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CIMATEC

LOGÍSTICA BÁSICA
CIMATEC

LOGÍSTICA BÁSICA

Salvador
2004
Copyright 2004 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados

Àrea de Gestão

Núcleo de Produção, logística e Qualidade

Elaboração: Vivian Manuela Conceição

Revisão Técnica: Denílson Monteiro Costa

Revisão Pedagógica: Nilzete Alves de Castro

Normalização: Sueli Madalena Costa Negri

Catalogação na fonte (NIT – Núcleo de Informação Tecnológica)


______________________________________________________

SENAI- DR BA. Logística básica. Salvador, 2004


28 p.il. (Rev.00)

Reimpressão - 2011

1. Logística l. título

CDD 658.7
_______________________________________________________

SENAI CIMATEC
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Salvador – Bahia – Brasil
CEP 41650-010
Tel. (71) 462-9500
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APRESENTAÇÃO

Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade e


produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação profissional e
superior, além de prestar serviços técnico e tecnológicos. Essas atividades, com conteúdos
tecnológicos, são direcionadas para indústrias nos diversos segmento, através de programas
de educação profissional, consultorias e informação tecnológica, para profissionais da área
industrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando inserir-se no mercado de
trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de orientação aos alunos
que estão iniciando o estudo dos sistemas produtivos no Curso de Aprendizagem Industrial a
nível básico. Ele consta de conceitos básicos de Administração da Produção e sistemas
produtivos e os principais elementos que os formam, tratando os assuntos de maneira simples e
com vocabulário claro e acessível. A intenção dessa matéria é incentivar os alunos a ter uma
visão sistêmica do funcionamento das organizações, desenvolvendo senso crítico suficiente
que os permita observar e funcionalizar processos produtivos, assim como ser capaz de
reconhecer necessidades de redução de custos e auxiliar no planejamento e implementação
das ações corretivas.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................... 7
1.1 HISTÓRICO, CONCEITOS, OBJETIVOS
E IMPORTÂNCIA................................................ 7
1.2 ATIVIDADES DA LOGÍSTICA .................... 8
1.3 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA ...................... 8
2 TÊNDENCIAS DA LOGÍSTICA ....................... 10
3 MODAIS DE TRANSPORTE ........................... 11
3.1 CUSTO DOS MODAIS .............................. 11
3.2 INTERMODALIDADE ................................ 12
3.3 TENDÊNCIA DA INTERMODALIDADE
NO BRASIL ........................................................ 12
3.4 MULTIMODALIDADE ................................ 13
3.4.1 Os desafios da multimodalidade no
brasil ..................................................... 13
4 TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO ................. 14
4.1 O PAPEL DO DISTRIBUIDOR ................. 15
4.2 EXPEDIÇÃO ............................................... 15
5 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM ........ 16
5.1 MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUES ........ 16
6 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS
................................................................................. 18
7 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT................... 19
8 DIMENSÕES DE EXCELÊNCIA NA
LOGÍSTICA ............................................................ 20
8.1 ESTRATÉGIAS DA SUPPLY CHAIN
MANAGEMENT ................................................ 20
8.2 ATORES DA SUPPLY CHAIN .................. 20
8.3 SUPPLY CHAIN E LUCRATIVIDADE ..... 21
9 A LOGÍSTICA INTEGRADA ............................ 22
10 O SISTEMA LOGÍSTICO: SUPRIMENTOS,
PRODUÇÃO E CLIENTES .................................. 23
10.1 PROGRAMAÇÃO JUST-IN-TIME DE
SUPRIMENTOS................................................ 24
10.2 SISTEMA KANBAN ................................. 25
10.3 PRODUÇÃO ............................................. 25
10.4 CLIENTE ................................................... 26
11 NÍVEL DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS .......... 27
REFERÊNCIAS ..................................................... 28
1 INTRODUÇÃO

A Logística é essencial no atendimento aos clientes e como estratégia competitiva da empresa.


As atividades logísticas foram sempre essenciais para as empresas, das áreas mais tradicionais
de marketing, produção, contabilidade, compras e transporte, bem como toda a cadeia de
abastecimento, com o objetivo de atingir a eficiência gerencial.

A Logística era confundida com o transporte e a armazenagem de produtos. Hoje, é o ponto


crítico da cadeia produtiva integrada, atuando em estreita consonância com o moderno
gerenciamento da cadeia de suprimento (Supply Chain Management).

Cada vez mais as empresas vem fazendo o uso intensivo dos modernos conceitos da Logística,
de forma a reduzir custos e a melhorar o nível de serviço ao consumidor final. A missão do
profissional da Logística é fornecer mercadorias e serviços a clientes de acordo com suas
necessidades e exigências da maneira mais eficiente possível.

1.1 HISTÓRICO, CONCEITOS, OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA

No Egito Antigo, com a previsão de sete anos de seca, fez com que o povo construísse
armazéns para guardar suprimentos. Surgindo os primeiros conceitos de tipos de materiais
(perecíveis ou não) de forma a melhorar as condições de armazenagem.

Na guerra entre Estados Unidos e Inglaterra, 12.000 homens do exército Inglês foram para um
local e as armas foram para outro, assim surgindo o conceito de Logística.

Encontraremos várias definições para Logística:

“Logística é o processo de planejamento, implantação e controle eficiente e eficaz do fluxo de


informação, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos semi-acabados e
acabados, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às
necessidades do cliente”.

“Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e


armazenagem de materiais, peças e produtos semi-acabados e acabados, bem como o fluxo de
informações envolvido”.
“Logística é uma palavra que entre os gregos significava a arte de calcular, ou aritmética
aplicada”.

A Logística tem como um dos objetivos providenciar a entrada, a saída, a estocagem dos
materiais, na hora e nas quantidades certas, em condições adequadas, levando-se em
consideração a parte de marketing, aumentando a produtividade da empresa, melhorando o
nível de serviço ao cliente, com diminuição do custo total.

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O que vem fazendo da logística um dos conceitos mais modernos são dois conjuntos de
mudanças, o primeiro de ordem econômica e o segundo de ordem tecnológica. As mudanças
econômicas (Globalização, aumento da competitividade entre as empresas, proliferação de
produtos, maiores exigências de serviço) criam novas exigências competitivas, enquanto as
mudanças tecnológicas (revolução dos computadores) tornam possível o gerenciamento
eficiente e eficaz de operações logística cada dia mais complexo e demandante.

1.2 ATIVIDADES DA LOGÍSTICA

A Logística possui atividades primárias e atividades de apoio. As atividades primárias


contribuem com maior parcela do custo da logística ou elas são essenciais para coordenação e
o cumprimento da tarefa logística. Já as atividades de apoio dão suporte para as atividades
primárias.

Como atividades primárias serão: Transporte, Manutenção de Estoque e Processamento de


Pedidos. As atividades de apoio serão: Armazenagem, Manuseio de Materiais, Embalagens de
Proteção, Obtenção, Programação do Produto e Manutenção da Informação.

1.3 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

Após a segunda guerra mundial, a indústria procurou preencher importantes lacunas de


demanda existentes no mercado consumidor, aproveitando a capacidade ociosa e os novos
processos de produção em série.

Em 1950 as empresas dividiam as atividades-chave da logística sob a responsabilidade de


diferentes áreas:

• Transporte sob o comando da gerência de produção;

• Estoque com marketing, finanças ou produção;

• Processamento de pedidos com finanças ou produção;

Ocorria um conflito de objetivos, gerando uma responsabilidade para as atividades Logísticas.


De 1950 até 1970, a aplicação da teoria e a pratica da Logística, era uma novidade na área
administrativa:

• Marketing alertava que as empresas valorizavam demasiadamente compras e vendas e


não dava importância para a distribuição.

• Os professores de administração identificavam a distribuição como “áreas de negócios”


promissoras, porém desprezadas.

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Após a segunda guerra mundial, ocorreu à unificação da gestão de transporte e armazenagem,
crescimento muito rápido da economia americana, melhoria da produtividade com a aplicação
da

Logística e foco na redução de custos, tecnologia avançada dos computadores, etc.

Já de 1970 à 1990, a maior preocupação das empresas era a geração de lucros e não no
controle de custos. Na década de 70, cresceu a flexibilidade dos sistemas de produção, maior
diversidade de produtos e o aperfeiçoamento dos sistemas logísticos informatizados.

Na década de 80, se formou os blocos econômicos Mercosul, Alca e Comunidade Européia e o


fenômeno da Globalização.

A partir de 1990, as empresas estavam em busca da redução de custos e aumentar a


produtividade e a aplicação dos conceitos logísticos nas empresas de serviços, manufatura e
no comércio.

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2 TÊNDENCIAS DA LOGÍSTICA

Antigamente a Logística era tratada de forma pontual, o transporte, armazenagem,


movimentação, seleção de fornecedores, compras, produção, etc. Tratava-se totalmente
separada e funcional ou departamentalizada.

Conseqüentemente faltava foco no cliente, níveis de serviço abaixo do desejado, custos


logísticos elevados, capital empregado em estoques, longos ciclos de produção e pouca
flexibilidade.

Com o aumento da competitividade do mercado, surgiu a necessidade da integração dos


componentes da cadeia, surgindo o conceito de Logística Integrada. Prevendo a redução do
número de armazéns, através de investimentos em tecnologia da informação possibilitando
maior integração da cadeia de abastecimento. Diante das incertezas inerentes e da
probabilidade das mudanças aceleradas, a cadeia de abastecimento será tão flexível que será
possível determinar o que consumidor necessita. Nos armazéns, continuará a transição da
função de estocagem tradicional para um papel de transferência. Isso será facilitado pelo
investimento nas tecnologias avançadas de armazenagem, como cross-docking, empilhadeiras
com terminais de rádio e tecnologia e codificação de barras.

A competição não será mais entre empresas, mas entre cadeias de abastecimentos. O
indicador de pedido perfeito, que combina múltiplos indicadores do processo logístico, entre os
quais produto certo, tempo certo, sem danos, separação correta e documentação correta, será
a meta de muitas organizações.

Vantagem competitiva sustentável será baseada em custo e serviço, enquanto qualidade


continuará sendo pré-requisito.

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3 MODAIS DE TRANSPORTE

O transporte é o principal componente do sistema logístico. Além disso, o transporte tem um


papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de
entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.

Os tipos de modais são:

• Rodoviário

• Fluvial

• Aéreo

• Ferroviário

• Marítimo

• Dutoviário

O transporte integra o sistema logístico, aproximando fornecedores e clientes, tornando um


redutor de custos da cadeia de abastecimento.

3.1 CUSTO DOS MODAIS

Cada modal tem os seus custos fixos e variáveis.

 Custos Fixos: São custos que, em determinado período de tempo e em certa


capacidade instalada, permanecem constantes independentemente do volume produzido.
 Custos Variáveis: São custos que os seus valores totais se alteram em função do
volume produzido.

Por exemplo:

• Modal Rodoviário:

o CF: Rodovias construídas com fundos públicos.

o CV: Combustível; Manutenção;

• Modal Ferroviário:

o CF: Vias férreas; Equipamentos; Terminais;

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o CV: Combustível;

• Modal Marítimo / Fluvial:

o CF: Navios e Equipamentos;

o CV: Capacidade para transportar grande tonelagem;

• Modal Aeroviário:

o CF: Aeronaves; Manuseio; Sistema de Carga;

o CV: Combustível; Mão-de-Obra; Manutenção;

• Modal Dutoviario:

o CF: Direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e


capacidade de bombeamento.

o CV: Nenhum custo com mão-de-obra de grande importância.

3.2 INTERMODALIDADE

Intermodalidade é a utilização seqüencial de duas ou mais formas de transporte para completar


um movimento coordenado de mercadorias e pessoas de uma origem a um destino final
recorrendo em cada um deles a um conhecimento (bilhete) diferente.

É o movimento de bens em um e na mesma unidade de carga ou veículos que usa


sucessivamente vários modais de transporte sem manuseio dos próprios bens na troca de
modais.

3.3 TENDÊNCIA DA INTERMODALIDADE NO BRASIL

Os principais fatores para evolução da intermodalidade no Brasil estão, relacionadas com ações
infra-estruturais que dependem de investimentos privados e públicos, regulamentação do OTM
e investimentos em ativos que viabilizem esta prática e também do posicionamento das
empresas (embarcadores) em avaliar sistematicamente que estão surgindo.

Começam a surgir empresas que, em vez de ofertarem apenas o serviço de transporte, estão
se tornando capazes de oferecer soluções que integram outras atividades ao serviço desejado,
tais como: o transporte multimodal, movimentação em terminais, armazenagem, gestão do
estoque, acompanhamento da carga, entre outras. A lei que legitima a função do OTM será um
elemento facilitador para os prestadores de serviço caminharem em direção a oferta de um
serviço completo. Entretanto, a implementação de todos os procedimentos dessa nova lei está
condicionada a um período de adaptação.

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Embora o Brasil ainda tenha muito a fazer em todos os aspectos abordados, a aplicação do
conceito de intermodalidade está prestes a tornar-se uma realidade. Resta saber a intensidade
na qual os prestadores de serviço de transporte vão caminhar, para ofertar soluções logísticas
integradas, que contemplem a intermodalidade, bem como outras atividades logísticas.

3.4 MULTIMODALIDADE

É uma operação integrada, atribuída ao operados de transporte multimodal (OTM) ou transitário


de cargas, envolvendo mais de uma forma de transporte durante uma mesma viagem, incluída
em um só conhecimento (bilhete).

O operador é responsável por toda a operação, assumindo todos os riscos desde a origem até
seu destino final.

3.4.1 Os desafios da multimodalidade no brasil

Em um país de características continentais como o Brasil, a multimodalidade (envolvendo a


integração dos meios de transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e fluvial) já deveria estar
consolidada. O crescimento da multimodalidade no Brasil ainda é muito tímido diante da
urgente necessidade das empresas em reduzir custos e aumentar sua eficiência logística.
Afinal, a multimodalidade deixou de ser uma alternativa para se tornar um requisito essencial
para que as companhias se tornem mais competitivas no cenário nacional ou internacional.

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4 TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO

Em Logística definimos transporte como: movimentação de produtos entre regiões geográficas


ou área de comércio, elevando o nível de serviço do sistema logístico.

É a atividade primária mais importante, contribuindo em cerca de 70 a 80% do custo logístico.

Representa o elemento mais visível e importante do custo logístico na maior parte das
empresas.

Transportar significa movimentar o produto de um ponto a outro. É necessária a colaboração de


todos para garantir o fluxo perfeito e obter os resultados propostos. Arranjos físicos e
investimentos nas atividades de carga e descarga, como docas e equipamentos de logística,
são fundamentais para se obter as vantagens no processo. Sistema de rastreamento e
planejamento de roteiros podem ser aplicados para aumentar a efetividade do abastecimento.

• Modal Rodoviário: é o modal mais utilizado no Brasil. Aumento substancial dos custos
operacionais e do tempo de viagem. 1,3 milhão de estradas não pavimentadas.

• Modal Ferroviário: no Brasil, este modal de transporte nunca alcançou a


representatividade obtida em outros países de grande extensão territorial. É utilizado para
deslocamento de grandes massas de produtos para longas distâncias.

• Modal Marítimo (Cabotagem): costa brasileira com grande número de portos marítimos
e fluviais. Operação portuária enfrenta problemas com greves, burocracia, ect.

• Modal Aéreo: elevação do custo de frete X Tempo de entrega. Trânsito de mercadorias


com alto valor agregado: artigos eletrônicos, alta moda, cargas perecíveis (flores,
medicamentos, frutas, etc).

A Distribuição é à parte da logística que trata das relações empresa-cliente-consumidor,


realizando a distribuição física do produto acabado até os pontos de venda ao consumidor,
assegurando a pontualidade, a precisão e que os pedidos estejam completos.

A Distribuição é um processo que está normalmente associado ao movimento de material de


um ponto de produção ou armazenagem até o cliente. O retorno de produto em bom ou mau
estado também é parte desse processo, embora em alguns segmentos pouca atenção seja
dada a essa função. Hoje em dia, está sendo dada uma atenção maior, por causa da
preocupação com o meio ambiente e para os custos provocados na cadeia de abastecimento.

O processo de distribuição tem sido foco permanente das organizações uma vez que os custos
nele existentes são elevados a as oportunidades são muitas. As organizações estabelecem o
melhor modelo de distribuição a fim de obter vantagem competitiva e colocar os produtos,
principalmente bens de consumo, ao alcance dos consumidores.

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4.1 O PAPEL DO DISTRIBUIDOR

O papel do distribuidor é agregar valor, interligando compradores e vendedores, providenciar


meios eficientes de vendas e entrega de produtos aos clientes. Existem alguns fatores que
afetam o papel do distribuído como: consolidação com o fornecedor, a desregulamentação dos
transportes e os avanços tecnológicos.

4.2 EXPEDIÇÃO

A expedição corresponde ao processo de separar os itens armazenados em um determinado


local, movimentando-os para um outro lugar com o objetivo de atender a uma demanda
específica. A expedição tem função de recepção, conferência e armazenamento de materiais e
mercadorias.

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5 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Armazenagem é a atividade organizada de estocagem, que une a produção com os locais de


destino para consumo, dentro das próprias fábricas ou centros de distribuição, aliada as
funções de movimentação.

Estocagem é a atividade que diz respeito á guarda ordenada de produção e ou matéria-prima


nas fases de produção.

A movimentação e a armazenagem das mercadorias ocorrem, após o desembarque na doca,


os produtos são transferidos até o ponto do depósito onde ficarão armazenados. Na saída,
ocorre a operação inversa: o produto é tirado da célula onde está armazenado, sendo
movimentado até a doca de despacho.

5.1 MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUES

Estoques são pilhas de matérias-primas, insumos, componentes, produtos em processo e


produtos acabados que aparecem em numerosos pontos por todos os canais logísticos e de
produção da empresa.

Compõem-se todos os deslocamentos das matérias-primas, produtos acabados e produtos


finais, após o seu recebimento até o ponto de armazenagem. Os deslocamentos internos
destes estoques, do armazém até a manufatura ou outro local também é denominado de
movimentação.

Os objetivos de se manter estoques envolvem equilibrar a disponibilidade do produto, ou do


serviço ao cliente, por um lado, com os custos do fornecimento em um dado nível de
disponibilidade do produto. Podem ser consolidação e desconsolidação de pedidos, despacho
para transporte, e é executado por meio de equipamentos apropriados.

Equipamentos como transpaletes, empilhadeiras de operador a pé, rebocadores, empilhadeiras


retráteis, frontais, laterais e selecionadores de pedidos, etc.

Para movimentar materiais é necessário levar em consideração alguns parâmetros:


acondicionamento, densidade, perecibilidade, dimensões e estado físico. O manuseio de
materiais é uma atividade de absorção de custos, assim tem algum impacto no tempo de ciclo
de pedido do cliente e, conseqüentemente, no serviço ao cliente.

São alguns equipamentos de movimentação: transpaletes, empilhadeiras de operador a pé,


rebocadores, empilhadeiras retráteis, frontais, trilaterais, selecionadores de pedido, etc.

5.2 RMAZENAGEM

O processo de armazenagem ocorre quando algo é guardado para uso ou transporte futuro.

Corresponde a retirar o produto das docas ou local de recebimento e transferi-lo para local
apropriado, mantendo-o ali até que seja demandado.

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Constitui a atividade de apoio logístico mais importante e tem funções de armazenagem
propriamente dita, consolidação (mercadoria que chegam em pequenas quantidades ao
depósito), desconsolidação (carregamentos maiores são desmembrados em pequenos lotes).
Através da armazenagem dos produtos administra-se o espaço para manter o estoque, levando
em consideração o material a ser armazenado, localização, tamanho, mercado, etc.

Armazenagem propriamente dita, é a função mais óbvia, com sua duração dependendo do
papel logístico da instalação no sistema. Quando há necessidade de estocar os produtos por
um tempo relativamente grande, o armazém deve apresentar um layout e equipamentos de
movimentação adequados a esse tipo de função.

Na consolidação, as mercadorias chegam muitas vezes ao depósito em pequenas quantidades,


vinda de diversos clientes ou de pontos geográficos variados, chegando ao depósito às
mercadorias formam carregamentos maiores. Já na desconsolidação, o processo é inverso, em
que carregamentos maiores são desmembrados em pequenos lotes para serem encaminhados
a destinos diferentes.

São várias as técnicas de armazenagem de produto. Os produtos podem ser recebidos e


diretamente disponibilizados para transporte sem haver a necessidade de armazenagem. Outra
técnica é a armazenagem em local temporário, onde os produtos são utilizados para atender as
demandas de vários pedidos.

Os produtos são armazenados em armazéns. Podem ser do tipo de graneis, para produtos
químicos líquidos, petróleo e derivados. Armazém frigorificado, para produtos refrigerados e
armazém para utilidades domésticas e mobiliárias, para bens de uso doméstico.

Por que armazenar os produtos? Para guardar por um tempo, por segurança, podem ocorrer
variações no mercado, por proteção, avarias, quebras, furtos e como controle de estoques. A
importância de armazenar é devido à necessidade de compensação das diferentes fases de
produção, como garantia de continuidade da produção, custos e especulação.

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6 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS

“Constitui o somatório dos insumos necessários para realizar um determinado serviço ou


operação, avaliados monetariamente”.

Cada nível de serviço tem um nível de custo associado. Quando os níveis de atividade
aumentam para satisfazer níveis mais elevados de serviço ao cliente, os custos aumentam a
uma taxa crescente.

Os custos são classificados como:

• Custos diretos – alocados ás atividades produtivas: aluguem do armazém, energia,


segurança e etc.

• Custos indiretos – alocados ás atividades da administração: contabilidade, vendas,


recursos humanos e etc.

Todo processo da cadeia logística tem seus custos envolvidos. Os custos com transporte estão
relacionados às características de custo de cada tipo de serviço. Um serviço com de transporte
incorre em uma série de custos, tais como mão-de-obra, combustível, manutenção, terminais,
rodovias, administrativos e outros. Esta combinação de custos pode ser dividida em custos que
variam com o serviço, são chamados de custos variáveis (combustível, manutenção, salário do
motorista, etc) e aqueles que não variam, são os custos fixos (a compra de um veículo, seguro
do veículo, etc).

Os custos da armazenagem e do manuseio de materiais são justificáveis, pois eles podem ser
compensados com os custos de transporte e de produção.

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7 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

Um importante movimento conceitual se deu quando da geração da Logística Integrada, que


procurou alinhar todos os segmentos logísticos de um dado sistema em bases comuns, passou-
se para o SUPPLY CHAIN, que inclui os fornecedores e subfornecedores, em uma seqüência
complexa e realista, ampliando a capacidade de racionalizar as ações de suprimento para a
cadeia produtiva.

Supply Chain é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor


final e indo até fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem
valor para o cliente.

A Supply Chain Management envolve tanto as operações logísticas como as de manufatura.


Fazendo a integração entre as duas funções, englobando também o fluxo e a parte de projeto
do produto.

Os agentes da cadeia atua de forma estratégica, buscando os melhores resultados possíveis


em termos de redução de custos, de desperdícios e de agregação de valor para o consumidor
final.

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8 DIMENSÕES DE EXCELÊNCIA NA LOGÍSTICA

A Supply Chain possui quatro estratégias básicas, estratégia de suprimento, planejamento


estratégico da demanda, estratégia de serviço ao cliente e estratégia de integração da Supply
Chain.

8.1 ESTRATÉGIAS DA SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

A estratégia de suprimento tem o objetivo de definir as ações para a obtenção de materiais


necessários á satisfação da demanda requerida pela cadeia de abastecimento.

O planejamento da demanda é necessário. Não se pode administrar a cadeia de abastecimento


sem levar em conta as estimativas da demanda.

8.2 ATORES DA SUPPLY CHAIN

A Supply Chain Management integra todos os atores de sua cadeia, são eles: o cliente, o
marketing, a manufatura, a administração, o fornecedor, operador logístico, componentes
eletrônico (utilizados para facilitar o fluxo de informação na Supply Chain, EDI e MRP).

Os clientes podem ser divididos em três categorias diferentes:

• Consumidores são os compradores de serviço ou produtos para uso ou consumo


próprio.

• Clientes industriais são aqueles que compram os produtos ou serviço de uma empresa
para utilizá-los como componentes de seus produtos.

• Clientes comerciais são aqueles que compram produtos de industriais ou grandes


atacadistas para vendê-los aos consumidores.

O comprador, independentemente de ser consumidor, comercial ou industrial, tem posições


fortalecidas sobre as empresas das quais compram.

Quando o setor de Marketing pensa nos clientes, visualiza atributos tais como: satisfação,
entrega nos prazos adequados, volume de vendas, etc. O profissional de logística, precisa
viabiliza esses conceitos concretamente, por meio do transporte adequado, armazéns e
depósitos estrategicamente localizados, etc.

Para cada desejo do consumidor, que o setor de Marketing procura transmitir e atender de
forma um tanto abstrata, o setor de Logística tenta resolver a questão de forma concreta,
analisando a quantidade de recursos necessários, os custos envolvidos e o nível de rendimento
das diversas alternativas de solução.

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8.3 SUPPLY CHAIN E LUCRATIVIDADE

A integração da Supply Chain contribui para aumentar o valor da empresa. Através da


lucratividade, há um aumento das receitas, prestando um serviço melhor ao cliente,
aumentando a participação no mercado, colocando produtos com maior competitividade.

Ainda é diminuído o custo dos produtos vendidos com o aumento da qualidade.

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9 A LOGÍSTICA INTEGRADA

O novo papel da logística é a integração para fora da empresa, incluindo fornecedores e


clientes.

Com o aumento de produtividade por meio de vantagens competitivas, diferenciação de


produtos e altos níveis de serviço ao cliente. Com o foco atual de agregar valor ao cliente, com
respostas mais rápidas entre atendimento e entrega. A cadeia de abastecimento integrada está
vinculada a variáveis internas e externas que afetam a organização e aos diferentes modelos
de negócio estabelecidos para os segmentos industriais ou para as empresas de serviço.

O foco anterior da logística era redução de perdas com diminuição de transações, inventários e
custo. Hoje o foco é agregar valor ao cliente atendendo melhor suas necessidades, resposta
rápida entre o atendimento e a entrega do produto, maior disponibilidade e flexibilidade e preço
justo.

Promovendo uma integração entre todos os setores da empresa. Mercadoria e produtos vão do
suprimento em direção ao cliente, as informações e outros recursos em direção oposta, do
consumidor á fonte de suprimentos.

Na gestão da Supply Chain, a cadeia integrada, há uma criação de valor na forma de produtos
e serviços para o consumidor final, envolvendo processos e atividades empresariais, com uma
integração do planejamento e controle do fluxo de mercadorias, informações e recursos desde
o fornecedor até o consumidor.

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10 O SISTEMA LOGÍSTICO: SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E CLIENTES

Suprimentos é a fonte de todas as matérias-primas, embalagens, componentes e outros


insumos, que visam preencher as demandas da logística de produção.

O processo de suprimentos, para fabricar produtos é necessário possuir a quantidade certa de


materiais. Além disso, esses materiais devem ser obtidos com o menor custo possível, com
uma qualidade superior e devem estar disponíveis no momento em que a produção for iniciada.
O processo de aquisição de materiais é bastante complexo. Ele inclui decisões de escolha de
fornecedores, elaboração de contratos de fornecimento, definição de compras centralizadas ou
locais.

Nos canais de suprimentos, a programação se destaca como uma atividade importante. Os


suprimentos podem ser programados para estar disponíveis apenas quando são necessários
para a produção.

Manter em estoque todo material necessário para a produção pode ser ineficiente. Se algum
dos materiais tiver alto valor individual e puder ser utilizado apenas num número limitado de
modelos e produtos, encomendá-lo diretamente para atender ás necessidades de produção,
torna-se o modo mais econômico de realizar o seu suprimento.

Aquisição de materiais é o ato de adquirir algo. Termo aquisição é usado aqui para designar os
aspectos da obtenção que afetam a disponibilidade do produto. Aquisição pode ser encarada
como uma programação da produção, pois essa programação gera uma informação de quanto
e quando comprar.

A integração dos processos entre a empresa e os fornecedores tornam-se importante para


estabelecer relações estreitas e permanentes:

• Planejamento preciso e eficaz da produção

• Redução dos tempos de fornecimento

• Redução dos estoques na empresa e no fornecedor

• Melhorar a qualidade dos produtos

• Manter e aumentar a disponibilidade dos produtos

Sistemas e processos de suprimento:

• Avaliação e classificação de fornecedores

• Processos integrados com fornecedores

• Codificação de materiais e fornecedores

• Sistemas de informação – EDI

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A integração do suprimento tem como benefícios:

• Fortalecimento da parceria

• A qualidade é foco comum

• Entregas confiáveis, estáveis e freqüentes

• Menores estoques

• Sem burocracia

• Redução de custos da cadeia

Como estratégias de suprimentos, devem ser adotadas de forma identificada a cada grupo de
fornecimento, com definição dos relacionamentos e levando em conta: o processo de
integração, desenvolvimento de competências-chave, melhores práticas e gerenciamento da
Supply Chain.

10.1 PROGRAMAÇÃO JUST-IN-TIME DE SUPRIMENTOS

O just-in-time é um método de gerenciamento da manufatura desenvolvido pelos japoneses nos


anos 1970. A primeira empresa a adotar o conceito foi à indústria automobilística Toyota. Uma
das grandes preocupações na época era satisfazer a demanda do consumidor.

Antes da utilização do JIT, as indústrias japonesa e mundial apresentavam inúmeras restrições


na área de manufatura, incluindo restrições de estoque, defeitos em produtos, grandes lotes de
produção, ineficiência de entregas e custos elevados.

A programação just-in-time (JIT) é uma filosofia de operações que é uma alternativa para uso
dos estoques para se alcançar à meta de ter os bens certos, no lugar certo, no tempo certo. É
uma maneira de gerenciar o canal de suprimentos de materiais que se tornou popular
primeiramente no Japão, talvez por causa das circunstâncias econômicas e logísticas
particulares que prevalecerem naquele país.

A filosofia just-in-time caracterizado por: relacionamentos próximos com poucos fornecedores e


transportadores, informações compartilhadas entre compradores e fornecedores, produção /
compra freqüente e transporte de bens em quantidade pequenas com níveis resultantes
mínimos de estoque, eliminação das incertezas onde for possível ao longo de todo o canal de
suprimentos e objetivos de alta qualidade.

O sistema JIT opera com um nível mínimo de estoque e com poucos fornecedores, e o risco de
paradas imediatas no canal por interrupções na cadeia de suprimentos é grande.

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10.2 SISTEMA KANBAN

KANBAN é o sistema de programação de produção da Toyota e é talvez o melhor exemplo


conhecido de programação JIT. O KANBAN por si próprio é um sistema de controle baseado
em cartões de produção.

O sistema de programação KANBAN / JIT usa o método do ponto de pedido de controle de


estoque para determinar as quantidades-padrão de produção / compra e envolve custos muito
baixos de preparação e tempos de reabastecimentos muito curtos.

10.3 PRODUÇÃO

Tudo que é produzido ou fabricado pela fábrica. Produzir refere-se ao elemento cujo processo
fundamental é composto por operações que convertem um conjunto de matérias em um
produto acabado ou semi-acabado.

Num ambiente industrial típico temos:

• A matéria-prima

• A fábrica

• Suprimento

• Os setores de apoio

• Marketing

• Financeiro

• Recurso Humano

Para alcançar a eficiência da produção são necessários alguns requisitos: simplicidade,


produtividade, confiabilidade, flexibilidade, visibilidade, qualidade, sincronização e empregados
multifuncionais.

Toda programação de produção deve iniciar-se com uma estimativa de demanda presente e
futura, o conhecimento de que está agora disponível e o nível de demanda pode ser
determinado a partir da carteira de pedidos ou das previsões.

O processo de manufatura ou fabricação pode suportar as variações como:

• Produção para atender níveis de estoque, também chamada de Sistema de


Produção Contínua ou Produção Repetitiva, esse sistema de fabricação ocorre para atender ás
previsões de vendas, acontecendo antes que um pedido seja recebido.

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• Produção para atender um pedido específico, essa é uma estratégia de manufatura
em que a produção se inicia a partir do momento em que um cliente faz um pedido.

• Montagem, um exemplo característico desse sistema de produção é a indústria


automobilística, que, ao receber o pedido da concessionária, monta os veículos em função das
opções determinadas pelo cliente.

• Projeto sob medida, esse é um sistema que envolve desenho, projeto, obtenção de
materiais e componentes, fabricação e montagem.

10.4 CLIENTE

No sistema logístico o cliente é fundamental. O atendimento ao cliente é um aspecto da


competitividade que vem se tornando cada vez mais importante. Isso foi causado por duas
mudanças generalizadas que afetaram o setor. São elas: a elevação das expectativas do
cliente e a dispersão do know-how tecnológico.

As expectativas se elevaram entre os consumidores da mesma forma que houve um aumento


geral da riqueza dos países desenvolvidos. Essa elevação das expectativas possui muitas
causas, dentre elas:

• Melhores níveis de educação geral.

• Maior capacidade de discernir entre produtos alternativos.

• Exposição, por meio da mídia, a mais questões relativas ao estilo de vida.

O know-how tecnológico se dispersa por toda uma indústria, bem como de uma indústria a
outra e entre concorrentes por meio de várias rotas, dentre elas:

• Projetos de benchmarking.

• Desmontagem ou decomposição de produto.

• Rotatividade de funcionários.

• Programas educacionais.

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11 NÍVEL DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS

“Serviços ao cliente, quando utilizados de forma eficaz, é uma variável primária que pode ter um
impacto significativo na criação da demanda e da retenção da lealdade do cliente”.

Para outro especialista em serviço ao cliente:

“Refere-se especificamente á cadeia de atividade de satisfação das vendas, a qual,


usualmente, começa com a entrada do pedido e termina com a entrega do produto ao cliente;
em alguns casos, continuando com serviços de manutenção ou de equipamentos, ou outro
suporte técnico”.

O nível de serviço ao cliente tem sido visto, como uma estratégia importante do Marketing,
através do produto, preço, promoção e ponto de venda.

O nível de serviço ao cliente em relação ao mercado, os clientes estão mais sofisticados e


experientes, poucas diferença entre produtos, competição por preços e cliente sensível ao
serviço.

Como estratégia logística, o nível de serviço ao cliente, deve existir uma rentabilidade em longo
prazo, retenção ao cliente, qualidade de relacionamento, serviço ao cliente e capacidade
logística.

Não esquecendo do índice de serviço, onde o pedido deve ser perfeito, com entrega pontual,
completa e sem erros.

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REFERÊNCIAS

BALLOU. Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. Bookman.

BERTAGLIA. Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento.


Saraiva.

FLEURY.Paulo Fernando. Logística empresarial. Atlas. (Col. Coppead de Administração).

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