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Movimento Retilíneo com Aceleração Constante

Nome: Bianca Regina Nascimento

Resumo: Este relatório foi desenvolvido a fim de sintetizar os conhecimentos e procedimentos envolvidos na
prática denominada “Movimento Retilíneo com Aceleração Constante”. O exercício partirá dos conceitos da 2ª Lei
de Newton aplicada em um sistema de dois objetos presos por uma corda - em meio a uma polia -, bem como nas
forças intrínsecas ao sistema e suas componentes, sendo um inclinado e o outro não. Dessa maneira, analisaremos o
movimento de um objeto que se desloca sob a ação de uma força constante. Ademais, encontraremos para o
sistema horizontal: Aceleração adquirida pelo carrinho [(0,892 +/- 0,001)m/s²]; aceleração do objeto C a partir da
inclinação do gráfico de velocidade x tempo [(0,891 +/- 0,002)m/s²]; aceleração média de “C” a partir do gráfico de
aceleração x tempo [(0,889 +/- 0,026)m/s²] e o valor [(0,963 +/- 0,007)m/s²] esperado para a aceleração deste
mesmo objeto. Já no sistema inclinado: aceleração média de “C” a partir do gráfico de aceleração x tempo [(0,131
+/- 0,010)m/s²] e o valor esperado para a aceleração [(0,117 +/- 0,091)m/s²].

1. Introdução
O experimento realizado baseia-se na Segunda
Lei de Newton que expressa o Princípio
Fundamental da Dinâmica. Desse modo, Isaac
Newton informa que a mudança de um
movimento é diretamente proporcional à força
motora imprimida e ocorre na mesma direção na
qual esta foi aplicada. Portanto, a força
resultante aplicada sobre um determinado corpo
produzirá nele uma aceleração de mesma direção
e sentido, logo obtemos a seguinte relação: Figura 1 - Aplicação da 2° Lei de Newton em um
plano horizontal.
Fr = m.a (I)

Fr = Força resultante (N);


Tomando a Figura 1 como base de apoio,
m = Massa inercial do objeto; podemos expressar em termos das coordenadas x
a = Aceleração. e y as forças que atuam sobre o sistema:

Será exposto apenas a aplicação da Lei da Corpo de massa “mA” sobre a superfície
Dinâmica para o eixo horizontal, uma vez que horizontal)
torna-se necessário o entendimento da mesma
Sujeito às forças Normal (N) e peso (P), assim
para o desenvolvimento do relatório.
como de tração (T). Aplicando a segunda lei de
Newton obtemos:

Em relação ao eixo x, temos:

𝜮Fa = mA. a1 = T,
𝜮Fx = m1x. a1x = T (II) 2.1 Materiais
1- Computador;
𝜮Fx: Somatório das forças resultantes atuantes eixo x (N); 2- Interface;
m1x: massa inercial do bloco no eixo x (kg);
T= Força de tração (N). 3- Sensor de movimento (sensibilidade
0,02mm); 4- Trilho de ar;
Em relação ao eixo y, temos: 5 - Objetos de massas (m1≃0,183kg e
m2≃ 0,020kg);
6 - Suporte (m≃0,010kg);
𝜮Fy = m1y. a1y = N - m1.g = 0 (III) 7 - Carrinho
(m≃0,191kg); 8 - Fio de
𝜮Fy: Somatório das forças resultantes atuantes eixo y (N); algodão;
m1y: massa inercial do bloco no eixo y (kg);
g: aceleração da gravidade (m/s²); 9 - Trena.
N: Força normal (N);
m1.g: expressão matemática para a força peso “P” (N). 2.2 Procedimento Experimental
A figura abaixo ilustra a montagem do
Corpo de massa “mB” pendurado experimento que consiste em estudar o
movimento de um objeto quando sujeito a uma
Sujeito às forças de Tração (N) e peso (P), força constante.
portanto, forças que atuam somente no eixo y
Aplicando a segunda lei de Newton obtemos:

𝜮Fy = m2y. a2y = m2.g - T (III)

𝜮Fy: Somatório das forças resultantes atuantes eixo y (N);


m2y: massa inercial do bloco pendurado no eixo y (kg);
g: aceleração da gravidade (m/s²);
N: Força normal (N);
m1.g: expressão matemática para a força peso “P” (N).
T= Força de tração (N). Figura 2

Dado que os módulos das acelerações a1 e a2 Conforme ilustração da Figura 2, foi usado um
são iguais e a corda inextensível, ao cancelar a trilho com fluxo de ar com o intuito de criar
força de tração “T” das Equações II em III e uma superfície na qual o carrinho de massa de
por fim em I, obtemos a seguinte equação: 0,190kg pudesse se mover linearmente e
m2 .g
a= (IV) praticamente sem atrito. O mesmo foi preso, por
m1+m2
um fio inextensível de massa desprezível, a um
a: aceleração (m/s²);→ a1=a2=a; objeto de massa conhecida de massa conhecida
m1: massa inercial do bloco sobre o eixo horizontal (kg);
m2: massa inercial do bloco pendurado (kg). (m2). O fio que os conectava passava por uma
polia que estava conectada a um sensor de
Através da exposição da lei da dinâmica para o
movimento e este transmitia os dados para
plano horizontal espera-se obter por meio desta,
a aplicação para o plano inclinado. Ademais, computador através de uma interface. Sobre o
com os dados obtidos no experimento, será carrinho foi inserido um objeto de massa (m1) e
realizado uma regressão linear e desse modo no suporte foi pendurado um objeto de massa
poderemos analisar o movimento do objeto do (m2). Durante o experimento foi feita uma
experimento quanto este está sob a ação de uma alternância entre essas massas e desse modo,
força constante em um plano horizontal e
foram realizadas as medições de posição,
posteriormente em um inclinado.
velocidade e aceleração lineares em função do
tempo.
2. Metodologia
O experimento foi dividido em duas partes, 3. Resultados
primeiramente com o trilho alinhado na 3.1 Análise do movimento do carrinho em
horizontal e posteriormente inclinado formando um plano horizontal
um ângulo ϴ=5,5°com a horizontal.
3.1.1 Equação matemática que correspondente
Os valores medidos (a posição, velocidade, a ao gráfico de distância x tempo.
aceleração lineares do carrinho em função do
tempo) foram em relação ao instante em que o
carrinho foi solto até sua primeira colisão com o
elástico no fim do trilho. Nos dois casos (plano
horizontal e inclinado) foram usamos também a
mesma relação entre as massas do carrinho e do
objeto.

Figura 3

Figura 4

Pautando no gráfico gerado, em suas


Tabela 1 características e coeficientes, trata-se de uma
equação polinomial de grau dois. Desta maneira,
sabendo-se que este é um gráfico de Posição
versus Tempo, a equação correspondente seria a
equação do movimento, dada por:

x(t) = xo+vo.t + ½ at² (V)


3.1.1.2 Aceleração adquirida pelo carrinho a
partir dos parâmetros ajustados na equação do
ítem acima

Partindo da equação V, temos que o termo “a2”


Tabela 2
multiplicado por “2” corresponde à aceleração
“a”, cuja acompanha a variável dependente (x), o
tempo.
..
at2
a2x2 = 2 ; a = 2 .a2

Desta maneira, conclui-se que a aceleração


adquirida pelo carrinho corresponde a:

(0,892 +/- 0,001) m/s2


3.1.2 Aceleração adquirida pelo carrinho por Considerando que as acelerações dadas foram
meio do cálculo da inclinação do gráfico de medidas sob as mesmas condições, temos que, o
velocidade x tempo. valor médio é representado pela reta vermelha,
sobreposta no gráfico.

Quantitativamente, a aceleração média é dada


pela média aritmética dos valores, ou seja:

0,877+0,915+0,896+0,874+0,9+0,926+0,851+0,911+0,848
9

Aceleração média = 0,889 m/s²

3.1.3.1 Incerteza da aceleração média (am)


Figura 5
Já a incerteza do valor supracitado será o desvio
padrão da média, sendo essa encontrada pela
equação a seguir:

Figura 6 1 n
n(n−1) Σ i=1 (ai − am)2

Pelo conceito de aceleração - variação da


Δam =

velocidade (ΔV) pela variação do tempo (Δt) -, e Substituindo os respectivos valores na fórmula
pelo gráfico acima, temos que a aceleração acima, encontra-se o valor da incerteza: 0,026.
adquirida pelo carrinho será a própria inclinação Portanto, tem-se que a aceleração média com
da reta. Sendo assim: incerteza equivale a:

Aceleração média = (0,889 +/- 0,026) m/s²

3.1.4 Valor esperado para a aceleração do


Aceleração adquirida = (0,891 +/- 0,002) m/s² objeto Utilizando a equação IV, citada
3.1.3 A aceleração média do objeto C por anteriormente e, substituindo os respectivos
meio da leitura do gráfico de aceleração x valores dados na mesma, com as conversões
tempo necessárias:
m2 .g
a=
m1+m2

0,0200 . 9,78
a= = 0,963 m/s²
0,1832 + 0,0200

3.1.4.1 Incerteza da aceleração


m2 . g
a = m1+m2

√(
Δa = dg
da 2
) (Δg)2 + (dm1 ) (Δm1)2 + ( dm2
da 2 da 2
) (Δm2)2
√(
0,963
= 9,78 )2(0, 05)2 + ( 0,1832
0,963 2
) (Δm1)2 + ( 0,963
)
0,0200
2
(Δm2)2
Δa = 0,007

Portanto, o valor de “a” com incerteza é:


Figura 11
Aceleração “esperada” = (0,963 +/- 0,007) m/s² 3.2.3 Gráfico aceleração x tempo

3.2 Análise do movimento do carrinho em


um plano inclinado
3.2.1 Gráfico posição x tempo

Figura 12
Valor medido da aceleração

Figura 8
.

Figura 9

3.2.2 Gráfico velocidade x tempo

Considerando que as acelerações dadas foram


medidas sob as mesmas condições, temos que, o
valor médio é representado pela reta vermelha,
sobreposta no gráfico.

Quantitativamente, a aceleração média é dada


pela média aritmética dos valores, ou seja:

Aceleração média = 0,131 m/s²

Figura 10 3.2.3.1 Incerteza da aceleração média (am)


Quanto aos valores encontrados para a
Já a incerteza do valor supracitado será o desvio aceleração do objeto C na situação do plano
padrão da média, sendo essa encontrada pela inclinado, houve uma diferença ainda menor, se
equação a seguir: comparado ao obtido no plano horizontal. Sendo
assim, em ambos a diferença verificada foi
centesimal, o que é um bom indicador.
n(n−1) i=1
1
Δam =
√ Σ n (ai − am)2 No geral, com base nos resultados obtidos,
percebe-se que houve uma pequena diferença
Substituindo os respectivos valores na fórmula
entre o que foi obtido experimentalmente e
acima, encontra-se o valor da incerteza: 0,010.
“teoricamente”. Tal fato pode ser tido como
Portanto, tem-se que a aceleração média com
consequência de propagações de erros, podendo
incerteza equivale a:
essas ser advindas de falhas humanas, de
equipamentos e dentre outras.
Aceleração média = (0,131 +/- 0,010) m/s²

3.1.5 Valor da aceleração obtida pela equação:

a = m2 - (m1. senϴ). g/ m1+m2


a= 0,020 - (0,1832. sen 5,5º) / 0,1832 +0,020
a= 0,117 m/s²

3.1.5.1 Incerteza da aceleração


m2 − m1Senθ
a= m1 + m2
g

Considerando as correspondências do ângulo:

ϴ = (5,5 +/- 0,5)º = (0,096 +/- 0,009) rad

√(
da
= )2(Δg)2 + ( da
)2(Δm1)2 + ( da
)2(Δm2)2 + ( da )2(ΔΘ)2
dg dm1 dm2 dΘ

√ 9,78 0,1832 0,0200 0,096

Δa = 0,091
Portanto, o valor de “a” com incerteza é:

(0,117 +/- 0,091) m/s2

4. Discussão de Resultados
4.1 Comparação dos valores de “C”

Com base nos valores encontrados para a


aceleração do objeto C na situação do plano
horizontal, vemos que estes se apresentaram
relativamente próximos uns dos outros,
indicando que a aceleração adquirida pode ser
obtida tanto experimentalmente quanto
teoricamente, a partir da equação IV.
5.Conclusão
Considerando todos os conceitos, equações e
resultados obtidos ao longo deste exercício,
notamos a diferença obtida ao associarmos o
sistema de uma superfície horizontal ao de um
plano inclinado. Os valores obtidos para o
sistema horizontal foram superiores aos do
sistema inclinado, pois neste primeiro há menos
forças em oposição ao movimento, implicando
assim em uma aceleração superior.

Ademais, deve-se ressaltar que todas as análises


e obtenções são referentes à condição ideal de
um sistema com a ausência da força de atrito,
bem como com fios inextensíveis e
desconsiderando a massa da polia. Por fim,
seguindo a linha de raciocínio abordada na
Seção Discussão de resultados, vemos que os
valores encontrados experimentalmente e por
meio dos cálculos se assemelham, validando
assim os procedimentos adotados.

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