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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

LABORATÓRIO DE FÍSICA

DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DE MOLAS

Vitor Augusto Pinto Dias


Wesley Jardel Antunes Dos Santos
Turma: PS8B
Professor: Raul Corrêa

Belo Horizonte – Out/2023


1. Resumo

O experimento realizado trata da deformação elástica em molas metálica fixada ao


conjunto com suporte milimetrado, com prendedor fixo, duas molas, seis pesos, um
suporte para colocar os pesos e um suporte com formato de triângular (para usar as duas
molas ao mesmo tempo em paralelo), de acordo com os diferentes pesos com massa
conhecida aplicados em sua extremidade em balanço, a partir das medidas realizadas em
um ambiente controlado (laboratório) e aplicadas na equação da lei Hooke será
mensurado e determinado a constante das molas.

2. Introdução Geral

Esse experimento consiste em determinar a constante elástica de uma mola e de uma


combinação de molas. Para isso, o princípio a ser estudado e aplicado é a Lei de Hook,
que enuncia:

“As forças deformantes são proporcionais às deformações elásticas produzidas. ”

A partir disso, é possível descrever a força restauradora e a deformação que existe


em diversos sistemas ao serem comprimidos ou distendidos. Essas deformações podem
acontecer a olho nu, ou não. Porém, sabe-se que todo material sobre o qual se exerce
uma força sofre deformação. Essa força restauradora faz com que o objeto retorne à sua
forma original, como é o exemplo de uma mola. Nesse caso, a força restauradora faz com
que a mola volte ao seu comprimento original após ser esticada ou comprimida.

Ao interpretar a Lei de Hook, pode-se perceber que há uma relação linear entre a
força aplicada e a deformação. Resumidamente:

𝐹 = 𝐾𝑥 Equação 1

Onde,

F: Força aplicada a uma mola

K: Constante dependente do material que a mola é feita entre outros fatores.

x:: Alongamento da mola após força aplicada.


O sistema dessa prática está descrito na imagem a seguir:

Figura 1: Sistema montado para execução e determinação da deformação da mola

Pela análise do sistema, percebe-se que a força aplicada sobre a mola será o peso
do objeto (no desenho representado pela barra preta). Logo,

𝐹 = 𝑚𝑔 = 𝐾𝑥 Equação 2

Além disso, podemos também estabelecer relações da constante elástica em um


sistema de molas em série ou em paralelo.

Para molas em série, temos:

Figura 2: Exposição da relação da constante de molas em série.


Na imagem à esquerda temos a associação de molas em série. Já no lado direito,
temos a “mola equivalente” ao sistema da imagem esquerda. Ao analisar a imagem à
esquerda, percebe-se que a força aplicada ao sistema de mola a esquerda é equivalente
a força aplicada ao sistema de mola a direita. Assim,

𝐹 = 𝐾1 . 𝑥1 𝐹 = 𝐾2 . 𝑥2 Equação 3 e 4

𝑥 = 𝑥1 + 𝑥2 Equação 5

𝐹 𝐹 𝐹
= +𝐾 Equação 6
𝐾𝑒 𝐾1 2

1 1 1
= +𝐾 Equação 7
𝐾𝑒 𝐾1 2

Para molas em paralelo, temos:

Figura 3:Sistema de molas conectadas em paralelo.


Quando a deformação é x, a mola 1 fica sujeita a uma força F1 = K1*x, enquanto a
mola 2 sofre a força F2 = K2*x. Assim, quando submetida a mesma força F, a mola
equivalente sofre a mesma deformação x de modo que F = Ke*x.

Logo,

𝐹 = 𝐹1 + 𝐹2 Equação 8

𝐾𝑒 𝑥 = 𝐾1 . 𝑥 + 𝐾2 . 𝑥 Equação 9

𝐾𝑒 = 𝐾1 + 𝐾2 Equação 10

3. Objetivos

O experimento em questão busca determinar uma flexão ocorrida em uma mola, duas
molas em série, duas molas em paralelo (molas metálica), que está fixada no conjunto
com suporte milimetrado com predendor fixo, buscando estabelecer uma função da força
aplicada pelos pesos com massa conhecida e a partir disto poder determinar o Módulo de
elásticidade das molas.

4. Desenvolvimento Experimental

4.1. Materiais Utilizados

 Suporte milimetrado com precisão de 0,05mm e incerteza de ± 0,05mm, com um


prendedor fixo;

 Suporte para colocar os pesos;

 Suporte com formato em triâgular para colocar as duas molas em paralelo;

 Pesos com massa igual a 50,0 ± 0,1 g;

 Calculadora Casio

4.2. Descrição do Experimento

- No suporte milimetrado com o predendor fixo, colocamos uma mola, na extremidade


livre colocamos um suporte para os pesos (anotamos o ponto de partida com o peso do
supote, que teve um alongamento na mola), com o suporte pendurado junto a mola
identificamos um poto de referêcia para as medições, depois com cada peso um por vez;
- Aferimos o comprimento da mola;

- Cada peso já tinha sua massa conhecida;

- Em seguida medimos a flexão da mola junto ao suporte milimetrado;

- Anotamos o resultado de cada alongamento apresentada na mola junto ao suporte


milimetrado;

- Repetimos o processo para cada mola, para as duas molas em série e para as molas
em paralelo;

- Todos os dados foram anotados e expressos em tabelas, para melhor entendimento.

4.3. Dados Obtidos Experimentalmente:

Tabela 1 – Suporte milimetrado utilizado para a aferição das medidas, com a precisão e sua
incerteza.
INSTRUMENTO PRECISÃO INCERTEZA
Suporte com régua 0,01mm ± 0,05mm
milimetrada
Peso - ± 0,1 g

Molas - ± 0,05 mm

Tabela 2 - Medidas da Mola 1 ou Prateada

Quantidade de Peso Alongamento Conversão Força (N) Ponto de


pesos (Kg) da molas para metros Partida (mm)
(mm) (m)
10,00
1 0,050 21 0,021 0,489
2 0,100 44 0,044 0,978
3 0,150 67 0,067 1,467
4 0,200 89 0,089 1,956
5 0,250 112 0,122 2,445
6 0,300 134 0,134 2,934
Tabela 3 - Medidas da mola 2 ou dourada

Quantidade de Peso Alongamentoda Conversão Força (N) Ponto de


pesos (Kg) molas para metros Partida (mm)
(mm) (m)
2,00
1 0,050 10 0,010 0,489

2 0,100 21 0,021 0,978

3 0,150 31 0,031 1,467

4 0,200 41 0,041 1,956

5 0,250 52 0,052 2,445

6 0,300 62 0,062 2,934

Tabela 4 - Medidas das molas em série

Quantidade Peso (Kg) Alongamento Conversão Força (N) Ponto de


de pesos da molas para metros Partida (mm)
(mm) (m)
106,00
1 0,050 32 0,032 0,489
2 0,100 65 0,065 0,978
3 0,150 98 0,098 1,467
4 0,200 126 0,126 1,956
5 0,250 163 0,163 2,445
6 0,300 197 0,197 2,934
Tabela 5 - Medidas da molas em paralelo.

Quantidade Peso (Kg) Alongamento Conversão Força (N) Ponto de


de pesos da molas para metros Partida (mm)
(mm) (m)
38,00
1 0,050 8 0,008 0,489
2 0,100 20 0,020 0,978
3 0,150 23 0,023 1,467
4 0,200 30 0,030 1,956
5 0,250 38 0,038 2,445
6 0,300 45 0,045 2,934

Com os dados das Tabelas foi construído, utilizando o programa SciDavis, os Gráficos 1 a
4 que ao aplicar a regressão linear é possível dar continuidade aos cálculos e determinar o valor
da constante de mola (𝐾).

Gráfico 1 - Gráfico e a regressão linear da mola 1.


Gráfico 2 - Gráfico e a regressão linear da mola 2.

Gráfico 3 - Gráfico e a regressão linear das molas em série.


Gráfico 4 - Gráfico e a regressão linear das molas em paralelos.

4.4. Interpretação dos Resultados:

De acordo com o que foi pedido as medidas, os resultados e os cálculos foram


adotados a margem de erro de mais/menos (0,05), como algarismo de incerteza a última
casa decimal.

Como a medida do paquímetro e da gravidade tem duas casa após a vírgula, esse
será o padrão para as outras medidas.

Exemplo: 50,50 = 50,50 (± 0,05)

50,55 = 50,55 (± 0,05)

Foram calculados a deformação da haste com os dados das tabelas. Nos cálculos,
foram utilizadas as equações 1 e 10 e os dados das tabelas 1, 2, 3, 4 e 5. Posteriormente
foi utilizada a equação 1, com os dados do gráfico. Assim completando os dados
necessários para a equação 2.
5. Cálculos
Para a obtenção da constante de mola 𝐾 ,a utilização da Equação 2 e os dados
experimentais em conjunto com os gráficos apresentados anteriormente são a base do
experimento. A regressão linear do gráfico fornece uma reta linear que segue a equação
da reta, 𝑦 = 𝐴𝑥 + 𝐵, que pelo processo de igualdade de equações é possível determinar o
valor de 𝐾 pelo valor de A apresentado na regressão linear.
Assim os valores determinados pela regressão linear foram:

 Mola 1: K = (21,63 ± 0,08) N/m

 Mola 2: K = (47,13 ± 0,35) N/m

 Molas em série: K = (14,90 ± 0,23) N/m

 Molas em paralelo: K =(68,40 ± 0,15) N/m

Com isso pode-se fazer o cálculo do módulo de elásticidade, para determinar no


sistema de molas em série, usamos a Equação 7, assim obtivemos o valor de 14,82
N/m. No caso do sistema de mola em paralelo, utilizamos a Equação 10 obtivemos o
valor de 68,76 N/m.

6. Conclusões

Na associação de molas em série o valor de Ks fica bastante reduzido, sendo que a


mola equivalente é menos rígida e mais deformável. Conclui-se que, caso seja necessário
aumentar a rigidez da mola equivalente em certo sistema, tornando-a “menos deformável”,
é melhor associar as molas em paralelo.
Ao avaliarmos os módulos de elasticidade dos sistema em série e paralelo,
verificamos que determinando pelo processo experimental e pela aplicação das Equações
7 e 10, encontramos valores próximos e dentro do intervalo de incerteza, concluindo assim
a eficiência do experiemento.

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