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LOGÍSTICA
José Ronaldo Pereira, Especialista
Cruzeiro-SP
2013
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CRUZEIRO
Professor: José Ronaldo Pereira
Disciplina: LOGÍSTICA EMPRESARIAL Termo: 8°
E-mail: pejoro31@gmail.com Curso: Engenharia de Produção Departamento: Engenharia
Palavras chaves:
Ementa:
1. Introdução e Conceito de Logística Empresarial; 2. História da Logística: Evolução: antes de 1950; entre
1950 e 1970 e após 1970 3. Logística na Globalização: Um Mundo sem fronteiras; Desafios da Globalização;
Mercados e Concorrência; Barreiras Financeiras; Canais de Distribuição. 4. Atividades da Logística: Atividades
primárias; Atividades de apoio. 5. Estratégias de estoque: Princípios e funcionalidades; Produção; Atacado;
Varejo; Estoque básico; Estoque médio; Políticas de gerenciamento de estoque; O papel dos estoques na
empresa; Função dos estoques; Cistos dos estoques; Custos relevantes; Custos de aquisição; ...Sistema
Puxado e Sistema empurrado; Função do manuseio de materiais; Carga e descarga; Movimentação para
estocagem; 6. Sistema de Informação Logística: A informação na Logística; Função; Sistema Transacional;
Controle Gerencial; Apoio à decisão; 7. Gerenciamento de Transportes: Movimentação de produtos;
Embarcadores e destinatários; Transportadoras; Ferroviário; Rodoviário; Aquaviário; Dutoviário; Aeroviário;
Características dos modais de transporte; Comparação entre as características operacionais dos diversos
modais; Multimodalidade e intermodalidade; Serviços multimodais; Seleção dos serviços de transporte. 8.
SUPPLY CHAIN MANAGEMENT: Conceito; Vantagens; Logística Integrada. 9. Canais de Distribuição: Tipos
de canais; Canis verticais; canais híbridos; canais múltiplos. 10. Logística Reversa: Conceito; Objetivo.
Objetivos Gerais da Disciplina:
Critérios de Avaliação:
Duas provas oficiais: P1 e P2. Sendo que terão atividades, com valor de múltiplos de 0,5 ponto, que somarão
com as avaliações, com valores que faltarem para a nota máxima 10,00. Ex. 4 trabalhos com 0,5 ponto cada,
totaliza 2,0 pontos. Então, a avaliação valerá no máximo 8,0 pontos.
Cálculo da média semestral: (P1 + P2)/2 >= 7,0
Frequência mínima de 75% da carga horária da disciplina.
Bibliografia:
BÁSICA: BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
BOWERSOX, D. J; CLOSS, D.J. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2001.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos - estratégia, planejamento e
operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
COMPLEMENTAR: FIGUEIREDO, Kleber Fossati; FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter. Logística e
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Coleção Coppead de Administração. São Paulo: Atlas, 2003.
FLEURY, Paulo Fernando at al – Logística empresarial: A Perspectiva Brasileira. São Paulo: Atlas, 2000
MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais.
Ed Saraiva: São Paulo, 2009.
NOVAES, Antônio G. N. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação.
2.ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
TAYLOR, David A. Logística na Cadeia de Suprimentos – uma perspectiva gerencial. São Paulo:
PEARSON Addison Wesley, 2005.
2
Sumário
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 6
3 LOGÍSTICA NA GLOBALIZAÇÃO.............................................................................. 15
3.1 Um mundo sem fronteiras ........................................................................................ 15
3.2 Desafios da Globalização.......................................................................................... 16
3.3 Mercados e Concorrência ......................................................................................... 17
3.4 Barreiras Financeiras ................................................................................................ 17
3.5 Canais de Distribuição .............................................................................................. 17
4 ATIVIDADES DA LOGÍSTICA..................................................................................... 18
4.1 Atividades primárias ................................................................................................. 18
4.2 Atividades de apoio................................................................................................... 18
3
5.2.9 Custos de falta de estoques ..................................................................................... 29
5.3 Sistema empurrado ................................................................................................... 29
5.3.1 Sistema puxado......................................................................................................... 29
5.4 Função do manuseio de materiais ........................................................................... 30
5.4.1 Carga e Descarga ...................................................................................................... 30
5.4.2 Movimentação para e da estocagem ........................................................................ 31
5.4.3 Atendimento a pedidos ............................................................................................. 31
5.5 Considerações a respeito do manuseio de materiais............................................... 32
5.5.1 Unitização de carga.................................................................................................... 32
5.5.2 Paletização ................................................................................................................. 33
5.5.3 Conteinirização........................................................................................................... 34
5.5.4 Escolha do equipamento de estocagem ................................................................... 34
5.5.5 Escolha do equipamento de movimentação ............................................................. 35
5.5.5.1 Equipamento manual .............................................................................................. 35
5.5.5.2 Equipamento misto ................................................................................................. 36
5.5.5.3 Equipamento inteiramente mecanizado ................................................................. 37
7 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTES..................................................................... 42
7.1 Movimentação de produtos ....................................................................................... 42
7.2 Embarcadores e destinatários ................................................................................... 42
7.3 Transportadoras ......................................................................................................... 42
7.4 Características dos modais de transportes .............................................................. 43
7.4.1 Ferroviário ................................................................................................................. 43
7.4.2 Rodoviário ................................................................................................................. 44
7.4.3 Aquaviário ................................................................................................................. 45
7.4.4 Dutoviário .................................................................................................................. 46
7.4.5 Aeroviário .................................................................................................................. 46
7.4.6 Comparação entre as características operacionais dos diversos modais ............. 47
7.4.7 Multimodalidade e intermodalidade ........................................................................ 48
7.4.8 Serviços multimodais ............................................................................................... 48
7.4.9 Seleção dos serviços de transporte ......................................................................... 49
4
8 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT ............................................................................. 50
8.1 Conceito.................................................................................................................... 52
8.2 Vantagens do SCM .................................................................................................. 53
8.3 Logística Integrada................................................................................................... 53
SÍNTESE .............................................................................................................................. 62
SINTESE
5
1 - INTRODUÇÃO
1
“O conjunto de investimentos está organizado em três eixos decisivos: infra-estrutura logística, envolvendo a
construção e ampliação de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias; infra-estrutura energética,
correspondendo à geração e transmissão de energia elétrica, produção, exploração e transporte de petróleo, gás
natural e combustíveis renováveis; e infra-estrutura social e urbana, englobando saneamento, habitação, metrôs,
trens urbanos, universalização do programa Luz para Todos e recursos hídricos”.
(http://www.brasil.gov.br/pac/infra_estrutura: 2008)
2
“A estabilização econômica trazida pelo plano despertou as grandes empresas para a importância fundamental
da logística na criação e manutenção de vantagem competitiva”. “Nesse contexto se desenvolveu a indústria de
prestadores logísticos que vem crescendo de forma extraordinária nos últimos anos”. (WANKE: 2003; 56)
6
Tais investimentos convergem no sentido de se conseguir uma eficiência
maior na sua competitividade oferecendo preços melhores dos produtos ofertados e
um aumento na qualidade de atendimento às necessidades de consumo interno e
externo por meio das exportações. O setor produtivo e o sistema de escoamento de
toda a produtividade passam a obedecer a uma lógica, fazendo uso da gestão pró-
ativa, pautada em serviços eficientes de transportes, armazenagem e movimentação
de produtos, ou seja, a utilização de uma logística capaz de aperfeiçoar a
capacidade produtiva das indústrias e as distribuições de matérias-primas e
produtos acabados.
“Existe uma clara percepção nas empresas de que a logística representa um papel
estratégico, pois contribui para gerar vantagem competitiva sustentável. Tal
vantagem advém do fato de que os clientes vêm dando importância crescente aos
serviços logísticos em suas avaliações sobre os fornecedores” (WANKE: 2003; 56).
7
Com o passar do tempo o significado foi se tornando mais amplo, chegando a
abranger outras áreas como a gerência de estoques, armazenagem e
movimentação. Pela definição do Council of Logistics Management, "Logística é a
parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e
controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas,
materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles
relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de
atender às exigências dos clientes”.
8
2 – HISTÓRIA DA LOGÍSTICA
9
competitiva será aquela que conseguir ser mais eficiente e eficaz, se antecipando a
prováveis problemas que possa vir a enfrentar, uma vez que, em um mercado
global, as fronteiras geográficas estão desaparecendo e a expectativa é que as
empresas estejam preparadas para enfrentar as realidades desse novo desafio.
10
avançando, mas, com o apoio de sistemas que propiciam tomadas de decisões
fundamentadas não somente em informações pontuais, por exemplo, o quanto se
tem em estoque de um determinado produto, mas sim, “o que?” e “quanto?” se
deverá ter em estoque que dê condições de maximizar a qualidade nos
serviços prestados.
As características dos sistemas de apoio à decisão são conseqüências do
aprimoramento do conceito de logística integrada, caracterizada por Caixeta (2001;
109) como sendo a “segunda era” “vislumbrando os aspectos relativos à qualidade
e nível de serviço”, ou seja, “aquilo” que pode ser otimizado a partir do fluxo de
dados gerados por sistemas ERP´S e do trabalho de filtragem que viabiliza a
apuração de informações concretas para planejamentos de curtos e longos prazos.
Diante do constante aprimoramento do conceito e da aplicabilidade da
integração dos processos logísticos, surge o Supply Chain Management – SCM que
para Caixeta caracteriza “a era neologística compreendendo o momento atual, a
ênfase é no desempenho”.
Neste período, a Logística ainda não era uma área definida. Ao invés disso,
observamos que as atividades logísticas desta época estavam totalmente divididas
entre os demais departamentos. Portanto, era função da produção gerenciar os
transportes, o Marketing e/ou Financeiro se responsabilizavam pelos estoques e os
processamentos de pedidos eram de responsabilidade do setor comercial.
11
mostrou na época que o alto custo não seria o fator determinante para o não uso do
serviço. Ao invés disto era considerado o custo total, dando o nome da teoria que
conhecemos até hoje.
Paralelo a isso, quatro condições-chaves encorajaram a criação da disciplina na
época:
12
2.4 - Logística além de 1970
Logística Empresarial
13
1950 1960 1970 1980 1990 2000
Previsão Demanda
Compras
Embalagem Ind.
} Gerenciam. Materiais
}
Manseio de Materiais
Armazenagem
} }
Planej. Requirimentos Gerenciam. Logístico
Planej. Produção Administração Materiais Logistica Integrada
Controle Produção
Inventário produção
}
Logistics do Negócio
Inventário prod. acab
Plan. distribuição
Ambiente
Proces. ordem
Transporte
Serviço ao cliente
Foco da
Indústria Custos Serviço Lucratividade Qualidade Tempo
14
3- LOGÍSTICA NA GLOBALIZAÇÃO
15
por outros membros da cadeia de suprimento não eram, normalmente,
consideradas importantes nas decisões logísticas e de fornecimento de produtos.
16
3.3 Mercados e Concorrência
17
4 - ATIVIDADES DA LOGÍSTICA
A Logística possui atividades primárias que são (1) transportes, (2) Manutenção
de estoques e (3) Processamento de pedidos. Porém existem também as atividades
de apoio que são (1) Armazenagem, (2) Manuseio de materiais (3) Embalagem de
produção (4) Obtenção (5) Programação de produtos (6) Manutenção da
informação.
18
problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos
para a formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho.
19
Nível de Serviço
Nível de Serviço
20
5 ESTRATÉGIA DE ESTOQUE
Do ponto de vista da Logística, decisões que envolvem estoque são de alto risco
e de alto impacto. O comprometimento com determinado nível de estoque e a
subseqüente expedição de produtos para mercado, em antecipação de vendas
futuras, acarretam várias atividades logísticas. Sem um estoque adequado, a
atividade de marketing poderá detectar perdas de vendas e declínio da satisfação
dos clientes. Por outro lado, o planejamento de estoque também tem papel crítico
para a produção.
5.1.1 Produção
5.1.2 Atacado
21
5.1.3 Varejo
22
possa estar disponível. O segundo é o fato de o estoque em trânsito estar
normalmente associado a alto grau de incerteza, porque muitas vezes os
embarcadores não dispõem de informações sobre a localização de veículos e sobre
data e hora de sua chegada.
O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo
da própria administração. Como elemento regulador, quer do fluxo de produção, no
caso do processo manufatureiro, quer do fluxo de vendas, no processo comercial, os
estoques sempre foram alvo da atenção dos gerentes.
Visto como um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará
valor para o consumidor final, os estoques assumem papel ainda mais importante.
Hoje todas empresas procuram, de uma forma ou de outra, obter a vantagem
competitiva em relação aos seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los
prontamente, no momento e na quantidade desejada, é facilitada por meio da gestão
eficaz dos estoques.
23
Entrada
Estoque
Saída
24
recebeu 2 lotes de 2.500 unidades do item, qual é a variação do estoque do BJ3
nessa semana?
Solução:
Recebimentos: V(t) x t = 2 x 2.500 unidades = 5.000 unidades/semana.
Consumo: v(t) x t = 5 dias/semana x 450 unidades/dia = 2.250 unidades
Como V(t) x t > v(t) x t, o estoque aumentou em 2.750 unidades na semana.
Os recursos materiais, ou estoques, podem ser classificados em demanda
dependente ou independente. Os materiais, componentes, partes e peças da
demanda independente são os itens cuja demanda decorre, em sua maioria, dos
pedidos dos clientes externos, como por exemplo, os produtos acabados, que a
empresa vende diretamente a seus clientes externos, e itens de manutenção, de
uso interno e requisitados por clientes internos, como material de escritório.
Na demanda dependente é quando um item a ser utilizado depende da
demanda de um item da demanda independente. Assim, um pneu em uma
montadora é um item da demanda dependente, pois a quantidade de pneus a ser
utilizada dependerá da previsão de automóveis a serem montados, sendo 5
unidades por automóvel. Para um comerciante de pneus, no mercado de reposição,
o mesmo pneu é um item da demanda independente.
Como os estoques constituem parcela considerada nos ativos das empresas,
eles recebem um tratamento contábil minucioso. São classificados, principalmente
para efeitos contábeis, em cinco grandes categorias:
1 – Estoques de materiais: São os itens no processo de transformação em produto
acabado. Todos os materiais armazenados que a empresa compra para usar no
processo produtivo, independente se serão utilizados direta ou indiretamente no
produto final. Desde um computador de bordo para aviões a um pedaço de madeira
para utilizar na embalagem de um produto. Aqui, incluem-se os materiais auxiliares,
que são os materiais de limpeza e de escritório. A matéria prima, como o próprio
nome diz, é matéria-prima (primeira) na confecção de um produto e que goza de
créditos de IPI.
2 – Estoques de produtos em processo: São todos os itens que já entraram no
processo produtivo, mas ainda não produtos acabados. São materiais que começam
a sofrer alterações, sem contudo, estar finalizados.
3 – Estoques de produtos acabados: São todos os produtos que estão prontos para
serem entregues aos consumidores finais.
25
4 – Estoques em trânsito: São todos os itens que foram despachados de uma
unidade fabril para outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não
chegaram ao seu destino final.
5 – Estoques em consignação: São os materiais de propriedade do fornecedor até
que sejam vendidos (consumidos). Em caso contrário, serão devolvidos sem ônus.
Custos de aquisição
e de falta de
estoques
27
os de calefação e iluminação, além dos custos fixos como os equipamentos de
construção e armazenagem, à base de volume armazenado. Os custos de espaço
são irrelevantes ao calcular os custos de manutenção dos estoques em trânsito.
28
5.2.9 –Custos de Falta de Estoques
29
É chamada de Produção Puxada o sistema em que a última operação do
processo enxerga a quantidade de produtos realmente faturados do estoque para o
cliente, e produz para repor este consumo do estoque "puxando" a quantidade de
peças do estoque da operação anterior. Existe uma ligação direta entre o
consumo real do cliente e a quantidade produzida.
Carga
31
Figura 7 - Picking
32
Figura 8 - Unitização
5.5.2 – Paletização
33
Figura 9a - Palete madeira PBR Figura 9b - Palete Aço
5.5.3 – Conteinirização
35
Figura 11 - Carros hidráulicos
36
Figura 12 - Guindaste
Uma empilhadeira mecânica é normalmente apenas parte de um sistema de
manuseio de materiais. É combinada com o embarque paletizado e às vezes com
prateleiras e paletes. O equipamento elétrico permite o empilhamento máximo de
cargas elevadas (mais de 12 pés, ou 3,65 metros) e movimentação de cargas de
tamanho substancial. A empilhadeira mecânica mais comum tem capacidade de
carga cerca de 3.000 libras-peso (1.365 kg).
38
6 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA
6.1.1 – Função
39
Edwards, e as plataformas cada vez mais aperfeiçoadas para transmitir informações,
como EDI e Internet, acabaram criando a oportunidade para que as empresas
compartilhem informações de maneira conveniente e cada vez menos dispendiosa
ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
O SIL precisa ser abrangente e ter a capacidade suficiente para permitir
comunicação para áreas transacionais da empresa (marketing, produção, finanças,
logística, etc) mas, também entre outros membros do canal de suprimentos
(vendedores e clientes). Compartilhar informação selecionada sobre vendas,
embarques, programas de produção, disponibilidade de estoques, situação dos
pedidos e similares com vendedores e compradores são ações que conseguem
reduzir as incertezas ao longo da cadeia de suprimentos, à medida que seus
usuários vão encontrando maneiras de tirar proveito da disponibilidade da
informação.
Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as
atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software
para medir, controlar e gerenciar as operações logísticas. Estas operações tanto
ocorrem dentro de uma empresa específica, bem como ao longo de toda cadeia de
suprimentos.
Podemos considerar como hardware desde computadores e dispositivos para
armazenagem de dados até instrumentos de entrada e saída do mesmo, tais como:
impressoras de código de barras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas
e aplicativos / programas usados na logística.
Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis
funcionais: sistema transacional, controle gerencial, apoio à decisão e planejamento
estratégico. O formato piramidal apresentado sugere que a implementação de um
sistema transacional robusto é a base que sustenta o aprimoramento dos outros três
níveis.
40
Figura 14 – Pirâmide do SIL
41
7 – GERENCIAMENTO DE TRANSPORTES
7.3 - Transportadoras
42
veículos necessários para movimentar as mercadorias. Para atingir esse objetivo, a
transportadora tenta obter flexibilidade no tempo de entrega e coleta, para permitir
que cargas individuais sejam consolidadas em movimentações econômicas.
7.4.1 Ferroviário
43
7.4.2 Rodoviário
60%
60%
50%
40%
30% 26%
24%
20%
10% 8%
0% 44
China Austrália EUA Brasil
7.4.3 Aquaviário
14
14
12
12
10
10
8
8
6
2 2
0
45
7.4.4 Dutoviário
7.4.5 Aeroviário
46
7.4.6 - Comparação entre as características operacionais dos diversos modais
48
distribuição física, surge a necessidade de manter o produto estocado por um certo
período de tempo.
A estocagem tem um papel importante no desenvolvimento econômico da
rede logística.
O tempo de permanência da mercadoria num depósito ou armazém depende
muito dos objetivos gerais das empresas.
49
8.SCM - SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (Gerenciamento da Cadeia
de Suprimentos)
O período entre 1980 e 2000 foi marcado por grandes transformações nos
conceitos gerenciais, especialmente no que toca a função de operações. O
movimento da qualidade total e o conceito de produção enxuta trouxeram consigo
um conjunto de técnicas e procedimentos como o JIT (Just in time) CEP (Controle
Estatístico do Processo) QFD (Quality Function Deployment – Desdobramento da
Função Qualidade), Kanban e engenharia simultânea. Amplamente adotadas em
quase todos os países industrializados de economia de mercado, essa técnicas e
procedimentos contribuíram para um grande avanço da qualidade e produtividade.
Na trilha desse turbilhão de mudanças, dois outros conceitos surgiram e vêm
empolgando as organizações produtivas.
O primeiro deles, a logística integrada, despontou no começo da década de
1980 e evoluiu rapidamente nos 15 anos que se seguiram, impulsionada
principalmente pela revolução da tecnologia de informação e pelas exigências
crescentes de desempenho em serviço de distribuição, conseqüência principalmente
dos movimentos da produção enxuta e do JIT. Embora ainda em evolução, o
conceito de logística integrada já está bastante consolidado nas organizações
produtivas dos países mais desenvolvidos, tanto em nível conceitual quanto de
aplicação.
O segundo dos conceitos, o Supply Chain Management (SCM), ou
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, começou a se desenvolver apenas no
início dos anos 90. Mesmo em nível internacional, são poucas as empresas que já
conseguiram implementá-lo com sucesso, e, em nível acadêmico, o conceito ainda
pode ser considerado em construção. Existem inclusive alguns profissionais que
consideram o SCM como apenas um novo nome, umas simples extensão do
conceito de logística integrada, ou seja, uma ampliação da atividade logística para
além das fronteiras organizacionais, na direção de cliente e fornecedores na cadeia
de suprimentos.
Em contraposição a essa visão restrita, existe uma crescente percepção de
que o conceito de Supply Chain Management é mais do que uma simples extensão
da logística integrada, pois inclui um conjunto de processos de negócios que em
50
muito ultrapassa as atividades diretamente relacionadas com a logística integrada.
Além disso, há uma clara e definitiva necessidade de integração de processos na
cadeia de suprimentos. O desenvolvimento de novos produtos é talvez o mais óbvio
deles, pois vários aspectos do negócio deveriam ser incluídos nessa atividade, tais
como: o marketing para estabelecer o conceito; pesquisa e desenvolvimento para
formulação do produto; fabricação e logística para executar as operações; e finanças
para a estruturação do financiamento. Compras e desenvolvimento de fornecedores
são outras duas atividades que extrapolam funções tradicionais da logística, e que
são críticas para a implementação do SCM.
O que parece claro é que esse novo conceito chegou para ficar. Os
extraordinários resultados obtidos pelas empresas que já conseguiram implementá-
lo com sucesso são uma garantia de que este não é apenas um modismo gerencial,
mas algo que vem crescentemente despertando a atenção da alta cúpula gerencial
nas grandes e mais modernas empresas internacionais. Pesquisas preliminares
sobre os ganhos que podem se obtidos pela utilização correta do conceito indica que
as empresas têm obtido reduções substanciais nos custos operacionais da cadeia
de suprimentos. Também os movimentos setoriais organizados com o objetivo de
tirar proveito do SCM, como Efficient Consumer Response (ECR) nos setores de
produtos de consumo e varejo alimentar, e o Quick Response (QR) nos setores de
confecções e têxteis, têm demonstrado o potencial de redução de custos e melhoria
dos serviços na cadeia. No caso do ECR, por exemplo, as economias estimadas nos
EUA foram da ordem de US$ 30 bilhões.
No Brasil, a onda do SCM começou a espalhar-se no final da década de 90
impulsionada pelo movimento da logística integrada que vem-se acelerando no país.
Maior prova disso é o movimento ECR Brasil, iniciado em meados de 1997, e que só
em novembro de 1998 apresentou os primeiros resultados da faz de projetos-piloto,
apontaram para um potencial de redução de custos.
Embora muito se tenha falado, pouco ainda se conhece sobre o verdadeiro
significado desse novo conceito, e principalmente sobre as barreiras e
oportunidades para a sua implementação. O objetivo deste texto é contribuir para
um melhor entendimento dessa poderosa, mas ainda pouco conhecida ferramenta
gerencial.
51
Fornecedor Fabricante Distribuidor Varejista Cliente
8.1 Conceito
52
8.2 - Vantagens do SCM
53
9 – CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
54
pelos governantes quando da instalação de novas unidades industriais. Para as
atividades de varejo, no entanto, é o segmento da logística que desloca os produtos
acabados desde a manufatura até o consumidor final, denominado distribuição
Outbound Logistics, que assume importância mais imediata.
Atacadista
Setor de
Vendas do Varejo
fabricante
Varejo
55
reclamações, informações sobre uso, etc) são realizados diretamente pelo varejista,
quando solicitados pelos clientes finais.
Em termos logísticos, os estoques nos diversos segmentos do processo,
exercem a função de pulmão (buffer). Nesse tipo de estrutura vertical, os demais
elementos da cadeia de suprimento, além do varejista, desempenham papéis de
apoio, atuando nos bastidores do processo.
O atacadista desconsolida lotes completos de vários fabricantes, e vende os
produtos em lotes pequenos aos varejistas. No entanto, o atacadista e o fabricante
não têm acesso direto ao consumidor. É o varejo que interpreta as preferências do
consumidor, as tendências da demanda, as necessidades de serviços pós-venda,
etc.
Mesmo considerando outras formas de distribuição como as representadas
nas figuras 16a, 16b e 16c, a satisfação das necessidades do cliente é sempre
exercida, nesse tipo de distribuição , pelo último elemento da cadeia de suprimento,
aquele que atende diretamente o consumidor.
Um consumidor que compra diretamente do varejista (16a e 16c)
Poderia ter preferido obter informações técnicas diretamente do fabricante,
digamos, da maior sofisticação tecnológica do produto adquirido. Mas, na
distribuição vertical, é o varejista o elemento encarregado dessa função. Muitas
vezes, essa atribuição de fornecer informações técnicas aos consumidores é
deixada por conta dos vendedores das lojas. Estes nem sempre conseguem
absorvê-las na sua plenitude, em razão da crescente complexidade e variedade de
produtos. Como resultado não conseguem transmitir o que lhes é solicitado pelos
clientes, em muitos casos.
Neste tipo de estrutura, uma parte das funções ao longo do canal é executado
em paralelo por dois ou mais elementos da cadeia de suprimento, quebrando o
esquema rígido descrito anteriormente. Por exemplo, uma empresa que fabrica
agulhas para coletas de sangue, seringas e acessórios, negocia e venda de seus
produtos diretamente com os setores de compras de grandes hospitais. Quando a
transação é consumada, a indústria entrega ao hospital uma lista de seus
distribuidores autorizados. O distribuidor escolhido se encarrega, por sua vez, da
56
distribuição física dos produtos adquiridos, formalização dos pedidos, armazenagem
e entrega dos lotes ao hospital nos tempos certos e quantidades desejadas. O
fabricante dispõe dos especialistas com know-how sobre o uso dos produtos
comercializados, se encarrega dos serviços de pós-venda, conforme Figura 17.
Indústria
Setor de Unidades de
vendas no Distribuidor serviço
fabricante externo (ext e int)
Função de Serviços
geração de pós-vendas
demanda Distribuição
Física
Clientes
Consumidor
Figura 17 – Canal Híbrido
Quais as razões para esse tipo de canal híbrido? De um lado a indústria em
referência valoriza o contato direto com os grandes consumidores, não somente por
questões mercadológicas, mas também para melhoria de sua linha de produtos e
desenvolvimento de novos itens. Para os grandes hospitais, a aquisição de lotes
maiores lhes traz descontos expressivos, que não conseguiriam se comprassem
através dos atacadistas. A utilização de distribuidores é vantajosa, pois eles
atendem um grande elenco de fornecedores e conseguem oferecer assim, serviços
logísticos com mais eficiência e com menos custos.
57
A adoção de um canal híbrido traz o problema da compensação financeira
aos elementos da cadeia de suprimento que realizam novas funções. Agora, o
elemento da cadeia de suprimento tem relacionamento direto com o cliente não é
mais responsável por executar todas as funções do canal. Então, torna-se
necessário realizar uma compensação monetária entre os elementos da cadeia, o
que obriga as partes a uma grande transparência na troca de informações e maior
precisão no cálculo dos custos envolvidos. Além disso, é necessário definir
esquemas de parceria bem estruturados, com compromissos de médio e longo
prazo e objetivos claros.
58
esse tipo de problema, garantindo até certo ponto, a fidelidade do cliente, mas que é
válido apenas para alguns tipos de produto (computadores principalmente), é a
possibilidade de atualização do equipamento (upgrade) após certo tempo de uso.
Comprando num estabelecimento especializado, o comerciante pode garantir a troca
ao cliente ou lhe dar serviços de montagem e manutenção grátis, sempre que o
computador necessitar. Outro ponto importante é a garantia do produto, em que o
contato pessoal com o comerciante pode trazer mais confiança ao comprador.
Dessa forma o varejista pode criar uma ligação mais estável e mais duradoura
entre seu estabelecimento e o consumidor.
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10.LOGÍSTICA REVERSA: CONCEITO
10.1 - Objetivo
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SÍNTESE
PROVÉRBIO CHINÊS
Nada lhe posso dar que já não existam em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro
mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a
não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu
próprio mundo, e isso é tudo. Hermann Hesse
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