Você está na página 1de 98

FUNIARP – Entidade Mantenedora

Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe


NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE - UNIARP


CURSO DE DIREITO

ADILSON DALAGNOL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


NÍVEL IV – 2/2020

FRAIBURGO
2020
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

ADILSON DALAGNOL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


NÍVEL IV – 2/2020

Relatório de Estágio apresentado para a


disciplina de Estágio Curricular
Supervisionado Obrigatório___, sob a
orientação dos professores: Me. Jociane
Machiavelli, Esp. Ana Lilian Azevedo, Esp.
Aldair Marcondes.

FRAIBURGO
2020
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


NÍVEL IV – 2/2020

ADILSON DALAGNOL

Este Relatório, foi submetido ao processo de avaliação pelos professores


orientadores para a obtenção da nota final na disciplina de:

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO IV

E aprovado na sua versão final em __/__/___, atendendo às normas da


legislação vigente da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, Regulamento e
Portarias do Núcleo de Práticas Jurídicas e Coordenação do Curso de Direito.

ORIENTADORES:

____________________________________________
Prof. Me. Jociane Machiavelli

____________________________________________
Prof. Esp. Ana Lilian Azevedo

____________________________________________
Prof. Esp. Aldair Marcondes
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

RESUMO

Por meio do presente relatório, evidenciaremos o quanto foram significativos e


relevantes os conteúdos estudados, bem como, as atividades desenvolvidas nas
aulas em EAD na disciplina de Estágio Supervisionado de Práticas Jurídicas IV.
Destaca-se que o escopo principal das aulas de estágio é proporcionar ao estudante
de direito uma formação que lhe permita aprofundar os conhecimentos, bem como,
propiciar a articulação crítica entre os saberes teóricos assimilados com a prática,
possibilitando desse modo, o desenvolvimento de habilidades, hábitos e atitudes que
serão fundamentais para o exercício profissional dos futuros operadores do direito.
Destarte, o presente relatório traz em seu teor as diversas atividades propostas pelos
professores, bem como, o conteúdo programático que foi ministrado e que serviu de
embasamento teórico para a construção das diversas peças processuais que nos
foram designadas nas esferas civil, trabalhista e penal.

Palavras-chave: teoria, prática, conhecimento, direito.


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

ABSTRACT

Through this report, we will show how significant and relevant the contents studied
were, as well as the activities developed in the distance learning classes in the subject
of Supervised Internship in Legal Practices IV. It is noteworthy that the main scope of
the internship classes is to provide law students with training that allows them to
deepen their knowledge, as well as to provide a critical articulation between theoretical
knowledge assimilated with practice, thus enabling the development of skills , habits
and attitudes that will be fundamental for the professional practice of future legal
operators. Thus, this report presents in its content the various activities proposed by
teachers, as well as the program content that was taught and that served as a
theoretical basis for the construction of the various procedural documents that were
assigned to us in the civil, labor and penal spheres.

Keywords: theory, practice, knowledge, law.


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ATIVIDADES DAS AULAS PRÁTICAS TEÓRICAS E EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1.1 Prática Teórica Civil
2.1.1.1 Anexos
2.1.2 Prática Teórica Trabalhista
2.1.2.1 Anexos
2.1.3 Prática Teórica Penal
2.1.3.1 Anexos
2.2 ATIVIDADES REALIZADAS NA PRÁTICA JURIDICA
2.2.1 Relato das Atividades
2.2.1.1 Anexos
2.3 ATIVIDADES REALIZADAS NA PRÁTICA FORENSE
2.3.1 Relatório do Julgamento da sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal
2.3.2 Audiência Simulada
2.4 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
2.5 METODOLOGIA
2.6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E AS RESPECTIVAS ANÁLISES E
DISCUSSÕES
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório tem por escopo elencar fidedignamente os conteúdos das


disciplinas de Pratica Teórica Civil, Trabalhista e Penal, que foram trabalhados
metodicamente pelos professores no decorrer das respectivas aulas, bem como, o
relato de todas as atividades que foram efetivamente realizadas ao longo de todo o
semestre.
Destaca-se ainda que as aulas presenciais foram suspensas devido a
pandemia do Covid-19, sendo em sua totalidade ministradas na modalidade em EAD.
Entretanto, podemos positivar o uso de ferramentas tecnológicas disponíveis, para a
ocorrência das aulas em EAD, o que possibilitou a interação entre professores e
alunos.
Consequentemente, ressaltamos positivamente as vídeos aulas, as lives, o
chat, bem como, o uso de outros recursos didáticos, o que teoricamente resultou em
um aproveitamento significativo em relação aos conteúdos repassados, bem como,
em relação às atividades e avaliações proposta.
Convém mencionar, que mesmo diante da atipicidade, as aulas das disciplinas
supracitadas foram conduzidas de forma ética e responsável, restando evidente o
empenho e comprometimento, tanto por parte dos professores quanto por parte dos
alunos. Sendo assim, o resultado de todo esse novo processo está discriminado no já
mencionado relatório, onde estão presentes todos os momentos vivenciados,
conteúdos explanados e atividades realizadas.
Enfim, as aulas de estágio supervisionado exercem importância fundamental
na formação dos futuros operadores de Direito, garantindo um efetivo aprendizado,
uma vez que nos foi disponibilizado as ferramentas necessárias para implementar os
conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso, estreitando assim, os laços
com a prática jurídica.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 ATIVIDADES DAS AULAS PRÁTICAS TEÓRICAS E EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1.1 Prática Teórica Civil

AULA 01: 29/07/2020 – EAD

Na respectiva data iniciamos as atividades de estágio nível IV, ou seja, última


etapa de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório. A Professora Jociane
Machiavelli teceu algumas considerações e pontuou a relevância de fazermos um
relatório fidedigno, com responsabilidade e seriedade. Já num segundo momento,
fomos informados que nas aulas de Prática Teórica Civil, iremos conhecer e aprender
a elaborar diferentes recursos processuais.
Pode-se entender por recurso o poder que se reconhece à parte vencida em
qualquer incidente ou no mérito da demanda de provocar o reexame da questão
decidida pela mesma autoridade judiciária ou por outra de hierarquia superior, ou
seja, um ato pelo qual a parte demonstra seu inconformismo com uma decisão
proferida nos autos, ou seja, é o meio voluntário de impugnação das decisões
judiciais.
Quanto a natureza jurídica do recurso a doutrina entende que o poder de
recorrer se qualifica como aspecto, elemento, modalidade ou extensão do próprio
direito de ação exercido no processo, refutando a tese de que o recurso seria uma
ação autônoma, a qual se sustenta com base no argumento de que o que recurso é
fundado em fato verificado dentro do processo, ao passo que a ação originária se
funda em fato extraprocessual.

Os recursos podem ter como objetivos:


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

1) A reforma da decisão impugnada, consistente na substituição da decisão


recorrida por outra, favorável à parte recorrente, a ser proferida pelo órgão julgador do
recurso, conforme artigo 1.008 do Código de Processo Civil;
2) A invalidação (ou anulação) da decisão, a fim de que o órgão que a prolatou,
quando isto seja possível, profira nova decisão, sanando os vícios que geraram sua
anulação; e
3) O esclarecimento ou a integração da decisão judicial impugnada, pelo
mesmo órgão que a proferiu, para sanar-lhe omissão, contradição ou obscuridade.
4) Correção de erro material (art. 1.022, inc. III).

De acordo com o disposto no art. 203 do Código de Processo Civil, os


pronunciamentos do juiz são; as sentenças, as decisões interlocutórias e os
despachos. Destaca-se que os despachos por se tratarem de um ato de mero
expediente, são irrecorríveis, em razão de sua natureza não apresentarem conteúdo
decisório (art. 1001 CPC).

Classificação dos Recursos

https://br.pinterest.com/pin/615374736555008510/
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Sob diferentes critérios se podem classificar os recursos previstos no Código


de Processo Civil. As classificações didáticas mais comuns são aquelas que levam
em consideração a extensão da matéria impugnada, o momento da interposição, o
tipo de fundamentação, o objeto tutelado e os efeitos dos recursos.

1- Extensão da matéria impugnada

Quanto à extensão da matéria impugnada, os recursos podem ser totais ou


parciais.
a) Total: É total o recurso que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão; e
b) Parcial: o recurso que impugna a decisão apenas em parte do conteúdo
impugnável da decisão.

2- Momento

Dependendo do momento em que é interposto, o recurso poderá ser


independente (ou principal) e adesivo, desde que haja sucumbência recíproca,
comportando, pois, recurso de ambas as partes. Na hipótese de sucumbência
recíproca, cada uma das partes poderá interpor seu recurso no prazo comum, ambos
sendo recebidos e processados independentemente, ou, então, caso uma das partes
não tenha ingressado com recurso independente ou principal, poderá ainda recorrer
adesivamente ao recurso da outra parte, no mesmo prazo de que dispõe para
responder a este último, conforme artigo 994, § 2º, I do Código de Processo Civil.

3- Fundamentação

O recurso poderá, ainda, ser de fundamentação livre ou vinculada.


a) Livre: Os recursos de fundamentação livre são aqueles nos quais a lei deixa a parte
livre para, em seu recurso, deduzir qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem
que isto tenha qualquer influência na admissibilidade do mesmo. Como exemplo, tem-
se a apelação;
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

b) Vinculada: Há casos, no entanto, em que a lei, ao estabelecer as hipóteses de


cabimento do recurso, limita sua fundamentação, ou seja, o tipo de crítica que se
pode fazer à decisão através do recurso. A título de exemplo, têm-se os recursos
especiais e extraordinário. No primeiro, a fundamentação do recurso deve
circunscrever-se às hipóteses do Art. 105, III, da Constituição da República; já no
segundo, a fundamentação do recurso deve ater-se aos casos previstos no art. 102,
III, da Constituição da República. Esses recursos encontram na lei, em enumeração
taxativa, os tipos de vícios que podem ser apontados na decisão recorrida.

4- Objeto tutelado.

Dependendo do objeto a que visa o sistema jurídico tutelar através dos


recursos, podem eles, ainda, ser classificados em ordinários e extraordinários.
a) Ordinários: Os recursos ordinários previstos nos incisos I a V do art. 991 do Código
de Processo Civil, objetivam proteger, imediatamente, o direito subjetivo das partes
litigantes contra eventual vício ou injustiça da decisão judicial, entendendo-se como
injusta a decisão que não aplica adequadamente o Direito aos fatos retratados no
processo;
b) Extraordinários: Os recursos extraordinários, previstos nos incisos VI, a IX do art.
991 do Código de Processo Civil, têm como objeto imediato a tutela do direito
objetivo, ou seja, das leis e tratados federais, no caso do recurso especial; da
Constituição Federal, no caso do recurso extraordinário stricto sensu.

5- Efeitos.

Quanto aos efeitos, podem os recursos ser classificados em suspensivos e não


suspensivos. Somente a existência ou não do efeito suspensivo é considerada para
fins de classificação, porque o outro efeito recursal — o devolutivo é comum a todos
os recursos, não servindo, pois, de critério diferenciador.
É a lei que determina se o recurso terá ou não efeito suspensivo.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

a) Suspensivo: São suspensivos aqueles recursos que impedem a imediata produção


de efeitos da decisão recorrida, ficando o comando nela contido suspenso até seu
julgamento (apelação, embargos infringentes, embargos de declaração e recurso
ordinário);
b) Não suspensivos: Não suspensivos são aqueles desprovidos, como regra geral,
deste efeito e que, por isto, não obstam a que haja execução provisória da decisão
impugnada.

Princípios Recursais

Função e importância dos princípios.

Os princípios, genericamente falando, são regras não-escritas que decorrem


de outras regras escritas, de um conjunto de regras ou do sistema jurídico como um
todo. Eles orientam não apenas a aplicação do direito positivo, mas, também, a
própria elaboração de outras regras, que a eles devem guardar obediência e
hierarquia. Os princípios gerais dos recursos são princípios fundamentais aplicáveis
ao sistema recursal como um todo, pois foram adotados pelo sistema jurídico por
opção política e ideológica.

1- Duplo grau de jurisdição.

O princípio do duplo grau consiste no direito concedido à parte de exigir a


revisão do julgamento que lhe fora contrário por uma instância jurisdicional superior.
O princípio visa o controle da atividade do juiz, por conseguinte, a segurança jurídica,
a fim de evitar que decisões contrárias à lei ou à prova dos autos sejam impostas à
parte sem que seja conferido ao jurisdicionado a possibilidade de sua revisão.
Esse princípio decorre de regra contida expressamente no art. 5º, LV, da
Constituição da República:
Art. 5º. [...]
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

LV. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
[...] (BRASIL, 1988)
Sobre a regra em referência, a doutrina diverge sobre a caracterização do
duplo grau de jurisdição como garantia constitucional. Considera o duplo grau de
jurisdição como um princípio implícito na CRFB. Decorreria do sistema recursal
previsto no texto constitucional e da cláusula geral do devido processo legal. O devido
processo legal é uma cláusula geral ou enunciado normativo aberto, isto é, seu
conteúdo é definido pelo juiz de acordo com as circunstâncias histórico- -culturais do
momento judicial. Por meio dessa cláusula geral é possível a doutrina e jurisprudência
enquadrar conquistas futuras, resultado do desenvolvimento teórico da disciplina
processual. (BUENO, 2010)
Sobre ser considerado princípio implícito por alguns doutrinadores, há quem
ressalte alguns pontos negativos desse princípio, como: a dificuldade de acesso à
justiça; o desprestígio da primeira instância; a quebra de unidade do poder
jurisdicional; a dificuldade na descoberta da verdade mais próxima possível do real; e
a inutilidade do procedimento oral. (DIDIER, JR, 2008)
Não obstante, ainda que relevantes, as críticas não desqualificam o duplo grau
de jurisdição como princípio constitucional, ainda que implícito. Todavia, a sua
aplicação deve ser ponderada em situações concretas, obedecendo ao princípio da
proporcionalidade, podendo, assim, ser excepcionado para que a legislação
infraconstitucional restrinja ou até elimine recursos em casos específicos.

2- Legalidade/taxatividade

Também chamado de princípio da legalidade, o princípio da taxatividade


consiste na exigência constitucional (art. 22, I, da CRFB) de que a enumeração dos
recursos seja taxativamente prevista em lei federal. Não é deixada ao arbítrio das
partes, nem para a competência dos Estados ou Municípios, tampouco para os
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

regimentos internos dos tribunais, a tarefa de criar recursos, modificá-los ou extingui-


los.

3- Unicidade/singularidade:

De acordo com o princípio, também conhecido como princípio da


unirrecorribilidade, não é possível a utilização simultânea de dois recursos contra a
mesma decisão. Por conseguinte, há no sistema processual apenas um recurso
adequado para cada decisão em determinado momento processual.
Importante observar que o princípio em análise comporta exceções, já que, por
exemplo, o art. 1.028 do Código de Processo Civil prevê a possibilidade de utilização
do recurso extraordinário e especial contra a mesma decisão. Da mesma maneira,
sempre que uma decisão for obscura, contraditória ou omissa, caberão embargos de
declaração e outro recurso.

4- Efetividade/fungibilidade.

O princípio da fungibilidade dos recursos consiste na possibilidade de que,


existindo dúvida objetiva a respeito de qual o recurso cabível, o juiz competente
receba, processe e conheça o recurso equivocadamente interposto pela parte, tal
como se o recurso correto tivesse sido interposto.
“Art. 275. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido
o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.”
Trata-se do recebimento de um recurso como outro, adaptando-se o nomen
juris e o procedimento. Nesse sentido, registre-se que muito embora, o princípio da
fungibilidade não decorra de qualquer regra expressa, ele encontra-se em
consonância com o princípio da instrumentalidade das formas, previsto no art. 275 do
Código de Processo Civil . Todavia, a dúvida da parte com relação ao recurso cabível
a justificar a interposição do recurso indevido deve ser razoavelmente aceita, ou seja,
a partir de elementos objetivos, como a equivocidade de texto da lei ou divergências
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

doutrinárias. Se o erro da parte se afigurar grosseiro, o princípio da fungibilidade não


é aplicável.
A existência de dúvida fundada ou objetiva sobre o recurso cabível conduz a
uma necessidade de flexibilização do sistema recursal para que sejam admitidos
todos os recursos abrangidos pela dúvida.

5- Voluntariedade (renúncia/desistência).

Por força da aplicação desse princípio, que deriva do princípio dispositivo, não
apenas se exige a iniciativa da parte interessada para a interposição do recurso,
como, também, confere-se a esta a liberdade de delimitar o âmbito do recurso,
podendo impugnar total ou parcialmente a decisão que lhe fora desfavorável. É
também manifestação desse princípio a regra contida no art. 995 do CPC, segundo a
qual o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso por ele interposto.

6- Proibição da reformatio in pejus.

A reformatio in pejus consiste na reforma da decisão judicial por força de um


recurso interposto, capaz de resultar para o recorrente uma situação de agravamento,
de piora, em relação àquela que lhe fora imposta pela decisão recorrida. Ou seja,
traduz-se num resultado exatamente contrário àquele pretendido pelo recorrente.
Assim, o princípio da proibição da reformatio in pejus tem como objetivo impedir que
essa situação de piora ocorra por força do julgamento do recurso da parte.
Evidentemente, sendo a sucumbência recíproca e havendo recurso de ambas as
partes, a situação de qualquer delas poderá ser agravada como resultado do recurso
interposto pela parte contrária, mas não do seu próprio recurso.

Requisitos de Admissibilidade Recursal


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Disciplinados nos art. 997, § 2º[11] c/c art. 1.028[12], ambos do CPC/15, os


requisitos são tidos como condição essencial para que, analisados em conjunto,
possa ser admissível a análise de mérito na via recursal.

1- Requisitos Intrínsecos

Tem-se por requisitos intrínsecos, aqueles ligados a essência das partes, devem
ser analisados no caso concreto para que se aufira ser cabível o recurso contra a
decisão que se pretende impugnar, atestar que a parte possui legitimidade recursal,
interesse nas modalidades adequação, necessidade e utilidade de interpor o recurso
e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer.

a) cabimento do recurso, ou seja, a existência, num dado sistema jurídico, de um


provimento judicial capaz de ser atacado por meio de recurso; previsão legal;

b) legitimação do recorrente para interpô-lo (art. 499 do CPC: parte, MP e terceiro


interessado);

c) o interesse no recurso (interesse recursal): utilidade e necessidade do recurso;

d) a inexistência de algum fato impeditivo (desistência do recurso ou da ação,


reconhecimento jurídico do pedido, transação, renúncia ao direito sobre que se funda
a ação ou depósito prévio da multa/deserção) ou extintivo (renúncia ao recurso e
aquiescência à decisão) do direito de recorrer.

2- Requisitos Intrínsecos

São requisitos intimamente ligados ao modo de exercer o recurso, podendo-se


dividi-los em: tempestividade, preparo e regularidade formal.

a) Tempestividade: tem-se por tempestivo o recurso interposto dentro do prazo legal,


sem que haja a coisa julgada formal ou material da decisão objeto de recurso. Com
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

exceção aos embargos de declaração, interpostos no prazo de 5 dias, os demais


recursos serão tempestivos quando protocolados nos 15 dias subsequentes a
intimação da parte. Especificamente em relação a Fazenda Pública, o Ministério
Público e a Defensoria Pública terão prazo em dobro em todas as suas
manifestações, seja para recorrer ou contra razoar.

b) Preparo: é o valor financeiro a ser dispensado pela parte recorrente para ter seu
apelo analisado quanto ao conhecimento e possivelmente ao mérito, referindo-se ao
valor necessário para que a máquina estatal do Poder Judiciário seja movimentada. A
insuficiência no valor do preparo somente importará deserção quando, intimado
pessoalmente, o recorrente não saná-la em 5 dias. Na interposição, quando o
recorrente não comprovar o preparo, mesmo que insuficiente, será intimado para
recolher o valor em dobro, sob pena de deserto. Quando houver dúvida fundada no
recolhimento do preparo, tendo em vista a primazia do julgamento de mérito, caberá
ao relator conceder prazo para que o recorrente possa sanar o vício.

c) Regularidade formal: por imposição legal, o recurso terá forma rígida, com quatro
requisitos formais básicos: petição escrita, identificação das partes, motivação e, por
fim, pedido de reforma, invalidação, esclarecimento ou integração da decisão alvo de
recurso. A petição será escrita e dirigida, via de regra, ao órgão prolator da decisão,
com razões em anexo ao Tribunal ad quem, com exceções ao agravo de instrumento
interposto já no segundo grau e aos embargos de declaração interposto e julgado
pelo prolator da decisão embargada. A fundamentação recursal consiste em
demonstrar os motivos de fato e de direito pelos quais determinada decisão merece
ser reformada, combatendo detidamente cada um dos pontos da decisão, em atenção
ao princípio da dialeticidade. Como consequência lógica, o recurso deve ser finalizado
com o pedido de reforma, invalidação, integração ou esclarecimento da decisão
recorrida, guardando relação com a fundamentação alinhavada ao longo da peça
recursal, devendo ser determinado em seus elementos.

OBS: Verbos jurídicos que devem ser utilizados para cada tipo de peça:
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Ação = Propor
Contestação = Apresentar
Embargos = Opor
Recurso = Interpor
MS/HC/HD = Impetrar
Memoriais = Apresentar
Parecer = Emitir
Liminar = Conceder
Exceção = Opor

Após concluir a aula expositiva, fomos orientados que faríamos uma atividade,
cujo objetivo era ajudar a fixação do conteúdo a priori descrito.

AULA 02: 05/08/2020 – EAD

Na aula em questão fomos cientificados pela professora que o conteúdo a ser


trabalhado diz respeito ao Recurso de Apelação.

1- Da conceituação

A apelação é o recurso por excelência. Ela está prevista no art. 991, I, CPC/
2015. De acordo com o art. 1.006 do CPC da sentença caberá apelação. Portanto, o
recurso de apelação tem como objeto a impugnação de sentenças de qualquer
MODALIDADE.
O art. 201 do CPC define sentença como sendo o ato do juiz que, com
fundamento nos arts. 482 e 484, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum,
bem como extingue a execução.

2- Da Interposição
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

A apelação deverá ser interposta no prazo de 15 dias, como o disposto no art.


1.000, §5º do CPC. O recurso poderá ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
Prejudicado e pelo Ministério Público atuando como parte ou como fiscal da ordem
jurídica, conforme previsto no art. 993 do CPC .
Deverá a petição de apelação ser dirigida ao juízo de primeiro grau (prolator da
sentença). O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15
dias e então, os autos serão remetidos ao tribunal, independentemente de juízo de
admissibilidade. Cuida-se de importante inovação trazida pelo CPC, pois a
admissibilidade não mais será realizada pelo juízo prolator da sentença, mas pelo
órgão ad quem, na forma prevista no art. 930 do CPC, que dispõe sobre os poderes
do relator.

“Art. 930. Incumbe ao relator:


I — dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção
de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das
partes;
II — apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de
competência originária do tribunal;
III — não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV — negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
V — depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao
recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

VI — decidir o incidente desconsideração da personalidade jurídica, quando


este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII — determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII — exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do
tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de cinco dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.”
A realização do juízo de admissibilidade exclusivamente pelo segundo grau,
suprime a hipótese de agravo de instrumento contra decisão de primeiro grau que não
recebe apelo QUE ERA PREVISÃO DO CPC ANTERIOR. (art. 522, caput, CPC73)

3- Do Preparo

A comprovação do preparo se dá no ato de interposição do recurso, conforme


o art. 1.004 do CPC sob pena de deserção.

Deserção de Recurso Processual

É o abandono do recurso pelo recorrente, caracterizado pela falta de preparo


no prazo legal. Equivale a uma pena, também chamada de deserção, que tem por
efeito julgar deserto o recurso, isto é, não ter seguimento.
Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção
fixando-lhe prazo de cinco dias para efetuar o reparo (art. 1.004, §6º do CPC).
São dispensados do preparo, inclusive porte de remessa e retorno, os recursos
interpostos pelo:
 Ministério Publico,
 pela União,
 pelo Distrito Federal,
 pelos Estados,
 pelos Municípios,
 pelas autarquias e
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

 pelos que gozam de isenção legal, nos termos do art. 1.004, §1º.

Importante ressaltar que o CPC traz regra de saneamento específico para


irregularidades relacionadas ao preparo, estabelecendo o art. 1.004 que: a) a
insuficiência no valor do preparo não implicará em deserção se o recorrente supri-la
no prazo de cinco dias; b) o recorrente que não comprovar o recolhimento do preparo
no ato de interposição do recurso será intimado para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção
Em regra, a apelação será recebida no efeito suspensivo (art. 1.009 do CPC)
e no efeito devolutivo (art. 1.010 CPC).
No entanto, o parágrafo 1º do referido dispositivo traz um rol de hipóteses em
que a apelação não terá efeito suspensivo, nas quais a sentença produzirá efeitos
imediatos. São elas:

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos


imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I — homologa divisão ou demarcação de terras;
II — condena a pagar alimentos;
III — extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos
do executado;
IV — julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V — confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI — decreta a interdição.

Nas hipóteses em que o recurso não possui efeito suspensivo, a sua


concessão poderá ser requerida ao tribunal, no período compreendido entre a
interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu
exame prevento para julgá-la; e relator, se já distribuída a apelação. Não obstante,
nesses casos a parte recorrente deverá demonstrar a probabilidade de provimento do
recurso, ou sendo relevante a fundamentação, a existência de risco de dano grave ou
difícil reparação.
O CPC mantém a vedação de que a parte inove em suas razões recursais,
salvo se tenha sido impedido de suscitar as questões de fato na apelação por motivo
de força maior, com fulcro no art. 1.014 CPC.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

“Art. 1014 As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de
força maior.”

Após explanar sobre o conteúdo teórico acima mencionado, nos foi


disponibilizado um modelo de Petição de Apelação com o passo a passo para sua
elaboração.

Petição de Apelação

A petição de apelação encontra-se disciplinada no art. 1.010 do CPC:

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro


grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão. (BRASIL, 2015).

01. Endereçamento para o juízo competente – o art. 1.010 determina que a


apelação será dirigida ao juízo de primeiro grau.

02. Qualificação das partes – mesmo as partes já estando devidamente


qualificadas, o CPC é claro ao mencionar a necessidade de qualificação.

03. Indicação do nome da peça com sua fundamentação – identificado que


a questão exige a elaboração do recurso de apelação deve o candidato trazer sua
fundamentação legal. Exemplo: “[...] com fulcro no art. 1.009 e seguintes do CPC,
interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO”.

04. Requerimentos – ao final da peça o candidato deve requerer que o Juízo


a quo receba o recurso de apelação e remeta-o ao Egrégio Tribunal de Justiça,
acreditando que ocorrerá a reforma da sentença.

Reforma e Anulação da Sentença


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

A parte apelante pode impugnar a decisão alegando que o magistrado cometeu


error in procedendo; ou error in judicando.
Esses erros são defeitos contidos nas decisões jurisdicionais, capazes de
ensejar sua reforma ou sua invalidação.
O erro in procedendo consiste no erro do juiz ao proceder, sendo um erro de
forma. O magistrado deixa de observar os requisitos formais necessários para a
prática do ato. É o exemplo da sentença que falta o relatório ou a que concede pedido
que a parte autoral não postulou (sentença extra petita). Presente alguma das
referidas hipóteses, a parte prejudicada tem de pedir a cassação da sentença,
pugnando por sua invalidação/anulação, visto que o magistrado não obedeceu à
forma, nem os limites de sua atuação. Incorreu num erro in procedendo.
Por sua vez, o erro in judicando consiste no ato pelo qual o juiz se equivoca
quanto à apreciação da sentença, seja por erro na interpretação da lei, seja por não
adequar corretamente os fatos ao plano abstrato da norma. O magistrado erra ao
julgar. Esse erro recai sobre o próprio conteúdo que compõe o litígio, sendo um erro
material. Dessa forma, enseja a reforma da decisão e não sua cassação. Tem-se
como exemplo a parte que pugna, nas razões do recurso de apelação, pela
diminuição do valor de dano moral que o juiz de primeira instância a condenou.

Após concluir a exposição do conteúdo e sanar possíveis duvidas à cerca do


mesmo, fomos incumbidos de realizarmos uma atividade avaliativa, ou seja,
elaboração de um recurso de apelação com base em um caso que nos foi repassado
pela professora, exposto a seguir:

Atividade

“Bruno ajuizou, em face de seu vizinho Cristiano, ação de indenização


(requerendo dano material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor
alemão de propriedade do vizinho).
Segundo relato do autor, o animal, que estava desamarrado dentro do quintal
de Cristiano, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em consequência do
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

ocorrido, Bruno alegou ter gasto R$ 3 mil em atendimento hospitalar e R$ 2 mil em


medicamentos. Os gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais
emitidas pelo hospital em que Bruno fora atendido, entretanto este não apresentou os
comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se
esquecido de pegá-los na farmácia.
Cristiano, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o ataque
ocorrera por provocação de Bruno, que jogava pedras no cachorro. Alegou, ainda,
que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor
gasto com medicamentos.
Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas
declararam que a mureta da casa de Cristiano media cerca de um metro e vinte
centímetros e que, de fato, Bruno atirava pedras no animal antes do evento lesivo.
O juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Caçador-SC, proferiu sentença
condenando Cristiano a indenizar Bruno pelos danos materiais, no valor de R$ 5 mil,
sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e
por considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gasto com medicamentos.
Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Cristiano
foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 6 mil. A sentença foi publicada em
06/04/2020. Após uma semana, Cristiano, não se conformando com a sentença,
procurou advogado.
Em face da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a)
contratado(a) por Cristiano, elabore a peça processual cabível para a defesa dos
interesses de seu cliente”.
A referida peça processual deverá ser elaborada e postada via portal Moodle
até 19/08/2020

AULA 03: 19/08/2020 – EAD

Importante destacar que na referida aula, a professora Jociane Machiavelli


gravou uma vídeo aula expositiva de 15 minutos disponibilizada via YouTube. O
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

conteúdo da respectiva aula é o Recurso de Agravo de Instrumento, recurso este


passível de questionar as decisões interlocutórias.
No âmbito jurídico, uma decisão interlocutória é um dos atos praticados pelo
magistrado, através do qual dentro de um processo, decide uma questão incidental
sem a resolução do mérito, ou seja, sem pronunciar uma solução final a lide proposta
em juízo. Dá decisão interlocutória cabe “agravo de instrumento”
O agravo de instrumento, na esfera cível, é um recurso dirigido diretamente ao
Tribunal de Justiça ou ao Superior Tribunal de Justiça (ad quem), a fim de
reanalisar pronunciamento judicial de natureza decisória que não coloque fim ao
processo (decisão interlocutória), conforme previsto no artigo 203 §2º do CPC.
Como a própria nomenclatura do recurso sugere, o agravo enseja a formação de um
instrumento.  Por isso, a petição escrita deve conter:
 os nomes das partes;
 exposição dos fatos e do direito;
 as razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão;
 o pedido;
 o nome e endereço completo dos advogados das partes.

Os documentos que acompanham a petição de interposição, e dão razão ao


instrumento, estão previstos no artigo 1.017 do CPC:

I – Cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a


decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e
do agravado;

II – Declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no


inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade
pessoal;

III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.


IV – pagamento das custas e porte de retorno se devidos. (BRASIL, 2015)

Em sendo o processo eletrônico, as peças referidas nos incisos I e II não


precisam ser juntadas ao Agravo de Instrumento, por força do § 5° do artigo 1.017 do
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Código de Processo Civil. Nesse caso, faculta-se ao agravante a juntada de outros


documentos que entender pertinentes e úteis para compreensão da controvérsia.
Se algum dos requisitos do artigo 1.017 não forem atendidos, o agravante será
intimado para fazê-lo no prazo de 5 dias.  Sua inércia ensejará no não conhecimento
do recurso, nos termos do parágrafo único do artigo 932 do Código de Processo Civil.

Prazo do Agravo de Instrumento

O prazo para interposição do recurso de agravo de instrumento é de 15 dias


úteis, contados da data da intimação da decisão. Ou seja, contado a partir do primeiro
dia útil subsequente à publicação da decisão recorrida.
Há ainda outras hipóteses de termo inicial do prazo recursal, tal como o
comparecimento espontâneo em juízo. E, ainda, nos atos que devem ser cumpridos
exclusivamente pela parte, a partir do recebimento da decisão, fazendo-se valer da
regra prevista no art. 231 do CPC.

Hipóteses de Cabimento do Agravo de Instrumento

O artigo 1.015 do Código de Processo Civil trouxe um rol de cabimento do


agravo de instrumento:

Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


versarem sobre:

I – tutelas provisórias;

II – mérito do processo;

III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI – exibição ou posse de documento ou coisa;

VII – exclusão de litisconsorte;


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à


execução;

XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;

XII – (VETADO);

XIII – outros casos expressamente referidos em lei.”(BRASIL, 2015)

No parágrafo único há também a previsão de cabimento do agravo de


instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de
sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo
de inventário.
Uma questão relevante sobre o artigo 1.015. Seria ele taxativo, impossibilitando
a interposição do recurso caso não houve previsão expressa no artigo, ou poderia ser
interpretado de forma extensiva?
Em dezembro de 2018 foi proferida pelo Supremo Tribunal de Justiça por 7
votos a 5, no recurso especial processado pelo rito dos recursos repetitivos, admitindo
que o rol do artigo 1.015 do CPC tem a sua taxatividade mitigada e admite a
interposição de agravo de instrumento quando verificada urgência. (REsp
1.696.396/MT e REsp 1.704.520/MT, ambos da relatoria da Min. Nancy Andrighi,
publicado em 19/12/2018)
De acordo com a Ministra Nancy Andrighi, “a taxatividade do artigo 1.015 é
incapaz de tutelar adequadamente todas as questões em que pronunciamentos
judiciais poderão causar sérios prejuízos e que, por isso, deverão ser imediatamente
reexaminadas pelo segundo grau de jurisdição”.
A tendência dos tribunais caminha no sentido de que nos casos em que se
verificar a relevância e urgência que torna primordial a revisão por instância superior
e, não havendo como aguardar a análise de recurso de apelação ou mesmo nos
casos em que a decisão tornar impossível o manejo da apelação, há possibilidade de
interposição do agravo de instrumento. Isso porque decorre da inutilidade em se
aguardar a apelação.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Preclusão de Decisões

Contudo, outra questão surge nesse cenário.  Não sendo o caso de previsão
expressa do artigo 1.015 do CPC, havendo a possibilidade de a decisão interlocutória
gerar gravame e ter urgência na sua decisão, se a parte não agravar, haveria a
ocorrência da preclusão?
Nesse sentido, se destaca a análise da relatora Ministra Nancy Andrighi no
REsp 1704520-MT:
Não há dúvida de que o novo CPC modificou substancialmente o regime de
preclusões do processo. Pelo novo regime, apenas precluem as decisões que
possuam o conteúdo descrito nas hipóteses previstas no art. 1.015 do CPC e que não
tenham sido impugnadas por agravo de instrumento, ficando todas as demais
Sobreleva destacar que nem toda decisão pode ser atacada pelo agravo de
instrumento. Quando não houver urgência a parte pode, sem que ocorra a preclusão
do ato, suscitá-las em preliminar de apelação ou contrarrazões.

Juízo de Retratação

O juízo de retratação do agravo de instrumento no novo CPC está previsto


no artigo 1.018 e possibilita ao Juiz que proferiu a decisão agravada modificar o seu
entendimento, levando em consideração as razões contidas no agravo.
Para que isso possa ocorrer, a parte deve comunicar ao juízo a interposição
do recurso, juntando cópia do agravo de instrumento, comprovante de interposição,
bem como informar as peças que seguiram com o agravo.
Se o juiz reformar a decisão, o agravo perderá seu objeto e o relator o
considerará prejudicado.

Contrarrazões de Agravo de Instrumento


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O artigo 1.019, II prevê a intimação do agravado para que apresente resposta


no prazo de 15 dias úteis, facultando-lhe, igualmente, a juntada de peças que
entender necessárias.

Efeito Suspensivo do Agravo de Instrumento

O recurso de Agravo de Instrumento no novo CPC não é dotado de efeito


suspensivo automático (ope legis) ficando a critério do julgador a atribuição de efeito
suspensivo ao recurso (ope judicis).
Assim, distribuído o agravo de instrumento ao Tribunal, o recurso será sorteado
ao relator. Ele poderá, liminarmente, atribuir efeito suspensivo ao recurso, ainda que a
outra parte não tenha se manifestado, ou deferir tutela total ou parcial, comunicando
de imediato ao juiz a sua decisão.
Concluída a exposição do conteúdo, nos foi repassada uma atividade avaliativa
referente a temática explanada, ou seja, realização de um recurso de Agravo de
Instrumento com base no caso a seguir exposto:

“Lucas, brasileiro, solteiro, jogador de futebol profissional, residente no Rio de


Janeiro/RJ, legítimo proprietário de um imóvel situado em Juiz de Fora/MG, celebrou,
em 1º de outubro de 2012, contrato por escrito de locação com Fernando, brasileiro,
solteiro, professor, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) meses, ficando acordado que o
valor do aluguel seria de R$ 3.000,00 (três mil reais) e que, dentre outras obrigações,
Fernando não poderia lhe dar destinação diversa da residencial. Ofertou fiador
idôneo. Após um ano de regular cumprimento da avença, o locatário passou a
enfrentar dificuldades financeiras. Lucas, depois de quatro meses sem receber o que
lhe era devido, ajuizou ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis perante
a 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG, requerendo, ainda, antecipação de
tutela para que o réu/locatário fosse despejado liminarmente, uma vez que desejava
alugar o mesmo imóvel para Francisco. O magistrado recebe a petição inicial,
regularmente instruída e distribuída, e defere a medida liminar pleiteada, concedendo
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

o prazo de 72 (setenta e duas) horas para Fernando desocupar o imóvel, sob pena de
multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais).
Desesperado, Fernando o procura para que, na qualidade de seu advogado,
interponha o recurso adequado (excluídos os embargos declaratórios) para se manter
no imóvel, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinentes”.
A atividade em questão deverá ser realizada e posta via portal Moodle até o dia
26/08/2020.

AULA 04: 26/08/2020 – EAD

Na respectiva data encerramos as atividades da Prática Teórica Civil,


realizando atividade avaliativa, tendo duas situações problemas do Exame da Ordem.
Entretanto fomos orientados que as questões discursivas da OAB requerem acima de
tudo, argumentação e fundamentação jurídica, devendo prestar muita atenção ao
enunciado, além de outras dicas relevantes para uma resolução positiva dos
problemas apresentados.

SITUAÇÃO-PROBLEMA I

Bruno Piter, advogado, foi contratado por Janete Coutinho para ingressar com
Ação de Indenização contra Silvan Rato. Na fase instrutória do feito, foi juntado o rol
de testemunhas a serem ouvidas na Audiência de Instrução e Julgamento. Analisando
a lista, juntamente com sua cliente, esta identificou que uma das testemunhas é tio de
Silvan, porém sem ter seu sobrenome, afirmando, inclusive, que conhece pessoas
que podem confirmar essa alegação. Refletindo, Bruno e Janete estão convictos de
que a testemunha nada sabe de concreto sobre os fatos litigiosos e de que tudo que
deporá será sob a orientação do réu, no intuito de favorecê-lo.
Com base no descrito, diga como deverá proceder Bruno para impedir que
esse falso testemunho não se verifique.

SITUAÇÃO-PROBLEMA II
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Nelson Dapilha, numa demanda de reintegração de posse, obteve liminar para


que, antes de sentenciado o feito, e mesmo antes da citação da ré Carolina Ralhipo,
fosse esta retirada do imóvel que ocupa indevidamente. Interposto agravo, o Tribunal
dele não tomou conhecimento, asseverando que o pronunciamento do juiz, ao deferir
a liminar, tinha natureza jurídica de despacho e que, não caberia recurso contra
aquele despacho.
A decisão do Tribunal foi acertada? Por quê?

SITUAÇÃO-PROBLEMA III

Aulo Agério moveu ação de reintegração de posse contra Numério Negídio, em


trâmite perante a 15 a Vara Cível de Santo André (Proc. n o 222/02), visando à
recuperação da posse de imóvel que havia sido dado em comodato ao Réu pelo
falecido genitor do Autor. O contrato de comodato foi celebrado há dois anos e seis
meses e o fundamento da ação é o término do prazo ali estabelecido, de dois anos. A
ação foi precedida da notificação de Numério Negídio para desocupação voluntária do
imóvel, que não foi cumprida. Proposta a ação, foi indeferida a liminar pleiteada, sob o
argumento de que a posse exercida por Numério Negídio conta mais de ano e dia e,
por isso, o procedimento não comportaria essa providência. Essa situação vem
causando prejuízos irreparáveis a Aulo Agério, que não possui outro lugar para morar.
De Acordo com a situação hipotética apresentada, qual o recurso cabível e sob
qual fundamento?

SITUAÇÃO-PROBLEMA IV

Do apartamento n. 151, situado no 15º andar do CONDOMÍNIO STELLA


MARIS, com frente para a Rua Carbunculo, nº 17, Capital, locado por SOLON a
QUILON, mediante contrato por prazo determinado, caiu um vaso de metal com flores
naturais, sobre PITACO, jovem estudante de 14 anos que transitava pela via pública,
causando-lhe a morte, por perda de massa encefálica. A genitora da vítima CLIO,
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

viúva, demandou SOLON e QUILON, pleiteando perdas e danos, morais e materiais


pelo fato da morte, sendo, após regular tramitação do processo, com produção de
provas, atendida em sua pretensão, com a condenação dos corréus, em caráter
solidário, ao pagamento das despesas com funeral, danos morais de 50 salários
mínimos e materiais correspondentes à prestação alimentar mensal equivalente a 10
salários mínimos, pelo tempo de duração provável da vida do menor, estimado em 65
anos, além de honorários no importe de 20% sobre o valor total da condenação, tudo
sob a égide dos preceitos dos artigos 186, 948, incisos I e II e 942, segunda parte do
Código Civil.
QUESTÃO: Procurado por SOLON, após a sentença, qual o procedimento
cabível, considerando-se que o título sentencial foi intimado por publicação oficial há
menos de uma quinzena? Quais os fundamentos jurídicos deste provimento?

A avaliação deverá ser realizada e postada via Portal moodle até as 18h00 do
dia de hoje.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

2.1.1.1 Anexos
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

2.1.2 Prática Teórica Trabalhista

AULA 01: 16/09/2020 – EAD

Na data especifica, demos início às aulas da Disciplina de Prática Teórica


Trabalhista sob a orientação da Prof. Ana Lilian Azevedo, que nos informou que o
principal fogo de estudo da respectiva disciplina será os recursos trabalhistas.
De modo geral, o Recurso é um meio processual que visa o reexame ou
revisão de decisão judicial, para que seja reformada ou modificada. Consiste no
direito das partes ao contraditório e ampla defesa, de forma que é concedido o direito
de exercê-los por todos os meios possíveis. 
A natureza jurídica do recurso é de direito subjetivo processual, que nasce com
o decorrer do processo. Sua interposição integra o direito de ação, que pode ou não
ser exercido pelas partes na demanda, sendo uma faculdade.

Princípios norteadores dos Recursos Trabalhistas

Os recursos seguem determinados princípios para sua interposição, os


principais deles são:
Unirrecorribilidade: Só pode ser interposto um recurso de cada vez, sendo vedada a
simultaneidade.
Legalidade: Para cada situação cabe um tipo específico de recurso previsto em lei,
que deve ser respeitado.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Fungibilidade: Nos casos onde não há má fé ou erro grosseiro do procurador, o juiz


pode reconhecer um recurso como se fosse outro, o que é admitido no direito
processual trabalhista devido ao princípio da economia processual.
Non reformatio in pejus: Não é permitido reformar a decisão de forma a prejudicar o
recorrente, mas sim o favorecendo ou mantendo o ato recorrido.
Desistência: O recorrente pode desistir do recurso independentemente da anuência
do recorrido ou litisconsortes.
Renunciabilidade: As partes podem abrir mão do direito de recorrer.

Características dos Recursos Trabalhistas

No direito processual trabalhista existem algumas regras diversas do direito


processual civil, motivo pelo qual no sistema recursal também existem características
peculiares e muito importantes, as principais são:

Irrecorribilidade de decisões interlocutórias: em regra, não é cabível recurso


contra decisões que versam sobre questões incidentais do processo, ou seja,
decisões interlocutórias, com exceção dos casos previstos na Súmula 214 do TST;

Inexigibilidade de fundamentação: conforme disposto no art. 899 da CLT, os


recursos podem ser interpostos por simples petição, em virtude do princípio da
simplicidade, sendo desnecessária a fundamentação do apelo;

Efeito devolutivo: em regra, os efeitos possuem apenas o efeito devolutivo, o efeito


suspensivo é exceção e concedido apenas em casos excepcionais; (art. 899, CLT);

Uniformidade de prazos: o prazo para a interposição dos recursos trabalhistas é de


08 dias, seja ele qual for sendo igual o prazo para apresentar as contrarrazões. A
exceção é quanto aos embargos de declaração (05 dias) e recurso ordinário (15 dias).

Pressupostos Recursais
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Destaca-se que o um recurso só será conhecido se preencher os pressupostos


processuais exigidos, que se subdividem em pressupostos intrínsecos (requisitos
subjetivos, que dizem respeito à parte) e extrínsecos (requisitos objetivos, que versam
sobre o recurso em si). Os recursos são submetidos a dois juízos de admissibilidade,
com a finalidade de verificar se os pressupostos foram devidamente respeitados. O
primeiro Juízo de admissibilidade é o juízo a quo, ou seja, aquele que proferiu a
decisão recorrida, o segundo é o Juízo as quem, que é o órgão responsável por julgar
o recurso.
Ressalta-se que existem 04 requisitos objetivos, tais eles:

I – Recorribilidade do ato: se aquele ato cabe recurso ou não;


II – Adequação: se o meio escolhido é o correto para discutir aquela situação;
III – Tempestividade: o recurso deve ser interposto no prazo legalmente
estabelecido;
IV – Preparo: diz respeito às custas processuais e o depósito recursal.
Destaca-se que quando o empregado for o recorrente, este nunca realizará o depósito
recursal.

Enfatiza-se ainda, que são 05 recursos que precisam do depósito recursal:


Embargos no TST; Recurso Ordinário; Recurso de Revista; Recurso Extraordinário e
Recurso Adesivo.
E são 03 os requisitos subjetivos:

I – Legitimidade: parte legitima para interpor o recurso (parte vencida, 3º


prejudicado e o Ministério Público);
II – Capacidade: a parte deve ser plenamente capaz de praticar os atos
processuais;
III – Interesse: precisa demonstrar que o recurso é necessário e útil para a
defesa de seus interesses, se isso não for demonstrado o recurso pode não ser
conhecido.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Em regra, os recursos são elaborados em duas peças (peça de


encaminhamento e peça de razões), todavia há exceção dos embargos de declaração
que possuem apenas uma peça, pois nesse caso existe somente um juízo de
admissibilidade. A peça de encaminhamento sempre será direcionada ao juízo a quo,
ou seja, a vara que proferiu a decisão que será recorrida, mencionando a qualificação
das partes, número do processo e apresentando qual o recurso que será interposto
Após finalizada a peça de encaminhamento, inicia-se a peça de razões do
recurso, razões que ensejam a realização do recurso, neste momento deve-se
mencionar os pressupostos de admissibilidade e depois demonstrar quais equívocos
o juiz cometeu, sempre fundamentando todos os argumentos através da legislação,
das doutrinas e das jurisprudências.
E por último, faz-se a conclusão, requerendo a nulidade ou a reforma da
decisão, dependendo de cada situação.

Recurso Ordinário

No processo do trabalho, o recurso ordinário é a medida que visa modificar


sentença ou uma decisão interlocutória terminativa em dissídios individuais na fase de
conhecimento.
Tem como finalidade modificar decisão na qual exista erro no procedimento e
ou erro no julgamento
Base legal: Art. 895, CLT

Art. 895 – Cabe recurso ordinário para a instância superior:


I- das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8
(oito) dias; e             
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em
processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos
dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.                   

Também é a medida cabível contra a decisão em uma ação de competência


originária do Tribunal (Art. 895, II, CLT)
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

No caso de ações rescisórias, mandados de segurança (Súmula 201 do TST) e


dissídios coletivos que sejam de competência originária de TRT, caberá recurso
ordinário a ser apreciado pelo TST. Prazo: 8 dias úteis.

O Recurso terá duas partes:

 A petição de encaminhamento, em que devemos endereçar para o juízo a


quo (aquele que proferiu a decisão)
 Endereçamento: juízo a quo.
 “Fulano, vem, tempestivamente, inconformado com a sentença proferida
na fase de conhecimento, interpor recurso ordinário, conforme Art. 895,I da CLT, para
o e. TRT da … região”
 Se for a primeira manifestação do advogado: juntar procuração ou
substabelecimento
 Demonstrar o preparo (requer a juntada do comprovante de
recolhimento das custas, no valor de R$ … e do depósito recursal no valor de R$ …
 Estudar: Arts. 782 da CLT e 899 da CLT
 Requer seja admitido o recurso e, após vista a parte contrária, seja
determinada a remessa ao TRT da … região
 Pede deferimento
 Dados do advogado e endereço para intimação (se for a primeira
manifestação do advogado)

A segunda peça, das razões, será dirigida ao juízo ad quem, sendo necessário
dividir o recurso em três partes:

1. Pressupostos de admissibilidade: objetivos e subjetivos, conforme já


expostos anteriormente;
2. Razões recursais: demonstrar que a decisão é passível de impugnação,
sempre fundamentando, apontando todos os pontos pertinentes;
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

3. Por fim a conclusão: os pedidos, que podem ser a nulidade da decisão ou


a sua reforma total ou parcial, no caso de reforma parcial devem-se mencionar bem
certo o que deseja que seja reformado.

Após a explanação dos conteúdos e esclarecimentos de possíveis dúvidas


fomos incumbidos da realização de uma atividade, tendo por escopo a elaboração de
um recurso ordinário, com base no seguinte caso:

“Armando, ajuizou reclamatória trabalhista contra a empresa BOM SABER, na


Vara do Trabalho de Fraiburgo – SC, a qual pertence a 12ª região. No processo,
declarou o reclamante que manteve vínculo empregatício com a reclamada de
03.03.2017 a 15.03.2018, tendo exercido a função de vendedor.
Alegou o reclamante que as verbas rescisórias não foram pagas corretamente,
pois a sua demissão por justa causa pelo motivo da desídia foi infundada. Embora
provadas pelos cartões ponto e pelos recibos de pagamento, as constantes e
consecutivas faltas sem justificativa, de Armando (mais de 10 faltas em cada um dos
dois últimos meses), o juízo condenou a reclamada a pagar todas as verbas
rescisórias, sob o argumento de que não houve prova cabal para aplicação da justa
causa.
Na condição de advogado da empresa reclamada, redija a peça processual
cabível para a defesa de seu cliente”.
A presente atividade deve ser elaborada e postada no portal Moodle até o dia
23/09/2020

AULA 02: 23/09/2020 – EAD

Na aula em questão, as professoras Ana Lilian e Jociane, teceram alguns


comentários sobre a formado das aulas em EAD e possíveis prejuízos em relação à
nossa formação, pois não tivemos a oportunidade de colocarmos em prática os
saberes teóricos adquiridos (Núcleo de Práticas Jurídicas). Sendo assim,
apresentaram a proposta de realizarmos uma audiência simulada, tendo por objetivo
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

suprir as carências a priori descritas. Na sequência foram realizados sorteios, definido


os papéis de cada um, bem como, estabelecidos os prazos processuais.
Após encerrado os encaminhamentos da atividade supracitada, a professora
Ana Lilian deu seguimento à aula, afirmando daríamos continuidade aos estudos
referentes aos recursos, mais especificamente na data de hoje sobre os Embargos de
Declaração.

Embargos de Declaração Trabalhistas

Os Embargos de Declaração Trabalhista constituem um instrumento jurídico


pelo qual a parte solicita esclarecimentos ao juízo acerca de eventual omissão,
contradição, obscuridade ou ainda, erros materiais que possam ocorrer nas decisões
judiciais de acordo como a CLT.
No que se refere ao uso dos embargos de declaração trabalhista, é importante
destacar que o referido recurso está previsto no art. 897-A da CLT: 
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no
prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência
ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido
efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado
e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.”

Assim, tendo em vista o previsto no artigo acima, resta sanada a dúvida acerca
da possibilidade de oposição dos embargos de declaração trabalhista. 

Natureza Jurídica dos Embargos de Declaração

Uma das principais dúvidas sobre esse tema é se os embargos de declaração


trabalhista são uma forma de recurso ou não. Em relação a esse questionamento, é
importante destacar que sua previsão na CLT está inserida no capítulo VI que dispõe
sobre os recursos na esfera trabalhista.
Além disso, é preciso considerar que o Código de Processo Civil (CPC) deve
ser aplicado subsidiariamente no processo do trabalho, como preconiza a Instrução
Normativa n.º 39/2016 do Tribunal Superior do Trabalho (TST):
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Art. 1.º — Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao


Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as
normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889
da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.
Nesse sentido, a mesma norma também traz disposição sobre as regras que
regem os embargos declaratórios, da seguinte forma:
Art. 9.º — O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para
impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente,
pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026),
excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023).
Ocorre que apesar de estar inserido no capítulo de recursos, há polêmica
doutrinária na sua classificação, por entender que os embargos não tem força de
reforma da decisão, mas unicamente esclarecedora.

Prazo dos Embargos de Declaração

O prazo para interpor embargos de declaração trabalhista é de cinco dias.


Conforme determinado pelo artigo 219 do CPC, a contagem dos prazos processuais
se dá em dias úteis. Se interposto fora do prazo, o recurso será considerado
intempestivo. Caso seja aceito, a parte contrária também poderá se manifestar em até
cinco dias úteis.
Com relação ao prazo para julgamento, o artigo 897-A da CLT determina que o
julgamento dos embargos ocorrerá "na primeira audiência ou sessão subsequente a
sua apresentação". Dessa forma, diferentemente do CPC, que determina um prazo de
cinco dias para o julgamento, no processo do trabalho não há um prazo fixo para que
isso ocorra.
Um ponto relevante é a interrupção dos prazos para interposição de outros
recursos, ou seja, até que ocorra o julgamento dos embargos, os demais prazos
estarão interrompidos, sendo que depois a contagem deverá iniciar-se novamente.
Os embargos de declaração possuem apenas um juízo de admissibilidade,
qual seja, aquele que proferiu a sentença ou acórdão, objeto do recurso. A expressão
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

correta que deve ser utilizada é “opor embargos”. Nesta modalidade de recurso não
há preparo.

Cabimento dos Embargos de Declaração

Conforme mencionado, esse recurso visa sanar dúvidas acerca de eventual


omissão, contradição, obscuridade e erros materiais nas decisões judiciais. Contudo,
é preciso saber identificar cada hipótese para verificar o cabimento dos embargos.
Para isso, vamos conceituar cada situação que pode ensejar a oposição desse
recurso, na forma e nos prazos estabelecidos em lei:
 omissão: quando o juiz deixa de se manifestar sobre algum pedido feito pelas partes.
Pedido comum esta relacionado à omissão dos honorários advocatícios não fixados;
 contradição: quando há falta de nexo, ou existe incoerência na decisão judicial;
 obscuridade: quando a decisão judicial não está clara ou se mostra confusa;
 erro material: quando há erro referente a aspectos objetivos.

Efeitos dos Embargos de Declaração

A CLT é clara quanto ao efeito interruptivo dos embargos de declaração,


conforme disposto no § 3.º do artigo 897-A da CLT:

§ 3.º — Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição


de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos,
irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura .

Em relação a esse efeito, o CPC também traz previsão expressa, em seu artigo
1.026:

Art. 1.026 “Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e


interrompem o prazo para a interposição de recurso”.

Segundo esse artigo também fica claro que esse recurso não tem efeito
suspensivo. Um ponto interessante é que os embargos podem ter efeitos
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

modificativos quando a sentença de mérito puder ser alterada, conforme se verifica no


§ 2.º do artigo 897-A da CLT:

§ 2.º — Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente


poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e
desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.  

Cabe ressaltar que esse efeito modificativo é atípico já que, nesse caso, o
saneamento do vício não serve apenas para esclarecer questionamentos, mas
também altera o conteúdo da decisão.
É possível concluir que os embargos de declaração trabalhista conferem a
possibilidade de as partes requererem ao juízo da causa que preste esclarecimentos
sobre pontos específicos de sua decisão. Para isso, é preciso que esses pontos
sejam objeto de omissão, contradição, obscuridade ou erro material.
Além disso, embora seja um recurso das partes, esse instrumento também
viabiliza que o magistrado que efetuou o julgamento tenha a possibilidade de reparar
eventual falha sua.
Importante mencionar que nos embargos de declaração não há contrarrazões,
salvo se houver pedido de efeito modificativo. Não há petição de encaminhamento, e
as razões são dirigidas à própria autoridade que proferiu a decisão objeto do recurso.

Como Atividade final da respectiva aula, fomos orientados a elaborar um


recurso de Embargos de Declaração, tendo como base o caso a seguir descrito.

“Tito propôs reclamação trabalhista em face da Empresa ABC, pleiteando,


além das verbas rescisórias e horas extras, indenização por dano moral, alegando
que seu chefe imediato, no ato da demissão, o chamou de “analfabeto”, “idiota” e
“insignificante”, na frente de clientes e colegas de trabalho. A empresa, embora
devidamente citada para comparecer à audiência, ausentou-se, sendo certo que a
contestação não foi juntada aos autos do PJE, nem se fez presente ao ato qualquer
advogado a representando. Na sentença, em face da revelia, o juiz acolheu os
pedidos do reclamante, condenando a reclamada a pagar todas as verbas rescisórias
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

e as horas extras. Nada mais. Assim, considerando os fatos narrados acima e na


qualidade de advogado de Tito, apresente a peça processual adequada para defender
os interesses do seu cliente”.
A referida atividade deverá ser realizada e postada via portal Moodle até a do
dia 30/09/2020

AULA 03: 30/09/2020 – EAD

Na presente aula demos continuidade ao estudo dos recursos, sendo que na


oportunidade estudaremos o recurso de agravo de Petição, o qual tem previsão legal
no art. 897, “a”, da CLT. É possível interpor agravo de petição em face das decisões
do Juiz ou Presidente, mas apenas nas execuções trabalhistas.
O agravo de petição é o recurso próprio para impugnar decisões de caráter
definitivo ou terminativas proferidas pelo Juiz do Trabalho na fase de execução.
Vale ressaltar que o agravo de petição e o agravo de instrumento são recursos
diversos e não se confundem. A diferença entre eles é que o agravo de petição tem
como objetivo atacar as decisões judiciais na fase de execução, já o agravo de
instrumento é destinado a destrancar recursos.

Prazo para Agravo de Petição

O art. 897, “a” da CLT, prevê que cabe agravo de petição, no prazo de oito
dias, das decisões do juiz, nas execuções.
Assim como os demais recursos, o agravo de petição deve ser interposto e
contra razoado no prazo de 8 (oito) dias. Quando se tem a Fazenda Pública, o
Ministério Público do Trabalho – MPT e a Defensoria Pública o prazo será contado em
dobro, ou seja, 16 (dezesseis) dias.
Os prazos que vencerem em sábado, domingo ou feriado estão com seu
término prorrogado para o primeiro dia útil seguinte (art. 775 da CLT).

Hipóteses de Cabimento
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O cabimento do agravo de petição pode ocorrer nos seguintes casos: 


 Em face da sentença de embargos à execução, embargos à arrematação,
embargos à adjudicação;
 Sentença em ação de embargos de terceiro;
 Incidente à execução ou decisão que extingue de forma total ou parcialmente a
execução (como no caso da prescrição intercorrente).
O pressuposto recursal para que seja recebido o agravo de petição está no art. 897, §
1º da CLT:

Art. 897, § 1º – O agravo de petição só será recebido quando o agravante


delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a
execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou
por carta de sentença.”

Além da hipótese de cabimento nas execuções trabalhistas, no tocante à


limitação do recurso, existe controvérsias, pois a súmula 266 do TST, disciplina:

A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em


agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na
execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração
inequívoca de violência direta à Constituição Federal.

Conforme a redação da súmula, entende-se que é possível utilizar essa


espécie de recurso também nos casos de liquidação da sentença ou em processo
incidente na execução, inclusive embargos de terceiro.
Destaca-se ainda, que o prazo para interposição e contrarrazões é de 08 dias
contados da intimação da decisão. O parágrafo primeiro do art. 897 da CLT, dispõe
sobre o pressuposto especifico de admissibilidade, onde o agravo de petição apenas
será recebido quando a parte agravante delimitar justificadamente, as matérias e os
valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o
final, nos próprios autos ou por carta de sentença.
Convém mencionar que ao contrário do recurso ordinário que exige o preparo,
o agravo de petição trabalhista não depende de depósito recursal, não sendo esse um
requisito para sua admissibilidade, bastando apenas que o juízo esteja garantido com
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

a penhora ou nomeação de bens. O art. 789-A da CLT, disciplina que as custas


somente serão pagas ao final do processo e, ainda, a cargo do executado.
Outro ponto importante é que não será admitido agravo de petição genérico,
sob pena de não conhecimento do recurso.

Efeitos do Agravo de Petição Trabalhista

Efeito devolutivo: quanto a aplicabilidade deste efeito, a CLT, assevera:

Art. 899 – Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.

Desse modo, assim como ocorre com os demais recursos trabalhistas, o efeito
devolutivo será aplicado ao agravo de petição.
De acordo com a redação do parágrafo único do art. 897 da CLT, para a
análise, será necessária a impugnação especifica dos valores e das matérias cuja
revisão se pretende com a interposição do agravo de petição. A impugnação deverá
ocorrer de forma justificada, de modo que a execução prossiga no que diz respeito
aos valores impugnados (valores e matérias que passarão a ser tidas como
incontroversos).
Sendo assim, nota-se que a devolutividade do agravo apenas se aplicará às
matérias e aos valores que forem impugnados especificamente no recurso, e o que
não for objeto de impugnação não será devolvido para reanálise, prosseguindo a
execução em face da matéria e dos valores tidos como incontroversos.

Efeito suspensivo: ao analisar o parágrafo único do artigo 897 da CLT, nota-


se que a regra consiste na não aplicação do efeito suspensivo no agravo de petição,
sendo assim, apenas excepcionalmente poderá ser suspensa a execução da matéria
controversa, objeto de discussão no recurso.
Corroborando esse entendimento:
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Excepcionalmente, o agravo de petição também poderá adquirir o efeito


suspensivo em relação às parcelas impugnadas, pois, no tocante às parcelas
incontroversas ocorrerá a continuidade da execução, com extração de carta
de sentença dos autos principais, salvo se a impugnação disser respeito a
todas as parcelas e direitos. Nesse caso, o efeito suspensivo atingirá todo o
agravo de petição (ZANGRANDO, 2011, p.1589).

Sendo assim, resta-se evidente que com relação à matéria incontroversa, a


execução sempre prosseguirá. Dessa forma, poderá ser aplicado o efeito suspensivo
somente quanto à matéria controversa.

Modelo de Agravo de Petição

A petição de agravo de petição deve conter uma folha de rosto, endereçada ao


juízo da decisão recorrida e com todos os pressupostos de admissibilidade, além das
razões com os fundamentos, dirigida ao Tribunal Regional do Trabalho. Conforme
modelo a seguir:

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA …


VARA DO TRABALHO DA … REGIÃO

Processo nº
Fase executória

(RECORRENTE), já qualificado nos autos da RECLAMAÇÃO


TRABALHISTA em epígrafe, movida por (RECORRIDO), vem, por intermédio de seu
procurador que a esta subscreve, inconformado com a respeitável sentença de ID ....,
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

tempestivamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 897,”a”,


da CLT, interpor

AGRAVO DE PETIÇÃO

Conforme razões anexas, requerendo, após regular recebimento e


processamento do recurso, e notificação do recorrido para contrarrazoar o recurso,
seja o mesmo encaminhado à instância superior para julgamento.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(local e data)

Advogado (nome)
OAB/…º…

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA .... REGIÃO

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Origem: Vara do Trabalho de .......


Processo nº
Recorrente:
Recorrido:

Egrégio Tribunal Regional da ..... Região!


Colenda Turma!
Nobres Julgadores!
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

1 - DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

O presente apelo deve ser conhecido, vez que é adequado, e foi interposto
pela parte legítima, processualmente interessada e regularmente representada.
O recurso é tempestivo, vez que foi interposto no octídio legal previsto no art.
897, a, da CLT, levando-se em consideração a data da publicação da decisão.
Não há que se falar em pagamento das custas judiciais e recolhimento do
depósito recursal, uma vez que o recurso é interposto pelo próprio reclamante
exequente/uma vez que o juízo já está garantido por meio da penhora de .....
Nesse contexto, impõe-se o conhecimento do presente Agravo de Petição, por
restarem comprovados os pressupostos de admissibilidade recursal.

2 – DAS RAZÕES RECURSAIS

O inconformismo do ora Agravante deve-se à decisão prolatada pelo Juiz a quo


em sede de execução, que julgou .....
(Destacar os trechos da sentença recorrida).
Em última análise, é evidente que a decisão do Juiz a quo foi equivocada,
pois......, quando deveria .......

3 – DO PEDIDO

Isto posto, espera e confia o agravante seja conhecido e provido o presente


recurso para reformar parcialmente a sentença e determinar ....., por ser medida de
inteira justiça.

Nestes termos,
Pede deferimento.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

(local e data)

Advogado (nome)
OAB/…º…

Diante de todo o exposto, conclui-se que o agravo de petição é para a


execução, enquanto o recurso ordinário é para o processo de conhecimento. Devendo
ser interposto no prazo de oito dias úteis, com suas contrarrazões apresentadas em
igual período, não sendo necessário o recolhimento de custas, que somente serão
pagas ao final da execução.

Após concluída a explanação do conteúdo a priori descrito, nos foi repassada


uma atividade cujo objetivo é elaborar um agravo de petição com base no caso a
seguir exposto:

“João da Silva foi intimado para se manifestar sobre o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica, instaurado por requerimento do advogado
do exequente, impugnando tempestivamente o referido incidente, demonstrando,
documentalmente, ter se retirado da sociedade, pertinente à empresa executada, no
dia 21/09/2016, sendo certo que a reclamação trabalhista, que desaguou na sentença
objeto da presente execução, só foi ajuizada no dia 03/12/2019, alegando, por
conseguinte, ter deixado a sociedade há mais de dois anos da data do ajuizamento da
reclamação trabalhista. Mesmo diante da pujante prova documental, o juiz do trabalho
decidiu por acolher o incidente e incluir João da Silva no polo passivo do processo
executório, silenciando sobre a natureza da sua responsabilidade.
Na condição de advogado de João da Silva, elabore a peça processual cabível,
ignorando o uso de embargos de declaração”.
A referida atividade deverá ser elaborada e postada via portal Moodle até o dia
07/10/2010.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

AULA 04: 07/10/2020 – EAD

Na aula de hoje estudaremos o Recurso de Revista, com previsão Legal no art.


896 e 896ª a 896c da CLT.
O recurso de Revista é um recurso essencialmente técnico. Enquanto o
Recurso Ordinário tem uma maior abrangência e visa à reforma ou modificação do
julgado, com ampla discussão de fato e provas, o Recurso de Revista visa a
uniformização da jurisprudência, ou seja, a correta interpretação das leis pelos
Tribunais Trabalhistas.

O Recurso de Revista obedece ao prazo uniforme de 08 dias, tanto para


razões quanto para contrarrazões e exige preparo. Além disso, possui um requisito de
admissibilidade específico.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Portanto, o recurso de revista é um mecanismo recursal que objetiva corrigir a


decisão que violar a literalidade da lei ou da Constituição Federal e a uniformizar a
jurisprudência nacional concernente a aplicação dos princípios e regras do direito
objetivo (direito do trabalho, direito processual do trabalho, direito constitucional,
direito civil, direito processual civil, etc.)

Hipóteses de Cabimento

O Recurso de Revista é cabível contra os acórdãos proferidos pelos TRT’s, em


grau de recurso ordinário e nos dissídios individuais.
Dessa forma:
a) Somente é cabível nos dissídios individuais, não sendo cabível nos dissídios
coletivos;
b) O processo tem que começar no primeiro grau de jurisdição trabalhista;
c) Os autos deverão estar no Tribunal Regional do Trabalho em grau de recurso
ordinário;
d) Não é cabível nos processos de competência originária dos Tribunais Regionais do
Trabalho, como por exemplo, nos dissídios coletivos, na ação rescisória, no mandado
de segurança, na ação anulatória de cláusula convencional. Nesses casos, da
sentença normativa ou acórdão proferido pelo TRT, é cabível a interposição de
Recurso Ordinário a ser julgado pelo TST.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Juízo de Admissibilidade Recursal

O Recurso de Revista observa a regra geral do duplo grau de admissibilidade


recursal. Estes são os juízos de admissibilidade recursal do Recurso de Revista:

 Juízo a quo (primeiro grau de admissibilidade recursal): Presidente do TRT,


conforme dispõe p §1º do art. 896/CLT. Vale ressaltar que alguns Regimentos
Internos dos TRT’s atribuem essa competência ao Vice-Presidente do TRT;
 Juízo ad quem (segundo grau de admissibilidade recursal): uma das oito Turmas do
TST, conforme aduz o caput do art. 896/CLT.

Pressupostos Recursais Extrínsecos Específicos

Constitui um recurso trabalhista de natureza extraordinária, que não admite o


reexame de fatos e provas, mas apenas matéria de direito material e/ou processual.
(Súmula 126 do TST).
Assim, trata-se de um recurso que, além de todos os requisitos de
admissibilidade recursal extrínsecos e intrínsecos gerais, deverá apresentar dois
pressupostos recursais extrínsecos específicos, sob pena de não conhecimento:
I) Prequestionamento – é o instituto processual que exige a pronuncia expressa da
tese sobre a matéria ou questão na decisão recorrida para o cabimento do recurso.
Nesse sentido, é o teor da Súmula 297/TST.
Logo, para que o Recurso de Revista tenha a sua análise de mérito por uma
das Turmas do TST, o tema tem que ter sido ventilado na decisão recorrida, qual seja,
o acórdão do TRT.
Dessa forma, incumbe à parte interessada opor embargos de declaração para
fins de prequestionamento, desde que a matéria haja sido invocada no recurso
principal, sob pena de preclusão e “trancamento” do recurso.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

II) Transcendência – conforme o art. 896-A da CLT, o TST somente julgará o


Recurso de Revista se, após análise prévia, a causa oferecer transcendência com
relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
A ideia é a aplicação no recurso de revista as mesmas consequências
processuais que conhecemos de repercussão geral do recurso extraordinário.
Todavia, vale ressaltar que, ainda, com a regulamentação legal, o requisito continuará
vago, não eliminando todas as dificuldades processuais de enquadramento, deixando
dúvidas sobre quais temas são ou não de transcendência.
Por fim, resta recomendável ao TST indicar, ainda que paulatinamente, quais
assuntos consubstanciam transcendência, da mesma forma que o STF faz em
relação à repercussão geral do recurso extraordinário.

Recurso de Revista no Procedimento Sumaríssimo

É cabível a interposição de recurso de revista no procedimento sumaríssimo,


no entanto, apresenta somente três hipóteses de cabimento:
I) Quando o acórdão do TRT contrariar Súmula do TST;
II) Quando o acórdão do TRT contrariar a Constituição Federal; e
III) Quando o acórdão do TRT contrariar a Súmula Vinculante do STF.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Ante o exposto, conclui-se que o recurso de revista possui caráter


extraordinário, admitido contra acórdãos proferidos em sede de recurso ordinário ou
agravo de petição (desde que haja a demonstração inequívoca de violência direta à
Constituição Federal), possuindo como objetivo a uniformização da jurisprudência dos
Tribunais Regionais do Trabalho, não devendo ser utilizado para discutir matérias de
fato, sendo admissível inclusive nas ações submetidas ao Rito Sumaríssimo.
Após concluído o estudo aprofundado da temática em questão, realizamos
uma atividade cujo objetivo foi elaborar um recurso de Revista como base no seguinte
caso:

“Jucelino Dias, promoveu reclamação trabalhista em face de Empresa Fênix


LTDA, almejando o recebimento de adicional de insalubridade em grau máximo, de
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

todo o período laborado (05/06/2017 a 02/03/2019), incidente sobre o seu salário


base, qual seja R$ 1.800,00.
O juiz da Vara do Trabalho de Videira, após a realização de perícia, acolheu o
pedido formulado pelo recorrido, em todos os seus termos.
A Empresa Recorrente, interpôs Recurso Ordinário em face da Sentença,
tendo o TRT da 12ª Região mantido, na íntegra, a sentença monocrática.
Na condição de advogado da Empresa Fênix, elabore a peça processual
cabível, sabendo que a matéria já foi pré-questionada no TRT, por meio de embargos
de declaração”.

A atividade proposta deverá ser elaborada e postada via portal Moodle até o
dia 14/10/2020.

AULA 05: 14/10/2020 – EAD

Na data em questão, encerramos as atividades da Prática Teórica/Jurídica


Trabalhista realizando a avaliação final que consistiu na elaboração de um Recurso
Ordinário com base no caso a seguir exposto:

“Considerando a sentença abaixo, na condição de advogado do reclamante,


redija a peça processual cabível para a defesa de seu cliente.

VARA DO TRABALHO DE FRAIBURGO – SC


RT n. 0451235.2018.5.12.0049
AUTOR: MÁRCIO PONTE
RÉS: METALÚRGICA SÃO JOÃO LTDA. e JS SOLUÇÕES EMPRESARIAIS
LTDA.
Aos 09 dias do mês de outubro de 2020, às 09h00min, na sala de audiências
desta Vara do Trabalho, o Meritíssimo Juiz, observadas as formalidades legais,
proferiu a seguinte
SENTENÇA
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

I) RELATÓRIO
Dispensado o relatório, a teor do disposto no art. 852 –I, da CLT.

II) FUNDAMENTAÇÃO

a) Da Revelia e Confissão

Não obstante a primeira reclamada (tomadora de serviços) não ter


comparecido em juízo, mesmo citada por oficial de justiça, entendo que não há
espaço para revelia nem confissão quanto à matéria de fato porque a primeira
reclamada, prestadora dos serviços e ex-empregadora, contestou a demanda. Assim,
utilidade alguma haveria na aplicação da pena em tela, requerida pelo reclamante na
última audiência. Rejeito.

b) Das Horas Extras

Afirma o reclamante que laborava de segunda a sexta-feira das 8h às 16h, com


intervalo de 15minutos para refeição, postulando exclusivamente hora extra pela
ausência de pausa de 1 hora. A instrução revelou que efetivamente a pausa alimentar
era de 15 min, não só pelos depoimentos das testemunhas do reclamante, mas
também porque os controles não exibem a marcação da pausa alimentar, nem
mesmo de forma pré-assinalada. Contudo, uma vez que confessadamente houve
fruição de 15 min, defiro 45 min de horas extras por dia de trabalho, com adição de
40%, conforme previsto na convenção coletiva da categoria juntada aos autos, mas
sem qualquer reflexo diante da natureza indenizatória da verba em questão.

c) Da Insalubridade

Este pedido fracassa porque o reclamante postulou o seu pagamento em grau


máximo, conforme exposto na peça inicial, mas a perícia comprovou que o grau
presente na unidade em que o reclamante trabalhava era mínimo e, mais que isso,
que o agente agressor detectado (iluminação) era diverso daquele indicado na petição
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

inicial (ruído). Estando o juiz vinculado ao agente agressor apontado pela parte e ao
grau por ela estipulado, o deferimento da verba desejada implicaria julgamento extra
petita, o que não é admissível. Não procede.

d) Responsabilidade da Primeira Reclamada

Na condição de tomadora dos serviços do autor durante todo o contrato de


trabalho, e considerando que não houve fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais da prestadora, condeno a primeira reclamada de forma subsidiária pelas
obrigações de dar, com fulcro na Súmula 331 do TST. Contudo, fixo que a execução
da primeira reclamada só terá início após esgotamento da tentativa de execução da
devedora principal (segunda reclamada) e de seus sócios. Somente após a
desconsideração da personalidade jurídica, sem êxito na captura de patrimônio, é que
a execução poderá ser direcionada contra a primeira demandada.

Diante do exposto, julgo procedentes em parte os pedidos, na forma da


fundamentação, que integra este decisum. Custas de R$ 800,00 pelas reclamadas.

Intimem-se”.

Esta atividade deve ser realizada e enviada via Portal Moodle até as 17:30
horas do presente dia.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

1.1.2.1 Anexos

2.1.3 Prática Teórica Penal

AULA 01: 21/10/2020 - EAD

No dia em questão, iniciamos as aulas de Pratica Teórica Penal, sob a


orientação do professor Aldair Marcondes, que teceu breves considerações referentes
à sua disciplina. Na sequência deu início ao conteúdo, fazendo uma abordagem
referente a relevância dos recursos na área penal.
Os recursos são a maneira pela qual as partes podem demonstrar a sua
insatisfação e discordância em relação a uma decisão da autoridade judicial, o
objetivo é levar a causa a uma nova apreciação, por um órgão diferente e de nível
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

hierárquico superior. Um pedido de recurso pode ter como finalidade anular a decisão
ou apenas reformá-la.

Procedimento Ordinário no Processo Penal

Conforme estabelece o artigo 394, §1º, inciso II, do CPP, o procedimento


sumário será adotado quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade. O § 5° deste mesmo artigo
prevê que se aplicam subsidiariamente a este procedimento as disposições do
procedimento ordinário.

1. Recebimento da denúncia ou queixa

Oferecida a denúncia ou a queixa, o juiz poderá recebê-la ou rejeitá-la


liminarmente. Para rejeitá-la deverá verificar um dos quesitos exigidos nos incisos do
artigo 395, sendo estes:
 ser a denúncia manifestamente inepta;
 faltar algum pressuposto processual ou condição para exercício da ação penal;
ou
 faltar justa causa para o exercício da ação penal.
2. Absolvição Sumária (julgamento antecipado pro reo)

O juiz absolverá sumariamente o acusado, conforme estabelece o artigo 397, após


o recebimento de sua resposta, quando verificar:
 existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
 existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade;
 que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
 extinta a punibilidade do agente.

3. Citação e Interrogatório
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para audiência,


ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do MP e se for o caso, do
querelante e do assistente. No caso do acusado preso, deverá ser requisitado para
comparecer ao interrogatório e sua apresentação deverá ser providenciada pelo
Poder Público.
O juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença, em decorrência do
recém adotado princípio da identidade do juiz no processo penal.
Embora haja certa discussão acerca da constitucionalidade do instituto, hoje é
admitida a citação por hora certa, que deverá ser observada quando o oficial de
justiça perceber que o réu está se ocultando dolosamente para não ser citado.
Com o novo procedimento, o processo inicia-se com a citação do acusado e
não mais com o recebimento da denúncia ou da queixa, como era observado
anteriormente. Isto posto, só pode falar em perempção do momento da citação em
diante, e não mais antes dessa.

4. Audiência de Instrução e Julgamento 

Deve ocorrer uma audiência una que abrangerá todas as etapas para a
realização completa da instrução e essa audiência deve ser realizada a tomada de
declarações do ofendido, se possível, à inquirição de testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nessa ordem, com exceção das testemunhas que morarem
fora da jurisdição do juiz que deverão ser inquiridas pelo magistrado do lugar de sua
residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória com prazo razoável. Essa
carta precatória não suspenderá a instrução criminal. Findo o prazo estabelecido para
o cumprimento da carta precatória pode ser procedido o julgamento.
Nessa audiência também deverá proceder-se os esclarecimentos dos peritos,
se as partes assim requererem previamente, às acareações e o reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e, por fim, procedendo-se
os debates.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Todas as provas deverão ser produzidas nessa audiência, desde que o juiz as
considere relevantes, pertinentes e de possível apresentação imediata, ou seja, não
protelatórias. Nenhum ato deverá ser adiado, salvo quando imprescindível a prova
faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Havendo ou não a suspensão da audiência, a testemunha que comparecer será
inquirida.
No debate serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos,
respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos. Se
houver mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será
individual. E o assistente do MP, por sua vez, terá direito à manifestação por 10
minutos, após a manifestação do primeiro, prorrogando-se por igual período o tempo
da manifestação da defesa. Logo após os debates o juiz proferirá sentença.
O juiz terá 30 dias para concluir o processo, independente de o réu estar solto
ou preso

5. Relatório 

Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo


juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela
apresentados. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a
obter maior fidelidade das informações. No caso de registro por meio audiovisual,
será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de
transcrição. 

6. Ação Civil

A Lei nº 11.719/08 institui um parágrafo único no artigo 63 do CPP o qual prevê


que "transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caputdo art. 387 deste Código sem
prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido".
Assim sendo permite ao juiz criminal, ao sentenciar, que profira, além da
decisão do mérito, uma condenação certa e determinada e em parte líquida, que pode
ser executada de plano pela vítima que sofreu o dano e pretende reparação.

Recurso em sentido estrito

Após a explicação geral sobre o procedimento ordinário no processo penal,


adentramos no estudo do Recurso em sentido estrito, que se encontra previsto a
partir do art. 581 até o art. 592 do Código de Processo Penal.

1. Conceito
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

É o recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas


matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova
apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância.

2. Competência para o julgamento

O recurso em sentido estrito deve ser endereçado ao Tribunal competente para


apreciá-lo, mas a interposição far-se-á perante o juiz recorrido, para que este possa
rever sua decisão, ou seja, realizar o juízo de retratação.

3. Prazos

O prazo para interposição será de 5 (cinco) dias (art. 586, caput, CPP), que
poderá ser feito por uma petição simples, ou seja, sem as razões ou termo nos autos.
Destaca-se que quando for interposta uma petição simples, o prazo para o
oferecimento das razões será de 2 (dois) dias (art. 588, caput, CPP), a contar
da intimação (art. 798, § 5º, “a”, CPP) do recorrente para o oferecimento das razões.
No prazo de 2 dias, a contar da intimação, a parte recorrida deverá oferecer
contrarrazões.
Se a interposição for feita pelo assistente de acusação não habilitado, o prazo
será de 15 dias para interposição (arts. 584, § 1º, c/c 598, parágrafo único, CPP).
Para quem entende que não houve a revogação do inciso XIV, exclusivamente
nessa hipótese, o prazo para recorrer será de 20 dias para a interposição, a contar da
data da publicação da lista de jurados.
A tempestividade do recurso será considerada no prazo de interposição, de
modo que o oferecimento das razões fora do prazo de 2 dias é mera irregularidade
que não prejudica a admissão do recurso.

4. Hipóteses de cabimento
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O recurso em sentido estrito cabe nas hipóteses previstas no art. 581, do CPP.
Sendo assim, caberá o presente recurso da decisão, despacho ou sentença:
I – Que rejeitar a denúncia ou queixa: cuida-se da hipótese de recurso contra
decisão interlocutória mista terminativa ou, simplesmente, sentença terminativa. Na
situação inversa, ou seja, de recebimento da denúncia ou queixa, é incabível esse
recurso, podendo o acusado valer-se do habeas corpus. Destaca-se que se tratando
de decisão que rejeita denúncia ou queixa que capitula infração de competência do
Juizado Especial Criminal, será também cabível o recurso de apelação para a Turma
Recursal (art. 82, caput, da Lei nº 9.099/95);
II – Que concluir pela incompetência do juízo: trata-se da decisão pela qual o
julgador reconhece espontaneamente (ex officio) sua incompetência para julgar o
feito, sem que tenha havido oposição de exceção pelas partes (procedimento
incidental), pois, nesta última hipótese, o recurso terá fundamento no inciso III;
Obs: Havendo desclassificação na fase da pronúncia (art. 419) em crimes de
competência do júri, será cabível a interposição do recurso com fulcro neste inciso.
III – Que julgar procedente exceção, salvo a de suspeição: o art. 95, do CPP,
enumera as cinco exceções oponíveis, a saber: suspeição, incompetência do juízo,
litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada;
IV – Que pronunciar o réu: no primeiro caso, temos uma decisão interlocutória mista
não terminativa, que encerra uma fase do procedimento, sem julgar o mérito, isto é,
sem declarar o réu culpado;

V – Que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir


requerimento de prisão preventiva ou revoga-la, conceder liberdade provisória
ou relaxar a prisão em flagrante: a concessão da fiança, medida de contracautela, é
regulada pelos arts. 322 e seguintes, do CPP. A decisão pela qual o juiz confirma a
fiança arbitrada pela autoridade policial equivale à de arbitramento pelo magistrado,
sendo cabível o recurso em sentido estrito. As partes podem insurgir-se contra a
decisão ainda que para discutir somente o valor da fiança exigida, quando o reputem
insuficiente ou exagerado. O recurso pode ser tirado, também, da decisão que
conceder a liberdade provisória ou relaxar prisão em flagrante.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Frisa-se que a decisão que decreta a prisão preventiva, ou aquela que indefere
pedido de relaxamento do flagrante, bem assim a decisão que não concede a
liberdade provisória, são irrecorríveis, podendo ser objeto de impugnação por via de
habeas corpus;
VII – Que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor: considera-se quebrada
a fiança nas seguintes hipóteses dos arts. 327, 328, 341, 344 do CPP. Decretada a
quebra da fiança ou o perdimento de seu valor, caberá recurso em sentido estrito;
VIII – Que decretar a prescrição ou julgar por outro modo, extinta a punibilidade:
reconhecida a existência de qualquer causa extintiva da punibilidade, é cabível o
recurso em sentido estrito;
Obs: As decisões proferidas em sede de execução, no entanto, são impugnáveis por
via de agravo (art. 197, da LEP).
IX – Que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa
extintiva da punibilidade: passível de impugnação por via do recurso em sentido
estrito a decisão que desacolhe requerimento de reconhecimento de causa extintiva
da punibilidade;
X – Que conceder ou negar a ordem de habeas corpus: proferida a sentença em
habeas corpus pelo juiz de primeiro grau, poderá ser interposto recurso em sentido
estrito;
Obs: A decisão concessiva da ordem, além de impugnável pelo recurso voluntário,
está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório (recurso de ofício), nos termos do
disposto no art. 574, inciso I, do CPP.

XI – Que conceder, negar ou revogar a suspensão da pena (art. 77, CP); Trata-se
de inciso inaplicável, pois se o sursis for concedido ou negado na sentença penal
condenatória, será cabível apelação, ainda que esse seja o único ponto contra o qual
se recorra (art. 593, § 4º, CPP);
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional: Por se tratar de


decisão proferida pelo juízo de execução penal, desde da entrada em vigor da Lei de
Execução Penal (Lei nº 9.210/1984), tal decisão não mais é impugnável pelo recurso
em sentido estrito, mas pelo Agravo em execução, nos termos art. 197, da Lei de
Execução Penal (REVOGADO);
XIII – Que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte: a
decisão pela qual o juiz declara nulo o processo, no todo ou em parte, é enfrentada
pelo recurso em sentido estrito (art. 564 e segs. CPP);
XIV – Que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir: anualmente, é
organizada a lista geral de jurados, que se publicará em novembro e poderá ser
alterada de ofício ou por reclamação de qualquer cidadão, até a publicação da lista
definitiva, que ocorre no dia 10 de novembro de cada ano (art. 426, § 1º, CPP). A lista
definitiva pode, então, ser impugnada por via de recurso em sentido estrito, no prazo
de 20 dias, dirigido ao presidente do Tribunal de Justiça.
Salienta-se que podem recorrer o Ministério Público e qualquer pessoa que
tenha interesse, em geral o jurado excluído ou incluído na lista (art. 426, CPP);
XV – Que denegar a apelação ou a julgar deserta: cabível o recurso em sentido
estrito da decisão que, por qualquer motivo, nega seguimento à apelação. Trata-se de
decisão por meio da qual o magistrado realiza juízo de admissibilidade do recurso;
Obs: Cuida-se de exceção à regra segundo a qual é cabível a carta testemunhável
como meio de impugnar decisão que nega seguimento a recurso. Assim, se o juiz não
recebe o recurso em sentido estrito interposto contra a decisão que negou
seguimento à apelação, poderá a parte valer-se da carta testemunhável.
XVI – Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial:
questões prejudiciais são as matérias que devem ser apreciadas pelo juiz antes de
julgar a lide principal, relativas a um elemento constitutivo do crime e que subordinam,
necessariamente, a decisão da causa. Em tais casos, há relação de dependência
lógica entre a questão prejudicial e a questão principal (ou prejudicada);
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

XVII – Que decidir sobre a unificação de penas: por se tratar de decisão proferida
pelo juízo de execução penal, desde a entrada em vigor da Lei de Execução Penal
(Lei nº 9.210/1984), tal decisão não mais é impugnável pelo recurso em sentido
estrito, mas pelo Agravo em execução, nos termos art. 197, da Lei de Execução
Penal.
XVIII – Que decidir o incidente de falsidade (art. 145, CPP): o dispositivo refere-se
à decisão proferida no processo incidente instaurado a pedido de alguma das
partes para constatar a autenticidade de documento que se suspeita falso;
XIX – Que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em
julgado: houve a revogação tácita do inciso, pela Parte Geral do CP, inteiramente
modificada pela Lei 7.209, de 1984. Ademais, por se tratar de decisão proferida pelo
juízo de execução penal, desde da entrada em vigor da Lei de Execução Penal (Lei nº
9.210/1984), tal decisão não mais é impugnável pelo recurso em sentido estrito, mas
pelo Agravo em execução, nos termos art. 197, da Lei de Execução Penal;
XX – Que impuser medida de segurança por transgressão de outra: houve a
revogação tácita do inciso, pela Parte Geral do CP, inteiramente modificada pela Lei
7.209, de 1984. Ademais, por se tratar de decisão proferida pelo juízo de execução
penal, desde da entrada em vigor da Lei de Execução Penal (Lei nº 9.210/1984), tal
decisão não mais é impugnável pelo recurso em sentido estrito, mas pelo Agravo em
execução, nos termos art. 197, da Lei de Execução Penal;
XXI – Que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774:
houve a revogação tácita do inciso, pela Parte Geral do CP, inteiramente modificada
pela Lei 7.209, de 1984. Ademais, por se tratar de decisão proferida pelo juízo de
execução penal, desde da entrada em vigor da Lei de Execução Penal (Lei nº
9.210/1984), tal decisão não mais é impugnável pelo recurso em sentido estrito, mas
pelo Agravo em execução, nos termos art. 197, da Lei de Execução Penal; 
XXII – Que revogar a medida de segurança: houve a revogação tácita do inciso,
pela Parte Geral do CP, inteiramente modificada pela Lei 7.209, de 1984. Ademais,
por se tratar de decisão proferida pelo juízo de execução penal, desde a entrada em
vigor da Lei de Execução Penal (Lei nº 9.210/1984), tal decisão não mais é
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

impugnável pelo recurso em sentido estrito, mas pelo Agravo em execução, nos
termos art. 197, da Lei de Execução Penal;
XXIII – Que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei
admita a revogação: houve a revogação tácita do inciso, pela Parte Geral do CP,
inteiramente modificada pela Lei 7.209, de 1984. Ademais, por se tratar de decisão
proferida pelo juízo de execução penal, desde a entrada em vigor da Lei de Execução
Penal (Lei nº 9.210/1984), tal decisão não mais é impugnável pelo recurso em sentido
estrito, mas pelo Agravo em execução, nos termos art. 197, da Lei de Execução
Penal; 
XXIV – Que converter a multa em detenção ou em prisão simples: o art. 51 do
CP, com a redação que lhe deu a Lei 9.268/1996, não mais admite a conversão da
multa de pena privativa de liberdade. Ainda que permitisse, tal decisão seria em sede
de execução, razão pela qual seria impugnável através do Agravo. Não é, pois, mais
cabível o recurso em sentido estrito por tal fundamento;
XXV – Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução
penal, previsto no art. 28-A desta Lei: poderá ser interposto tanto pelo Ministério
Público quanto pela defesa do investigado, visto que ambos, eventualmente, podem
ter interesse em sua reforma.

5. Efeitos

O recurso em sentido estrito em regra, provoca o efeito devolutivo, ou seja, a


devolução do julgamento da matéria ao segundo grau de jurisdição, e o efeito
regressivo, que consiste na possibilidade de o próprio juiz reapreciar a decisão
recorrida (juízo de retratação).
Importante mencionar que a regra é a não produção do efeito suspensivo,
salvo nas hipóteses elencadas no art. 584 do CPP.
Obs: O recurso da decisão de pronúncia suspenderá o julgamento pelo
Tribunal do Júri (§ 2°, art. 584 do CPP). Caso exista posterior interposição de
recursos especial (STJ) e extraordinário (STF), atentar para o fato de que tais
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

instrumentos não possuem efeito suspensivo automático, sendo necessária medida


cautelar para este fim.
Ao término da aula expositiva, tendo por base um modelo disponibilizado pelo
professor, fomos orientados a elaborar uma peça processual, ou seja, um recurso em
sentido estrito, a partir das informações contidas na sentença de pronuncia. Cabe
destacar, que nos foi oportunizado o direito de escolha de defender um dos réus
pronunciado, a fim de impugnar a decisão do magistrado e tentar evitar que o caso vá
a julgamento no tribunal do júri. A referida atividade deverá ser elaborada e postada
via portal Moodle até o dia 28/10/2020.

AULA 02: 28/10/2020 - EAD

Na aula em questão o assunto a ser abordado foi o recurso de Apelação, o


mesmo tem sua previsão legal a partir do art. 593 até o art. 603 do código do
processo Penal.
A Apelação é uma modalidade recursal instrumentalizada para levar
demanda de revisão de decisão judicial ao conhecimento do juízo ad quem  para
fins de reexame de sentenças definitivas ou com força de definitivas prolatados
pelos juízos a quo.
A Apelação poderá, portanto, ser ampla se a impugnação abranger toda a
decisão e parcial se ficar adstrita a parte dela. Na Apelação vigora
o Princípio tantum devolutum quantum appelatum. Ou seja, o Juízo ad
quem  somente conhecerá a matéria abrangida pela Apelação.

Das Hipóteses de Cabimento

De acordo com o que prescreve o art. 593, CPP, são apeláveis as


seguintes decisões:
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Dos Efeitos do Recurso de Apelação


 
O recurso de Apelação possui sempre o efeito devolutivo. Ele também
enseja a apreciação da matéria não arguida pelas partes, se verificadas
quaisquer nulidades absolutas, salvo se em recurso exclusivo da acusação. O
efeito suspensivo da Apelação em caso de condenação é a regra.
Todavia, há exceção para evitar a manutenção do réu preso ou ser
recolhido. Outrossim, se a sentença é absolutória a Apelação não terá efeito
suspensivo, não impedindo a imediata colocação do réu em liberdade, cf. art.
596, CPP:

Art. 596.  A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja
posto imediatamente em liberdade.
 
A Apelação possui ainda o efeito extensivo pois que a decisão que
favorece um dos réus, se não de caráter pessoal, a todos os outros
aproveitará, cf. art. 580, CPP:

Art. 580.  No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a


decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos
outros.

Do Procedimento

O prazo para apelar é de 5 dias, contados a partir da intimação da


sentença às partes, devendo o réu e seu defensor ser intimados, cf. art. 593,
caput, CPP:

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias.


 
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O Assistente de Acusação tem o prazo de 15 dias para recorrer, se não


habilitado. Todavia, se o Assistente da Acusação já estava habilitado nos Autos
o prazo também será de 5 dias também contado a partir do término do prazo do
MP. Vide art. 598, parágrafo único, CPP:

Parágrafo único.  O prazo para interposição desse recurso será de quinze


dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
 

Reformatio in pejus

Nos casos de haver recurso exclusivo da defesa, conforme disposto no art. 617
do CPP, o juízo ou tribunal não poderá agravar a situação do réu (ne reformatio in
pejus). Considera-se reformatio in pejus qualquer agravamento – em recurso
exclusivo da defesa – da situação jurídica do condenado, como, por exemplo,
aumento da pena, mudança do regime de execução entre outros. Não é considerada
como tal a simples alteração da tipificação (emendatio libelli) ou a mudança dos
fundamentos da decisão.
Destaca-se que também é vedada a reformatio in pejus, que ocorre quando,
depois de anulada a sentença condenatória, o juiz ou tribunal agrava a situação
jurídico penal imposta pela decisão anulada em recurso exclusivo da defesa. Assim,
por exemplo, se, condenado a quatro anos de reclusão por roubo simples (CP, art.
157, caput), cuja sentença foi anulada por conta de apelação interposta pela defesa, a
nova decisão condenatória não poderia fixar pena superior.
Com relação às decisões do tribunal do júri, o tema é controvertido. De um
modo geral, entende-se, porém, que o princípio ne reformatio in pejus atinge apenas a
decisão do juiz-presidente, não o veredictum dos jurados, que podem, em tese,
reconhecer qualificadoras ou causas de aumento de pena não reconhecidas
anteriormente, por força da soberania dos veredictos. Assim, o tribunal do júri poderá
condenar o réu por homicídio qualificado, diversamente do júri anterior que o
condenou apenas por homicídio simples, afastando as qualificadoras.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Apesar disso, a pena antes aplicada vinculará a decisão do juiz-presidente


quando for imposta a mesma condenação. Exemplo: se o réu for novamente
condenado por homicídio simples, a nova pena não pode exceder a aplicada no
primeiro julgamento.
Entretanto, nada impede, que, apreciando recurso exclusivo da acusação, o
tribunal decida em favor do réu, podendo anular a decisão, absolver o réu ou atenuar
a pena (reformatio in mellius). Ou conceder habeas corpus de ofício.
Importante destacar que de acordo com a Súmula 160 do STF, “é nula a
decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.

Juízo de admissibilidade

A admissibilidade do recurso de apelação compete tanto ao juízo quanto ao


tribunal, que poderão negar-lhe seguimento sempre que estiver em desacordo com a
lei (intempestividade, deserdação).
Quando inadmitido, sobrevirá novo gravame e, eventualmente, novo recurso.
No caso de não recebimento da apelação, por exemplo, caberá recurso em sentido
estrito (CPP, art. 581, XV) e, se este também não for recebido é possível interpor
carta testemunhável (CPP, art. 639, I).

Concluída a respectiva aula, fomos incumbidos de realizar um recurso de


apelação a partir das informações contidas na sentença condenatória disponibilizada
pelo professor aula, juntando as razões. A referida atividade deve postada via portal
Moodle até a próxima aula.

AULA 03: 11/11/2020 – EAD

Na referida aula o professor iniciou os trabalhos discorrendo sobre as varias


modalidades de recursos existentes no processo penal.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Embargos de Declaração (Art. 619 E 620 do CPP)

Em 2º grau: Cabe contra os acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação,


Câmaras ou Turmas.
Prazo - 2 dias, contados da publicação do acórdão.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Qualquer parte pode interpor embargos de declaração.


Hipóteses de Cabimento: cabe quando o acórdão for omisso, obscuro, ambíguo ou
contraditório.
É possível embargos contra o acórdão e não contra a ementa.
Finalidade - visa esclarecer o acórdão. Às vezes a finalidade é alterar o sentido da
decisão. Exemplo: em casos de contradição. Normalmente não se ouve a parte
contrária (inaudita altera parte).
Julgamento - é competência do mesmo órgão que decidiu a causa que julga.
Os embargos interrompem o prazo para recurso. Exceção: Lei dos Juizados, onde
os embargos suspendem o prazo.

Recurso Especial

É recurso destinado a dar ao Superior Tribunal de Justiça a possibilidade de


julgar questão federal de natureza infraconstitucional, decidida anteriormente por
Tribunal Regional Federal ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios. Sua finalidade é garantir a autoridade das leis federais e uniformizar sua
aplicação em todo o país.
Conforme dispõe o art. 105, III, da Constituição Federal, o recurso especial
será cabível contra as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios
quando a decisão recorrida:

I. contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência (art. 105, III, a, da


CF);

II. julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal (art. 105,
III, b, da CF);

III. der a lei federal interpretação divergente da que lhe tenha atribuído outro
tribunal (art. 105, III, c, da CF).
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Assim como o extraordinário, o recurso especial também não é cabível para


simples reexame de prova. O prequestionamento também é requisito de
admissibilidade do recurso especial (é indispensável que o acórdão recorrido tenha
apreciado a questão que constitui objeto do recurso. Por essa razão, se a corte
recorrida tiver se omitido em apreciar a matéria, deverá a parte interessada ingressar
com embargos de declaração sob pena de inviabilizar o recurso especial).
As normas relativas aos prazos, ao processamento e aos efeitos do recurso especial
são idênticas às do recurso extraordinário.

Carta Testemunhal (art. 639 ss do CPP)

É um recurso subsidiário. Visa das andamento a um outro recurso.


Finalidade: visa promover o andamento de outro recurso que não foi recebido ou que
foi paralisado.
Hipótese de Cabimento: cabe apenas em se tratando de Recurso em Sentido Estrito,
Protesto por Novo Júri e Agravo em Execução.
Aspectos Procedimentais: É um recurso dirigido ao escrivão ou diretor do cartório.
Prazo: 48 horas (conta-se minuto a minuto). Na prática, conta-se 2 dias. Não tem
efeito suspensivo (Art. 646, CPP).
O escrivão e labora um instrumento. Em seguida vem as razões e a contra -razões.
Ato seguinte, os autos vão ao juiz que pode retratar-se. Se não se retratar, o
recurso sobe ao Tribunal.
Se a carta estiver bem instruída, o Tribunal pode julgar a Carta Testemunhável e o
Recurso que estava paralisado (Art. 644, CPP).
Correição Parcial

É o instrumento de impugnação das decisões que importem em inversão


tumultuária de atos do processo e em relação às quais não haja previsão de recurso
específico.
No passado já se atribuiu à correição, natureza de providência administrativo-
disciplinar, destinada à tomada de medidas censórias contra o juiz.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Atualmente, não se nega que tenha natureza de recurso, uma vez que tem por
finalidade a reforma pelos tribunais de decisão que tenha provocado tumulto
processual.
Podem interpor correição parcial o acusado, o Ministério Público ou o
querelante, bem como o assistente de acusação. A correição destina-se a impugnar
erro ou abuso quanto a atos e fórmulas do processo, desde que importem em tumulto
procedimental.
É cabível sua interposição, portanto, apenas quando se tratar de error in
procedendo, mostrando-se inadmissível quando a decisão que se reputa equivocada
versar sobre matéria de mérito (error in judicando). O prazo para pedir a correição
parcial é de 5 dias.
Será cabível a correição, dentre outros, nos seguintes casos:
a) quando o juiz não remeter os autos de inquérito já findo à polícia para a
realização das diligências requeridas pelo promotor de justiça;
b) quando o juiz, nada obstante haver promoção de arquivamento lançada no
inquérito, determinar o retorno dos autos à polícia, para prosseguimento das
investigações;
c) da decisão que indeferir a oitiva de testemunha tempestivamente arrolada.

Recurso Extraordinário

Trata-se de recurso endereçado ao Supremo Tribunal Federal para combater


decisão judicial contra a qual não caiba outro recurso, que tem como premissa a
ofensa a norma constitucional, e por finalidade, a uniformização na aplicação das
regras da Carta Magna em todo o território nacional. As hipóteses de cabimento do
recurso extraordinário são taxativas e os critérios para sua admissibilidade, são
restritivos.
Nos termos do art. 102, III, da Constituição Federal, o recurso extraordinário
será cabível contra causas decididas, em única ou última instância, quando a decisão
recorrida:
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

I. contrariar dispositivo da Constituição;

II. declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

III. julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição;

IV. julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

O recurso extraordinário só tem cabimento quando nenhum outro recurso pode


ser interposto e desde que a parte tenha se utilizado de todas as vias recursais
possíveis. Exige-se também o que se denomina prequestionamento, ou seja, que o
acórdão recorrido tenha apreciado, explicitamente, a questão que constitui objeto do
recurso extraordinário.
Tem legitimidade para recorrer extraordinariamente a parte sucumbente:
Ministério Público, querelante ou defesa. O prazo é de 15 dias a partir da publicação
do acórdão.

Recurso Ordinário Constitucional

A Constituição prevê hipóteses de cabimento de recurso ordinário dirigido,


conforme o caso, ao STF (art. 102, II, da CF) ou ao STJ (art. 105, II, da CF).
A interposição do recurso ordinário devolve ao STF ou ao STJ o reexame de
todas as matérias decididas pelo tribunal recorrido, de fato ou de direito, respeitada a
limitação feita pela parte. Esse recurso ostenta, portanto, efeito equivalente ao da
apelação.
Em matéria penal, cabe ao STF julgar recurso ordinário referente a:

I. decisão denegatória de habeas corpus e de mandado de segurança


decididos em única instância pelos Tribunais Superiores (art. 102, II, a, da CF);
II. crime político (art. 102, II, b, da CF).
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Ao STJ, por sua vez, compete julgar, em recurso ordinário:

I. os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória (art. 105, II, a, da CF);

II. os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão (art. 105, II, b, da CF).

Revisão Criminal

É instrumento processual que pode ser utilizado somente em favor do acusado


e que visa rescindir sentença penal condenatória transitada em julgado. Funda-se no
princípio de que a verdade formal já espelhada na sentença deve ceder passo ante a
necessidade de corrigir-se eventual injustiça.
Embora esteja disciplinada no Título que o Código reserva para os recursos, a
revisão criminal é, em verdade, ação autônoma de impugnação, que se destina a
desconstituir sentença ou acórdão transitado em julgado naquilo que se revelar
desfavorável ao acusado. Diferentemente do que ocorre em relação aos recursos, a
revisão criminal dá ensejo a uma nova relação jurídica processual, não se limitando a
prolongar aquela já constituída. Ressalta-se que a Revisão Criminal só é admitida em
prol do acusado (CPP, art. 621).
A revisão dos processos findos será admitida:

I. quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal


ou à evidência dos autos;

II. quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou


documentos comprovadamente falsos;
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

III. quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do


condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena.

Esta modalidade de recurso, pode ser interposta a qualquer tempo após o


trânsito em julgado, não existindo dessa forma, prazo de decadência para seu
ajuizamento, todavia deve ser interposta até o prazo de 2 anos após o trânsito em
julgado.

Após a exposição dos conteúdos a priori relacionados, fomos incumbidos da


realização de uma atividade avaliativa, cujo objetivo é o de elaborar um recurso
ordinário constitucional do seguinte caso:

“No dia 10 de setembro de 2020, José Cardoso, em uma briga no “Bar da Tite”,
disparou dois tiros contra Fernando Silva, causando sua morte. Dois dias depois, no
dia 12 de setembro, José apresentou-se espontaneamente ao delegado plantonista,
que o prendeu em flagrante.
Em virtude da ilegalidade da prisão em flagrante, o José ajuizou relaxamento
da prisão em flagrante, denegado pelo juiz da 2ª Vara da Comarca de Fraiburgo. Da
decisão, impetrou habeas corpus, ao Tribunal de Justiça do Estado de Santa
Catarina, que denegou a ordem por entender legal a prisão em flagrante”.

A referida atividade deverá ser realizada e postada via Moodle até o dia
18/11/2020.

AULA 04: 18/11/2020 – EAD

Ficou agendada para essa data a atividade final da disciplina de Prática


Teórica/jurídica Penal. A atividade proposta foi um Recurso de Apelação, com base
na sentença disponibilizada pelo professor.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

A atividade em questão deverá ser elaborada e postada via portal Moodle até
as 11:30 horas do presente dia.

2.1.3.1 Anexos
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

2.2 ATIVIDADES REALIZADAS NA PRÁTICA JURÍDICA

O Núcleo de Prática Jurídica é um espaço criado para estudantes do curso de


Direito terem a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos teóricos
aprendidos em sala de aula, principalmente no que refere aos atendimentos de casos
reais, aos quais teoricamente seriamos expostos.
Cabe ressaltar que no semestre em questão, as atividades do Núcleo
de Práticas Jurídicas foram suspensas em razão da Pandemia de Covid-19. Sendo
assim, houve um comprometimento da aplicação prática dos conhecimentos
adquiridos durantes as aulas em EAD, todavia acreditamos que tal defasagem de
experiencia prática extremamente necessária para nossa formação acadêmica
possa ser suprida no decorrer do curso.

2.2.1 Relato das Atividades

DIA - 12/08/2020 – EAD

Atividade de Prática Jurídica Civil

O usufruto conceitua-se como o direito real de uso e fruição sobre coisa


alheia que atribui ao titular, denominado de usufrutuário, temporariamente, o direito
de usar e fruir do bem móvel, imóvel ou universalidades pertencentes ao  nu-
proprietário.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O usufrutuário detém os poderes de usar e fruir da coisa, explorando-a


economicamente, tendo a posse direta da res. Já o nu-proprietário é o dono do bem,
despido dos poderes elementares, detendo apenas o direito à substância da coisa
(jus dispodendi).
O Código Civil dispõe os casos em que é possível extinguir o usufruto, tais
eles:

Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de


Registro de Imóveis:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi
constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que
se começou a exercer;
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408,
2ª parte, e 1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os
bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no
usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação
prevista no parágrafo único do art. 1.395;
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts.
1.390 e 1.399). (BRASIL, 2002).

Após breve exposição do conteúdo a priori descrito, fomos incumbidos de


realizar a atividade, com base no caso a seguir exposto:

“ARMANDO CLAUSS, brasileiro, casado, bancário, portador do RG xxxxxxx e


devidamente inscrito no CPF sob nº xxxxxxx, residente e domiciliado na Avenida Beira
Mar Norte, Florianópolis-SC; relatando o seguinte fato:
Que na data de 10 de junho deste ano realizou compromisso de compra e
venda de um imóvel com as seguintes características:

IMÓVEL URBANO registrado junto ao Registro de Imóveis da


Comarca de Fraiburgo sob matrícula nº 0000 constituído por
“terreno urbano, sem benfeitorias, com área de 1.832,42 m2
(hum mil oitocentos e trinta e dois metros e quarenta e dois
decímetros quadrados), situado nesta cidade, do lado ímpar da
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Rua XXXXXXX, com xxxx metros; Fundos com o lote nº 282,


com xxxx metros; Lado Direito, com Frederico Koehler, com
xxxxxxx metros; Lado Esquerdo, com o lote nº 167 com xxxxx
metros.

O valor da compra do imóvel é de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais),


os quais foram pagos à vista.
Referido imóvel possui como nu-proprietário CARLOS JOSÉ AZUR, brasileiro,
casado, professor, portador do RG nº xxxxxxxx e devidamente inscrito no CPF sob nº
xxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua Coronel Américo nº 901, Fraiburgo-SC.
Como usufrutuário do imóvel tem-se a genitora de Carlos, Sra. IRACEMA
AZUR, brasileira, viúva, aposentada, portador do RG nº xxxxxxxx e devidamente
inscrita no CPF sob nº xxxxxxxxxx.
A genitora de Carlos residiu no imóvel até janeiro de 2018, quando foi
transferida para o Residencial Geriátrico Vô Nenê, em Caçador-SC, tendo em vista
ser portadora de “Mal de Alzheimer”. Desta forma a mesma sofreu processo de
interdição, representada pelos autos nº xxxxxxxxxxx, tendo seu filho como curador.
Desta forma, em não estando mais a usufrutuária residindo no imóvel, e
necessitando o nu-proprietário de valores para mantença da mesma e também de sua
família, pretende realizar ação judicial para “baixar” o usufruto do referido imóvel,
podendo realizar a transferência do imóvel ao comprador”.

Na qualidade de advogados de Carlos José Azur, realizem a ação competente.


A referida atividade deve ser realizada e enviada via portal Moodle até o final da
presente aula.

DIA - 09/09/2020 – EAD –

Atividade de Prática Jurídica Civil.


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O inventário é um procedimento que pode ser judicial ou extrajudicial, cuja


finalidade é transferir a propriedade do falecido (de cujus) para os que ficaram vivos,
ou seja, os herdeiros, fazendo um levantamento de tudo o que ele possuía, a fim de
que a divisão entre seus sucessores seja igualitária.
Destaca-se que existem alguns cuidados importantes que devem ser seguidos
no momento em que for fazer as declarações da certidão de óbito, é crucial ter a
plena convicção do que esta declarando: a quantidade de filhos, de bens e o estado
civil, tais exemplos configuram fatores que podem alterar o prosseguimento do
inventário. Nos casos onde houver a hipótese de algum dado da Certidão de Óbito
estar incorreto, antes de dar inicio ao inventário, será necessário entrar com uma
ação judicial de retificação de documento, onde será discutido com o Estado-Juiz os
motivos pelos quais as alegações estavam incorretas, o que acarretará em um atraso
significativo na abertura as herança do de cujus.

Modalidades de inventário

Existem duas modalidades de inventário, Inventário Judicial e Inventário


Extrajudicial.

Inventário Judicial: ocorre por meio de um processo judicial, essa é a


modalidade obrigatória de inventários nos casos em que houver menores ou
incapazes, discordância quanto à partilha dos bens, algum envolvido não estiver
devidamente representando, ou também, quando o falecido deixar testamento.
Destaca-se que havendo testamento, serão abertas duas ações judiciais: uma
para reconhecer o testamento e outra para realizar o processo de inventário em
si.

Procedimentos do inventário judicial


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

 Inventário por arrolamento sumário: é utilizado independente do


valor da herança, porém, é necessário que os herdeiros sejam todos capazes e
estejam em comum acordo (art. 659 e ss, CPC);

 Inventário por arrolamento comum: é utilizado quando o valor da


herança for igual ou inferior a mil salários mínimos. Os herdeiros podem ser
capazes ou incapazes (art. 664, CPC);

 Inventário por arrolamento tradicional: cabível quando nenhum


dos outros forem cabíveis.

Inventário Extrajudicial: é o inventário realizado no cartório, por meio de


escritura pública, desde que todos os envolvidos sejam capazes, concordes e
devidamente representados por advogado. Nesta modalidade não pode haver
testamento. Este inventário poderá ser realizado em qualquer cartório de notas,
independentemente do domicilio das partes, do óbito e dos bens.

Importante mencionar que o inventario na modalidade judicial, é uma ação


que demanda um tempo significativo, a depender do número de bens do de
cujus, da quantidade de herdeiros que estão disputando o patrimônio e se o
falecido deixou dívidas. Já o inventário extrajudicial é mais célere, todavia, todas
as taxas que envolvem o inventário, deverão ser pagas à vista no cartório.
Salienta-se que é obrigatória a presença de um advogado na ação de
inventário, tanto no judicial quanto no extrajudicial.

Prazo

O inventário deverá ser aberto dentro do prazo de 60 dias, a fim de que


nele não incidam multas e juros referentes ao seu início atemporal.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

 Em seguida, com o objetivo de aplicarmos nossos conhecimentos, recebemos


a seguinte situação fática:

Você foi procurado em seu escritório por Joaquim Nabos, brasileiro, solteiro,
aposentado, que relatou o seguinte:

“Que conviveu maritalmente por cerca de 25 anos com a Sra. Ancelma Magali,
brasileira, solteira, do lar, residente e domiciliada nesta cidade de Fraiburgo/SC. Que
a “de cujus” faleceu sem deixar testamento na data de 14 de agosto de 2019, aos 91
anos, tendo como causa mortis acidente vascular cerebral. Que possuíam três filhos,
quais sejam:

01. Sebastião Magali, brasileiro, viúvo, motorista, residente e domiciliado


nesta cidade;
02. Marta Magali Normes, brasileira, secretária, casada com José Normes
pelo regime de comunhão parcial de bens;
03. Alceu Magali, brasileiro, casado com Janete J. Magali pelo regime de
comunhão universal de bens. O mesmo faleceu em 2015 deixando dois filhos
menores: Carlos Magali de quatro anos e Joana Magali de sete anos.
Que a inventariada faleceu deixando o seguinte bem, adquirido em comunhão
de esforços:

 Propriedade de um terreno rural, sem benfeitorias, com


área de 6.210 m2 (seis mil duzentos e dez metros
quadrados), situado nesta cidade, na X de Novembro, como
comprova a certidão do Cartório de Registro de Imóveis –
matriculado sob o nº 0000, no Cartório de Registro de
Imóveis da Comarca de Fraiburgo – SC, avaliado em R$
275.000,00 (duzentos e setenta e cinco mil reais).
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

O bem e direito relacionado é o único cuja existência é de conhecimento do


inventariante, não havendo dívidas passivas”.
Desta forma, como advogado de Joaquim Nabos, devemos realizar a ação
competente. Esta atividade deve ser realizada e enviada via portal Moodle até o final
da presente aula.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

2.2.1.1 Anexos

2.3 ATIVIDADES REALIZADAS NA PRÁTICA FORENSE

2.3.1 Relatório do Julgamento da sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal


Federal
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

ANEXO

2.3.2 Relatório do Júri Real


FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

ANEXO

2.4 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

Localização e estrutura: Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP, rua


Arnoldo Frey, 422 - Centro - Fraiburgo-SC no Núcleo de Práticas Jurídicas - NPJ.

Período de realização: 29/08/2020 a 26/12/2020

Orientação: Aldair Marcondes, Ana Lilian Azevedo e Jociane Machiavelli.

2.5 METODOLOGIA

Em relação ao estágio obrigatório realizado no Núcleo de Práticas


Jurídicas, destacamos o quão relevante e importante foram as aulas ministradas na
modalidade em EAD pelos nossos professores, nas três áreas a priori
mencionadas. Enfatizamos que conciliar o saber adquirido nos bancos acadêmicos
com as atividades práticas é algo imprescindível e necessário para a nossa
formação profissional.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Entretanto, em razão da Pandemia de Covid-19 as atividades presenciais e


práticas do Núcleo foram suspensas, razão pelo qual podemos afirmar que houve
um comprometimento significativo no processo formativo, haja visto que, não
conseguimos conciliar o conhecimento teórico assimilado com as atividades
práticas.

2.6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E AS RESPECTIVAS ANÁLISES E


DISCUSSÕES

2.6.1 Área de Atuação: As aulas não presenciais foram planejadas no


sentido de atender nossos anseios, nos capacitando para atuarmos de maneira
correta e profissional no exercício futuro de nossas atividades profissionais.

2.6.2 Descrição de Equipamentos: Durante as aulas em EAD utilizamos


recursos tecnológicos, como: vídeos aulas, chat, lives, entre outros, além de
doutrinas e códigos que nortearam e embasaram nossos estudos.

2.6.3 Carga Horária: A carga horária de 80 horas distribuída entre as disciplinas


ministradas em sua maioria em EAD, podem ser consideradas válidas, mas
obviamente que de modo algum suprem a qualidade das aulas presenciais

2.6.4 Reflexões e Planos de Melhoria: Acreditamos que os conhecimentos


adquiridos através das aulas que aconteceram em sua maioria em EAD, ampliaram
nossos conhecimentos, nos dando dessa forma um possível direcionamento para qual
área futuramente poderemos nos especializar e vir a atuar profissionalmente
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

3 CONCLUSÃO

Ao final de mais uma etapa de Estágio Curricular Supervisionado no Núcleo de


Práticas Jurídicas, permeado por inúmeros percalços, ocasionados pela pandemia de
Covid-19, a qual sem dúvida alguma interferiu diretamente na vida de todos, pois
tivemos que nos adequar a uma situação até então nunca vivenciada por nós.
Todavia, mesmo diante de inúmeras dificuldades e ajustes imprescindíveis,
para garantir a segurança de todos em relação aos cuidados com a saúde, demos
segmento aos estudos com as nossas aulas acontecendo na modalidade em EAD.
Destacamos de forma muito positiva o esforço e a dedicação de nossos
professores que durante suas aulas, não mediram esforços em buscar novas
alternativas e metodologias de ensino, para que as aulas em EAD fossem o mais
atrativas possíveis e que os prejuízos oriundos desse novo processo de ensino, não
afetassem significativamente novo aprendizado.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

Enfatizamos ainda que, mesmo distantes fisicamente, os nossos mestres


continuaram nos instruindo e auxiliando, através do uso das ferramentas tecnológicas
disponíveis, garantindo que conseguíssemos elaborar diferentes peças processuais,
pertinentes as áreas cível, penal e trabalhista. Instigando-nos constantemente a
manusear e utilizar corretamente os códigos e as jurisprudências, procedimentos
esses indispensáveis na fundamentação jurídica das mesmas.
Ressaltamos ainda, que mesmo na modalidade em EAD, as aulas ministradas
foram relevantes, pois ampliaram substancialmente nosso cabedal de conhecimentos,
nos dando suporte e subsídios necessários para o desenvolvimento das atividades
teóricas que foram realizadas ao longo de todo o semestre.
Em síntese, o conhecimento assimilado durante as aulas, perpassa a esfera
dos bancos acadêmicos e nos leva de encontro ao mundo real, das situações
concretas e desafiadoras que enfrentaremos no nosso dia enquanto profissionais do
Direito, nos fazendo entender a relevante importância social da almejada profissão
que buscamos.

REFERÊNCIAS

ABELHA, Marcelo. Manual de Execução Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015.

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr,
2016.

BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. 2ª ed. São Paulo: Editora Martin
Claret, 2008.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 05


de outubro de 1988.

BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1a edição. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2002.

BRASIL. Código Penal. Decreto Lei Nº 2848 de 07 de dezembro de 1940. In: Vade
Mecun penal e processual penal. 3ª ed. Niterói, RJ: Impetus, 2012.
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil.


Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 março 2015. Disponível em
https://www.planalto.gov.br/ccivil 03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm

BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do


Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as
Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24
de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho.)

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 15ª Ed. rev. e
atualizada, pela reforma do CPC. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. V. 1.

CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

LIMA, Francisco Meton Marques de; Lima, Francisco Péricles Rodrigues Marques de.
Reforma Trabalhista: entenda ponto por ponto. São Paulo: LTr, 2017.

MARINONI, Luiz Guilherme. MITIDIERO, Daniel. Código de Processo


Civil: comentado artigo por artigo. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2008

GRECO, Rogério. Código Penal: comentado. 6ª Edição. Niterói, RJ: Impetus, 2012.

RAMOS, Jurandir. Reforma trabalhista é aprovada no Senado; confira o que muda na


lei.Disponivelem:https://examedaoab.jusbrasil.com.br/noticias/477395550/reformatrab
alhista-e-aprovada-no-senado-confira-o-que-muda-na-lei.

BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11
de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho.)
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


NÍVEL IV – 2/2020

Local e Data: Fraiburgo, __/___/____

PROTOCOLO DE RECEBIMENTO DO RELATÓRIO

Nome do acadêmico: LARISSA RIBEIRO DE GÓES

Fase: 9ª

Assinatura do Professor: _________________________

1ª Via
FUNIARP – Entidade Mantenedora
Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


NÍVEL IV – 2/2020

Local e Data: Fraiburgo, __/___/____

PROTOCOLO DE RECEBIMENTO DO RELATÓRIO

Nome do acadêmico: LARISSA RIBEIRO DE GÓES

Fase: 9ª

Assinatura do Professor: _________________________

2ª Via

Você também pode gostar