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SUMÁRIO

1 GESTÃO DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS ..................................................... 3

1.1 Evolução da gestão da cadeia logística ............................................... 4

1.2 Cadeia logística interna ........................................................................ 5

1.3 Participantes na cadeia logística .......................................................... 7

1.4 Produtores ............................................................................................ 7

1.5 Distribuidores ....................................................................................... 8

1.6 Varejistas.............................................................................................. 9

1.7 Clientes ................................................................................................ 9

1.8 Fornecedores de serviços .................................................................... 9

1.9 Fábrica ............................................................................................... 10

1.10 Processos ....................................................................................... 11

2 ESTRATÉGIA LOGÍSTICA ....................................................................... 13

2.1 Estratégia ........................................................................................... 13

2.2 Produção ............................................................................................ 14

2.3 Estoques ............................................................................................ 16

2.4 Localização ........................................................................................ 17

2.5 Transporte .......................................................................................... 18

2.6 Competitividade .................................................................................. 19

2.7 Atividades logísticas na empresa ....................................................... 20

2.8 Implementação de um departamento logístico ................................... 21

2.9 Cadeia de suprimentos eletrônica ...................................................... 22

3 LOGÍSTICA EMPRESARIAL – CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................. 23

4 DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE LOGÍSTICA .......................... 24

5 PARADIGMAS EM LOGÍSTICA................................................................ 27

5.1 Componentes Da Logística ................................................................ 28


5.2 Gestão de estoques ........................................................................... 28

5.3 Armazenagem .................................................................................... 29

5.4 Distribuição ......................................................................................... 30

5.5 Gestão de Compras ........................................................................... 31

5.6 Transporte .......................................................................................... 31

5.7 Objetivos Da Logística........................................................................ 33

6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) APLICADA À LOGÍSTICA ........... 34

6.1 Logística ............................................................................................. 34

6.2 TI e Logística ...................................................................................... 35

6.3 TI e Logística: sistemas de gerenciamento ........................................ 36

6.3.1 Sistema de Gerenciamento de Estoques (MES) .......................... 36

6.4 Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) .............................. 36

6.5 Sistema de Gerenciamento de Transportes (TMS) ............................ 38

7 APLICAÇÕES DE TI E SUAS INFLUÊNCIAS NO MODELO DE


ESTRATÉGIA E ORGANIZAÇÃO ............................................................................. 40

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41
1 GESTÃO DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS1

A gestão da cadeia logística, (do inglês: Supply Chain Management), também


conhecida como gestão da cadeia de suprimentos no Brasil, gestão da cadeia de
fornecimento em Portugal, pipeline logístico ou rede logística, consiste em todas as
partes relacionadas seja direta ou indiretamente, na execução do pedido de um
cliente. Ela inclui não apenas o fornecedor ou o fabricante, mas também as
transportadoras, os armazéns, varejistas e os consumidores finais.
A palavra "Logística" tem origem da palavra francesa "Logistique" que significa
"a arte de planejar".
Na cadeia logística padrão, as matérias-primas são procuradas e os bens são
produzidos em uma ou mais fábricas, transportadas para armazéns como
armazenamento intermédio, e depois transportadas para os retalhistas ou clientes. As
estratégias utilizadas para obter uma cadeia logística eficaz consideram as interações
entre os vários níveis da cadeia logística, de forma a reduzir o custo e melhorar o
serviço prestado. A cadeia logística consiste nos fornecedores, centros de fabricação,
armazéns e centros de distribuição, assim como matérias-primas, produtos no
processo de fabricação, e produtos finais que circulam entre as fábricas. Basicamente
a logística é a ciência dos detalhes.
Assim a gestão da cadeia logística consiste numa série de aproximações
utilizadas para integrar eficazmente fornecedores, fabricantes e lojas, para que a
mercadoria seja produzida e distribuída nas quantidades ideais, na localização certa
e no tempo correto, com o objetivo de satisfazer o nível de serviço e diminuir os custos
ao longo do sistema (Simchi-Levi et al., 2003, p. 1).

1Texto original extraído do link:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_cadeia_log%C3%ADstica
Fonte: vietro.blogspot.com.br

A cadeia logística não é composta apenas de movimentação de produtos


físicos entre empresas. Envolve, também, o fluxo de informação e capitais entre as
mesmas companhias. A comunicação é um fator chave para a manutenção e gestão
da cadeia logística. Os membros da cadeia logística têm de fazer tudo o que estiver
ao seu alcance para melhorar as operações da cadeia, pois são essas medidas que
permitem reduzir os custos e aumentar as receitas (Fredendall et al., 2001, p. 4).

Evolução da gestão da cadeia logística

Cadeia logística é o grupo de fornecedores que supre as necessidades de uma


empresa na criação e no desenvolvimento dos seus produtos. Pode ser entendido
também como uma forma de colaboração entre fornecedores, retalhistas
e consumidores para a criação de valor. Cadeia logística pode ser definida como o
ciclo da vida dos processos que compreendem os fluxos físicos, informativos,
financeiros e de conhecimento, cujo objetivo é satisfazer os requisitos do consumidor
final com produtos e serviços de vários fornecedores ligados. A cadeia logística, no
entanto, não está limitada ao fluxo de produtos ou informações no sentido Fornecedor
→ Cliente. Existe também um fluxo de informação, de reclamações e de produtos,
entre outros, no sentido Cliente → Fornecedor (Ayers, 2001, p. 4-5).
Fonte: www.homeappliancesworld.com

As empresas e organizações, começaram a captar e a adaptar a mensagem


da logística apenas nos primórdios do século XX (Carvalho et al., 2004, p. 52). Nos
anos 1960, a logística tinha principalmente, uma vertente operacional, isto é, era vista
como sistema de atividades integradas. Nos anos 1970, passou a ser caracterizada
por ter uma área funcional e estratégica. Já nos anos 1980, a logística passa a ser
vista como serviço, começam a aparecer os sistemas logísticos de informação e a
logística como pipeline total, e nos anos 1990, surge a gestão da cadeia logística
(Carvalho, 2002, p. 32). Finalmente, na atualidade, a função logística interage
basicamente com quatro setores das empresas: marketing, finanças, controle da
produção e gestão de recursos humanos, criando assim uma rede logística (Gomes
et al., 2004, p. 15). No entanto, em pleno século XXI, o conhecimento, exploração e
aplicação empresarial da logística, ainda estão longe dos tempos da logística aplicada
em estratégias de guerra (Carvalho et al., 2004, p. 52).

Cadeia logística interna

A cadeia logística interna é a parte da cadeia logística que ocorre no interior de


uma organização (Handfield, 2002, p.48-49).
Dada a organização de estruturas internacionais, multidimensionais, em muitos
negócios, é habitual a cadeia logística interna ter ligações espalhadas pelo mundo
podendo, por isso, estas cadeias serem complexas.
De modo a desenvolver e compreender a cadeia logística interna, é necessário
recorrer à gestão da cadeia logística (SCM). Por vezes, os funcionários de uma dada
divisão da empresa, veem as outras divisões, da mesma empresa do mesmo modo
que veem os consumidores ou os fornecedores, o que, por vezes, causa conflitos
entre as várias divisões de uma empresa.
A utilização e desenvolvimento de mapas de processo (cartas de fluxo) ajuda a
melhor compreender a cadeia logística interna das cadeias logística maiores. Este
desenvolvimento é mais eficaz se forem utilizadas equipes com elementos das várias
divisões.

Fonte: tlog.blogs.sapo.pt

De modo a facilitar o processo de mapeamento das atividades, cada membro


da equipe deve receber instruções acerca da convenção de mapeamento a ser
utilizada, bem como outras informações necessárias. Cada membro da equipe deve
registrar cada passo da parte da cadeia logística que representa, juntamente com
informações de desempenho.
Após todos os passos terem sido registrados pelos membros da equipe, as
informações recolhidas são expostas numa reunião com todos os membros, de modo
a proceder à elaboração do mapa da cadeia de fornecimento interna.
O comprador definitivamente passa a ter total visualização de todo o processo.
Participantes na cadeia logística

A cadeia logística é composta por grupos básicos de participantes. É composta


pelos seus clientes e fornecedores, criando assim uma cadeia logística simples. As
cadeias logísticas prolongadas contêm, os fornecedores dos fornecedores, ou os
fornecedores finais, no início da cadeia logística prolongada. Contém, também, os
clientes dos clientes, ou os clientes finais, no final da cadeia logística prolongada
assim como empresas que fornecem serviços a outras empresas da cadeia logística.
Estas fornecem serviços em logística, finanças, marketing e informações tecnológicas.
Um diagrama da cadeia logística. A seta preta representa o fluxo de materiais
e a seta cinzenta representa o fluxo de informação.
Os elementos são;
a) fornecedor final,
b) fornecedor,
c) produtor,
d) cliente,
e) cliente final.
Existem empresas na cadeia logística que desempenham funções diferentes.
Umas empresas são produtores, distribuidores ou revendedores, outras empresas ou
individuais, são clientes (consumidores finais de um determinado produto).
Suportando essas empresas existem outras que lhes proporcionam os serviços
necessários (Hugos, 2003, p. 23-24).

Produtores

Os fabricantes de produtos são empresas que produzem matérias-primas e


empresas que fabricam produtos finais. Os produtores de matérias-primas são
organizações que exploram as minas para obterem os minerais, realizam as
perfurações na superfície terrestre para obter petróleo ou gás ou procedem ao corte
de árvores. Estas organizações são das mais variadas áreas tais como de agricultura,
criação de animais ou pesca. Estes fabricantes de produtos finais usam as matérias-
primas ou subconjuntos dos outros produtores para criarem os seus próprios produtos.
Fonte: logisticainternasa.blogspot.com.br

Os fabricantes podem criar produtos considerados «ativos intangíveis» como a


música, entretenimento, software ou projetos. Um produto, pode ser um serviço como
cortar a relva, limpar um escritório, efetuar uma cirurgia ou ensinar uma dada matéria
(Hugos, 2003, p. 24).

Distribuidores

Os distribuidores são conhecidos como revendedores. Vão buscar, em grande


volume, stocks aos produtores para entregar aos clientes, ou seja, vendem os
produtos em quantidades superiores às que um consumidor normalmente compra. Os
distribuidores «protegem» os produtores das flutuações da procura de um produto
com o armazenamento de stocks. Para o cliente, o distribuidor entrega o produto onde
e quando eles desejam.
O distribuidor é, particularmente, uma organização que controla stocks de
produtos, que compra de produtores e depois vende a consumidores. Esta
organização tem várias funções, como promoção e vendas do produto, administração
de stocks, operações de armazenamento, transporte do produto, suporte ao cliente e
serviço pós-venda. Um distribuidor pode ainda ser uma organização intermediária
entre o fabricante e o cliente, desempenhando, principalmente, as funções de
promoção e venda do produto, sem nunca tomar posse dele. Em ambos os casos,
enquanto que as exigências dos clientes evoluem e a escala de produtos disponíveis
muda, o distribuidor é o agente que, continuamente segue as necessidades do cliente
e as combina com os produtos disponíveis (Hugos, 2003, p. 24-25).

Varejistas

Os Varejistas são uma organização que controla de perto as preferências e a


procura dos clientes. Eles armazenam os estoques e vendem em quantidades
pequenas ao público geral.
Utilizam uma combinação de preços, seleção do produto, serviço e
conveniência, para atrair os clientes. Existem lojas que oferecem uma linha única de
produtos e altos níveis de serviço e existem outras, como restaurantes de fast-food
que utilizam a conveniência e preços baixos como principal atração (Hugos, 2003, p.
25).

Clientes

Clientes ou consumidores são organizações que compram ou usam um


produto. Um consumidor pode comprar um produto com o objetivo de incorporar
noutro, vendendo posteriormente a outro cliente. Por outro lado, o cliente pode ser o
utilizador/consumidor final do produto (Hugos, 2003, p. 25).

Fornecedores de serviços

Os fornecedores de serviços são organizações que fornecem serviços aos


produtores, distribuidores, retalhistas e clientes. Desenvolvendo uma perícia especial
que se centra numa atividade particular da cadeia logística, por essa razão
desempenham os serviços mais eficientemente e a um preço melhor que os
produtores, distribuidores, retalhistas ou consumidores poderiam fazer por si próprios.
Os fornecedores de serviços proporcionam diferentes tipos de prestações
como:
Fonte: www.osmarvincifilho.com.br

 Serviço de transporte e armazenagem;


 Empréstimos e análise de crédito;
 Pesquisa de mercado e consultoria;
 Projetos do produto, serviços de engenharia, serviços legais e conselhos de
gestão;
 Informações tecnológicas e recolha de dados.
Todos estes fornecedores estão integrados nas operações dos produtores,
distribuidores, retalhistas e consumidores da cadeia logística.
Ao longo do tempo, as necessidades da cadeia logística permanecem, no
conjunto, razoavelmente estável. O que muda é a mistura dos participantes na cadeia
logística, assim como os seus papéis. Em algumas cadeias logísticas existem poucos
fornecedores de serviços porque os outros participantes desempenham estes
serviços. Noutras cadeias logísticas, os fornecedores de serviços especializados
evoluíram, e, por isso, os outros participantes recorrem à sua prestação em vez de
realizarem a tarefa por si próprios (Hugos, 2003, p. 26).

Fábrica

Esta categoria inclui as operações de desenvolver e construir os produtos ou


serviços. As operações presentes são (Hugos, 2003, p. 45):
 Projeto do produto;
 Gestão da produção;
 Gestão das infraestruturas.

Processos

Abaixo um exemplo de cadeia logística, quanto aos gastos e despesas da


empresa:

Linha de processos envolvidos

Marketing

Planeamento/Controle/Produção
(PCP)

Fornecedores

Carga/Armazenagem

Produção

Stock

Serviço ao Cliente

Marketing (retorno)

Todos os processos envolvem clientes, distribuição, produção e fornecedores.


Sendo:
Marketing é essencialmente a arte de enviar uma mensagem a potenciais
clientes e também ao mesmo tempo para os atuais clientes, de modo a cativar a
compra do produto em questão. Envolvendo: faixa etária, poder aquisitivo, classe
social, localização, concorrente; além da função de propaganda e sistemas
promocionais. As empresas reconhecem a importância do marketing e direcionam
uma boa parte de seus recursos humanos e financeiros a essa atividade.
PPCP (Planejamento, Programação e Controle da Produção): também
conhecida como a Logística de produção, é um segmento da indústria automatizada,
que trata da gestão e controlo de mão de obra, material e informação no processo
produtivo (Flexlink, 2008). Devido à grande complexidade que as grandes plataformas
industriais apresentam, dada à enorme quantidade de materiais, operários e
maquinas, a gestão destes recursos é feita maioritariamente através de processos
informáticos. São estes processos logísticos contínuos de controlo da produção e
também das encomendas, que se dá o nome de PPCP. «Uma logística de produção
eficiente resulta em tempo e dinheiro ganho na produção» (Allen, 2001, p. 215). Esta
área é, assim, essencial para o sucesso das empresas na economia de um mercado
global existente, uma vez que se preocupa com o aperfeiçoamento de tarefas fabris,
quer pela adição de processos mais eficazes, quer pela eliminação de outros
desnecessários.
Fornecedores: fornecedores da matéria-prima, devem ser tratadas como
parceiros, devendo até serem convidados a verem a produção; participar da produção,
do dia a dia da empresa; já que ambos os conhecimentos podem atuar juntos,
surgindo assim uma estrutura de competência altíssima.
Stock/Armazenagem: a realização de auditorias é importante para o controle
dos materiais que entram na empresa, verificando se os mesmos não estão em
excesso.
Para melhor explorarmos a cadeia logística, entramos na logística empresarial
que é o estudo da cadeia logística. Temos então, as Atividades Primárias e as
Secundárias.
Atividades Primárias
 Transportes
 Manutenção de estoques
 Processamento de pedido
 Atividades Secundárias
 Armazenagem
 Manuseio de materiais
 Embalagem de materiais
 Obtenção (seleção de fontes, quantidades de compra)
 Programação do produto (distribuição - fluxo de saída - oriente
programação PCP)
 Manutenção de informação (base de dados gerada pela cadeia - fonte
de dados para futuros planejamentos.

2 ESTRATÉGIA LOGÍSTICA

A estratégia logística de uma organização consiste em todas as decisões,


políticas, planos e cultura estratégica relativamente à gestão das suas cadeias
logísticas (Waters, 2003, p. 62). Assim, quando uma empresa pretende atingir um dos
objetivos estratégicos propostos, como por exemplo, reduzir os custos globais, utiliza
a logística enquanto ferramenta estratégica (estratégia logística). Por outro lado,
quando a logística não constitui qualquer ferramenta para a concretização dos
objetivos da empresa, mas é utilizada como motor da própria estratégia, estamos
perante aquilo que se designa logística estratégica (Dias, 2005, p. 253).

Estratégia

Fonte: enlinea.pe
É facilmente perceptível quando algo que se relaciona com a logística não está
a funcionar da melhor maneira, pois verificam-se frequentes rupturas de stocks,
ordens de encomenda desencontradas, baixas performances, disponibilizações
erradas de produtos ou serviços e colocações fora de tempo, em locais incorretos ou
em quantidades desadequadas. No entanto, quando se verifica o seu bom
funcionamento, nomeadamente, em termos de mercado nacional, de entre todas as
causas divulgadas para o seu sucesso, não é referida a logística (Carvalho, 2002, p.
29).
Podemos afirmar que, a estratégia não é mais do que o conjunto de decisões
e ações tomadas por uma empresa a fim de proporcionar aos seus clientes mais valor
em detrimento do valor oferecido pela concorrência (Dias, 2005, p. 248). A estratégia
empresarial, é a forma que as empresas têm de pensarem o seu futuro e definir
objetivos. Está diretamente relacionada pelo meio que envolve a empresa,
nomeadamente no que diz respeito às áreas económica e sociopolítica, sendo
sucessivamente influenciada pelas mesmas (Carvalho et al., 2004, p. 12).
Sendo a logística, cada vez mais um fator importante no bom desempenho de
uma empresa, esta apresenta-se acima de tudo como uma questão estratégica (Dias,
2005, p. 253).

Produção

A produção é a fabricação e o armazenamento de produtos de uma cadeia


logística. As fábricas e os armazéns são as instalações que dão origem à produção.
A decisão que os administradores têm de efetuar é como resolver o trade-off entre a
capacidade de resposta e eficiência. Se as fábricas e os armazéns forem construídos
com excesso de capacidade de armazenamento, podem ser muito flexíveis e possuir
uma resposta rápida às variações da procura do produto. As instalações onde a
lotação está no limite, ou está prestes a atingir, não são capazes de responder
facilmente às flutuações da procura. Por outro lado, é necessário investir para criar
capacidade de armazenamento. No entanto, o excesso de capacidade pressupõe que,
como não se está a utilizar a totalidade da capacidade disponível não se
gera rendimento. Quanto mais excesso de capacidade existir, menor será a eficiência
da operação (Hugos, 2003, p. 10-11).
As fábricas podem ser construídas para acomodar uma de duas aproximações
para a produção:
Foco no produto – Uma fábrica que se foca no produto efetua várias operações
necessárias para a sua produção, que envolvem a fabricação de diferentes partes do
produto e posteriormente a montagem das mesmas.
Foco na funcionalidade – Este tipo de abordagem consiste em fazer apenas
algumas partes do produto ou apenas a sua montagem. Esta funcionalidade pode ser
aplicada no fabrico de diferentes tipos de produtos.
A empresa tem de decidir qual é a aproximação, ou a mistura das duas
aproximações, que dá a capacidade que necessita, para responder de melhor forma
às exigências dos clientes.
Como nas fábricas, os armazéns também podem ser construídos para
acomodar diferentes aproximações. Existem três aproximações principais que se
utiliza na armazenagem:

Fonte: logisticainternaadm.blogspot.com.br

1. Stock keeping unit – Nesta aproximação tradicional, um certo tipo de produto é


todo armazenado junto. Este é um método eficiente e fácil para compreender
a armazenagem da mercadoria.
2. Job lot storage – Nesta aproximação, todas as mercadorias que estão
relacionadas com as necessidades de um cliente, ou que servem para um
determinado trabalho, estão armazenadas juntas. Isto permite uma operação
de picking and packing mais eficiente, mas, geralmente precisa de um maior
espaço de armazenamento do que a tradicional aproximação SKU.
3. Crossdocking – Nesta aproximação, o produto não é realmente armazenado
nas instalações. Em vez disso, as instalações são utilizadas para um método,
onde os camiões dos fornecedores chegam e carregam uma grande
quantidade de produtos diferentes. Estes grandes lotes são subdivididos em
lotes de dimensões menores. Por sua vez, os lotes menores são recombinados
de acordo com as necessidades do dia, e novamente carregados em camiões
para que estes levem ao seu destino final.

Estoques

O stock está espalhado ao longo da cadeia logística e inclui tudo, desde as


matérias-primas até aos produtos finais, o que está na posse dos fabricantes,
distribuidores e retalhistas. Novamente, os administradores têm de decidir qual é a
sua posição no trade-off, entre a capacidade de resposta e eficiência. Uma empresa
pode dar uma resposta rápida às variações da procura, se tiver na sua posse
um stock enorme. No entanto, a criação e armazenagem de stocks têm um custo e,
para atingir níveis de eficiência elevados, o custo de armazenagem tem de ser o
menor possível. Existem três decisões básicas, que são essenciais no fabrico e
armazenamento de produtos (Hugos, 2003, p. 12-13):
Ciclo de stock – É a quantidade de stock necessária para satisfazer a procura
do produto, no período de compras do mesmo. As firmas produzem e compram em
grandes lotes, para beneficiarem das vantagens que as economias de escala
oferecem. No entanto, a compra de grandes quantidades de mercadorias implica
aumento dos custos de carregamento. Os custos de carregamento consistem nos
custos de armazenamento, manuseamento e manutenção de stocks. Os
administradores enfrentam o trade-off entre o custo reduzido pela compra de grandes
quantidades de mercadorias e o aumento do custo de carregamento do ciclo de stock.
Stock de segurança – É o stock que é guardado como um «amortecedor»
contra a incerteza, ou seja, é um stock adicional, usado quando a procura da
mercadoria é superior àquela que estava prevista. Se a previsão da procura pudesse
ser feita com perfeita exatidão, então o único stock que era preciso era o ciclo
de stock. O trade-off é o peso entre os custos de armazenar o stock extra contra os
custos de vendas perdidas devido a um stock insuficiente.
Stock Sazonal – Este stock existe para prever o aumento da procura que
ocorre em determinados períodos do ano. Por exemplo, é previsível que a procura de
anticongelante vai aumentar no Inverno. Se uma companhia, que produz
anticongelante, tem uma taxa de produção que, para mudar, tem custos elevados,
então vai tentar fabricar o produto a uma taxa constante ao longo do ano. Esta
empresa vai constituir um stock durante os períodos de baixa procura, compensando
os períodos de alta procura, que excede a taxa de produção. A alternativa para
construir um stock sazonal é investir em equipamentos de produção flexíveis, que
podem rapidamente, mudar a sua taxa de produção de produtos diferentes, para
responder ao aumento da procura. Neste caso, o trade-off é entre o custo de
armazenar stock sazonal e o custo de ter capacidade flexível de produção.

Fonte: www.opetroleo.com.br

Localização

Localização é o local geográfico onde estão situadas as instalações da cadeia


logística, e inclui as decisões relativas às atividades que deverão ser executadas em
cada fábrica. O trade-off entre a capacidade de resposta e a eficiência é, a decisão
entre centralizar as atividades em localizações menores para ganhar economia de
escala e eficiência, ou descentralizar as atividades em várias localizações próximas
dos clientes e fornecedores, de forma a existir uma maior resposta às operações.
Quando é necessário tomar decisões, os administradores precisam de
considerar vários fatores:
 Custo das instalações;
 Custo do trabalho;
 Qualificação dos trabalhadores;
 Condições das infraestruturas;
 Taxas e tarifas;
 Proximidades entre clientes e fornecedores.
As decisões tomadas relativamente à localização de instalações, têm que ser
decisões estratégicas, muito bem estudadas, pois envolvem grandes quantidades
de capitais a longo tempo.
Estas decisões têm forte impacto no custo e desempenho da cadeia logística.
Quando o tamanho, número e localização das instalações é determinado, define-se o
número de possíveis caminhos, em que os produtos podem circular até chegar às
mãos dos clientes.
As decisões de localização refletem a estratégia básica da empresa para
construir e entregar os produtos no mercado (Hugos, 2003, p. 13-14).

Transporte

O transporte refere-se ao movimento, das matérias-primas até ao produto final,


entre as diferentes instalações da cadeia logística. No transporte, o trade-off entre a
capacidade de resposta e eficiência, é a escolha do modo de transporte. Os
transportes mais rápidos, como aviões, têm um grande poder de resposta, mas são
mais caros, ao contrário dos meios de transporte mais lentos,
como barcos ou comboios, que têm um custo mais baixo e uma menor capacidade de
resposta.
Como os custos de transporte podem ser um terço dos custos de operação da
cadeia logística, as decisões aqui efetuadas são fundamentais.
Existem seis transportes básicos que uma companhia pode optar:
 Marítimo – Este tipo de transporte é o mais lento de todos os outros, no
entanto é aquele que tem um custo menor. Está limitado ao uso entre
localizações que possuam vias navegáveis e instalações
como portos ou canais.
 Ferroviário – Este tipo de transporte tem um custo baixo, mas também é
lento. Este modelo está restrito a localizações que possuam linhas
ferroviárias.
 Pipelines – Este tipo de transporte é bastante eficiente, no entanto, está
limitado a compostos líquidos ou gases.
 Rodoviários – Os caminhões são relativamente rápidos e flexíveis. Este
tipo de transporte pode chegar a quase todo lado. O custo implicado é
propenso a variações, devido à flutuação do custo do petróleo e às
condições das estradas.
 Aéreo – Os aviões são um transporte muito rápido e têm uma boa
capacidade de reposta. É, também, o modo mais caro e está restrito à
disponibilidade de instalações aéreo portuárias.
 O transporte eletrônico é o modo de transporte mais rápido, bastante
flexível e tem um custo eficiente. No entanto, só pode ser utilizado para
a movimentação de certos produtos como energia eléctrica e produtos
compostos por dados (música, fotografias e texto).
Dado estes tipos de transporte e a localização das instalações da cadeia
logística, os administradores criam rotas e redes para a movimentação dos produtos.
A rota é o caminho através do qual os produtos se movem. As redes são compostas
por um conjunto desses caminhos. Como uma regra geral, quanto maior for o valor do
produto, mais atenção tem que ter com a escolha da rede de transporte, decidindo por
uma opção mais rápida e segura. Quanto menor for o valor do produto, mais eficiente
deve de ser o modo de transporte (Hugos, 2003, p. 14-15).

Competitividade

Sendo a gestão das organizações a operar os sistemas logísticos, que por sua
vez, resultam da estratégia definida, a competitividade é a variável mais importante
em termos de desenvolvimento das empresas (Dias, 2005, p. 261). logística é o
transporte de materiais custos, preços e investimentos: as novas empresas, os
fornecedores, os clientes, os produtos substitutos e finalmente, a rivalidade entre as
empresas concorrentes (Michael Porter, 1989, cit. por Dias, João Carlos Quaresma -
Logística global e macro logística, p. 275).
Existem também três estratégias competitivas genéricas através das quais
uma empresa pode obter vantagem competitiva: a liderança de custos, apenas pelos
custos, ou ambas. O pior erro que se pode cometer, é tentar utilizar todas as
estratégias em simultâneo, o que mostrará que a empresa não é capaz de cumprir
nenhuma delas (Michael Porter, 1989, cit. por Dias, João Carlos Quaresma - Logística
global e macro logística, p. 275).

Atividades logísticas na empresa

Grande parte do total das atividades existentes nas empresas, são atividades.
Assim, no que diz respeito à gestão das infraestruturas das empresas, esta consiste
essencialmente em: gestão de depósitos, de armazéns ou de centros de distribuição;
no planeamento de depósitos, de armazéns ou de centros de distribuição; na
localização de todo o tipo de instalações etc. No que diz respeito à constituição
e gestão de stocks da empresa, as atividades logísticas resumem-se: à gestão de
stocks, (matérias primas, produtos em via de fabrico, produtos finais), ao controlo
dos inventários, à compra, e aos serviços de apoio administrativo.

Fonte: thecityfixbrasil.com

A gestão e processamento de ordens de encomenda, previsão da procura e


controle logístico, são alguns exemplos de atividades logísticas presentes relativas à
comunicação e informação. As atividades logísticas presentes na movimentação de
materiais e produtos, são a movimentação e reaproveitamento de desperdícios, a
gestão da movimentação de materiais e produtos, a embalagem e picking.
Finalmente, mas não menos importantes são todas as atividades que se relacionam
com o transporte, como por exemplo a circulação externa e interna no transporte
primário e de matérias primas, e no transporte secundário, a circulação internacional,
o modo de transporte e a escolha da frota (Carvalho, 2002, p. 41). Isto é, o canal
logístico da empresa é então constituído pelos produtores e fornecedores de matéria-
prima, pelas empresas de transporte que realizam a movimentação física dos
produtos e pelas empresas de embalagem ou de outros tipos de produtos para a
obtenção do produto final. Já o canal de distribuição da empresa engloba não só as
empresas de transporte como também os operadores logísticos responsáveis pelo
transporte, armazenagem e também a comercialização dos produtos (Gomes et al.,
2004, p. 336).

Fonte: www.profissionaldeecommerce.com.br

Implementação de um departamento logístico

Para que os sistemas logísticos empresariais sejam bem conduzidos e para


que seja criada uma relação direta entre logística e o desempenho da organização, é
necessário haver uma intervenção estratégica (Carvalho, 2002, p. 29). Assim, de
maneira a ser implementada uma boa orientação logística numa empresa, são
necessários três passos. Primeiro a empresa deve dispor de uma boa assessoria de
pesquisa operacional, de maneira a ser feito um planeamento das operações, em
segundo lugar, é muito importante que a empresa defina a sua função logística de
modo a estabelecer controlo sobre os custos logísticos, isto é, é necessário haver uma
boa gestão, nomeadamente, criando um sistema de informações, a fim de estabelecer
estimativas de custos logísticos no seu total e nos seus elementos principais.
Finalmente, a empresa precisa executar a sua orientação logística, fazendo
uma análise conceptual dos sistemas que a constituem (Uelze, 1974, p. 63-64).

Cadeia de suprimentos eletrônica

Fonte: blog.neogrid.com

Quando uma cadeia de suprimento é gerenciada eletronicamente,


normalmente com software baseado na web, ela é chamada cadeia de suprimentos
eletrônicos. Melhorias nas cadeias de suprimentos frequentemente envolvem
tentativas de converter uma cadeia de suprimentos tradicional em uma cadeia de
suprimentos eletrônica, especialmente para automatizar o fluxo de informações na
cadeia. (TURBAN et al, 2010)
Na gestão da cadeia de suprimentos é necessário coordenar todos os fluxos
entre todas as partes envolvidas na cadeia.
1.Fluxos de materiais. São todos os produtos físicos, matérias primas,
suprimentos e etc., que fluem ao longo da cadeia.
2.Fluxos de informações. Incluem todos os dados relacionados a demanda,
remessas, pedidos, devoluções, agendas e alterações nos dados.
3.Fluxos financeiros. São todas as transferências de dinheiro, pagamentos,
informações e autorização de cartão de crédito, agendas de pagamento, pagamentos
eletrônicos, antecipação de recebíveis (supply chain financing e dados relacionados a
crédito).

3 LOGÍSTICA EMPRESARIAL – CONCEITOS E DEFINIÇÕES2

No início de 1991, a logística e a estratégia competitiva, demonstraram sua


importância. Como preparação para a Guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus
aliados tiveram que deslocar grandes quantidades de materiais a grandes distâncias,
com tempo curto. Meio milhão de pessoas e mais de meio milhão de materiais e
suprimentos tiveram que ser transportados através de 12.000 quilômetros por via
aérea, mais 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar em
questão de meses, usando os recursos da logística.
Ao longo da história do homem as guerras têm sido ganhas e perdidas através
do poder e da capacidade da logística, ou a falta deles. Enquanto os generais dos
tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, apenas
num passado recente é que as organizações empresariais reconheceram o impacto
vital que o gerenciamento logístico pode ter na obtenção da vantagem competitiva.
Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos
benefícios da integração logística.
A distribuição física das mercadorias é um problema distinto da criação
de demanda, com grandes falhas das operações de distribuição devido à falta de
coordenação, entre a criação da demanda e o fornecimento físico, sendo, pois, uma
questão que deve ser enfrentada e respondida antes de começar o trabalho de
distribuição.
Entretanto, a logística não se refere apenas à distribuição física e sim,
a gestão de estoques, armazenagem, distribuição, gestão de compras e transporte,
além das atividades de apoio. Ao longo do tempo, a logística vem evoluindo, passando
de ações isoladas para ações sinérgicas, ou seja, à logística integrada e,

2 Texto original extraído do link: http://www.logisticadescomplicada.com/logistica-empresarial-


conceitos-e-definicoes/
atualmente, supply chain management (gerenciamento da cadeia de suprimentos),
aspectos estes que serão aqui abordados.

Fonte: www.painellogistico.com.br

4 DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE LOGÍSTICA

Para a plena compreensão da logística é necessário não apenas o domínio dos


conceitos e práticas, mas também um amplo entendimento de sua evolução histórica
e sua correlação com a evolução de todo o gerenciamento industrial. A visão evolução
histórica embasa uma visão crítica da situação atual, assim como das tendências
logísticas.
Cinco etapas principais na evolução logística são apontadas em estudos
recentes por Fleury et al (2000), sendo a primeira chamada “do campo ao mercado”,
situada no início do século XX, teve como foco o problema de escoamento da
produção agrícola. O marco inicial desta etapa é a publicação por John F. Crowell, em
1901, de um tratado sobre os custos e fatores que afetam a distribuição dos produtos
agrícolas. Este foi o primeiro texto a abordar tais assuntos.
A segunda etapa, “funções segmentadas”, ocorreu entre os anos 1940 e 1960
e caracterizava-se pela especialização e ênfase nos desempenhos funcionais. Nesses
anos o enfoque logístico era departamental, e os esforços eram todos para melhorar
a eficiência dos elos, sem preocupação a integração da cadeia.
A partir de 1960 inicia a terceira etapa, chamada “funções integradas”. O
enfoque então era na integração da logística interna, com ênfase no conceito de custo
total e no tratamento sistêmico. Nesta época surge a primeira grande associação de
profissionais e acadêmicos de logística, o National Council of Physical Distribution
Management – NCPDM. O conselho define logística com sendo:

Fonte: ateneo.pe

“Logística consiste das atividades associadas à movimentação eficiente de


produtos acabados, desde o final da linha de produção até o consumidor, e, em alguns
casos, inclui a movimentação de matéria-prima da fonte de suprimentos até o início
da linha de produção. Estas atividades incluem o transporte, a armazenagem, o
manuseio dos materiais, o empacotamento, o controle de estoques, a escolha da
localização de plantas e armazéns, o processamento de ordens, as previsões de
ordens e os serviços aos clientes. ” (1962).
A quarta etapa, “foco no cliente”, tem início a partir de 1980 e enfoca o estudo
da produtividade e do custo dos estoques. É desta época a mudança do NCPDM para
CLM – Council of Logistical Management. A definição de logística então passou a ser:
“Logística é o processo de planejamento, implementação e controle da
eficiência, do custo efetivo do fluxo e estocagem dos materiais, do inventário de
materiais em processo de fabricação, das mercadorias acabadas e correspondentes
informações, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com a finalidade de
ajustar às necessidades do cliente. “ (1986).
Fonte: www.manutencaoesuprimentos.com.br

Por fim, a última etapa é a “logística como elemento diferenciador”, que


corresponde a atualidade. Agora a logística é vista como meio de obter vantagem
competitiva. Também se destaca o surgimento do conceito de gerenciamento da
cadeia de suprimentos (supply chain management). Na década de 2000 o CLM muda
seu nome para Council of Supply Chain Management Professionals – CSCMP e a
definição de logística do novo conselho passa a ser:
Gerenciamento Logístico é a parte da gestão da cadeia de suprimentos que
planeja, implementa e controla de maneira eficiente e efetiva os fluxos diretos e
reversos, a armazenagem de bens, os serviços e informações relacionadas entre o
ponto de origem e o ponto de consumo a fim de encontrar os requerimentos dos
clientes.
A linha evolutiva indica uma maior integração funcional, culminando na
Logística Integrada dos dias atuais, que extrapola os limites da empresa, conectando
as funções logísticas de toda a cadeia de suprimentos, desde o fornecedor primário
até o consumidor final.
Møller (1995) apresenta ainda um mapa de conceitos logísticos, organizado em
forma matricial de acordo com o foco estratégico-operacional e foco em suprimentos-
clientes.
Os conceitos logísticos apresentados no mapa ainda poderiam ser divididos em
orientações básicas da estratégia logística.
 Logística Orientada para Recursos: procura a obtenção de vantagens competitivas
no gerenciamento dos diferentes recursos (capital, materiais, pessoas). Exemplo
desta orientação é o Gerenciamento de Materiais, que tem foco operacional e em
suprimentos.

 Logística orientada para a Informação: procura vantagens competitivas através da


gestão da informação. Nesta categoria pode-se incluir o Gerenciamento da Cadeia
de Suprimentos (Supply Chain Management), que procura facilitar a troca de
informações entre os participantes da cadeia para melhorar o desempenho global.
 Logística orientada para o Usuário: tem o foco no cliente final. O Marketing
Logístico pertence a esta categoria, uma vez que procura perceber os anseios dos
clientes relacionados à logística.

5 PARADIGMAS EM LOGÍSTICA

O estudo da disciplina de logística sugere a existência de paradigmas, ou seja,


diferentes abordagens para o problema logístico. Møller sugere a existência de três
paradigmas: o paradigma clássico, o genérico e o conceitual. Já Wanke (2003) trata
dois paradigmas, o paradigma do custo total e o paradigma da melhoria de processos.
O paradigma clássico, equivalente ao paradigma de custo total apresentado
por Wanke, representa a abordagem analítica tradicional da logística. De acordo com
esta visão, os problemas logísticos são claramente definidos e podem ser modelados
matematicamente. O foco maior é em ferramentas de apoio à decisão e o objetivo é
minimizar o custo total, de acordo com o modelo de análise de custo total.
O paradigma genérico possui forte relação com a informática. Nesta
abordagem, as funções logísticas são tratadas separadamente e integradas por
ferramentas computacionais. O foco é nas funções administrativas da empresa. Hoje
é considerado o “estado da prática”, uma vez que é amplamente adotado pelas
empresas.
O paradigma conceitual é utilizado para conceituar problemas que não
possuem estrutura funcional, e cujo propósito é explicar o comportamento e definir
estratégias para um gerenciamento efetivo. Variáveis qualitativas e relacionamentos
complexos estão inclusos neste paradigma. Um exemplo desta abordagem é o
conceito de serviço ao cliente, definido como um instrumento para indicar um nível de
eficácia logística e, além disso, ajudar a decidir como priorizar os recursos. Em suma,
o conceito é utilizado para a tomada de decisão estratégica. Essa abordagem é
considerada “o estado da arte”, sendo atualmente praticada por poucas empresas de
nível mundial.
Wanke ainda apresenta o paradigma de melhoria continua, no que o objeto de
trabalho são os fluxos de produtos. Esta abordagem observa diferenças entre os fins
(fluxo de produtos), que estariam diretamente relacionados com as melhorias de
processos, e os meios (recursos), que estão relacionados com as melhorias das
tarefas.

Componentes Da Logística

A logística é composta de atividades primárias (transporte, manutenção de


estoques e processamento de pedidos), as quais possuem fundamental importância
na redução de custos e maximização do nível de serviços. As demais atividades
(armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos, planejamento e
sistemas de informação) são consideradas atividades de apoio, pois dão suporte às
atividades primárias com o intuito de satisfazer e manter clientes, além de maximizar
a riqueza dos proprietários.

Gestão de estoques

Fonte: minhaempresasa.blogspot.com.br

As organizações procuram atender seus clientes imediatamente,


disponibilizando a quantidade desejada, a fim de superar a concorrência, implicando,
por vezes, em um volume demasiado de produtos em estoque. A má administração
dos estoques pode ocasionar investimentos de capital desnecessários e
consequentemente a perda de mercado consumidor. O estoque compreende desde a
matéria-prima, produtos e peças em processo, embalagem, produto acabado,
materiais auxiliares, de manutenção e de escritório, até os suprimentos.
Dessa forma, as empresas vêm buscando a redução da quantidade de
produtos estocados e, para um maior controle e gerenciamento dos mesmos, as
organizações utilizam-se de sistemas cada vez mais sofisticados, a fim de determinar
o nível de segurança dos estoques, a qualidade do bem ou serviço, além da
quantidade ideal a ser comprada.
Os estoques devem ser monitorados e avaliados constantemente, pois a
gestão dos mesmos, depende cada vez mais de parâmetros para mensurar e controlar
os produtos que são mantidos em estoques. Isso porque os estoques detêm grande
parte dos custos logísticos, em função de envolver os custos de pedido, manutenção,
falta de produtos, além de apólices de seguros, obsolescência, perdas e pessoal
especializado.

Armazenagem

Fonte:www.cocimex.com.br
A armazenagem trata de procedimentos que visam à conservação e controle
das mercadorias estocadas para posterior utilização e distribuição. Os itens, após
recebimento, são armazenados em depósitos ou centros de distribuição, os quais são
escolhidos de acordo com o produto a ser estocado e sua quantidade, além da
distância do cliente e o transporte, relacionando o melhor custo-benefício para todos
os envolvidos.
Os centros de distribuição podem ser em depósitos próprios, administrados
pela empresa, em depósitos públicos ou em depósitos contratados, os quais aliam
características dos primeiros (BOWERSOX e CLOSS, 2001). A gestão de
armazenagem, se bem administrada, proporciona à empresa maior vantagem no que
se refere à redução de custos, tempo de deslocamento e maior agilidade em atender
seus clientes com qualidade.

Distribuição

Fonte: br.linkedin.com

O processo de distribuição não se refere apenas ao transporte de matérias-


primas ou produtos, trata-se de uma atividade que engloba os procedimentos
adotados, os serviços, o transporte de materiais e produtos, a fim de satisfazer as
necessidades e desejos dos clientes com qualidade, agilidade, ao menor custo.
As etapas que compõem os canais de distribuição dos produtos e materiais
iniciam-se com o pedido do cliente, que é transmitido e processado, posteriormente o
mesmo é separado e transportado até o cliente para ser entregue, consequentemente
se o cliente se sentir satisfeito, formar-se-á um ciclo, ou seja, uma relação de
fidelidade entre o fornecedor e cliente.

Gestão de Compras

A gestão de compras abrange desde a escolha do fornecedor até a entrada dos


suprimentos na organização, assim, o pedido deve atender às necessidades e
exigências dos clientes, no que se refere à qualidade, quantidade, prazos, custos,
entre outros requisitos, além de envolver elevado volume de recursos. O responsável
pelas compras na organização responde pela aquisição de materiais na quantidade e
qualidade desejadas, no tempo necessário ao melhor preço possível, do fornecedor
adequado.
O sucesso da gestão de compras está relacionado ao gerenciamento dos
pedidos, visando à satisfação do cliente. Com base em informações estratégicas de
seus clientes potenciais a organização identifica as necessidades dos mesmos,
desenvolvendo um relacionamento de parceria. Essa parceria é desenvolvida não só
com clientes, mas com fornecedores, que são de extrema relevância na obtenção de
baixos níveis de estoque e o ressuprimento contínuo. Através da parceria com
fornecedores, as organizações conseguem negociar o volume de pedidos,
fracionando o fornecimento em menores quantidades, reduzindo assim, seus
estoques e satisfazendo seus clientes.

Transporte

O transporte engloba as diferentes formas de movimentar os materiais ou


produtos, seja interna ou externamente. A escolha do transporte adequado está
diretamente relacionada à qualidade dos serviços junto ao cliente, variando de acordo
com o produto, com a distância e com os custos.
O transporte de produtos ou matérias-primas ocorre através de modais que
podem ser rodoviários, ferroviários, aéreos, dutoviários ou navais, cuja escolha
considera o custo, o tempo de entrega e as possíveis variações de adaptabilidade dos
respectivos modais à carga e destino. Atualmente, no Brasil, o transporte rodoviário
vem sendo o mais utilizado, com participação de 63% (BERTAGLIA, 2003),
proporcionando a entrega de forma ágil e precisa, no local e condições desejadas pelo
cliente, além de ser confiável e estar disponível em todo o território nacional.
De acordo com o quadro 01, identifica-se os tipos de transporte e algumas de
suas particularidades:

Quadro 01 – Tipos de modais

Tipo de
Transporte Características – Custos

Altos custos fixos em equipamentos, terminais, vias férreas;


Ferroviário custos variáveis baixos.

Custos fixos baixos e custo variável médio (combustível,


Rodoviário pneus, manutenção).

Custo fixo médio-alto (navios e equipamentos) e custo


variável baixo (capacidade para transportar grandes
Hidroviário quantidades).

Custos fixos mais elevados (direitos de acessos, construção


Dutoviário de dutos) e custo variável mais baixo.

Custo fixo alto (aeronaves) e custo variável alto (combustível


Aeroviário mão de obra, manutenção).

Fonte: ADM Brasil – Logística, 2005.

Fleury (2000) classifica os modais de transporte de acordo com a estrutura de


custos, sendo que o modal ferroviário possui altos custos fixos e um custo variável
baixo; o modal rodoviário possui custos fixos baixos e um custo variável médio; o
aquaviário possui um custo fixo médio e um custo variável baixo; o modal dutoviário
possui um custo fixo mais elevado e um custo variável mais baixo; já o modal
aeroviário possui um custo fixo e um custo variável alto.

Objetivos Da Logística

Coyle (1992) definiu a missão da logística como: “garantir a disponibilidade do


produto certo, na quantidade certa, nas condições certas, no local certo, no tempo
certo, para o cliente certo, e a um custo certo”. Já Bowerssox define a missão de
logística de maneira sucinta como sendo o balanceamento das expectativas em
relação ao serviço e dos custos, de tal maneira que os objetivos do negócio sejam
alcançados. Pode-se afirmar que, um dos objetivos da logística é aumentar o grau de
satisfação do cliente e, para atingir essa meta, é necessário aplicá-la às áreas
funcionais e em campos de atividades:
Função de projetos e tecnologias: unificação dos componentes; projeto
orientado à facilidade de manutenção; sincronização da vida útil dos componentes de
montagem; projeto de produtos facilmente transportáveis; modularização da
embalagem; projeto orientado à segurança, com economia dos componentes de
matérias-primas, recuperação e reutilização das mesmas;
Função de abastecimento de materiais e componentes: abastecimento
sincronizado com a produção; com um Lead Time (tempo de controle da produção)
breve; abastecimento de materiais e componentes de qualidade elevada;
abastecimento a custos limitados; respondendo com flexibilidade às variações da
produção;
Função de produção: permitir a manutenção de uma excelente qualidade;
comprimir o estoque e o que existe na produção;
Função de distribuição física: breve Lead Time entre o recebimento dos
pedidos e a expedição; distribuição física com expedições sem erros, respeitando os
tempos de entrega desejados pelos clientes, custos reduzidos, em condições de
responder aos picos da demanda;
Função de marketing e de venda: reorganização dos canais distributivos até
os clientes; modalidades dos empenhos de distribuição física entre os encarregados
das vendas, modalidades relativas aos serviços de entregas, ideais do after
service (após a oferta do serviço), exposições e amostra dos produtos nas lojas.
6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) APLICADA À LOGÍSTICA3

Logística

Na sua origem, o conceito de Logística esteve ligado a operações militares de


distribuição de suprimentos, transporte e armazenagem de materiais utilizados na
guerra, e transporte de efetivos militares até o campo de batalha.
Segundo Ballou, “a logística no ambiente empresarial estuda como a
administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição
aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo
para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de
produtos” (1993, p. 17).

Fonte: www.mpsnet.net

Mais recentemente, um novo conceito surgiu, a Gestão da Cadeia de


Suprimentos (Supply Chain Management), mais abrangente que a Logística
Empresarial porque envolve a integração com os processos dos fornecedores da
empresa, ou seja, “o longo caminho que se estende desde as fontes de matéria-prima,
passando pelas fábricas dos componentes, pela manufatura do produto, pelos
distribuidores, e chegando finalmente ao consumidor através do varejista” (NOVAES,
2001, p. 38).

3Texto original extraído do link: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA04sAB/tecnologia-


informacao-ti-aplicada-a-logistica
Nesse contexto, as empresas procuram obter um alto nível de desempenho e
redução significativa de custos. Para tanto, a Tecnologia da Informação (TI) é utilizada
em larga escala e adquire importância sem precedentes, aperfeiçoando os processos
de produção, distribuição, transporte, comunicação, comércio e finanças.

TI e Logística

O termo Tecnologia da Informação (TI) serve para designar o conjunto de


recursos tecnológicos (hardwares, seus dispositivos e periféricos; softwares e seus
recursos; rede de telecomunicação; sistemas de gerenciamento de dados e
informações) utilizados para dar suporte para a geração e uso da informação.

Fonte: elcubocreativo.com

O termo hardware passa essencialmente pelo conceito de equipamento, isto é,


computadores e periféricos, e softwares são os programas utilizados pelos
computadores para executar suas funções. Alguns hardwares utilizados em
atividades logísticas são:
• códigos de barra, tecnologia de colocação de códigos legíveis por computador
em itens, meio eficaz de identificar produtos mediante a conversão pelo computador
da leitura feita por um sensor. Segundo Gonçalves (2007, p. 336), o código de barras
é uma das mais importantes aplicações de hardwares na Logística, já que simplifica a
entrada de dados nos sistemas informatizados e, consequentemente, facilita as
operações nos pontos de vendas, despacho e recebimento de cargas;
• EPC (Eletronic Product Code), são etiquetas eletrônicas que servem como
identificação por rádio frequência, tecnologia bastante utilizada em itens de maior
valor agregado;
• coletores de dados, amplamente utilizados no varejo, seja na entrada, na
movimentação e na saída de produtos, contagem de estoque e inventários;
• sistemas de rádio frequência (são constituídos de coletores de dados
operados a distância);
• GPS (Global Positioning Systems), sistema de posicionamento global que
possibilita ao usuário determinar sua posição tridimensional em qualquer lugar da
Terra, utilizado para rastreamento de frotas.

TI e Logística: sistemas de gerenciamento

6.3.1 Sistema de Gerenciamento de Estoques (MES)

Funcionalidades: coleta e armazenamento de informações; monitoramento dos


recursos da produção (pessoas, equipamentos); análise de desempenho local e
global, rastreabilidade de produtos; controle de documentação; inventários e ajustes
automáticos; monitoramento de quebras e reduções de ritmo; controle de fluxo de
materiais; monitoramento da qualidade dos produtos e processos de fabricação;
baixas automáticas de matérias primas; fornecer informações e subsidiar diversos
processos de planejamento, programação e gestão na cadeia de abastecimento.
Um sistema exclusivamente para gerenciamento de estoques é o IMS
(Inventory Management System), Sistema de Gerenciamento de Inventário, que
desempenha diversas atividades, das quais destacam-se as operações de estoque,
gestão do inventário e controle de perdas e avarias (RICARTE, 2005, p. 67-68).

Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS)

O WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de Gerenciamento de


Armazéns, é responsável pelo gerenciamento das funções básicas do processo de
armazenagem (receber; estocar; e separar), integrando um software com, entre
outras, tecnologias de leitura de código de barras e rádio frequência. Otimiza as
atividades operacionais (fluxo de materiais) e administrativas (fluxo de informações)
ocasionando redução de custos, melhoria no nível de serviço e nos indicadores de
desempenho. Também pode se integrar à sistemas de clientes e fornecedores.
Segundo Banzato (1998), o WMS possui diversas funções para apoiar a
estratégia de logística operacional direta de uma empresa, entre elas: programação e
entrada de pedidos; planejamento e alocação de recursos; portaria; recebimento;
inspeção; definição de endereçamento dos produtos; estocagem; separação de
pedidos (picking); embalagem; carregamento; expedição; emissão de documentos;
inventário; definição e controle de rotas de coleta.

Fonte: www.ecommercebrasil.com.br

Banzato (1998), elaborou uma lista de outros recursos de TI voltados à


armazenagem: DRP (Distribution Requirements Planning), Planejamento das
Necessidades de Distribuição; EDI (Eletronic Data Interchange), Intercâmbio
Eletrônico de Dados; Código de Barras; RFID (Radio-Frequency Identification),
Identificação por Rádio Frequência).
Sistema de Gerenciamento de Transportes (TMS)

O TMS (Transportation Management System), ou Sistema de Gerenciamento


de Transportes, auxilia no planejamento, execução, monitoramento e controle das
atividades relativas a transporte. As principais funcionalidades do TMS, podem ser
divididas em quatro grupos:
• gestão da expedição de cargas: rastreabilidade das informações e a emissão
do romaneio de carga com as notas fiscais que serão expedidas, com opções de
consulta para facilitar a montagem dos embarques;
• planejamento e programação dos fretes: controle e monitoramento dos fretes
contratados pela empresa embarcadora, auxiliando nas operações decorrentes do
frete previsto e realizado de matérias-primas, componentes, bens, materiais,
embalagens e produtos acabados. Conferência automática, apontando as
divergências entre o valor negociado e o valor cobrado pelo parceiro de transporte;
• ocorrências em transporte: registro, controle e monitoramento das ocorrências
(roubo, avarias, reentrega, devolução e outras) durante o trajeto da carga, auxiliando
nas operações decorrentes e na escolha das próximas ações, como o pagamento de
diárias
• controle formal das negociações entre a empresa embarcadora e os terceiros
(também chamados de carreteiros e agregados) contratados para realizar o
transporte, bem como gerenciamento de contratos emitidos para pagamento.
Os principais benefícios proporcionados pelo TMS são:
• redução nos custos de transportes e melhoria do nível de serviço;
• melhor utilização dos recursos de transportes;
• melhoria na consolidação de cargas e definição de rotas;
• menor tempo necessário para planejar a distribuição e a montagem de cargas;
• disponibilidade de dados atualizados dos custos de frete por cliente, por
produto, etc.;
• acompanhamento da evolução dos custos com transportes;
• disponibilidade de informações online;
• suporte de indicadores de desempenho para aferir a gestão de transportes.
As principais contribuições da TI para a logística são as seguintes:
• contribuição para a redução de custos na gestão do ciclo de fluxos de
materiais;
• otimização dos recursos físicos alocados em toda a cadeia de suprimentos.
Dessa forma, a TI forma um banco de dados necessário e implementa as ferramentas
de suporte à decisão para gerenciar recursos e usá-lo com a máxima eficiência;
• transferência de informações entre diferentes elos da cadeia logística
(fabricantes, distribuidores, clientes, provedores de serviços logísticos e
transportadores);
• acompanhamento do desempenho operacional. A TI fornece informações de
retorno úteis para o controle de desempenho logístico e também para indicadores
logísticos;
• fornece ferramentas de tomada de decisão para a gerência.
• melhoria no nível de serviço como resultado de informações mais frequentes,
sincronizadas e confiáveis.
Um TMS permite obter o custo mínimo de operação, pois permite visualizar e
controlar todos custos inerentes à gestão de transporte, controlar a qualidade dos
serviços realizados interna e externamente ou por terceiros e estabelecer metas de
qualidade conforme as necessidades. Também aumenta a disponibilidade da frota,
prevendo possíveis problemas que possam ocorrer nas partes mecânica e eléctrica
do veículo e informações detalhadas e de fácil acesso que permitem uma rápida
tomada de decisão.
Para se ter uma ideia da importância da aplicação do TMS dentro de uma
empresa é preciso saber quanto representa o custo do transporte. Numa indústria, o
custo do transporte é, em geral, o segundo maior, ficando apenas atrás do custo de
produção. Os encargos com o transporte variam entre 1/3 e 2/3 do total dos custos
logísticos que englobam abastecimento, movimentação, armazenagem e distribuição.
Na gestão de transportes existem decisões a serem tomadas em três níveis na
qual podemos citar nível operacional, nível tático e nível estratégico. O TMS visa
auxiliar no planejamento, execução, monitoramento e controle das atividades relativas
a consolidação de carga, expedição, emissão de documentos, entregas e coletas de
produtos, rastreabilidade da frota e de produtos, auditoria de fretes, apoio à
negociação, planejamento de rotas e modais, monitoramento de custos e nível de
serviço, e planejamento e execução de manutenção da frota.
7 APLICAÇÕES DE TI E SUAS INFLUÊNCIAS NO MODELO DE ESTRATÉGIA E
ORGANIZAÇÃO

Conforme mencionado, por muito tempo a T.I. foi vista apenas como suporte
administrativo e incapaz de gerar qualquer retorno para o negócio, ao contrário, só
trazia custos. Atualmente o uso (aplicação) da T.I. tem sido cada vez maior no dia a
dia das organizações e é considerado um diferencial competitivo, levando as
empresas a investirem maciçamente em pesquisa e desenvolvimento para aumentar
os lucros, influenciando desta feita seu modelo de estratégia e organização. No mundo
globalizado e com mudanças céleres e contínuas é difícil imaginar uma empresa que
prescinda dos serviços de T.I., no setor bancário, por exemplo, a T.I. confunde-se com
o próprio negócio.
É inegável o amplo uso da T.I. nas organizações influenciando o negócio
principal da empresa, como no caso dos bancos (cartões magnéticos, home banking,
caixas eletrônicos, etc). A aplicação da T.I. neste setor não se resume apenas a
aspectos puramente técnicos, informatizando rotinas e processos, mas fazendo uma
releitura dos mesmos, de maneira a colaborar para a otimização do negócio da
empresa, permitindo com que esta responda com a rapidez necessária a velocidade
das mudanças impostas pelo mercado, o que indubitavelmente influencia o modelo
de estratégia e organização.
Uma aplicação da T.I. e que irá refletir no modelo de estratégia e organização
refere-se à implantação da nota fiscal eletrônica e – nota, pois causará modificações
no relacionamento da empresa para com o fisco, fornecedores e clientes. A empresa
terá que (...) "adotar uma nova rotina, que compreende a geração de um documento
eletrônico antes que a mercadoria saia da fábrica ou o serviço seja prestado"
(ROJAS).
A aplicação da T.I. influencia o modelo de estratégia e organização na medida
em que enriquece todo o processo da empresa, ajudando na otimização das
atividades, derrubando barreiras de comunicação e agregando mais valor e qualidade
aos produtos e serviços oferecidos. "E nesse novo cenário, a T.I. começou a assumir
um papel muito mais importante nas organizações: o de fator de crescimento de lucros
e de redução de custos operacionais" (SANTOS, 2009).
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