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Universidade Federal da Bahia Prof.

Leandro Suguitani
Licenciatura em Matemática (EaD) Geometria

LISTA DE EXERCÍCIOS 1
(Para a 1a aula presencial do semestre 2018 − 2)
Conteúdo referente as aulas de 1 a 6.

Para os exercı́cios de 1 a 4, use os Axiomas de Incidência e de Ordem, listados abaixo, e os


conceitos definidos nas aulas para fundamentar seus argumentos/demonstrações. Lembre-se
que figuras podem auxiliá-lo nas demonstrações, porém não as substituem, quando muito, irão
ilustrá-las.

Axiomas de Incidência

I1) Existem infinitos pontos no plano.


I2) Por dois pontos distintos (ou seja, diferentes) passa uma única reta.
I3) Dada uma reta, existem infinitos pontos pertencentes a ela, e infinitos pontos fora dela.

Axiomas de Ordem

O1) Dados três ponto colineares e distintos dois a dois, um deles, e apenas um, está entre os
outros dois.
O2) Dados dois pontos distintos A e B, existe sempre um ponto C que está entre A e B, e um
ponto D tal que A está entre D e B.
O3) Se B está entre A e C, então m(AC) = m(AB) + m(BC).1

1. Mostre que duas retas distintas possuem um único ponto em comum ou são paralelas
Prova. Sejam r e s duas retas quaisquer. Se r e s possuem mais de um ponto em comum,
elas não podem ser distintas devido ao axioma I2. Assim, se r e s são distintas, então
possuem um único ponto em comum ou são paralelas (não possuem ponto em comum).
2. Mostre que existem pelo menos três retas em um plano.
Prova. Pelo axioma I1, podemos tomar dois pontos A e B distintos no plano, os quais,
pelo axioma I2, determinam uma única reta. Seja r a reta determinada por A e B. Pelo
axioma I3, podemos tomar um ponto C fora de r, portanto, C é distinto dos pontos A e
B. Agora, seja s a reta determinada pelos pontos A e C e seja t a reta determinada pelos
pontos B e C. Note que s é distinta de r pois o ponto C pertence à s mas não pertence
à r. Pela mesma razão, t também é distinta de r. Além disso, como A e B são pontos
distintos, as retas s e t são distintas entre si pois A pertence à s e não pertence à t.

Figura ilustrativa
1
m(AB) := medida do segmento AB

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s t

A r B
3. Considere quatro pontos A, B, C e D dispostos nessa ordem sobre uma reta r (ou seja, B
está entre A e C e C está entre B e D). Se AB ≡ CD, mostre que AC ≡ BD.2
Prova. Pelo axioma O3, sabemos que (i) m(AC) = m(AB) + m(BC) e (ii) m(BD) =
m(BC) + m(CD). Por hipótese, temos m(AB) = m(CD). Substituindo os termos dessa
igualdade em (i), temos m(AC) = m(CD)+m(BC), ou seja, m(AC) = m(BD). Portanto
AC ≡ BD.
4. Determine se as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas, justifique a resposta baseando-
se nos Axiomas de Incidência e de Ordem.
(a) Por um ponto passam infinitas retas. (V)
Prova. Seja A um ponto do plano por onde passam duas retas distintas r1 e r2 .
Sejam B1 um ponto de r1 e B2 um ponto de r2 (B1 e B2 distintos de A). Pelo
axioma O2, podemos tomar um ponto B3 que está entre B1 e B2 . Pelo axioma I2,
os pontos A e B3 determinam uma única reta, que denotaremos por r3 . Note que
r3 tem que ser distinta de r1 e r2 pela maneira que tomamos B3 (entre B1 e B2 ).
Agora, analogamente, podemos tomar um ponto B4 entre B2 e B3 e obter uma reta
r4 determinada por A e B4 , que será distinta de r1 , r2 e r3 . Com essa contrução
de retas, sucessivamente, podemos obter infinitas retas distintas que passam pelo
ponto A.
Figura ilustrativa
2
Usamos ≡ como sı́mbolo de congruência (mesma medida).

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B2 B4 B3 B1
r2 r4 r3
r1

(b) Por três pontos dados passa uma reta. (F)


Prova. Dados dois pontos A e B distintos, sabemos que existe uma única reta que
passa por eles (axioma I2). Pelo axioma I3, podemos tomar um ponto C que não
está na reta determinada por A e B. Logo, os pontos A, B e C não são colineares
e, portanto, não passa nenhuma reta por eles.
Obs: note que o fato de existirem três pontos colineares no plano não sustenta a
afirmação generalizada de que por três pontos passa uma reta.
(c) Se dois pontos distintos A e B pertencem às retas r e s, então r = s. (F)
Prova. Considere duas retas parelelas r e s, um ponto A em r e um ponto B em
s. Assim, A e B são pontos distintos que satisfazem a condição da afirmação (cada
um pertence à uma das retas), porém, r 6= s por serem paralelas.
(d) Duas retas distintas que têm um ponto em comum são concorrentes. (V)
Prova. Dadas duas retas quaisquer no plano, há três possibilidades: elas se in-
tersectam em um único ponto (retas concorrentes), elas não se intersectam (retas
paralelas) ou elas têm todos os pontos em comum (retas coincidentes).
Obs: Note que apenas o fato de duas retas terem um ponto comum não significa que
elas sejam concorrentes pois poderiam ser coincidentes, mas neste caso não seriam
distintas. A afirmação é verdadeira por conta da conjunção das duas condições,
ou seja, além de terem um ponto em comum as retas são distintas. Assim, elas só
podem ser concorrentes.
(e) Quatro pontos distintos, sendo apenas três deles colineares, determinam quatro retas.
(V)
Prova. Considere quatro pontos distintos A, B, C e D, sendo A, B e C colineares e
D fora da reta que passa por A, B e C. Como dois pontos distintos determinam uma

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única reta (axioma I2), qualquer combinação de dois pontos entre pontos colineares
determinam a mesma reta. Seja r1 a reta (única) determinada pelos pontos A, B e
C. Agora, denotemos por r2 , r3 e r4 , as retas determinadas, respectivamente, pelos
pares de pontos A e D, B e D, e C e D. Note que B está fora da reta r2 , pois se
estivesse em r2 isso significaria que os pontos B, D e A seriam colineares, mas isso
não pode acontecer pois, por hipótese, os únicos pontos colineares são A, B e C.
Logo r2 6= r1 . Com um argumento análogo, concluı́mos que r3 6= r1 , r4 6= r1 , r2 6= r3 ,
r2 6= r4 e r3 6= r4 , ou seja, obtivemos quatro retas distintas.
Figura ilustrativa

D
r2 r3 r4

A r1 B C

O propósito dos exercı́cios anteriores foi mostrar como que os Axiomas de Incidência e de
Ordem fundamentam as contruções geométricas mais elementares e como que algumas das
afirmações mais triviais e intuitivas da geometria plana (que geralmente assumimos como
óbvias) podem ser demonstradas a partir deles. Para os próximos exercı́cios, podemos
assumir os Axiomas de Incidência e de Ordem e suas consequências imediatas sem a
necessidade de mencioná-los nas demonstrações.

5. Sejam AB, CD e EF segmentos tais que CD ≡ 2AB e CD ≡ 5EF .


Adotando AB como unidade de medida, determine a medida de EF .
Solução
Pelas hipóteses temos m(CD) = 2m(AB) e m(CD) = 5m(EF ), ou seja, 2m(AB) =
2
5m(EF ). Portanto, adotando AB como unidade de medida, m(EF ) = m(AB).
5
6. No triângulo abaixo, B ÂD ≡ C ÂD e AD̂C é reto.
Prove que ABC é isósceles de base BC.
A

B C
D

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Prova. Note que os ângulos AD̂C e AD̂B são suplementares adjacentes. Como, por
hipótese, AD̂C é reto, temos que AD̂B também é reto. Agora, considere os triângulos
ADB e ADC. Note que o lado AD é comum aos dois triângulos e, portanto, os triângulos
possuem esse lado congruente. Assim, pelo caso ALA3 , os triângulos ADB e ADC são
congruentes, sendo o lado AB congruente com o lado AC, o que faz com que o triângulo
ABC seja isósceles.
Figura ilustrativa
A A

B D D C
7. O triângulo ABC abaixo é isósceles de base BC e B ÂD ≡ C ÂD.
Prove que BD ≡ DC e que AD̂B e AD̂C são retos.
A

B C
D
Prova. Considere os triângulos ADB e ADC. Note que o lado AD é comum aos dois
triângulos, portanto, esse lado é congruente. Além disso, por hipótese, temos AB ≡
AC e B ÂD ≡ C ÂD. Pelo caso LAL,4 concluı́mos que os triângulos ADB e ADC são
congruentes, sendo BD ≡ DC e AD̂B ≡ AD̂C. Como os ângulos AD̂B e AD̂C são
adjacentes e congruentes, ambos devem ser ângulos retos.
Figura ilustrativa
A A

B D D C
8. Na figura abaixo, AD ≡ BC, AD̂C e B ĈD são ângulos retos e M e N são os pontos
médios de AB e DC, respectivamente.
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Caso de Congruência de Triângulos: Ângulo Lado Ângulo.
4
Caso de Congruência de Triângulos: Lado Ângulo Lado.

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M
A B

D C
N
Prove que:
(a) AN ≡ BN
(b) AM̂ N é reto.
(c) DN̂ M é reto.
(a) Prova. Considere os triângulos ADN e BCN . Como, por hipótese, temos AD ≡
BC, DN ≡ N C (pois N é ponto médio) e AD̂N ≡ B ĈN (ângulos retos), então,
pelo caso LAL, esses triângulos são congruentes e, portanto, AN ≡ BN .
Figura ilustrativa
A B

D N N C
(b) Prova. Considere os triângulos AN M e BN M . Note que M N é lado comum aos
dois triângulos. Além disso, AM ≡ M B (hipótese) e AN ≡ BN (a). Assim, pelo
caso LLL, esses triângulos são congruentes e, portanto, AM̂ N ≡ N M̂ B. Portanto,
como AM̂ N e N M̂ B tem a mesma medida e são ângulos adjacentes, devem ser
ambos ângulos retos.
Figura ilustrativa
A M M B

N N
(c) Prova. Pela congruência obtida em (a), concluı́mos que AN̂ D ≡ B N̂ C. Pela con-
gruência obtida em (b), concluı́mos que AN̂ M ≡ B N̂ M . Acontece que DN̂ M ≡
AN̂ D + AN̂ M e M N̂ C ≡ B N̂ C + B N̂ M . Aplicando as congruências mencionadas
obtidas em (a) e (b) concluı́mos que DN̂ M ≡ M N̂ C e, como DN̂ M e M N̂ C são
ângulos adjacentes, devem ser ambos ângulos retos.
Figura ilustrativa
M
A B

D C
N
9. O semiperı́metro de um triângulo é a metade da soma das medidas de seus lados.

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Por exemplo, se os lados de um triângulo medem 4cm, 6cm e 8cm, então o semiperı́metro
desse triângulo vale 9cm.
Prove que a medida de qualquer lado de um triângulo é menor que o semiperı́metro.
(Dica: desenvolva a chamada “prova por contradição” (ou “prova por absurdo”), na qual
nega-se a tese que se quer provar para chegar em uma contradição (absurdo), concluindo
que a tese não pode ser negada, portanto a tese é verdadeira.)
Prova. Sejam a, b e c as medidas dos lados de um triângulo. Suponha que um deles,
por exemplo, a, não seja menor que o semiperı́metro do triângulo, isto é,
a+b+c
a≥ .
2
Assim,
2a ≥ a + b + c.
Logo,
a ≥ b + c.
Mas essa última desigualdade é um absurdo pois sabemos que, em qualquer triângulo,
a medida de cada lado é sempre menor que a soma das medidas dos outros dois lados
(Desigualdade triangular, Proposição 5 da Aula 4). Note que essa contradição não depende
de termos tomado o lado a especificamente, o mesmo aconteceria se tivemos tomado o
lado b ou c. Portanto, qualquer lado de um triângulo é menor que seu semiperı́metro.
10. Na figura abaixo, P é um ponto interno qualquer do triângulo ABC.
Prove que m(P B) + m(P C) < m(AB) + m(AC).
A

B C
Prova. Seja Q o ponto do lado AC obtido pelo prolongamento do segmento BP .
Figura Ilustrativa

Q
P

B C

Assim, pela desigualdade triangular aplicada no triângulo ABQ, temos


m(AB) + m(AQ) > m(BQ).
Note que m(BQ) = m(BP ) + m(P Q), logo, substituindo o termo da esquerda na ine-
quação acima, temos
(i) m(AB) + m(AQ) > m(BP ) + m(P Q).

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Também pela desigualdade triangular, agora aplicada no triângulo P QC, temos

(ii) m(P Q) + m(QC) > m(P C).

Por (i) e (ii), somando os dois lados das inequações, temos

m(AB) + m(AQ) + m(P Q) + m(QC) > m(BP ) + m(P Q) + m(P C),

agora, subtraindo m(P Q) em ambos os lados da inequação acima, temos

m(AB) + m(AQ) + m(QC) > m(BP ) + m(P C).

Note que m(AQ) + m(QC) = m(AC). Portanto, fazendo a substituição na última ine-
quação, temos
m(AB) + m(AC) > m(BP ) + m(P C).

Quando necessário, use as proposições abaixo para resolver os próximos exercı́cios.

Proposição 1: a mediana5 relativa à hipotenusa de um triângulo retângulo mede metade


da hipotenusa.
Proposição 2: a medida de um ângulo externo de um triângulo qualquer é igual a soma
das medidas dos dois ângulos internos não adjacentes.
Proposição 3: a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é 180o .

11. No triângulo abaixo, o ângulo B ÂC é reto e M~N é bissetriz do ângulo AM̂ C e M é ponto
médio de BC.
Determine o valor de AN̂ M .
A

B C
M
Solução
Pela Proposição 1, temos AM ≡ BM. Assim, o triângulo ABM é isósceles com base AB.
Logo, AB̂M ≡ B ÂM . Denotemos AB̂M por z. Sabemos, por hipótese, que AM̂ N ≡
N M̂ C. Denotemos AM̂ N por x. Assim, AM̂ C = 2x, pois AM̂ C = AM̂ N + N M̂ C.
Como AM̂ C é ângulo externo do triângulo AM B, segue, pela Proposição 2, que 2x = 2z,
ou seja, x = z. Por hipótese, o ângulo B ÂC é reto, logo, M ÂN = 90 − z = 90 − x.
Considerando o triângulo AM N , pela Proposição 3, temos x + (90 − x) + AN̂ M = 180.
Portanto, AN̂ M = 90.
Figura ilustrativa
5
Segmento que liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

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90 − z
o
N
z x
x
B C
M
~ é bissetriz de AB̂C e CE
12. No triângulo abaixo, B ÂC é reto, BD ~ é bissetriz de AĈB.
Determine a medida de B F̂ C.
A

E
F D

B C
Solução
Denotemos os valores dos ângulos F ĈB e F B̂C por x e y, respectivamente. Assim,
somando os ângulos internos do triângulo ABC temos 2x + 2y + 90 = 180, ou seja,
x + y = 45. Agora, pela soma dos ângulos internos do triângulo BF C, conclui-se que
B F̂ C = 45o .
Figura ilustrativa
A

E
F D

y x
y x
B C
13. No triângulo abaixo, AB ≡ AC e as marcas nos segmentos indicam que estes são congru-
entes.
Determine o valor de B ÂC.

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E D

C B

Solução
Denotemos o valor do ângulo B ÂC por x. Note que:
(a) E F̂ D é ângulo externo do triângulo AEF , de onde concluı́mos, pela Proposição 2,
que E F̂ D = 2x.
(b) C ÊD é ângulo externo do triângulo AED, de onde concluı́mos, pela Proposição 2,
que C ÊD = 3x.
(c) C D̂B é ângulo externo do triângulo ACD, de onde concluı́mos, pela Proposição 2,
que C D̂B = 4x.
Como o triângulo CDB é isósceles de base DB, temos DB̂C = 4x. Ainda, como o
triângulo ABC é isósceles de base AB, temos AĈB = 4x. Assim, pela Proposição 3,
a soma dos ângulos internos do triângulo ABC é dada por x + 4x + 4x = 180. Logo,
B ÂC = x = 20o .
Figura ilustrativa
A
x

F
x 2x
E 2x
3x
D
4x

3x
x 4x
C B

14. Na figura abaixo, ABCD é um paralelogramo, m(AB) = 7cm, m(P C) = 3cm e B ÂP ≡
P ÂD.
Determine o perı́metro do paralelogramo.

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B P
C

A D
Solução
Note que B P̂ A ≡ P ÂD pois são ângulos alternos internos. Assim, o triângulo BP A é
isósceles e, portanto, m(BP ) = 7. Logo, m(BC) = 10. Daı́ concluı́mos que o perı́metro
do paralelogramo ABCD é 34cm.
15. Na figura abaixo, ABCD é um quadrado e ABP é um triângulo equilátero.
Determine AD̂P .
D C
P

A B
Solução
Como o triângulo AP B é equilátero, temos P ÂB = 60o . Segue que P ÂD = 30o , pois
ABCD é um quadrado (DÂB = 90o ). Note que o triângulo AP D é isósceles de base P D,
180 − 30
logo, AD̂P ≡ AP̂ D. Assim, usando a Proposição 3, concluı́mos que AD̂P = =
o
2
75 .

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