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1
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Supervisores:
Prof. Doutor Inocente V. Mutimucuio
Co-Supervisor: Doutora Cristina A. Tembe
i
COMITÉ DO JÚRI
ii
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE
Declaro que esta dissertação nunca foi apresentada, na sua essência, para a
obtenção de um outro qualquer grau ou num outro âmbito e que constitui o
resultado do meu labor individual. Esta dissertação é apresentada em
cumprimento parcial dos requisitos para a obtençãodo grau de Mestre, da
Universidade Eduardo Mondlane
_________________________________
iii
DEDICATÓRIA
A todos quanto me ajudaram para que esta pesquisa fosse uma realidade.
iv
AGRADECIMENTOS
À minha esposa e filhos que suportaram viver dois anos fora do amor do pai;
Ao Prof. Doutor Inocente V. Mutimucuio, que, incansável, cumpriu com alto grau
de responsabilidade a função de supervisor e tornou, para mim, uma referência
com uma alta capacidade de competências do saber, saber ser e estar;
Com toda ânsia agradeço a Deus pela protecção durante todo este processo,
ajudando-me a completar esta esperança que é raro num grupo de muitos;
v
Índice
DEDICATÓRIA .................................................................................................................iv
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................... v
PALAVRAS-CHAVE ........................................................................................................ x
Capítulo 1 ............................................................................................................................ 1
Introdução ........................................................................................................................... 1
Capítulo 2 .......................................................................................................................... 16
2.1 Directrizes que criam o curso de formação de professores no modelo - 10ª+1 Ano
...................................................................................................................................... 16
2.2 Coerência entre o plano curricular e os conteúdos dos materiais do ensino básico.18
vi
2.3 Modelo curricular de formação de professores 10ª+1 Ano ..................................... 19
Capítulo 3 .......................................................................................................................... 40
Metodologia de pesquisa................................................................................................... 40
3. 7 Procedimentos ........................................................................................................ 46
Capitulo 4 .......................................................................................................................... 47
4.1 Percepções dos membros da direcção sobre o modelo do Plano Curricular de 10ª+1
Ano................................................................................................................................ 47
vii
Capítulo 5 .......................................................................................................................... 58
5.4 Conclusões sobre a análise dos factores que influenciam a implementação do novo
currículo de formação de professores 10ª + 1 Ano ....................................................... 60
5.5 Recomendações....................................................................................................... 60
Anexos .............................................................................................................................. 65
viii
RESUMO
ix
ABSTRACT
This study analyses the factors that influence the implementation of the new
curriculum plan for Primary School Teachers Grade 10 + 1 Year, at Teachers
Training Institute, in Angónia District.
Since there is a need of limiting the field of the study, the presentresearch was
developed in Angόnia district- Teteprovince, in an Institute that deals with
Primary School Teachers Training.
In conclusion, the study identified the factors that influence the implementation of
the new curriculum plan. The results show that the plan has quality with good
innovations, like Learner Centred Learning. However, the same results suggest
factors like materials, (for example, the lack of trainer books), financial resources
(like the shortage of funds for the production of learning materials and others for
tranship), Trainers qualifications (like, the existence of some trainers in areas like
engineering or natural sciences or history without psycho - pedagogical training),
motivation (for example, trainers and trainees low motivation due the lack of
transport to training posts), and the duration of Grade 10 + 1 year course (for
example, one year is not enough to train the trainees in many subjects), all these
things have negative impact in the implementation of the Grade 10 + 1 year plan.
PALAVRAS-CHAVE
Plano Curricular
x
Formação de professores
Avaliação de qualidade
LISTA DE ABREVIATURAS
xi
IFPs Instituto de Formação de Professores
PC Plano Curricular
xii
LISTA DE TABELAS
Pág
Tabela 1.1 Áreas de formação no IFP de Angónia 11
xiii
LISTA DE FIGURAS
Pág
Figura 2.1 Três pólos de competências 22
xiv
LISTA DE DIAGRAMAS
Pág
Diagrama 2.1 Diagrama do Modelo 10ª+1 Ano 17
xv
xvi
Capítulo 1
Introdução
Este capítulo apresenta na sua secção 1.1 Introdução, 1.2 Contexto local, 1.3 O
foco de pesquisa, 1.4 Identificação do problema, 1.5 Objectivos de pesquisa, 1.6
Perguntas de pesquisa, 1.7 Justificação de pesquisa, 1.8 Historial e
funcionamento do IFP de Angónia, 1.9 Estrutura Administrativa do IFP de
Angónia, 1.10 Planificação do processo de ensino-aprendizagem, 1.11 Gestão
dos Recursos Humanos do IFP de Angónia, 1.12 Corpo de formadores do IFP de
Angónia, 1.13 Descrição do processo de implementação do novo plano
curricular, 1.14. Estrutura da Dissertação.
1.1 Introdução
Nesta perspectiva, foi a partir de reformas curriculares dos anos 60 e 70, que
houve uma necessidade de prolongar a dinâmica de apoio à implementação das
inovações curriculares. A base do desenvolvimento curricular mais característica
dos anos 70 e 80 vem criando as melhores condições para a mudança. Em 1983,
Shipman começa a fazer referência ao movimento de auto-avaliação como forma
de garantir a gestão ao nível do currículo.
1
A análise ou avaliação da implementação do novo currículo de formação de
professores com base neste modelo (10ª+1 ano) torna-se importante porque se
suspeita que a sua implementação não deu tempo suficiente aos formadores para
fazer uma reflexão necessária, com vista à adopção do modelo, que tivesse em
conta uma base comum de entendimento metodológica que consta no PCFPEP.
Assim, a pesquisa aqui proposta vai abordar a análise dos factores que
influenciam a implementação do novo currículo de formação de professores do
distrito de Angónia,
2
formação de professores através de acompanhamento na formação integral,
mudança de atitude e mentalidade (como rege a norma, do artigo 1, das
disposições gerais da criação dos IFPs).
A presente dissertação tem como objecto de estudo a análise dos factores que
influenciam a implementação do novo plano curricular no modelo (10ª+1 Ano) do
Instituto de Formação de Professores de Angónia para o ensino primário. O foco
de pesquisa é o PCFPEP dos IFPs, e a implementação como componente que visa
aferir o grau de cumprimento das finalidades e objectivos da educação nele
preconizado, concretamente na gestão curricular, recursos humanos e relações
entre si, actividades de ensino-aprendizagem, infra-estruturas físicas. Ao propor o
tema na área de implementação curricular teve-se em conta um dos elementos
fundamentais no processo da implementação do currículo, o “formador”.
3
Tendo apresentado o foco de pesquisa de conceitos da avaliação curricular, secção
seguinte vai descrever identificação do problema
Se formos a avaliar o novo plano curricular de 10ª +1 nos seus pontos de padrões
de qualidade de articulação teórico-prática, as transferências de conhecimentos,
inovações e investigação, pode-se inferir que o currículo está bem concebido com
os elementos acima descritos bem articulados e sequenciados, mas na prática a
sua implementação enfrenta dificuldades, aparentemente por factores ou razões
não bem claros.
Assim, com base nas opiniões preliminares de alguns gestores e formadores que
trabalham com PCFPEP, em Moçambique, parece que as suas experiências
teóricas, psico-pedagógicas e práticas, de preparação e ensino de matérias
curriculares acumuladas durante o processo de formação de professores não foram
tidas em consideração, com alguns a especularem que factores como a falta de
tratamento apropriado da matéria científica aprendida nos anos anteriores pelos
seus formandos, a falta de capacitação destes formadores e a falta de recursos que
apoiem a inovação podem comprometer implementação do novo currículo de
10ª+1.
Deste modo, o investigador foi levado suspeitar que essas inovações não foram
acompanhadas por uma preparação eficaz dos formadores, constituindo um sinal
de não cumprimento da política educacional relativa à implementação do novo
currículo, pois a contínua capacitação de formadores poderia ser encarada de
forma a actualizá-los de modo a garantirem uma implementação adequada do
novo plano curricular.
4
Perante estas constatações e suspeitas, o problema desta pesquisa consiste no facto
de que não são conhecidos os factores que influenciam a implementação do novo
currículo de formação de professores para o Ensino Primário (10ª classe+1Ano).
Objectivo geral
Objectivos específicos
5
Estes objectivos foram apresentados como forma de resolver o problema de
pesquisa encontrado no plano curricular do IFP e no fraco impacto da
implementação das suas inovações.
6
outra relevância está relacionada com as inovações em curso que tentam adequar
o plano curricular aos moldes nacionais e da região da África Austral.
7
Modelos de Formação de Professores de 10ª Classe ou equivalente é um curso
intensivo e só ministrado nos IFPs.
Os documentos do IFP referem que este é uma instituição do estado que sustenta
todas as suas acções e Planos Curriculares numa perspectiva de inovação para
melhorar a qualidade do ensino cujos objectivos Curriculares são:
8
sector, assegurar a direcção científica, técnica e pedagógica em particular
no cumprimento de planos de estudos, dados estatísticos, normas e
princípios metodológicos, prazos, gestão financeira e programas de ensino
aprovados pelo Ministério de Educação,
9
internato, uma cozinheira da casa de hóspede, dois guardas de segurança,
um auxiliar administrativo.
10
TABELA 1.1: Áreas de formação no IFP de Angónia
Nº Departamentos Disciplinas
Psicopedagógia
Organização e Gestão Escolar
1 Departamento de Ciências de Metodologia do Ensino de
Educação Educação Moral e Cívica
Departamento de Comunicação Técnica de Expressão em Língua
e Ciências Sociais Portuguesa
Metodologias de ensino da Língua
Portuguesa
2
Metodologia de Ensino de língua
Inglesa
Língua Inglesa
Metodologias de Ensino de Ciências
Sociais
Metodologias de Ensino de
Educação Musical
Língua Bantu e Metodologia de
Ensino Bilingue
4 Metodologias de Ensino de
Educação Física
Metodologias de Ensino de
Educação Visual
Finalmente, o IFP oferece ainda o curso de Inglês. Este exige, como pré-requisito,
que o formando tenha conhecimento da língua Inglesa.
11
O foco desta pesquisa é a caracterização do Plano curricular de Formação de
Professores para Ensino Primário, o qual, naquele IFP, é conhecido como curso
“de formação de professor 10ª+ Ano”.
Esta secção analisa a gestão dos recursos humanos desta instituição. Liderança do
IFP é um dos elementos fundamentais para o processo de implementação
curricular. Os formadores, formandos e outros funcionários do IFP são elementos
dinâmicos neste processo.
12
Nesta secção pode-se concluir que a opinião dos actores da educação para área de
formação nos IFP, a implementação do currículo é da responsabilidade de
formadores. Mais de 82% dos entrevistados pensam desta forma. Essa afirmação
não vai de acordo com o que foi dito por Rasinen (2003) o qual afirma que a
gestão do currículo deve ser democrática de modo que haja participação, o que
envolve diálogo, discussão colectiva de todos actores de educação.
E ainda Libaneo refere que a participação significa uma intervenção dos actores
de educação para área de formação e também dos seus usuários.
Neste contexto, à medida que o MINED vai criando espaço para uma participação
de todos nos IFPs, os grupos envolventes na implementação do currículo sentir-
se-ão responsáveis na tomada de decisões curriculares mais democráticas e,
provavelmente, mais práticas a realidade moçambicana.
13
No caso específico dos formadores dos IFPs, o investigador entende que, durante
a implementação do novo currículo, eles devem manusear o currículo planificado
em relação ao contexto específico a fim de maximizar os resultados da avaliação
do PCFPEP. Neste contexto, implementar uma reforma curricular quando esta
envolve um grande número de pessoas, ainda o investigador entende que se deve
iniciar a implementação do currículo com número pequeno de instituições. Caso
este seja satisfatória na sua avaliação, pode-se estender ao resto dos IFPs.
14
a descrição dos instrumentos de recolha de dados, população e amostra de
pesquisa, validade e fiabilidade e ainda a descrição como será feita análise e
discussão dos resultados.
15
Capítulo 2
Revisão da Literatura
16
Os IFPs foram criados através do Diploma Ministerial n°41/2007, de 16 de Maio e
homologado a 21 de Janeiro de 2007. Esta lei, na estratégia de implementação do
plano curricular, define que a formação de professores deve permitir que o
professor se torne um educador e profissional consciente, com profunda
preparação científica e pedagógica (MEC/INDE, 2008).
No modelo (10º+1 Ano) para o ensino básico, o candidato ingressa por via exame
de admissão que consiste na realização de uma prova escrita nas seguintes
disciplinas segundo o artigo 6, do exame de admissão. A tabela abaixo mostra o
curso, disciplina de exame e observação.
17
O artigo 51, n° 2, da docência nos IFPs, refere que o exercício de funções nessas
instituições, rege-se pelo Estatuto Geral dos Funcionários do Estado,
Regulamento Geral dos IFPs, pelo Estatuto de Professores, pela legislação
complementar e privilegia o desenvolvimento da qualidade, aptidão, dinamismo e
trabalho em equipa.
18
O objectivo principal dos programas é formar cidadãos capazes de se integrar na
vida e aplicar os conhecimentos adquiridos em benefício próprio e da
comunidade.
19
acima descritas, contribuam para o desenvolvimento de competências em
diferentes domínios, sem no entanto, mencioná-los.
Entretanto, a sua implementação não nos parece tarefa fácil. Trata-se de curso de
curta duração (um ano). Os Institutos de Formação de Professores encontram-se
espalhados pelas diversas regiões do país (cidades e vilas). Considerando o
elevado número de disciplinas curriculares, o espaço territorial em que se encontra
o Instituto, os contactos com palestrantes mostra ser um exercício muito bom, mas
de aplicação prática difícil. Estamos perante uma planificação sem poder de
implementação realístico, embora se reconheça ser possível em alguns locais.
20
Tabela 2.3: Características da avaliação no currículo baseado em conteúdos
e competências
21
estrutura linear e temática em que o princípio geral da orientação do processo de
ensino e aprendizagem consiste na teoria antes da prática.
Saber agir
Agir com
competência
22
2.5 Implementação de inovação curricular
23
No que se refere à gestão de mudanças, sugere-se que a gestão do novo currículo
seja acompanhada com modificações na gestão interna da instituição. A lição que
aqui se aprende é que o Plano Curricular de Formação de Professores Primários
foi analisado para se perceber como contribuiu para formação integral dos futuros
professores considerando, entre outros, os factores referidos acima.
24
O perfil da implementação é na essência, uma tentativa de entender e expressar o
extremo das ideias de um conjunto de propostas de um currículo para serem
colocadas em prática. Como afirma Fullan (1991:17), “o perfil da implementação
serve para oferecer um desenho da área do ensino, o que capacitaria os
planificadores do currículo nos níveis da escola, a determinar a praticabilidade da
implementação”. A Tabela 2.3, representa perfil de capacidade de apoiar a
inovação. A teoria da implementação do currículo está baseada em três aspectos
nomeadamente, perfil da implementação, capacidade de apoiar a inovação e
apoios que envolvem as agências de fora. Estes aspectos, partilham os mesmos
factores por meio de indicadores, que abrangem uma série de aspectos segundo a
figura abaixo Rogan e Grayson, 2003, propõem uma matriz do perfil de
capacidade de apoiar a inovação, indicada na tabela 2.3, o qual sofre algumas
adaptações do investigador.
Tabela 2.3: Perfil da implementação. Fonte: Adaptado de Rogan & Grayson (2003)
Manuais
não
suficientes
para todos.
25
2 Construçõe Os Os O formador O PC é
s básicas formado formandos nunca falta exequíve
adequadas res têm o têm um as aula l
em boas mínimo conhecimen
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formand cooperaç
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O investigador pensa que estes cinco factores, juntos, formam algo que tem a
capacidade de criar a inovação nos IFPs. Nesta perspectiva, é preciso que os
formandos e formadores se envolvam intensamente no processo de
implementação do currículo, pois são eles que vão reproduzir na sala de aulas o
mesmo tipo de prática vivenciado em seu curso. (Rogan & Grayson, 2003),
26
expandindo as suas ideias anteriores, a implementação do currículo deve ser
colocada em prática por meio de uma série de proposições baseadas em inter-
relações:
27
Os programas de formação e cursos de reciclagens de formadores devem incluir,
entre os seus objectivos, o desenvolvimento das habilidades básicas. Os autores
propõem a utilização de metodologia de pesquisa. Considera-se que o processo de
ensino e aprendizagem não é a transmissão de conteúdos prontos, mas a formação
de sujeitos capazes de compreender a realidade que os cerca e de agir sobre ela.
28
indivíduo de alcançar a formação de qualidade, o que se devia limitar para evitar a
improvisação na formação de formadores para garantir uma educação de
qualidade.” Para este autor, os padrões de qualidade que parecem pertinentes,
apresentam as seguintes características: simplicidade que consiste em capacidade
de compreensão e operacionalização, e a pertinência que é aptidão de descrever
um fenómeno ou o objectivo esperado.
29
formação e a área física onde a formação é realizada. As actividades de
formação são asseguradas através de diferentes formas: técnicos
académicos, administrativas e dotação de suporte pedagógico.
30
Segundo Marchesi e Martin (2003), a garantia de participação dos formadores
está ligada à sua satisfação a qual está associada às condições de trabalho, à
valorização social e aos incentivos profissionais pelo esforço exigido e realizado.
Por mais nobre e sofisticado que seja o currículo, afirma Fullan (1991:17), citado
por Marchesi & Martin (2003), não leva a nada, se os formadores não transferirem
as suas práticas efectivas na sala de aula.
Também Carré e Caspar (2001) sugerem que uma avaliação curricular visa reunir
todas as condições que permitam aos gestores do currículo desenvolver as suas
31
capacidades de avaliação do currículo, algo que produz variáveis de acção no
processo de organização, processos e projectos, plano de informação, gestão e
avaliação e a comunicação interna na instituição.
De acordo com Kellaghat & Greaney (2001), faz-se avaliação do currículo como
forma de elevar os padrões curriculares, manter os padrões curriculares, adquirir
32
informações que podem ser usadas para alocação dos recursos, e para alterar a
balança de controlo no sistema educacional.
Parece que existe uma diversidade de métodos da avaliação. Kelly (1989) afirma
que o método mais sensato a adoptar é começar por considerar algumas das
diferentes dimensões de avaliação do currículo que os conhecedores da área têm
identificado como problemas na sua implementação.
33
Aliado a este aspecto do processo de avaliação do plano curricular, estão as
questões de dados empíricos, conseguidos através de investigações de um projecto
educativo por meio; métodos e custos que garantam a sua efectividade.
34
Para Harlen (1971), um avaliador, como membro de uma equipa do projecto de
avaliação, deve ajudar a equipa a clarificar seus objectivos publicados em detalhes
para o uso dos formadores. Este material do projecto é relevante para a
implementação dos programas nas suas escolas.
Para Kelly (1989), avaliação iluminativa descreve e interpreta com base na análise
dos resultados. Por isso, apresenta três estágios fundamentais para avaliação:
35
Descrever o trabalho da equipa do projecto, conhecer em que termos
ajudariam os patrocinadores e planificadores do trabalho para medirem o
valor de investimento, e determinar a estrutura de apoio, guia e controlo
apropriados;
36
três dimensões fundamentais que se usam: conteúdos, objectivos da
implementação e métodos. a) Sociedade refere-se (a comunidade ou
municipalidade), verifica-se uma integração entre a sociedade e os IFPs, as
experiências locais são incluídas no trabalho; b) IFPs refere-se (formadores) onde
se desenvolve habilidades profissionais, hábitos, conhecimentos, interacção
social, moral e ética; c) indivíduos (Formandos). Estes elementos constituem a
primeira dimensão influenciadora na avaliação curricular. Na segunda dimensão
encontramos: a) os objectivos, habilidades de entender o papel de avaliação,
aplicação da avaliação com rigor em que os formadores se tornam mais
inovadores para melhor modificar o implementado na prática educativa e alcançar
o planificado; b) métodos, planificação, justiça no trabalho e segurança neste
sentido, o melhor método na avaliação é o método do ensino; c) conteúdos,
identificação e avaliação das informações colhidas negados ou integrados que
podem ter a contribuição da crítica de outros autores ou formadores (Rasinen,
2003:41). Página 36 figura 2.3
37
Figura 2. 3-As dimensões da implementação
Individual
Sociedade
IFP
Método
Objectivos
Conteúdo
38
elementos fundamentais no processo da implementação do currículo, o
“formador”.
39
Capítulo 3
Metodologia de pesquisa
40
ou percepções dos elementos da amostra através das entrevistas e o pesquisador
foi o instrumento-chave auxiliado pelo roteiro das entrevistas que tinha produzido.
41
11% DCE
32%
DCCS
36% DNCN
21% DAPT
3.3.1 Questionário
42
Este questionário foi usado para obter informações relevantes sobre o processo de
implementação do novo currículo do IFP (10ª+1 ano), e na análise dos factores
que influenciam a implementação do plano curricular do IFP. Os dados foram
recolhidos especificamente aos 32 formandos e 28 formadores, e os cinco
membros da direcção, perfazendo 65 elementos da amostra.
43
social, diálogo sistemático, em que uma das partes colecta os dados e outra parte
serve de fonte de informação sobre as ideias ou assuntos que ainda não foram
revelados ou conhecidos pelo investigador. Este instrumento foi usado ao director
e membros da direcção, especificamente 5 pessoas (o Director do IFP, Adjunto
Pedagógico para Formação em Exercício, Adjunto Pedagógico para Formação
Inicial, Chefe da secretária e o chefe do internato). Os assuntos constantes no
roteiro de entrevistas eram iguais aos contidos no questionário, por uma questão
da triangulação.
44
3.5 Análise de dados
Para realizar a análise dos dados provenientes dos questionários, estes foram
enumerados, identificados por códigos seguros, conforme o grupo ao qual
pertenciam. Os dados quantitativos foram organizados, analisados e interpretados,
considerando as frequências e as percentagens e resumidas em tabelas.
Assim, a recolha das informações foi garantida pela Direcção do IFP, que criou
condições necessárias para a recolha de informação.
O anonimato das fontes para essa investigação foi garantido através da omissão
dos nomes dos respondentes
45
3. 7 Procedimentos
Elaboração do projecto e
revisão da literatura
Pedido de financiamento e
material de trabalho
Recolha de dados:
Distribuição e aplicação do
questionário
Processamento e análise de
dados
Redacção e apresentação
dos resultados
46
Capitulo 4
Apresentação e Análise dos resultados
47
Também, o questionário continha uma tarefa para os formadores e formandos para
indicarem o seu nível de concordância com a afirmação “As inovações do novo
currículo de (10ª +1 Ano) melhoram a qualidade dos formandos. A tabela 4.1
mostra os resultados
48
formadores precisam da página 22 a 30 são só objectivos gerais de cada
disciplina”.
49
O investigador perguntou ainda o que é que os formadores precisam de saber
quando pegam o novo plano curricular. Os respondentes afirmaram que “os
formadores precisam de saber o âmbito de cobertura dos conteúdos do novo
currículo”, “as mudanças … qual o grau de familiaridade com as novidades”.
O investigador fez uma pergunta específica aos membros de direcção, o que é que
eles como gestores precisam para facilitar o processo de implementação do novo
currículo. Eles disseram que “a mim preocupa mais saber se teremos fundos
suficientes para apoiar o novo currículo” e “são os recursos … materiais,
financeiros e humanos … sua disponibilidade”.
50
instituição está organizada em departamentos como o núcleo principal de gestão
do processo de implementação do novo currículo.
Ainda no questionário continha uma pergunta que pretendia saber que estratégias
do processo do ensino aprendizagem são usadas para garantir o sucesso do
processo da implementação do novo currículo nos IFPs. Como resposta a esta
pergunta, os respondentes afirmaram “são usados os métodos activos e centrados
no formando, criação de equipas de coordenação das práticas e estágios e,
identificar as necessidades de formadores para actividades que desenvolvem as
suas habilidades”, “primeiro discutimos a proposta de métodos que o delegado
traz e depois analisamos outras propostas de métodos … ainda não
compreendemos bem isso de métodos centrados nos alunos mas temos as nossas
propostas” e “colocamos nos materiais instrucionais as melhores estratégias
seleccionadas pelos formadores”. Analisando as respostas, infere-se que os
formadores usam métodos de ensino aprendizagem que eles acham adequados,
não estando claro se os mesmos são produto das capacitações que recebem dos
técnicos do MINED.
51
4.3 Descrição dos factores que influenciam a qualidade da implementação
do novo currículo
Apesar de pouco, o investigador quis saber a origem dos recursos financeiros que
o IFP recebe para apoiar a implementação do novo currículo. Respondendo a esta
pergunta, um membro disse que “provêm do fundo FASE e OGE” um outro
afirmou que “são recursos do governo … OGE”. Analisando as respostas, leva-
nos a compreender que o IFP para o seu funcionamento recebe fundos
52
provenientes do apoio ao Sector de Educação (FASE), para além do Orçamento
Geral do Estado. Isto parece razoável, pois nenhum IFP pode funcionar apenas
com OGE.
Ainda sobre a pergunta aberta dirigida aos membros da direcção e formadores que
pretendia saber os ‘factores que influenciam a implementação do novo currículo’,
há ainda a registar as seguintes categorias de análise:
53
faltam acções de capacitação dos formadores em matérias específicas de
inovações ou metodologias de modo a implementarem com o sucesso o novo
currículo e evitarem erros ou resistências às inovações.
Havia uma pergunta na entrevista que pedia aos respondentes para descreverem a
influência que o estilo da gestão da direcção do IFP tem sobre o desempenho dos
formadores na implementação do novo currículo. Algumas respostas dadas
54
indicaram que “gestão é motivadora para todos os funcionários, formadores e
formandos, o que faz com que haja bons resultados na implementação do
currículo”, “a direcção, apesar de algumas fraquezas, é democrática …salvo
alguns casos de falta de controle na implementação de inovações …”e “gerir um
IFP é complexo … requer formação na gestão e administração escolar … contudo
é boa”.
55
Havia uma pergunta no questionário com a seguinte redacção ‘escreva a sua
opinião sobre a qualidade dos graduados do novo currículo em comparação com
os graduados do antigo currículo’. Alguns respondentes afirmaram que “os
graduados do antigo currículo eram devidamente preparados comparados com os
do novo currículo”, “os graduados do antigo currículo eram bem preparados …
tiveram tempo suficiente de preparação … estes não” e “penso que devíamos
voltar ao antigo currículo, pois era melhor que este”. Comentando à volta das
respostas, pode-se inferir que o curso anterior de 10+2 anos conferia boas
competências de ensinar aos formandos, pois eram treinados nos conhecimentos
específicos de matemática, língua portuguesa e ciências e saíam com bons
conhecimentos tanto específicos como metodológicos para ensinarem no ensino
primário. O novo currículo aparentemente não permite, em tão pouco tempo de
um ano conferir conhecimentos, habilidades e valores aos formandos que lhe
permitam uma inserção efectiva na sua escola, comunidade e na sociedade em
geral. Note-se que os respondentes haviam manifestado a sua discordância quando
lhes foi pedido para indicarem o seu nível de concordância relativamente à
contribuição das inovações no melhoramento do desempenho dos formandos.
Vide tabela 4.1 acima.
56
Tabela 4.2: Os inquiridos sobre a necessidade de melhorar alguma coisa no
novo currículo (n = 60).
Formando 20 33 2 3 8 13 2 3 32 53
Formador 18 30 2 3 7 12 1 2 28 47
Total 38 63 2 6 15 25 3 5 60 100
57
Capítulo 5
Conclusões e Recomendações
O capítulo apresenta as conclusões e as recomendações de pesquisa. A primeira
parte apresenta conclusões enquanto a segunda apresenta as recomendações.
Está estruturado da seguinte forma: Secção 5.1 Conclusão geral, secção 5.2
Caracterização do plano curricular dos Institutos de Formação de Professores,
secção 5.3 Caracterização do processo de implementação do plano curricular,
secção 5.4; e Descrição dos factores que influenciam a qualidade do curso de
formação de professores 10ª + 1 ano e secção 5.5 Recomendações.
Esta é a primeira secção das conclusões tiradas pelo pesquisador à volta dos
resultados desta pesquisa considerando as opiniões e sentimentos dos inquiridos.
58
automática ou progressão normal, integração dos conteúdos do currículo local,
participação activa dos formandos.
59
das acções pedagógicas pelos formadores, pois não foram apresentadas na forma
de evidências de relatórios de avaliação.
A pesquisa concluiu que (a) faltam recursos materiais e financeiros que apoiem a
implementação do novo currículo e (b) falta um plano de capacitação de
formadores de modo a que as inovações curriculares sejam por eles bem
percebidas e implementadas.
5.5 Recomendações
60
2. Os adjuntos pedagógicos sejam capacitados para serem facilitadores na
implementação de actividades novas do currículo. Este aspecto pode
ajudar melhorar a implementação do novo currículo.
Esta dissertação, apesar de ser modesta no seu alcance, o seu assunto de pesquisa
ainda merece atenção de outras pesquisas de avaliação do actual currículo de 10a
+1 Ano, para que a melhore a sua implementação nos Institutos de Formação de
Professores em Moçambique.
61
Referências Bibliográficas
62
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Paulo: Artmed.
MEC (2006). Inspecção Geral da Educação e Cultura. Orientações e tarefas
escolares obrigatórias para o período de 2007 a 2009: Maputo.
MEC (2006). Plano Curricular de Formação de Professores para o ensino
primário: Maputo
MEC (2007). Regulamento geral dos institutos de formação de professores:
Maputo.
MEC (2007). Plano Curricular do ensino secundário geral. Documento
orientador. Objectivos, Política, Estrutura, Plano de Estudo e Estratégias
de Implementação: Maputo.
MEC (2008). Plano Curricular do ensino Básico. Objectivos, Política, Estrutura,
Plano de Estudo e Estratégias de implementação: Maputo.
MINED (2003). Regulamento das escolas do ensino básico. Edição
DNEB/MINED: Maputo.
Moçambique, Diploma ministerial nᵒ 41/2007, de 16 de Maio.
Moçambique, Decreto presidencial nᵒ 18/2005 de 31 de Março.
Moçambique, lei nᵒ 6/92, do SNE (1983).
Moçambique, lei nᵒ 4/83 de 23 de Março.
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Educar-UP, Maputo.
Mutimucuio, I.V. (2012). Métodos de Investigação: Apontamentos. Imprensa
Universitária, Maputo.
MEC ( 2001-2009). Estratégia do Ensino Básico 2009-20015). Maputo
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Editores.
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questões dos Professores. (3a ed), Lisboa: Editorial Presença.
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63
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Vasconcellos, C.S. (2005). Avaliação da Aprendizagem: Práticas de mudanças.
Por uma Práxis transformadora. São Paulo.
64
Anexos
65
Anexo 1: Questionário para o formador
1. Género_____Masculino______Femenino
5 habilitações literárias______________________________________________
9. Em que curso de reciclagem participou para poder ser aperfeiçoar a sua área?
__________________________________________________________________
_____________________________________________________________
__________________________________________________________________
66
12. Que apoio o governo dá que facilite a implementação do novo
currículo?____________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
67
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
20. Que actividades extra curriculares são realizadas para garantir uma formação
de qualidade dos formandos?_________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
68
25. Classifique as condições de infra-estruturas e equipamento do IFP
Computadores
Carteiras
Bibliotecas
Sala de aula
Mapas e cartazes
Retroprojectores,
transparência
Equipamentos
laboratoriais
26. Escreva a sua opinião sobre a qualidade dos graduados pelo o novo currículo
em comparação os graduados pelo Antigo currículo:________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
69
Anexo 2: Questionário para o Gestor
1. Género_____Masculino______Femenino
5 Habilitações literárias____________________________________________
__________________________________________________________________
70
11. Escreva a influência que o estilo da gestão da Direcção do IFP tem sobre o
desempenho dos formadores:__________________________________
_______________________________________________________________
__________________________________________________________________
12. Descreva o estilo a influência que o estilo de gestão da Direcção do IFP tem
sobre o desempenho dos formandos:___________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
71
17. Classifique as condições de infra-estruturas e equipamento do IFP
Computadores
Carteiras
Bibliotecas
Sala de aula
Mapas e cartazes
Retroprojectores,
transparência
Equipamentos
laboratoriais
18. Escreva a sua opinião sobre a qualidade dos graduados pelo o novo currículo
em comparação os graduados pelo Antigo currículo:_______________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
72
Anexo 3: Questionário para o formando
1. Género_____Masculino______Femenino
5 habilitações literárias:_____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
73
12. Que apoio o governo dá que facilite a implementação do novo
currículo?________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
74
19. Descreva as dificuldades ou os problemas que existem com os estágios dos
formandos:_________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
20. Que actividades extra curriculares são realizadas para garantir uma formação
de qualidade dos formandos?________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Computadores
Carteiras
Bibliotecas
Sala de aula
Mapas e cartazes
Retroprojectores,
75
transparência
Equipamentos
laboratoriais
25. Escreva a sua opinião sobre a qualidade dos graduados pelo o novo currículo
em comparação os graduados pelo Antigo currículo:_______________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
76
Anexo 4: Guião de entrevista para os membros da direcção do IFP
1. Género_____Masculino______Femenino
77
13. Dê sua opinião sobre as estratégias do processo do ensino aprendizagem
usadas para garantir o sucesso do novo currículo nos IFPs.
14. Quais são as pesquisas realizadas pelos formandos como parte integrante do
novo currículo?
15. Dê sua opinião sobre o que é feito nos estágios dos formandos
17. Na sua opinião quais são as dificuldades ou os problemas que existem com os
estágios dos formandos:
18. Que actividades extra curriculares são realizadas para garantir uma formação
de qualidade dos formandos
21. Na sua opinião qual é nível de conservação das instalações desta instituição?.
22. qual é a sua opinião sobre a qualidade dos graduados pelo o novo currículo em
comparação os graduados pelo Antigo currículo?
78