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Universidade de Brası́lia

Instituto de Fı́sica
Laboratório de Mecânica Clássica I (IFD0424)

Relatório 04:
MOVIMENTO RETILINEO UNIFORMEMENTE VARIADO

Grupo: 09

Lucas Castro Gomes Mat: 19/0128798


Paulo Campos Mat:202049409
Rafael Campos Maia Mat:200060015

Professor:
Bernardo F. O. Gonçalves

13 de Julho de 2022
1 Introdução
O Movimento Retilı́neo Uniformemente Variado (MRUV) ocorre quando um corpo se desloca
através de uma trajetória retilı́nea e no decorrer do seu movimento a velocidade varia de modo
uniforme, sendo que essa variação na velocidade é sempre a mesma para intervalos de tempos
iguais. A principal caracterı́stica do Movimento Retilı́neo Uniformemente Variado (MRUV) é
que, como a velocidade varia, há a ocorrência de aceleração, que permanece constante, mas
diferente de zero ao longo da trajetória realizada por determinado corpo em movimento, com
isso a representação gráfica da aceleração com relação ao tempo é uma função constante A
comparação prática do experimento deve retratar como ocorre na realidade com o MRUV,
onde utilizamos a força peso, e aceleração gravitacional para acelerar um conjunto de massas
que está conectado por meio de um fio a um carrinho que desliza sobre um trilho sem atrito.

2 Resumo
Utilizamos de um movimento acelerado, e dos valores mostrados no cronômetro multifunções
para encontrar a velocidade instantânea e o tempo de deslocamento de um carrinho que percorre
um trilho sem atrito, bem como estudar a variação da energia cinética e sua relação com o
trabalho realizado por uma força externa.

3 Objetivos
Obter valores para a velocidade instântanea, tempo gasto ao longo de um percurso e verificar
se a variação da energia cinética é igual ao trabalho bem como verificar se a relação da equação
1 é válida, e caso não seja entender o motivo para tal.
|W − ∆K| ≤ ∆W + ∆(∆K) (1)

4 Descrição Experimental
Todos os componentes foram pesados na balança digital como mostra a Figura 1 e regis-
trados na Tabela 1:
Erro instrumental = 0,05g
Massa do carrinho = 198,9 g
Massa do suporte = 15,3 g
Massa adicional = 12,1 g
Massa medida do peso 10g = 9,8 g
Massa medida do peso 20g = 20,1 g
Massa total suspensa= 45,2 g
Massa total suspensa + Sistema carrinho = 256,2 g

Tabela 1: Massas aferidas

O diâmetro do pino foi medido utilizando-se um paquı́metro e colocado na Tabela 2.


(m) ±(m)
Diâmentro
0,0063 0,0005
do pino

Tabela 2: Diâmetro do pino

1
4.1 Procedimentos Experimentais
1. Primeiramente Verificamos todas as massas dos componentes do experimento, explicitadas
na tabela 01, começando pelos pesos que estão na ponta da corda para puxar o carrinho,
pois as marcações poderiam ser diferentes do peso real, o que foi realmente constatado. A
diferença era pequena, mas poderia não deixar o experimento fiel. O anel de 10 gramas
marcou 9,8 e, o anel de 20 gramas marcou 20,1, como mostra as figuras abaixo:

Figura 1: Peso de 10 g, marcando 9,8 g

Figura 2: Peso de 20 g, marcando 20,1 g

2. Os outros componentes do experimento foram pesados em seguida, o carrinho teve o sua


massa em 198,9 gramas, como mostra a figura abaixo:

Figura 3: Carrinho de 198,9 gramas

3. Em seguida adquirimos a massa do suporte, onde obtemos 15,3 gramas, como mostra a
figura abaixo:

2
Figura 4: Suporte com 15,3 gramas

4. Os Demais componentes inserimos na tabela como massa adicional, que são os pinos de
fixação no carrinho, um que é atraido pelo eletroı́mã (o metálico) e o outro que é um
suporte na parte superior do carrinho que sensibiliza o sensor (o pino preto), como mostra
na figura abaixo:

Figura 5: Massa dos pinos de 12,1 gramas

5. O pino foi medido com o paquı́metro, sendo o valor observado de 0, 63cm ± 0, 05cm. A
posição inicial (S) observada na regra graduada foi de 94, 5cm ± 0, 05cm

Figura 6: Paquı́metro

6. Por último, realizamos a montagem do equipamento, ligando os cabos a suas respectivas


conexões, conectando assim, a chave liga/desliga, o trilho de ar e o cronômetro. Depois
ligamos a unidade geradora de ar, já conectada ao trilho de ar;

3
Figura 7: Conexões da chave com o trilho

7. Para que o experimento ficasse fiel, verificamos se o trilho de ar estava nivelado e posicio-
namos o ”carrinho”em diversos pontos para verificar se o mesmo não se movimentava em
um sentido ou em outro, e constatando esse fato ajustamos os pés do trilho de ar para
nivelá-lo corretamente;
8. Com o trilho nivelado, fixamos os pinos no carrinho e colocamos na posição inicial junto
ao eletroı́mã. Após isso, ajustamos o fotossensor de acordo com as posições definidas nas
Tabela 3 e Tabela 4, medindo a distância (com a régua graduada) do pino central do
carrinho até o centro do fotossensor (94, 5cm), selecionamos no cronômetro (na função 02)
e liberamos o carrinho, através da chave liga/desliga, observando o valor marcado pelo
cronômetro, e registrando-os. Realizamos essa operação oito vezes em cada posição para
garantir uma boa dispersão de resultados;
9. Juntamente com a medida do tempo (t) na função 02, foi medido o intervalo de tempo
(∆t) na interrupção do sensor na função 03. Também oito vezes para cada posição).

S ∆S t t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 Média de t Incerteza
84,5 10 t1 0,374 0,374 0,374 0,379 0,383 0,392 0,394 0,400 0,381 0,009
74,5 20 t2 0,535 0,534 0,533 0,535 0,537 0,535 0,531 0,531 0,535 0,002
64,5 30 t3 0,654 0,651 0,652 0,653 0,654 0,655 0,653 0,651 0,653 0,001
54,5 40 t4 0,753 0,752 0,749 0,750 0,755 0,750 0,752 0,752 0,752 0,002
44,5 50 t5 0,844 0,844 0,841 0,839 0,843 0,84 0,842 0,842 0,842 0,001
34,5 60 t6 0,929 0,926 0,925 0,929 0,925 0,929 0,921 0,924 0,926 0,002
24,5 70 t7 1,002 0,995 0,997 0,993 1,005 0,994 0,993 0,999 0,996 0,004
14,5 80 t8 1,067 0,965 1,065 1,067 1,06 1,065 1,067 1,068 1,066 0,022

Tabela 3: Intervalo de tempo de cada posição

A Tabela 3 mostra o intervalo entre o desligamento do eletroimã e a interrupção do sensor,


ou seja, o tempo total entre o inicio do movimento até o momento em que o pino acoplado é
registrado pelo sensor.

A Tabela 4 mostra o tempo que o diâmetro do pino interrompe o sensor, esse valor será
utilizado para estimar a velocidade instantânea do carrinho para cada posição.

5 Resultados e Análise
Após o registro das medidas dos valores de espaço e tempo, foram realizadas as estimativas
e a incerteza dos valores. Sabendo que erro é a diferença entre um valor obtido ao se medir
uma grandeza e o valor real ou correto da mesma. Matematicamente tem-se:
∆X = X̄ − X (2)

4
S ∆S ∆t ∆t1 ∆t2 ∆t3 ∆t4 ∆t5 ∆t6 ∆t7 ∆t8 Média de ∆t Incerteza
84,5 10 ∆t1 0,011 0,012 0,011 0,011 0,012 0,012 0,011 0,011 0,011 0,001
74,5 20 ∆t2 0,009 0,008 0,008 0,008 0,009 0,009 0,009 0,008 0,009 0,001
64,5 30 ∆t3 0,007 0,007 0,007 0,006 0,006 0,007 0,007 0,007 0,007 0,001
54,5 40 ∆t4 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,001
44,5 50 ∆t5 0,006 0,005 0,006 0,006 0,005 0,005 0,006 0,006 0,006 0,001
34,5 60 ∆t6 0,005 0,005 0,005 0,006 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,001
24,5 70 ∆t7 0,004 0,005 0,004 0,005 0,005 0,004 0,005 0,004 0,005 0,001
14,5 80 ∆t8 0,004 0,004 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,004 0,005 0,001

Tabela 4: Intervalo de interrupção do sensor pelo pino (∆t)

Onde o último X é o valor real.

REVISAR DAQUI PRA BAIXO


A média representa o valor mais provável da grandeza medida. Ao se realizar várias medi-
das, os valores obtidos tendem a estarem mais próximos deste valor. O valor médio é o que
melhor representa o “valor real” da grandeza.

Poderı́amos pensar, num primeiro nı́vel, que a incerteza possa ser estimada pelo desvio
padrão da média, que representa justamente a dispersão das medições. Porém, devemos aten-
tar que o cálculo do desvio padrão da média leva em conta somente as contribuições dos erros
aleatórios, e não considera os erros sistemáticos. Existe, pois, uma incerteza residual que ainda
pode ser considerada. Essa incerteza residual (σ ′ ), no caso de instrumentos de medida, costuma
vir indicada pelo fabricante. Quando não é indicada, podemos adotar, pelo bom senso, que
se trata da metade da menor divisão da escala. Para o caso do cronometro tem se um erro
sistêmico de 0, 0005s.

Os valores reais de (t) e (∆t) foram buscados com as médias (t̄) e as incertezas (Erros) com
os respectivos desvios padrões das medias (σ) associados aos erros sistêmicos ou de escala.

A média pode ser calculada como:


n
x1 + x2 + x3 + ... + xn 1 X
X̄ = = · Xi (3)
n n i=1

O desvio padrã da média por sua vez é obtido fazendo-se:


sP
n
r
2
i=1 (xi − x̄)
2 2
(x1 − x̄) + (x2 − x̄) + ... + (xn − x̄) 2
σx = = (4)
n−1 n−1
A equação da incerteza obtemos a partir de:
x = x ± σf (5)
Onde σf pode ser obtido fazendo-se:
q
σf = σf2 + σr2 (6)

Esses valores estão discriminados nas Tabela 3 e Tabela 4. Para os valores de posição
(S) o critério de incerteza utilizado foi do tipo Erro de Escala que é o erro associado ao limite

5
de resolução da escala do instrumento de medida. Para as distâncias (S) objetivamente tem
se 0, 05cm para os valores observados tanto na régua quanto no paquı́metro. As medidas das
massas também foram feitas utilizando o critério de erro de escala (ou de instrumento).
Após a o estabelecimento dos valores e incertezas calculou se a velocidade instantânea (V ). A
obtenção da velocidade instantânea se dá pela razão entre o deslocamento breve, que poder ser
identificado pelo diâmetro do pino (0, 0063m ± 0, 0005m), pelo tempo de passagem do pino pelo
sensor (∆t). Nessa razão foi evidenciada uma propagação de erros pela razão de duas grandezas.

A incerteza da velocidade depende das incertezas das grandezas medidas diretamente, ou


seja, das incertezas das posições e de seus respectivos instantes. Essa situação, da incerteza
de uma grandeza deduzida ser proveniente das incertezas das grandezas das quais ela depende.
Sendo essa relação um desvio obtido por derivadas parciais das grandezas envolvidas. No caso
de uma razão simples entre as grandezas tem –se:
v !2 !2
u
σf u σ
x1 σ x2
=t + (7)
ȳ x̄1 x̄2

Os valores obtidos estão na Tabela 5 e Tabela 6

t+∆t (s) ∆S ± ∆(∆S) (m)


0,381 0,009 0,845 0,001
0,535 0,002 0,745 0,001
0,653 0,001 0,645 0,001
0,752 0,002 0,545 0,001
0,842 0,001 0,445 0,001
0,926 0,002 0,345 0,001
0,996 0,004 0,245 0,001
1,066 0,022 0,145 0,001

Tabela 5: Tempo de deslocamento para cada intervalo ∆S

Os valores calculados para a velocidade instantânea para cada deslocamento Sm estão na


Tabela 6
Sm ± ∆S (m) ∆t ± (∆t) (s) Vm ± ∆V (m/s) (s)
0,845 0,001 0,011 0,001 0,573 0,106
0,745 0,001 0,009 0,001 0,741 0,121
0,645 0,001 0,007 0,001 0,900 0,125
0,545 0,001 0,006 0,001 1,050 0,121
0,445 0,001 0,006 0,001 1,050 0,146
0,345 0,001 0,005 0,001 1,260 0,142
0,245 0,001 0,005 0,001 1,400 0,185
0,145 0,001 0,005 0,001 1,260 0,166

Tabela 6: Velocidade instantânea para cada intervalo Sm

Como motrado na Tabela 1 a massa total suspensa é Mts = 45, 2g com erro associado de
∆Mts = 0, 011 foi calculado utilizando a equação 6. Portanto:

Mts = 45, 2 ± 0, 05 (8)

6
Podemos influir da equação 8 que a precisão da nossa medida é relativamente boa e que
o erro associado é muito menor que a precisão do equipamento, porém ainda utilizaremos esse
erro associado em outro momento, portanto não podemos descarta-lo.

∆s ± ∆(∆s) (m) Wm ± ∆W (J)


0, 1 ± 0, 0005 44, 30 ± 0, 277
0, 2 ± 0, 0005 88, 59 ± 0, 242
0, 3 ± 0, 0005 132, 89 ± 0, 266
0, 4 ± 0, 0005 177, 18 ± 0, 296
0, 5 ± 0, 0005 221, 48 ± 0, 330
0, 6 ± 0, 0005 265, 78 ± 0, 368
0, 7 ± 0, 0005 310, 07 ± 0, 408
0, 8 ± 0, 0005 354, 37 ± 0, 450

Tabela 7: Trabalho realizado pela força peso para cada posição do sensor

A Tabela 7 fornece o trabalho realizado pela força peso para cada valor de velocidade média
calculado para cada distância ∆S entre o carrinho e o sensor, os valores obtidos para ∆W foram
calculados utilizando-se a equação 7

Sabemos que:
(m1 + m2 )v 2 (m1 + m2)v02
P ∆S = W = + (9)
2 2
onde v0 = 0, pois a velocidade inical para cada ∆S é nula, já que o movimento surge do repouso.

Sabemos também que:


W = ∆K = K − K0 (10)

Experimentalmente utilizamos a relação de (10) e o lado direito de (9) para obter o valor
de ∆K e comparamos com os valores obtidos na Tabela 7. Os valores obtidos a partir dessa
operação estão colocados na Tabela 9.
∆s ± ∆(∆s) (m) ∆K ± ∆(∆K) (J)
0, 1 ± 0, 0005 42, 02 ± 7, 78
0, 2 ± 0, 0005 70, 37 ± 11, 48
0, 3 ± 0, 0005 103, 76 ± 14, 48
0, 4 ± 0, 0005 141, 23 ± 16, 28
0, 5 ± 0, 0005 141, 23 ± 19, 67
0, 6 ± 0, 0005 203, 37 ± 22, 91
0, 7 ± 0, 0005 251, 08 ± 33, 20
0, 8 ± 0, 0005 203, 37 ± 26, 88

Tabela 8: Variação da energia cinética

Como percebemos que a igualdade de (9) não se verifica, então devemos ter alguma forma
de verificar se essa diferença é significativa, se:
|W − ∆K| ≤ ∆W + ∆(∆K) (11)
onde ∆W é o erro associado ao valor obtido para o trabalho. O lado esquerdo da Equação 11
nos fornece uma discrepância, e a comparação com os erros associados nos fornece a informação
se tal discrepância é ou não significativa.

7
|W − ∆K| ∆W + ∆(∆K) discrepância
2,28 8,00 não significativa
18,22 11,70 significativa
29,13 14,73 significativa
35,95 16,55 significativa
80,25 19,97 significativa
62,40 23,24 significativa
59,00 33,56 significativa
151,00 27,29 significativa

Tabela 9: Análise das discrepâncias

6 Conclusão
Percebemos, a partir da Tabela 9 que apenas para o caso do movimento ocorrendo em
pequenas distâncias (em escala) é válido o teorema da Equação 10, para todos os casos onde
a distância do movimento é maior temos que a diferença entre o valor esperado e o valor expe-
rimental é de fato significativa, sabemos então que de fato o carrinho move-se acelaradamente
e que a velocidade média não é igual a velocidade instantânea para cada periodo de tempo dt,
o que tal fato causa é uma diferença muito grande em relação ao trabalho realizado pela força
peso e a variação da energia cinética do corpo ao longo de todo o percurso. Para aferições
feitas em curtos intervalos de deslocamento temos que tal diferença entre os valores é quase que
descartável, podendo ser essa diferença causada por algum erro associado as aferições, porém
para distâncias maiores entre o ponto de soltura e a interrupção do laser temos que observar
que a discrepância é de fato muito grande, e inferimos da Tabela 7 que o trabalho é de uma
ordem de grandeza muito maior do que a variação da energia cinética.

Os fatos apresentados condizem com o que se espera teoricamente, o primeiro motivo para
tal é que não podemos garantir que não há atrito entre o carrinho e o trilho, logo potenci-
almente temos energia cinética sendo transformada em energia térmica, tal energia não entra
nos calculos. Também devemos considerar que não é possı́vel garantir que a massa suspensa se
move perfeitamente na horizontal, e portanto não podemos garantir que os deslocamentos do
carrinho no trilho é igual ao deslocamento da massa no ar, e portanto a execução do cálculo
para determinar o trabalho realizado para a força peso pode não ser preciso, haja visto que, se
a massa suspensa não se move perfeitamente na horizontal, então a sua velocidade resultante
no eixo horizontal não é a mesma velocidade do carrinho que se move sobre o trilho na vertical,
portanto a Equação 9 não é necessariamente satisfeita, haja visto que temos velocidades finais
diferentes para m1 e m2

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