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Resumo da lide: (Nomeação e posse de candidata aprovada em certame público – direito líquido, certo e exigível – Leis
12.016/09, art. 106, inciso I da Constituição Estadual de Minas Gerais)
URGENTE
Tutela De Evidência-Pedido Liminar em Mandado de Segurança
Por ser pobre na concepção jurídica do termo, a Impetrante requer desde já que lhe seja
concedido os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060, de 05.02.50 e suas
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posteriores alterações e do art. 98 e seguintes do NCPC, uma vez que não possui condições de
prover eventuais custas processuais sem prejuízo do seu sustento. (declaração anexa)
2. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE:
Está previsto no artigo 5º, LXIX da Constituição Federal de 1988 e na Lei 12.016/091, visando
proteger a liquidez e a certeza de um direito, individual ou coletivo, lesado ou ameaçado de
lesão, por ato de autoridade através de ação de natureza cível e sumária.
Sendo os atos administrativos, em regra, os que mais ensejam lesões a direitos individuais e
coletivos, estão estes sujeitos à impetração de Mandado de Segurança.
Assim, importa dizer que, por "direito líquido e certo" pressupõe-se a incidência da regra
jurídica sobre fatos incontroversos e, no caso em comento, os documentos acostados à inicial
provam a certeza dos fatos; certeza essa que denota a perfeição formal com ausência de
reservas à sua plena eficácia, enquanto que a liquidez torna preciso o valor pleiteado.
Tecidas tais considerações acerca da medida judicial ora IMPETRADA, tem-se que esta, visa
proteger direito INCONTESTE da Impetrante de ser NOMEADA E, EMPOSSADA NO CARGO
VAGO de PEB1A, Artes, no Colégio Tiradentes da PMMG de Governador Valadares EM
VIRTUDE DE APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO EDITAL SEPLAG/PMMG Nº. 06/2014, de
28 de novembro de 2014, promovido pela Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais,
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Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
as funções que exerça.
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que vem tendo seu direito lesado, uma vez que a primeira colocada no certame foi nomeada,
mas desistiu da vaga, e a Impetrante que foi a segunda colocada, vem ocupando o aludido
cargo a título precário há mais de 05 anos, quando já poderia ter sido efetivada no cargo
desde o ano de 2018.
No que tange a tempestividade da medida cumpre registar que a despeito do art. 23 da lei
12.016/09 estipular um prazo de 120 dias contados da ciência do ato impugnado para
promover o mandado de segurança, tem-se que, tratando-se de ato omissivo continuado da
administração pública, consubstanciado na inércia na nomeação da impetrante, devidamente
aprovada em concurso público, o prazo para impetração se protrai no tempo, renovando-se
todo mês, enquanto perdurar a ilegalidade.
A Impetrante, Rita de Cássia Braga Calhau de Oliveira, inscreveu-se na Seleção Pública para
provimento de cargos das carreiras de professor de educação básica da Polícia Militar do
Estado de Minas Gerais, do quadro de pessoal civil - concurso público regulado pelo EDITAL
SEPLAG/PMMG Nº. 06/2014, de 28 de novembro de 2014, homologado em 16/09/2015
conforme anexo da publicação no Diário do Executivo de Minas Gerais, tendo sido APROVADA
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e CLASSIFICADA NA SEGUNDA POSIÇÃO PARA O CARGO DE PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
BÁSICA PEB - Nível I – Grau A/Artes para o município de Governador Valadares/MG, concurso
esse com validade até setembro de 2019, como se pode constatar da publicação de
prorrogação do seu prazo de validade no Diário do Executivo de Minas Gerais de 16 de
Setembro de 2017, pág. 236, que segue anexo. (Doc.junto)
No referido Edital, mormente o ANEXO II, pág. 28, verifica-se que foi ofertado de 1 (uma)
vaga de ampla concorrência para o cargo pretendido.
Após a realização de todas as etapas, a Impetrante logrou êxito em ser aprovada com
classificação no 2º lugar (publicação do Diário do Executivo do dia 16 de setembro de 2015),
detendo assim a condição de primeiro excedente ao número de vagas constante do certame.
A candidata aprovada com classificação no 1° lugar, Adriana Cristina Monteiro, foi nomeada e
convocada pelo Estado a tomar posse por meio de ato publicado no Diário do Executivo de
Minas Gerais do dia 01 de agosto de 2018, caderno 1, pág. 58, 59 que segue anexo. Todavia,
SIMPLESMENTE NÃO COMPARECEU PARA TOMAR POSSE, NEM SOLICITOU SUA
PRORROGAÇÃO (mensagem enviada por e-mail por Emilyn Mendes, servidora pública lotada
na Associação dos Servidores da Policia Militar do Estado de Minas Gerais - ASPM do Colégio
Tiradentes de Governador Valadares). Conclui-se, portanto, que NÃO HOUVE INVESTIDURA
NO CARGO PELA mesma, estando vago até o presente momento, e, em que pese ter
desistido da vaga, a Administração Pública não procedeu com a publicação do ato que
tornaria sem efeito sua nomeação. (Docs.juntos)
Digno de nota é que, o caso em comento não é o que se entende como mera expectativa de
direito à nomeação por parte da Impetrante, uma vez que seu direito subjetivo passou a
existir a partir do momento em que há comprovação da existência de cargo efetivo vago
durante o prazo de validade do concurso público, bem como de existência de preterição
arbitrária e imotivada por parte da Administração, que prefere contratar a candidata a
título precário, usurpando-lhe de seus direitos de servidora efetiva, para proceder com
contratações temporárias, no mesmo cargo, exercendo a mesma função.
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Não é o outro o entendimento consubstanciando no Pretório mineiro:
Assim, temos que ao candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas
previstas no edital do certame, assiste, a princípio, mera expectativa de direito à nomeação, a
qual se convola em direito subjetivo caso seja demonstrado o surgimento de vaga para o
cargo e a preterição arbitrária da Administração Pública, caracterizada pelo comportamento
tácito ou expresso, capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
dentro do prazo de validade do certame, como in casu.
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No contexto do presente caso, verifica-se que a Impetrante logrou aprovação como primeira
excedente, o que se extrai do resultado final homologado em 16/09/2015, conforme Diário
do Executivo em anexo.
Noutro passo, a Impetrante demonstra de forma eficaz a EXISTÊNCIA DA VAGA que lhe cabe,
posto que, houve a nomeação da candidata Adriana Cristina Monteiro aprovada dentro da
vaga (MG Diário do Executivo de 31/07/2018, págs. 02 e 03, anexo), e esta não tomou posse,
conforme mensagem respondida pela Sra Emilyn Mendes, ASPM CTPM/Governador
Valadares, que segue anexo.
De igual modo, corroborando com o fato de que a Administração Pública demonstra de forma
explícita que NECESSITA DO PREENCHIMENTO DA VAGA objeto do presente writ, uma vez
que procedeu com a nomeação da candidata aprovada dentro da vaga, há de se considerar
ainda que mesmo antes da nomeação e, da desistência dela, houve contínuas designações
para o cargo vago, que vem sendo ocupado pela Impetrante, conforme Certidão de
Contagem de Tempo emitida pelo Colégio Tiradentes da PMMG/GV, concluindo que a
mesma está no exercício da função há 1939 dias trabalhados, o que equivale a 5(cinco)
anos, 3(três) meses e 24(vinte e quatro) dias. (Doc. Junto)
Destarte, não descurando que a Administração Pública pode decidir o momento em que
nomeará o candidato aprovado que poderá ocorrer até o último dia do prazo de validade
do concurso, NÃO pode ela realizar um concurso público para preencher vagas, homologar
o resultado e, em seguida, contratar um servidor a título precário, ainda que seja o próprio
candidato, demonstrando, com esse ato, a necessidade do preenchimento da vaga, ao invés
de nomear o candidato de modo efetivo, o qual fica assim, inquestionavelmente
prejudicado, mesmo porque, ainda que venha a ser nomeado antes da expiração do prazo
do concurso, deixará de ir contando tempo de serviço como efetivo, o que acarreta
indesejáveis consequências resultantes do desrespeito da Administração à própria
moralidade pública, que reclama, no caso, o respeito ao concurso público realizado e ao
candidato aprovado.
Lado outro, a Lei Estadual nº 10.254/90 que institui o regime jurídico único do servidor
público civil do Estado de Minas Gerais e dá outras providências, elenca os casos em que se
dará designação para o exercício de função pública. Em específico, se infere da inteligência do
Art. 10, inciso II, que há expressa vedação para designação em cargo vago quando há
candidato aprovado em concurso público para a classe correspondente, in verbis:
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II – cargo vago, e exclusivamente até o seu definitivo provimento, desde
que não haja candidato aprovado em concurso público para a classe
correspondente. (grifo nosso)
Nesse sentido:
Portanto, estando comprovada a existência de cargo vago, aliado ao fato de que a candidata
foi aprovada e, sua classificação está dentro do número da vaga oferecida no concurso
público, bem como estando comprovada a necessidade da Administração Pública em ter o
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cargo preenchido (em decorrência das nomeações e designações ocorridas), TEM-SE, POIS,
CONFIGURADO O DIREITO LÍQUIDO E CERTO NO QUE SE CONCERNE à NOMEAÇÃO DA
IMPETRANTE na vaga pretendida.
Finalmente, da Jurisprudência, na esteira do presente caso, colhe-se os seguintes julgados, in
verbis:
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candidatos mais bem posicionados, antes da expiração do prazo do concurso,
em número suficiente para alcançar a classificação do candidato que
ingressou em Juízo. Esgotado o prazo de validade do certame, mesmo após a
prorrogação, impõe-se a imediata convocação dos candidatos que possuem o
direito subjetivo à nomeação. Indeferido o pedido de condenação da
Administração Pública ao pagamento de indenização por perdas e danos,
configura-se a sucumbência recíproca, a isentar a Fazenda Pública do ônus da
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, que deverão ser
suportados por ambas as partes. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Classe:
Apelação, Número do Processo: 0000024-67.2014.8.05.0181, Relator (a):
Moacyr Montenegro Souto, Terceira Câmara Cível, Publicado em: 12/08/2015).
(TJ-BA - APL: 00000246720148050181, Relator: Moacyr Montenegro Souto,
Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 12/08/2015).”
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
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jurisdicional, comprometendo a efetividade da jurisdição e a realização do direito, causando à
parte um dano irreversível ou de difícil reversibilidade.
Fredie Didier Júnior, na mesma obra supramencionada, consigna que o perigo de dano, como
pressuposto para a concessão da tutela antecipada, deve ser concreto, atual e grave, ob cit. p.
610.
Importante é registrar que o que justifica a tutela provisória de urgência é aquele perigo de
dano: i) concreto (certo), e, não hipotético ou eventual, decorrente de mero temor subjetivo da
parte; ii) atual, que está na iminência de ocorrer, ou esteja acontecendo; e, enfim, iii) grave,
que seja de grande ou média intensidade e tenha aptidão para prejudicar ou impedir a fruição
do direito.
Dito isso, compulsando os autos é de fácil constatação que o concurso público se encontra
próximo de expirar (setembro de 2019), além do fato de que enquanto não é nomeada, a
impetrante está deixando de auferir as garantias e benefícios do serviço público, mesmo
exercendo a função no cargo/vaga para o qual busca sua nomeação há mais de 5(cinco) anos,
conforme comprovado.
Resta, por outro lado, demonstrado a existência de ato ilegal por parte da Administração
Pública que designou a própria impetrante, a título precário, para ocupar o cargo vago desde o
ano de 2014, até a presente data, valendo dizer que, durante todo o tempo de validade do
certame a Impetrante ocupa a aludida vaga para a qual busca legítima nomeação.
Insta salientar ainda que a Instrução nº 118 de 07/12/2016, no qual estabeleceu critérios para a
inscrição e classificação de candidatos à designação para o exercício de função pública no
Colégio Tiradentes da PMMG para o ano de 2017, em seu art. 50, prescreveu:
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Assim, deixando de fazer uso das prerrogativas que lhe conferiu a dita Instrução, a impetrante,
poderia ter sua carga horária estendida em todo o período trabalhado, conforme BGPM nº 79
de 24 de outubro de 2017, pág. 100, o que lhe reverteria em melhores condições financeiras e
de trabalho, mas tal direito também lhe foi obstado em razão de não estar na condição de
servidora efetiva.
Destarte, caso tivesse o poder público cumprido seu múunus e nomeado a candidata aprovada
no concurso, quando reconhecida sua necessidade de pessoal, a Impetrante não teria sido
preterida com as contratações à título precário e não estaria sendo prejudicada com a
substancial diminuição da carga horária e consequentemente salarial no corrente ano.
Urge mencionar que, por outro lado, a concessão da Tutela de pretendida não traz nenhum
perigo de irreversibilidade para o Requerido e, nem prejuízo, já que a medida pleiteada é
reversível, ou seja, caso ao final do processo seja o entendimento de Vossa Excelência de não
ser caso de nomeação, poderá a Autora retornar ao status quo.
Isto posto, averiguado que a Impetrante foi a segunda candidata aprovada e, que a primeira
não tomou posse do cargo, bem como a existência do cargo vago, da inequívoca demonstração
da necessidade de preenchimento deste em caráter efetivo e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, requer a concessão da MEDIDA LIMINAR para que seja a Impetrante
nomeada para o cargo PEB1-A, Artes, no Colégio Tiradentes da Policia Militar de Governador
Valadares, por ser da mais lidima Justiça!
Dentro do quadro apresentado a medida ora pleiteada há que ser deferida em caráter liminar
e, inaudita altera pars, vez que preenchidos os requisitos constantes do caput do art. 300, do
CPC.
5. DO PREQUESTIONAMENTO
Data venia, o Autor entende que, caso a respeitável decisão de Vossa Excelência
seja de improcedência, estará por sua vez violando literalmente os Arts. 5º, XXXV, 37 e 226,
todos da Constituição Federal/88; Art. 9º, I, 300, 301, da Lei 13.105/2015- NCPC e nas Leis
869/52, Lei 7.109/77 (mormente nos artigos 66 a 81), Lei 9.381/86 e Lei 9.938/89 .
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Assim, por medida de salutar cautela dessas causídicas, prequestionam
expressamente a transgressão na r. decisão que porventura possa ser de improcedência, dos
dispositivos legais supra citados, além da flagrante dissidência com esmagadora jurisprudência
reinante nos pretórios estadual e junto aos Colendos STJ e STF. (CF, arts. 102, III, “a” e 105,
III, letras “a”, e “c”).
6. DO PEDIDO
Considerando a morosidade da Administração Pública por utilizar de forma excessiva seu Poder
Discricionário, e visando assegurar o direito líquido e certo da impetrante em ser nomeada para
o cargo para o qual concorreu uma vez que a candidata aprovada em primeiro lugar não
compareceu para a posse;
III – A ciência do ilustríssimo representante do Ministério Público para que opine nos termos do
art. 12 da Lei 12.016/09;
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V - Tratando-se de pedido de obrigação de fazer, requer, em caso de desobediência, seja
aplicada multa diária (astreintes) em valor a ser fixado por Vossa Excelência, com fins à
promover a efetividade das decisões nesses autos proferidas.
VII - Pretende-se provar o alegado pelas provas documentais que seguem anexas e dá-se à
causa o valor de R$ 1..000,00 (hum mil reais).
A partir da vigência do novo Código de Processo Civil, em seu artigo 85, parágrafo 1º, cabem
honorários de sucumbência nas fases recursal e de cumprimento, ainda que em mandado de
segurança.
O Código de Processo Civil é adotado no rito especial do mandado de segurança, logo a súmula
do STF tornou-se relativizada, motivo pelo qual, Requer, a condenação do ente público em
custas e honorários sucumbenciais.
Nesses Termos,
Pedem e esperam deferimento.
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