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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE


GPA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIAS, CIVIL, ELÉTRICA E PRODUÇÃO

Alexandre Akio Chinen


Lauro Virginio de Souza Portela
Matheus Correa Giacomello
Miguel Grassioli Banderó
Mikael Vilela da Silva

MINI-CATAPULTA:
Construção de um trébuchet com base em
aplicações da Física.

VÁRZEA GRANDE – MT2023


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Alexandre Akio Chinen


Lauro Virginio de Souza Portela
Matheus Correa Giacomello
Miguel Grassioli Banderó
Mikael Vilela da Silva

MINI-CATAPULTA:
Construção de um trébuchet com base em
aplicações da Física.

Trabalho apresentado à disciplina de


Projeto Unificado: Cinética do
Movimento – 2023/1, como atividade
para a conclusão desta sob a
supervisão do Prof. Dr. Denes Martins.

VÁRZEA GRANDE – MT2023


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SUMÁRIO

1. Introdução .......................................................................................................... 4
2. Conceitos ........................................................................................................... 5
3 Etapas ................................................................................................................ 6
4 Considerações Finais ......................................................................................... 9
Referências Bibliográficas ..................................................................................... 10
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INTRODUÇÃO

Catapultas são armas desenvolvidas para furar cercos. O primeiro registro


deste tipo específico ocorreu na cidade-Estado grega de Siracusa (atual Sicília, na
Itália), em 399 a.C. Fora utilizada com sucesso contra os cartagineses de Motya, em
398 a.C. selando sua queda.
A própria palavra catapulta deriva do grego katapáltes (καταπάλτης, sem
transliteração), que se traduz como “jogar contra” (kata, contra, e páltis arremessador).
Os romanos foram os seus maiores desenvolvedores durante a Antiguidade
Clássica. Mas o auge deste tipo de arma ocorreu durante a Idade Média como
resposta ao desenvolvimento de muralhas e castelos. Neste período que as técnicas
de guerra chegaram ao modelo mais bem acabado de catapulta: o trébuchet, ou
trabuco. Este tipo de arma fora utilizado também pelos cruzados cristãos contra os
muçulmanos, na Palestina. (HISTÓRIA EM DESTAQUE, 2022)
Para além da história desta arma de cerco, aquilo que interessa este projeto
são os princípios da Física empregados em seu funcionamento no campo de batalhas:
Energia; Força; Aerodinâmica; Lançamento Oblíquo e Movimento. Todos estes
tópicos envolvem funções matemáticas empregadas para calcular com precisão seu
desempenho como arma de guerra.
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CONCEITOS

Em resumo, as catapultas utilizam energias potenciais elástica ou gravitacional


para impor movimento oblíquo a um projétil (geralmente, uma pedra) o qual realizará
uma trajetória parabólica (ou seja, o ângulo de lançamento em relação ao solo
encontra-se acima de 0º e abaixo de 90º).
Seguindo os passos desde o engatilhamento até o lançamento do projétil e
este descrever sua trajetória até o alvo, tem-se:
a) Energia (SI: Joule [J])
As catapultas podem utilizar dois tipos de energia para serem capazes de
lançar projéteis: Energia Potencial Elástica (EPEL) e a Energia Potencial Gravitacional
(EPG). A primeira é acumulada ao se tensionar tiras de algum material que, após se

deformar, a libera ao retornar à sua forma inicial. Assim, 𝐸 = , onde k é uma

constante elástica e x é a deformação sofrida pelo material elástico (comumente, na


Antiguidade e na Idade Média, estes eram feitos de tendões de animais torcidos e
trançados como cordas).
A segunda forma de Energia Potencial é a Gravitacional. É descrita,
matematicamente, como 𝐸 = 𝑚 ∙ 𝑔 ∙ ℎ, onde m é a massa, g, a gravidade e h, a
altura. Esta força é utilizada na forma de “gangorra”: de um lado, o peso erguido a
determinada altura; de outro, o projétil.
b) Força (SI: kg.m.s-2, ou, simplesmente, Newton [N])
O conceito de Força foi proposto por Sir Isaac Newton em seu Philosophiæ
Naturalis Principia Mathematica descrita como o produto da massa e a aceleração 𝐹 =
𝑚 ∙ 𝑎, descrevendo-a (“força motriz”, nas palavras de Newton) como semelhante à
quantidade de movimento, ou seja 𝑝 = 𝑚 ∙ 𝑉 (Quantidade de movimento “p” é o
produto da massa “m” e sua velocidade “V”). (DIAS, 2006)
Para Newton, a força era imprimida sobre um corpo mudando seu estado
(Segunda Lei) (PESSOA JR., 2020, p. 73), que diferenciava da “força centrípeta”.
Para além destas questões filosóficas da Física, o que importa para este
trabalho é o conceito central contido na fórmula, acrescentando-se que a Força é uma
grandeza vetorial, pois, além de módulo, possui direção e sentido.
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Assim, pode-se relacionar outras forças, por exemplo: Peso, P=m·g (“m” é a
massa; “g”, a aceleração dada pela gravidade); Empuxo, P-E=m·a (“P” é peso; “E”,
empuxo).
c) Aerodinâmica: o Princípio de Bernoulli
Ao ser lançado, o projétil irá percorrer um trajeto com constante interação com
o ar (o fluído) ao seu redor. O princípio de Bernoulli descreve esta interação através

da seguinte equação: + + 𝑔 ∙ 𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. Onde, “V” é a velocidade; “P”,

pressão; “ρ” (rô), a massa específica do fluído; “g”, a gravidade; e, “z”, a altura.

Cada parte desta equação se relaciona com uma energia: é a Energia

cinética (Ec) do fluído; , é a Energia de Pressão (EPr) para o escoamento do fluído;

𝑔 ∙ 𝑧, é a Energia Potencial (EP) referente à posição no campo gravitacional em relação


a um plano horizontal. (ALMEIDA & SILVA, 2015, p. 4-5)
No entanto, este princípio explica melhor uma bolinha presa num fluxo de ar de
um secador. Mas as forças envolvidas são de grande interesse para este projeto.
d) Aerodinâmica: Força de Arrasto
No trabalho proposto, o projétil é uma esfera de poliestireno (popularmente
chamado “isopor”). Isso imprime uma Força de Arrasto (Fa) maior e, portanto, maior
resistência do ar. Sem uma forma aerodinâmica, o projétil descreverá uma trajetória
menor. A Fa é dada pela seguinte equação: 𝐹 = − ∙ 𝐶𝑎 ∙ 𝜌 ∙ 𝐴 ∙ 𝑉 , onde: “Ca” é o

coeficiente de arrasto, o que, para objetos esféricos, é de 0,47; “ρ”, a massa específica
do fluído, o que, no caso do ar atmosférico a 0ºC é de 1,293 kg/m³ a 1 atm, e, a 30ºC,
1,164 kg/m³, a 1 atm (sendo considerada esta última para efeitos deste projeto); “A”,
a área da seção transversal do objeto; “V”, a velocidade (em sentido oposto à força
de arrasto). Para o caso específico deste trabalho, 𝐹 = ∙ 0,47 ∙ 1,83 ∙ 0,08 ∙ 𝑉 ;

calculando 𝐹 = 0,034404 ∙ 𝑉 .
∙ ∙
O Ca depende do número de Reynolds, dado pela equação: 𝑅𝑒 = . Onde,

para mencionar as variáveis não citadas: “D” é o diâmetro da bola (8cm, ou 0,08m, no
caso) e “η” a viscosidade do ar (1,83·10-5kg·m-1·s-1). Este número relaciona duas
forças que atuam sobre a bola: inerciais e viscosas. Deste modo, considerando o
diâmetro do projétil, tem-se uma relação do módulo de Reynolds com a sua
velocidade: V=1,9·10-4·Re. (AGUIAR & RUBINI, 2004, p. 298-299)
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e) A trajetória do projétil
Dado o plano cartesiano em que o eixo “x” esteja paralelo ao chão, e o “y”,
paralelo à aceleração da gravidade (constante a 9,80665m/s²), é possível traçar a
trajetória do projétil.
Assim, no eixo “x”, a posição do projétil em função do tempo é dada por 𝑥( ) =
𝑥 − 𝑉 ∙ 𝑡. Tem-se, pois um Movimento Retilíneo Uniforme (MRU).
No eixo “y”, a aceleração é constante, sendo, portanto, um Movimento

Uniformemente Variável (MUV), dado por 𝑦( ) = 𝑦 − 𝑉 ∙ 𝑡 − .

Portanto, ao ser lançada, a bola de isopor irá descrever uma trajetória


parabólica dentro de um lançamento oblíquo. Deste modo, o ângulo de lançamento
em relação ao solo é maior que 0º e menor que 90º, compondo dois tipos de
movimentos, como citados acima, orientados verticalmente (em sua altura) e
horizontalmente (em seu alcance).
Neste sentido, para prever alcance máximo (Am) e altura máxima (Hm), aplicam-
∙ ( ) ∙ ( )
se as duas fórmulas seguintes: 𝐴 = e𝐻 = ∙
, sendo “g” a gravidade,

“V” a velocidade, “θ” o ângulo entre o vetor velocidade de lançamento e o solo.


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ETAPAS

ETAPA PERÍODO OBSERVAÇÃO


1- Estudo dos conceitos da 17/abr./2023 a Subsídios para a
Física. 02/maio/2023. produção do trabalho
teórico.
2- Produção áudio visual 03/maio/2023 a
com testes de materiais. 20/maio/2023
3- Produção do trébuchet e 21/maio/2023 a
produção de croqui. 31/maio/2023
4- Teste final 25/jun./2023
5- Apresentação 26/maio/2023 a
07/jul./2023
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Conclusão

A produção da catapulta envolve princípios da Física que descrevem Energia;


Força; Aerodinâmica; Lançamento Oblíquo e Movimento. Por um lado, dentro das
regras do projeto, a catapulta deve ser capaz de imprimir determinada força (F) ao
projétil esférico que deverá percorrer, no mínimo 2m de distância, atingindo um balde
(o alvo).
O desafio, portanto, está em construir um lançador com capacidade de produzir
energia suficiente para fazer com que o projétil vença a força de arrasto. Não só
energia, mas lançar no ângulo certo para atingir um alcance de, no mínimo 2m. Este
um desafio digno para engenheiros.
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Referências bibliográficas

AGUIAR, C. E. & RUBINI, G. A Aerodinâmica da bola de futebol. In Revista Brasileira de


Ensino de Física, v. 26, n. 4, p. 297-306, 2004.

ALMEIDA, Bruno Seixas G. de & SILVA, Robson Coutinho. Aerodinâmica de bolas. In


Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 3, 3505.

DIAS, Penha Maria Cardoso. F=m.a?!! O nascimento da lei dinâmica. In Revista Brasileira
de Ensino de Física, v. 28, n. 2, p. 205-234, 2006.

HISTÓRIA EM DESTAQUE. Catapultas ao longo da história. In História em


destaque. Disponível em <https://www.historiaemdestaque.com.br/post/catapultas-
ao-longo-da-historia>. Acesso em 6 maio 2023.

PESSOA JR., Osvaldo. O conceito de “Força” em Newton. In: PESSOA JR, O. Filosofia da
Física (Aulas). (Capítulo XI). Filosofia, Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humana
(FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Disponível em
<https://opessoa.fflch.usp.br/FiFi-20> Acesso em 6 maio 2023, 2020.

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