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Manual de

Formação
Módulo
Logística

Sónia Moreira
Índice
I. Enquadramento do Curso e seus Objetivos ................................................................. 2
Objetivo Geral ......................................................................................................................... 2
Objetivos Específicos ............................................................................................................. 2
Conteúdos Programáticos ...................................................................................................... 2
II. Manual de Formação ........................................................................................................ 3
1. Logística ................................................................................................................................ 3
Objetivos da logística de armazenagem.................................................................................... 3
Áreas de trabalho em logística de armazenagem ..................................................................... 3
Projeto de layout do armazém ................................................................................................... 4
2. Distribuição ........................................................................................................................... 5
O que é a Distribuição ................................................................................................................ 5
Os canais de distribuição: caracterização e gestão .................................................................. 5
Funções dos Distribuidores........................................................................................................ 6
Distribuição Direta e Indireta ...................................................................................................... 8
Distribuição direta....................................................................................................................... 8
Distribuição indireta .................................................................................................................... 9
3. O transporte e manuseamento de mercadorias ............................................................. 13
Tipos de embalagens ............................................................................................................... 13
4. Gestão de armazém ........................................................................................................... 14
Atividade de Picking ................................................................................................................. 14
5. Análise ABC ........................................................................................................................ 18
III. Bibliografia ......................................................................................................................... 20

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I. Enquadramento do Curso e seus Objetivos

Objetivo Geral
- Identificar os métodos que permitem otimizar a produtividade e a eficiência das
operações de logística;
- Saber gerir processos de distribuição e logística.

Objetivos Específicos
No final do curso, os formandos serão capazes de:
- Utilizar técnicas eficientes de gestão de stocks, armazenamento, abastecimento e
distribuição;
- Definir quais os tipos de informação essenciais à correta gestão das operações de
logística;
- Aplicar conhecimentos e metodologias para simplificação dos processos logísticos de
forma a otimizar a cadeia de abastecimento e a satisfação dos clientes;
- Descrever as funções da embalagem logística,

Conteúdos Programáticos
1. Logística
2. Distribuição
Os canais de distribuição: caracterização e gestão
Funções dos Distribuidores
Distribuição Direta e Indireta
Distribuição direta
Distribuição indireta
3. O transporte e manuseamento de mercadorias
Tipos de embalagens
4. Gestão de Armazém
Atividades de Picking
5. Análise ABC

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II. Manual de Formação

1. Logística
A logística de armazenagem, no âmbito da cadeia de fornecimento de uma empresa, abrange
as atividades do armazém relativas a guardar, proteger e conservar corretamente as
mercadorias durante o período de tempo necessário.

Da mesma forma, também trata da gestão, transporte, localização, manuseio e


acondicionamento das mesmas desde o seu recebimento até à sua expedição.

O armazém é a peça-chave que permite regular o fluxo de mercadorias entre a oferta e a


procura. Nele concentra-se a gestão dos materiais que a empresa move, guarda e
manuseia para atender às suas necessidades comerciais e produtivas.

O armazém é, portanto, o eixo central da logística de armazenagem.

Objetivos da logística de armazenagem


O objetivo principal da logística de armazenagem é minimizar os custos operacionais
mantendo um serviço de qualidade.

Dessa forma, procura-se conseguir a melhor combinação entre:

• Maximizar a utilização do espaço de armazenagem.


• Garantir uma excelente organização da mão de obra.
• Aproveitar ao máximo os equipamentos de movimentação.
• Garantir o acesso às mercadorias quando forem solicitadas.
• Manter as medidas de segurança necessárias para conservar a integridade das
mercadorias.

Os responsáveis por logística trabalham cada âmbito da logística de armazenagem visando


cumprir tais objetivos.

Áreas de trabalho em logística de armazenagem


O núcleo da logística de armazenagem é o armazém e as principais atividades desenvolvidas
nele são: o recebimento, a armazenagem, a preparação de pedidos e a expedição de
mercadorias.

Para que todas elas se desenvolvam de uma forma eficiente é necessário otimizar cada
aspeto.
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Projeto de layout do armazém
O ponto de partida para projetar um armazém e, portanto, para conseguir uma boa gestão da
logística de armazenagem é elaborar o layout da instalação. A estratégia deve mudar de
acordo com a situação, ou seja, se for um armazém novo ou um armazém já em
funcionamento que será reformulado.

Existem alguns fatores importantes que condicionam o projeto. Considerar:


• O volume e características dos produtos que vão ser armazenados.
• A rotatividade do stock, assim como o fluxo de materiais que ocorre dentro da
instalação.
• O espaço disponível para armazená-los e as limitações existentes.
• A composição do equipamento de trabalho e a sua organização, além da sua
qualificação.

Além disso, caso seja uma reformulação do layout atual, é preciso considerar os sistemas de
armazenagem e os equipamentos de movimentação já disponíveis.

O projeto de layout sempre deverá partir de uma análise exaustiva das necessidades da
empresa. Como ponto de partida da logística de armazenagem, a configuração é realizada
pensando no longo prazo e prevendo as possibilidades de crescimento que o armazém possa
ter.

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2. Distribuição

O que é a Distribuição

Quando se fala em Distribuição, a primeira tendência é pensar em distribuição física, isto é,


transporte de mercadorias. Pensamos de imediato em empresas transportadoras, em
logística.

Em boa verdade, apesar de estas empresas fazerem, de facto, parte dos circuitos de
distribuição, a Distribuição, enquanto variável de negócio, é um conceito muito mais
abrangente.

Quando falamos em Distribuição, podemos estar a referir-nos:


• à distribuição física de produtos (um entre vários intervenientes num circuito de
distribuição);
• um sector de atividade (tradicionalmente designado por comércio);
• uma componente da política de marketing de uma empresa produtora (que, a par de
decisões como o tipo de produto, preço e comunicação, tem também que ponderar
que circuitos de distribuição vai utilizar para chegar aos consumidores finais);
• a estratégia de negócio do distribuidor.

Consciente de que o conceito de Distribuição não se refere apenas a distribuição física,


vejamos o que se entende por circuito ou canal de distribuição.

Um circuito de distribuição é composto por:


• todas as entidades (empresas, equipamentos, pessoas) que
desempenham uma função na condução de um fluxo de bens ou serviços
do produtor ou fabricante para o consumidor final.
Assim sendo, tão distribuidor é a empresa transportadora como o grossista (que vende por
grosso, em grandes quantidades), como o retalhista (que vende a retalho, isto é, em pequenas
quantidades, ao cliente final).

Os canais de distribuição: caracterização e gestão

Um canal de distribuição corresponde ao itinerário percorrido por um produto ou serviço,


desde o estádio da produção ao do consumo.

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A maioria dos produtores não vende os seus produtos diretamente ao consumidor final. Os
produtores trabalham com intermediários de marketing para colocarem os seus produtos à
venda no mercado.

São estes intermediários que dão origem ao que se chama canal de distribuição.

Com tudo isto, um canal de distribuição pode definir-se como uma “cadeia constituída por
grossistas e retalhistas, que permite fazer chegar um determinado bem ao consumidor”.

Cadeia de Distribuição simplificada 1

Funções dos Distribuidores


Função Exemplos de actuação

Evita que os consumidores se tenham de abastecer


directamente nas fábricas. Os armazenistas entregam o
Transporte
produto no retalhista ou estes abastecem-se em cash &
carries.

Permite ajustar no tempo e no espaço a produção e a


procura. As empresas vão armazenar Conjuntos, caixas
Armazenamento
em madeira personalizadas, cabazes no mês de
Novembro para preparar a época festiva do Natal.

Os produtos devem ser mantidos em boas condições.


Manutenção Neste caso, se estivessem sujeitos a altas temperaturas
ficariam deteriorados.

Constituição do Os armazenistas vão utilizar como unidade de venda


Sortido não os caixotes que compram, mas caixas individuais.

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Os retalhistas, por sua vez, vão vendê-las
individualmente aos consumidores finais.
Constituição de
uma oferta Os armazenistas vão utilizar como unidade de venda

comercial não os caixotes que compram, mas caixas de 10


Fraccionamento
unidades. Os retalhistas, por sua vez, vão vendê-las
individualmente aos consumidores finais.

Recolha de informações junto dos armazenistas sobre


Recolha de
acções promocionais da concorrência e de reacção dos
Informações
Recolha e consumidores finais a um novo modelo.
transmissão de
informações P.L.V. com expositores de esferográficas; brochuras
Promoção destinadas aos intermediários sobre uma campanha
televisiva.

Prospecção de novos clientes, negociação e conclusão


Venda
de negócios.

Eventual troca de esferográficas aos retalhistas por


Pós-venda parte dos armazenistas, no caso do produto ter
deficiências de qualidade.

Financeiros Financiamento de um armazenista ao produtor, no caso


de os seus prazos de recebimento não serem
Financiamento
suficientes para cobrir os de pagamento e o valor da
mercadoria em stock.

O armazenista assegura o pagamento ao produtor


Risco
independentemente de os seus clientes retalhistas
Comercial
pagarem a mercadoria.

A decomposição das funções da distribuição permite pôr em evidência a questão central da


distribuição – saber qual é o agente económico que está em melhores condições para
assegurar essas funções:

• O próprio produtor;
• Os armazenistas;
• Os prestadores de serviços, como os transportadores;

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• Os retalhistas;
• Os próprios consumidores.

Distribuição Direta e Indireta

A função de fazer chegar o produto ao consumidor pode ser desempenhada pela empresa
produtora ou por intermediários. No primeiro caso estamos perante uma distribuição directa,
no segundo perante uma distribuição indireta.

Distribuição direta
Este canal está orientado para realizar a distribuição e intermediação direta entre produtores
e consumidores finais. Historicamente, o próprio produtor era responsável por toda a cadeia:
aquisição e recolha de matérias-primas, gestão dos processos produtivos, promoção da
venda, disponibilizá-lo ao consumidor e realizar eventuais trocas.

Na distribuição direta (ou marketing direto) a empresa é a única responsável pela entrega do
produto ao consumidor, não existindo qualquer intermediário, a não ser a sua própria força de
vendas.

Existe, desta forma, maior controlo do canal, uma vez que, não havendo recurso a
terciarização, o relacionamento com o cliente não tem intermediários nem implica o
pagamento de comissões.

Aqui, o fator confiança e credibilidade, não só do comercial, bem como da ética empresarial
da estrutura que representa são fundamentais para superar a concorrência e para a
sustentabilidade do negócio. Este tipo de distribuição, se bem gerido, comporta menor custo
para o cliente final e pode gerar maiores margens por produto vendido.

Quando nos referimos a um modelo de distribuição direta tradicional, como é o caso de venda
porta a porta, por catálogo, telemarketing, …, existem naturalmente elevados custos de
implementação e baixa propagação de marca uma vez que é muito difícil alcançar, de per si,
grandes áreas geográficas, com implicações negativas no número de clientes e no volume de
vendas.

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Como forma de ultrapassar estas limitações, na atualidade, existem novos formatos de
distribuição direta, como é o caso das vendas online: e-commerce (comércio eletrónico), m-
commerce (mobile commerce), f-commerce (Facebook commerce), 9oloca9lace, …

Aqui, se adequadamente implementado, estas barreiras são superadas, com menores custos
associados, aumento de vendas e consequentemente rentabilidade.

Distribuição Directa

P C

P C

P C

Distribuição indireta

Trata-se de vender através de intermediários, sejam eles agentes, distribuidores, grossistas


ou retalhistas.

Distribuição Indirecta

P C

P I C

P C

Nesta modalidade, são utilizados sistemas de:

• Distribuição exclusiva: pontos de venda com exclusividade de venda de determinado


produto. Há uma relação de fidelização com o intermediário, garantindo serviços de
venda e de assistência especializados, com exposição apropriada e exigindo maior
conhecimento do produto por parte do revendedor no ponto de venda. O produtor
mantém algum controlo sobre o nível de serviço prestado e é também uma forma de
limitar a presença de marcas concorrentes;

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• Distribuição seletiva: utilizada quando a estratégia é de valorização do produto. Aqui
são definidos pré-requisitos específicos e exigentes na seleção dos intermediários;
• Distribuição intensiva: o objetivo é colocar o produto no maior número possível de
pontos de venda, assegurando maior cobertura de mercado. É utilizada quando estão
em causa produtos de grande consumo, mas baixo valor acrescentado.

Permite alcançar um maior número de clientes e de vendas em volume e maior propagação


de marca.

Por outro lado, em termos de valor, o preço final para o consumidor será mais elevado pela
existência de intermediários adicionais no processo. Aqui, o produtor não estabelece relação
com o cliente final, perdendo controlo sobre a cadeia de distribuição. A distribuição indireta,
por ser mais complexa, exige também maior organização e controlo processual. É neste tipo
de distribuição que se integram, na maioria das situações, os comerciantes de materiais de
construção.

Para que servem os canais de distribuição?

Porque razões incumbem, os produtores, aos intermediários a função de colocar o produto no


mercado?

Esta função parece colocar nas mãos dos intermediários o destino das empresas, mas o que
é facto, é que esta função tem várias vantagens, sendo elas:

• Muitos produtores não têm meios financeiros para realizarem a venda direta ao
consumidor;
• Em muitos casos, a venda direta não é passível de ser praticada. Seria muito difícil
tornar rentáveis pontos de venda exclusivos para a maioria dos produtos
disponibilizados pelos retalhistas;
• Aqueles que estabelecem o seu próprio canal teriam maiores receitas se investissem
mais no seu negócio principal.

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O uso de intermediários torna possível a disponibilização dos bens num maior número de
mercados. Através dos seus contactos, experiência e especialização, os intermediários
oferecem às empresas mais do que aquilo que elas sozinhas alcançariam.

Profundidade dos Canais de Distribuição

A profundidade dos canais de distribuição mede-se pelo número de níveis de intermediários


que o constituem.

Exemplos de canais de distribuição

Vinho do
produtor
Marketing
directamente
Directo
vendido ao
consumidor.

Tintas Robialac
vendidas nas
Um Nível
lojas de material
de construção.

Circuito principal
das pastilhas
Dois Níveis Trident na
venda aos
cafés.

Circuito das
esferográficas
para pequenos
Três Níveis Grossista
pontos de venda
Regional
do tipo cafés e
especializado
quiosques.

Funções e fluxos do canal de distribuição

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Os membros de um canal de distribuição desempenham um conjunto de funções-chave que
são:
FUNÇÕES-CHAVE DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO

• Recolha e disseminação de informações de marketing, relativa a


Informação potenciais e actuais consumidores, concorrentes e outros
factores e forças do meio envolvente de marketing.

Promoção • Desenvolvimento de comunicação persuasiva de forma a atrair o


consumidor ao produto oferecido.

Negociação • Tentativa de chegar a acordo relativamente ao preço e outros


termos, para que a transferência de propriedade possa ser feita.

Encomendas • Forma de comunicar ao produtor a intenção de comprar por parte


dos distribuidores.

Financiamento • Aquisição e alocação de fundos para financiar a compra de stocks


nos diferentes níveis do canal.
Propriedade • Dos sucessivos armazenamentos e movimentos do produto
física desde o produtor ao consumidor final.

Pagamento • Asseguram o pagamento das compras feitas pelos compradores.

Supervisão • Da transferência de propriedade dos bens.

Algumas destas funções (propriedade física, supervisão e promoção) ocorrem no fluxo da


atividade, da empresa para o consumidor; outras (encomendas e pagamento) no fluxo
inverso ou de retorno, isto é, do consumidor para a empresa e outras (informação,
negociação, financiamento e assunção do risco) nas duas direcções.

Se repararmos, todas as funções têm três pontos em comum:

• Usam recursos que são sempre escassos;


• Podem ser melhor desempenhadas, se quem as desempenha for um especialista;
• Podem ser desempenhadas por qualquer membro do canal.

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3. O transporte e manuseamento de mercadorias

Tipos de embalagens

As embalagens podem ser classificadas consoante a vertente que se considera. Para a


armazenagem de mercadorias, interessa a focalização em dois aspetos.

O primeiro relaciona-se com o material utilizado na embalagem, pois a embalagem pode servir
para acomodar outras embalagens de material diferente e essa embalagem de acomodação
das outras embalagens não pode ser armazenada, pois é de um material que não é permitido
em armazém.

Como exemplo, os produtos de charcutaria embalados em plástico são acondicionados em


embalagens de cartão. O cartão, devido à sua porosidade, não pode servir de embalagem de
armazenamento numa câmara refrigerada, sendo os produtos retirados da embalagem de
cartão e posteriormente armazenados na câmara refrigerada. Do mesmo modo, o material de
apoio também é utilizado na armazenagem de mercadorias consoante o material utilizado no
seu fabrico.

O segundo aspeto, mais relevante nomeadamente porque refere-se à volumetria da


mercadoria e ao seu armazenamento, relaciona-se com o tipo de embalagem utilizado no
acondicionamento da mercadoria.

Assim, as embalagens são divididas em três tipos:


• embalagem de venda ou primária – invólucro ou recipiente em contacto direto com o
produto.
• embalagem grupada ou secundária – embalagem que contém a(s) embalagem(s)
primária(s).
• embalagem terciária ou de transporte – utilizada no transporte e facilita armazenagem
do produto, quando a mesma possa ser armazenada.

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4. Gestão de armazém

Atividade de Picking

Principais métodos de Picking

Esta subunidade de formação tem como objetivo descrever e comparar os principais métodos
de picking.

Definição de Picking

O picking, também conhecido por order picking (separação e preparação de pedidos),


consiste na recolha em armazém de certos produtos (podendo ser diferentes em categoria e
quantidades), face ao pedido de um cliente, de forma a satisfazer o mesmo.

Assim, o picking inclui:

• Recolha de mercadoria;
• Elaboração de documentos;
• Extração;
• Transporte para expedição;
• Conferência e acondicionamento;
• Pesagem.

As principais funções do picking são:

• Facilitação das tarefas de recolha de mercadoria;


• Menor manuseamento das mercadorias (diminuição da quebra de trabalho);
• Maior rapidez e produtividade em todo o processo;
• Facilidade em localizar a mercadoria (visualmente e/ou através de sistemas
informatizados).

A realização da atividade de picking pode ser feita através de diferentes métodos,


nomeadamente:

• Picking Discreto
• Picking por Zona
• Picking por Lote

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Picking Discreto

Neste método, é apenas um operador que inicia e completa a recolha, coletando apenas um
produto por pedido. Corresponde à forma de recolha de produtos mais fácil a operar, tendo
um baixo índice de erro associado.

Vantagens do picking discreto:

• Utiliza pouca mão de obra;


• Diminuição dos gastos em salários.

Desvantagens do picking discreto

• Diminuição da produtividade porque só utiliza um trabalhador;


• Demora na execução dos pedidos, porque perdem muito tempo em deslocação.

Picking por Zona

A área de armazenagem é dividida em zonas, conforme os produtos nelas existentes, e cada


zona está a cargo de um operador.

Face a um pedido (de vários produtos), cada operador recolhe, das suas respetivas zonas,
esses produtos e deposita-os numa área comum de consolidação.

Isto significa que podem existir vários trabalhadores a operar para apenas um pedido.

Vantagens do picking por zona:

• Maior rapidez porque existe mais do que um operador para o mesmo pedido, o que é
lucrativo em termos de deslocação, reduzindo-a.

Desvantagens do picking por zona:

• A maior dificuldade deste método é balancear os artigos e equipamentos de apoio


existentes em armazém, de forma a não sobrecarregar uma zona com pedidos.
Contudo, as zonas mais produtivas terão que ser as melhores equipadas.

Gastos de mão-de-obra e materiais de picking.

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Picking por lote

Neste tipo de atividade, há acumulação de pedidos e por cada deslocação do operador à área
de produto pretendido, este acerta a soma dos produtos pedidos.

Vantagens do picking por lote:

• Este método resulta numa maior produtividade do operador, desde que o número de
produtos a recolher esteja de acordo com a capacidade física do trabalhador.

Desvantagens do picking por lote:

• O índice de erro neste método aumenta quanto á separação e ordenação dos pedidos.

Para ajuda na decisão das estratégias e equipamentos a usar nas diversas alternativas do
picking, a simulação, apresenta-se como uma ferramenta bastante útil. Desta forma, após o
traçar das alternativas viáveis ao projeto, devem ser criados modelos computacionais com
base em:

Tempo de atividade;

• Número de trabalhadores;
• Número de equipamentos (empilhadoras,etc.);
• Número de produtos;
• Perfil dos pedidos;
• Estratégia de picking;

Manuseamento da mercadoria

• Esta subunidade tem como objetivo identificar os equipamentos, os riscos pessoais e


os aspetos a evitar no manuseamento da mercadoria.
• Equipamentos a utilizar nas operações de picking a nível do manuseamento dos
produtos:
• Tapetes para distribuição por cliente
• Indicadores automáticos de quantidade (picking by light)
• Picking por voz (voice picking)

Os produtos a serem utilizados no processo de picking podem ser armazenados em :


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• Estantes
• Adjustabel Pallet Racks - APR
• Prateleiras (convencionais ou específicas)
• Rotativas (verticais ou horizontais)
• Dinâmicas

Estantes

Para aproveitar o máximo do espaço dos armazéns as empresas procuram soluções que
permitam chegar aos níveis mais altos.

Uma destas soluções consiste em instalar estantes altas com um ou vários níveis de
passarelas ou corredores elevados apoiados nas próprias estantes.

Estantes ligeiras:

• Armazenagem de produtos de pequena dimensão e peso, têm baixo investimento e


grande flexibilidade.

APR

Consiste na utilização de um sistema de paletes ajustáveis.

• APR profundidade simples


• APR profundidade dupla
• APR estantes individuais

Riscos pessoais associados às operações de picking:

• Nas operações de picking os riscos são sobretudo de lesões pessoais associadas a


quedas em altura, quando trabalham em estantes colocadas em nível superior.
• Para além disso, podem ocorrer lesões devidas há utilização e movimentação de
cargas de elevado peso, o que por sua vez levará a problemas de postura (a nível de
coluna), que se irão refletir a logo prazo em lesões que se poderão tornar definitivas e
graves.

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Aspetos a evitar no manuseamento da mercadoria:

• Reduzir a quebra, no sentido do trabalho ser contínuo e com um ritmo constante,


evitando quebras repentinas que possam aumentar a ocorrência de acidentes.
• Utilizar sempre os equipamentos de proteção individual, como luvas, botas, capacete,
de modo a diminuir os riscos de trabalho, aumentando assim, a eficiência dos
operadores pois encontram-se mais seguros.

5. Análise ABC

A valorização dos movimentos de saída hierarquiza em importância cada artigo ou produto no


conjunto do stock, dentro de cada classe, grupo, ou mesmo no conjunto do stock. Assim, um
artigo que tenha grande valor movimentado em saídas (consumos e/ ou aplicações) é
necessariamente mais importante do que outro que tenha um valor de movimento mais baixo.

A leitura comparativa pode integrar cada artigo em 3 grupos distintos:

GRUPO A (10% a 20% dos artigos), de maior valor de movimento, cujos valores
acumulados dos respetivos movimentos somam aproximadamente 75% a 80% do valor do
movimento das saídas globais;

GRUPO B (20% a 30% dos artigos), de médio valor de movimento, somando no seu
conjunto cerca de 10% a 20% do valor total;

GRUPO C (50% a 70% dos artigos), de baixo valor de movimento, cuja soma restante
totaliza mais ou menos 5% a 10% do valor total.

Esta compartimentação dos artigos em 3 grupos hierarquizados, designa-se por ANÁLISE


ABC e permite destrinçar os artigos mais importantes dos menos importantes. A gestão de
cada grupo deve ser realizada da seguinte forma:

Classe A - Os artigos devem ser controlados frequentemente de forma a manter existências


baixas e evitar ruturas.

Classe B - Os artigos devem ser controlados de forma mais automatizada.

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Classe C - Os artigos devem possuir regras de decisão muito simples e totalmente
automatizadas. Os níveis de stock de segurança podem ser elevados de forma a minimizar
os inconvenientes de eventuais ruturas.

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III. Bibliografia

• Jacques Lendrevie; Mercator 2000: Teoria e Pratica do Marketing, 9ª Edição, Lisboa


Publicações Dom Quixote, 2000;
• Mestre Rosário Cabrita; Introdução à Gestão, 3ª Edição, IFB;
• Mestre Francisco Valez Roxo e Dr. Humberto Gonçalves; Marketing II, 3ª Edição, IFB;

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