e-books por
aí, mais conhecido ele fica como palestrante. O foco dele não é ganhar
dinheiro com os e-books, é ganhar com as palestras.
E-books, neste caso, servem para dar credibilidade e propagar seu
nome.
Aspectos a considerar
• É muito trabalho.
Não é nada muito complexo ou difícil, é apenas demorado e exige
muita concentração. Encare como algo semelhante a fazer um TCC, só
que sem todas as regras chatas da ABNT. Seu livro pode e deve ter
embasamento científico, mas é um embasamento pressuposto. Você não
vai ficar fazendo citações e escrevendo notas de rodapé.
Por exemplo: você está lendo o capítulo 4 de um livro sobre
empreendedorismo e marketing para psicólogos. Tudo que escrevo aqui
não sai simplesmente da minha cabeça. É uma mistura de literatura
sobre marketing, empreendedorismo e minhas vivências e experiências.
Mas eu não fico fazendo citações dentro dos moldes de trabalhos
científicos.
Você deve procurar se embasar seriamente para emitir quaisquer
opiniões e dar quaisquer sugestões, mas não precisa – nem deve –assumir
um formato excessivamente acadêmico (a não ser que seja um livro
acadêmico, é claro).
172
Não pare sua vida para escrever um e-book ou você vai desistir. Eu
diria que separar uma hora de seu dia – todos os dias – para trabalhar
nele é suficiente, desde que você siga isto à risca. Claro que em alguns
dias não vai dar para trabalhar uma hora inteira e em outros você vai
estar tão envolvido que pode passar mais de 3 horas trabalhando.
Mas pelo menos você tem uma programação. O que não pode
acontecer é você deixar as coisas soltas e ir fazendo de vez em quando.
Assim, acredite em mim, o trabalho nunca vai ficar pronto.
• É preciso pesquisar.
Por mais que você entenda do assunto, você deve ler artigos ou trechos
de livros que possam adicionar informações relevantes. Por exemplo,
antes de escrever esta parte aqui, eu pesquisei uns 5 artigos sobre como
escrever e-books, li trechos de alguns, peguei partes de outros e aqui
estou adicionando meus comentários e meu estilo.
Não é para você sair copiando coisas dos outros, mas é para absorver
muito material e enriquecer o seu, criando seu estilo próprio.
É óbvio que seu tópico deve estar relacionado ao seu nicho. Você não
vai escrever um e-book sobre como cultivar feijão orgânico se você quer
vender serviços de orientação de carreira. Só que, além deste ponto óbvio,
há alguns cuidados interessantes a serem tomados para “enviesar” seu
e-book da maneira certa.
Basicamente, você pode criar seu e-book tendo como ponto de partida
qualquer uma das três lógicas abaixo:
• Resolver um problema.
Seu e-book, neste caso, tem um foco muito pragmático e evidencia isto
no título. Estes são os famosos “How to” que os norte-americanos tanto
usam. O primeiro contato com o e-book já denota seu caráter de “como
fazer” a respeito de um determinado tema. Lembre-se de que estamos
falando de uma aproximação mais rasa do tema. Não é psicoterapia, não
173
é algo que vai ressignificar a vida da pessoa, são perspectivas e pontos de
vista compartilhados.
Exemplos:
Veja que estes títulos são objetivos, vão direto ao ponto e servem para
e-books menores que sejam quase um tutorial comentado a respeito de
algum tema. Agora uma outra lógica. Seu e-book também pode ser criado
para:
174
As pessoas são curiosas. Elas se perguntam sobre várias coisas o
tempo todo. É por isso que as revistas de fofoca fazem tanto sucesso. Seu
e-book pode se aproveitar deste aspecto do ser humano e partir do viés
de “satisfazer curiosidades específicas”.
Exemplos:
Neste caso, note que você não está se focando exatamente em oferecer
um tutorial, nem mesmo em explorar algo que seja abertamente um
medo, você está focando em dar mais informações a respeito de um
determinado tema.
IMPORTANTE!
Escolha o viés que quiser, tome cuidado para não cair no tecnicismo.
As sugestões dadas acima não são apenas de temas, mas também de
títulos. O seu título é o que captura a atenção do leitor. Conheço um
autor que diz que você deveria gastar 50% do tempo de produção de um
artigo só pensando no título de tão importante que é. Ok, não precisa
gastar 50% do tempo, mas dedique-se com afinco.
Seu título tem que ser atraente e interessante, mas não apenas para
você ou para outros acadêmicos. Tem que ser interessante para o público
de seu nicho. Os mesmos temas sugeridos acima, se tratados a partir de
títulos técnicos, nem de longe tem o mesmo impacto.
Veja estes títulos:
175
Percebe a diferença?
Não estou dizendo que estes títulos não vendam. Mas são muito menos
“interessantes”, do ponto de vista de marketing, do que os exemplos
dados anteriormente. A verdade é que são títulos um pouco chatos.
Talvez agradem um público mais acadêmico, mas dificilmente
despertarão grande atenção dos seus clientes.
Um último exemplo:
Um dos livros de finanças mais vendidos no Brasil até hoje é do
consultor e palestrante Gustavo Cerbasi. Pelo assunto tratado, o nome
poderia muito bem ser: Orçamento doméstico e investimento para casais.
Não seria um nome ruim, nem está acadêmico. Mas sabe qual ele pôs?
A “pegada” de seu e-book tem que ser emocional e ter uma conexão
com os sonhos, dores, dificuldades e curiosidades das pessoas. Tem que
ser, para usar uma expressão bem adequada, “Pop”. Desta forma você
tem muito mais chances de alcançar o público.
Agora falemos da:
176
Por exemplo, quando concebi este livro – que nasceu a partir de um
curso – a primeira coisa que fiz foi criar uma linha mestra. Para isto,
pensei em sete pontos principais que aqui são chamados de capítulos,
mas poderiam muito bem ser chamados de módulos.
São eles:
177
6. Quando o relacionamento esfria.
7. Redescobrindo e renovando, o segredo do amor que dura.
178
Você não precisa começar OBRIGATORIAMENTE com uma outline. Se
quiser, pode ir escrevendo as partes soltas e depois juntar. Mas eu
recomendo fortemente que você a utilize, porque isso te dá uma visão
mais ampla e não te deixa se perder. No entanto, não pense que sua
outline é imutável. Ela não é. Não deve ser. A outline é apenas uma
referência que pode ser modificada ao longo do caminho. Talvez, no meio
da criação do e-book você perceba que algum capítulo precisa ser
adicionado ou que alguma parte deve ser retirada, você deve fazer isto.
Dificilmente um livro termina com a mesma outline que começou.
Trate-a como um ponto de partida, jamais como algo que te amarra.
Estilo de escrita
Entenda uma coisa: você não precisa ser um Machado de Assis para
escrever um e-book. Precisa apenas ter disposição, um português decente
e senso de lógica. Sua escrita, sua “pegada”, seu estilo de dizer as coisas
são únicos e você os desenvolverá conforme pratique mais e mais. Ainda
assim, posso dar uma sugestão que faz toda a diferença:
179
Pois então, esta foi a última das dicas sobre e-books! Ou então isso
aqui vai se tornar um e-book sobre “como escrever e-books”.
Só para fecharmos o raciocínio, os passos são:
Espero que o assunto e-books esteja um pouco mais claro para você
agora, mas não se iluda. Se você for realmente escrever um, procure por
mais informações na web.
Como você deve ter lido na introdução da terceira parte, para este
subtópico temos um convidado muito especial. O psicólogo Pedro Paulo
de Souza. Não é que eu tenha enjoado de escrever ou esteja sem
criatividade. É que, como diz o ditado, cada macaco no seu galho. Eu
conheço e ministro muito bem workshops, mas sinceramente, creio que
o Pedro é um profissional mais capacitado para falar “tecnicamente”
sobre como montar um.
Trata-se de um profissional extremamente experiente na área de
workshops e que agora vai compartilhar conosco seus insights a respeito
desta modalidade de serviço.
Fique com ele então!
180
“Como você já sabe, o workshop é um dos produtos de sua estante que
pode contribuir para a construção de sua credibilidade e a captação de
clientes para outros serviços, inclusive a clínica. Nosso objetivo aqui é lhe
fornecer um guia simples, mas detalhado, de como montar um workshop
bem-sucedido.
Mas, antes disso, precisamos nos situar.
181
conclusão. Trata-se de um produto informativo mais focado, porém
parcial.
Congresso: reunião de especialistas em determinada área do
conhecimento para a apresentação de pesquisas e estudos científicos.
Geralmente de manhã e/ou à noite são realizadas conferências com
professores convidados e à tarde há apresentações de comunicações
inscritas previamente pelos participantes e aprovadas pela comissão
organizadora do evento.
Workshop: nosso tema de trabalho aqui, tem caráter de treinamento.
Sua duração é maior que a de uma palestra e menor que a de um curso
tradicional. O objetivo consiste em aprofundar a discussão sobre temas
específicos e, para isso, apresenta casos/técnicas/exercícios práticos. O
público participa intensamente, com o objetivo de sair do encontro com
competências para fazer algo relacionado ao assunto abordado.
Uma vez que o APRENDIZADO é o foco do workshop, todo o seu
planejamento deve gravitar em torno disso. Tudo deve ser pensado,
executado e avaliado sob o prisma da seguinte pergunta “O que, de útil,
o participante levará daqui?”.
182
Muitas vezes protelamos nossa exposição, nossa “estreia”, por não nos
considerarmos bons o bastante. Só que essa conclusão normalmente é
tirada com base em comparações com profissionais da área.
183
Seu workshop pode ter a duração que você achar ideal, mas saber
dividir o evento em blocos diferentes torna-o muito mais atrativo.
A absorção da composição do workshop é muito mais atraente e maior
se você planejar intervalos, blocos, diferentes tipos de abordagem ao
mesmo tempo e outras ideias que podem ocorrer para a ocasião.
Um cronograma é importantíssimo, mas segui-lo à risca pode gerar
estresse e tolher bons momentos criativos. Todavia, o relógio não pode
“correr solto”. O objetivo do encontro deve ser estabelecido e a ele ser
dada a prioridade, o melhor do tempo deve ser utilizado para que o
público capte a essência do conteúdo.
Ensaios cronometrados devem ser feitos para que o tempo seja bem
administrado. O cronograma do evento deve ser de conhecimento do
público e qualquer variação deverá ser comunicada/negociada com o
público.
184
Veja que estamos falando em ter alternativas, NÃO IMPROVISAÇÕES!
Os “planos de contingência” têm que fazer parte do planejamento
estruturado do evento. “Aquela dinâmica que eu vi na faculdade, eu acho
que posso encaixar aqui...” é um convite a demonstrar amadorismo e
jogar por terra sua autoridade.
185
10. Cuidados ao realizar seu workshop:
Atenção aos equipamentos de mídia! Teste antes todas as
possibilidades, tenha sua apresentação em mais de uma mídia, veja se
seu computador é compatível com o projetor (se for utilizar), se a
instalação elétrica é próxima e funciona, se será necessário que você
tenha extensões e adaptadores para tomada (O reconhecimento do local
é fundamental!).
Tenha especial atenção aos itens que possam comprometer a
segurança do seu público: cadeiras quebradas, pisos escorregadios,
quinas de móveis. Caso seu evento aconteça em área externa tenha
cuidado redobrado!
Cautela com jogos, dinâmicas e vivências! Recentemente, um ex-
funcionário de um grande banco ganhou uma causa na Justiça do
Trabalho em função de situações vexatórias a que foi submetido em um
treinamento. Nem todos gostam de contato físico ou interações com
outros participantes.
Atenção aos horários. Se atrasar no início, não fique se desculpando e
arrumando justificativas. Controle o tempo de realização. Não se apresse
para o final, não venha com o discurso de “eu tinha muito mais para
mostrar, mas o tempo não vai dar” isso é PÉSSIMO para a sua imagem.
Feche o projetor e discretamente exclua os slides que não poderão ser
exibidos.
Atenção com o apoio. Fotógrafos, pessoal de coffee break, auxiliares,
pessoal de limpeza e funcionários do local onde seu evento acontece
devem ser orientados (mais uma vez, a necessidade do briefing com o
pessoal antes do evento). Itens de alimentação com potencial para
contaminação/intoxicação/alergias devem ser fiscalizados com rigor. Um
evento em minha cidade terminou com três ônibus de participantes no
hospital intoxicados pela alimentação. Adivinhe quem ficou com a má
reputação? Os organizadores!
Exemplo de workshop:
186
Público-alvo: equipe do setor comercial de uma indústria do ramo de
confecção, 12 participantes, igual número de homens e mulheres, idade
média de 37 anos, a maioria com mais de 5 anos de casa.
187
Estas dicas aqui oferecidas podem – e devem – ser complementadas
com mais pesquisas sobre o tema, mas tenha certeza, seguindo estes
passos, as chances de seu workshop dar certo são muito maiores.”
A. Planejar.
B. Preparar.
C. Treinar.
D. Executar.
188
Objetivo da palestra:
Toda palestra – e é muito importante você entender isto – tem o
objetivo de vender algo. Pode ser um produto, um serviço, uma ideia, uma
imagem. Mas é sempre uma venda.
• O que você quer obter com a palestra? O que você quer que as
pessoas façam ao final?
• Você deseja que elas entrem em seu site para saber mais sobre
você?
• Você deseja que elas se inscrevam para um curso seu?
• Você deseja que elas apliquem uma nova técnica em suas vidas?
É muito importante ter claro que tipo de ação você quer que as pessoas
tomem após ouvir sua palestra. Quando você define isto, o resto do
planejamento fica muito mais objetivo.
Público da palestra:
Qual o perfil das pessoas que vão assistir sua palestra?
São pais muito bem estudados cujos filhos estão em escolas
particulares reconhecidas? São especialistas na mesma área que você?
São adolescente inquietos e ansiosos? São pessoas simples com níveis
básicos de escolaridade? Essas informações importam muito.
Não é que você vá montar uma palestra para cada público, mas alguns
exemplos, a forma de abordar o assunto, o cuidado com detalhes e outros
pontos vão variar segundo o público. Eu tenho uma palestra sobre RH
que faço tanto para profissionais da área quanto para estudantes e recém
graduados. A palestra é a mesma, mas a forma de abordar o assunto é
diferente com cada público. Para estudantes eu preciso explicar termos
técnicos, detalhar os exemplos, falar mais da parte comportamental. Para
o público de RH eu já posso me aprofundar mais em alguns aspectos
técnicos e não preciso explicar alguns detalhes elementares.
189
Público Leigo: é o público que não entende nada do assunto. Eles não
são especialistas. Neste caso você tem que explicar conceitos,
exemplificar muito e ser bastante óbvio para que eles possam se sentir
conectados.
Público Especialista: é o público que conhece o assunto. Vamos
supor que você vai dar uma palestra sobre “relacionamentos conjugais”
em um congresso que trata deste tema. Na plateia você vai ter pessoas
que já entendem do assunto, estudam isso. Neste caso você tem que
buscar as novidades da área e não pode ser óbvio ou vão te achar raso e
ficar entediados.
Público Misto: este é o público mais complicado. Você tem leigos e
especialistas no mesmo lugar. Neste caso é preciso equilibrar bem a fala
para atender aos dois tipos. Uma vez tive que fazer uma palestra sobre
“RH em projetos” para um público misto. Já comecei avisando aos
especialistas que eu precisaria detalhar alguns conceitos, assim eles já
sabiam que eu ia demorar mais em alguns pontos. Durante a fala
procurei dar exemplos mais óbvios para os leigos e mais complexos para
os especialistas.
A norma geral é: quanto mais leigo seu público, mais óbvio e básico
você tem que ser. Quanto mais especialista, mais profundidade você pode
colocar sem se preocupar em contextualizar tanto.
190
preferência apresentando um pequeno processo para isso. Lembre-
se: palestra não é psicoterapia.
5. A motivação para a ação: depois de explicar o método, você
convida as pessoas a agirem e mudarem suas vidas. Isto é o que se
chama call to action ou em bom português: chamada para ação.
191
etc... Inclusive, nós teremos uma nova turma em breve e vocês serão
avisados em primeira mão [...]”.
Se o seu objetivo é apenas fazer as pessoas refletirem, proponha isso
a elas de maneira clara. Tenha certeza de tornar tudo muito mais
palpável.
Agora o próximo ponto:
No entanto, o fato de não ter que decorar não significa que você não
precise treinar.
192
Por exemplo, quando eu monto uma palestra nova e crio os slides, é
durante os treinos que eu percebo que falta algum ponto relevante, que
tem um slide no lugar errado ou que tal exemplo poderia ser mais bem
elaborado.
Eu arrisco até a dizer que, necessariamente, quando você treinar a
execução de sua palestra pela 1ª vez, você vai acabar modificando alguns
slides. Então, treine, treine e treine. Não arranca pedaço e vai fazer muita
diferença em seu desempenho.
193
• Você sabia que mais de 70% dos casais brigam diariamente por
questões relacionadas ao dinheiro?
• Quando eu era adolescente, enfrentei um problema enorme que
ao ser superado acabou me trazendo para esta área de atuação,
vou contar rapidamente para vocês!
• Enquanto estamos aqui neste auditório, existem milhares de
adolescentes no mundo sem saber o que vão fazer de suas
carreiras.
• Quando esta palestra acabar, vocês entenderão muito mais
sobre como lidar com a própria ansiedade.
Claro que você terá que criar sua abertura com base em sua palestra.
Mas pense: que tipo de frase ou informação eu poderia dizer no início
para deixar as pessoas curiosas e interessadas?
194
Conte casos e histórias.
Nenhum recurso é tão poderoso quanto boas histórias para transmitir
conceitos de forma interessante.
Histórias são a base da nossa civilização. Nós crescemos ouvindo e
aprendemos a partir delas. Até Jesus Cristo as usou na forma das
parábolas para eternizar seus conceitos.
Para cada conceito importante em sua palestra procure contar um
caso ilustrativo, uma história que mostre como aquele princípio existe na
prática. Não existe nada mais chato do que uma palestra apenas
conceitual ou técnica.
Por exemplo, nesse livro que você está lendo, sempre procuro dar
exemplos claros, alguns reais de minha vida, outros hipotéticos, muitas
vezes é isto que faz o conteúdo ficar mais claro.
Resumindo: as pessoas ADORAM histórias. Coloque-as em suas
palestras e seu desempenho vai ser muito melhor.
• Então, agora que você já entende melhor como seu filho lida com
o conhecimento, meu convite é para que você, a partir de hoje,
se proponha algumas novas formas de agir com ele.
• Foi muito bom estar com vocês, deixo um desafio: que tal se
esforçarem para aplicar todas as técnicas ensinadas aqui no
relacionamento de vocês? Que tal começar AGORA?
• Espero que após esta palestra você comece, hoje mesmo, a se
organizar melhor e a aumentar sua produtividade. Que técnica
você vai escolher para começar?
195
centelha que vai levar o indivíduo a buscar outras informações, ela terá
cumprido seu papel de gerar transformação.
196
Amarrando tudo
Como este capítulo foi mais técnico, farei um pequeno resumo para
fixar seu aprendizado.
Os produtos e serviços que você criar devem levar em conta estes dois
motivos. Você não cria opções simplesmente porque acha legal ou
divertido. Cria para atender necessidades específicas.
Perguntas a se fazer:
Criar opções passa a ser algo natural quando você compreende que o
vetor conceitual central de seu trabalho é a sua proposta de valor e não
uma atividade/ferramenta como o atendimento clínico. A partir de uma
197
proposta de valor clara e objetiva, diversas ideias de produtos e serviços
podem surgir.
Como vimos, a partir de um nicho focado em “casais” e cuja proposta
de valor é algo como “Eu ajudo casais a terem relacionamentos mais
harmônicos e saudáveis”, suas opções são:
Quanto mais opções interessantes você tiver para entregar valor, mais
pessoas você vai atingir, mais credibilidade você vai criar e maiores serão
suas chances de gerar receita. Tudo é parte de um grande processo que
se retroalimenta. Veja novamente alguns dos benefícios de diversificar –
ou seja – decompor sua proposta de valor em diferentes serviços e
produtos:
198
suas formas de entregar valor têm impactos positivos na vida de seu
público.
199
Nesta segunda prateleira estão colocados aqueles produtos e serviços
que custam um pouco mais e que agregam uma quantidade maior de
valor. Estes produtos já são bons geradores de receita, especialmente
quando são realizados para grupos maiores.
Exemplos de produtos intermediários:
200
quem precisa sair de uma situação negativa e se recuperar,
quanto para quem simplesmente busca uma vida mais realizada.
• Orientação Vocacional Individual: a orientação vocacional é um
conjunto de práticas destinadas a ajudar uma pessoa a tomar
decisões mais assertivas em relação à carreira. Trata-se de um
trabalho preventivo que, embora possa ser feito coletivamente,
creio que funcione melhor de forma individual.
Ufa!
201
Acabou o resumo – não vou resumir a última parte, dos e-books,
workshops e palestras, porque, ora, você acabou de ler – vem pro capítulo
5.
202
CAPÍTULO 5: TEORIA É BOM, MAS VER NA PRÁTICA É
MUITO MELHOR!
203
Introdução
204
5.1 Conhecendo nossas personagens
205
O objetivo dele na mentoria era encontrar uma voz mais concisa para
seu trabalho, definir melhor com o que ele trabalharia e aprender a
comunicar isso. De certa forma, o nicho que ele escolheu é algo com que
todo psicólogo trabalha, que é autoconhecimento, mas a maneira como
isso foi nomeado e apresentado é o que faz toda a diferença.
O trabalho com Ellion caminhou maravilhosamente bem por um
motivo bem claro: ele se libertou logo no início. Ao ler o trabalho dele você
verá toda a criatividade e informalidade expressa em metáforas e
analogias que vão da Grécia antiga ao universo Marvel. De fato, algumas
pessoas entram nesta mentoria para “começar a planejar algo”, o Ellion
entrou para “arrematar” algo que já estava praticamente pronto dentro
dele e que apenas foi colocado para fora.
Não conheço a competência técnica dele como psicoterapeuta, mas
posso afirmar que como comunicador há um potencial enorme, e a
tendência é que ele se torne uma referência desde que se permita, se
aceite, e, como ele mesmo diz, desde que ele “pertença” a si mesmo.
206
5.2 (Re)Conhecendo os conceitos
Ponte:
A ponte é um texto curto, em geral de cinco ou seis linhas, que tem o
objetivo de decompor a proposta de valor macro em propostas menores e
207
mais circunscritas, chamadas de pontos focais (veremos logo abaixo). É
um texto de conexão entre a ideia macro do trabalho e seu
desdobramento em áreas menores.
Pontos Focais:
Os “pontos focais” são áreas específicas em que o trabalho do
profissional pode se desdobrar, eles têm o objetivo de tornar as coisas
mais “tangíveis”. Na prática, são demandas geralmente baseadas em
queixas (sintomas) ou desejos e expressas de forma não técnica, como se
estivessem sendo ditas pelo próprio cliente que lê o site. Nem todos os
trabalhos têm pontos focais, já que alguns mentorados escolhem ficar
apenas com uma proposta macro. Os dois exemplos que serão aqui
mostrados apresentam pontos focais bem delineados, pois acredito serem
mais ricos para a apreensão do conceito.
Outline Raiz:
É a parte mais objetiva da mentoria, o coração do trabalho no sentido
técnico. A outline é uma grande árvore de itens e subitens a partir da qual
praticamente tudo será criado. Ela se assemelha ao sumário de um livro,
mas é muito mais que isso. A partir dela pode-se criar uma palestra, um
workshop, um curso, ou mesmo, é claro, um livro.
A outline também é fonte rica para se pensar conteúdo, já que cada
um de seus itens e subitens pode ser transformado em algum post, artigo,
vídeo, aula ou podcast. A melhor metáfora é a de uma célula-tronco a
partir da qual tudo mais será criado.
Serviços:
208
Os serviços são, bem, os serviços. Não, não é só psicoterapia (espero
que tenha lido com atenção o livro até aqui). Eu geralmente sugiro que
cada mentorando crie pelo menos 3 serviços diferentes. Atenção que nesta
lógica estou incluindo como serviço também os “produtos” como um e-
book, por exemplo. Uma trinca boa, por exemplo, pode ser: E-book +
Palestra + Psicoterapia, mas você vai entender melhor quando ler os
exemplos.
Um ponto importante: note como a descrição dos serviços é “não
técnica”, em um estilo mais leigo, justamente para se conectar mais com
o público em geral. Há – e isso é importante – momentos em que
tecnicismos serão usados, mas nem de longe eles são o carro chefe. O
principal objetivo é convidar as pessoas para experiências que tenham o
potencial de modificar suas vidas.
209
5.3 Enfim, os exemplos
Exemplo 1
Simone
210
Educar uma criança não é uma tarefa fácil, aliás, costumo dizer que
esse é um dos papéis mais difíceis que um adulto pode desempenhar. A
cada etapa nos deparamos com um novo desafio e encontramos novas
dificuldades. Desta forma, meu trabalho tem como principal objetivo te
ajudar a passar por essas fases com mais segurança, leveza e eficácia.
Talvez você se sinta perdida(o) sobre qual é a melhor forma de educar
seus filhos para que se tornem adultos confiantes, responsáveis,
realizados, felizes… então, meu convite é para você! Embarque comigo
nessa viagem na direção de um futuro melhor para seus filhos e para sua
família.
CURRÍCULO RESUMIDO:
Especializada no atendimento a diversidade de conflitos e/ou
transtornos, tais como situações específicas de problemas afetivos,
conflitos familiares, depressão, transtorno de ansiedade, stress pós-
traumático, dificuldades de aprendizagem, déficit de atenção, luto, entre
outros.
Realiza atendimento infantil e familiar, orientação de pais e oferece
cursos para uma prática educativa mais funcional.
211
• Autora do e-book: “Colo de Mãe”.
PONTE:
Você já deve ter lido que meu trabalho é te ajudar no processo de
educar seus filhos neste mundo tão complicado. Mas, é possível que você
ainda esteja se perguntando o que eu faço exatamente.
Bem, crianças são complexas, são únicas, cada uma é um universo.
Ainda assim, aqui embaixo, você pode ver algumas questões que
costumam aparecer na minha “prática” e que talvez aconteçam com seu
filho.
PONTOS FOCAIS:
Meu filho é hiperativo.
Seu filho é uma criança agitada e cheia de energia ou hiperativo? Essa
é uma questão que costuma confundir muitos pais e até mesmo alguns
profissionais. Por isso, antes de rotular seu pequeno como hiperativo,
procure uma avaliação adequada. Alguns sinais de que seu filho possa
se enquadrar neste diagnóstico são:
• Seu filho não consegue ficar sentado e/ou quieto por muito
tempo.
• Parece não prestar atenção ao que é dito.
• Fala muito, chegando a interromper outras conversas.
• Se distrai com facilidade e perde suas coisas com frequência.
• Não conclui uma tarefa ou brincadeira, se interessando em fazer
algo diferente o tempo todo.
• Tem dificuldade para esperar sua vez, bem como seguir uma
ordem ou instrução.
• Tem dificuldade para prestar atenção ou se concentrar, tanto em
casa quanto na escola.
212
Seu filho tem se mostrado agressivo, tendo comportamentos como:
chutar, gritar, espernear, bater, dar pontapés, atirar-se no chão e
morder? Você já foi chamada(o) na escola para falar sobre esses
comportamentos e já não sabe o que fazer para mudar isso?
Se seu filho tem entre 2 e 3 anos: saiba que esta é uma fase em que
mesmo a mais tranquila das crianças pode ter “acessos de fúria” e
apresentar tais comportamentos por ainda não ter controle das emoções.
Saiba que seu filho precisa da sua ajuda para aprender a identificar e
lidar com os sentimentos. Durante essa fase, procure seguir essas dicas:
Se seu filho tem entre 3 e 6 anos de idade: embora seu filho já tenha
passado pela fase conhecida como a “adolescência da infância”, poderá
ter explosões emocionais e reagir com agressividade. Isso aponta que seu
pequeno ainda tem dificuldade para lidar com as emoções e precisa de
ajuda.
213
• Retirada de privilégios: ao retirar algo que a criança gosta, deve-
se explicar os motivos e dizer por quanto tempo ficará sem o
privilégio.
• Seja um exemplo a ser seguido: as crianças aprendem mais com
o que observam do que com aquilo que dizemos para elas. Se
não quer que seu filho fale palavrão, não os pronuncie na frente
dele.
214
Os sinais de depressão em crianças são diferentes dos adultos e é
preciso considerar que os pequenos têm dificuldade para nomear o que
sentem e acabam exteriorizando a tristeza por meio de sintomas físicos.
Desta forma, o processo requer maior atenção dos pais para perceberem
sinais como:
215
assim com seu irmãozinho”. Lembre-se, os pequenos adoram um
segredo… quando quiser chamar atenção deles para algo mais
importante, sussurre ao invés de gritar.
• Dê oportunidade de escolha com apenas duas opções: as
crianças gostam tanto de se sentirem no controle quanto os
adultos, por isso oferecer para elas a chance de escolher
funciona tão bem. Ao invés de dizer “vá já para o banho”, você
pode sugerir “você quer tomar banho agora ou daqui a 5
minutos?”.
• Sirva de exemplo: crianças aprendem muito mais com o que
observam do que com o que ouvem. Ao invés de ordenar que
arrume os brinquedos na caixa, você pode demonstrar e dizer “é
assim que fazemos quando terminamos de brincar… você pode
me ajudar colocando esse boneco naquela caixa?”.
Pense nas dificuldades que tem encontrado no seu dia a dia e, caso
precise de ajuda para tornar a convivência de vocês mais fácil, agende
uma sessão de orientação para saber como agir diante dessas situações.
216
• Entre 1 e 3 anos: observe os interesses do pequeno e converse
sobre a rotina, cardápio e programação do dia, por exemplo: “O
que você desenhou aqui?”, “Para onde esse carrinho está indo?”,
“Vamos provar um purê de batatas que a mamãe preparou
especialmente para você?”.
• Entre 3 e 6 anos: estimule a imaginação do seu filho através de
brincadeiras, histórias e fantasiando que vocês são outras
pessoas. Você irá notar que ele reproduz o que tem visto e
vivenciado.
• Entre 6 e 8 anos: além de contar algo que tenha acontecido com
você, faça perguntas sobre o dia da criança de maneira que não
precise responder com “sim ou não”, como por exemplo “o que
você fez de mais divertido hoje?”.
OUTLINE RAIZ:
217
2.3 - Criança e o mundo digital.
2.4 - Práticas educativas.
3- Sintomas da “modernidade”.
Consequências de um mundo globalizado e práticas educativas
ineficientes.
3.1 - Crianças superconectadas [Hiperatividade].
3.2 - Filhos superprotegidos ou negligenciados [Agressividade].
3.3 - Sentir-se desajustado e/ou diferente dos demais [Timidez].
3.4 - Intolerância à frustração: bullying, cutting, suicídio [Depressão].
3.5 - Relações familiares e sociais fragilizadas [Desobediência].
3.6 - Ausência de comunicação no ambiente familiar [Comunicação
Familiar].
218
6.1 - As necessidades das crianças em diferentes fases do
desenvolvimento.
6.2 - Construção e fortalecimento dos laços familiares.
6.3 - Papo de família: conversar é fundamental.
6.4 - Pais suficientes: o papel de cada um, na medida certa.
SERVIÇOS:
ANDAR 1
1. E-book:
1.1. A infância hoje: o que há de novo?
Proposta de valor: Percebemos o quanto as crianças de hoje são
diferentes das crianças que fomos. O mundo todo mudou desde que
nascemos, por que seria diferente com os pequenos? Sendo assim, é
preciso entender as necessidades dos pequenos de hoje e conhecer
formas que sejam eficazes para educar e disciplinar nossos filhos.
Neste e-book quero ajudá-la(o) a perceber essas mudanças para que
você consiga ter outros recursos para lidar com seus filhos de uma forma
mais saudável. Quero te convidar a dar um mergulho em sua própria
infância, para que possa melhor se conectar com seus filhos e exercer
sua maternidade/paternidade com mais tranquilidade e segurança.
2. Livros:
2.1 Conectando Pais e Filhos.
219
Proposta de valor: Essa obra tem como principal objetivo chamar a
sua atenção para a questão dos vínculos construídos com os filhos, de
maneira que favoreça as práticas educativas. O livro reúne um grupo de
profissionais da parentalidade, apresentando temas que vão desde as
transformações geradas pela chegada dos filhos até questões mais
práticas, como melhorar a comunicação com eles e outros assuntos.
3. Palestra:
3.1 “Educando filhos para a vida”
Proposta de valor: Educar filhos para a vida requer uma boa dose de
paciência, práticas educativas funcionais e muito amor! Na prática não
parece tão simples, não é mesmo? É difícil encontrar o equilíbrio entre a
firmeza e a gentileza e nem sempre sabemos como lidar com os
comportamentos dos pequenos. Ao contrário do que muita gente diz, ser
mãe ou pai não é algo instintivo. Muitas vezes nos sentimos mais
perdidos do que as crianças.
220
O que esperar da palestra: Essa palestra foi elaborada para
responder alguns dos questionamentos mais presentes entre os pais, tais
como:
ANDAR 2
221
Para que você entenda melhor como a psicoterapia funciona,
listarei os tópicos que envolvem esse processo:
222
• Melhora nos comportamentos inadequados.
• Melhor rendimento escolar.
• Melhor concentração nas atividades gerais.
• Melhora nos relacionamentos (familiar e social).
• Fortalecimento das habilidades gerais.
• Auxílio para criar recursos de enfrentamento em situações
difíceis.
• Melhor condição para identificar e lidar com as emoções.
• Possibilidade de se desenvolver emocionalmente mais saudável.
• Amadurecimento, ajustando ao que é esperado para idade.
• Melhor adaptação a regras e limites.
• Prevenir adoecimentos psicológicos ou agravamento do quadro.
• Prevenir problemas familiares.
223
• Exercer a função materna/paterna de forma suficiente (sem
exageros).
224
Se você precisa de uma orientação personalizada e não se sente à
vontade para discutir os casos em grupo, essa é a modalidade mais
recomendada para você.
Para quem:
Como funciona:
A supervisão individual tem duração de 50 minutos e poderá ser
agendada de acordo com a necessidade de cada profissional (avulsa,
quinzenal ou semanal).
Optando pela modalidade online, nosso encontro será através de um
link que você receberá em seu WhatsApp, não precisará instalar nenhum
programa ou ferramenta. A supervisão segue a mesma qualidade da
modalidade presencial, tendo como diferença apenas o formato do
encontro.
225
Investimento:
A supervisão tem o custo de R$ 250,00 e o pagamento deverá ser
realizado antecipadamente.
Você tem a opção de solicitar uma “supervisão fast”, com duração de
30 minutos e pagar apenas R$ 120,00 (específico para dúvidas mais
pontuais).
Optando por sessões semanais, você poderá ter um desconto de 10%
ao realizar o pagamento das sessões que serão realizadas no mês
(pagamento antecipado).
Para quem:
226
• Enriquecimento da prática clínica, atuando com mais
segurança.
Como funciona:
A supervisão em grupo tem duração de 1:30 minutos e poderá ser
agendada de acordo com a necessidade de cada grupo (avulsa, quinzenal
ou semanal), com até 4 pessoas.
Optando pela modalidade online, nosso encontro será através de um
link que o grupo receberá via WhatsApp e dispensa a instalação de
programa ou ferramenta. A supervisão segue a mesma qualidade da
modalidade presencial, tendo como diferença apenas o formato do
encontro.
Investimento:
A supervisão tem o custo de R$ 300,00 que será dividido pelo número
de participantes do grupo (por exemplo, em um grupo formado por 2
pessoas cada participante pagará R$ 150,00 por sessão). A formação de
grupo será de no mínimo 2 pessoas e no máximo 4 participantes. O
pagamento deverá ser realizado antecipadamente.
Optando por sessões semanais, o grupo poderá ter um desconto de
10% ao realizar o pagamento das sessões que serão realizadas no mês
(pagamento antecipado).
CONTATO:
Educar e disciplinar filhos não é uma tarefa fácil, pois, assim como as
crianças não vem com manual de instruções, os pais não nascem
sabendo como lidar com as diferentes fases do desenvolvimento e suas
dificuldades. Ser mãe ou pai requer muito mais do que educar os filhos,
necessita de coragem para aceitar suas imperfeições e buscar ser alguém
melhor a cada dia.
Espero que meu site possa contribuir na sua jornada, te ajudando a
ser uma referência positiva para seus filhos. Se precisar de ajuda com
alguma questão não encontrada aqui ou quiser contratar algum serviço,
envie um e-mail para simone@clinicadafamiliapsi.com.br ou preencha o
formulário abaixo.
227
Exemplo 2
Ellion Montino
228
Ao longo da minha vida pude ver, viver, sentir e integrar as inúmeras
mudanças que me ocorreram. Crises, medos, angústias, perdas,
descrenças, muitas dúvidas a meu respeito, além daquela necessidade
“básica” de se enquadrar no script das expectativas alheias.
Descobri nesse caminho o poder sem medidas que carrego quando me
disponibilizo a aceitar e a me familiarizar com meu próprio mundo
interno, explorando com profundidade os meios para uma nova forma de
me pertencer e me conhecer, dando espaço para as mudanças que desejo
ver surgindo de dentro para fora.
Dessa forma experienciei outro modo de existir, um jeito de construir
um caminho de harmonia, equilíbrio, desenvolvimento pessoal e
inteligência emocional, onde os problemas nos relacionamentos,
trabalho, família e na vida como um todo se tornaram recursos à minha
disposição para ampliar quem sou, ao invés de serem apenas um
empecilho e uma trava em minha história.
Eu acredito que as pessoas podem viver uma vida mais plena e cheia
de brilho nos olhos do que a maioria tem vivido no momento.
Acredito que você pode viver esta vida! Vamos juntos?
PONTE:
“Certo, entendi, mas afinal, o que esse careca faz?”
Você leu ali no alto que meu trabalho é sobre “pertencer a si mesmo”
e talvez tenha lido também sobre minha trajetória e toda essa conversa
de conquistar uma vida mais plena, mais foda e cheia de potencialidades
e possibilidades, certo? Mesmo assim é possível que você esteja se
perguntando o que eu faço exatamente.
Bem, meu trabalho é te ajudar a ser dono de sua própria vida e viver
a sua verdade, para que fique tudo bem claro, logo após esse texto você
pode ver objetivamente as questões com as quais eu posso te ajudar.
PONTOS FOCAIS:
229
Pois é, até o apocalipse vira filminho da sessão da tarde perto do que
somos capazes de imaginar e criar interiormente. Isso causa uma
paralisia enorme em nosso modo de viver, tomar decisões, perceber o
mundo e as relações, dificultando o apreciar dos nossos momentos
presentes. Chegamos até a duvidar da nossa capacidade e potencialidade
de existir de um jeito mais leve, sereno e equilibrado.
Já te contaram que tem como descobrirmos jeitos mais eficientes de
trazer calmaria pra essa tempestade? Pois então, deixa que eu te conto!
Bora trocar uma ideia.
230
para não perder a si. É possível valorizar nossa existência sem ser um
individualista reizinho da barriga. É possível ser autêntico em nossas
trocas sem ser um sincericida barato e desgovernado. É possível criar
critérios sólidos de quais relações são nutritivas e quais não são, para
então escolher entre elas de forma consciente, livre e sem medo.
É possível viver uma vida fora das expectativas dos outros sobre você!
É possível viver uma vida onde é você quem se valida! Que tal dar uma
chance pra essa descoberta de uma vida sem tanta amolação?
OUTLINE RAIZ:
231
2.2. Quero “caber”, mas caber onde? A erosão dos referenciais.
2.3. A solidão nossa de cada dia.
SERVIÇOS:
232
A psicoterapia é um investimento voltado para seu mundo como um
todo. Aqui desdobramos camada por camada da tua existência, teu jeito
de viver, pensar, sentir, se relacionar, teus pontos fortes, teus pontos
fracos, inseguranças, confianças, medos, coragens, tristezas, alegrias,
enfim, o pacote completo da existência com o propósito de te potencializar
para vida e para um viver que faça mais sentido para você.
E deixa eu te contar um “segredinho”: terapia não é coisa de gente
doida, viu? Pelo contrário, é a decisão de gente disposta a realizar um
movimento de transformação em si mesma, visando uma vida mais foda,
mais plena, com mais sentido, vigor e criatividade.
2. WORKSHOP: PERTENÇA-SE.
O efeito montanha-russa é certeiro: começa de boas, depois que desce
a ladeira é “eita atrás de vixe” e finaliza com a sensação de que foi incrível,
deixando gostinho de quero mais!
O “Workshop: pertença-se” é um trabalho intenso de 12 horas,
direcionado e profundo. Com ele a intenção é a de trabalhar suas
estruturas paralisantes. É um encontro rico, denso, recheado de
autodescobertas e apropriações de si mesmo.
Ele tem o formato teórico/vivencial para podermos falar, entender,
perceber, sentir, experimentar nosso mundo interno e externo e sair
recalibrados.
Para isso o workshop é estruturado em 4 pilares:
233
vida com mais ousadia, interesse e sem tantos bloqueios, calculando
melhor os riscos, quando existem, e tomando decisões melhores e mais
adequadas para sua vida.
234
Nesse encontro te pego pela mão para um passeio ao longo da nossa
construção como indivíduos, como coletivos e como perdidos em busca
de um auto reencontro.
Nele, tocamos em feridas que ainda insistimos em manter e te mostro
caminhos possíveis para repensar sua vida, seu jeito de existir e abraçar
um caminho mais saudável, inteligente, leve e, quem sabe, cheio de brilho
nos olhos.
Nesse encontro, passeamos sobretudo pela possibilidade de vivermos
em um elevado grau de vitalidade, carregados de uma energia criativa,
regados de prazer, crescimento, aprendizagens, maturidade e, por que
não, diversão e bom humor também. É possível, e, como você já sabe, eu
estou careca de saber.
CONTATO:
Se você chegou até aqui, significa que os conteúdos que você
encontrou vem de encontro a algum desejo teu de melhorar algum
235
aspecto da tua vida ou de deixá-la muito mais potente, quem sabe os
dois!
Pra mim é um privilégio e uma honra fazer parte desse tipo de jornada,
então bora redescobrir esse tal de privilégio de pertencer a si mesmo.
Pode me chamar pelo whats ou mandar uma mensagem preenchendo
o formulário, ficarei feliz com o seu contato.
O primeiro encontro é agendado previamente comigo.
236
Antes de continuarmos
237
CAPÍTULO 6: CRIANDO CREDIBILIDADE E – COMO
CONSEQUÊNCIA – ATRAINDO CLIENTES
238
Objetivos de Aprendizagem
O que veremos
239
Aplicabilidade prática
Introdução
Credibilidade.
240
E credibilidade se constrói, entre outras coisas, com visibilidade. Claro
que não é visibilidade conseguida de qualquer jeito, vamos falar sobre a
maneira certa de consegui-la. Mas o fato é: você tem que “aparecer”, mas
tem que aparecer da maneira certa, e mais, tem que ficar totalmente
confortável com isto. Aliás, não custa repetir pela milésima vez: “Sua
ciência é a Psicologia, mas você está num negócio de reputação e
relacionamento.”
Mais objetivamente falando, no negócio de entretenimento educativo.
Educar as pessoas gratuitamente sobre algum tema de interesse delas é
o segredo de tudo. Este modo de ver as coisas, na verdade, não vale
somente para a Psicologia, vale para quaisquer áreas de serviço e
profissionais liberais. Eu, por exemplo, fui consultor de empresas há
alguns anos, sabe qual era a parte mais complicada do trabalho?
Conquistar clientes.
O trabalho em si, a entrega da consultoria, embora possa apresentar
graus diferentes de complexidade, costuma ser a parte mais fácil. Óbvio
que há dores de cabeça em alguns momentos, mas nada que se compare
à “dor de cabeça” de não ter clientes.
É importante entender isto, pois, para que as coisas aconteçam, o
marketing deve ser um elemento essencial de sua rotina, ocupando uma
parte significativa de seu tempo, especialmente no início. E outro ponto
importantíssimo a entender: marketing é para sempre. Não é algo que
você faz uma vez ou outra, é uma atividade contínua e duradoura que
deve ser fortemente inserida em sua realidade profissional.
Por acaso você já consultou um profissional de educação física e ouviu
que para ter uma boa saúde você tem que malhar “para o resto da vida?”
Aqui é a mesma história. Obviamente é natural que, quanto mais maduro
você ficar em sua ciência, em seu nicho e em seu negócio, menos trabalho
você terá para construir sua imagem. Mesmo assim os esforços de
marketing nunca param completamente.
Agora vejamos mais um aspecto a considerar na busca por se realizar
na psicologia :o volume de trabalho. Ao ler este livro, ao escolher absorver
o conhecimento aqui disponível, você está incorporando a seu
“arcabouço” uma série de conceitos e técnicas que provavelmente são
novos para você. E para fazer com que estes conceitos e técnicas sejam
aplicados à realidade, você vai ter, pelo menos numa fase inicial, muito
trabalho. Aliás, em algum momento durante a leitura é possível que você
tenha parado, respirado fundo e pensado:
241
Pois estou aqui para te dizer uma coisa: vai mesmo. Mas o trabalho
mais pesado é por um período específico tempo. Eu não quis falar muito
sobre esta quantidade de trabalho, pois essa “carga psicológica” adicional
seria totalmente desnecessária no início do livro. Mas, agora que você já
avançou e enxerga o sistema com mais clareza, posso falar de maneira
mais aberta sobre isso. Você vai trabalhar muito. Mas é muito mesmo.
Só que não para sempre.
O esforço maior é principalmente no início, na largada. Depois, a
tendência é que as coisas se ajeitem e você possa trabalhar menos do que
provavelmente trabalha hoje, ganhando muito mais. Este é o caminho
natural. O que você está aprendendo com este livro vai exigir de você, no
primeiro ano, muita dedicação.
Definir seu nicho, sua proposta de valor, estudar bastante sobre ele,
criar seus produtos e serviços, fazer um novo website, escrever artigos,
gravar vídeos, alimentar redes sociais, tudo isso vai demandar que você
dê uma “acelerada” muito bem dada. A fase inicial, e é preciso entender
isto para não desanimar, é a que exige mais esforço entre todas. Portanto,
prepare-se para passar ao menos um ano em uma jornada bastante
intensa de criação, adaptação e correção de rumos, até o barco começar
a navegar suavemente.
Com estes pontos esclarecidos, vamos voltar ao assunto principal
deste capítulo. A pergunta que será respondida nas próximas páginas é
a seguinte: como você pode se estruturar, do ponto de vista psicológico e
prático, para atrair as pessoas de forma que conheçam seu trabalho e
confiem nele? Como você pode começar a comunicar isso?”
Comecemos.
242
6.1 Entendendo estratégias de marketing
243
• Marketing é uma prática e um estado de espírito. Trata-se de um
jeito de se comportar, que muitas vezes é inerente ao ser humano.
Dentro desta perspectiva, fazer marketing é algo que está na
intuição de todas as pessoas.
• Marketing é criar e agregar valor aos produtos e serviços que
temos. Esta definição está relacionada ao conceito de melhoria
contínua. Toda vez que você melhora algo em um produto ou
serviço seu, isto é uma forma de fazer marketing.
• Marketing é praticar e aprofundar o relacionamento com os
clientes. Se eu tivesse que ficar com uma das formas simplificadas
de entender marketing, seria essa.
244
Marketing: planejamento sistemático, implementação e controle de
uma mistura de atividades de negócio que tem como objetivo unir
compradores e vendedores para trocas ou transferências igualmente
vantajosas de produtos e serviços (esta é mais uma das definições
possíveis).
246
Funciona assim: você produz e entrega algo de real valor para as
pessoas – sem cobrar nada – para que elas conheçam o que você tem a
oferecer, só depois – de maneira totalmente honesta e transparente – você
oferece seus serviços a elas. E o melhor, às vezes você nem vai precisar
oferecer, porque se a entrega de valor for bem feita, elas mesmas vão te
procurar para comprar seus serviços. De certa forma, é o mesmo
princípio da ceva na pescaria. Só que ao contrário do pescador, que
deseja “fisgar o peixe” para colocá-lo na panela (um destino não muito
bom), seu desejo é despertar o interesse do potencial cliente para oferecer
algo que seja, em tese, muito positivo para ele.
E muita atenção a este ponto: o marketing de dois passos tem que ser
com boa intenção. Tem que ser bom. Tem que ser de graça. E você TEM
que se importar de verdade com a pessoa para quem está oferecendo o
valor. Se não for assim, não dá certo. É um método que não se sustenta
caso você esteja tentando vender um produto ou serviço no qual não
acredita, ou se estiver querendo apenas “empurrar” algo nas pessoas.
Isso acontece porque o próprio jeito de fazer o marketing de dois passos
já evidencia para o cliente suas intenções. Dificilmente algum charlatão
vai longe com este processo, pois ele exige transparência, caráter e muita
dedicação de quem o pratica. Mas antes de continuarmos, pense comigo:
Se existe algo chamado marketing de dois passos, é porque deve existir
também o marketing de UM passo. Correto? Corretíssimo.
Então conheça rapidamente:
O marketing de um passo
Sabe quando você está passeando pela rua, num dia agradável, e ouve
assim: “Picolé, picolé!”. Ou quando caminha pelo centro da cidade e os
ambulantes andam em sua direção oferecendo serviços? Pois é.
Marketing de um passo. A maioria dos anúncios que você lê e dos
comerciais de televisão que você assiste utiliza este método. Grande parte
das pessoas que tentam te vender qualquer coisa também age nesta
lógica.
Atenção: nem sempre o marketing de um passo significa que você será
interrompido, embora isto seja comum em algumas de suas variações.
Mas o fato é: o marketing de um passo é BEM famoso. Neste estilo de
marketing, o que eu faço é dizer o seguinte: “Ei, olhe, eu tenho aqui um
produto/serviço muito legal, se você comprar ele de mim vai ficar muito
satisfeito”.
E sim, dá resultados.
247
Muitas vezes você está andando pela rua e ao ver o tal carrinho de
picolé você para e compra um para se refrescar. Se você estiver com fome
e passar pelo anúncio de um belo prato na porta de um restaurante, é
bem possível que dê uma paradinha para almoçar por ali.
248
mais. Deixá-las experimentar o valor, ao vivo e em cores, para que
possam construir sua própria percepção sobre ele e tomar a decisão.
Uma sacada genial.
Mas, se você pensar bem, não deixa de ser uma aposta arriscada
também, já que há o risco de as pessoas não gostarem do que está sendo
oferecido. Só que ao mesmo tempo é um ENORME atestado de
autoconfiança, segurança e transparência. Falemos a verdade: se eu te
deixo experimentar um pouco do meu produto/serviço “antes” de você
comprar é porque eu realmente acredito na qualidade dele. E isto soa
como música aos ouvidos de qualquer cliente. Pois eles têm a
tranquilidade de estarem pagando por algo cuja qualidade, pelo menos
em parte, já pôde ser atestada.
Por exemplo, eu não sei como você decidiu comprar este livro, mas
muita gente tomou a decisão após conhecer meu conteúdo gratuito que
é o que eu uso para construir credibilidade. Agora outro ponto chave:
A sua grande vantagem em ser psicólogo é que, diferentemente do
vendedor de picolé e das empresas que oferecem degustação no
supermercado, você trabalha com um produto inesgotável, o seu
conhecimento. E isto faz com que o marketing de dois passos seja muito
mais fácil para você. A maravilha de se trabalhar com conhecimento é
isso: você pode deixar as pessoas experimentarem o quanto elas
quiserem, que o conhecimento ainda continua com você.
Por exemplo: se eu fizer uma palestra mil vezes, eu não só continuo
com meu conhecimento, como experimento também um grande aumento
nele. Afinal, depois de fazer mil palestras, eu serei um palestrante BEM
mais experiente.
249
tema, estudou bastante, ganhou confiança, criou alguns produtos e
serviços e sabe que pode melhorar muito o desempenho de crianças com
problemas de aprendizagem. Então você faz alguns cartões – muito
bonitos por sinal – e começa a entregar para mães nas portas das escolas,
abordando-as ativamente e falando que se o filho dela tiver problemas de
aprendizagem, você tem a solução.
Absurdo, não é?
(Se você não acha isso absurdo, pare de ler e me ligue com urgência.)
O que eu fazia era oferecer algo que fizesse com que as pessoas
“soubessem” a meu respeito, conhecessem minhas ideias, confiassem em
minha competência e procurassem meus serviços. No máximo eu
trabalhava minha rede de relacionamentos, pedia referências e quando
abordava alguma empresa ativamente era através de alguém que havia
me recomendado. Eu não aparecia do nada simplesmente oferecendo
250
algo, como se fosse um vendedor de pamonha. Em outras palavras, eu
construía minha reputação, prioritariamente, através do marketing de
dois passos.
251
Eu sei que está parecendo aula de física, mas daqui a pouco tudo
ficará mais claro. Aliás, por falar em exatas, sou péssimo em matemática,
mas esta equação aqui é bem fácil de entender:
Enfim, o que importa é que quando você combina todos estes esforços,
oferecendo amostras, disponibilizando formatos de produtos e serviços e
252
executando algumas ações planejadas, você está estabelecendo à sua
volta o “campo gravitacional” que traz as pessoas até você.
Na Academia do Psicólogo, por exemplo, vários parceiros e clientes
chegaram até mim desta forma. Palestras já foram vendidas por causa
disso, até você deve ter chegado até mim graças a esta “gravidade”. Afinal,
por acaso eu te liguei para oferecer alguma coisa?
Importante: marketing gravitacional é um conceito macro e bem
abrangente. Não é exatamente uma técnica específica que você vai usar,
é uma maneira estratégica de observar a realidade à sua volta e agir sobre
ela. O importante a perceber aqui é que quanto mais produtos e serviços
você cria, quanto mais parcerias você faz, quanto mais exposição
consegue, quanto mais conteúdo útil você publica maior e mais forte
torna-se o seu campo gravitacional. E quanto maior este campo
gravitacional, mais pessoas serão atraídas.
A verdade é que este conceito é tão forte e poderoso, que até um
generalista consegue se tornar uma referência trabalhando com ele. O
italiano Contardo Calligaris, que vive em São Paulo, é um exemplo vivo
do que estou falando. Ele é um psicanalista que não tem nenhum nicho
definido, não é associado a nenhum público específico e vive com o
consultório lotado. A questão é que ele escreve tanto, dá tanta entrevista,
faz tanta palestra e aparece em tanto lugar diferente que ficou super
conhecido e é muito procurado.
Rossandro Klinjey, psicólogo da Paraíba, é outro que segue a lógica
mais generalista. Ele transita entre assuntos diversos ligados ao ser
humano, mas já produziu tanto conteúdo relevante que criou uma
espécie de “aura” em torno de seu nome a ponto de várias pessoas ficarem
atraídas por ele. Quer dizer, alguns podem chamar de aura, eu chamo de
“campo gravitacional” dos bons.
253
Não, não precisa.
Aguarde e confie.
254
6.2 Criando as bases de sua “presença online”
A internet.
Você lembra das listas amarelas que existiam antigamente – sua mãe
lembra – nas quais as pessoas procuravam por serviços e até mesmo lojas
de produtos? Ela mudou de nome há pouco menos de 20 anos, além de
estar muito mais abrangente, agora é multicolorida também.
Chama-se Google.
Sua total atenção para esta afirmação, por favor: a internet não é uma
mídia, ela é um ambiente. As pessoas não estão na internet simplesmente
para ler ou procurar informações, elas estão lá interagindo, vivendo,
tomando decisões, fazendo escolhas.
Não é um mundo virtual, é o mundo real mediado por computadores.
E dentro deste mundo, deste gigantesco universo, o todo poderoso
Google reina. A razão para seu reinado é simples: ele filtra e cataloga
respostas pertinentes para praticamente todas as perguntas da espécie
humana.
Hoje em dia, e cada vez mais no futuro, as pessoas usarão a internet
como ferramenta de suporte para conduzir suas vidas. Na verdade, ela é
tão importante que até já refizeram a escala de Maslow com a palavra
“Wi-Fi” abaixo das necessidades fisiológicas (Lógico que é uma piada!).
Resumo da ópera: se você deseja alcançar mais pessoas, você precisa
estar na internet e precisa estar lá de maneira forte. Muito forte. De fato,
eu proponho que todas as suas ações de marketing e construção de
credibilidade comecem na web.
E o motivo é óbvio: ela facilita IMENSAMENTE sua vida.
Se eu tivesse que usar uma expressão para designar o que significa a
existência da internet para o desenvolvimento de um negócio como o seu,
seria esta: um sonho.
255
Por exemplo, este capítulo que você está lendo foi fruto da adaptação
de um curso completamente construído em cima da realidade web. Não
só a operacionalização das coisas através de e-mails e dos arquivos de
texto. É tudo mesmo. O conceito pedagógico, a conquista do público, as
vendas, a interação, absolutamente todos os aspectos relacionados ao
meu trabalho nasceram considerando o mundo digital.
Sim, eu poderia tê-lo escrito sem a internet, é verdade. Mas sem a
internet eu provavelmente não teria ficado conhecido – ao menos não tão
rapidamente – a ponto de uma editora se interessar em publicá-lo.
Na verdade, a maioria das estratégias que você está aprendendo aqui
– e que vão te trazer resultados também fora da internet – seriam muito
difíceis de aplicar se estivéssemos ainda nos anos 1980. Algumas seriam
impossíveis de serem explicadas, pois nem mesmo seu conceito existiria.
256
Você deve ter notado que eu nem listei o website quando falei
rapidamente dos satélites no tópico anterior. É que ele é tão importante
que prefiro tratá-lo de maneira especial. Talvez você encontre algumas
pessoas por aí dizendo que “você não precisa de um website” e que uma
página no Instagram ou em outras redes sociais basta.
Não basta.
As redes sociais podem te dar uma boa projeção e criar muita
“gravidade”, mas se você quer ter um negócio sólido, profissional e
duradouro, faça um BOM site. Entendido?
Então sigamos.
257
O que você vai aprender aqui é a conceber estrategicamente o seu
website. Não vamos falar de programação, configuração e aspectos
técnicos de layout. No entanto, caso você se decida por fazer seu website
por conta própria ou mesmo contratar alguém para isto, as informações
aprendidas aqui serão extremamente úteis. De certa forma, aqui você vai
aprender construir mentalmente seu site, para facilitar sua vida quando
você for transformá-lo em realidade.
O segundo: se você estiver lendo este documento impresso, recomendo
que faça a leitura próximo a um computador. É que em alguns momentos
vou sugerir que você entre na web.
258
que oferecem conteúdo útil. O que há para ler é apenas o descritivo dos
serviços, no clássico modelo do marketing de um passo.
Mas agora vamos ver um exemplo de site focado que transmite alguma
autoridade, ele pertence a uma de minhas clientes:
b) Seja simples.
259
Não sei se você lembra daqueles sites em linguagem “flash” dos anos
90 que tinham cores, música, letras mirabolantes voando e ícones
animados. Era uma verdadeira zona.
c) Design profissional.
Isto tem tudo a ver com simplicidade.
Muita gente confunde design com estética. A estética é uma parte
fundamental do design, mas não é tudo. Steve Jobs tem uma frase ótima
sobre esta questão:
Eles são profissionais que estudaram muito sobre isto e estão bastante
capacitados para transformar sua ideia em um website que, mais do que
lindo, seja extremamente funcional. Querer dispensar um designer para
fazer o site você mesmo, equivale a um designer querer dispensar o
psicólogo para resolver uma questão emocional por si mesmo.
Funciona, mas pode demorar mais e os resultados não serem tão
bons.
Mas se ainda assim você quiser fazer o seu, a melhor forma é observar
outros sites e, na medida do possível, fazer igual. Agora, para facilitar
mais sua vida, vamos fazer uma análise relâmpago do site “De bem com
a ansiedade” no que se refere à aplicação dos conceitos acima e outros
mais. Atenção: existem vários templates e modelos de sites para você se
inspirar. O importante é você perceber a lógica dos pontos que vou
abordar para garantir que, qualquer que seja o “modelo” do seu site, ele
respeite estas regras.
O ideal é que você leia esta parte tendo acesso ao site, para fazer as
observações de maneira mais clara.
Após entrar no site, note que:
261
4. Na home você pode ver algo como um grande “outdoor” que
alterna entre a chamadas diferentes. Esta parte se chama slider,
ela pode ser usada sempre que eu quiser anunciar alguma
novidade de forma mais impactante ou, como neste caso,
sinalizar “propostas de valor”.
Mas veja, eu não estou dizendo que este é “o site perfeito”. Com certeza
tudo pode ser melhorado e ela sempre o atualiza. Mas ele com certeza
cumpre os requisitos para ser um site de autoridade que oferece uma
experiência agradável e rica para o leitor.
É justamente o conjunto “conteúdo + beleza + funcionalidade” que vai
fazer com que seu site seja percebido como sendo de “alto valor” por seu
público-alvo. Bem, agora que falamos de conceitos-chave, vamos nos
aprofundar, por que, como diz o ditado: detalhe pouco é bobagem.
Se quiser ver o mapa do site “De bem com a ansiedade” vá até a página
principal, role a tela até o fim e veja lá, num grande rodapé.
De qualquer forma vou reproduzi-lo aqui:
• Home
• Sobre
• Psicoterapia Individual
• Grupos de Treinamento para Manejo da Ansiedade
• Grupos de Treinamento de Habilidades Sociais
• Artigos
• Compreendendo
• Modificando estratégias
262
• Treinando habilidades
• Contato
Veja bem, você não precisa saber sequer ligar o computador para fazer
o mapa de seu site. Tudo o que você precisa é de um papel, uma caneta
e senso de lógica. O mapa é o conjunto das partes que vai formar o todo.
Se o site fosse uma casa, o mapa mostraria todos os cômodos e como eles
se interligam.
Em minhas mentorias, por exemplo, os alunos passam por um
processo guiado de construção conjunta do que que eu chamo de
“estrutura conceitual” que é praticamente o processo de se criar um site,
mas tudo no Word, já que estamos trabalhando a parte conceitual e
textual.
Para ilustrar, veja como poderia ser o site de um profissional cuja
proposta de valor é: “Ajudar jovens profissionais a serem mais
organizados e produtivos”.
• HOME
• SOBRE
• SERVIÇOS
• ARTIGOS
• + PRODUTIVIDADE
• + ORGANIZAÇÃO
• + DISCIPLINA
• CONTATO
263
precisa é apenas garantir a objetividade e a clareza para quem vai
navegar.
Ok, agora que já falamos do MAPA do site, vamos entrar em cada uma
das áreas principais do exemplo acima. Apenas não falaremos aqui dos
artigos, pois trataremos deles no próximo capítulo.
Comecemos pela famosa:
264
Bem, isso existe, o nome técnico é slider. É aquele grande painel que
você vê lá com uma imagem de uma mulher tomando algo ou a imagem
um homem em posição de descanso e tranquilidade. O slider serve
justamente para chamar atenção para algum ponto especial. No
momento em que estou escrevendo, o site usa uma variação de 2 slides,
mas poderia usar mais se quisesse.
Outra coisa legal é que o slider pode ser modificado a qualquer hora
para direcionar o leitor para o que ela quiser dentro do site, dependendo
se seus objetivos e estratégia. Por exemplo, na semana próxima ao fim do
ano, ela pode colocar ali uma chamada para algum artigo relacionado à
ansiedade no período de festas, depois simplesmente tirar e voltar ao que
estava antes.
Prático, não é mesmo?
• Chamadas de conteúdo.
A home tem uma característica especial que é a de funcionar como um
grande mural. Note que lá muitos dos elementos internos são expostos
de forma mais evidente e chamativa, mesmo que já exista um caminho
para eles através do menu.
Veja, por exemplo, que os artigos do site podem ser facilmente
acessados através das categorias do menu principal, mas, mesmo assim,
eles estão todos expostos lá embaixo na home, em uma espécie de
mosaico que vai sendo atualizado automaticamente conforme um novo
artigo seja colocado.
Mas se eu já tenho o acesso aos artigos lá em cima no menu principal,
por que colocar todos ali de novo? Porque é chamativo, é bonito, “agarra”
o leitor assim que ele entra na home. O leitor poderia navegar pelo menu,
mas quando ele olha aquela quantidade de artigos ali, todos juntos, com
imagens bonitas e tratando de temas do interesse dele, isso tem muito
mais apelo, não acha?
• Chamadas de serviços.
Mesma lógica. Se você observar o menu principal, verá que o botão
“serviços” abre um menu cascata que fala de todos os serviços. Se você
olhar no centro da home verá que alguns deles estão lá, em destaque. A
ideia aqui é valorizar e chamar a atenção para eles. Talvez o leitor não
tenha clicado na parte de serviços no menu, mas ao ver um grande botão
escrito “Workshop” ele talvez queira dar uma olhada.
265
• Rodapé.
O rodapé não está só na home, está em todas as páginas, mas vamos
falar logo dele.
Embora nem sempre seja usado para navegação, ele ajuda a compor
o cenário e leva para partes internas. No caso do site que estamos
analisando, ele puxa um texto da página “sobre”, mostra o mapa do site
e ainda tem informações de contato. Além de dar um acabamento estético
à base do site, ele é funcional. Você pode clicar em diversos links e será
redirecionado à área interna escolhida.
Teste lá que você vai ver.
Resumo da home:
A famosa home é uma das páginas mais importantes de seu site, pois
é responsável por sintetizar e apresentar os caminhos para as partes
internas. Mesmo que você tenha tudo muito claro em seu menu principal,
cuide para que elementos sejam repetidos de forma chamativa na home.
Especialmente o conteúdo que é de interesse do seu público. O slider, as
chamadas de conteúdo e de serviços são elementos fundamentais para
aumentar o engajamento de seus leitores e levá-los a fazer o que você
deseja: conexão!
E agora vamos falar de outras partes importantes, para variar um
pouco os exemplos, vou falar do que eu, Bruno, usei no meu site antigo:
266
Mas a terceira pessoa não é necessariamente uma escolha ruim,
muitas pessoas a utilizam. Quando bem construída, é uma apresentação
que dá uma sensação de mais pompa, mais glamour. Não há aqui,
novamente, uma fórmula mágica ou um jeito certo de se fazer. Você
precisa usar o bom senso, a recomendação que faço é não ficar protocolar
e sério demais. Não vá simplesmente colocar seu nome e credenciais,
citando especializações etc. Humanize-se. Fale de você, use um pouco de
humor, apresente-se como uma pessoa de carne e osso.
Um número razoável de pessoas diz gostar dos meus artigos porque
parece que estão tendo uma conversa comigo. A lógica é a mesma ao criar
suas páginas. Converse com as pessoas, não liste as coisas.
Veja, por exemplo, um trecho da apresentação que usava em meu
website. Está um pouco longa demais e eu devo reduzir, mas ela mostra
um pouco do “espírito” da coisa.
Apresentação em 1ª pessoa:
“Um mineirinho quase típico. Reservado, quieto, mas não tímido ou
desconfiado, muito menos indeciso. Aos 12 anos já sabia que seria
psicólogo. Não entendia exatamente o que era, mas achava muito chique
ter um consultório e usar blusa preta de gola rolê.
Assim que me graduei vivi a fase básica de megalomania e quis ser
consultor, escritor, inventor, orador, empresário, coach, visionário,
vendedor de mexerica e mais meia dúzia de coisas.
Depois de quatro anos de vários sucessos e outros tombos, entrei no
carro e vim parar na capital em busca de novas experiências. Mercado
novo, vida nova, foram seis meses atuando como consultor independente
até que surgiu uma oportunidade imperdível no mundo corporativo.
Por cinco anos trabalhei como Business Partner de Recursos Humanos
em duas multinacionais da área de projetos e obras de engenharia.
Convivi simultaneamente com profissionais de mais de 30 países e atuei
em projetos extremamente complexos em várias regiões do Brasil.
Falei muito “hello”, tomei muito café italiano e ouvi muito porca
miséria, até que um dia resolvi seguir o instinto e me dedicar à minha
verdadeira paixão: desenvolver pessoas.”
• História pessoal:
267
Repare que eu começo contando um pouco de mim, falando de minhas
escolhas e do que me trouxe à psicologia. As pessoas querem saber quem
é você, sentir que há um ser humano do outro lado, com uma história
real e que pode até se parecer com a delas.
• Histórico profissional:
Ao mesmo tempo busco narrar minha evolução profissional. Perceba
que o tom é todo conversacional. A ideia é mostrar minha experiência,
mas sem simplesmente listar friamente os lugares pelos quais passei.
• Humor e autodepreciação:
Eu tento ser levemente bem-humorado, para isso faço piada comigo
mesmo, dizendo que eu estava meio perdido, que quis ser muita coisa até
encontrar verdadeiramente meu caminho. Fiz isso por dois motivos. O
primeiro é que eu vivo fazendo piada comigo mesmo e o segundo é porque
as pessoas se identificam e gostam de quem saber rir de suas próprias
falhas. Talvez você possa achar que isso te diminui, mas acredite, o efeito
é apenas gerar mais proximidade.
Apresentação em 3ª pessoa:
“Mario Persona é palestrante, professor, consultor de estratégias de
comunicação e marketing e autor de vários livros de negócios. Há mais
de dez anos apresenta palestras, workshops e treinamentos de temas
ligados a comunicação, marketing, vendas e clima organizacional. Com
seu estilo inconfundível, o palestrante Mario Persona transforma grandes
questões em conceitos simples e de fácil compreensão para qualquer
audiência.
Um fino senso de humor e talento de cronista, aliados à experiência
empresarial, lhe permitem extrair do banal o extraordinário e transformar
"causos" corriqueiros em analogias perfeitas para a vida, carreira e
negócios”.
Serviços
Esta é a parte na qual você vai organizar suas “ofertas de valor”, suas
experiências que têm um custo financeiro para seu cliente. No site que
estamos analisando, quando você passa o mouse por essa palavra –
serviços – no menu geral, ela mostra cada serviço oferecido. Mas a lógica
é a mesma, aqui é o lugar de mostrar as experiências de crescimento que
você elaborou para seu público.
Em outras palavras, é aqui que você vai colocar tudo aquilo que você
imaginou para sua estante de experiências. A ideia é que cada serviço
tenha uma página interna que descreva o conceito e, principalmente, os
benefícios.
Atenção: você não precisa desenhar uma estante em seu site e colocar
lá os produtos nas prateleiras. O conceito é metafórico – sempre é bom
avisar – e as ofertas podem estar organizadas da maneira que você quiser.
O importante é ter algumas opções para seu potencial cliente escolher.
Seu ponto de atenção deve ser sempre o texto que apresenta seu
produto ou serviço, pois ele pode fazer muita diferença na decisão de
quem está pensando em te contratar.
Veja aqui o texto que uso para divulgar minha palestra. Note que uso
novamente a 1ª pessoa e um tom bem coloquial, como se estivesse
conversando com o leitor. Mas entenda, este é meu estilo, você não
precisa fazer assim se não quiser. O que eu recomendo é apenas não ser
técnico e frio demais, porque assim você não fará conexão. Vamos para o
exemplo do texto de divulgação da minha palestra:
269
“É o seguinte, além de todo o conhecimento objetivo e gratuito que
você tem à sua disposição por aqui, existe a possibilidade de você
contratar – para sua faculdade, colegiado ou grupo profissional – minha
palestra sobre empreendedorismo em psicologia.
A palestra dura cerca de uma hora e meia e foi totalmente construída
a partir de situações e exemplos reais. Nada de trololó sem fundamento.
De modo resumido, mostro o caminho a ser percorrido por psicólogos
que querem se estabelecer como profissionais liberais, consultores ou
mesmo “empresários do conhecimento”. O que eu faço é ajudá-los a olhar
a psicologia também como um negócio e a fazer a gestão de suas vidas
profissionais de maneira segura e independente, sendo muito bem
recompensados por isto!
Tópicos:
• A formação do Psicólogo e o mercado de trabalho.
• Sociedade: o que ela pensa do psicólogo?
• Psicologia: uma ferramenta de desenvolvimento humano.
• A psicologia como um NEGÓCIO (Do bem!).
• Ética e responsabilidade na venda de serviços.
• Definindo seu nicho de atuação.
• Proposta de valor: o que você vai melhorar na vida das pessoas?
• Gerando autoridade e tornando-se referência.
• Marketing de dois passos (não venda, seja comprado).
• Construindo um mundo melhor para todos (inclusive para você).
Objetivo:
Complementar a formação científica dos psicólogos com conhecimento
prático sobre empreendedorismo, marketing, prospecção de clientes e
gestão de carreira. O profissional irá aprender a pensar sua profissão
como um negócio. Trata-se de transferência de conhecimento de maneira
pragmática e objetiva.
Inspiração:
Quando me graduei em psicologia, pensava que o aspecto mais
determinante para meu sucesso seria o conhecimento técnico em
270
psicologia. Grande engano. O problema era a alienação mercadológica em
que eu vivia. Percebi que sabia fazer o trabalho, mas não sabia me vender.
Desde então, iniciei uma jornada incessante em busca dos
conhecimentos que me faltavam, estudando principalmente as práticas
do mercado de consultoria.
Resultado: deu tão certo que resolvi aplicar esta lógica ao mercado de
psicologia.
Quer saber mais sobre como contratar? Envie uma mensagem!”
Contato
A página “contato” não tem muito segredo, mas te dou uma sugestão:
evite deixá-la fria e protocolar demais. Esta página basicamente vai
apresentar o formulário através do qual as pessoas poderão escrever pra
você, mas é bom dar uma humanizada, escrevendo algo que possa gerar
conexão.
Eis o texto de minha:
271
Consulte também a página “contato” do site
www.debemcomaansiedade.com.br para ver um exemplo adicional.
Elementos estratégicos
Acompanhe comigo: já falamos do mapa do site, da home, da página
sobre, dos textos dos serviços e da página contato. Cobrindo estes pontos,
de certa forma seu site está bem completo, mas ainda faltam alguns
elementos que o tornam realmente um gerador de negócios.
É destes elementos que vamos falar agora. O primeiro deles é a tal da
“recompensa digital”. Todo mundo gosta de ganhar presentes e com seu
público-alvo não é diferente. Quando as pessoas chegam em seu site pela
primeira vez, o simples fato de ele ser bem feito e oferecer conteúdo já é
o suficiente para construir alguma credibilidade.
Mas você pode tornar esta experiência melhor ainda! Uma vez que o
leitor chega ao seu site e se interessa por algo, seu objetivo é conseguir
estabelecer um relacionamento com esta pessoa (Eu já disse que este é
um negócio baseado em relacionamento?). E para estabelecer esse
relacionamento, a melhor forma é conseguir o e-mail dela.
Antigamente os sites tinham apenas um campo de “cadastre-se e
receba as novidades” para quem estivesse interessado, mas o fato é que
algumas vezes as pessoas não viam aquilo, não davam muita bola.
Especialmente por causa de empresas que fazem spam, muita gente
deixou de participar destas listas. Aliás, quantos de nós não nos
aborrecemos quando alguém fica nos enviando e-mails a toda hora?
272
do curso por e-mail. As pessoas podiam se cadastrar lá para receber este
módulo, desta forma eu ao mesmo tempo:
273
Por isso, antes mesmo de imaginar quais cores seu site terá, quero
sugerir que você.
274
Estes dois sites têm tutoriais completos que orientam o passo a passo.
Basta você entrar lá e ir seguindo. Se fosse explicar aqui, eu apenas iria
repetir o que está lá, com a desvantagem de você não estar “fazendo” ao
mesmo tempo em que aprende.
Então ficamos assim. Embora o assunto website seja denso e exista
muita coisa para aprender, as orientações dadas nesse capítulo – junto
com os exercícios que virão – são mais do que suficientes para que você
possa construir a parte conceitual de um verdadeiro site de autoridade e
conquistar respeito e credibilidade com seu público-alvo.
E agora que já falamos de construir seu site, com conteúdo e serviços,
adivinhe qual o próximo passo. Pois é, criar credibilidade para atrair as
pessoas até ele.
Vamos?
275
6.3 Usando o Instagram para criar credibilidade
Seguinte, quase todo este livro foi escrito sob uma perspectiva
estratégica que posso chamar de “macro”. O que eu quero dizer com isso
é que, durante a leitura, não entramos no “detalhe do detalhe” de
algumas ações, pois o objetivo aqui é te apresentar o quadro geral e
apontar caminhos para que você domine as ferramentas por si mesmo.
Embora na parte de estruturação do trabalho (proposta de valor e
textos para o site) tenhamos entrado um pouco mais a fundo, não será
possível esmiuçar tudo, há buscas adicionais que você precisará fazer
para colocar em prática o que está aprendendo aqui.
Algumas delas:
276
vídeos, seu site) quanto as ações que você empreende (execução de
palestras gratuitas, entrevistas, estabelecimento de networking e
aparições na mídia em geral).
São estes satélites que vão, de alguma forma, trazer as pessoas do seu
público até você.
O objetivo deles é criar um campo gravitacional tão forte em torno de
seu trabalho e de seu nome que estas pessoas sejam naturalmente
atraídas e desejem saber cada vez mais sobre seu trabalho. Existem
satélites de todos os tipos, uns menores e mais modestos que são
lançados por um curto período de tempo – uma entrevista que você
concede, uma palestra gratuita, um post, um vídeo – até grandes e
perenes satélites – sua página no Instagram, no Facebook ou um super
e-book que você produziu.
É a gravidade trabalhando.
277
pegar o e-mail do redator e mandar uma mensagem bem clara,
mostrando seu site, seus fãs, seus eventos e toda a propriedade
intelectual que você já produziu.
279
Se você ainda não consegue vislumbrar a grandeza da situação,
vejamos aqui algumas ótimas razões pelas quais você DEVE usar o
Instagram como uma de suas PRINCIPAIS estratégias:
• Encontrar clientes.
• Encontrar outros profissionais para parcerias.
• Promover algum evento, sozinho ou em parceria.
• Criar visibilidade.
• Ganhar credibilidade.
• Anunciar eventos específicos.
• Promover seus produtos e serviços (discretamente).
• Direcionar tráfego para seu website.
280
• Construir uma lista de e-mails de seu público.
• Criar uma base de “fãs entusiasmados”.
3. Desenvolvimento de Parcerias.
281
Não são apenas as pessoas de seu nicho que vão começar a prestar
atenção em você se sua estratégia no Instagram for bem feita. Outras
pessoas que podem ser futuros parceiros, devem surgir também. Mas ok,
você já deve estar careca de saber o que as redes sociais podem fazer por
você.
Sua pergunta agora provavelmente é:
Mas como, na prática, posso usar o Instagram para fazer tudo isso?
Há inúmeras formas.
O Insta é uma ferramenta tão completa que há cursos inteiros sobre
como aproveitar todas as vantagens dele na construção de sua imagem,
mesmo assim, veremos agora algumas dicas básicas que mencionei há
pouco.
Atenção: não custa reforçar, as sugestões e dicas sobre o Insta
seguirão a mesma lógica do que foi feito em relação ao website. Em outras
palavras, são mais relacionadas aos aspectos estratégicos e de conteúdo
do que ao uso técnico da ferramenta. Por isso, por favor: não fique só
nisto aqui. Este tópico não tem como te ensinar tudo o que você precisa
saber para usar todo o potencial do Instagram.
Se quiser realmente usar tudo que o Insta pode oferecer, você terá que
beber de outras fontes tecnicamente mais avançadas. E o bom é que
depois eu mesmo posso te indicar algumas bem confiáveis. Aliás, parte
do que veremos agora foi extraído do curso “Insta para Psicólogos” que
foi criado pela Tássia Garcia. Deixo vocês com ela por alguns minutos.
282
para um perfil profissional, talvez você tenha que filtrar suas postagens
para alcançar a mensagem que quer transmitir.
Quando decidi construir meu perfil profissional, eu aproveitei o meu
perfil pessoal. Esta decisão foi baseada em eu não fazer questão de ter
um perfil pessoal. Além disso, eu sabia o tempo com planejamento e
organização que eu teria que ter para movimentar uma rede, assim eu
não gostaria (e talvez não daria conta) de ter a mesma energia com outro
perfil.
Mas esta é uma decisão pessoal em que não existe certo ou errado.
Foto do Perfil
O Instagram é uma rede social de imagem e vídeos. Por isso, em tudo
que diz respeito a estes dois formatos é necessário ter uma cautela a
mais.
283
Eu recomendo que a foto de perfil seja uma foto profissional, que tenha
sido tirada por alguém que entenda de iluminação, ângulo e de como
tratar uma foto (são retoques e padrões de alta qualidade). Este tipo de
investimento não é alto, você pode contratar uma pessoa para fazer
poucas fotos ou mesmo várias, aí fica à sua escolha.
Mas antes de contratar um fotógrafo eu sugiro que você já tenha uma
ideia de como você quer a foto e o que você quer que transmita.
Além de pesquisar fotos de outros profissionais para se inspirar, eu
acredito que é interessante fazer algumas perguntas:
284
Eu acredito que colocar a logo como foto de perfil é adequado em casos
de perfil de empresas que não têm um rosto, são realmente uma marca
ou um perfil de um projeto em que várias pessoas são administradoras
daquela rede. Também é adequado no perfil temático, pois não há uma
pessoa por trás, mas um tema/nicho.
Mas é inegável que um perfil com uma foto de pessoa gera mais
resultado do que com uma logo.
Nome de usuário
O nome de usuário é aquele que você cadastrou quando fez sua conta
no Instagram, mas que você pode mudar conforme achar necessário. Este
é o momento em que vem a dúvida entre colocar o próprio nome, colocar
um nome de projeto ou... o que fazer?!
Não existe uma regra, cada caso é um caso. Vou te contar qual foi a
minha estratégia e as mudanças que realizei neste ponto.
Eu comecei o Instagram com uma única conta profissional e coloquei
o nome do meu projeto: Gestão com Inovação. Isto porque eu achei mais
condizente já que estava iniciando, tinha pouca visibilidade e queria que
minha energia fosse canalizada para este tema. Então me dediquei
completamente a este perfil.
Mostrei minha cara, coloquei personalidade e fiz um perfil profissional
com grande presença minha. Fiz assim porque encaro a carreira de
psicóloga como uma miniempresa (que inclusive precisa ser pensada em
vários setores: financeiro, captação de clientes e marketing, é o que
estamos desenvolvendo aqui).
Muitas pessoas utilizam o próprio nome ou algo como
“tassia_psicologia” ou “tassiapsi”, mas, como estava iniciando, eu decidi
colocar um nome relacionado ao meu nicho de trabalho, é por isso que
recomendo (novamente, não é obrigatório) a quem estiver iniciando que
tenha um nome relacionado ao nicho em que quer trabalhar.
Recomendo porque se você tiver (ou um dia quiser ter) outros projetos
relacionados não à psicologia ou ao nicho em que escolheu trabalhar,
seria mais condizente e fácil de estar em dois projetos.
Pensando como estratégia de marketing, se você quer trabalhar com
mulheres, por exemplo, é mais fácil e provável que seu público busque por
285
“Mais mulheres”, “Ser Mulher” ou “Mulheres Unidas” do que por “Maria
Psicóloga”.
Ou seja, no início, escrever um nome de projeto relacionado ao nicho
é estratégico. E foi o que eu fiz.
Mas aconteceu que meu perfil cresceu e atraiu pessoas não só com o
objetivo de desenvolvimento profissional, mas também, pessoas que se
identificavam com minha personalidade e alguns posicionamentos. E,
quando estava fazendo este e-book, eu recebi um feedback que mudou o
rumo do meu Instagram.
Eu fui convidada por uma loja “plus size” para fazer um trabalho de
marketing, a dona (que é uma pessoa que admiro muito) disse que eles
me reconheciam como um blogueira plus size. Percebi que, apesar de não
ser meu objetivo, muitas pessoas estavam no meu perfil não só pelo
conteúdo profissional, mas também pelo meu estilo de vida.
Meu estilo de bem com o meu corpo, meu modo de vestir, minhas
ideias, minha personalidade e os conhecimentos que eu compartilho
foram além de simplesmente divulgar meu trabalho e convergiram para
a minha pessoa. Isso coincidiu com vários projetos nascendo, o que
tornou o Gestão com Inovação um dos projetos que conduzo, não mais o
único.
Daí, depois de muito pensar e recolher feedback do meu público
(Porque o legal é que nada precisa ser decidido sozinho!), decidi mudar o
Nome de Usuário para o meu nome: Tássia Garcia de Araújo. Ao mesmo
tempo construí um perfil temático do Gestão com Inovação.
Então, de modo estratégico, eu usei o nome do projeto focado no nicho
no início, e depois, com o crescimento da minha carreira, mudei para o
meu nome. Essa mudança inclusive me deu mais liberdade de trabalho.
Foi estratégico e você pode – inclusive eu recomendo – fazer o mesmo.
A não ser que você seja muito famosa como a Gisele Bündchen (e
mesmo assim eu tive que pesquisar para escrever o sobrenome) ou as
pessoas te conheçam por quem você é em um primeiro momento, não
pelo que faz, o melhor é ficar com um nome associado ao nicho.
Então avalie isto de forma consciente. Até porque não há uma regra,
mas uma sugestão para que você tenha mais assertividade em suas ações
e com isso mais resultado.
Observe bem para perceber o que é melhor para você. Se você já tem
um perfil pronto e tem poucos seguidores, acredito que vale a pena
repensar se quer permanecer com ele ou mudar o nome, mas se você já
tem um número interessante de seguidores (mais de mil), principalmente
286
que curtem e comentam as postagens, daí sugiro que não mude e siga
em frente.
Mas calma, como eu disse, você pode alterar o nome de usuário depois
caso queira, não é definitivo e você pode fazer uma transição depois.
Nome
No Instagram, por ordem de escolha, vem primeiro Nome e depois
Nome de Usuário. Para ficar mais didático, eu troquei esta ordem para
que você entenda que Nome de Usuário é o nome do perfil que está
registrado para fazer login na conta, e, Nome é um espaço para,
teoricamente, você colocar seu nome e ser encontrado.
Neste espaço, que no perfil do Instagram fica em negrito, o que a
maioria das pessoas faz é justamente colocar o próprio nome, mas isto
nem sempre é estratégico.
Quando alguém vai buscar pelo seu perfil, a pessoa pode te encontrar
digitando o seu Nome de Usuário (que é o do login) ou as palavras
contidas no Nome.
Se você é famoso, tem um nome de autoridade, acredito que é
interessante colocar o próprio nome neste espaço, mas, se você não tem
um nome reconhecido e/ou está começando sua carreira agora é mais
interessante você completar este espaço com palavras-chave.
Se este é seu caso (como acredito que seja o da maioria aqui) a dica
então é você colocar palavras-chave que digam algo sobre o seu trabalho,
assim você será encontrado por mais pessoas e com maior facilidade.
Um exemplo, se você trabalha com o nicho maternidade, é estratégico
você colocar neste espaço algo como “Mãe e Filhos”, “Maternidade real”
ou “Maternidade”.
Se você trabalha com o nicho relacionamento amoroso, seria
estratégico você colocar algo como “Casal Feliz”, “Relacionamento a dois”
ou “Relação feliz”.
Perceba que são palavras-chave que provavelmente o público do seu
nicho procura e por isso podem encontrar você através delas. Mas não
são palavras soltas, são algo que faz sentido, precisa ser positivo e
mostrar um pouco do que você propõe.
Se você for no meu perfil @tassia_garcia_araujo as palavras-chave são:
“Vida, Criatividade, Carreira” e se você for no meu perfil
@gestao_com_inovacao você vai perceber que neste espaço eu coloquei
meu nome. No primeiro eu escolhi palavras que definem o que a pessoa
287
vai encontrar no meu perfil, eu quero atrair pessoas que estejam
procurando estas palavras, já no segundo eu coloquei meu nome porque
ele ainda está “pequeno”, então é para dar um empurrão.
No início, quando eu só tinha um perfil profissional, por muito tempo
eu o mantive somente com palavras-chave relacionadas a
desenvolvimento profissional, mas depois que eu comecei a perceber um
movimento de reconhecimento do meu nome, eu mudei para que pessoas
de outros lugares pudessem me encontrar também.
Mas o que deve estar claro neste momento é que você deve colocar seu
nome se você já tiver construído um reconhecimento profissional, ou
palavras-chave que vão atrair as pessoas certas.
Site
Infelizmente o Instagram permite que cada perfil coloque somente um
link de site. Este link pode ser seu site, canal do YouTube ou outro espaço
virtual que você ocupe, mas o ideal é que ele seja estratégico para o seu
objetivo.
Se o Instagram for a única rede em que você trabalha, não coloque um
link, mas já comece a pensar em expandir a sua presença digital. Não
podemos colocar todos os ovos em uma cesta só! Como o Instagram se
atualiza muito rapidamente, pode ser que em pouco tempo o algoritmo
mude e não seja tão favorável para a divulgação profissional.
É difícil que tudo mude tão rápido, mas aconteceu com o Facebook.
Então vamos nos precaver. O ideal é que você se planeje para ter um site,
que é um espaço seu em que você faz as regras. Ao mesmo tempo, ocupe
seu espaço nas redes sociais estratégicas para o seu público.
O mais recomendado aqui é que você coloque um link que seja
estratégico para seu objetivo profissional.
288
Mas se você tem site, canal no YouTube e mais de um link que gostaria
de compartilhar no seu perfil no Instagram, calma! Para tudo tem
solução.
Biografia
Este é um espaço de 160 caracteres para você contar mais de você e
do seu trabalho. O ideal é você colocar seu nome (se não tiver colocado
em outro espaço), sua atuação e dizer um pouco sobre o que as pessoas
podem esperar do seu trabalho, principalmente os benefícios.
A estratégia aqui é construir uma mensagem simples e que convide
seus visitantes a conhecer mais o seu trabalho. De quebra eles ainda se
tornarão seguidores da sua rede.
Vamos continuar nossa conversa falando sobre os diferentes tipos de
usos que você pode dar ao Instagram?
Instagram de negócios
Você pode usar o Instagram como perfil pessoal, mas, se puder,
recomendo transformá-lo em um Insta de negócios, vou te mostrar
porque é importante e como transformar seu perfil em um perfil comercial
para usar todas as funcionalidades que este formato permite.
289
Antes de mais nada, para transformar o seu perfil pessoal em um de
negócios você deve ter uma página profissional no Facebook. Isto mesmo!
Confesso que eu tenho uma fanpage inabitada, mais abandonada que
casa mal-assombrada e a mantenho somente por causa do Instagram.
Por um tempo eu até a mantive invisível, ou seja, só eu podia ver a
fanpage, mas a política do Instagram mudou e eu tive que deixá-la visível
para continuar com o meu perfil comercial no Instagram. Mas eu não
faço absolutamente nada nela, só tem um aviso para a pessoa ir ao meu
perfil no Instagram.
Esta foi uma decisão que tomei depois de perceber que minha fanpage
não gerava resultado e me demandava muita energia, pois eu tinha que
fazer uma postagem por dia exclusivamente para esta rede.
Vou falar mais sobre isso quando tratarmos de postagens no
Instagram, mas para você ter uma perspectiva do Facebook, para eles o
ideal é que cada rede tenha um conteúdo exclusivo. Ou seja, você até
pode compartilhar postagens de uma rede para outra, mas não é
recomendado que você faça isso com todo o conteúdo.
Se você tem uma fanpage e quer mantê-la ativa, o ideal é que você
construa e compartilhe no mínimo:
No total são 3 conteúdos diferentes por dia, o que por mês dá uma
média de 90 conteúdos novos, frescos e diferenciados. Esta construção,
somada a uma agenda cheia de clientes e construção de artigos para site,
é algo que demanda tempo.
Por isso o ideal é que você esteja nas redes sociais certas para atrair o
seu público. É interessante descobrir onde, em quais redes o seu público
está. O que acontece é que com certeza o seu público está no Instagram
de uma maneira ou outra.
290
Assim, quando me vi com a agenda cheia, tempo escasso e muitos
conteúdos para produzir, escolhi me dedicar somente ao que me dava
retorno.
Em paralelo, antigamente o algoritmo do Facebook era excelente para
páginas profissionais e propagandas, mas, um tempo atrás, o Mark
Zuckerberg decidiu que queria voltar ao objetivo para o qual a rede tinha
sido criada: estreitar laços pessoais. Então, mudou o algoritmo para que
a fanpage e a divulgação alcancem menos pessoas. Assim, ficou mais
difícil fazer com que o conteúdo “comercial” se espalhasse pela rede.
Quando eu decidi abandonar minha fanpage e me dedicar ao
Instagram, muitas pessoas acharam que eu não estava tomando uma
boa decisão. Estas pessoas tinham um resultado significativo com o
Facebook, por isso não viam lógica e tampouco viam o Instagram com
olhos profissionais.
Atualmente não escuto ninguém dizer que tem resultados satisfatórios
com o Facebook. Ao contrário, muito destes relatam o quanto essa
mudança afetou na divulgação de palestras, eventos etc. Por isso afirmo
que hoje o Instagram gera mais resultados e é também por isso que
estamos falando do Instagram para os psicólogos.
O Instagram pode um dia mudar? Sim! Então se dedique a ele hoje, já
que é o lugar de maior crescimento, mas garanta seu espaço também se
dedicando a outras formas de divulgação do seu trabalho.
Dito isto, vamos voltar o Instagram de negócios.
291
4. Configure seu perfil comercial com e-mail, telefone e endereço,
neste espaço você não precisa preencher todos os dados, mas
precisa preencher pelo menos um deles.
5. Pronto!
Muda que agora você tem acesso à métricas e análises sobre o seu
perfil. Você pode colocar um botão de ação para que a pessoa enviar um
e-mail, ligar ou saiba como chegar até você (a partir das informações que
você forneceu na configuração do perfil comercial). Além disso, você pode
analisar dados sobre o seu perfil.
Agora sua página de perfil está diferente, no canto superior direito não
tem mais o símbolo de uma engrenagem, tem três traços. Se você clicar
nele vai abrir uma aba com: Informações, Salvos e Encontrar pessoas.
Um pouco abaixo terá a engrenagem com Configurações.
Vamos entender melhor o que significa cada uma destas opções?
1. Informações.
Neste espaço você vai encontrar TUDO o que precisa saber para
analisar de forma matemática o seu perfil.
Em “Atividade”:
Interações: conta quantas ações foram realizadas no perfil em uma
semana, fornece em gráficos e números estas interações divididas pelos
dias da semana.
Aqui você consegue mensurar quais os melhores dias da semana para
você postar. Claro que temos o fator conteúdo (que pode ter maior ou
menor interesse do público em si), pois um vídeo normalmente tem maior
interação, inclusive você pode fazer testes e postar vídeos a cada semana
em um dia diferente para ver em qual você obtém maior resultado.
Visitas ao perfil: mostra quantas pessoas visitaram seu perfil em um
prazo determinado de tempo.
292
Este dado é interessante para saber se as pessoas estão chegando até
você e se estão, ou não, se transformando em seguidores.
Cliques no site: mostra quantas pessoas clicaram no link que está no
perfil.
Ligações: quantas pessoas clicaram para ligar para a empresa ou
para o número comercial que você cadastrou.
Descoberta: mostra quantos perfis o seu perfil alcançou em um prazo
de uma semana, fornece este dado em gráfico e números.
Alcance: mostra o número de contas que viram alguma publicação
sua no prazo de uma semana. Também mostra o comparativo com outras
semanas, ou seja, já faz a análise para saber se você está ou não
crescendo.
Impressões: mostra o número total de vezes em que todas as
publicações foram vistas, como também já faz uma análise comparativa
do seu crescimento, ou não, em relação com outras semanas.
Em “Sua Atividade”:
Neste espaço você consegue ver quanto tempo você permanece na rede
diariamente. Esta é uma métrica nova que ainda está sendo aprimorada,
mas representa o tempo médio de uso. Esse tempo é contado enquanto
você está usando o app no celular. Ou seja, não contabiliza o uso através
do computador.
Essa ferramenta serve para gerenciar o seu tempo em dois formatos:
Definir um lembrete diário: você pode colocar um lembrete para si
mesmo depois de determinado período (você escolhe o tempo).
Configurações de notificação: você pode escolher quais notificações
do Instagram você quer receber, inclusive escolher não receber
notificações.
Em “Tag de Nome”:
“Tag” significa “rótulo” ou “etiqueta” em inglês, por isso, na linguagem
de marketing digital quer dizer um símbolo, letra ou outro modo de
identificar um site, perfil ou página como uma identificação daquele
espaço online.
Você pode fazer sua Tag de Nome e personalizar para depois
compartilhar. Quando você compartilha sua Tag de Nome em outra rede
293
social, as pessoas podem escanear e ir direto para o seu perfil no
Instagram. Você também pode escanear a de outra pessoa e abrir o dela.
Nesta tela mesmo, na parte inferior, está o símbolo de uma câmera
escrito "Ler uma tag de nome" é aí que você deve clicar para escanear a
Tag de outra pessoa.
Clicando no ícone da parte superior você pode personalizar com uma
self, cor ou emoji. E, na parte superior direita, tem uma seta que é o botão
para compartilhar sua tag.
Se você já personalizou e quer sair desta tela, é só clicar no X.
Em “Salvos”:
Essa categoria, simbolizada por uma bandeirinha, é uma
funcionalidade maravilhosa, mas da qual poucas pessoas têm
conhecimento. Esta é uma funcionalidade do Instagram que permite que
você salve, dentro do próprio app, os conteúdos que você acha
interessantes. E mais, você consegue salvar com pastas diferentes para
cada assunto/tópico/interesse.
294
Como ver as pastas: através do seu perfil, você vai clicar nos três riscos
no canto superior direito, clicar em “Salvos” e pronto, lá estão suas pastas
com as referências e inspirações que selecionou.
295
• Gabriela Brasil: fala sobre organização.
• Tiago Mattos: autor do livro Vai Lá e Faz e futurista.
• Thais Farage.
• Luciana Mallet: coaching para arquitetos.
• Pinterestbr.
Em “Encontrar pessoas”:
Esta função existe, como o próprio nome já diz, para você encontrar
pessoas que você pode seguir.
O Instagram te dá sugestões com base nas pessoas que você já segue
e com as quais há interação ou que por algum motivo você ainda não
segue e que seguem você.
Ele também sugere pessoas que você já é amigo no Facebook e que
estão no Instagram, visto que as duas redes são relacionadas, eles
possuem estes dados e os usam para sugerir amigos.
Também sugerem com base nos contatos de pessoas que você tem o
número salvo no seu telefone. Vale lembrar que o WhatsApp também é
do Mark Zuckerberg, ou seja, todas as informações do Facebook,
Instagram e WhatsApp são cruzadas e alinhadas para fazer estas
sugestões.
Agora você já tem uma boa base para começar a se planejar para o
Instagram. Vamos continuar a conversa? Agora voltamos com o Bruno.
296
Mas eu? Será que eu vou ter assunto? Será que vão gostar? Será que
não vou fazer papel de idiota? E se ninguém gostar e eu me sentir uma
anta? E se ninguém curtir?
297
Parece uma pergunta pertinente não é mesmo? E ela é. Só que contém
um grande problema. Nesta pergunta o centro das atenções é você, não
seu público-alvo.
Seu serviço só existe para melhorar a vida deles. É tudo sobre eles,
não sobre você. Encare assim: da mesma forma que o dinheiro é a
consequência de um desejo legítimo de ajudar, não seu objetivo maior, a
atenção que você ganha nas redes sociais é consequência direta de
postagens que tenham o objetivo sincero de melhorar a vida do seu
público, NÃO de chamar a atenção para você.
Isto significa que a pergunta que você deve ser fazer é:
3. Arriscar.
Cada público é um, cada negócio é único, não existem fórmulas
prontas e infalíveis. É aos poucos, conforme posta e observa as reações,
que você vai acertando o passo.
Se houvesse certezas, não seria empreendedorismo.
De qualquer forma, como eu já errei e acertei um bocado no Insta e no
Face, posso – e vou daqui a pouco – te dar algumas boas sugestões sobre
298
como criar conteúdo que engaje as pessoas. Mas antes vamos analisar
mais dois aspectos a levar em conta para fazer suas postagens:
299
Se você é capaz de fazer uma pergunta que leve a uma reflexão que
proporcione crescimento, isto é uma forma de entregar valor. Mas
continuemos.
Tipos de Postagem
Aprender a fazer postagens relevantes para seu público é uma mistura
de arte com ciência. Não existem passos exatos, já que cada público é
único.
De qualquer forma, quero te mostrar aqui algumas variações
interessantes que você pode usar para começar a entregar valor e
construir sua credibilidade.
Preste muita atenção, pois os exemplos aqui são reais e práticos e
podem te ajudar muito com suas postagens!
1. Postando dicas:
Neste tipo de postagem você oferece, em poucas palavras, algum
conhecimento que pode ser aplicado imediatamente à realidade de seu
público. Pode ser algo simples e objetivo ou uma dica um pouco mais
extensa, inclusive com exemplos.
Aqui vai o exemplo de uma dica em forma de pergunta:
2. Postando Insights:
Insights são aquelas ideias interessantes em forma de um parágrafo,
eles despertam para algum ponto de vista ou propõem alguma
perspectiva de interesse para seu público. Não é uma dica em si, pois não
diz o que fazer, é uma inspiração mesmo.
Veja esta mensagem abaixo, ela foi postada com uma imagem de uma
família feliz, teve muitas curtidas:
300
“Consultório de psicologia não é lugar apenas para gente doente das
emoções. É lugar pra gente que “não quer” adoecer emocionalmente. É
lugar para gente que quer ser melhor. Melhor com a família, melhor
consigo mesmo, melhor com a vida.
Divulgue! Faz bem para todo mundo, inclusive para você!”
3. Postando Citações:
Citações também são insights, mas dos outros. Sabe aqueles axiomas
famosos de gente célebre que as pessoas vivem postando nas redes?
São citações.
Elas não necessariamente têm que resolver um problema específico ou
mesmo se referir ao seu nicho. Geralmente são reflexões sobre a vida, as
atitudes, o amor e costumam despertar sensações boas nas pessoas.
Eu raramente uso-as, pois prefiro criar meus próprios insights, mas
não vejo problema em colocá-las eventualmente.
Apenas tente não abusar. Como são frases dos outros, fáceis de serem
encontradas e reproduzidas, pode existir uma tentação para sempre
recorrer a elas.
E no fim das contas, se você ficar só citando o que os outros disseram,
ora, eu vou ler o trabalho deles, não o seu.
4. Postando Humor:
Eu não sou, nem de longe, uma pessoa que se possa considerar muito
engraçada.
Além disso, tenho outro problema. Cresci jogando vídeo games,
assistindo filmes e séries estrangeiras e, por ser muito influenciado pela
cultura norte-americana, meu tipo de humor preferido é mais ácido e
sarcástico.
Acredite em mim, isso não funciona muito bem no Brasil. As pessoas
aqui não têm o hábito de “zombar” de seus próprios defeitos. Coisa que é
muito comum nos EUA.
Por isso, se for usar humor, que seja algo leve, para descontrair
mesmo. Vez ou outra alguma piada sarcástica vai funcionar, mas em
geral não são recomendadas.
Eu mesmo não crio peças de humor, mas as procuro através do
Google, quando encontro alguma pertinente, coloco.
301
Veja esta que fez um tremendo sucesso.
5. Postando Provocações:
Uma provocação é um insight apresentado de maneira mais crítica e,
muitas vezes, está enviesado através de uma pergunta.
Este é o tipo que postagem que mais me realiza, por isso mesmo eu
tenho que tomar muito cuidado. Sou um sujeito crítico, e, como já disse,
gosto de usar ironias ácidas.
Muitas vezes as pessoas não recebem bem isto. Mas eu diria que, pelo
menos de vez em quando, uma boa provocação tem seu lugar.
Veja abaixo esta postagem que é uma provocação – com um pouco de
bom humor – para quem acha difícil empreender:
6. Postando críticas:
Aqui a coisa é mais direta que a provocação.
É preciso ter cuidado e conhecer bem seu público para fazer isso. Na
prática, você precisa encontrar algo que os incomode e tomar parte no
coro. Veja nesta postagem abaixo em que eu me coloco, de propósito, na
contramão das tendências e faço uma crítica que encontrou bastante eco:
302
• Não sei se teremos outra turma... (Sim, terão!)
• Eu não vou dormir tranquilo se não te der esta última chance de
comprar... (Já está dormindo e o disparo foi automático.)
Não sei se você trabalha com listas online, mas, se trabalha, não entre
nessas estratégias pasteurizadas que ninguém mais tolera.
Respeite a inteligência de seu público e eles o respeitarão dez vezes
mais por isso!”
7. Postando enquetes:
O próprio Instagram te dá algumas ferramentas de enquete. Eu nunca
usei, mas são bem simples de usar. O que eu faço eventualmente é
colocar alguma pergunta relacionada a um tema. Nem sempre você
precisa querer “apurar em detalhes” o resultado da enquete. O objetivo
pode ser só provocar uma discussão e envolvimento mesmo.
Mas atenção, se você ainda está começando, não faça enquetes de
imediato. Seu público tende a te responder melhor num estágio
avançado, quando já te conhecem e te acompanham há algum tempo.
Veja esta postagem abaixo, nela eu comento algo e depois faço uma
pergunta:
8. Postando estatísticas:
Também não costumo usar muito isto, mas é bem pertinente. Que tipo
de estatísticas existem em relação a seu nicho e que podem ser usadas
para gerar um post? Para saber isso, é só procurar no Google.
Por exemplo, procurando sobre mercado de trabalho para psicólogos,
encontrei uma pesquisa que fala que cerca de 50% dos psicólogos
303
brasileiros atua na clínica e que praticamente 80% deles se dividem entre
a clínica e outro trabalho.
Com isso, eu poderia postar o seguinte:
304
Quando fizer seus vídeos, você tem algumas opções de publicação:
colocá-los direto no IGTV do Instagram ou colocá-los no YouTube e postar
o link no Insta fazendo um comentário pertinente para chamar a atenção
das pessoas.
E tem mais.
305
Conforme as pessoas vão curtindo, comentando, dando retorno, você
vai se enchendo de satisfação e desejando entregar mais conteúdo ainda.
O resumo do que estou querendo dizer aqui é o seguinte:
Quando a coisa começa a andar, as postagens vão ficar cada vez mais
naturais. Na verdade, muitas delas vão simplesmente brotar dentro de
você, você mal vai conseguir esperar para compartilhá-las.
Agora, antes de partirmos para o outro tópico, quero falar sobre mais
uns aspectos que podem te ajudar a não fazer besteira.
Postagens de vendas:
Postagens de vendas são aquelas em que você, obviamente, anuncia
alguma coisa. Alguns especialistas dizem que no máximo 10% de suas
postagens no Instagram e no Facebook devem ser de vendas. Do
contrário, o público pode começar a não gostar.
Sinceramente, eu ainda acho muito.
A verdade é que eu não gosto de fazer postagens de vendas, pois não
me sinto à vontade vendendo ativamente. Prefiro trabalhar com o
conceito de “soft sell”. Ao pé da letra a tradução seria algo como “venda
macia”. É vender sem parecer que está vendendo.
Minha estratégia é dar muito conteúdo, levar as pessoas até meu site
e lá, apenas lá, deixar que elas mesmas descubram os serviços que
podem interessá-las. Há sim, algumas situações em que eu realmente
anúncio algo, mas é sempre em meio a muito conteúdo, jamais de forma
isolada ou insistente. Por exemplo, sempre que houver uma nova turma
da minha mentoria vou anunciar lá.
Sem apelação.
306
Desta forma você promoverá para quem já se interessou previamente pelo
assunto.
É exatamente isto o que faço no meu curso. O módulo introdutório
capta e-mails, fazemos um trabalho na lista e as pessoas aparecem.
Você pode até fazer uma ou outra postagem avisando do workshop nas
suas redes, mas não é para fazer isso repetidamente, especialmente se
você está começando. Sua página não é um lugar para ficar fazendo
vendas, é um lugar para entregar valor. As vendas são consequência
disso.
Já viu que algumas pessoas, do nada, fazem anúncios de cursos e
eventos nas redes sociais? Raramente alguém curte. Eis uma máxima
que serve a todos nós: “As pessoas adoram comprar, mas detestam que
tentem vender coisas a elas.”
307
página, comece suas postagens, aceite que o retorno leva algum tempo,
persista.
Se eu consegui engajamento em um nicho tão pouco provável como
Empreendedorismo para Psicólogos, por que você não conseguiria no
seu?
Aliás, provavelmente é por isso que você está lendo este livro agora.
308
6.4 Exposição e estilo: como ficar totalmente à vontade fazendo
marketing
Você fica totalmente à vontade com o fato de ver sua cara estampada
num site, de divulgar seu trabalho, enfim, de fazer marketing de si
mesmo? Pode parecer uma pergunta besta a essa altura do livro, mas
não é. Note que eu não estou perguntando se você “acredita no seu
trabalho”, como fiz lá atrás, estou perguntando se, mesmo acreditando,
você fica à vontade se expondo.
Muita gente tem receio e se sente meio “esquisita” quando começa a
se expor para construir credibilidade. Esta sensação pode fazer com que
suas aparições fiquem um pouco “mecânicas” no início e isso é um
problema. Compreenda que as pessoas querem mais do que
simplesmente informações e conhecimento quando entrarem em contato
com seu trabalho.
Elas querem ver VOCÊ ali. Sua personalidade, seu jeito, sua “alma”.
E, para que isto aconteça, é preciso fazer uma coisa muito importante:
ousar. É cliché falar, mas tem que sair da bendita zona de conforto
mesmo. Só quando ousa você realmente se entrega e deixa de ser apenas
um repetidor de conceitos para realmente colocar seu “toque pessoal” nas
coisas que faz.
Vou colocar isso de outra forma: será que você consegue, em um texto,
uma palestra ou um vídeo, colocar sua personalidade de maneira
tranquila e segura? Grande parte do objetivo deste capítulo é te ensinar
o básico sobre como construir uma marca forte em volta de seu trabalho,
isto exige que você esteja totalmente disponível a se expor.
309
Eu disse TOTALMENTE!
Não é expor um personagem que você cria apenas. Lógico que sua
“persona pública” pode ser um pouco diferente de quem você é na vida
privada e no cotidiano, mas ainda assim tem que ser você. Na minha
opinião, não pode ser um teatro apenas. Este processo, de deixar-se
revelar publicamente, costuma ser incômodo no início e muitas pessoas
levam tempo para se acostumar. Mas é necessário.
Quando eu comecei a gravar meus primeiros vídeos, por exemplo,
embora eu conseguisse falar com lógica e me expressar bem, era como se
EU ainda não estivesse ali de verdade. Ao fazer os vídeos, eu estava tão
“duro” que mal se via minha personalidade, meu jeito.
Já na hora de escrever eu tinha um pouco mais de facilidade, pois é
algo que sempre gostei de fazer, mas, mesmo assim, alguns artigos, no
início da minha carreira, eram mais textos informativos do que realmente
a expressão de quem eu sou.
A questão central é: você precisa colocar a alma no que faz. E para
isto, é preciso perder os receios e, principalmente, aprender a se divertir
com a coisa, inclusive desenvolvendo a habilidade de rir de si mesmo, se
for possível.
A primeira vez em que olhei a home do meu site e vi minha foto, por
exemplo, fiquei completamente estupefato. Embora eu estivesse
empolgado e feliz, havia um pouco de vergonha, uma sensação
desconfortável de que as pessoas iam me ver, me julgar, me avaliar.
A palavra exata, na verdade, nem é vergonha: é inadequação. Eu me
sentia inadequado. E muita gente se sente assim. Frente à possibilidade
de terem que escrever, gravar vídeos e dar entrevistas, comportando-se
como uma autoridade no segmento que escolheram, algumas pessoas
ficam absolutamente desconcertadas.
O lado bom é que eu tenho uma solução para isso. Só que ela não é
exatamente científica. Na verdade, é estupidamente simples: exponha-se
até passar!
310
É igual a aprender a dançar. No início você fica meio sem graça, faz
uns movimentos duros, erra um pouco, corrige e se atrapalha até
dominar os passos. Mais tarde, quando você se acostuma com o ritmo e
fica totalmente à vontade, começa inclusive a criar suas próprias
variações dos passos. É neste momento – quando começa a criar seus
passos – que sua personalidade aparece.
Especialmente se você tiver uma personalidade mais reservada – como
a minha – ao começar seus esforços de marketing, você vai demorar um
pouco para “gostar da coisa” de verdade e se soltar. Não encare isso como
um sinal para parar. Pelo contrário, continue que você se acostuma. E
tenha certeza de uma coisa: pior do que está não fica.
Agora vamos entender outro requisito fundamental para você
conseguir se expor de forma totalmente “sem vergonha”, no bom sentido
é claro:
Com-ple-ta-men-te.
311
problemas. Não há um padrão certo para isso, um jeito que você “tenha
que ser”. Logicamente, você deve investir sempre em melhorar suas
habilidades de expressão oral e escrita, mas tendo o cuidado de respeitar
seu estilo. Se você não fizer isso, fica forçado.
312
Você não pode atribuir sua segurança e autoestima à opinião das
pessoas. Se fizer isso você está perdido, pois na primeira crítica forte você
vai desabar. E tem mais: seu objetivo ao se comunicar é construir
perspectivas, convidar para formas de olhar e eventualmente “educar” as
pessoas que te acompanham a respeito de assuntos, emoções e
comportamentos que elas vivem.
Neste processo – preste muita atenção – nem sempre você precisa ser
acolhedor ou conciliatório. Na verdade, o que estou tentando dizer aqui é
o seguinte:
Seu objetivo na internet não é ser gostado. Isso mesmo que você leu.
313
E agora, a razão maior para você perder a vergonha de fazer marketing,
se expor, escrever, palestras, dançar, sapatear, seja lá o que for:
Lembre-se de que é por uma por causa muito maior que seu bolso.
Maior até do que sua realização individual.
Eu já disse isso, mas vale a pena repetir: seu principal objetivo ao se
comunicar não deve ser apenas o de atrair atenção para ganhar dinheiro,
deve ser o de ajudar as pessoas a evoluírem em algum aspecto de suas
vidas. Mesmo quando está “prestando serviços” o foco deve ser este.
Como psicólogo, você tem o privilégio de poder proporcionar bem-estar
às pessoas e ver a vida delas transformadas, é claro que você quer a grana
– eu quero – mas grana é uma consequência da entrega e do trabalho
feito com verdadeiro interesse no outro.
Você já deve ter ouvido a frase:
O que eu quero dizer com isto é que não é simplesmente por você que
é preciso se expor. Nem mesmo pelo dinheiro. É também pelas pessoas
cujas vidas você quer transformar. Entenda que quanto mais você se
expuser, quanto mais pessoas sua mensagem alcançar, mais vidas serão
transformadas para melhor. A motivação para enfrentar o julgamento
público não é algo egoísta ou mesquinho, é a vontade legítima de ajudar
as pessoas a vencerem suas dores e alcançarem seus sonhos.
E sem hipocrisias aqui: você não é um santo nem um demônio. É um
ser humano. Quer dinheiro, quer uma vida próspera, quer viver bem. Mas
ao mesmo tempo você quer – assim espero – fazer isto ajudando
legitimamente outros seres humanos. É esta compreensão maior que vai
lembrá-lo de que isto tudo não se resume a um jogo capitalista em busca
de dinheiro. É muito mais que isso. É um propósito de vida transformado
em um negócio sustentável que tem o potencial de mudar para melhor a
vida de muitos seres humanos.
314
a sensação de que aprendeu muita coisa, mas que ao mesmo tempo está
tudo embaralhado em sua cabeça. Se for este o caso, pode relaxar. É algo
totalmente esperado.
Isto porque você está recebendo uma enxurrada de informações e
conceitos, mas eles ainda não estão organizados em um plano de ação.
Por enquanto, não fique sofrendo caso esteja com a sensação de ainda
“não dominar tudo”. O passo a passo para agir ficará mais claro até o
final da leitura. Por agora empenhe-se em começar a construir, mesmo
que nos bastidores, tudo aquilo que você já identificou como necessário.
315
CAPÍTULO 7: UM PLANO DE AÇÃO PARA VOCÊ (E
ALGUMAS PALAVRAS DE DESPEDIDA)
316
Introdução
Porque o que mais importa na vida não são as respostas que você
tem, são as perguntas que você faz.
No fim das contas, o que vai definir seu sucesso como psicólogo é a
maneira como você olha para sua realidade e a questiona, não apenas o
conjunto de informações que você carrega sobre ela. Sendo mais claro,
estou falando aqui do que chamo de “apropriação do conhecimento”. Um
conceito fundamental para que possamos construir nossa própria
história.
Infelizmente, esta lógica ainda não é realidade em nosso modelo
educacional, por isso muitos de nós temos dificuldade em nos
apropriarmos ativamente do que aprendemos. A escola não ensinou e a
maioria das faculdades também não.
Embora seja necessário reconhecer que a pedagogia tem avançado
muito neste sentido, em geral, ainda somos educados através de um
modelo que privilegia mais a absorção de informações do que a verdadeira
apropriação do conhecimento.
317
Por exemplo, durante a faculdade de psicologia eu tive muito mais
contato com aquilo que “perguntaram e responderam os que vieram antes
de mim” do que fui provocado a fazer minhas próprias perguntas.
A perspectiva era muito mais passiva do que ativa, o que acabava nos
treinando para sermos mais “reprodutores de conceitos” do que criadores
de nossos próprios caminhos.
Que você não apenas absorva o que aprendeu aqui, mas que se
aproprie disso e transforme em algo seu.
O material que você leu não foi criado para dizer a você “exatamente o
que fazer”, foi feito para apontar caminhos, dar exemplos, mostrar
ferramentas e enriquecer seu mundo interior para que VOCÊ construa
sua própria estrada. Sim, há dicas objetivas, sugestões claras e um passo
a passo inicialmente estruturado, mas o intuito, eu repito, não é que você
simplesmente absorva o que foi ensinado.
318
Você não é uma esponja, é um ser humano.
Tudo o que foi aprendido deve ser processado por você e transformado
segundo sua inteligência e senso crítico. Não é porque eu te indico um
caminho que isto significa que você não possa enfeitá-lo, analisá-lo,
customizá-lo ou até mesmo me mostrar que existe um caminho diferente.
A pergunta mais importante a ser feita por você agora é:
Parte disso fizemos juntos, mas este trabalho não acaba NUNCA.
Lógico que fazer isto é muito mais difícil do que simplesmente seguir um
manual detalhado ou repetir coisas. Mas é assim que funciona, a razão é
óbvia: a vida não tem manual.
Métodos são importantes e têm sua aplicabilidade, mas somente a
individualidade e o julgamento crítico podem fazê-los funcionar em
situações inéditas. E sempre surgirão situações inéditas. Nós psicólogos
sabemos disso melhor do que ninguém.
Mesmo com abordagens e técnicas claras – várias respaldadas
cientificamente – sabemos que cada ser humano é único e especial. E
embora todos supostamente respondam a alguns princípios elementares
de comportamento, as nuances e a individualidade tornam cada
processo, em certa medida, imprevisível.
Claro que isto não significa que não tenhamos clareza dos resultados
e benefícios que nosso trabalho pode proporcionar, mas significa que não
há fórmulas prontas e acabadas quando estamos lidando com gente.
Acredite: o empreendedorismo segue esta mesma lógica.
319
Por isso, a partir de agora, embora eu vá te apresentar uma sugestão
de passo a passo para você se organizar e colocar em prática o que
aprendeu comigo, por favor, não trate o conhecimento como uma receita
de bolo. Aliás, até que pode tratar sim, mas entendendo que você precisa
enriquecer esta receita com seu toque especial.
Com o tempero que só você tem.
Perceba que, dependendo de quem você é, de onde você está e até de
quem você quer atingir, esta receita precisa ser adaptada, modificada e
transformada para que o bolo seja o mais gostoso possível. E mais: sabe
quando é que seu bolo vai finalmente estar pronto? Nunca.
Ela pode ficar mais tranquila, menos instável, mais agradável e até
mais previsível, mas jamais chegará o dia em que você pode dizer que o
amanhã está traçado e que a receita está perfeita. É o velho ditado:
quando você achar que tem todas as respostas, a vida pode vir e mudar
as perguntas.
Sorva estas últimas palavras com a sede de quem quer aprender e
encontrar um caminho, um roteiro, um passo a passo, mas também com
a perspicácia e o senso crítico de um ser humano real, vivo e pensante
que interpreta o mundo e coloca um pouco de si em tudo aquilo de que
se apodera.
320
7.1 Recordar é viver (E fortalece o aprendizado!)
321
Eventualmente vejo alguns profissionais se gabando de que têm
muito, mas MUITO conteúdo em seus cursos, como se isto fosse algo
necessariamente bom.
Acredite, nem sempre é.
Dependendo da quantidade de conteúdo que despejam em sua cabeça,
você pode ficar mais desorientado e perdido do que já estava. Afinal, de
que adianta encher a cachola de penduricalhos se você não conseguir se
apropriar de tudo e dar os primeiros passos?
Frequentemente o resultado de conteúdo em excesso é bastante
desagradável: paralisia.
É por este motivo que, embora tenha sido planejado para ser denso e
bem rico – pelo menos este foi meu plano – o material procura respeitar
o bom senso em relação ao que um ser humano mediano é capaz de
absorver e colocar em prática num período de curto a médio prazo (algo
entre 6 e 12 meses).
O que eu quero ressaltar neste momento é que, embora seja óbvio que
você vai ter que se aprofundar mais em certos temas, não saia por aí
catando mais um monte de coisas para aprender imediatamente.
Por isso, comece a fazer e comece agora. Mesmo que você saiba que
ainda há muito o que aprender, jogue-se na corrida e, conforme os
322
obstáculos forem aparecendo, eles mesmos vão sinalizar “o que mais”
você precisa desenvolver para seguir em frente.
É no calor da batalha que se aprende a lutar e a vencer, não sentado,
tomando café e estudando mapas enquanto avalia técnicas e ferramentas
que supostamente farão tudo funcionar.
Entendido?
Resumo Geral
Esse resumo é simples, direto, foi feito com o objetivo de te permitir
enxergar “toda a leitura” de maneira completa e sintética, justamente
para que você possa perceber quanta coisa já aprendeu e se focar mais
em colocá-las em prática do que em encher sua cabeça com mais
informação.
Para ficar bem funcional, cada capítulo está reapresentado aqui em
um parágrafo curto, seguido de sentenças que evidenciam conceitos
centrais e terminam com perguntas específicas para gerar reflexão. O
único capítulo que fica de fora deste resumo é o 5, já que se trata de
exemplos de trabalhos de mentoria e o capítulo em si é bem curto.
Apenas um cuidado: o resumo tem muita coisa, mas não tem tudo. Na
verdade, como o e-book é seu, recomendo que, dependendo de sua
disponibilidade, você releia tudo mais uma vez.
Encare desta forma: quando você quiser revisitar conceitos, refletir
mais profundamente, tirar dúvidas, se aprofundar e até mesmo ponderar
sobre o aprendizado, releia os capítulos.
Mas quando quiser apenas dar uma “conferida” para ver se está indo
no rumo certo, sem deixar escapar nenhum aspecto importante, recorra
a este resumo.
Comecemos, portanto.
323
Conceitos-chave:
324
Falamos também sobre o conceito de proposta de valor e da
importância de evidenciar não apenas as “ferramentas”, mas sim aquilo
de positivo que seu trabalho pode proporcionar, os benefícios.
Conceitos-chave:
325
• Que benefícios claros estas pessoas terão ao contratar meu
trabalho? (Não se trata de garantias!)
Conceitos-chave:
326
• Que conhecimentos eu preciso obter para ser muito bom no que
me proponho a fazer? (No meu nicho e na minha abordagem.)
• Quem são as 3 pessoas que fazem algo semelhante ao que desejo
fazer e que estratégias elas usam?
• Quais as melhores fontes para obter o conhecimento de que
preciso, tanto fontes clássicas quanto atuais?
• O que preciso fazer para acreditar mais em meu potencial e me
aceitar como competente? (Estudar mais? Supervisão?
Psicoterapia? Nascer outra vez?)
Conceitos-chave:
327
• Nem sempre o serviço com maior retorno financeiro é a
psicoterapia. Os serviços que podem ser vendidos para várias
pessoas ao mesmo tempo tendem a apresentar melhor
lucratividade.
• Serviços como workshops e palestras, além de gerarem receita,
são formas verdadeiras de ajudar pessoas que não poderiam
pagar por psicoterapia.
Conceitos-chave:
328
• O marketing de dois passos é a melhor forma de criar
credibilidade, ele é feito através da oferta de conteúdo útil e
gratuito ao seu público.
• O ideal como psicólogo é ser comprado e não vender diretamente.
O marketing bem feito leva isso em conta.
• Quanto mais valor você cria, através de artigos, vídeos e até
mesmo produtos e serviços diversos, mais atenção chama para
seu trabalho, isto se chama marketing gravitacional.
• O satélite mais importante de todos é o seu website, ele é o
centro de suas atividades na rede.
• Seu site deve, necessariamente, ter muito conteúdo de valor para
seu público, não somente apresentar serviços e falar de você,
como se fosse um “folder virtual”.
• Design profissional e facilidade de navegação são aspectos
imprescindíveis em um bom website.
• Os textos de seu site, inclusive os de serviços, vão funcionar
melhor se você adotar uma linguagem mais informal e
“conversacional”.
• Para conseguir credibilidade você precisa expor, mostrar sua
cara, suas opiniões e ficar à vontade com isso. Não tem outro
jeito.
• Uma das melhores formas de mobilizar as pessoas ao redor de
um tema é criando uma "comunidade" a respeito deste tema.
• Ao fazer postagens, o foco deve estar em “ajudar as pessoas de
verdade” e não apenas em chamar a atenção.
• É preciso variar no conteúdo das postagens e levar as pessoas a
diferentes emoções.
329
• Que elementos precisam existir em meu website para que ele
realmente demonstre autoridade?
• O que preciso fazer e “trabalhar” em mim para conseguir me
expor com mais segurança e tranquilidade?
• Será que estou pronto para manifestar minhas opiniões e
receber críticas? Se não, como me preparar para isto?
E acabou. Ufa!
330
7.2 Passo a passo é bom e todo mundo gosta
Não tem jeito, todo mundo adora um passo a passo, uma fórmula, um
método. E você não deve ser diferente. Eu também gosto muito.
No entanto, como já cansei de falar, fórmulas e métodos são positivos
desde que nós nos apropriemos deles e os adaptemos à nossa realidade,
com nossa cara e nosso jeito. Por isso, a partir de agora vou dar algumas
sugestões muito práticas sobre o que fazer, numa espécie de roteiro que
você pode seguir e se orientar, mas sempre tendo o cuidado de adaptar à
sua realidade.
331
e/ou habilidade. Serão o comodismo, o medo e a preguiça.
Supere isto e o resto fica mais fácil.
332
Para começar a construir seu sucesso, você precisa equilibrar sua
energia nestas duas dimensões. A tendência é que no início, na largada,
o trabalho de bastidores seja maior, em estágios mais avançados o
trabalho externo domina. Mas os dois precisam coexistir SEMPRE. Afinal,
assim como a vida, o conteúdo nunca está totalmente pronto.
333
Agora uma pergunta interessante.
“Ai, eu não sei o que é pior, se ninguém curtir ou se todo mundo curtir e
eu tiver que dar conta do recado.”
334
É engraçado. Tem gente com medo de não conseguir visibilidade e
tem gente com medo do que vai fazer se conseguir.
Enfim, nestes primeiros 2 meses dedique-se fortemente a fazer
postagens, avaliar a receptividade e a entender o Instagram.
Como?
Usando recursos do próprio Insta. Existem vários tutorais que
explicam seu funcionamento e o que fazer para atingir o público que você
quer. O que você precisa é ter paciência.
Atenção: você não precisa passar horas e horas por dia fazendo isso.
Se você conseguir dedicar uns 30 minutos por dia a estudar e entender
o Insta, fizer uma ou duas postagens por dia, em 2 meses você estará
muito, mas muito bem familiarizado com suas possibilidades.
A maioria de nós reclama por não saber usar direito alguns softwares
ou mesmo hardwares, isso tem uma causa óbvia: nós não lemos
manuais, não assistimos tutoriais. Temos preguiça, vamos usando ali o
negócio “mais ou menos” do jeito que entendemos.
Não faça isto. Se você quer realmente entender o funcionamento do
Instagram, estude-o.
Na prática:
• Crie sua página no Insta (ou adapte a que você já tem para o seu
nicho).
• Faça entre uma e duas postagens por dia.
• Veja no capítulo 6 alguns tipos de postagens para te ajudar.
• Curta páginas que tenham a ver com o seu nicho para
acompanhar e ter ideias.
• Estude pelo menos 15 minutos por dia sobre Instagram
Marketing.
• Não se abale com poucas curtidas e comentários, é assim mesmo
no início.
335
Minha experiência:
A primeira coisa que fiz quando resolvi ajudar psicólogos a
desenvolverem seus negócios (meu nicho), foi criar minha Fanpage
“Empreendedorismo para Psicólogos”, no formato comunidade, já que “no
meu tempo” o que bombava era o Facebook. Logo que criei, comecei a ler
sobre Facebook Marketing e fui fazendo postagens que eu acreditava
serem de interesse de meu público.
Eu não seguia uma regra para as postagens, colocava aquilo que
instintivamente fazia sentido. Mas eu tinha um nicho claro e conhecia
bem as dores e sonhos de meu público.
A página foi criada em janeiro de 2014, mas por causa de outros
trabalhos, apenas em julho comecei a realmente me dedicar com
postagens diárias. As ideias, no início, além de serem intuitivas, vinham
de outros sites de psicologia. Analisando o que os psicólogos comentavam
e falavam, passei a enriquecer meu repertório de postagens. Conforme as
semanas iam passando, comecei a ficar mais seguro e a criar postagens
melhores.
Levou aproximadamente 3 meses para que eu conseguisse realmente
me sentir à vontade postando, te digo que até hoje considero que estou
num processo de aprendizagem em relação a isto.
Dados interessantes:
336
Então preste atenção: no início do terceiro mês você vai continuar
fazendo o trabalho no Insta, mas vai também começar a escrever seus
primeiros artigos e gravar seus primeiros vídeos/podcasts.
Importante: caso esteja sentindo insegurança, não pense neste
momento que você vai ter que mostrar este conteúdo para os outros.
Apenas crie. É claro que você vai ter seu público em mente enquanto cria
e levará em conta o que aprendeu no livro até aqui, mas não fique criando
caraminholas na cabeça sobre o que vão dizer de você.
Apenas crie.
Na prática:
Minha experiência:
337
Confesso que criar conteúdo não foi algo muito sofrido para mim, pois
eu já escrevia há um bom tempo e é algo que gosto muito de fazer. Os
vídeos foram mais complicados, mas com o tempo fui perdendo a
preguiça – não a vergonha – e aprendendo a fazer cada vez melhor.
Minha preocupação inicial foi sempre mesclar conteúdo reflexivo e
prático, exatamente como propus a você, criei tudo pensando nas dores
e desejos dos psicólogos que eram meu público-alvo.
Leve em conta que, para escrever e gravar ou até mesmo postar,
muitas vezes é preciso estar no “estado de espírito” adequado. Por isso
um ambiente silencioso e uma boa cadeira e mesa também podem fazer
a diferença. Se música te ajuda a se concentrar, use.
No meu caso prefiro o silêncio mesmo. Minha cabeça já faz barulho
demais internamente.
Dados interessantes:
• Pesquisei um bocado sobre formas de se escrever bons artigos e
gravar vídeos, mesmo já tendo alguma experiência.
• Meus artigos iniciais do site têm uma média de 1400 palavras,
os de hoje estão em 2500.
• Criar conteúdo é como correr. No início pode ser muito ruim e
desconfortável, mas, depois que você se aquece e entra no ritmo,
tudo flui.
• Prezo mais pela qualidade do que pela quantidade. É melhor ter
alguns itens realmente bons do que vários itens “fracos”.
• Até finalizar um artigo eu o leio pelo menos umas 2 vezes, depois
que o considero pronto, leio mais uma vez antes de publicar.
Com vídeos e podcasts eu assisto/ouço ao menos uma vez.
338
estar usando para outras coisas e o trabalho não vai ficar tão bom quanto
o de um profissional.
Mas quando digo para não fazer você mesmo, isto não quer dizer que
você não fará nada na criação do site. O que você vai terceirizar é o design
e a programação de seu site, mas o conteúdo e a lógica ainda ficam com
você.
Seu site tem que ter a sua cara, mesmo nos textos de apresentação de
serviços. Por isso VOCÊ deve criá-los ou pelo menos participar de sua
criação.
Por sorte, você comprou esse livro e tem aqui exatamente o que precisa
para começar a estruturar – ou reestruturar – seu site.
339
Mais uma vez eu toco no ponto: não tenha preguiça de aprender.
Aliás, este ponto é muito importante: lembre se de que seu site não é
estático. Você sempre vai colocar algum artigo, talvez um vídeo, fazer uma
entrevista escrita com alguém e preparar um "banner virtual", enfim,
sempre haverá alguma coisinha para fazer.
Se quiser – e puder pagar – há empresas que fazem para você. Por uma
taxa mensal eles fazem newsletters, postam os artigos com imagens
legais, fazem banners para suas entrevistas, enfim, cuidam do cotidiano
da coisa.
É uma boa opção? Certamente.
Mas se você não pode pagar no início, dá para ir levando você mesmo.
Porém, assim que tiver capital, não pense duas vezes, contrate alguém
para gerenciar as coisas mais tecnológicas e foque-se no que mais
importa:
Criar conteúdo.
Na prática:
• Comece a criar o mapa de seu site, mesmo que não tenha certeza
de como será.
• Com este documento em mãos, procure empresas que fazem
sites e peça orçamentos.
• Assim que recebê-los, peça uma reunião, pode ser online mesmo,
discuta o que pensa e precisa, mostre seu mapa.
• Certifique-se de que o site tenha os elementos que mostrei.
• Investigue sites de outros profissionais para se inspirar.
• Prepare-se para dedicar algum tempo a aprender a usar as
ferramentas (postar no wordpress, fazer newsletter, gerenciar
autorresponder) ou contrate a empresa para fazer isso.
Minha Experiência:
Vamos lembrar que eu comecei em 2014, era um mundo diferente.
Embora eu pudesse ter feito o site mais rapidamente, acabei
esperando ter 15 mil pessoas na comunidade do Facebook para fazer isto.
Quis testar o nicho bem, pensar no site com calma e criar conteúdo sem
muita pressão.
340
A primeira coisa que fiz foi desenhar o mapa do site com as áreas que
eu considerava necessárias. Depois pedi 3 orçamentos e acabei
escolhendo um designer que fez o logotipo e o site por um valor justo.
O trabalho de criação envolveu alguns encontros por Skype, com
minha aprovação para cada parte que ia ficando pronta. Ao final fizemos
um treinamento rápido para eu usar a plataforma (eu já conhecia
parcialmente) e daí em diante eu mesmo comecei a postar.
Sempre que precisava de um ajuste adicional eu escrevia para o
designer, quando chegávamos a um consenso o trabalho era aprovado.
Dados interessantes:
341
ativamente. Mas isso não significa que, em alguns momentos, você não
vá buscar contatos ativamente.
Oferecer serviços psicoterápicos – ou cursos – ligando para a casa das
pessoas ou enviando e-mails do nada, não é uma boa ideia. Mas,
encontrar possíveis parceiros, empresas e associações para divulgar seu
trabalho, pode ser uma ideia excelente.
E a melhor hora para fazer isso, preste atenção, é DEPOIS que você já
tem certa presença e força nas redes sociais. A razão é óbvia:
Isto te dá credibilidade.
Vamos supor que você trabalhe com educação infantil e queira fazer
parcerias com escolas. Ora, uma coisa é você chegar em uma escola com
um cartão de visitas e oferecer uma palestra. Outra, completamente
diferente é, além do cartão, você mencionar seu site, seus artigos, seus
vídeos e sua comunidade – já movimentada – no Instagram.
A mesma lógica se aplica a outros profissionais que você quer como
parceiros. Se eles perceberem que você já tem uma certa autoridade, vão
desejar se associar a você mais facilmente.
E um ponto importante: ao entrar em contato com possíveis parceiros,
seja por telefone, e-mail ou mesmo pessoalmente não assuma uma
postura de quem está indo “pedir” alguma coisa, se porte como quem vai
“oferecer” valor. As pessoas não estão candidamente interessadas em te
ajudar. Elas até farão isso, mas desde que haja algo para elas.
A pergunta é: de que forma o outro lado pode se beneficiar desta
parceria? Não entre em contato enquanto não tiver uma resposta muito
clara.
Na prática:
342
• Escreva um e-mail sucinto, mas completo, em que você
menciona algo relevante sobre a instituição, qual o seu trabalho
e porque acredita que a parceria pode ser relevante para os dois
lados.
• Agende um encontro presencial para explicar tudo melhor.
• Se você está propondo a parceria, já chegue com as ideias e
sugestões na cabeça. Mesmo que elas mudem na conversa, o
outro lado precisa sentir que você chegou preparado.
• Monte um pequeno projeto, com objetivo, passos e o que se
espera como resultado. Você é que tem que chegar com uma
ideia "esboçada" e não o possível parceiro.
• Em sua comunicação, não seja arrogante, mas também não
pareça alguém desesperado por ajuda. Seja elegante, seguro, aja
como quem vai ali “entregar valor” e não pedir alguma coisa.
Minha Experiência:
Felizmente, no meu trabalho o marketing gravitacional tem dado tão
certo que dificilmente tenho feito contatos ativos. Em geral, recebo
espontaneamente algumas solicitações de parcerias, mentorias e até
mesmo de palestras. É a força do conteúdo.
Então, eu não faço contatos ativos, a não ser para captar parceiros
para o Clube de Descontos do Psico.club. Mas você pode fazer.
Dados interessantes:
Quando buscava parcerias como consultor de RH (sim, eu fiz isso no
passado, embora desse menos resultado que o marketing gravitacional),
sempre fazia o primeiro contato através de um e-mail, simples e direto,
em que citava rapidamente meus textos na área e mandava para um site
que eu tinha na época.
Após o e-mail, a coisa evoluía para uma conversa no Skype, telefone
ou presencial e me preparava para cada uma delas por alguns minutos,
pensando sempre no que ia dizer.
Na hora da conversa, nunca assuma um tom de submissão ou de
quem está pedindo ajuda. Se apresente como um profissional bem-
sucedido – claro que não verbalize assim – em busca de oferecer algo de
bom àquela instituição.
343
Percebo que as pessoas querem imediatamente saber de que forma
aquilo vai ajudar “a elas”. Por exemplo, uma escola nem sempre está
interessada numa palestra para os alunos, a não ser que você diga de
que forma isto vai facilitar a vida da “própria escola”
A ferramenta mais importante que usava para ganhar credibilidade,
além do background prévio com site e rede social, era minha linguagem.
Percebo que falar com segurança, clareza e objetividade passa para as
pessoas uma impressão de que você parece ser, digamos: seguro, claro e
objetivo.
Mas o que você deve fazer para aumentar a força deste sistema?
344
Foque-se em criar um, no máximo dois produtos e lançá-los.
No passo 3, enquanto estiver fazendo o site, você pode começar a
esboçar um mini workshop, assim que o site estiver pronto você aborda
algum possível cliente institucional ou anuncia no seu Instagram.
Agora, se você for mais radical, pode criar o conceito do produto,
vendê-lo e só depois criar efetivamente o produto. Mas atenção: isto só é
possível se você tiver muita segurança sobre o que vai oferecer, cuidado,
as coisas podem sair do controle.
Isto foi que fiz com o meu curso online, em sua primeira versão. Ele
foi vendido antes de estar pronto. Havia a ideia, eu sabia muito bem o
caminho, mas ainda não tinha “montado” a coisa. Foi emocionante, mas
não sei se faria outra vez com um produto tão complexo.
Uma coisa é você vender uma palestra de 50 minutos antes de ter
escrito uma linha. Outra coisa é vender um curso de 3 meses.
Na prática:
Minha Experiência:
345
Minha rotina hoje se divide justamente em percorrer os passos citados
neste capítulo.
Num dia típico eu posto no Insta, gravo alguma coisa, penso em algum
tema para um vídeo no futuro, falo com algum parceiro, dou suporte em
grupo ou individual na mentoria ou curso e respondo alguns directs no
Instagram.
Pode parecer pouca coisa, mas nem sempre é.
Às vezes, para pensar e gravar um vídeo legal, lá se vão duas horas.
Para escrever um artigo, facilmente algumas horas se passam. As
postagens do Insta e Face, embora possam ser feitas em 3 minutos, às
vezes levam 20 minutos para serem bem polidas.
E aqui entra mais um elemento que eu ainda não havia mencionado:
As entregas.
Pense comigo: você faz todo este trabalho para atrair clientes e quando
eles chegam você tem que entregar o serviço e dar suporte.
Eu, por exemplo, tenho estado consumido entre criar serviços e
produtos e executá-los, mas eu não posso me dar ao luxo de parar de
postar, escrever artigos, fazer vídeos, falar com parceiros.
Isto vai acontecer com você também.
Especialmente se você se focar na psicoterapia, que toma tempo, você
precisa equilibrar. Não adianta você atender 6 pacientes todo dia e não
ter tempo de produzir conteúdo. Este é um equilíbrio delicado que você
precisa encontrar.
Não ache que, pelo fato de você ter “bombado” seu consultório ou
vendido um curso, você poderá parar de fazer marketing. Claro que com
o tempo seus produtos estarão mais finalizados, sua segurança será
maior e você vai poder trabalhar muito menos.
Mas a engrenagem nunca para. É assim comigo e creio que será assim
para você também.
Dados interessantes:
346
• Criar conteúdo nem sempre é divertido, às vezes você vai ter que
criar assim mesmo.
• Quando não estou “entregando” algo, eu divido meu tempo em
60% para criar conteúdo que vai gerar atração e falar com
possíveis clientes e 40% para melhorar meus produtos e serviços
ou estudar.
• Serviços com escala tendem a te dar mais receita e tomar menos
tempo. Um workshop de uma manhã, por 120 reais, para 30
pessoas, dá uma receita de R$ 3.600,00. Quantos atendimentos
individuais você precisa fazer para levantar isso?
• Conforme o movimento aumente, você precisa separar tempo
para responder às pessoas que entram em contato com você, do
contrário o tiro pode sair pela culatra.
• Muitas pessoas podem te pedir orientações complexas por inbox
ou e-mail. Seja educado, mas explique que não dá para
responder a todos em detalhes e tente agendar alguma coisa.
Isto não é ser mercenário, mas é que você trabalha justamente
vendendo seu tempo e conhecimento.
• Quando as coisas começarem a acalmar e você tiver mais tempo
livre, aí sim, doe um pouco, ajude, faça uma palestra gratuita
para alguma associação, dê algo a alguém. Além de fazer um
imenso bem, isto ainda vai, olha só, aumentar a gravidade para
você.
347
7.3 Palavras Finais
Pois então, você já notou que não é exatamente fácil construir uma
carreira estável e próspera na psicologia, especialmente porque a
sociedade sequer compreende bem o que fazemos. Mas continuamos
tentando, lutando e sonhando.
E é assim mesmo que deve ser. Nossa profissão tem tudo para se
tornar uma das mais promissoras e relevantes deste país e cada um de
nós é responsável por fazer com que isto aconteça.
Como faremos? Nos preparando e agindo.
Tomando a decisão de ler este livro você começou a se preparar. Agora
é a hora de começar também, mais do que nunca, a agir.
Nas últimas horas de leitura falamos de ferramentas, estratégias e
conceitos. Procurei compartilhar muito conhecimento de mercado com
você. Disse que você precisa aprender a se expressar, a fazer um bom
planejamento e a observar os resultados. Tudo isso é extremamente
relevante para que sua realidade mude.
Mas não basta.
348
A verdade é que, para conseguir se preparar tecnicamente, você
precisa, no mínimo, ter uma boa estrutura interna, acreditar em si
mesmo e se sentir bem com quem você é.
Se você não desenvolver um estado interior equilibrado, vai ficar difícil
fazer as coisas acontecerem e se sustentar nos momentos de tensão. É
por isso que resolvi acabar o livro falando do tema, replicando aqui partes
de um artigo meu.
O que você vai ler agora são dez dicas objetivas para te ajudar a “viver
mais leve”, baseadas no trabalho do consultor norte americano Alan
Weiss, um dos autores que mais me influenciou até hoje. O objetivo
destas dicas é te ajudar as esquecer as paranoias e ruminações inúteis
para realmente se entregar ao que importa nessa vida:
349
Cara, pegue leve consigo. Aposto que você perdoa os outros, não é
mesmo? Por que não perdoar a si mesmo? Geralmente, a pessoa que
menos perdoamos é aquela que vemos no espelho.
Seja menos autopunitivo.
Pare de sofrer por bobagens, pare de ficar remoendo seus erros, pare
de pensar que você fez coisas ruins. Todo mundo faz merda, erra, magoa
os outros. Entenda que você tem seu valor, mesmo que tenha cometido
grandes erros na vida.
350
Quando você vê alguém no auge do sucesso, em geral, não te mostram
o caminho que a pessoa percorreu para chegar até lá. Você só vê o
glamour e a champagne.
Acredite, todo mundo passa por desafios para ter sucesso.
Mas não é só isso. Muita gente que aos seus olhos parece estar
brilhando pode estar na mais profunda escuridão. Cuidado com o que
você diz a si mesmo enquanto observa o suposto sucesso alheio. Pare de
olhar os outros como um padrão a ser alcançado. Você pode sim, se
inspirar, mas jamais permitir comparações que te joguem pra baixo.
Não tente ser o avatar de alguém.
Muita gente tem teto de vidro nesse mundo, você não sabe das
misérias e dores de cada um. As pessoas só nos mostram o que brilha,
mas acredite, tem muita coisa suja na vida de muita gente que parece
estar nas estrelas.
6. Viva o momento.
Não entre numa onda de nostalgia e não fique excessivamente ansioso
pelo que virá. Olhe ao redor e aproveite a si mesmo. Hoje é hoje e não vai
voltar mais. Nem mesmo este minuto vai voltar. Então trate de aproveitar.
Não tenha medo de curtir seu momento atual, seja ele qual for. Não se
sinta culpado se sua vida estiver boa e você achar que não merece. Você
merece!
E principalmente, já disse, mas repito, não fique remoendo as
bobagens que você fez. Não dá para desfazer. O melhor que você faz é
aprender com elas. Aprenda e siga em frente. Pare de se focar em coisas
que não podem ser mudadas.
É impressionante como muita gente gasta tempo e energia com coisas
sobre as quais elas não têm o menor controle. Sofrer desesperadamente
não vai mudar a situação de alguém que você magoou no passado.
Aceite, aprenda e avance.
351
positivamente com você mesmo. O que você diz a si mesmo define como
será seu dia e sua vida.
Esse papo furado de mindset FUNCIONA.
O sofrimento e a insegurança não decorrem exatamente do que
acontece com você, é muito mais sobre como você olha para as coisas.
Dificuldades e problemas todo mundo tem. Eu não sei onde você está
neste momento, mas acredite, podia ser MUITO pior.
352
aparência. Não em seu cargo. Não no que você produz. Não nas posses
que você tem.
Ame a si mesmo incondicionalmente.
Não vincule seu valor às realizações que você consegue na vida.
Lembre-se de que você está ouvindo essas palavras de alguém que
trabalha com empreendedorismo, conquistas financeiras e sucesso.
Sua importância não está ligada ao que você consegue realizar, nem
ao que a "sociedade" diz sobre você, nem mesmo ao que você produz. Você
tem que acreditar em seu valor e que você é uma boa pessoa. E se você
acreditar, tenha certeza, todo o mundo ao seu redor vai parecer muito
melhor justamente porque você acredita nisso.
Ame-se. É o mínimo que você pode fazer por si mesmo.
Um grande abraço, caso queira me dizer o que achou do livro, ficarei
muito feliz em saber, pode me escrever através do e-mail:
bruno.soalheiro@academiadopsicologo.com.br
Ah, e, se puder, deixe sua avaliação ou “review” sobre o livro, ela é
muito importante para o meu trabalho e para orientar os possíveis
leitores no futuro.
Obrigado por ter doado um pouco de seu tempo para conhecer minhas
ideias, espero sinceramente que tenha valido a pena e que possam
mesmo transformar a sua trajetória nesta linda profissão.
Até a próxima!
Bruno.
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