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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS


MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PROMOÇÕES DE FINAL DE CARREIRA NA PMERJ:


Um limiar entre Valorização dos Recursos Humanos e Qualidade no Gasto Público

TRABALHO DE FINAL DE CURSO APRESENTADO À ESCOLA BRASILEIRA DE


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE

LEONARDO FERNANDES

Rio de Janeiro - 2022


1

LEONARDO FERNANDES

PROMOÇÕES DE FINAL DE CARREIRA NA PMERJ:


Um limiar entre valorização dos Recursos Humanos e Qualidade no Gasto Público

Dissertação apresentada à Escola Brasileira de


Administração Pública e de Empresas (EBAPE),
da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro
(FGV-RJ), como requisito para a obtenção do
grau de mestre.

Orientador: Professor Dr. Octavio Amorim Neto

Rio de Janeiro-RJ
2022
1

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas/FGV

Fernandes, Leonardo
Promoções em final de Carreira: Um limiar entre valorização dos recursos humanos
e qualidade no gasto público / Leonardo Fernandes. – 2022.
111 f.

Dissertação (mestrado) – Escola Brasileira de Administração Pública e de


Empresas, Centro de Formação Acadêmica e
Pesquisa.
Orientador: Octávio Amorim Neto.
Inclui Bibliografia.

1.Rio de Janeiro (Estado). Polícia Militar. 2. Profissões - Desenvolvimento.


3.Defesa Pública. 4. Eficiência Organizacional. I. Amorin Neto, Octávio. II. Escola
Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e
Pesquisa. III. Título

CDD –
650.1

Elaborada por Maria do Socorro Almeida – CRB-7/4254


FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS

LEONARDO FERNANDES

“PROMOÇÕES DE FINAL DE CARREIRA NA PMERJ: UM LIMIAR ENTRE VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS E
QUALIDADE NO GASTO PÚBLICO’’.

DISSERTAÇÃO APRESENTADO(A) AO CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE(A) EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

DATA DA DEFESA: 16/12/2022

ASSINATURA DOS MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

PRESIDENTE DA COMISSÃO EXAMINADORA: PROFº OCTAVIO AMORIM NETO

PROFº OCTAVIO AMORIM NETO


ORIENTADOR(A)

PROFª JOANA DA COSTA MARTINS MONTEIRO PROFº MAURICIO SANTORO ROCHA


MEMBRO INTERNO MEMBRO EXTERNO

RIO DE JANEIRO, 16 DE DEZEMBRO DE 2022.

PROFº/ª FLAVIO CARVALHO DE VASCONCELOS PROFº ANTONIO DE ARAUJO FREITAS JUNIOR


DIRETOR(A) PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

D4Sign e928f94c-9bef-46a3-ab5a-2017fd83997d - Para confirmar as assinaturas acesse https://secure.d4sign.com.br/verificar


Documento assinado eletronicamente, conforme MP 2.200-2/01, Art. 10º, §2.
1

A todos que de alguma forma me apoiaram no


decorrer desta pesquisa.
1

AGRADECIMENTOS

À Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, instituição bicentenária, pela


oportunidade que me foi dada.

À FGV/EBAPE e todos aqueles, professores, monitores e colegas de turma, que


dedicam seus esforços nesta jornada Acadêmica.

Ao professor Dr. Octávio Amorim Neto, meu orientador, por sua orientação,
conhecimentos e ensinamentos passados, dando atenção e importância ao estudo das
Organizações Militares, campo muitas vezes esquecido.
Aos amigos policiais militares Tatiana Querido e Rodolfo Leitão, que sempre prestaram
apoio durante essa caminhada juntos na Administração Pública.
Aos meus familiares, por seus esforços na minha formação em todos os sentidos.
1

Se a competência e a eficiência andam juntas, o


sucesso é garantido.

Iedda Carolina
1

RESUMO

Objetivo- Realizar um estudo de poucos casos relacionados ao Curso de Habilitação ao


Quadro de Oficiais Auxiliares das Políciais Militares da Região Sudeste do País, com foco em
desvelar se a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, através de uma falha no controle
interno e de uma cultura organizacional focada em beneficiar os policiais com mais tempo de
carreira ou pela existência de uma legislação estadual desacertada, acaba por formar Oficiais
Auxiliares que não prestarão o serviço ao qual foram formados, resultando em gasto público
ineficiente e escassez de efetivo de Oficiais Auxiliares Subalternos.

Metodologia- Os dados foram coletados através de fontes primárias em duas partes: a


primeita através dos Boletins da PM, Editais, Almanaques da PM, dentre outros documentos
internos das Polícias Militares, e a segunda através de entrevistas com Oficiais Policiais
Militares, com cargos de direção, acessores diretos ou indicados, pertencentes as áreas de
interesse nessa pesquisa. As entrevistas foram gravadas, quando com permissão do
entrevistado e transcritas. Os dados coletados foram submetidos à análise de conteúdo.

Resultados- Os resultados obtidos apontam para uma falha não no controle interno na Polícia
Militar do Rio de Janeiro, nem numa cultura organizacional demaseadamente benevolente
com os mais antigos, mas sim da necessidade de adequação a Legislação Estadual que
atualmente é responsável por causar causa impactos negativos na eficiência do processo de
seleção de Oficiais Auxiliares do Rio de Janeiro. O campo revelou que a PMERJ, quando
comparada aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, apresenta uma menor efetividade em
relação ao tempo de serviço prestado pelo Oficial Auxiliar após sua formação.

Limitações- O estudo se limitou a pesquisar os requisítos de acesso ao Curso de Habilitação


ao Quadro de Oficiais Auxiliares das Polícias Militares da região sudeste do país e as suas
consequencias quanto ao tempo de serviço prestado pelo Oficial Auxiliar após sua formação.

Contribuições Práticas- A partir dos resultados desta pesquisa, podemos observar a


necessidade de alterações na legislação estadual do Rio de Janeiro a fim de transformar o
processo de seleção e formação dos Oficiais Auxiliares da PMERJ mais eficiente.

Contribuições Sociais- Ao buscarmos entender como a legislação estadual afeta a


administração da PMERJ e acaba por impactar negativamente os cofres públicos e o
desempenho da atividade policial no Rio de Janeiro, fato por vezes negligenciadas pelo
Estado em termos de revisão e atualização constante das legislações vigentes.

Originalidade- Pesquisa empírica, com inspiração em um problema percebido através do


1
déficit de efetivo de Oficiais Auxiliares na PMERJ, dado que o pesquisador, por fazer parte da
Corporação, pode perceber e, foi confirmado por consulta junto à Primeira Seção do Estado-
Maior. O que levou a uma percepção de possíveis falhas no planejamento e execução do
Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares na PMERJ, sendo um estudo com
desdobramentos nos campos da gestão de recursos humanos, gasto eficiente de dinheiro
público e cultura organizacional.

Palavras-Chave- Oficial Auxiliar; Promoção; Valorização de Recursos Humanos; Eficiência;


Qualidade; Efetividade; Gasto Público; Polícia Militar.

Categoria do artigo- Dissertação de Mestrado/Artigo original.


1

ABSTRACT

Purpouse- Carry out a study of a few cases related to the Qualification Course for the Staff of
Auxiliary Officers of the Military Police in the Southeast Region of the Country, with a focus
on revealing whether the Military Police of the State of Rio de Janeiro, through a failure in
internal control and an organizational culture focused on benefiting police officers with more
time in their careers or the existence of misguided state legislation ends up training Auxiliary
Officers who did not provide the service for which they were trained, resulting in inefficient
public spending and a shortage of staff of Junior Auxiliary Officers.

Methodology/Research Design- The data were collected through primary sources in two
parts: the first through the PM Bulletins, Notices, PM Almanacs, among other internal
documents of the Military Police, and the second through interviews with Military Police
Officers, with management positions , direct or indicated accessors, belonging to the areas of
interest in this research. The interviews were recorded, with the interviewee's permission, and
transcribed. The collected data were submitted to content analysis.

Findings- The results obtained point to a failure not in the internal control in the Military
Police of Rio de Janeiro, nor an organizational culture that is too benevolent with the older
ones, but rather the need to adapt to the State Legislation that is currently responsible for
causing negative impacts on the efficiency of the selection process for Auxiliary Officers in
Rio de Janeiro. The field revealed that the PMERJ, when compared to the States of São Paulo
and Minas Gerais, presents a lower efficiency in relation to the length of service provided by
the Auxiliary Officer after his training.

Research Limitations- The study was limited to researching the requirements for access to
the Qualification Course for the Auxiliary Officers of the Military Police in the southeastern
region of the country and its consequences regarding the length of service provided by the
Auxiliary Officer after his training.

Practice Implications- From the results of this research, we can observe the need for changes
in the state legislation of Rio de Janeiro in order to transform the process of selection and
training of the Auxiliary Officers of the PMERJ more efficient.

Social Implications- When we seek to understand how state legislation affects the
administration of the PMERJ and ends up negatively impacting public coffers and the
performance of police activity in Rio de Janeiro, a fact that is sometimes neglected by the
State in terms of reviewing and constantly updating current legislation.
1
Originality/value- Empirical research, inspired by a problem perceived through the staff
deficit of Auxiliary Officers in the PMERJ, given that the researcher, as part of the
Corporation, can perceive and was confirmed by consultation with the First Section of the
General Staff. This led to a perception of possible flaws in the planning and execution of the
Qualification Course for the Auxiliary Officers in the PMERJ, being a study with
consequences in the fields of human resource management, efficient spending of public
money and organizational culture.

Key Words- Auxiliary Officer; Promotion; Valorization of Human Resources; Efficiency;


Quality; Public Spending; Military police.

Category- Masters Dissertation/ Original article.


Glossário

APM: Academia de Polícia Militar Dom João VI

APMBB: Academia de Polícia Militar do Barro Branco

BOPE: Batalhão de Operações Policiais Especiais

CAES: Coordenadoria de Assuntos Estratégicos

CHQOA: Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares

CHO: Curso de Habilitação de Oficiais da PMMG

CPQOA: Comissão de Promoções do Quadro de Oficiais Auxiliares

DCP: Diretoria de Controle de Pagamentos

DGEI: Diretoria Geral de Ensino e Instrução

DGP: Diretoria Geral de Pessoal

GAM: Grupamento Aero Móvel

IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

PM: Polícia Militar

PM/1 – Primeira Seção do Estado Maior Geral

PMERJ: Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

PMES: Polícia Militar do Estado do Espírito Santo

PMESP: Polícia Militar do Estado de São Paulo

PMMG: Polícia Militar de Minas Gerais

SEPM: Secretaria de Estado de Polícia Militar


10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15

1.1 O PROBLEMA ............................................................................................................... 15

1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO: ........................................................................................... 20

1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ........................................................................................ 21

1.4 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................... 22

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................................... 23

1.6 QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS ...................................................................... 24

1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO..................................................................................... 24

2. MARCO TEÓRICO ....................................................................................................... 25

2.1 O OFICIAL AUXILIAR ................................................................................................. 25

2.1.1 O Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da PMERJ .................................. 26

2.1.2 O Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da PMESP .................................. 27

2.1.3 O curso de Habilitação de Oficiais Complementares da PMMG ........................ 28

2.1.4 A Comissão de Promoção de Oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares da


PMES .............................................................................................................................. 28

2.2 A CULTURA ORGANIZACIONAL NA PMERJ ......................................................... 30

2.3 O CONTROLE INTERNO E O QUALIDADE NO GASTO PÚBLICO ...................... 32

2.4 DA VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS NA PMERJ ............................. 34

3. PERCURSO METODOLÓGICO ................................................................................. 35

3.1. COLETA DOS DADOS QUALITATIVOS ................................................................... 37

3.2 AS ENTREVISTAS: A VISÃO DE DENTRO DAS DIRETORIAS DA PMERJ ........ 38


3.2.1 A construção do roteiro de entrevista .................................................................... 38

3.3 O TRABALHO DE CAMPO .......................................................................................... 39

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS ...................................................................................... 41


3.4.1 Transcrição das entrevistas..................................................................................... 42
10

3.5 VALIDAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................................... 43

3.6 A saída de campo ............................................................................................................ 44

4. REVELAÇÕES DO CAMPO: PESQUISA DOCUMENTAL E COMPARAÇÃO


ESTATÍSTICA ............................................................................................................... 44

4.1 COMPARANDO OS REQUISITOS DE ACESSO ........................................................ 44

4.2 COMPARANDO OS GASTOS DE FORMAÇÃO ........................................................ 46

4.3 QUAL O AUMENTO GERADO PELA PROMOÇÃO AO POSTO DE OFICIAL


AUXILIAR ...................................................................................................................... 48

4.4 QUANTO TEMPO ATUA UM OFICIAL AUXLIAR .................................................. 49

4.4.1 CHQOA-PMESP/17 e CHQOA-PMESP/19 .......................................................... 50

4.4.2 CHO-PMMG/21 e CHO-PMMG/22 ....................................................................... 54

4.4.3 CHQOA-PMERJ/21 e CHQOA-PMERJ/22 ......................................................... 57

4.5 DO RESUMO COMPARATIVO E DA EFETIVIDADE COMPARADA ................... 64

4.6 UM CENÁRIO COM RESERVA DE VAGAS X UM CENÁRIO COM RESERVA DE


VAGAS ........................................................................................................................... 70

4.7 DA HIPÓTESE ............................................................................................................... 75

5. REVELAÇÕES DO CAMPO: ENTREVISTAS COM OS OFICIAIS DAS


DIRETORIAS ................................................................................................................. 76

5.1 DA ÁREA DE ENSINO E INSTRUÇÃO ...................................................................... 78

5.2 DÁ ÁREA DE RECURSOS HUMANOS ...................................................................... 80

5.3 DO CONTROLE DE PAGAMENTOS .......................................................................... 83

5.4 DAS UNIDADES ESPECIAIS ....................................................................................... 84

5.4.1 Do Curso de Operações Especiais ........................................................................... 85

5.4.2 Do Curso de Piloto Policial ...................................................................................... 85

5.5 DAS ENTREVISTAS EM GERAL ................................................................................ 86

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................................. 87

6.1 QUANTO AO PÚBLICO-ALVO ................................................................................... 87


10

6.2 QUANTO AO CONTROLE INTERNO ......................................................................... 88

6.3 DAS MUDANÇAS E PROPOSTAS DE MUDANÇA .................................................. 89

6.4 DO GASTO POR ALUNO, DO TEMPO DE FORMAÇÃO E DO AUMENTO


SALARIAL – CHQOA-PMERJ ..................................................................................... 91

7. IMPLICAÇÕES DO ESTUDO ..................................................................................... 93

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 94

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 98

10. APÊNDICES ................................................................................................................. 104


15

1. INTRODUÇÃO

1.1 O Problema

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) é uma instituição permanente,


subordinada ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, destinada à manutenção da ordem
pública e a polícia ostensiva, organizada com base na hierarquia e disciplina, sendo uma Força
Auxiliar e Reserva do Exército. Por este motivo, traz em sua estrutura o sistema de
escalonamento hierárquico militar que tem como seu nível mais baixo o Soldado e em seu
nível mais alto o Coronel.

Para uma melhor visualização, o Quadro de Praças é composto pelos: Soldados,


Cabos, Sargentos e Subtenentes. Já o Quadro de Oficiais pelos: Tenentes, Capitães, Majores,
Tenentes-coronéis e Coronéis. Existe também as chamadas Praças Especiais, que são os
Alunos Oficiais da Academia de Polícia Militar e os Aspirantes-a-Oficial.

Desde 2018, com a eleição do ex-governador Wilson Witzel, a então PMERJ, como
ainda é comumente conhecida e chamada, foi alçada como Secretaria de Estado, deixado de
estar sob a Secretaria de Segurança Pública e passando a ser Secretaria de Estado de Polícia
Militar (SEPM).

As promoções na PMERJ se dão principalmente por duas maneiras: antiguidade ou


merecimento. Onde as promoções por antiguidade se baseiam na precedência hierárquica, aos
moldes de uma fila de espera por ordem de chegada, enquanto nas promoções por
merecimento, existe uma pontuação atribuída a diversos fatores na carreira do policial, como
funções desempenhadas, unidades em que serviu, aproveitamento em cursos, dentre outros.

Atualmente, através do Decreto n° 43.411 de 10/01/2012, no quadro de Praças da


Corporação, acontece à chamada promoção por tempo de serviço, onde o policial é
promovido ao completar um pré-determinado período, de maneira automática. Assim, por
exemplo, um Soldado PM será promovido ao Posto de Cabo PM ao completar 06 (seis) anos
de serviço. Portanto, desde o início de 2012, as praças da Polícia Militar possuem uma
garantia de promoção e crescimento na carreira independente de concorrência ou apresentação
de qualquer tipo de resultado.
16

Tabela 1: Tempo de serviço para promoção das pr aças na PMERJ

Graduação Tempo de Serviço para


promoção (Anos)
Soldado PM -
Cabo PM 06

3º Sargento PM 12

2º Sargento PM 16

1º Sargento PM 20

Subtenente PM 25

Fonte: Adaptado (Decreto n 43.411 de 10/01/2012)

O corpo do Decreto n° 43.411 de 10/01/2012 aponta como justificativa para adoção de


tais normas a política de valorização dos recursos humanos do Estado do Rio de Janeiro
através da otimização o fluxo de carreira dos policiais e bombeiros militares e que a
diminuição do interstício para as promoções irá estimular os profissionais, contribuindo para
uma melhor prestação dos serviços. Assim, entende-se que, a política de valorização dos
recursos humanos dos órgãos militares estaduais do Rio de Janeiro, segundo o próprio
governo do Estado, se baseia na suposta motivação do policial através de promoções durante a
carreira. Conforme o decreto citado:

Decreto Estadual – 43.411 de 10/01/2012

- Que a política de valorização dos recursos humanos do governo do estado consolida-se, entre
outros aspectos, pela otimização do fluxo de carreira dos militares da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro; e

- Que a diminuição do interstício para promoção nas carreiras militares servirá de estímulo para os
seus integrantes, contribuindo para uma melhor prestação de serviços para a população. (RIO DE
JANEIRO, 2012)

As promoções, em qualquer estrutura hierarquizada, devem ser alvo de atenção, pois


estão diretamente relacionadas ao acesso dos servidores aos cargos de Comando e, por
consequência, com maior poder de decisão e de conduzir as Organizações durante sua
atuação.
17

Por outro lado, a valorização profissional é a reflexão de um futuro promissor, que


corresponde a probabilidade de crescimento na carreira, melhoria na remuneração e no
desenvolvimento de habilidades e capacidades profissionais. (MINAYO, 2013)

Porém, mesmo buscando valorizar o efetivo integrante da PMERJ, não se pode abrir
mão de critérios objetivos e eficientes na seleção dos profissionais que ascenderão aos cargos
superiores.

Nesta tomada de valorização profissional, aparece o Curso de Habilitação de Oficiais


Auxiliares e Oficiais Especialistas (CHQOA-QOE), concurso interno ao público policial
militar, destinado aos 1º Sargentos PM, com pelo menos dois anos na graduação, e
Subtenentes PM, que ao terminarem o curso com aproveitamento serão declarados 2º Tenente
PM, primeiro posto do quadro de oficiais. O concurso interno visa estimular as Praças da
Corporação a partir da possibilidade de uma ascensão ao Oficialato, além ajudar a suprir a
grande demanda de Oficiais Subalternos na base da pirâmide hierárquica do Oficialato na
PMERJ. Atualmente, em tal curso, existe uma parcela de vagas (atualmente 30 % do total –
Decreto nº 47.062, de 06 de maio de 2020) reservada por antiguidade, ou seja, para os
policiais com mais tempo de serviço, os chamados “antigões”, e esta parcela necessita apenas
de alcançar a nota mínima de aprovação para ingressar no curso.

Devido ao Quadro de Oficiais Especialistas ser considerado “extinto”, para evitar


repetições excessivas durante a pesquisa, utilizaremos a nomenclatura - Curso de Habilitação
ao Quadro de Oficiais Auxiliares (CHQOA).

Aqui, cabe explicar que na PMERJ existem diferentes quadros de Oficiais e, para um
melhor entendimento, de forma simples e didática, podemos dividir estes quadros em três
grupos: i) Quadro de Oficiais, ii) Quadro de Oficiais Auxiliares e iii) Demais Oficiais.

Sendo:

i) Quadro de Oficiais – Quadro formado por Oficiais que ingressaram na Corporação


como Alunos Oficiais (Cadetes) na Academia de Polícia Militar Dom João VI e após
concluírem o Curso de Formação de Oficiais foram declarados Aspirantes-a-oficial; Estes
Oficiais também são comumente chamados de Oficiais de Escola.

ii) Quadro de Oficiais Auxiliares – Composto pelos Oficiais que ingressaram como
Praça (Soldados) e após cumprirem determinado tempo de serviço e certos requisitos, podem
prestar concurso interno e realizar o CHQOA, já explicado, e concluindo o curso com
18

aproveitamento, são declarados 2º Tenente.

iii) Demais Oficiais – Como dito, para um melhor entendimento, este grupo é
composto pelos Oficiais das diversas áreas consideradas necessárias e de interesse para a
PMERJ, e aqui podemos citar: Médicos, Dentistas, Assistentes Sociais, Pedagogos,
Veterinários, Psicólogos, Fisioterapeutas e Enfermeiros. Estes, após concurso para cada área,
ingressam na Academia de Policia Militar Dom João VI e realizam o Estágio Preparatório de
Adaptação de Oficiais (EPAO), sendo ao final declarados 1º Tenentes em suas respectivas
áreas de atuação.

É claro que os problemas de efetivo existentes na PMERJ, bem como possíveis falhas
nos critérios de seleção e Promoção estão presentes em qualquer instituição. Porém, nesta
pesquisa, estaremos analisando somente o Quadro de Oficiais Auxiliares (QOA), quadro onde
a problemática das promoções de final de carreira se mostra relevante.
Inicialmente, foi percebido, empiricamente, através da impressão de falta de Oficiais
Auxiliares Subalternos (2º e 1º Tenentes) na tropa da PMERJ, onde diversas unidades da
Corporação onde serviu não possuíam em seus efetivos o quantitativo esperado de Oficiais
Auxiliares.
Após visita a Primeira Seção do Estado Maior da PMERJ foi confirmado o déficit no
efetivo de Oficiais Auxiliares Subalternos, sendo que na data da consulta, o déficit de 2º
Tenentes era de 94% e o de 1º Tenentes de 48%, o que sugeria uma possível falha de
planejamento da Polícia Militar no processo de seleção. (Tabela 2)

Tabela 2 : Quadro de dist ribuição de esfetivo (PMERJ) – Oficiais Auxiliares

QOA
Posto Previsto Real

Major 35 45

Capitão 112 50

1° Tenente 143 75

2° Tenente 294 18

Fonte: PMERJ - EMG-PM/1 (Em 28/03/2021)

Considerando que as formas de um policial militar ser retirado do quadro de efetivo da


19

corporação é por motivo de morte, exclusão ou passagem para a reserva remunerada


(aposentadoria), sendo a passagem para reserva remunerada a forma mais comum, beirando a
totalidade, esta última modalidade é o grande motivo do déficit de Oficiais Subalternos.

Tal dinâmica de seleção, com requisitos em parte semelhantes, pode ser observada
em outras instituições policiais coirmãs e até mesmo nas Forças Armadas, porém algumas
instituições, como a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), já inovaram e hoje trazem
em seus editais requisitos de acesso diferentes. Como dito, a PMMG, hoje, abre a
possibilidade de disputa por uma vaga para Oficial Auxiliar aos 2º Sargentos, tendo como
tempo mínimo de serviço exigido, 15 (quinze) anos e máximo de 24 (vinte e quatro) anos.

Na PMERJ, a inscrição é autorizada somente a partir da Graduação de 1º Sargento


com dois anos de serviço, assim podemos afirmar que o tempo de serviço mínimo exigido é
de 22 (vinte e dois) anos. Salvo em raros casos onde os policiais são promovidos por Bravura
em Serviço ou por ter concluído o Curso de Formação interno que resultou em promoção.
Aqui, cabe ressaltar que o último curso desse tipo ocorreu em 2006 e foi aberto aos policiais
militares com pelo menos 03 (três) anos de serviço, ou seja, é possível que um candidato com
19 (dezenove) anos de serviço possa concorrer ao CHQOA, mas como dito, considerando o
tamanho do efetivo da PMERJ e o fato da data da última turma ter acontecido a 16 (dezesseis)
anos atrás, quase que a totalidade de candidatos ao concurso interno possuem 22 (vinte e dois)
anos de serviço.

O público-alvo deste concurso interno (CHQOA), explicita claramente uma rotina


cultural existente na rotina da Administração Militar que é beneficiar o mais antigo em
detrimento do mais moderno. Explicando melhor tais termos, temos como antigo aquele que
possui mais anos de serviço e moderno aquele que possui menos tempo de serviço. Sendo
responsáveis pelo surgimento de jargões conhecidos como “recruta” (para o recém ingresso) e
“antigo” (para o veterano).

Na PMERJ, os cursos de formação e especialização são planejados pelas unidades


de ensino responsáveis por cada curso e remetidos para a Diretoria Geral de Ensino e
Instrução, órgão de maior hierarquia na área de ensino, que analisa e aprova tal curso. Após
é encaminhado para as unidades responsáveis pela inclusão no orçamento do ano seguinte.
O quantitativo de vagas que serão ofertadas no concurso é definido pela Diretoria Geral de
Pessoal e unidades subordinadas.

Na Administração Pública, o conceito de profissionalismo é amplamente utilizado.


20

Para Poncioni (2007), o profissionalismo na área de segurança é um recurso importante e


capaz de orientar mudanças nas práticas e procedimentos dominantes nas polícias
brasileiras, de forma a tornar a condução da segurança e da ordem pública mais eficiente,
efetiva e responsável.

Campos (1990), defende que desenvolvimento e o profissionalismo do setor público


está diretamente ligado a um aumento de responsabilidade do administrador público pelos
resultados oferecidos a sociedade. Onde, para o desenvolvimento e uma atuação
profissional de uma Organização Pública, da mesma forma que em qualquer outro setor, é
imprescindível a observância de aspectos relevantes como accountability, em referência a
necessidade de aumento de responsabilidade dos resultados pelo administrador público
perante a sociedade.

Desta forma, surge o questionamento: Como se chegou aos critérios de acesso e


seleção ao Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro e de que forma isso afeta o Quadro de Oficiais Auxiliares na PMERJ?

Para respondê-la, realizaremos uma pesquisa empírica, fundamentada na ideia de


estudar a cultura organizacional da PMERJ, possíveis lacunas resultantes de um não
monitoramento e avaliação dos resultados do Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais
Auxiliares, bem como a Legislação Estadual referente ao CHQOA-PMERJ. Realizando
também um estudo comparativo de poucos casos.

levaram a uma falta adequação/modernização das regras de acesso ao CHQOA,


resultando em um processo custoso ao Estado e ineficiente para a Polícia Militar.

1.2 Objetivos do estudo:

O objetivo deste estudo é identificar os possíveis impactos que a promoção no final de


carreira, destinada às praças mais antigas da Corporação através de concurso interno com
reserva de vagas por antiguidade (30% das vagas – Decreto nº 47.062, de 06 de maio de
2020), acarreta para no Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar e na folha salarial do
Estado.

Verificar se a existência de requisitos que facilitam o acesso de policiais militares em


final de carreira, como a reserva de vaga por antiguidade, para ingresso no CHQOA é
resultado de uma possível falha no controle interno da corporação, através do não
21

acompanhamento de resultados, e por consequência, do não assessoramento do Governo do


Estado quanto a necessidade de adequação a Legislação Estadual.

Analisar, através de um estudo comparativo de poucos casos entre o certame realizado


na PMERJ e o realizado nas instituições coirmãs da região sudeste do Brasil (Polícia Militar
do Estado de São Paulo, Polícia Militar de Minas Gerais e Polícia Militar do Espírito Santo), o
custo-benefício entre gasto com formação e tempo de serviço prestado após a conclusão do
curso de habilitação.

E, por último, propor modificações nas regras de acesso, baseadas num cenário com
requisitos focados na eficiência do gasto público e num melhor retorno do servidor público
para o Estado, buscando uma melhor média de termpo de serviço prestado pelo Oficial
Auxiliar após sua formatura.

1.3 Relevância do estudo

O estudo é relevante para a academia e para a sociedade pois está diretamente


ligado a temas da administração pública como cultura organizacional, controle interno,
gestão de pessoas e gasto eficiente de dinheiro público.

Além de contribuir para o entendimento do funcionamento das organizações


militares, nicho bastante carente de estudos devido à natureza extremamente rígida e
hierarquizada das Forças Militares, que muitas vezes impede a aproximação de
pesquisadores e o receio dos próprios integrantes das forças, tanto na condução de estudos,
quanto na colaboração com os estudiosos da área.
Pelo menos na história recente, é perceptível a existência de uma barreira entre
policiais militares e estudiosos de instituições acadêmicas, em especial, indivíduos
pertencentes a universidades públicas, principalmente federais e estaduais, o que torna esta
questão um tabu institucional.
Entretanto, estas tradicionais barreiras acabaram sendo atenuadas devido ao fato
deste pesquisador ser policial militar, assim esta limitação será muito menor do que
enfrentariam os pesquisadores de órgãos e/ou instituições externas.

Como dito, estas imagens pré-concebidas podem ser mitigadas quando as pesquisas
são realizadas por policiais militares. Por isso, é muito importante que haja o estímulo as
pesquisas feitas pelos próprios membros da instituição. O policial deve ser encorajado a
pesquisar, e o exemplo, partindo de dentro da própria Corporação será de grande
22

relevância.

O fato de debate a respeito estar partindo de um policial militar oriundo da própria


instituição, ajuda na quebra dessas barreiras e, consequentemente, ajudará em um melhor
entendimento do fenômeno.

Para a PMERJ, ofereceremos a oportunidade que a instituição reflita sobre suas


regulamentações internas, além de discutir possíveis ações que possam mitigar problemas
como a escassez de efetivo no círculo de Oficiais Subalternos e gasto ineficiente na
formação dos Oficiais Auxiliares.

Por fim, ao analisar situações reais que ocorrem em uma organização pública, de
âmbito estadual, o estudo apresentará uma carga de praticidade que deverá auxiliar a
solução de problemas concretos e a formulação de estratégias efetivas no âmbito da
Administração Pública.

1.4 Limitação do estudo

Desde o início de 2020 estamos vivendo no contexto da Pandemia de Covid-19, o que


acabou por modificar as relações humanas devido as medidas adotadas mundialmente para o
combate da pandemia. Assim, parte da sociedade ainda respeita medidas de isolamento social
podem dificultar a realização de entrevistas de forma presencial, obrigando a realização de
entrevistas utilizando aplicativos como Zoom, Google Meeting e WhatsApp.

Um segundo limitador dos estudos é o fator militarismo, já que os entrevistados


pertencem a uma organização militar, ou seja, instituição fortemente pautada e construídas em
cima dos chamados pilares da hierarquia e disciplina. Dessa forma, a limitação poderá ocorrer
de duas formas, gerando um desconforto nos entrevistados de nível inferior fazendo não
compartilharem suas reais ideias e não responderam com total franqueza por acreditarem que
qualquer informação não bem recebida pelo entrevistador poderá acarretar algum tipo de
represália. Nessa tomada, os entrevistados podem procurar responder as perguntas de forma a
agradar, ou seja, responder da forma que acredita ser a considerada correta, e não sua real
percepção. Nesta pesquisa, a princípio, todos os participantes são de nível hierárquico
superior ou igual este pesquisador.

Nos entrevistados de nível hierárquico superior, certos questionamentos podem ser


entendidos como afronta ao modelo de gestão adotado pela Corporação ou a sua posição
23

superior na hierarquia militar.

Por último, como a pesquisa também contemplará três outras instituições militares fora
da PMERJ, pode haver uma falta de cooperação no repasse de informações que implicará em
dificuldades para a coleta de dados.

1.5 Delimitação do estudo

Analisaremos as duas últimas turmas do Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais


Auxiliares do PMERJ e as duas últimas turma dos cursos correspondentes da PMESP, PMMG
e PMES.

Inicialmente a ideia era analisar as três últimas turmas do CHQOA/PMERJ, porém


somente as duas últimas turmas se enquadram na questão apontada de reserva de 30% de
vagas por antiguidade, conforme o Decreto nº 47.062, de 06 de maio de 2020. Para as coirmãs
também foram analisadas as duas últimas turmas, a fim de possibilitar uma comparação dos
dados de maneira lógica.

As instituições foram escolhidas por serem as quatro forças Policiais Militares que
compõem a Região Sudeste do país. A proximidade geográfica acaba por naturalmente criar
uma amostra com características semelhantes em termos sociais, econômicos, culturais. Todos
os Estados apresentam centros urbanizados, grandes cidades e centros comerciais, altos
índices econômicos, assim como alta taxa de industrialização. Outro fator que motiva a
seleção das Polícias Militares dos Estados da Região Sudeste é a existência de regras de
acesso ao CHQOA diferentes umas das outras, o que proporcionará uma visão de vários
cenários de diferentes, enriquecendo o processo de comparação entre as instituições.

Tendo em vista a heterogeneidade de perfis dos Oficiais Auxiliares na PMERJ, se faz


necessário uma análise das informações dividida entre o perfil da turma completa e da parcela
reservada por antiguidade.

Assim, na PMERJ, considerando a existência da parcela de vagas destinadas aos


“antigões”, será realizada uma análise específica desse grupo durante o estudo. A parcela
mencionada, apesar de poder apresentar características diferentes entre os policiais, possui
uma característica em comum que acaba gerando um padrão importante para o estudo, que é o
elevado tempo de serviço. Característica compartilhada por todos selecionados dentro da
reserva de vagas por antiguidade.
24

Para as entrevistas, os selecionados foram os Oficiais responsáveis pelas unidades


encarregadas por fases no processo de criação do Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais
Auxiliares (PMERJ) que envolvem recursos humanos, gastos de formação e folha de
pagamento, desde o planejamento até a aprovação, publicação do edital, chamada e execução
do Curso. Desta forma, será possível entender a percepção da Corporação em relação àquela
área de atuação correspondente, e entender os motivos da adoção desses requisitos.

1.6 Questões a serem respondidas

Aqui listamos os principais questionamentos que o estudo procura responder e


entender:

a. Se o público-alvo para o concurso é considerado o mais adequado pelas Diretorias


da PMERJ?

b. Se existem e quais são as políticas e ações de controle interno quanto a avaliação do


CHQOA na PMERJ?

c. Qual o gasto por aluno e o tempo real de duração do Curso de Habilitação ao


Quadro de Oficiais Auxiliares na PMERJ?

d. Qual é o aumento salarial médio em decorrência da promoção de Subtenente PM


para 2° Tenente PM do Rio de Janeiro?

e. Qual o tempo médio de permanência em atividade do Oficial Auxiliar após a


conclusão do CHQOA?

f. Se já houve alguma mudança ou se alguma Diretoria já apresentou proposta de


mudança?

1.7 Organização do estudo

Esta dissertação está dividida em oito partes, além desta primeira, na qual
contextualizamos o objeto do estudo.

Na segunda seção, desenvolvemos o marco teórico, bem como revisamos a literatura


sobre cultura organizacional, controle interno, eficiência de gasto público e as normas legais
sobre o Quadro de Oficiais Auxiliares nos Estados estudados.
25

Na terceira seção vamos abordar todo o percurso metodológico.

Na quarta seção, apresentaremos os resultados da pesquisa qualitativa, que serão


analisados através da comparação estatística entre os dados coletados junto as Polícias
Militares.

A quinta seção nos mostra uma análise das entrevistas resalisadas durante a pesquisa.

Na sexta seção vamos realizar uma análise dos resultados da parte quantitativa
juntamente com a qualitiva.

A sétima trata das implicações desta pesquisa e, na oitava e última, tecemos


nossas considerações finais e propomos uma possível mudança nos requisitos de acesso ao
CHQOA-PMERJ.

Após, temos as referências bibliográficas e os apêndices.

2. MARCO TEÓRICO

2.1 O Oficial Auxiliar

O Quadro Auxiliar de Oficiais é tradicional na estrutura organizacional nas Forças


Militares, se fazendo presente em todas as forças militares do país, federais e estaduais. Este
quadro serve como estímulo para as praças das organizações militares, mantendo o sonho de
atingir o oficialato. Tendo o primeiro Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO) criado pelo Decreto
Presidencial nº 84.333, de 20 de dezembro de 1979, inicialmente para o Exército Brasileiro.

Como diferença entre as Corporações Militares temos a nomenclatura dos quadros e


dos Oficiais que os compõem, porém trazem as mesmas características principais, com
algumas peculiaridades que serão discutidas ao longo da pesquisa.

Exemplificando:

PMERJ – Quadro de Oficiais Auxiliares;

PMMG – Quadro de Oficiais Complementares;

PMESP – Quadro Auxiliar de Oficiais;


26

MARINHA DO BRASIL – Quadro de Oficiais Auxiliares da Armada;

EXÉRCITO BRASILEIRO – Quadro Auxiliar de Oficiais.

Considerando que, na PMERJ, para ser promovido a 1° Sargento é necessário possuir


20 (vinte) anos de carreira e que o sargento deve ter pelo menos 2 (dois) anos na graduação, o
tempo mínimo de serviço que um aluno do CHQOA possui são 22 (vinte e dois) anos. Salvo
em casos específicos onde o policial teve sua carreira adiantada por conta do Curso de
Formação de Sargentos de 2006 ou por Bravura em serviço, como fora também explicado na
Introdução.

A profissão policial militar, é uma atividade extremamente estressante e, aliada aos


riscos inerentes à profissão, bem como as crescentes e variadas pressões sociais, que geram
um constante esgotamento dos policiais militares, que, a médio e longo prazo, acabam
suscitando uma série de danos físicos e psicológicos aos mesmos. Uma extensa exposição a
extenuantes escalas de serviço, com longas, estressantes e cansativas jornadas de trabalho,
o policial militar acaba sofrendo uma série de danos físicos e, principalmente, psicológicos
que acabam, muitas das vezes, gerando inúmeras sequelas. (MINAYO, 2011).

Como dito, a maior parte da saída dos Oficiais Auxiliares é resultado de sua passagem
para a Reserva Remunerada. Desta forma, a observação feita por Minayo descrita
anteriormente, pode ter relação com o problema da evasão de Oficiais Auxiliares, já que eles
possuem muitos anos de serviço policial, principalmente num Estado como o Rio de Janeiro,
o que acarreta, com o passar dos anos, um profissional esgotado física e mentalmente.

2.1.1 O Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da PMERJ

O Oficial Auxiliar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é um Oficial oriundo


do quadro de praças que após anos de serviços prestados, ao atingir a graduação de 1º
Sargento e nela possuir dois anos de serviço poderá prestar um concurso interno a fim de
atingir o Oficialato.

O curso tem como objetivo proporcionar os estudos para a capacitação e habilitação de


27

profissionais de Segurança Pública da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro a ocuparem


cargos e exercerem funções compatíveis com os postos de 2º Tenente, 1º Tenente e Capitão
PM.

O curso possui duração prevista de 32 (trinta e duas) semanas e acontece na Academia


de Polícia Militar Dom João VI.

A base legal para este concurso interno da PMERJ está cometida no Decreto n° 49 de
28 de dezembro de 2018 – alterado pelo Decreto n° 47.062 de 06 de maio de 2020.

Como peculiaridade do CHQOA-PMERJ, temos a reserva de 30% das vagas por


antiguidade. Conforme o Decreto:

Decreto Estadual – 47.062 de 06/05/2020

Art. 10 - A matrícula no CH será efetuada de acordo com a fixação de vagas para os QOA/QOE,
através de concurso, onde os graduados concorrerão, respeitando o disposto nos artigos 2º e 3º
deste Decreto, da seguinte forma:

I - do total das vagas estipuladas para os CH-QOA/QOE, 30% (trinta por cento) serão preenchidas
de acordo com a antiguidade na Graduação, entre os Subtenentes PM, desde que também seja
obtida, pelo candidato, no exame intelectual, a nota mínima prevista nas instruções reguladoras;
(RIO DE JANEIRO, 2020)

2.1.2 O Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da PMESP

Sendo bastante similar ao Oficial Auxiliar da Polícia Militar do Estado do Rio de


Janeiro, em São Paulo, o CHQOA também é aberto somente aos 1º Sargentos e Subtenentes,
porém este primeiro sem a necessidade de possuir dois anos de serviço para prestar o
concurso interno a fim de atingir o Oficialato.

Como diferença também temos que, para os policiais militares possuidores de nível
superior completo, é aberto a possibilidade de realizar o concurso interno e sem a necessidade
de 15 (quinze) anos de serviço, podendo fazer a qualquer tempo.

Para se candidatar a uma vaga, o 1º Sargento ou Subtenente deve possuir um período


mínimo de 15 (quinze) anos de serviço, esta parcela não necessita de ensino superior
completo, devendo ter completo o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos da PMESP.
28

Em São Paulo, existe um limite de 48 (quarenta e oito) anos de idade para o policial
poder prestar o concurso interno.

O CHQOA-PMESP é sediado na Academia de Polícia Militar do Barro Branco


(APMBB) e possui a duração prevista de 01 (um) ano letivo.

Tal concurso é regido pela Lei Complementar n° 419 de 25 de outubro de 1985.

2.1.3 O curso de Habilitação de Oficiais Complementares da PMMG

O Curso de Habilitação de Oficiais - Curso Superior de Tecnologia e Gestão de


Segurança Pública (CHO/CSTGSP) - tem a duração de um ano e é destinado aos Subtenentes,
aos Primeiros Sargentos e aos Segundos Sargentos com, no mínimo, 15 (quinze) anos e, no
máximo, 24 (vinte e quatro) anos de efetivo serviço na Instituição Militar Estadual,
completados até a data da matrícula no curso, para o desempenho do cargo de Oficial (2º
Tenente, 1º Tenente e Capitão), em atividades administrativas, operacionais e de especialistas,
e o exercício de polícia ostensiva e preservação da ordem pública.

O ingresso do discente se dá na graduação de Aluno e, uma vez concluído com


aproveitamento o CHO/CSTGSP e satisfeitas as exigências legais, será promovido ao posto
de 2º Tenente, podendo ser classificado para qualquer Unidade da PMMG, em todo o Estado
de Minas Gerais.

Aqui, utiliza-se como base legal, para o CHO-PMMG/2022 o EDITAL DRH/CRS Nº


16/2021, de 30 de dezembro de 2021 e para o CHO-PMMG/2021 o EDITAL DRH/CRS Nº
01/2020, de 13 de janeiro de 2020. Assim como São Paulo, o curso possui duração de 01 (um)
ano letivo.

2.1.4 A Comissão de Promoção de Oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares da PMES

Com os princípios, requisitos e condições básicas previstas na Lei Complementar n°


321 de 17 de maio de 2005 que regula o ingresso e as promoções das Praças e Oficiais do
Quadro Administrativo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do
29

Espírito Santo, e divergindo das demais Corporações por não possuir Curso de Habilitação
para mudança de quadros, temos a Comissão de Promoção ao Quadro de Oficiais Auxiliares
do Espírito Santo.

Diferente das demais forças militares dos Estados (Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares) e Forças Armadas, na PMES, como dita o Art. 10, II da Lei que o rege,
a partir da graduação de 2º Sargento, após conclusão do CAS (Curso de Aperfeiçoamento de
Sargentos) os policiais já estão habilitados para as seguintes promoções até o posto de Capitão
do QOA, e as promoções seguirão os critérios de antiguidade e merecimento. Desta forma,
sem Curso de Habilitação e sem um consequente processo seletivo através de prova e Curso
de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares.

A Comissão de Promoções do Quadro de Oficiais Auxiliares, (CPQOA), de acordo


com o Art. 54, é constituída da seguinte forma:

• Coronel Comandante Geral

• 01 (um) Tenente-Coronel do QOC

• 01 (um) Major do QOC

• 01 (um) Capitão do QOC

• 01 (um) Capitão do QOA

• 01 (um) Tenente do QOA – Secretário (sem direito a voto)

Essa Comissão de Promoções avalia o merecimento do Subtenente a partir de alguns


critérios que refletem uma valoração meritória de aspectos morais, profissionais e
acadêmicos. Como exemplo para a valoração métrica dos aspectos citados temos: realização
de cursos e/ou estágios militares, conclusão de cursos de graduação e pós-graduação,
recebimento de medalhas, o comportamento do policial.

Lei Estadual – Lei Complementar n° 321 de 17 de maio de 2005

Art. 4º A ATDP consiste na valoração meritória de aspectos morais, profissionais e acadêmicos


dos militares estaduais, sendo levado em consideração os seguintes aspectos:
30

I - títulos:

a) curso regular de formação ou de habilitação oferecidos pela PMES ou pelo CBMES - número
de pontos correspondentes à média final obtida no curso respectivo;

b) curso regular de aperfeiçoamento oferecido pela PMES ou pelo CBMES - número de pontos
correspondentes ao dobro da média final obtida no respectivo curso;

c) se diplomado em curso superior, em nível de tecnologia ou sequencial, realizado em


estabelecimento de educação superior, devidamente reconhecido pelo órgão federal competente -
04 (quatro) pontos;

d) se diplomado em curso superior, em nível de graduação, realizado em

estabelecimento de educação superior, devidamente reconhecido pelo órgão federal competente -


05 (cinco) pontos;

e) se diplomado em curso de pós-graduação “lato sensu” - 06 (seis) pontos;

f) se diplomado em curso de pós-graduação “strictu sensu”, com a titulação de mestrado - 07 (sete)


pontos;

g) se diplomado em curso de pós-graduação “strictu sensu”, com a titulação de doutorado ou pós-


doutorado - 08 (oito) pontos;

h) outros cursos ou estágios de interesse na PMES ou no CBMES. (ESPÍRITO SANTO, 2005)

Dessa forma, como o acesso ao Quadro de Oficiais Auxiliares não se dá através de


concurso interno e no consequente ingresso no Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais
Auxiliares, para daí ser promovido ao posto de 2º Tenente ao término do curso, a forma de
seleção utilizada na Polícia Militar do Estado do Espírito Santo difere do cerne compataivo
desta pesquisa, possuindo características que fazem a instituição ser incomparável com as
demais instituições policiais militares da Região Sudeste do país na questão de seleção ao
CHQOA, para fins comparativos nesta caso específico.

O Quadro de Acesso, que representa o número de policiais possíveis para aquela


promoção, ou seja, o quantitativo de policiais que serão avaliados pela Comissão de
Promoção e composto por 25% (vinte e cinco por cento) do previsto em cada nível
hierárquico, seguindo o Art. 24.

Assim, por impossibilidade de comparação devido ao pocesso de seleção ser


totalmente diferente dos demais cenários policiais existentes na resgião sudeste e do caso aqui
especificamente estudado, a PMES não será incluída no comparativo aqui realizado.

2.2 A Cultura Organizacional na PMERJ


31

A noção de cultura organizacional resgata a ideia de identidade e distinção, ou seja,


aquelas características que particularizam e diferem uma organização de outra.
(TAVARES, 1991)

Nesse contexto, duas características são relevantes para o entendimento do nosso


estudo: 1. O respeito e valorização a precedência hierárquica e a antiguidade; 2. Utilização
de regulamentações antigas como base para o desenvolvimento das novas.

No meio militar, a precedência hierárquica é basilar, onde nos tempos da Coroa, os


altos cargos eram ocupados por portugueses e aristocratas. A mudança desse cenário se
iniciou a partir de 1850 com a Lei de Promoções do Exército Brasileiro que estabeleceu
requisitos de tempo de serviço e instrução para o ingresso no oficialato. Ao instituir normas
rígidas baseadas na antiguidade, esta lei combateu o acesso aos portugueses sem
experiência aos altos postos da hierarquia militar. (SCHULZ, 1994, p. 26-27).

Nessa mesma vertente, para Silva (1999) a precedência hierárquica significa


prioridade, preferência, aquilo que deve ser colocado a frente:

Do latim praecedencia, de praecedere (anteceder na ordem de colocação, vir adiante), exprime,


vulgarmente, a posição de anterioridade ou a antecedência a respeito das coisas, que assim se
mostram colocadas antes ou na frente de outras, que lhes são posteriores ou lhes seguem. Em
sentido jurídico, fundada no fato material da anterioridade, a precedência quer significar
prioridade, primazia ou preferência asseguradas a quem antes fez qualquer coisa. É situação de
quem ou do que deve ser colocado à frente ou em primeiro lugar. (...) Neste caso, a precedência
é fundada no grau hierárquico da pessoa. O mais graduado precede sempre o menos graduado.
E o mais antigo, o mais novo, quando ambos têm igual graduação. (SILVA, 1999, p. 627)

Essa percepção de respeito a precedência hierárquica é visível no dia a dia e nas


relações administrativas militares. O jargão militar: “antiguidade é posto”, reflete muito
bem essa característica de priorização a quem chegou antes e tem mais tempo de serviço
prestado, inclusive já foi título de obras como: Antiguidade é posto: a Aldeia de Imbuí,
conflitos e memórias (séculos XIX e XXI), de Márcia Maria Menendes Motta, e
Antiguidade é Posto, de Ruy do Carmo Póvoas, que apesar de não trazerem o tema militar,
abordam a questão do respeito a “coisa antiga”, ao que estava ali primeiro.

Outro fator de fácil percepção na rotina administrativa na PMERJ, que acredito ser
32

compartilhado por outras organizações integrantes da administração do Estado, é a


utilização de documentos (projetos, regulamentos, portarias etc.) anteriores como modelo
para o desenvolvimento das novas normas, fato que possivelmente pode ocorrer na
formalização do CHQOA e na Legislação Estadual, visto a semelhança existente nos
editais é visível, somente com adequações referentes a data, número de vagas, Estados,
Instituição e outras questões variáveis.

Na Administração Pública, o comportamento acima descrito é chamado de


mimetismo e se refere a uma prática tendenciosa de uniformidade e simetria, refletida no
hábito de se copiar modelos anteriores que acabam por gerar estruturas iguais, porém nem
sempre adequadas. (COSTA, 2000)

Dessa forma, diversas normas se mantêm praticamente inalteradas desde a criação


ou sofrendo poucas alterações, e talvez se encaixem nesse comportamento as normas legais
estaduais do Quadro de Oficiais Auxiliares da PMERJ, aparentemente, ficaram inalteradas
do ano de 1981 até 2018.

O modelo fluminense de acesso ao CHQOA é bastante similar ao processo que


ocorre no Exército Brasileiro. Entre as polícias também existe uma natureza similar no
processo e esse fato poderá ser percebido na comparação entre os requisitos de Acesso das
Polícias Militares aqui estudadas e, através das entrevistas com as Diretorias envolvidas no
processo de alguma forma com o Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da PMERJ,
que também será visto do decorrer desta pesquisa.

2.3 O Controle Interno e o Qualidade no gasto público

A Constituição de 1988 consolidou a importância de um gerenciamento institucional


responsável na administração pública brasileira em todas as esferas de governo.

Constituição da República Federativa do Brasil

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência [...]” (BRASIL, 1988)

Desta forma, o desenvolvimento do controle interno vem sendo propagado como uma
33

forma de garantir uma boa gestão dos recursos públicos e de reduzir as possibilidades de
ocorrência de atos de improbidade administrativa envolvendo servidores e gestores.
(PIMENTA, 2000)

Na literatura brasileira, encontramos diversos conceitos de Controle e aqui destacamos


que, para Meirelles (1996, p.562), “controle, em tema de Administração Pública, é a
faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, Órgão ou autoridade exerce
sobre a conduta funcional de outro”.

O objetivo do controle é verificar a legalidade e o mérito e assim assegurar que o


interesse coletivo seja alcançado. Defendendo que deva se preocupar mais com a prevenção
de erros do que apenas condenar o seu cometimento. (BUGARIN, 1994; CONTI E
CARVALHO, 2011)

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (2005)


entende à expressão “controle” como sendo:

[...] o conjunto dos mecanismos que permitem normalmente assegurar a eficácia e a eficiência das
atividades, a confiabilidade das informações produzidas e o respeito às leis e aos regulamentos
aplicáveis.

E controle interno como:

[...] os métodos, as regras e as modalidades de organização da gestão que permitem aos dirigentes
assegurar a legalidade, a eficiência, a relação custo-efetividade e a regularidade da ação conduzida.
(ORGANIZAÇÃO, 2005, p.2)

Existem dois tipos de modelos de controle interno, onde o primeiro é um controle


limitado a análise da formalidade do processo, ou seja, se o processo administrativo de
planejamento cumpre suas normas formais durante a preparação; e o segundo é quando a
Administração Pública trata o cidadão como cliente e verifica se os processos atingem os
resultados esperados (CAVALHEIRO E FLORES, 2007). Como exemplo, respectivamente,
se foi corretamente realizado o processo de licitação para aquisição de coletes a prova de bala
e se os coletes estão sendo utilizados pelos policiais de serviço nas ruas.

Desta análise, além de perceber que o controle na Administração Pública deve ir além
do simples controle burocrático, funcionando também um controle gerencial, pode-se
entender o chamado conceito de qualidade no gasto público. (CONTI E CARVALHO, 2012)

As licitações funcionam como um bom exemplo de mecanismo que visa proporcionar


34

uma melhor qualidade no gasto público, através da seleção da proposta mais vantajosa para
um contrato do interesse público, atuando como fator de eficiência e moralidade.
(MEIRELLES, 2005) O gestor público deve agir com o mesmo norte em todas as áreas que
envolvam gasto público, visando a eficiência não somente em processo de compras ou
contratação de serviços, mas em investimentos com capacitação profissional dos servidores,
como estudado aqui.

Na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro o controle interno é realizado pelas


diretorias e pelas unidades do Estado-Maior Geral, conforme suas especialidades. Assim, por
exemplo, a Diretoria de Ensino e Instrução é responsável pelo controle de todas as unidades
de ensino da corporação, cabendo a fiscalização, monitoramento e aprovação das atividades.
Isso não retira das unidades subordinadas as diretorias a necessidade de atuar visando sempre
uma maior eficiência.

Como visto, o controle interno deve ser mais do que a simples análise do cumprimento
de ritos de formalidades burocráticas. Nessa tomada, espera-se que as Unidades e as
Diretorias da PMERJ atuem também como fiscalizadores das ações, avaliadores dos
resultados dos projetos desenvolvidos pela instituição, ou seja, possuir mecanismos para
assegurar a eficiência e a eficácia das atividades desenvolvidas para que, possam assessorar o
Estado Maior e o Secretário de Polícia Militar com proposições a fim de aumentar a eficiência
de processos e a qualidade no gasto público.

2.4 Da Valorização dos Recursos Humanos na PMERJ

Recursos Humanos é um tema dos mais abordados academicamente, sendo, em geral,


a gestão de recursos humanos um tema central de estudos tembém dentro das ornanizações.
Ela está diretamente ligada as decisões de gestão que afetam diretamente a relação
organização-empregados. (BILHIM, 2004)

Especificamente na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, a valorização de


recursos humanos está diretamente relacionada a questão das promoções.

O que melhor exemplifica e confirma este fato é a oficialização da promoção como a


ferramenta do Governo do Estado do Rio de Janeiro de valorização dos recursos humanos
para Policiais e Bombeiros Militares, através do Decreto.43.411 de 10 de janeiro de 2012.
35

Essa valorização é descrita como uma forma de otimização do fluxo de carreira que servirá
como estímulo para os seus integrantes e contribuir para uma melhor prestação de serviços
para a população.

A possibilidade de crescimento na carreira e de um futuro mais promissor pode ser


percebido como uma valorização profissional já que resulta em melhoria na remuneração
(MINAYO, 2013). Porém, a promoção sem planejamento, seja na não capacitação do policial
para exercer a nova função e/ou sem se preocupar com os impactos financeiros oriundo do
aumento salarial e dos gastos de formação, podem resultar desdobramentos negativos para o
Estado.

Na PMERJ, atualmente, é perceptível na tropa o sentimento de que a promoção é a


melhor forma de se valorizar o policial. Esse fato está diretamente relacionando ao aumento
salarial proporcionado pela promoção e não por um sentimento de reconhecimento do um
bom serviço prestado. Para o policial, ações visando melhorias nas condições de trabalho não
são tão valorizadas quanto a promoção, já que a promoção não necessariamente vai significar
uma melhora na escala de serviço ou no local de atuação desse policial promovido.

De outro ponto de vista, o trabalho não deve se limitar a uma atividade remunerada,
um escambo econômico, pois sua atividade profissional representa e desempenha papel
fundamental na construção da identidade pessoal e social, sendo uma forma reconhecimento,
autoestima e de participação no convívio social onde interagimos com outras pessoas e
criamos vínculos afetivos (IRIGARAY, BARBOSA, OLIVEIRA, E MORIN, 2019).

3. PERCURSO METODOLÓGICO

A Pesquisa Acadêmica está sempre focada em buscar o entendimento de um


problema, ou seja, é uma das metas do pesquisador conseguir obter dados válidos que
funcionem como subsídio e tenham relevância no meio acadêmico. Nesse tocante, sendo este
pesquisador, além de buscar algo relevante somente para o mundo acadêmico, buscou-se
também contribuir para o entendimento e crescimento da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro e da Administração Pública Estadual.

Assim, nesta terceira parte, serão descritos os procedimentos metodológicos de coleta,


bem como foi realizado o tratamento dos dados.

A pesquisa se propôs a realizar um estudo de comparativo de poucos casos,


36

compreendendo as Polícias Militares dos quatro Estados que compõem a região sudeste do
país, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, e possui duas abordagens
metodológicas: (i) Abordagem Quantitativa; e, (ii) Abordagem Quantitativa.

Na Abordagem Quantitativa, o processo se inicia através da coleta de dados primários,


feita através de pesquisa documental nos documentos de preparação do Curso de Habilitação
de Oficiais, dos Boletins das polícias, dos Almanaques das polícias e das unidades policiais
responsáveis pelos cursos. Qualquer outra forma de obtenção de dados será descrita durante a
pesquisa.

A pesquisa documental visa adquirir as seguintes informações:

 Os Editais dos Cursos de Habilitação de Oficiais Auxiliares – Boletins das polícias


 Os policiais aprovados no concurso interno – Boletins das Polícias
 Quanto tempo de serviço prestado os aprovados possuiam no momento de ingresso do
curso – Almanaques das Polícias
 Quanto tempo os concludentes do precisam servir até estarem aptos a solicitar a
passagem para reserva remunerada; (Através da operação matemática: T restante = T
total – T prestado); - Almanaques das Polícias
 Valor do custo do aluno do CHQOA – Unidades responsáveis pelos cursos;
 Valor médio salarial do posto com maior aprovação no CHQOA em cada Estado –
Portal Transpaência dos Estados;

As mesmas informações serão solicitadas as Polícias Coirmãs.

Após, será adotado o método comparativo, amplamente reconhecido nos estudos das
teorias organizacionais, já que fornece a possibilidade de se compreender as condições dos
processos a partir das semelhanças e/ou diferenças dos grupos analisados (BULGACOV,
1998). Sendo uma ferramenta prática ao estudo que pode auxiliar na solução de problemas
concretos da Administração Pública.

A partir da coleta desses dados, eles serão tratados a fim de realizar a análise
comparativa tendo como alvos principais: o custo de formação do Oficial Auxiliar, o tempo
de serviço restante até sua passagem para a reserva remunerada, o aumento salarial médio
acarretado pela promoção.
37

Serão comparados os respectivos cenários:

Modelo PMERJ x Modelo das Coirmãs (PMESP e PMMG)

Modelo PMERJ com reserva de vagas x Modelo PMERJ sem reserva de vagas -
Classificação 100% pelo critério de merecimento intelectual

Seguindo para a Abordagem Qualitativa, nesta parte serão realizadas entrevistas que
terão como público os atuais ou ex-diretores das unidades com envolvimento direto ou
convergência com o tema estudo, Oficiais responsáveis pelas atividades estudadas
(preparação / controle) ou Oficiais apontados como especialistas no tema. Para tal serão
realizadas entrevistas semiestruturadas com questionamentos que servirão de guia, mas
deixando o entrevistado livre para dialogar, visando assim conseguir entender a real percepção
que a unidade tem do problema, evitando respostas curtas e extremamente objetivas.

Também apresentaremos uma hipótese a ser verificada durante o decorrer da pesquisa.


A hipótese a ser verificada é que as Instituições Policiais Militares com requisitos de acesso
ao CHQOA sem a presença de reserva de vaga por antiguidade apresentarão menor defasagem
no quadro de Oficiais Auxiliares Subalternos (2º Tenente e 1º Tenentes).

Não desconsiderando que outras hipóteses possam surgir durante o cumprimento do


percurso metodológico.

3.1. Coleta dos dados qualitativos

Esta parte será bem curta, pois os dados a serem coletados já foram explicados no
tópico anteriror.
O fato deste pesquisador atuar no campo do ensino e ser lotado em uma unidade de
ensino da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro que pela natureza da atuação possui
vínculos com as unidades responsáveis com a preparação do CHQOA, sendo isso um
facilitador do trabalho de campo, que se baseou inicialmente na coleta dos dados disponíveis
nas unidades de ensino (Malha Curricular do CHQOA, planejamento orçamentário do
CHQOA, etc.), bem como nas entrevistas com Oficiais ocupantes dos cargos chaves nas
unidades de ensino da Corporação.
Os outros dados necessários foram encontrados nos Boletins da PM e no Almanaques.
38

Tais documentos se monstram comuns em todas organizações militares, facilitando o


entendimento deste pesquisador com as demais Polícias Militares aqui estudadas.
Para a obtenção das mesmas informações das Unidades Coirmãs que também são
analisadas nesta pesquisa, foi necessário o contato com Oficiais das Polícias Militares dos
Estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santos, que funcionaram como focais e
forneceram as insformações e os documentos necessários para a coletas dos dados relevantes
para este estudo.

3.2 As entrevistas: a visão de dentro das Diretorias da PMERJ

Nesta parte, buscamos entrevistar Oficiais da Polícia Militar do Estado do Rio de


Janeiro pertencentes as Diretorias das áreas que possuem relação direta com o tema estudado:
(i) Ensino e Instrução; (ii) Pessoal e (iii) Controle de Pagamentos.
Assim, também é sabido que duas unidades da PMERJ, o Batalhão de Operações
Policiais Especiais (BOPE) e o Grupamento Aero Móvel (GAM) possuem requisítos de
acesso aos seus principais cursos de especialização, respectivamente, o Curso de Operações
Especiais e o Curso de Piloto Policial, opostos ao encontrado no CHQOA-PMERJ, limitando
o ingresso no curso aos policiais mais “modernos”. Desta forma, mais um grupo foi
adicionado: iv) Unidades Especiais.

3.2.1 A construção do roteiro de entrevista

Realizar uma entrevista com um superior hierárquico, dentro de uma estrutura militar,
é uma situação delicada. Deste modo, o caminho achado como mais prático e seguro foi
realizar entrevistas semiestrururadas, apresentando uma espécie de formalidade nas perguntas,
no intuito de demonstrar respeito aos pilares de hierarquia e disciplina presentes na
Administração Militar. Além, foi tomada a estratégia de informar que esta pesquisa será
apresentada ao Estado Maior da Corporação e que busca, acima de tudo, trazer possíveis
resultados positivos para a Corporação. Essa estratégia visava a busca do estabelecimento de
uma ligação empática, chamada de rapport (FISHER E GEILSEMAN, 1992), visando
realizar uma entrevista de forma leve e similar a uma conversa buscando um melhor
entendimento, contudo, sem por em prática técnicas como utilização de gírias e palavras
informais.
39

Durante as entrevistas, buscamos perseguir a seguinte estrutura: (i) perguntas de


controle: nome, função que atua, funções que atuou na área e experiência profissional; (ii)
descrição de como a Unidade atua no planejamento e preparação do CHQOA-PMERJ; (iii)
descrição de fatores relacionados a cultura organizacional que, na visão do entrevistado,
podem influenciar na tomada de decisão quanto aos requisitos de acesso ao CHQOA-PMERJ;
(iv) se desejava acrescentar alguma informação que acreditasse ser relevante.

Durante as entrevistas, buscamos explorar os pontos baseados e delineados


antecipadamente, e que foram considerados como os pontos mais importantes durante o
levantamento do referencial teórico, além das perguntas basilares.

As categorias acima expostas e, principalmente, as subcategorias, foram definidas


anteriormente, sendo estruturadas e melhoraplicadas ao longo das entrevistas.

De acordo com o andamento da entrevista, algumas questões foram inseridas visando


um melhor entendimento do fato estudado.

3.3 O trabalho de campo

Após a identificação das informações que seriam necessários para alcançar os dados
estatísticos essenciais para o andamento da pesquisa, passamos a coletar os documentos
necessários.
Os documentos referentes a PMERJ foram conseguidos através do site oficial da
Secretaria de Estado de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro que disponibiliza o
Almanaque de Oficiais e Praças e os Boletins da Polícia Militar, destaco aqui que não foram
utilizados dados contidos nos Boletins Reservados, devido a sua natureza sigilosa de dados.
Os dados de custo do Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares do Rio de Janeiro
foram obtidos através de visita a Divisão de Ensino da Academia de Polícia Militar Dom João
VI.
Todos os documentos e dados citados como coletados na PMERJ foram solicitados a
três Oficiais das Polícias Coirmãs, sendo dois do Estado de São Paulo e um de Minas Gerais.
Para a obtenção dos dados referentes ao salário dos policiais militares, os valores
foram encontrados utilizando ferramentas de transparência dos Estados de São Paulo e Rio de
Janeiro, através da ferramenta conhecida como “Portal Transparência” que podem ser
40

acessados através dos endereços – www.transparencia.sp.gov.br/remunera e


www.consultaremuneracao.rj.gov.br – e através do simulador contracheque da Polícia Militar
de Minas Gerais disponível no site da Corporação – www.ppmg.com.br.

Assim, todos os dados foram coletados e permitiram a chegada aos números


comparados nesta pesquisa, que serão explorados mais a frente neste estudo.

Seguindo para a parte qualitativa, este pesquisador, utilizado os instrumentos de coleta,


seguiu um roteiro semiestruturado que permitiu aos entrevistados compartilharem suas
experiências durante o andamento da entrevista de maneira mais livre, expondo com maiores
detalhes como aconteceram as participações das unidades no processo estudado. A aplicação
deste instrumento de obtenção de dados teve uma média de quarenta minutos, tendo a menor
entrevista durado vinte minutos e a mais longa uma hora e dez minutos.

O número de entrevistados foi predefinido como um participante de cada unidade


selecionada. Caso o participante não fosse capaz de elucidar os questionamentos, outro Oficial
seria entrevistado para complementar as informações. Inicialmente, a PM/1 (Primeira Seção
do Estado Maior da PMERJ) estava na lista de unidades selecionadas, porém durante o
decorrer da pesquisa foi verificado que a unidade não possui ligação direta com o processo
aqui estudado, desempenhando a função de empenho operacional do efetivo policial.

Como critérios de escolha, optamos por entrevistar Oficiais que atuem ou atuaram nas
unidades selecionadas, possuidores de notado conhecimento na área devido ao tempo de
atuação nas funções e que tenham participado do planejamento de algúm CHQOA-PMERJ.
Por vezes, os próprios Diretores, por atuarem a pouco tempo na função ou por não terem
participado de algum processo de planejamento e preparação de um CHQOA-PMERJ
informaram não serem os melhores profissionais para serem entrevistados, indicando que
outro Oficial fosse entrevistado.
Assim, as entrevistas foram feitas com os Oficiais que, devido ao período que atuaram
ou atuam na área estudada, participaram do processo de planejamento e criação das propostas
de um CHQOA-PMERJ, bem como com Oficiais apontados pelas diretorias como os mais
indicados para contribuir devido ao seu conhecimento das questões estudadas.
Dois métodos foram utilizados para a realização das entrevistas, sendo quatro delas
realizadas pessoalmente e três conduzidas através de chamadas de vídeo pelos aplicativos
Zoom (2) e WhatsApp (1).
41

Quando autorizado, as entrevistas foram gravadas. Porém, como uma espécie de


medida de segurança, durante as entrevistas, foram realizadas anotações buscando as
informações-chave durante os discursos.
O áudio das entrevistas, tanto quando realizadas pessoalmente quanto por vídeo
chamada, foi gravado através do aplicativo Voice Memos ou do aplicativo Gravador de Voz
do Windows. Para realizar as transcrições foi utilizado o programa Transkriptor, e
posteriormente ajustado manualmente por este pesquisador.
Anteriormente a todas as entrevistas, este pesquisador realizou contato com os
entrevistados a fim de explicar o objetivo do trabalho acadêmico e solicitar a participação na
pesquisa através de uma entrevista. Também foi explicado que a experiência profissional na
área em questão seria fundamental para o atingimento dos objetivos desta pesquisa.

3.4 Tratamento dos dados

O processo de análise dos dados quantitativos obtidos na análise documental foi


baseado na seleção e estruturação dos dados referentes a custo, tempo de serviço prestado,
tempo de serviço restante e aumento salarial, a fim de permitir a obtenção de medidas,
indicadores e parâmetros estatísticos comparativos que possibilitaram chegar as conclusões
apresentadas nessa pesquisa.
Os dados foram organizados em pastas por Estado e por turmas do Curso de
Habilitação. Os dados obtidos nos Almanaques, Boletins e legislações (Lei Complementar,
Decretos, etc.) foram cruzados, possibilitando a produção dos gráficos e tabelas que serão
apresentados.
Os dados foram planilhados através do programa Excel, onde a distribuição dos dados
por colunas identificadas possibilita a criação de gráficos e a utilização de fórmulas
matemáticas possibilita a identificação das porcentagens.
As tabelas foram criadas diretamente no programa Word e preenchidas com as
informações obtidas durante a coleta de dados.

O processo de análise dos dados obtidos nas entrevistas foi, basicamente, realizado por
via da análise conteúdo. Aqui o processo foi baseado na análise de Bardin, e divídida em
algumas etapas. Foi realizada uma etapa de organização do material, onde nenhuma das
entrevistas foi descartada e fora decidido que todas seriam analisadas; seguindo para uma
42

parte de categorização baseada no critério léxico, com busca nas palavras com conexão direta
ao estudo: gasto, eficiência, promoção, valorização, recursos humanos, controle; e,
terminando com uma fase de interpretação, por meio da inferência, apoiada nos elementos
constitutivos da menssagem. (BARDIN, 2001). Foi escolhida a análise de contúdo por
demonstrar melhor o sentido que os entrevistados manisfestaram através do seu discurso, o
que refletiria a visão da unidade representada, e não unicamente do pensamento do sujeito.
(CAREGNATTO & MUTTI, 2006)
Como ferramentas, também foram utilizados organogramas e planilhas a fim de
organizar os elementos obtidos durante as entrevistas. Assim, foi realizado o arranjo
esquemático das informações obtidas. Os relatos foram salvos em pastas específicas divididas
de acordo com os grupos selecionados, as transcrições em formato .Doc (Word) e as
entrevistas em formato .M4A (Voice Memos / Gravador de voz do Windows).
Os dados obtidos por meio desta pesquisa também foram tratados de acordo com a
preferência do entrevistado, podendo ele ser identificado nominalmente e ter suas respostas
associadas a seu nome, ou ser anonimizado.
A técnica de anonimização utilizada será a generalização, através de uma divisão em
categorias amplas e genéricas. Os grupos serão: ensino e instrução, financeiro, recursos
humanos e unidades especiais. Onde os dados serão analisados e apresentados como oriundos
do discurso dos participantes por categorias.
Caso o participante opte por ser identificado, serão expostos os dados referentes ao
posto e função que ele atua ou atuou dentro da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

3.4.1 Transcrição das entrevistas

Nesta parte foi utilizado foi utilizado para transcrição de áudio o programa Traskriptor
e salvo em documento no formato Word. Visando não perdermos qualquer detalhe, durante as
entrevistas, foi utilizado um caderno de anotações para as observações pertinentes de trechos
de maior importância e para dar destaque as ideias por trás do conteúdo passado pelo
entrevistado quando relevante.

Junto a isso, foi realizado um tratamento das transcrição digitais de forma manual, a
fim de revisar e preencher, de forma mais assertiva, as falhas por vezes apresentadas pelo
programa.
A fim de assegurar a privacidade, a identificação será de acordo com a preferência do
43

participante, podendo ele ser identificado nominalmente ou não ser identificado.

3.5 Validação da pesquisa

Todos os dados quantitativos desta pesquisa podem ser verificados, visto que os dados,
em sua maioria são públicos por se tratar de decretos e informações públicas em Diário
Oficial de cada Estado.

As informações contidas nos Boletins e Almanaques da PM não podem ser acessadas


por um indivíduo não pertencente a Corporação, porém aos policiais o acesso é livre.

Quanto ao contido nos Boletins, tais dados são referentes as convocações das turmas,
dados que podem ser encontrados também nas publicações do Diário Oficial dos Estados.

Desde o surgimento da Lei de Acesso à Informação (Lei n° 12.527 de 18 de novembro


de 2011), é possível realizar a solicitação de informações referentes a administração da
PMERJ através de sua Controladoria, que dentro de um prazo e atendendo ao contido na
legislação, irá responder as informações desejadas. Nas Polícias Militares coirmãs é possível
fazer o mesmo.
Já nas entrevistas, dos sete entrevistados, utilizamos diretamente o trecho da entrevista
de cinco deles. Após a transcrição do relato, assim como a inserção do trecho escolhido,
entramos em contato com cada um, repassando a parte transcrita, bem como a leitura feita por
nós a respeito de sua declaração. Todos confirmaram que a mensagem passada por eles estava
descrita de maneira correta e que a intenção por trás das palavras havia sido bem
desenvolvida.

Transcrevemos um total de 7 (sete) relatos nesta pesquisa. Por vezes, foi diretamente
transcrito mais de um relato distinto da mesma pessoa, tendo em vista a riqueza de detalhes
e a pertinência dos comentários.

Como já dito anteriormente, foi acertado com os participantes que, após concluído e
apresentado, esta pesquisa seria enviada para cada um deles.

Como as coletas de dados foram realizadas seguindo tanto métodos quantitativos


quanto métodos qualitativos, percebe-se que essa combinação de métodos distintos está em
consonância com a técnica de validação conhecida como triangulação metodológica,
44

defendida por autores como Flick (2012) e Easterby-Smith, Thorpe & Lowe (1999). Sabendo
que o foco da triangulação é a validação dos resultados obtidos, a triangulação metodológica
tem como foco superar eventuais problemas epsitemiológicos do método individual, que pode
ser limitado. (ZAPPELLINI & FEUERSCHUTTE, 2015).

Assim, seguindo o ponto de vista da triangulação metodológica, temos que a utilização


das entrevistas com os Oficiais das Diretorias da PMERJ e de dados estatísticos obtidos
através da análise dos resultados das últimas turmas do CHQOA nos Estados cumpriram esse
papel, através da combinação de métodos qualitativos e quantitativos.

3.6 A saída de campo

A saída do campo não apresentou dificuldades, sendo bastante satisfatória, visto que
os objetivos foram cumpridos, que eram realizar a coleta e compilação dos dados necessários.

Como dito, ficou alinhado com os Oficiais participantes o compromntimento de enviar


este estudo finalizado a cada um, no intuito de evidenciar que o relato dado por eles teve
relevância acadêmica e claro, que foi mantido o sigilo de suas identidades.

Além disso, na PMERJ existe a rotina uma de apresentação do trabalho de conclusão


de curso de mestrado à Cordenadoria de Assuntos Estratégicos da Corporação (CAES). Desta
maneira, seguindo a cadeia de comando, é esperado a apresentação dos resultados desta
dissertação ao alto escalão da Secretaria de Polícia ;Militar do Rio de Janeiro. Nossa
expectativa é a geração de um efeito educativo em relação aos tópicos apresentados e poder
facilitar a elaboração de ações internas buscado uma melhor administração de recursos e
pessoal, e não uma contestação as decisões anteriormente tomadas.

4. REVELAÇÕES DO CAMPO: PESQUISA DOCUMENTAL E COMPARAÇÃO


ESTATÍSTICA

4.1 Comparando os requisitos de acesso

Aqui analisamos os editais dos Cursos de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares


ou Correspondentes nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
45

O objetivo principal desta comparação é verificar quais são as principais diferenças


existentes entre as Polícias Militares estudadas quanto aos requisitos de acesso que definem o
público-alvo do CHQOA, visando nortear e possibilitar conclusões lógicas e acertivas quanto
aos diferentes impactos que os requisitos de acesso ao curso acarretam nas corporações.

Foram identificados os requisitos de acesso, ou seja, as características que definem o


público alvo de cada concurso interno. A busca tem como objetivo chegar ao perfil do
candidato em cada Estado e assim ser possível uma correlação entre as diferenças no perfil e
as consequências que isso acarreta ao Quadro de Oficiais Auxiliares nas polícias. As
informações buscadas foram: i) graduação exigida; ii) tempo mínimo de serviço; iii) tempo
máximo de serviço; iv) se possui reserva de vagas.

Não foram observados outros requisitos de acesso, como questões disciplinares, bem
como a métrica utilizada para aferir a aprovação no concurso.

Tabela 3: Requisitos de Acesso ao Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares /


Complementares

Graduação Tempo de Tempo Reserva Duração


Serviço de de Vagas do
Mínimo Serviço Curso
Máximo
PMERJ 1º SGT (com 02 30% por 8 meses
anos) / Sub Ten antiguidade
PMESP 1º SGT / Sub 15 anos 10
Ten (para meses
(qualquer com candidatos
nível superior) sem nível
superior)

PMMG 2º SGT / 1º SGT 15 anos 24 anos 10


/ Sub Ten meses

Fonte: Elaboração Própria

Aqui percebemos que Rio de Janeiro e São Paulo possuem os mesmos critérios na
graduação exigida para o concurso, possibilitando o ingresso do 1º Sargento (na PMERJ com
pelo menos com dois anos de serviço na graduação), enquanto Minas Gerais prevê o acesso a
partir da graduação de 2º Sargento.

O segundo ponto observado foi a exigência de um tempo mínimo de serviço prestado


46

para poder participar do concurso que, seguindo o ponto anterior, São Paulo e Minas Gerais
também compartilham a mesma exigência de 15 (quinze) anos de serviço, enquanto o Rio de
Janeiro não estipula tempo de serviço mínimo para prestação do concurso interno.

Como observação, em São Paulo, policiais com menos de 15 (quinze) anos de serviço
que possuam nível superior completo podem realizar o concurso, independente da graduação.

Cabe resaltar que a não exigência de tempo mínimo para o Oficial Auxiliar na PMERJ
não significa que os policiais do Rio de Janeiro podem prestar o concurso a qualquer tempo,
já que a exigência de necessariamente ser 1º Sargento ou Subtenente implica em um policial
com pelo menos vinte e dois anos de serviço, salvo em casos especiais explicados na
introdução.

O terceiro ponto observado foi a exigência de tempo máximo de serviço prestado para
participar do concurso. Neste quesíto, somente a PMMG estabelece um limitador de tempo de
serviço. Assim, ao limitar o tempo de serviço máximo que o candidato ao concurso interno
poderá ter no momento da matrícula, é possível garantir que o Oficial Auxiliar será capaz de
atuar por um período mínimo antes de poder requerer sua passagem para a reserva
remunerada.

O último ponto observado foi a existência de reserva de vagas. Aqui, somente a


PMERJ utiliza a reserva de vagas como facilitador de acesso aos policiais mais antigos na
Corporação, aqueles que possuem mais termpo de serviço.

4.2 Comparando os gastos de Formação

Os gastos com a formação dos Oficiais Axiliares são parte importante desta pesquisa.
Aqui buscamos entender como é gasto o dinheiro empregado na formação e, principalmente,
chegar aos números que compõem esses gastos.

Desta forma será possível ter uma real dimensão de quanto se gasta para formar um
Oficial Auxiliar.

Inicialmente foi percebido que o planejamento orçamentário para a execução dos


cursos ocorre de maneira bastante similar nos três Estados, podendo, para melhor
entendimento, ser dividido em três áreas principais: (i) remuneração dos docentes; (ii)
47

materiais necessários para a realização do curso; (iii) munições.

Após a compilação dos dados, foi possível chegar ao valor total gasto para realizar o
Curso de Habilitação correspondente e ao valor referente a formação de um Oficial Auxiliar.

Tabela 4: Gasto com a Formação do Oficial Auxiliar – PMERJ/PMESP/PMMG

PMERJ
Turma 2021 2022
Total R$ 1.167.435,62 R$ 1.167.435,62
Valor por Aluno R$ 6.633,15 R$ 7.630,29

PMESP

Turma 2017 2019


Total R$ 706.604,96 R$ 747.755,79
Valor por Aluno R$ 9.679,53 R$ 10.243,23

PMMG

Turma 2021 2022


Total R$ 472.770,70 R$ 811.629,89
Valor por aluno R$ 8.595,83 R$ 7.879,89

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / Resolução 4415 de 17/03/16 - PMMG)

Um fator que chamou atenção durante a compilação dos dados e valores, foi a
diferença na quantidade de disparos de arma de fogo efetuados nas instruções de tiro onde, de
acordo malha curricular do PMERJ, um aluno do curso realiza um total de 425 (quatrocentos
e vinte e cinco) disparos de diferentes calibres, enquanto um aluno do curso da PMMG efetua
um total de 164 (cento e sessenta e quatro) disparos, também de diferentes calibres. E o custo
com munições para formar um Oficial Auxiliar no Rio de Janeiro é cerca de 03 (três) vezes
superior ao valor gasto por Minas Gerais.

É clara a diferença na realidade vivenciada pelo policial durante a execução do serviço


no dia a dia nos dois Estados, quando olhamos a violência enfrentada. O que justifica uma
preparação maior em certas áreas do conhecimento, como é verificado nas instruções de tiro
policial no Rio de Janeiro através de uma malha curricular mais robusta e com maior
quantidade de disparos para a formação do Oficial Auxiliar.
48

Contudo, a realidade descrita acima evidencia uma discrepância na malha curricular


que impacta diretamente na tentativa de realizar uma análise custo-benefício entre o custo de
formação das Polícias Militares aqui estudadas, pois cada Polícia prepara o policial para atuar
na realidade existente em seu Estado, ou seja, cada Corporação gasta o valor necessário para
formar o Oficial Auxiliar capacitado para atuar em seu Estado.

Como a análise custo-benefício é baseada em duas variáveis, sendo uma o custo e a


outra que, neste caso, seria o tempo de serviço médio prestado pelos Oficiais Auxiliares após
a conclusão do curso até sua passagem para a reserva remunerada, o fato da variável custo não
poder ser utilizada como métrica impossibilita esse tipo de análise.

Por esse motivo, não será realizada uma comparação custo-benefício entre os gastos
com formação dos Oficiais Auxiliares entre os Estados, visto que as diferenças envolvendo os
gastos com formação de cada Polícia acabaria e não refletindo a realidade.

Assim, será feita uma análise baseada na comparação da efetividade do processo


seletivo de cada Polícia Militar, tendo como base o CHQOA-PMERJ/21 e 22, CHQOA-
PMESP/17 e 19 e CHO-PMMG/21 e 22, e, utilizando para efeitos comparativos a média de
anos de serviço restante para os Oficiais Auxiliares em cada Estado e em cada turma,
comparando-as entre si.

4.3 Qual o aumento gerado pela promoção ao posto de Oficial Auxiliar

Agora veremos quanto de aumento a promoção ao Posto de 2º Tenente, gera para o


Oficial Auxiliar em cada Estado.

Clarificando, os dados foram obtidos através de consulta pela ferramenta - Consulta


Remuneração - do Portal Transparência do Governos dos Estados do Rio de Janeiro e de São
Paulo. No caso de Minas Gerais os dados foram obtidos através de consulta ao simulador de
contracheques do site da PMMG.

Os cálculos foram feitos de acordo com a graduação da maioria dos integrantes da


turma, assim, para a PMERJ foi utilizado o salário do Subtenente, para a PMESP foi utilizado
o salário do 1º Sargento e da PMMG foi utilizado o salário do 2º Sargento.
49

Tabela 5: Aumento Salarial Bruto do Oficial Auxliliar / Complementar

PMERJ
PMERJ Subtenente 2º Tenente Aumento %
Vencimentos R$ 13.531,14 R$ 15.456,97 R$ 12,5
1.925,83

PMESP
PMESP 1º Sargento 2º Tenente Aumento %
Vencimentos R$ 6.828,28 R$ 9.120,50 R$ 25
2.292,22

PMMG
PMMG 2º Sargento 2° Tenente Aumento %
Vencimentos R$ 9.110,81 R$ 13.036,78 R$ 43
3.925,97

Fonte: Elaboração Própria (Portal Transparência RJ / SP / Simulador de pagamentos PMMG)

Devemos levar em conta que existem grandes variações nas porcentagens de aumento,
mas isso é um claro resultado da quantidade de graduações que o Oficial Auxiliar “pulou”. Na
PMERJ, em média, sobe-se uma graduação, enquanto na PMESP duas graduações, e na
PMMG, três graduações.

4.4 Quanto tempo atua um Oficial Auxliar

Inicialmente, temos que explicar o termo “pedágio” que aparecerá de forma frequente
nesta parte. O termo é oriundo da Lei n° 13.954 de 16 de dezembro de 2019, que alterou as
regras da previdência das Forças Armadas, Polícias e Bombeiros Militares. Uma das
principais mudanças foi o tempo mínimo para que o militar passe para a inatividade, que foi
aumentado de 30 (trinta) anos para 35 (trinta e cinco) anos. Assim, foi criada uma regra de
transição prevendo que os policiais militares da ativa, que não completaram 30 (trinta) anos
até a data de 01 de janeiro de 2020, terão que cumprir o chamado pedágio, que representa
cerca de 17% em relação ao seu tempo de serviço restante. Este valor será adicionado as
médias apresentadas sempre que necessário.

Seguindo, nesta parte foi realizado um levantamento estatístico através dos dados
obtidos nos boletins das Polícias Militares, que informam a convocação dos policiais
aprovados no concurso interno, dos Almanaques das Corporações, que trazem todas
50

informações referentes aos quadros de efetivo das mesmas, e das informações repassadas
pelas Academias de Polícia Militar dos Estados.

A partir da junção das informações descritas, fazendo uma correlação entre os


policiais aprovados e o tempo de serviço já prestado por eles, foi possível chegar aos números
que serão apresentados nos gráficos e tabelas que aparecerão abaixo.

Os gráficos representam as faixas de anos de serviço restantes para os Oficiais


Auxiliares e a quantidade de Oficiais Auxiliares em cada faixa. Cada gráfico representa uma
turma do Curso de Habilitação que foi estudo. As Tabelas apresentam as porcentagens de
Oficiais Auxiliares por faixa de serviço restante e a também a média de anos de serviço que
cada turma alcançou.

Agora, veremos as duas últimas turmas do CHQOA da PMESP, que se desenvolveram


nos anos de 2017 e 2019, respectivamente e seguiremos com Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Durante a apresentação dos primeiros gráficos e tabelas será explicado como os números
foram alcançados.

4.4.1 CHQOA-PMESP/17 e CHQOA-PMESP/19

Gráfico 1: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma


CHQOA-PMESP/2017

30

25

20

15
26
10 22
16
5 10
6 6
3
0 0 1
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 13-14 15 anos
anos anos ou mais

Fonte: Elaboração Própria (APMBB)

O gráfico 1 nos permite observar uma série de informações relevantes através da


visualização da quantidade de Oficiais em cada faixa. Podemos verificar visualmente dados
51

como a quantidade de Oficiais Auxiliares que já concluíram o tempo necessário de serviço


para requerer sua passagem para a inatividade e quais as faixas que apresentam o maior
número de Oficiais.

Para complementar e facilitar a interpretação dos dados, abaixo incluiremos uma


tabela, tabela 6, com a representação dos valores encontrados em porcentagem.

Tabela 6: Porcentagem em Anos de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMESP/2017

PMESP – CHQOA/2017
Tempo de serviço restante %

0 anos 0%
1-2 anos 1%
3-4 anos 3%
5-6 anos 7%
7-8 anos 7%
9-10 anos 24%
11-12 anos 11%
13-14 anos 18%
15 anos 29%
Fonte: Elaboração Própria (APMBB)

Essa informação, tratada através de porcentagens, possibilitará uma análise


comparativa mais clara entre as turmas analisadas.

Aqui, percebemos que 82% do Oficiais Auxiliares da turma de 2017 se encontravam


dentro da parcela acima de 9 (nove) anos de serviço restantes. E que nenhum Oficial Auxiliar
já possuía tempo de serviço suficiente para possibilitar sua passagem para a reserva
remunerada.

Seguindo com a análise, é possível chegar a uma média de anos de serviço que um
Oficial Auxiliar do Estado de São Paulo pertencente a turma em foco ainda possui até atingir
o tempo necessário para sua passagem para a reserva remunerada. O valor foi encontrado ao
somar o tempo de serviço restante de todos os integrantes da turma e dividir pelo número de
integrantes, chegamos à média do todo.
52

Tabela 7: Média de Anos de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMESP/2017

PMESP –
CHQOA/2017

Turma 90 Oficiais
Total em anos 1031 anos
Média / Oficial 11 anos e 6 meses
Média + pedágio 13 anos e 2 meses

Fonte: Elaboração Própria (APMBB)

Na Tabela 7, temos que na turma do CHQOA-PMESP/2017, um Oficial Auxiliar


prestará, em média, 13 (treze) anos e 2 (dois) meses de serviço até atingir a data necessária
para sua passagem para a reserva remunerada.

Passando para a próxima turma analisada no Estado de São Paulo, a turma CHQOA-
PMESP/2019, utilizando os mesmos parâmetros para realizar as quantificações e seguindo os
mesmos critérios, temos as seguintes estatísticas, iniciando pela divisão dos integrantes da
turma em faixas de anos de serviço restantes.

Gráfico 2: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma


CHQOA-PMESP/2019

30

25

20

15
25
10 21
17
5 11
9

1 2 2
0 0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 13-14 15 anos
anos anos ou mais

Fonte: Elaboração Própria (APMBB)

No gráfico 2, vemos a relação entre a quantidade de Oficiais Auxiliares na turma e


suas divisões entre as faixas de tempo de serviço restantes.
53

Mais uma vez, buscando a clareza e facilidade de entendimento, temos na Tabela 8


a relação da quantidade de integrantes da turma de 2019 pertencente a cada faixa de análise e
suas respectivas porcentagens.

Tabela 8: Porcentagem em Anos de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMESP/2019

PMESP – CHQOA/2019
Tempo de serviço restante %

0 anos 1%
1-2 anos 0%
3-4 anos 2%
5-6 anos 2%
7-8 anos 13%
9-10 anos 10%
11-12 anos 28%
13-14 anos 24%
15 anos 19%

Fonte: Elaboração Própria (APMBB)

Aqui, como na turma de 2017, temos que a maior parte de Oficiais da turma se
encontra dentro da parcela acima de 9 (acima) anos restantes, compreendendo, assim como na
turma anterior, 82% do total de componentes. Nesta turma, somente um Oficial já possuía
tempo de serviço suficiente para a passagem para reserva remunerada.

Realizando a contagem e chegando à média de anos de serviço restante por Oficial da


turma chegamos à informação demonstrada na tabela 9.

Tabela 9: Média de Anos de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMESP/2019

PMESP –
CHQOA/2019

Turma 88 Oficiais
Total em anos 1038 anos
Média / Oficial 11 anos e 10 meses
Média + pedágio 13 anos e 8 meses

Fonte: Elaboração Própria (APMBB)


54

Concluindo, após a análise dos dados da turma CHQOA-PMESP/2019, temos que um


Oficial Auxiliar formado neste ano ainda trabalhará, em média, 13 anos e 8 meses de serviço
até atingir a data necessária para sua passagem para a reserva remunerada.

Os indicadores encontrados a partir da análise das Turmas do CHQOA- PMESP dos


anos de 2017 e 2019 foram bastante similares, o que parece bastante lógico, visto que não
houve alterações no público-alvo e nos requisitos de acesso.

Desta forma, podemos esperar que os resultados entre as Turmas do Curso de


Habilitação a Quadro de Oficiais Auxiliares, nos mesmos Estados, apresentem resultados
similares entre si.

4.4.2 CHO-PMMG/21 e CHO-PMMG/22

Seguindo para a análise das duas turmas do Curso de Habilitação de Oficiais do


Estado de Minas Gerais, e mantendo a mesma forma de avaliação dos dados.

Gráfico 3: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma CHO-


PMMG /2021

50

45

40

35

30

25
45
20

15

10

5 10
2 3
0 0 0 0 0 0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 13-14 15 anos
anos anos

Fonte: Elaboração Própria (BGPM N° 12 de 11FEV21/ Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Temos no Gráfico 3 a separação da turma de 2021 por faixas de anos de serviço


55

restantes.

Tabela 10: Porcentegem em Anos de Serviço Restante – TURMA CHO-PMMG /2021

PMMG – CHO/2021
Tempo de serviço restante %

0 anos 0
1-2 anos 0
3-4 anos 0
5-6 anos 3
7-8 anos 5
9-10 anos 0
11-12 anos 17
13-14 anos 75
15 anos 0

Fonte: Elaboração Própria (BGPM N° 12 de 11 FEV21 / Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Na primeira turma de Oficiais Auxiliares da PMMG, conforme a Tabela 10, temos o


valor de 92% do total de Oficiais Auxiliares incluídos na faixa de 11 a 14 anos de serviço
restantes.

Como esperado, visto a existência da regra de tempo máximo de serviço prestado de


24 (vinte e quatro) anos para os concursos do CHO da PMMG, nenhum Oficial possui menos
do que 6 (seis) anos serviço para exercer sua profissão até ter o direito a sua reserva
remunerada.

Tabela 11: Média de Ano s de Serviço Restante – TURMA CHO -PMMG/2021

PMMG – CHO/2021

Turma 60 Oficiais
Total em anos 716 anos
Média / Oficial 12 anos
Média + pedágio 14 anos

Fonte: Elaboração Própria (BGPM N° 12 de 11FEV21 / Almanaque dos Oficiais da PMMG)


56

Nesta turma a média de anos de serviço restante por oficial é foi de 14 (quatorze) anos.
Um número superior ao estado de São Paulo em cerca de 1 ano e 6 meses.

Seguindo para a turma de 2022, temos:

Gráfico 4: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma


CHQOA-PMMG/2022

80

70

60

50

40
73
30

20

10 18
11
0 0 0 0 0 1 0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 11-12 13-14 15 anos
anos anos anos

Fonte: Elaboração Própria (BGPM N° 48 de 30JUN22 / Almanaque dos Oficiais da PMMG)

O gráfico 4 demonstra os mesmos padrões da turma anterior do CHO-PMMG, onde


verificamos a maior concentração nas faixas de policiais com muitos anos de serviço restantes
para a reserva remunerada, 13 (treze) anos ou mais.

Tabela 12: Porcentagem em Anos de Serviço Restante – TURMA CHO -PMMG /2022

PMMG – CHO/2022

Tempo de serviço restante %

0 anos 0
1-2 anos 0
3-4 anos 0
5-6 anos 0
7-8 anos 1
9-10 anos 11
11-12 anos 0
13-14 anos 71
15 anos 17

Fonte: Elaboração Própria (BGPM N° 48 de 30JUN22 / Almanaque dos Oficiais da PMMG)


57

Esta turma apresentou, de acordo com a Tabela 12, a surpreendente porcentagem de


88% dos Oficiais pertencentes a uma parcela de tempo de serviço restante de 13 a 15 anos.

Tabela 13: Média de Ano s de Serviço Restante – TURMA CHO -PMMG/2022

PMMG –
CHO/2022

Turma 103 Oficiais


Total em anos 1379 anos
Média / Oficial 13 anos
Média + pedágio 15 anos e 2 meses

Fonte: Elaboração Própria (BGPM N° 48 de 30JUN22 / Almanaque dos Oficiais da PMMG)

A diferença verificada entre as duas turmas do Estado de Minas Gerais, em média de


tempo de serviço restante a ser prestado pelos Oficiais Complementares, foi de um ano e 6
(seis) meses.

Assim podemos perceber que a diferença entre as regulamentações atuais dos dois
Estados já analisados, da existência do limitador de tempo de serviço máximo de 24 (vinte e
quatro) anos, refletiu em uma efetividade maior no certame do Estado de Minas Gerais.

4.4.3 CHQOA-PMERJ/21 e CHQOA-PMERJ/22

Agora, repetiremos a mesmo processo analítico as duas últimas turmas do


CHQOA/PMERJ. Aqui será apresentada uma análise da turma como um todo e da parcela de
30% de Oficiais Auxiliares pertencentes a reserva de vagas por antiguidade.

No Gráfico 5 iniciaremos a turma de 2021:


58

Figura 5: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma


CHQOA-PMERJ/2021

60

50

40

30
51
20 42
32
29
10
16

4
0 1 0 1
0 anos 1-2 anos3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 11-12 13-14 15 anos
anos anos anos

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Seguindo para as porcentagens,

Tabela 14: Porcentagem em Anos de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMERJ/202 1

PMERJ – CHQOA/2021
Tempo de serviço %
restante

0 anos 30

1-2 anos 1

3-4 anos 2
5-6 anos 9
7-8 anos 16
9-10 anos 24
11-12 anos 18
13-14 anos 0
15 anos 0

Fonte: Elaboração Própria (APM)


59

Nesta primeira turma analisada, temos que 30% dos Oficiais componentes da turma,
no momento em que iniciaram o curso de habilitação, já tinham completo o tempo de serviço
necessário para requerer sua passagem para a reserva remunerada. Continuando, 58% dos
Oficiais Auxiliares matriculados se encontravam na faixa de 7 a 12 (doze) anos de serviço
restantes. Os últimos 12% estão incluídos na faixa de 1 (um) a 6 (seis) anos de serviço a ser
cumprido.

Tabela 15: Média de Ano s de Serviço Restante – TURMA CHQOA-PMERJ/2021

PMERJ –
CHQOA/2021

Turma 176 Oficiais


Total em anos 1081 anos
Média / Oficial 06 anos
Média + pedágio 07 anos

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Na turma CHQOA-PMERJ/2021, a média de anos restantes de serviço por Oficial


Auxiliar foi de 7 (sete) anos.

O gráfico 6, abaixo, inicia a análise da turma CHQOA-PMERJ/2022.

Gáfico 6: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma CHQOA-


PMERJ/2022

70

60

50

40

30 60

20
36
27
10
14 11
0 4 1 0 0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 11-12 13-14 15 anos
anos anos anos

Fonte: Elaboração Própria (APM)


60

Como nas análises anteriores, seguimos para as porcentagens,

Tabela 16: Porcentagem de Anos de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMERJ/2022

PMERJ – CHQOA/2022
Tempo de serviço restante %

0 anos 9
1-2 anos 3
3-4 anos 7
5-6 anos 18
7-8 anos 24
9-10 anos 39
11-12 anos 1
13-14 anos 0
15 anos 0

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Tabela 17: Média de Ano s de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2022

PMERJ –
CHQOA/2022
Turma 153 Oficiais
Total em anos 1050 anos
Média / Oficial 06 anos e 8 meses
Média + pedágio 07 anos e 08 meses

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Esta turma apresentou uma média de tempo de serviço restante de 7 (sete) anos e 8
(oito) meses, ou seja, superando em apenas 8 (oito) meses a turma do ano anterior. Porém,
apenas 9% dos Oficiais que integram a parcela que já concluíram o tempo de serviço, sendo
esse um diferencial de bastante importância por indicar que a parcela reservada por
antiguidade da turma de 2022 não foi composta em sua totalidade por policiais que já
completaram o tempo de carreira necessário, como ocorreu em 2021.
61

Agora, faremos a análise apenas da parcela de reserva de vagas por antiguidade de


ambas as turmas. Iniciando pela Turma CHQOA-PMERJ/21.

Gráfico 7: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – Turma


CHQOA-PMERJ/2021

60

50

40

30
51
20

10

0 0 0 0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Nesta turma, 51 (cinquenta e um) Oficiais Auxiliares formaram a parcela composta


pela reserva de vagas por antiguidade. Assim, todos os integrantes já possuíam tempo de
serviço suficiente para a passagem para reserva remunerada.

Tabela 18: Porcentagem de Anos de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2021

PMERJ – CHQOA/2021
Tempo de serviço restante %

0 anos 100

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Dessa forma, nesta turma, 100% dos matriculados na parcela reservada por
antiguidade se encontravam na faixa de 0 (zero) anos restantes de serviço.
62

Tabela 19: Média de Ano s de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2021

PMERJ –
CHQOA/2021
Turma 51 Oficiais
Total em anos 0 anos
Média / Oficial 0 anos
Média + pedágio 0 anos

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Completando a análise da parcela matriculada por antiguidade, a média de anos de


serviço restante foi 0 (zero). Tendo apresentado o pior cenário possível, onde a totalidade dos
matriculados pela reserva de vagas poderiam se “aposentar” imediatamente ao término do
curso de habilitação.

Seguindo para última análise, temos a seguir a turma CHQOA-PMERJ/22


Gráfico 8: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – CHQOA-
PMERJ/2022

18
16
14
12
10
8 17
14
6
11
4
2 4
0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Já a na turma CHQOA-PMERJ/22, 14 (quatorze) Oficiais Auxiliares já possuem


tempo de serviço suficiente para encerraram suas carreiras, seguindo por 4 (quatro) Oficiais
Auxiliares que possuem um ou dois anos, 11 (onze) que possuem três ou quatro anos e 17
(dezessete) que possuem cinco e seis anos de serviço pela frente. Apresentando uma média
maior do que a turma anterior.
63

Tabela 20: Porcentagem de Anos de Servi ço Restante – CHQOA-PMERJ/2022

PMERJ – CHQOA/2022
Tempo de serviço restante %

0 anos 30
1-2 anos 9
3-4 anos 24
5-6 anos 37

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Assim, temos que 30% dos Oficiais Auxiliares já possuem tempo de serviço suficiente
para encerraram suas carreiras, e que 9% se encontram na faixa 1-2 anos, 24% na faixa 3-4
anos e 37% na faixa 5-6 anos de serviço pela frente, sendo seis anos de serviço o período
máximo para um Oficial Auxiliar matriculado pela reserva de vagas por antiguidade nesta
turma.

Tabela 21: Média de Ano s de Serviço Restante – TURMA CHQOA -PMERJ/2022

PMERJ –
CHQOA/2022
Turma 46 Oficiais
Total em anos 140 anos
Média / Oficial 03 anos
Média + pedágio 03 anos e 06 meses

Fonte: Elaboração Própria (APM)

Diferente da turma do CHQOA-PMERJ/21, a CHQOA-PMERJ/22 não apresentou a


média de 0 (zero) anos de serviço restante, mas sim uma média de 3 (três) anos e 6 (seis)
meses restantes na carreira.

Novamente, assim como logo foi percebido após a análise das duas primeiras turmas
observadas, pertencentes ao Estado de São Paulo, as turmas de Oficiais Auxiliares apresentam
64

resultados bastante parecidos entre si, em relação ao tempo médio de serviço restante. Tendo
as turmas de São Paulo apresentando uma diferença média de apenas 2 (dois) meses, as
turmas de Minas Gerais, a diferença média foi de 1 (um) ano e 2 (dois) meses e as turmas do
Rio de Janeiro uma média de 8 (oito) meses.

Especificamente no caso do Rio de Janeiro, a análise entre as parcelas de Oficiais


Auxiliares matriculados por reserva de vaga por antiguidade, as turmas apresentaram uma
diferença média de 3 (três) anos e 6 (seis) meses, lembrando que a turma de 2021 atingiu a
média de 0 (zero) anos de serviço restantes.

Até o momento, o foco foi apresentar os dados numéricos e estatísticos encontrados


durante a pesquisa por Estado. Agora seguiremos para uma análise comparativa entre os três
as Polícias Militares dos Estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

4.5 Do Resumo comparativo e da efetividade comparada

Como esperado, assim como foi percebido após a análise das duas primeiras turmas
observadas pertencentes ao Estado de São Paulo, as turmas de Oficiais Auxiliares dos outros
Estados também apresentam resultados bastante parecidos entre si. Agora, faremos um
comparativo entre os resultados apresentados entre as últimas e penúltimas turmas dos três
Estados observados.

A comparação será direcionada para uma visão sobre efetividade no processo de


seleção em cada Polícia Militar, que nada mais é do que um reflexo dos requisitos de acesso
de cada PM e, por consequência, da legislação vigente em cada Estado.

Como mencionado anteriormente, quando fora apresentado o comparativo entre os


gastos de formação, foi evidenciado que cada Estado possui uma realidade diferente e se
preocupa com a formação adequada para aquela sociedade específica, e sabendo que a análise
custo-benefício se baseia na comparação entre dois valores, sendo um custo (X) e um
resultado/produto (Y).

Consideraremos a variável X não como o real valor gasto por cada Estado, mas
como o valor representativo do custo necessário de cada PM para formar seu Oficial Auxiliar
e isolamos esse valor. Dessa forma será possível verificar a efetividade do processo
65

analisando somente a variável Y, que é a média de tempo de serviço restante para o Oficial
Auxiliar em cada Estado, a partir da variação somente do resultado/produto. Dessa maneira
será possível verificar o quão é mais efetivo é um processo do que o outro.

Seguimos com o comparativo entre as turmas: CHQOA-PMERJ/21, CHQOA-


PMESP/17 e CHO-PMMG/21.

Aqui seguiremos uma abordagem mais direta, apresentando todos os elementos


estatísticos para fins de comparação, visando ao final verificar as divergências na efetividade
do processo de seleção.

Gráfico 9: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – CHQOA-


PMERJ/2021 x CHQOA -PMESP/2017 x CHO -PMMG /2021

CHQOA/21 - PMERJ x CHQOA/17 - PMESP x CHO/21 - PMMG


60
51
50 45
42
40
32
29
30 26
22
20 16 16
1010
10 6 6
4 3 3
1 1 0 2 1
0 0 0 0 0 0
0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 13-14 15 anos
anos anos

PMERJ - CHQOA 2021 PMESP - QOA 2017 PMMG - CHO 21

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)
66

Tabela 22: Porcentagem de Anos de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2021 x CHQOA -


PMESP/2017 x CHO -PMMG /2021

PMERJ – PMESP – PMMG –


CHQOA/2021 CHQOA/2017 CHO/2021
Tempo de % % %
serviço
restante
0 anos 30 0 0
1-2 anos 1 1 0
3-4 anos 2 3 0
5-6 anos 9 7 3
7-8 anos 16 7 5
9-10 anos 24 24 0
11-12 anos 18 11 17
13-14 anos 0 18 75
15 anos 0 29 0

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Tabela 23: Média de Ano s de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2021 x CHQOA -


PMESP/2017 x CHO -PMMG /2021

PMERJ – PMESP – PMMG –


CHQOA/2021 CHQOA/2017 CHO/2021
Turma 176 Oficiais 90 Oficiais 60 Oficiais
Total em 1081 anos 1031 anos 716 anos
anos

Média / 06 anos 11 anos e 6 meses 12 anos


Oficial

Média + 07 anos 13 anos e 4 meses 14 anos


pedágio
Efetividade - +88% +100%
comparada

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)
67

Gráfico 10: Efetividade Comparada Turmas - CHQOA-PMERJ/2021 x CHQOA -


PMESP/2017 x CHO -PMMG /2021

16
13 anos e 2 14 anos
meses 14

Anos de Serviço restantes


+88% +100% 12
eficiência comparada

10

7 anos 8

0
PMERJ - CHQOA 2021 PMESP - QOA 2017 PMMG - CHO 21

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Na análise das penúltimas turmas do Estados, verificamos que o sistema de seleção de


São Paulo foi 88% mais efetivo que o sistema de seleção do Rio de Janeiro, já o de Minas
Gerais foi 100% mais eficiente. Representando um total maior em 6 (seis) anos e 2 (dois)
meses para um Oficial Auxiliar de São Paulo e maior em 7 (sete) anos, em comparação a um
Oficial Auxiliar do Rio de Janeiro.

Agora, partindo para o comparativo entre as turmas: CHQOA-PMERJ/22, CHQOA-


PMESP/19 e CHO-PMMG/22.

Novamente seguiremos apresentando todos os elementos estatísticos necessários para


comparação, e ao final verificaremos a diferença da efetividade do processo de seleção.
68

Gráfico 11: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – CHQOA-


PMERJ/2022 x CHQOA -PMESP/2019 x CHO -PMMG /2022

CHQOA/22 - PMERJ x CHQOA/19 - PMESP x CHO/22 - PMMG


80 73
70
60
60

50

40 36

30 27 25
21
20 1718
14
11 11 9 11
10 4
1 0 0 0 2 0 2 0 1 1 0 0 0
0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 anos13-14 anos 15 anos

PMERJ - CHQOA 2022 PMESP - QOA 2019 PMMG - CHO 22

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Tabela 24: Porcentagem de Anos de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2022 x


CHQOA-PMESP/2019 x CHO -PMMG/2022

PMERJ – PMESP – PMMG –


CHQOA/2022 CHQOA/2019 CHO/2022
Tempo de % % %
serviço restante
0 anos 9 1 0
1-2 anos 3 0 0
3-4 anos 7 2 0
5-6 anos 18 2 0
7-8 anos 24 13 1
9-10 anos 39 10 11
11-12 anos 1 28 0
13-14 anos 0 24 71
15 anos 0 19 17

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)
69

Tabela 25: Média de Ano s de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2022 x CHQOA -


PMESP/2019 x CHO -PMMG /2022

PMERJ – PMESP – PMMG –


CHQOA/2022 CHQOA/2019 CHO/2022
Turma 153 Oficiais 88 Oficiais 103 Oficiais
Total em 1050 anos 1038 anos 1379 anos
anos

Média / 6 anos e 6 meses 11 anos e 8 meses 13 anos


Oficial

Média + 7 anos e 8 meses 13 anos e 4 meses 15 anos e 2 meses


pedágio
Efetividade - +75% +98%
Comparada

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Gráfico 12: Efetividade Comparada Turmas - CHQOA-PMERJ/2022 x CHQOA -


PMESP/2019 x CHO -PMMG /2022

15 anos e 2 16
13 anos e 4 meses
meses
14

Anos de serviço restantes


+98%
+75% 12
Eficiêcia comparada

7 anos e 8 10
meses
8

0
PMERJ - CHQOA 2022 PMESP - QOA 2019 PMMG - CHO 22

Fonte: Elaboração Própria (APM / APMBB / BGPM N° 12 de 11 FEV21 / BGPM N° 48 de 30JUN22 /


Almanaque dos Oficiais da PMMG)

Na análise das últimas turmas de cada Estado, pode-se afirmar que o sistema de
seleção de São Paulo foi 75% mais efetivo que o sistema de seleção do Rio de Janeiro,
enquanto o sistema de Minas Gerais foi 98% mais efetivo. Onde, um Oficial Auxiliar de São
Paulo irá trabalhar em média maior em 6 (seis) anos e 4 (quatro) meses a mais que um Oficial
70

Auxiliar do Rio de Janeiro, enquanto um Oficial Auxiliar de Minas Gerais irá prestar e maior
em 7 (sete) anos e 6 (seis) meses, em comparação a um Oficial Auxiliar do Rio de Janeiro.

4.6 Um cenário com reserva de vagas x Um cenário com reserva de vagas

Seguindo para a última análise comparativa antes de seguirmos para a verificação da


nossa hipótese, vamos analisar as estatísticas referentes as turmas do CHQOA-PMERJ reais
(com reserva de vagas) com as turmas do CHQOA-PMERJ (sem reserva de vagas), ou seja,
em um cenário fictício realizado através da utilização dos resultados do exame intelectual que
gerou as classificações nos concursos internos para as turmas estudadas. Desta forma, a turma
CHOQA-PMERJ/2021 sem reserva de vagas foi composta pelos 176 (cento e setenta e seis)
candidatos com maiores índices intelectuais e a turma CHQOA-PMERJ/2022 pelos 153
(cento e cinquenta e três) candidatos com maior nota.

Novamente seguindo uma abordagem mais direta, apresentaremos todos os elementos


estatísticos para fins de comparação, verificando as divergências na efetividade do processo
de seleção com e sem reserva de vagas por antiguidade.

Gráfico 13: Quantida de de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – CHQOA-


PMERJ/2021 com reserva x CHQOA-PMERJ/20 21 sem reserva

CHQOA-PMERJ/21 R x CHQOA-PMERJ/21 SR
70

60

50

40

30

20

10

0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 13-14 15 anos
anos anos

CHQOA-PMERJ/21 - com reserva CHQOA-PMERJ/21 - sem reserva

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 02 - 05JAN21)


71

Tabela 26: Porcentagem de Anos de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2021 com


reserva x CHQOA -PMERJ/2021 sem reserva

PMERJ – PMERJ –
CHQOA/2021 CHQOA/2021
Com Reserva Sem Reserva
Tempo de % %
serviço
restante
0 anos 30 2
1-2 anos 1 1
3-4 anos 2 2
5-6 anos 9 9
7-8 anos 16 26
9-10 anos 24 33
11-12 anos 18 26
13-14 anos 0 0
15 anos 0 0

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 02 - 05JAN21)

Tabela 275: Média de Ano s de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/202 1 com reserva x


CHQOA-PMERJ/2021 sem reserva

PMERJ – CHQOA/2021 PMERJ – CHQOA/2021


Com Reserva Sem Reserva
Turma 176 Oficiais 176 Oficiais
Total em 1050 anos 1541 anos
anos

Média / 06 anos e 6 meses 8 anos e 8 meses


Oficial

Média + 07 anos e 8 meses 10 anos e 4 meses


pedágio
Efetividade - +32%
comparada

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 02 - 05JAN21)


72

Gráfico 14: Efetividade Comparada Turmas - CHQOA-PMERJ/202 1 x CHQOA-


PMERJ/2021 sem reserva

12

10 anos
10
7 anos e 8 meses
+32%
8

0
PMERJ - CHQOA 2021 - com reserva PMERJ - QOA 2021 sem - reserva

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 02 - 05JAN21)

Nesta primeira análise envolvendo a turma real e a turma fictícia sem reserva de vagas
por antiguidade, foi possível enxergar que um sistema de seleção somente pelo critério de
merecimento intelectual seria 32% mais efetivo. Onde, um Oficial Auxiliar contribuiria em
média 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses a mais.

Dos Oficiais Auxiliares pertencentes a turma real de 2021, somente 4 (quatro) Oficiais
Auxiliares teriam sido aprovados, sem o benefício da reserva de vagas.

Seguindo para a abordagem da turma de 2022, temos:


73

Gráfico 15: Quantidade de Oficiais Auxiliares x Anos de Serviço Restante – CHQOA-


PMERJ/202 2 com reserva x CHQOA -PMERJ/2 022 sem reserva

CHQOA-PMERJ/22 R x CHQOA-PMERJ/22 SR
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 anos 1-2 anos 3-4 anos 5-6 anos 7-8 anos 9-10 anos 11-12 13-14 15 anos
anos anos

CHQOA-PMERJ/22 - com reserva CHQOA-PMERJ/22 - sem reserva

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 017 - 28JAN22)

Tabela 28: Porcentagem de Anos de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/202 2 com


reserva x CHQOA -PMERJ/202 2 sem reserva

PMERJ – PMERJ –
CHQOA/2022 CHQOA/2022
Com Reserva Sem Reserva
Tempo de % %
serviço
restante
0 anos 9 2
1-2 anos 3 1
3-4 anos 7 8
5-6 anos 18 18
7-8 anos 24 26
9-10 anos 39 44
11-12 anos 1 1
13-14 anos 0 0
15 anos 0 0

Fonte: Elaboração Própria (APM / / Bol da PMERJ 017 - 28JAN22)


74

Tabela 296: Média de Ano s de Serviço Restante – CHQOA-PMERJ/2022 com reserva x


CHQOA-PMERJ/2022 sem reserva

PMERJ – CHQOA/2022 PMERJ – CHQOA/2022


Com Reserva Sem Reserva
Turma 153 Oficiais 153 Oficiais
Total em 1081 anos 1161 anos
anos

Média / 06 anos 7 anos e 8 meses


Oficial

Média + 07 anos 9 anos e 2 meses


pedágio
Efetividade - +30%
comparada

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 017 - 28JAN22)

Gráfico 16: Efetividade Comparada Turmas - CHQOA-PMERJ/2022 x CHQOA -


PMERJ/202 2 sem reserva

10
9 anos e 2 meses
9

8 +30%
7 anos
7

0
PMERJ - CHQOA 2022 - com reserva PMERJ - QOA 2022 sem - reserva

Fonte: Elaboração Própria (APM / Bol da PMERJ 017 - 28JAN22)

Nesta segunda análise com o nosso cenário fictício, temos que o sistema de seleção
somente pelo critério de merecimento intelectual seria 30% mais efetivo. Onde, um Oficial
Auxiliar contribuiria em média 1 (ano) anos e 6 (seis) meses a mais.

Dos Oficiais Auxiliares pertencentes a turma real de 2022, 24 (vinte e quatro) Oficiais
75

Auxiliares teriam sido aprovados, sem o benefício da reserva de vagas.

4.7 Da Hipótese

Seguindo para a hipótese de que os Estados de São Paulo e Minas Gerais


apresentariam menor índice de déficit de efetivo de Oficiais Auxiliares nos postos de Oficias
Subalterno, 1º e 2º Tenentes, em decorrência de possuírem um processo de seleção sem
reserva de vagas por antiguidade, assim como ocorre no Estado do Rio de Janeiro.

Tabela 30: Efetivo de Oficiais Auxiliares (PMERJ x PMESP x PMMG)

PMERJ
Efetivo Previsto Real Déficit
1º e 2º 473 165 66 %
Tenentes

PMESP
Efetivo Previsto Real Déficit
1° e 465 276 41%
2ºTenentes

PMMG
Efetivo Previsto Real Déficit
1° e 2º 943 546 43%
Tenentes

Fonte: Elaboração Própria (APMBB / Almanaque dos Oficiais da PMERJ e da PMMG)

Realizando uma comparação entre as três organizações policiais, é perceptível que a


PMERJ possui o maior índice de defasagem de efetivo de Oficiais Auxiliares Subalternos,
sendo 23% maior que a PMMG e 25% maior que a PMESP.

Relembrando que a última turma de Oficiais Auxiliares de São Paulo foi formada no
ano de 2019, significando que, mesmo com cerca de 3 (três) anos sem CHQOA, a PMESP
apresenta um déficit de Oficiais Auxiliares Subalternos 25% menor que a PMERJ.

Apesar de existir uma diferença percentual considerável entre o déficit de efetivo do


Rio de Janeiro e dos Estados estudados (23% e 25%), foi percebido que São Paulo e Minas
76

Gerais também apresentam problemas com déficit de efetivo em suas fileiras em torno de
40%. Esse fator aponta que, além de um processo seletivo eficiente, há que se atentar a
periodicidade dos concursos internos a fim de promover um fluxo de formação de Oficiais
Auxiliares constante, evitando uma janela temporal extensa entre os cursos, como na PMESP
em que a última turma formada foi em 2019, sendo este o real motivo do déficit na polícia
paulista. Já no caso da PMMG, apesar de formar turmas constantemente, há que se pensar
numa adequação no número de vagas oferecidas, visto que, excluindo-se a última turma que
possui cerca de 100 (cem) Oficiais Auxiliares, as turmas anteriores recentes foram compostas
sempre por 60 (sessenta) integrantes. Agora, caso a formação de 100 (cem) policiais em
média seja mantida pelos próximos concursos, espera-se que esse déficit seja reduzido.

5. REVELAÇÕES DO CAMPO: ENTREVISTAS COM OS OFICIAIS DAS


DIRETORIAS

No tópico anterior, buscamos analisar dados estatísticos das duas últimas turmas de
Oficiais Auxiliares, comparando-as inicialmente dentro de cada Estado e seguindo para uma
comparação entre as Turmas da três Polícias Militares. Também realizamos uma análise a
parte, contendo somente a parcela de Oficias que foram selecionados pela existência da
reserva de vagas por antiguidade na PMERJ.
Agora, através de um método de análise qualitativa, baseado em entrevistas
semiestruturadas, aplicado aos Oficiais pertencentes as áreas de Pessoal, Controle de
Pagamentos e Ensino e Instrução, buscando informações sobre como é a participação dessas
diretorias no planejamento do CHOQA-PMERJ, isso através de relatos dos Oficiais das áreas
envolvidas no tema central deste trabalho.
Os Oficiais foram selecionados de acordo com a função que atuam ou atuaram, dando
preferência para os que exerciam a função nos momentos anteriores ao início dos cursos, por
terem participado diretamente da preparação. Também foi levado em conta o tempo de
serviço que os Oficiais estão lotados na unidade e, por consequência, já participaram da
preparação do curso por diversas vezes, ou Oficiais apontados como experts no assunto em
questão.
O intuito foi entender como é feito o planejamento do CHQOA-PMERJ e se durante
este processo as Diretorias da PMERJ possuem e adotam meios de monitoramento de
resultados e medidas de verificação de eficiência do processo de seleção e formação dos
77

Oficiais Auxiliares.
Dentro da própria PMERJ, existem cursos que possuem claramente o viés contrário a
reserva de vagas por antiguidade, ou seja, buscam selecionar o público interno com menor
tempo de serviço, como o Curso de Operações Especiais e o Curso de Piloto Policial. Esse
fator fez este pesquisador incluir as unidades responsáveis pelos cursos no rol de grupos a
serem entrevistados.

Dividimos os entrevistados em quatro grupos, conforme podemos ver abaixo:

Tabela 31: Unidades selecionadas e quantidade de oficiais entrevistados

GRUPOS
Ensino e Pessoal Controle de Unidades
Instrução Pagamentos Especiais
3 (DGEI / 1 (DGP) 1 (DCP) 2 (BOPE /
APM) GAM)

Fonte: Elaboração Própria

O Grupo de Ensino e Instrução foi selecionado devido a sua participação fundamental


na execução do Curso, apesar de não estar diretamente relacionado as decisões e análises de
impacto na folha salarial e de impactos no setor de pessoal, como dito, é responsável pela
execução do curso e possui as informações sobre o custo de formação do Oficial Auxiliar.
Além de participarem de reuniões de alinhamento e preparação anteriores a cada edição do
curso. O fato de executar o curso também foi observado como positivo por poder trazer ao
debate uma visão desenvolvida através do convívio diário com os alunos e por ser esta área
responsável pela de formação do Oficial Auxiliar em si.
O grupo de Pessoal é composto pela Diretoria Geral de Pessoal, que possui maior
importância na assessoria do Estado Maior da Corporação quanto aos possíveis impactos das
normas legais vigentes no Estado do Rio de Janeiro e dentro da PMERJ. É a Diretoria
responsável pela gestão de pessoal em toda a Corporação, incluindo a Seção de Promoções.
Num primeiro momento, foi planejado a participação de PM/1, mas foi descoberto que a
unidade não possuiu participação nas questões buscadas e, que controle de pessoal realizado é
o mesmo acompanhamento do efetivo de Oficiais Auxiliares feito pela DGP através de suas
unidades subordinadas, DPA/SP (Seção de Promoções).
O grupo de Controle de Pagamentos e composto pela Diretoria de Controle de
Pagamentos que é responsável pelas questões administrativas no campo financeiro de
78

pagamentos e folha salarial de organização.


O Grupo chamado de Unidades Especiais, como explicado anteriormente, foi incluído
devido a possuir requisitos de seleção e público alvo opostos aos do CHQOA-PMERJ,
priorizando os mais “novos de casa”. As unidades selecionadas foram o Batalhão de
Operações Policiais Especiais e o Grupamento Aero Móvel, por causa, respectivamente, do
Curso de Operações Especiais e do Curso de Piloto Policial. Assim, será possível fazer uma
análise das razões que levaram estas unidades a adotarem esses critérios.
Agora seguiremos para os resultados obtidos em cada grupo observado.

5.1 Da Área de Ensino e Instrução

Neste grupo foram entrevistados três Oficiais, que atuam ou atuaram na Diretoria
Geral de Ensino e Instrução e na Academia de Polícia Militar Dom João VI.
As Academias de Polícia Militar, tanto na PMERJ quanto na PMESP e PMMG, são
responsáveis pelo planejamento pedagógico que envolve o desenvolvimento da malha
curricular, requisitos necessários dos instrutores, produção e/ou adaptação das ementas e
materiais. O planejamento logístico referente as necessidades de materiais específicos para o
desenvolver do curso também é realizado pelas Academias, que é dividido da seguinte forma:
(i) Gastos com docentes, (ii) gastos com materiais gerais necessário para o desenvolvimento
das instruções e (iii) gastos com munições.
Os entrevistados possuem em entre 12 (doze) e 20 (vinte) anos de serviço, atuando
diretamente em unidades de ensino, e desempenharam funções-chave durante o período
anterior ao início de uma turma do CHQOA, bem como num momento de tentativa de
atualização do decreto que regulamentava o Quadro de Oficiais Auxiliares da PMERJ.
A Diretoria Geral de Ensino e Instrução é responsável pelo chamado planejamento e
formalização do Curso, e essa tarefa é dividida com a Academia de Polícia Militar Dom João
VI. A primeira parte consiste em construir uma previsão de todos os procedimentos
necessários para a execução curso, ou seja, para a operacionalização do curso, o fazer
acontecer.
O aqui é acertado a malha curricular do curso, compreendendo quais disciplinas serão
ministradas, qual a carga horária de cada disciplina, necessidades de instrutores por disciplina,
perfil dos instrutores e os materiais de consumo necessários para ministrar as instruções. Aqui
fica subentendido o trabalho de preparação/atualização das ementas das disciplinas e
preparação de material. Após, é confeccionado um documento chamado de proposta de
79

educação.
A partir desse momento, duas vertentes são tomadas: uma partindo para o processo de
confecção de uma proposta de edital para seleção e chamada de docentes e outra vertente para
a institucionalização do curso, que seguirá para a publicação do Edital do Curso previsto na
previsão do ano anterior, ou, em caso de alguma alteração de cronograma, para a inclusão na
previsão do ano seguinte.
Como meios de controle interno, percebemos que a atuação das unidades da área de
ensino e instrução são direcionadas para a parte pedagógica, visando sempre melhorar a
formação e capacitação dos Oficiais Auxiliares, não tendo como cerne preocupações nas áreas
de pessoal ou financeira.
A previsão orçamentária segue os valores de material adquiridos pela Corporação
como um todo, exemplo, o valor utilizado para previsão de munições para a instrução de tiro é
calculado através do valor que a PMERJ gasta para adquirir aquela munição. A previsão dos
valores por instrutor é baseada no perfil do instrutor para cada matéria e na tabela de
pagamentos do estado para o Banco de Talentos, que aponta o valor da hora/aula para cada
perfil de instrutor (graduado, mestrado, doutorado).
Pedagogicamente, pode-se perceber uma forte atuação da Divisão de Ensino da APM
na busca por uma maior eficiência do processo ensino aprendizagem, através de ferramentas
de supervisão de docentes, monitoramento dos resultados dos alunos, atualizações constantes
do material.
Nesta parte, foi informado que normas legais consideradas desatualizadas acabam por
funcionar como gargalos pedagógicos, diminuindo a qualidade do ensino prestado e que,
inclusive, já foi produzida proposta de alteração do Decreto Estadual n° 14.978 de 1990 –
Regulamento do Curso de Habilitação de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar do Estado do
Rio de Janeiro – que prevê, entre outros pontos, um grau para aprovação de índice 4,0/10,0.
Esse ponto, por exemplo, é incompatível com os demais cursos de mesma natureza da
unidade, formar Oficiais, que possuem um grau mínimo de aprovação de índice 7,0/10,0.
Outro ponto trazido como negativo foi a previsão do aluno poder ter grau 0 (zero) em alguma
disciplina e poder ser aprovado se, na média geral do curso, ele possuir média superior ou
igual a 4,0.

Em nenhuma instituição por exemplo, o aluno consegue passar com média abaixo de 5 (cinco), o
do QOA (CHQOA-PMERJ) consegue. Inclusive, ele pode tirar 0 (zero) na prova de tiro.
(OFICIAL DA PMERJ)
80

Outro fator negativo que foi evidenciado através das entrevistas foi o prejuízo na
qualidade do curso devido a uma grande diferença de conhecimentos teóricos e técnicos
verificada entre os alunos da parcela por reserva de vagas e da parcela por merecimento
intelectual. Foi contado que era perceptível uma diferença brutal no desempenho dos Oficiais
Auxiliares de cada grupo, o que dificultava muito a atuação dos instrutores. Esse impacto
gerado pela reserva de vagas não havia sido cogitado incialmente, mas se mostrou sendo mais
um desdobramento negativo dos requisitos de acesso ao CHQOA-PMERJ.

Agora existe uma consequência para a gente. É uma consequência pedagógica na Academia, que é
uma distinção muito clara do perfil desses dois grupos. A gente acaba tendo na sala de aula um
profissional que ingressou no curso por antiguidade, tendo alcançado a nota mínima no
desempenho acadêmico ali, cognitivo e alguém que estudou muito para alcançar aquela aprovação.
Então, a distinção na sala de aula, ela é muito evidente. O desempenho acadêmico desses dois
grupos, há uma diferença ali brutal. Isso fica muito claro. Isso gera uma dificuldade para o
instrutor nas instruções que é, você vai ter um grupo que vai acompanhar com facilidade, tudo que
está sendo passado ali e um grupo que, infelizmente, não buscou tanto aprimoramento profissional
ao longo da sua carreira e que alcançou aquele status de estar ali no curso. Por um critério de
antiguidade, sem o mérito pessoal, sem o mérito intelectual dele, e essa é a consequência que a
gente sofre ali na ponta e a gente não tem, infelizmente, gerência sobre isso para definir se vai,
qual vai ser esse percentual, se deve haver ou não. (OFICIAL DA PMERJ)

Percebemos que as unidades de ensino estudadas, possuem e utilizam mecanismos de


controle interno e buscam sempre melhorar a qualidade e eficiência do serviço prestado.
Porém, suas atividades estão focadas para a área pedagógica.
Essas unidades também estão “amarradas” por uma legislação estadual antiga, de
1990, que regula, entre outros pontos, o processo de avaliação e aprovação dos Oficiais
Auxiliares. Aqui, foi visto que as unidades já perceberam estes obstáculos e foram proativos
em formular soluções e apresentá-las ao Comando da Corporação através de uma proposta de
alteração do Decreto citado com modificações a fim de possibilitar uma melhora na formação
dos Oficiais Auxiliares.

5.2 Dá Área de Recursos Humanos

Esta entrevista foi a que melhor esclareceu as dúvidas sobre o processo de alterações
sobre os Decretos aqui estudados, mostrando como ocorreram as interações que levaram as
atualizações ocorridas em 2018 e em 2020, bem como as motivações que levaram até
produção dos termos que vieram a ser decretados.
A DGP, com assessoramento direto das unidades subordinadas, Diretoria de Pessoal
da Ativa (DPA) e Seção de Promoções (DPA/SP), participou da formulação das propostas de
81

alteração da legislação que foram trazidas a mesa durante a Intervenção Federal no Rio de
Janeiro no ano de 2018.
O Gabinete de Intervenção Federal possuía um Plano Estratégico com quatro objetivos
principais, sendo um deles recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública.
Motivo que levou a criação dos chamados Grupos de Trabalhos, sendo um desses grupos
focados na área de pessoal, e consequentemente, na apresentação pela PMERJ de diversas
propostas de alteração/revogação de Leis e Decretos, que culminou com a revogação do
Decreto n° 13.159/1989 pelo Decreto n° 49/2018.
O objetivo aqui foi descontinuar um processo seletivo através de Comissão,
semelhante ao apresentado anteriormente quando foi apresentado o sistema de promoções ao
QOA-PMES, que se faria ineficiente e demasiado trabalhoso pela quantidade de subtenentes
existentes no quadro por conta das promoções decorrentes do Decreto n° 43.411/2012, que
trouxe a promoção por tempo de serviço. Como os policiais passaram a ser promovidos por
tempo sem respeitar a quantidade necessária para cada graduação, mesmo existindo um
quadro regulamentar prevendo o número necessário de policiais em cada posto e graduação,
gerou-se um número demasiado de subtenentes, o que transformaria o processo de seleção por
comissão demasiadamente demorado e custoso.
Seguindo, foi a oportunidade de se estabelecer um processo de seleção visando a
meritocracia através de uma seleção baseada totalmente no mérito intelectual, em avaliação de
saúde e avaliação física. Assim foi apresentada a proposta que resultou no Decreto n°
49/2018, que não possuía reserva de vagas por antiguidade e era destinada a todos os 1º
Sargentos e Subtenentes, ou seja, sem a necessidade de dois anos de serviço como 1º
Sargento. Também foi apresentada a demanda de exigência de curso de nível superior em
qualquer área para o candidato ao concurso interno, baseado no fato dos outros dois Cursos de
Acesso ao Oficialato na PMERJ (Curso de Formação de Oficiais e Estágio de Preparação e
Adaptação de Oficiais) já exigirem curso superior de Direito para os Oficiais da PMERJ e em
áreas específicas para os Oficiais Especialistas. A demanda referente a exigência de nível
superior acabou não sendo aprovada no momento.
Em 2020, antes da primeira turma de CHQOA-PMERJ sob a vigência do novo
Decreto, foi passado pelo Governo do Estado a época, a necessidade de uma nova alteração no
processo de seleção do para o CHQOA-PMERJ. A mudança mais relevante era a inclusão de
uma reserva de 30% das vagas do curso por antiguidade, e também foi incluído a necessidade
dos 02 (dois) anos na graduação para os 1º Sargentos, que culminou no Decreto atual.
Após essa proposta de mudança, foram apresentadas diversas razões que
82

fundamentaram a uma avaliação negativa da por parte da Diretoria Geral de Pessoal, pois,
resumidamente:

-Iria contra a meritocracia, que seria alcançada somente através da seleção dos
profissionais mais qualificados;
-A reserva de vagas por antiguidade acarretaria na seleção de subtenentes com 30
(trinta) anos de serviço ou mais, onde, através de uma análise do Sistema de Informação de
Pessoal (SISPES), foi verificado por amostragem que somente na parcela dos primeiros 200
(duzentos) Subtenentes, todos já possuíam mais de 30 (trinta) anos de serviço e poderiam
requerer suas passagens para a reserva remunerada logo ao término do curso;
-A existência de Subtenentes com cerca de 20 (vinte) anos de serviço, que foram
promovidos mais rapidamente por terem concluído o Curso de Formação de Sargentos no ano
de 2006, onde uma seleção totalmente baseada na meritocracia seria refletida na seleção dos
mais bem preparados e motivados para os postos do Oficialato.

Tais observações foram levadas ao Secretário para conhecimento e o consequente


assessoramento dos escalões superiores no Governo do Rio de Janeiro quanto aos prejuízos
esperados pela alteração da legislação, porém não foram aceitas.
A justificativa para a alteração foi a necessidade de readequar o Decreto a realidade da
Corporação no momento, tendo em vista que os policiais que se encontravam nas graduações
de 1º Sargento e Subtenentes estavam a cerca de 20 (vinte) e 25 (vinte e cinco) anos na
corporação, e por causa das promoções por tempo de serviço, alcançaram os seus graus
hierárquicos sem prestar qualquer tipo de concurso interno, e que uma mudança drástica nessa
rotina seria injusta e prejudicial.

Novamente, como percebido na área de Ensino e Instrução, a área de Pessoal da


PMERJ também sofre com problemas ocasionados pela existência de normatizações que
geram impactos tidos como negativos em suas áreas de atuação. Da mesma forma que o grupo
anterior, a DGP se mostrou participativa e atenta aos problemas aqui pesquisados,
demostrando que faz o acompanhamento e monitoramento dos resultados na área de pessoal,
inclusive participando da revogação de um Decreto criado a 32 (trinta e dois) anos atrás, e da
confecção dos termos do Decreto n° 49/2018 que trazia requisitos de acesso ao CHQOA-
PMERJ, aparentemente mais eficientes. Aqui digo aparentemente, pois nenhuma turma
acabou sendo iniciada a luz desse Decreto.
83

Por último, aqui fora apresentado que outro fato se mostra prejudicial ao processo, que
é o fato de ser comum que os Oficiais Auxiliares, logo após a formação no curso de
habilitação, solicitarem o gozo de todas as licenças adquiridas durante sua carreira que se
ainda não foram usufruídas, como férias atrasadas e Licença Especial (licença de 6 meses
recebida ao se completar um decênio de serviço ativo). Assim, não trabalhando de forma
efetiva e não dando ao Estado o retorno esperado.

5.3 Do Controle de Pagamentos

Partindo para a Diretoria de Controle de pagamentos, temos a unidade que cuida da


operacionalização da folha de pagamento dos policiais, entre outras funções.
Em atenção a participação da Diretoria, de alguma forma, em processos preparatórios
e de assessoramento quanto ao planejamento de um CHQOA-PMERJ, foi elucidado que a
Diretoria, nesses casos, agi por demanda do Estado-Maior da Corporação, sendo responsável
pela realização de uma projeção de aumento da folha salarial num cenário pós-concurso, que
seria basicamente calcular o impacto que “X” promoções do cargo “Y” para o cargo “W”
acarretaria na folha salarial seguinte, uma previsão de impacto imediato.

Basicamente, são demandas pontuais de projeções. A demanda é do Estado-maior, que emite uma
demanda. É, basicamente, calcular o impacto daquilo num pós-concurso. Num primeiro momento,
nós fazemos exatamente uma projeção. Não é a longo prazo, mas imediata. É questão de você
promover, se for criado um concurso com x policiais quanto aquilo, limpo, impactaria na próxima
folha. (OFICIAL DA PMERJ)

Eventualmente, a diretoria recebe demandas de órgãos fiscais da área financeira do


Estado, fora PMERJ, como o Tribunal de Contas do Estado, sendo estas demandas de
explicação por alguma mudança no volume do montante da pagamentos em virtude das
promoções, mas é explicado que as alterações são decorrência da formatura de uma nova
turma. Por ser uma unidade que lida com questões financeiras, também é comum a existência
de auditorias, tanto de órgãos internos quanto externos.
Não é realizado um acompanhamento, pela DCP, dos Oficiais Auxiliares após a
conclusão do CHQOA-PMERJ, em termos de monitoramento do tempo de serviço prestado.
Aqui, acreditamos que a descentralização existente no organograma institucional da
PMERJ faz com que um problema que afeta diferentes setores, e que talvez um setor, pela
natureza de sua atividade, acabe não tendo acesso a informações de outros campos.
84

O que indica que para se chegar a uma métrica exata do impacto financeiro da
promoção de policiais militares em final de carreira, seria necessária uma atuação conjunta
dos setores pessoal e financeiro. Que seria importante para uma fundamentação e produção de
argumentos concretos, com dados estatísticos, para uma possível proposta de revisão dos
termos do Decreto atual, partindo da PMERJ.

5.4 Das Unidades Especiais

Os cursos de especialização profissionais militares são destinados a capacitar


tecnicamente o efetivo policial para atuar em determinadas áreas da segurança pública que
necessitam de um treinamento em nível básico, intermediário ou avançado para possibilitar a
correta utilização de equipamentos, o ganho do conhecimento específico, desenvolver
habilidades e competências necessárias para o desempenho da função tipicamente militar e/ou
policial.
Esses cursos na PMERJ são normatizados por regulamentações internas desenvolvidas
pelas divisões de ensino e seções de instrução especializadas de cada unidade possuidora de
um curso ou estágio.
Exemplificando para facilitar o entendimento, o Regimento de Polícia Montada da
PMERJ (RPMont) necessita de policiais capazes de montar a cavalo, dessa forma sendo
necessário capacitar policiais nas técnicas de montaria e atuação montada, surgindo a
necessidade do curso correspondente.
Um fator que chamou atenção desse pesquisador, foi a existência de 02 (dois) cursos
específicos, o Curso de Operações Especiais do BOPE e o Curso de Piloto Policial do GAM,
por serem taxativos na seleção de policiais com pouco tempo de serviço, sendo
completamente contrário ao CHQOA-PMERJ que prioriza a entrada de policiais mais antigos.
Aqui, é possível questionar se a natureza dos cursos do BOPE e do GAM é
comparável a natureza do CHQOA-PMERJ, onde os primeiros citados visam capacitar um
policial “do zero” e o segundo curso visa aproveitar o conhecimento e experiência do policial,
além de servir como um motivador por possibilitar a Praça alcançar o Oficialato.
Deixo claro que os cursos analisados nesta parte, anteriormente possuíam um público
alvo diferente dos atuais, sendo destinados também aos Oficiais Intermediários (Capitães) e
hoje são destinados apenas a Oficiais Subalternos (Tenentes). Assim, o objetivo será verificar
85

o motivo que levou a mudança nos requisitos de acesso nos dois casos.

5.4.1 Do Curso de Operações Especiais

Iniciando pelo Curso de Operações Especiais, verificamos que o motivo da mudança


de público-alvo do curso foi a percepção de que os Oficiais que se formavam no curso com
tempo de serviço mais avançado, permaneciam pouco tempo atuando na atividade fim no
Batalhão e ao chegarem aos postos mais altos acabavam passando para funções gerenciais e
até deixando a unidade, enquanto os Oficiais com menos tempo de serviço passavam mais
anos servindo no BOPE e na atividade fim.
A função de negociador também sofreu alterações parecidas na questão de quem
atuaria em tal serviço. Anteriormente a função era desempenhada somente por Oficiais, e
passou a ser desenvolvida também por Praças. A razão foi a mesma, através de um
levantamento realizado no Batalhão, foi percebido que um Oficial servia por volta de 5
(cinco) anos no Batalhão, e muitas vezes deixava o batalhão, geralmente voltando já “antigo”
para ocupar um cargo gerencial, e que uma praça chegava a servir por 15 (quinze) a 20 (vinte)
anos.
O Curso de Operações Especiais é um curso longo, durando entre 4 (quatro) e 6 (seis)
meses, onde se investe muito financeiramente no aluno, visto que ele é preparado nas mais
diversas áreas, incluindo mergulho, paraquedismo, escalada, sobrevivência em diversos
ambientes, entre outras. Além de ter um índice baixo de alunos que conseguem se formar
devido a exigência física e psicológica do curso.
O motivador principal apresentado foi a questão de eficiência no processo de
formação, visando um produto que fosse dar maior retorno ao investimento feito pelo Estado
através da prestação do serviço.

Essa mudança também aconteceu por causa de dessa eficiência, falo do, do gasto e do retorno do
policial. Para, um para unidade, e para o Estado em consequência. Ou seja, eu tenho na cabeça,
rapidamente, três Subtenentes que nós temos e que são referências de negociação no Brasil, e
todos eles têm mais de 25 anos de BOPE, de BOPE. Então, a importância dele estar trabalhando na
atividade-fim há mais tempo faz entender o serviço. Fazer o curso é a mesma lógica, não é,
trabalhar ainda por muito mais tempo, e para a unidade é a vida útil do pessoal. (OFICIAL DA
PMERJ)

Respeito, principalmente na questão de, de eficiência no gasto. (OFICIAL DA PMERJ)

5.4.2 Do Curso de Piloto Policial


Seguindo a mesma linha de entrevista realizada com o participante do BOPE, foi
86

verificado que o principal motivo para o Piloto Policial ser selecionado entre os Oficiais mais
modernos da Corporação é, também, devido ao longo tempo de duração do Curso, por vezes
passa de 01 (um) ano e do alto custo.
Foi citado que o custo dos próximos cursos será reduzido por conta das atualizações
das legislações da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que reduziu a quantidade de
horas/aula necessárias para a atuação do piloto em treinamento estar apto a integrar uma
equipe de pilotos. Essa alteração reduzirá o custo em aulas de treinamento em cerca de 1/3.
O público-alvo, geralmente são os Tenentes da PMERJ, tendo algumas vezes
destinado também aos capitães, e no último concurso somente para capitães com até 01 (um)
ano de serviço no posto. Levando em conta que os Oficiais Pilotos, geralmente, deixam de
pilotar quando próximos ao posto de Tenente-Coronel, a seleção de um capitão que já esteja
próximo de sua promoção ao posto de major irá acarretar em um piloto com um “prazo de
validade” menor.
Aqui vimos que mais uma vez a busca por uma maior eficiência entre custo e tempo
que o profissional irá atuar após sua formação é o que leva a definição dos requisitos de
acesso do curso.

5.5 Das entrevistas em geral

Durante as entrevistas, as perguntas foram realizadas levando em conta a área de


atuação de cada Oficial, mas algumas perguntas foram feitas a todos os participantes, sem
distinção por setor em que atua.
Todos os Oficiais foram questionados sobre os requisitos de acesso, sobre valorização
de recursos humanos e sobre propostas de alteração de legislação para o CHQOA.
Quanto ao público alvo do CHQOA-PMERJ, dos sete entrevistados, seis (86%)
afirmaram serem contra os requisitos atuais.
Já quanto a reserva de vagas por antiguidade, 100% dos participantes afirmaram ser
contra, e todos justificando suas decisões em defesa de um sistema de seleção inteiramente
baseado na meritocracia.
A respeito da valorização dos recursos humanos, todos os Oficiais (100%)
responderam que a valorização dos direitos humanos não se limita a promoção. E que passa
por diversos outros processos, direitos e mecanismos. Aqui foram citadas ações como:
investimento em equipamentos de segurança para preservar a vida do policial, investimentos
em capacitação profissional, melhorias nas instalações e locais de trabalho e outros,
87

fortalecendo a ideia de apresentada por Irigaray, Barbosa, Oliveira e Morin (2019).


Porém, dois (28%) participantes, além dos exemplos de ações citadas, afirmaram
entender que a promoção, apesar de não ser a única, é a melhor forma de se valorizar os
recursos humanos na PMERJ, visto estar diretamente ligada a questão salarial, onde a
promoção significa um aumento na renda do policial.

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

6.1 Quanto ao público-alvo

Os dados estatísticos conseguidos através da comparação entre as Turmas do


CHQOA-PMERJ, CHQOA-PMESP e CHO-PMMG comprovam que o sistema fluminense é
o menos efetivo quando olhamos para a média de tempo de serviço restante de um Oficial
Auxiliar.
Como podemos ver nas tabelas 23 e 25, já apresentadas, comparando as penúltimas
turmas obtivemos uma efetividade comparada superior a PMERJ em 88% e 100%,
respectivamente, para São Paulo e Minas Gerais. Já nas últimas turmas, esse número foi maior
em 75% e 98% para São Paulo e Minas Gerais, também respectivamente.
Considerando que o ponto central para definir o tempo restante de serviço a ser
prestado por um Oficial Auxiliar é, logicamente, o tempo de serviço que ele já prestou no
momento de ingresso no Curso, podemos afirmar que os requisitos de acesso que determinam
o público-alvo do CHQOA-PMERJ é o fator gerador dessa disparidade.

Todos os entrevistados nessa pesquisa foram questionados quando aos requisitos de


acesso ao CHQOA-PMERJ, sendo que apenas o representante da Área de Pessoal (14%)
afirmou acreditar que a escolha de 1º Sargento e Subtenentes está correta, acreditando que o
problema está inteiramente na reserva de vagas por antiguidade. Defendendo também a
necessidade de se realizar mais cursos como o CFS/2006 e de formar turmas do QOA com
maior regularidade.
Em sua totalidade (100%) os entevistados não concordam com a existência de uma
reserva de vagas por antiguidade, e sempre utilizando a mesma razão para justificarem suas
respostas, onde o acesso ao CHQOA-PMERJ deveria ser inteiramente através da meritocracia.
88

Um fato relevante é que dois (28%) dos participantes utilizaram em suas respostas, por
alguma vez, o termo “ presente de final de carreira”, significando que essa facilidade no final
da carreira, aliado ao fato de receber uma promoção e um aumento salarial e não precisar
atuar na função nova podendo passar para a inatividade imediatamente após a conclusão do
Curso de Habilitação, parece uma espécie de presente.

Queremos um policial que se habilite cada vez mais, que ele se especialize, que ele estude, que ele
seja um reflexo da corporação de forma, vamos dizer positiva, não é? É levar a corporação a ter
uma boa imagem para a população. Fica muito difícil conciliar a valorização de um policial que
não buscou isso, que não buscou ser essa imagem. E de valor a corporação. E, ao longo da sua
carreira, seja lá qual foi o motivo que o levou a fazer isso, certo? Mas é. É totalmente diferente de
um policial, do profissional que buscou essa especialização, que buscou ser o exemplo, que buscou
ser a imagem da corporação, que buscou melhorar a sua imagem e, consequentemente, a imagem
da Corporação com as suas, com os seus, com as suas atitudes, com a sua, sua busca de
conhecimentos. Procurou ser um profissional melhor e aí sim, aí cabe a gente conciliar essa
proposta de promoção. É progressão, não é da vida, é da carreira do policial, uma proposta de
valorização não um presente. (OFICIAL DA PMERJ)

Ele vai terminar o curso e vai pedir para ir embora. Entendeu? Ou vai estar muito perto de ir
embora? Talvez não dê o retorno de investimento na Corporação. Lembrando, tem que promover
ou não? Acho que tem custo. Que eu, Polícia, vamos dar um presente? Não. Eu tenho que abrir um
concurso, porque eu preciso de Tenente, que não há para exercer. Eu preciso disso. Então fica um
cara que já tem condição de ir para casa, que o cara terminar o curso e meter um requerimento para
ir embora, e eu vou fazer o quê? (OFICIAL DA PMERJ)

Neste ponto, a percepção das Diretorias e os resultados da comparação das médias de


tempo de serviço restante a ser prestado pelos Oficiais Auxiliares foram semelhantes. Onde os
Oficiais expressaram a visão de que o processo seletivo com requisitos que privilegiam a
antiguidade como meios facilitadores, como de reserva de vagas, é negativo por desprestigiar
a meritocracia e por promover policiais em final de carreira.
Correlacionando a visão dos Oficiais nesse quesito com os resultados comparativos
entre as Turmas do CHQOA dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, temos
que as estatísticas de efetividade comparada confirmam essa perspectiva.

6.2 Quanto ao controle interno

Nesta questão, foi percebido que as diretorias da PMERJ realizam ações de controle e
monitoramento, visando melhorar o produto entregue.
Esse monitoramento é realizado de forma descentralizada, sendo cada unidade
responsável por uma área de atuação específica. Aqui estudamos as áreas de Ensino e
Instrução, Pessoal e Controle de Pagamentos. Outros setores podem ter participação de
89

alguma forma quanto ao CHQOA-PMERJ, mas deixaram de ser analisados por não possuir
correlação com o objeto desta pesquisa.
A área de Ensino e Instrução, aparentemente atua com as duas modalidades de
controle interno citadas da seguinte forma: Pedagogicamente, verificando a qualidade do
produto que será entregue ao cliente, se os processos de formação do Oficial estão adequados
e os resultados esperados foram alcançados; e, na parte documental de formalização do curso
verificando se as normas formais de planejamento e preparação foras cumpridas.
(CAVALHEIRO E FLORES, 2007)
Seguindo para a área de Pessoal, a PMERJ demonstrou estar a par de toda a situação
enfrentada e que inclusive já adotou posturas proativas como proposição de mudanças no
processo, revogação e alterações de Decretos. Não foi esclarecido quais os mecanismos e
ações utilizados pela diretoria para avaliar esses resultados, se esse acompanhamento é
realizado periodicamente, se são realizadas para toda a Corporação em geral ou se existem
ações específicas para os Oficiais Auxiliares.
Continuando para o Controle de Pagamentos, a visão chegada foi de que a unidade é
responsável pela operacionalização de questões de pagamento da Polícia Militar, possuindo
uma participação de forma mais imediatista na análise de impactos na folha salarial.
Trabalhando de maneira reativa as demandas de projeções de aumento na folha de
pagamentos por conta de novas turmas, mas sem a missão institucional de realizar algum
acompanhamento a longo prazo desses Oficiais Auxiliares após a formação e/ou após sua
passagem para a inatividade.
Como toda Seção empenhada na administração financeira e de recursos, os meios de
controle principais são realizados através de auditorias internas e de órgãos externos.
Assim percebemos os dois tipos de modelos de controle interno, onde o primeiro é um
controle limitado a análise da formalidade do processo, ou seja, se o processo administrativo
de planejamento cumpre suas normas formais durante a preparação, como o cumprimento de
prazos por exemplo. e o segundo é quando a Administração Pública trata o cidadão como
cliente e verifica se os processos atingem os resultados esperados. (CAVALHEIRO E
FLORES, 2007)
No campo financeiro, quanto ao controle de pagamentos, a PMERJ parece atuar
baseado na ideia de controle formal.

6.3 Das mudanças e propostas de mudança


90

Um dos objetivos iniciais era a análise da Legislação Estadual que rege o Quadro de
Oficiais Auxiliares do Rio de Janeiro. Alguns dos fatores identificados no início da pesquisa
foram as datas de criação dos Decretos e o tempo em que os Decretos ficaram em vigor sem
atualizações.

Verificar se o caso advinha de uma possível inércia do Governo do Estado ou da


PMERJ, frente a não percepção do problema, por comodidade ou por um comportamento
habitual de tendência de não alteração de modelos, de uniformidade e simetria existente na
Administração Pública que acaba por gerar estruturas inadequadas. (Costa, 2000)

Tais fatores não foram percebidos e foi revelado que, principalmente através da
percepção do problema pela DGP, que foram apresentadas propostas de mudanças que
culminaram na revogação do Decreto n° 13.159/1989 pelo Decreto n° 49/201. Quando na
alteração causada pelo Decreto nº 47.062 (criação da reserva de 30% de vagas por antiguidade
para o CHQOA), novamente a Diretoria percebeu as alterações como negativas e confirmou
que os impactos dessa normatização na Corporação foram negativos.

Nas entrevistas, 100% dos participantes sugeriram a extinção da reserva de vagas por
antiguidade. Dois (28%) dos participantes acreditam que a possibilidade de realizar o
concurso interno deveria ser oferecida ao policial a partir da graduação de 3º Sargento.

Durante uma das entrevistas foi informado que se cogitou incluir uma tabela regressiva
na quantidade de vagas por antiguidade para os próximos concursos do CHQOA-PMERJ da
seguinte forma:

Tabela 327: Porcentagem regressiva por concurso CHQOA

CHQOA-PMERJ
1º 2º 3º Demais
Concurso Concurso Concurso
Antiguidade 30% 20% 10%

Normal 70% 80% 90% 100%

Fonte: Elaboração Própria (Entrevista Oficial da PMERJ)

Se tal ferramenta fosse implantada a época, hoje, já teríamos no próximo concurso


interno a proporção 90/10 e no seguinte já não existiria a reserva de vagas por antiguidade.
91

6.4 Do gasto por aluno, do tempo de formação e do aumento salarial – CHQOA-PMERJ

Vemos na Tabela 4 o demonstrativo do gasto de formação de um Oficial Auxiliar nos


Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, tendo a PMERJ alcançado o menor
valor. Porém, como apresentado na quarta parte, as diferenças na estrutura curricular de cada
curso fizeram este pesquisador questionar o quão justo e verdadeiro seria uma comparação
entre modelos que, apesar de teoricamente apresentarem um mesmo produto final (Oficial
Auxiliar), cada Oficial Auxiliar é formado para sua realidade e isso alterava o valor investido
por cada Estado em sua formação.

Já, quanto ao aumento salarial, podemos ver que um subtenente em decorrência de sua
promoção ao posto de 2º Tenente, resulta em um aumento salarial médio de 12,5%, conforme
Tabela 5.

Agora, tocando em um ponto crucial e deixando claro que o tempo e investimento


financeiro despendido na capacitação dos recursos humanos é necessário e essencial para a
prestação de um serviço de qualidade pautado no profissionalismo, se espera, contudo, que os
valores investidos (e tempo) nessa capacitação “retornem” ao Estado através da prestação do
serviço para a sociedade.

Levando em conta que o CHQOA-PMERJ dura cerca de 08 (oito) meses e nesse


período o policial é afastado de todas as suas funções, participando exclusivamente das
instruções e atividades pedagógicas do curso e, se esse Oficial já pode passar para a
inatividade logo após a conclusão do curso, é necessário adicionar o valor mensal referente ao
seu salário ao valor do curso, para ser justo quanto ao valor real pago pelo Estado na formação
desse Oficial Auxiliar.

Tabela 33: Custo de Formação do Oficial Auxiliar PMERJ com Salário incluído

PMERJ
Turma – CHQOA-PMERJ
Valor por Aluno R$ 7.630,29
Salário Subtenente R$ 13.531,14 x 8 (Duração do curso)
Total R$ 115.879,41

Fonte: Elaboração Própria (APM / Portal Transparência)


92

Isto não é uma crítica ao recebimento de salário durante o curso, pois como dito, trata-
se de um processo de capacitação necessário para o funcionamento e desenvolvimentos da
atividade policial e em qualquer ramo da Administração Pública. Mas, o retorno desse
investimento é esperado. Seguindo essa linha, quando um Oficial Auxiliar passa para a
inatividade sem prestar seus serviços ou prestando por um período muito curto, houve um
desperdício do Estado na ordem de R$ 115.879,41.

Então, olhando para o Oficial Auxiliar do Rio de Janeiro que já havia completado seu
tempo de serviço quando ingressou no curso, percebemos na turma CHQOA/21, 51
(cinquenta e um) Oficiais Auxiliares, e na turma CHQOA/22 14 (quatorze) nessa condição.

Partindo para as questões de aumento salarial, foi verificado um aumento médio de


12,5% (R$1.925,82) na promoção de um Subtenente ao posto de 2º Tenente. O ponto a ser
visto aqui é que o salário do posto que o policial ocupa quando encerra sua carreira,
representa o valor salarial que ele receberá até o fim de sua vida, independente de quanto
tempo ele atuou naquele posto.

Considerando a diferença salarial acima citada e calculando os valores anuais (Salário


Mensal + 13º Salário + Terço de Férias), temos que quando um Subtenente que já prestou o
tempo de serviço determinado para sua passagem para a reserva remunerada e é promovido ao
posto de 2º Tenente, mesmo que não atue na função, receberá um valor anual de R$ 25.671,30
maior que receberia como Subtenente.

Tabela 34: Projeção de custo do Oficiais Auxiliares que já possuiam tempo de serviço para inatividade

PMERJ
Subtenente 2º Tenente Aumento 51 Oficiais 14
Oficiais
Vencimentos 13.531,14 15.456,97 1.925,83

Valor anual 180.370,09 206.041,39 25.671,30 1.306.482,30 359.398,20

Projeção - 6.713,00 13.064.823,00 3.593.982,00


10 anos

Fonte: Elaboração Própria (Portal Transparência)

Fazendo uma projeção, mantendo fixo os valores aqui encontrados, ou seja, sem
realizar previsões de reajustes ou aumentos salariais, a parcela de 51 (cinquenta e um) Oficiais
Auxiliares da turma CHQOA/2021 representa um gasto anual de R$ 1.306.482,30 maior do
93

que o Estado teria sem a promoção desses Subtenentes ao posto de 2º Tenente. Na parcela de
14 (quatorze) Oficiais da turma CHQOA/2022 esse valor é de R$ 359.398,20 por ano.

7. IMPLICAÇÕES DO ESTUDO

Essa pesquisa pode ter diversas formas de aplicabilidade, de forma empírica e teórica,
já que é importante para os Oficiais da PMERJ, que possuem um papel essencial na gestão e
administração das inúmeras Seções que compõem a Administração da Corporação,
entenderem alguns fatores abordados nessa pesquisa que podem influenciar nas suas tomadas
de decisão, visto esta ser uma análise comparativa inédita sobre o processo de seleção e
formação de Oficiais Auxiliares em três Estados do Brasil.
Concomitante, podemos salientar que o conhecimento acadêmico sobre Administração
Pública nas Organizações Militares Estaduais acaba sendo escasso, resultando em muitas
lacunas teóricas.
Assim, espera-se que o estudo vá contribuir com uma análise mais profunda sobre a
necessidade de legislações adequadas a realidade existente na tropa policial militar do Rio de
Janeiro, salientando a questão da eficiência e qualidade no gasto público, que devem estar
sempre entre os pontos principais da gestão pública.
Este estudo permite apresentar possíveis caminhos para investigações futuras, visto
que outro aspecto que pode ser explorado é a condição física dos Oficiais Auxiliares em
performar satisfatoriamente as funções exercidas por um Oficial Subalterno (Tenente) na
PMERJ. De certo, os Oficiais Auxiliares, inicialmente, deveriam ser empenhados em funções
administrativas, mas, acreditando que por uma demanda operacional gerada pela escassez de
Oficiais Subalternos de Escola, os Oficiais Auxiliares desempenham as mesmas funções.
Explicando a realidade, o Tenente é responsável pelos serviços que mais demandam de
capacidade física, como: Supervisão de Oficial, Oficial de Operações, Comandantes de Força
de Choque e apoios a outras unidades. A Praça desempenha suas funções operacionais quando
Soldado, Cabo e Sargento, e tende a migrar para o setor administrativo no final da carreira,
por conta da experiência adquirida e melhoria nas condições de trabalho (conforto). Sua
passagem para o Quadro de Oficiais Auxiliares faz com que ele saia, geralmente, de uma
função administrativa, sem muita demanda física e passe para uma função com importância na
execução das funções operacionais da unidade, e que demandam muito da parte física do
Oficial.
94

Durante uma visita à APM, no decorrer da formação da turma de 2021, foi obtida a
informação de que cerca de 40 (quarenta) integrantes da turma do CHQOA se encontravam na
condição de APTO B (com alguma restrição física), número que representava 22% da turma.
Essa observação “acendeu uma luz” sobre a necessidade de se verificar se além dos
problemas gerados pelo elevado tempo de serviço, também exista uma segunda problemática
ligada à uma incapacidade desse recém formado desempenhar efetivamente as funções de um
Oficial Subalterno por causa de uma redução na capacidade física ligada a fatores fisiológicos.
Deixando claro que este pesquisador não possui conhecimento técnico nas áreas de saúde e
educação física.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente na PMERJ, devido ao Decreto n° 43.411/2012 as Praças da Corporação


são promovidas por termo de serviço, onde ao completar um período pré-determinado no
Decreto citado, são promovidos. (Tabela 1)
Ao analisar o público-alvo do Curso de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares
da PMERJ, ou seja, os policiais que podem participar do concurso interno, é possível verificar
a existência de requisitos de acesso que beneficiam os policiais militares que possuem um
maior tempo de serviço prestado, inclusive com uma reserva de 30% de vagas para os
policiais com mais tempo de serviço, conforme o Decreto n° 47.062/2020.
Considerando a existência do Quadro de Oficiais Auxiliares nas outras Forças
Policiais do Brasil e os diferentes requisitos de acesso de cada Estado, foi realizado uma
comparação entre os requisitos de acesso do CHQOA entre a PMERJ e as demais Polícias
Militares da Região Sudeste, Polícia Militar do Estado de São Paulo e Polícia Militar de
Minas Gerais, excluindo-se a Polícia Militar do Espirito Santo por não possuir concurso
interno para a promoção aos postos de Oficial Auxiliar, assim impossibilitando um
comparativo.
Como principais diferenciadores entre os processos, temos a existência de um
limitador de tempo de serviço de 24 (vinte e quatro) anos de serviço prestado na PMMG;
tanto na PMESP e quanto na PMMG existe a exigência de 15 (quinze) anos de serviço
prestado para poder realizar a prova do concurso interno, diferente da PMERJ onde esse
tempo é de 22 (vinte e dois) anos de serviço. (Tabela 3)
A partir dos dados estatísticos obtidos, foi revelado que os processos de seleção dos
95

Estados de São Paulo e Minas Gerais são mais efetivos do que o processo do Rio de Janeiro
em 88% e 100% / 75% e /98%, respectivamente nas penúltimas e últimas turmas de São Paulo
e Minas Gerais. (Tabelas 23 e 25)
Em termos gerais, significa que os Oficiais Auxiliares formados em São Paulo
trabalharam em média 6 (seis) anos e 2 (dois) meses e 6 (seis) anos e 4 (quatro) meses a mais;
e, os formados em Minas Gerais trabalharam em média 7 (sete) anos e 7 (sete) anos e 6 (seis)
meses a mais, em comparação a um Oficial Auxiliar do Rio de Janeiro formado nas duas
últimas turmas. (Tabelas 23 e 25)
Seguindo para um cenário hipotético, onde foi simulado uma turma do CHQOA-
PMERJ sem a utilização do mecanismo de reserva de vaga por antiguidade e comparada com
a turma real (com a reserva de vaga por antiguidade), foi revelado que a seleção sem reserva
de vagas aumentaria a efetividade do processo em 32% na penúltima turma e 30% na última
turma. (Tabelas 27 e 29)
Além do comparativo estatístico entre as turmas do CHQOA, foram realizadas
entrevistas com os Oficiais da PMERJ pertencentes as Diretorias que possuem participação no
processo de preparação do CHQOA nas áreas pedagógica, pessoal e controle de pagamentos.
Foram selecionados Oficiais que atuam ou atuaram nas diretorias nos períodos em que houve
participação direta na preparação dos últimos dois Cursos de Habilitação ao Quadro de
Oficiais Auxiliares.
Na área de Controle de Pagamentos, a Diretoria de Controle de Pagamentos atua
realizando as projeções de aumento da folha salarial decorrente da promoção do quantitativo
de Oficiais Auxiliares previstos para a próxima turma. Sua atuação é baseada na verificação
do impacto imediato que as promoções irão causar na folha de pagamento subsequente, sem
um acompanhamento de quanto tempo esse policial irá trabalhar efetivamente e do gasto
salarial após a passagem para a reserva remunerada.
Na área de Ensino e Instrução, foi percebido que os mecanismos de controle interno da
Diretoria Geral de Ensino e Instrução e da Academia de Polícia Militar são inteiramente
voltados para o monitoramento da eficiência e qualidade no campo pedagógico, visando a
atualização do material de instrução, das ementas e malha curricular, bem como na seleção
dos instrutores e na capacidade logística para executar o CHQOA.
Na área de Pessoal, através da DGP e Seções subordinadas, acontece o monitoramento
constante das promoções e do quadro de Oficiais Auxiliares, possuindo o controle em tempo
real do efetivo de Oficiais Auxiliares em cada posto. Essa visão possibilita a percepção de
como a legislação estadual impacta negativamente o Quadro de Oficiais Auxiliares da
96

PMERJ, por direcionar o processo seletivo a aprovação das Praças com elevado tempo de
serviço prestado.
A Diretoria Geral de Pessoal, após identificar tais problemas e no ano de 2018, quando
oportuno, apresentou proposta de mudança do Decreto que regulava o certame de acesso ao
CHQOA-PMERJ, que não trazia reserva de vagas por antiguidade e sem a necessidade de 02
(dois) anos de serviço como 1º Sargento para prestar o concurso interno. Em 2020, antes do
primeiro concurso com tais regras acontecer, novamente o Decreto que rege o certame do
CHQOA-PMERJ foi alterado incluindo a reserva de 30 % das vagas por antiguidade e a
exigência de 02 (dois) anos de serviço na graduação para o 1º Sargento. A proposta de
mudança ocorrida em 2018 seguiu o caminho Polícia Militar do Estado do Rio de janeiro –
Governo do Estado do Rio de Janeiro, enquanto na proposta de 2020 ocorreu o reverso e a
vontade de mudança seguiu o caminho Governo do Estado – Polícia Militar. Nessa parte, foi
identificado que houve o assessoramento do Secretário de Polícia Militar pela Diretoria Geral
de Pessoal quanto aos prejuízos que seriam causados em decorrência dessa mudança, porém o
Governo do Estado preferiu seguir com as alterações fundamentando que os policiais militares
aptos para realizarem o concurso interno, Subtenentes e 1º Sargentos, foram promovidos
durante toda carreira sem a necessidade de prestar concurso interno e uma mudança nessa
rotina seria prejudicial para a classe.
Como desdobramentos dos requisitos de acesso, temos no Rio de Janeiro um processo
de seleção que favorece os mais antigos e resulta na formação de um Oficial Auxiliar com
pouco tempo de serviço restante até sua passagem para a reserva remunerada, como dito, que
pode ser confirmada através da comparação com o tempo de serviço prestado pelos Oficiais
Auxiliares das outras Corporações.
Foi apontado por um dos entrevistados que durante as discussões que antecederam as
alterações de 2020 que foi cogitado um escalonamento decrescente da porcentagem de vagas
reservadas por antiguidade, iniciando-se em 30% no primeiro concurso e reduzindo para 20%
no concurso seguinte, 10% no subsequente e, a partir de então, sem reserva de vagas. Essa
estratégia seria capaz de solucionar o problema anteriormente apontado pelo governo do
Estado, onde uma mudança brusca na rotina dos policiais mais antigos seria prejudicial, e
ainda aparenta ser uma boa solução a ser implementada visando esse mesmo objetivo.
No geral, o principal problema percebido foi a existência da reserva de vagas por
antiguidade, que reduz a efetividade do processo de seleção na PMERJ cerca de 30% menos
eficiente do seria o processo sem reserva de vagas.
Saindo da parte referente ao gasto público e do déficit, foi revelado um problema na
97

área pedagógica que, aparentemente, pode estar relacionado a reserva de vagas. Devido a
diferença do aproveitamento intelectual na prova de acesso ao CHQOA, foi percebido pelos
instrutores e profissionais da APM uma assimetria no aproveitamento acadêmico entre os dois
grupos, constatado através da dificuldade do grupo de alunos matriculados por reserva de
vagas de acompanhar o rendimento do grupo matriculado inteiramente por mérito intelectual.
No dia 26 de setembro de 2022, coincidentemente durante o período final do
desenvolvimento dessa pesquisa, o Comandante do Exército publicou a Portaria n° 1835 que
versa sobre a devolução do valor gasto com cursos por militares que passarem para a reserva
remunerada sem cumprirem um determinado período de tempo após a conclusão do curso.
Essa indenização será cobrada a todos os militares que, após realizarem um curso com
duração superior a 06 (seis) meses e não servir por 03 pelo menos (três) anos. Isso deixa claro
duas coisas, que outras organizações militares enfrentam esse mesmo tipo de problemas e que
estas estão tomando providências para resolver ou amenizar esse problema.
Para melhorar a eficiência do da seleção e formação dos Oficiais Auxiliares do Rio de
Janeiro é necessária uma proposta de mudança do Decreto n° 47.062/2020 baseada,
principalmente, na retirada da reserva de vagas por antiguidade, mesmo que de forma
gradativa, e na possibilidade dos 3º e/ou 2º Sargentos de participarem do concurso interno.
Para proteger o Estado no caso de algum aprovado com tempo de serviço prestado muito
elevado, que resultaria em uma saída precoce após formado, pode-se adotar medidas como o
limitador de tempo de serviço prestado (aos moldes da PMMG que exige um máximo 24 anos
de serviço) e como a indenização do valor do curso (aos moldes do Exército Brasileiro).
Num final, a Secretaria de Estado de Polícia Militar, como Secretaria de Estado, deve
ser o Órgão a buscar óbices na administração interna em sua área de atuação, como rotinas e
legislações ultrapassadas ou ineficientes e assim assessorar o Governo do Estado do Rio de
Janeiro a desenvolver a eficiência da Administração Pública Estadual melhorando a eficiência
do gasto público e qualidade no serviço policial militar, devendo munir o Governo e Órgãos
do Estado de dados e informações que comprovem os prejuízos sofridos e incentivando
soluções.
Somente através do planejamento, monitoramento constante dos resultados e
realização das adaptações necessárias é possível mantêr uma organização no prumo do
desenvolvimento, assim honrando as palavras do General José da Silva Pessoa que figura nas
paredes do pátio da Academia de Polícia Militar do Rio de Janeiro – “ Os Profissionais não se
improvisam [...]”- ou seja, os profissionais não agem sem preparação, as pressas e sem
planejamento, resumindo, sem amadorismo.
98

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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104

10. APÊNDICES

APÊNDICE A - ENTREVISTAS

ENTREVISTA 1 – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO /


ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

1. Apresentação

- Nome, função que desempenha atualmente, formação profissional e acadêmica.

2. Experiência Profissional

- Qual sua experiência profissional na área de Ensino na PMERJ? Quantos tempo atua
na área? Quais as principais funções que desempenhou?

3. Perguntas

- Como funciona participação desta unidade na preparação e/ou planejamento do


CHQOA?
- O que entende como valorização dos recursos humanos na PM?
- Percebe um déficit de efetivo nos postos de Oficiais Auxiliares Subalternos?
- Se sim, identifica algum possível motivo? Desenvolva por favor.
- De acordo com o Decreto nº 49, de 28 de dezembro de 2018, o público-alvo do Curso
de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares são 1º Sargentos (com pelo menos 2 anos na
graduação) e Subtenentes. O srº acredita que este é o público-alvo correto para o concurso?
Por quê?
- Nos últimos concursos, foi adotado o critério de reserva de vagas por antiguidade
para 30% das vagas (Decreto nº 47.062, de 06 de maio de 2020). Pode explicar os motivos da
adoção desse critério?
- Quais impactos que essa reserva de vagas trouxe ou poderá trazer ao Quadro de
Oficiais Auxiliares?
- Na preparação dos novos cursos do CHQOA, é feito alguma análise dos resultados e
impactos dos cursos anteriores em outras áreas como de pessoal e aumento da folha de
105

pagamento ou somente na área pedagógica?


- Já foi realizado algum estudo comparativo com outras Forças Policiais ou
Instituições Militares entre o CHQOA/PMERJ e o Curso Correspondente nos outros Órgãos?
- Percebe a existência de uma cultura na Polícia Militar, após tantos anos, de aceitação
e expectativa de facilidades de acesso aos Praças mais antigos do quadro ao CHQOA?
- Entende que a expectativa de uma possível maior facilidade de promoção das praças
mais antigas ao Oficialato, através da reserva de vagas por antiguidade no CHQOA,
compensa o tempo de serviço elevado dos Oficiais Auxiliares recém formados e o aumento
salarial?
- Uma mudança nessa rotina traria impactos negativos para a Corporação?
- Acredita que possíveis aspectos negativos de promoções no final da carreira, como
evasão de Oficiais Auxiliares pouco tempo após a formatura, justificam o atual formato do
CHQOA em comparação com os possíveis benefícios dessa política?
- Já recebeu alguma proposta de mudança do público-alvo para o CHQOA? Se sim,
qual? E sobre outro quesito?
- Já fez alguma proposta de mudança aos superiores ou ao Secretário de Polícia Militar
em relação ao CHQOA?
- Possui alguma sugestão de mudança?
- Acredita que a SEPM, como Secretaria de Estado, deve ser o Órgão a buscar óbices
na administração interna, como rotinas e legislações ultrapassadas ou ineficientes e assim
assessorar o Governo do Estado do Rio de Janeiro a melhorar a eficiência da Administração
Pública Estadual (eficiência de gasto público, qualidade no serviço policial militar, etc.)?

4. Complementação

- Gostaria de acrescentar mais alguma informação?

5. Agradecimento

ENTREVISTA 2 - DIRETORIA DE CONTROLE DE PAGAMENTOS

1. Apresentação

- Nome, função que desempenha atualmente, formação profissional e acadêmica.


106

2. Experiência Profissional

- Qual sua experiência Profissional na PMERJ? Quantos tempo atua na área? Quais as
principais funções que desempenhou?

3. Perguntas

- A DCP participa de alguma forma da preparação e/ou planejamento do CHQOA?


Como funciona essa participação?
- O que o entende como valorização dos recursos humanos na PM?
- Percebe um déficit de efetivo nos postos de Oficiais Auxiliares Subalternos?
- Se sim, identifica algum possível motivo? Desenvolva por favor.
- De acordo com o Decreto nº 49, de 28 de dezembro de 2018, o público-alvo do Curso
de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares são 1º Sargentos (com pelo menos 2 anos na
graduação) e Subtenentes. O srº acredita que este é o público-alvo correto para o concurso?
Por quê?
- Nos últimos concursos, foi adotado o critério de reserva de vagas por antiguidade
para 30% das vagas (Decreto nº 47.062, de 06 de maio de 2020). Sabe se a diretoria foi
consultada?
- Percebeu algum impacto que essa reserva de vagas trouxe ou poderá trazer ao
Quadro de Oficiais Auxiliares? Quais
- Na preparação dos novos cursos do CHQOA, é feito alguma análise dos resultados e
impactos dos cursos anteriores na folha salarial da PMERJ?
- Entende que a expectativa de uma possível maior facilidade de promoção das praças
mais antigas ao Oficialato, através da reserva de vagas por antiguidade no CHQOA,
compensa o tempo de serviço elevado dos Oficiais Auxiliares recém formados e o aumento
salarial?
- Percebe a existência de uma cultura na Polícia Militar, após tantos anos, de aceitação
e expectativa de facilidades de acesso aos Praças mais antigos do quadro ao CHQOA?
- Uma mudança nessa rotina traria impactos negativos para a Corporação?
- Acredita que possíveis aspectos negativos de promoções no final da carreira, como
evasão de Oficiais Auxiliares pouco tempo após a formatura, justificam o atual formato do
CHQOA em comparação com os possíveis benefícios dessa política?
107

- Já recebeu alguma proposta de mudança do público-alvo para o CHQOA? Se sim,


qual? E sobre outro quesito?
- Já fez alguma proposta de mudança aos superiores ou ao Secretário de Polícia
Militar, a respeito do CHQOA?
- Acredita que a SEPM, como Secretaria de Estado, deve ser o Órgão a buscar óbices
na administração interna, como rotinas e legislações ultrapassadas ou ineficientes e assim
assessorar o Governo do Estado do Rio de Janeiro a melhorar a eficiência da Administração
Pública Estadual (eficiência de gasto público, qualidade no serviço policial militar, etc.)?
- Possui alguma sugestão de mudança?

4. Complementação

- Gostaria de acrescentar mais alguma informação?


5. Agradecimento

ENTREVISTA 3 - DIRETORIA GERAL DE PESSOAL

1. Apresentação

- Nome, função que desempenha atualmente, formação profissional e acadêmica.

2. Experiência Profissional

- Qual sua experiência Profissional na PMERJ? Quantos tempo atua na área? Quais as
principais funções que desempenhou?

3. Perguntas

- A DGP participa de alguma forma da preparação e/ou planejamento do CHQOA?


Como funciona essa participação?
- O que entende como valorização dos recursos humanos na PM?
- Existe um déficit de efetivo nos postos de Oficiais Auxiliares Subalternos?
- Se sim, identifica algum possível motivo? Desenvolva por favor.
- De acordo com o Decreto nº 49, de 28 de dezembro de 2018, o público-alvo do Curso
de Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares são 1º Sargentos (com pelo menos 2 anos na
108

graduação) e Subtenentes. O srº acredita que este é o público-alvo correto para o concurso?
Por quê?
- Nos últimos concursos, foi adotado o critério de reserva de vagas por antiguidade
para 30% das vagas (Decreto nº 47.062, de 06 de maio de 2020). Sabe se a diretoria foi
consultada?
- Quais impactos acredita que essa reserva de vagas trouxe ou poderá trazer ao Quadro
de Oficiais Auxiliares?
- Percebe uma elevada evasão de Oficiais Auxiliares recém formados no Curso de
Habilitação ao Quadro de Oficiais Auxiliares?
- Se sim, como isso impacta a área de pessoal da PMERJ?
- Já recebeu alguma proposta de mudança de alguma unidade ou setor subordinado?
- Já apresentou alguma proposta de mudança aos superiores ou Secretário de Polícia
Militar?
- Entende que a expectativa de uma possível maior facilidade de promoção das praças
mais antigas ao Oficialato, através da reserva de vagas por antiguidade no CHQOA,
compensa o tempo de serviço elevado dos Oficiais Auxiliares recém formados?
- Percebe a existência de uma cultura na Polícia Militar, após tantos anos, de aceitação
e expectativa de facilidades de acesso aos Praças mais antigos do quadro ao CHQOA?
- Acredita que uma mudança nessa rotina traria impactos negativos para a Corporação?
- Acredita que possíveis aspectos negativos de promoções no final da carreira, como
evasão de Oficiais Auxiliares pouco tempo após a formatura, justificam o atual formato do
CHQOA em comparação com os possíveis benefícios dessa política?
- Acredita que a SEPM, como Secretaria de Estado, deve ser o Órgão a buscar óbices
na administração interna, como rotinas e legislações ultrapassadas ou ineficientes e assim
assessorar o Governo do Estado do Rio de Janeiro a melhorar a eficiência da Administração
Pública Estadual (eficiência de gasto público, qualidade no serviço policial militar, etc.)?

4. Complementação

- Gostaria de acrescentar mais alguma informação?

5. Agradecimento
109

ENTREVISTA 4 - ESCOLA DE AVIAÇÃO DA PMERJ / GRUPAMENTO


AEROMÓVEL

1. Apresentação

- Nome, função que desempenha atualmente, formação profissional e acadêmica.

2. Experiência Profissional

- Qual sua experiência Profissional na PMERJ? Quantos tempo atua na área de aviação
policial? Quais as principais funções que desempenhou?

3. Perguntas

- Pode explicar brevemente o que é o Curso de Piloto Policial e atuação da Escola de


Aviação da PMERJ?
- Historicamente, o público-alvo do concurso interno para o Curso de Piloto Policial
são os Oficiais mais “modernos”, ou seja, com menos tempo de serviço (tenente e por poucas
vezes capitão), qual a razão para tal?
- Foi realizado algum estudo para subsidiar essa decisão?
- Pode citar algum exemplo corrobore com o que foi dito?
- Em média, qual o custo e o tempo de formação de um piloto policial?

4. Complementação

- Gostaria de acrescentar mais alguma informação?

5. Agradecimento

ENTREVISTA 5 – BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

1. Apresentação
110

- Nome, função que desempenha atualmente, formação profissional e acadêmica.

2. Experiência Profissional

- Qual sua experiência Profissional na PMERJ? Quantos tempo atua na área das
Operações Especiais? Quais as principais funções que desempenhou?

3. Perguntas

- Pode explicar brevemente o que é o Curso de Operações Especiais e atuação do


Batalhão de Operações Especiais da PMERJ?
- Historicamente, o Curso de Operações Especiais é destinado aos Oficiais mais
“modernos”, ou seja, com menos tempo de serviço (geralmente tenentes e por poucas vezes
capitão), qual a razão para tal?
- Foi realizado algum estudo para subsidiar essa decisão?
- Em média, qual o custo e o tempo de formação de um aluno do COESP?
- No passado, a função de negociadores era desempenhada por Oficiais. Porém, essa
função passou a também ser desempenhada por Praças. Essa mudança tem relação com
questões de eficiência de pessoal e de gastos?
- Em média, qual o custo e o tempo de formação de um negociador do BOPE?
- Pode citar algum exemplo corrobore com o que foi dito?

4. Complementação

- Gostaria de acrescentar mais alguma informação?

5. Agradecimento
111

APÊNDICE B – TABELA DE CONTAFGEM DO PEDÁGIO

Ano de Tempo Pedágio de 17% Tempo de serviço Ano que


ingresso faltante sobre o tempo necessário poderá
para faltante acrescido do solicitar a
completar pedágio reserva
30 anos remunerada
1990 0 0 meses 30 anos 2020
1991 1 2 meses 30 anos e 2 meses 2021
1992 2 4 meses 30 anos e 4 meses 2022
1993 3 6 meses 30 anos e 6 meses 2023
1994 4 8 meses 30 anos e 8 meses 2024
1995 5 10 meses 30 anos e 10 meses 2025
1996 6 1 ano 31 anos 2027
1997 7 1 ano e 2 meses 31 anos e 2 meses 2028
1998 8 1 ano e 4 meses 31 anos e 4 meses 2029
1999 9 1 ano e 6 meses 31 anos e 6 meses 2030
2000 10 1 ano e 8 meses 31 anos e 8 meses 2031
2001 11 1 ano e 10 meses 31 anos e 10 meses 2032
2002 12 2 anos 32 anos 2034
2003 13 2 anos e 2 meses 32 anos e 2 meses 2035
2004 14 2 anos e 4 meses 32 anos e 4 meses 2036
2005 15 2 anos e 6 meses 32 anos e 6 meses 2037
2006 16 2 anos e 8 meses 32 anos e 8 meses 2038
2007 17 2 anos e 10 meses 32 anos e 10 meses 2039
2008 18 3 anos 33 anos 2041
2009 19 3 anos e 2 meses 33 anos e 2 meses 2042
2010 20 3 anos e 4 meses 33 anos e 4 meses 2043
2011 21 3 anos e 6 meses 33 anos e 6 meses 2044
2012 22 3 anos e 8 meses 33 anos e 8 meses 2045
2013 23 3 anos e 10 meses 33 anos e 10 meses 2046
2014 24 4 anos 34 anos 2048
2015 25 4 anos e 3 meses 34 anos e 3 meses 2049
2016 26 4 anos e 5 meses 34 anos e 5 meses 2050
2017 27 4 anos e 7 meses 34 anos e 7 meses 2051
2018 28 4 anos e 9 meses 34 anos e 9 meses 2052
2019 29 4 anos e 11 meses 34 anos e 11 meses 2053

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