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Geometria Euclidiana

O principal objeto de estudo da Geometria Euclidiana Plana é o plano. O plano é constituído de


pontos e retas.
Termos primitivos
1. Ponto
2. Reta
3. Pertencer a (dois pontos pertencem a uma única reta
4. Está entre (o ponto C está entre A e B);
Axiomas de incidência:
 Axioma de Incidência I-1: Qualquer que seja a reta existem pontos que pertencem à
reta e pontos que não pertencem à reta.
 Axioma de Incidência I-2: Dados dois pontos distintos existe uma única reta que contém
estes pontos.
Proposição 1.1. Duas retas distintas ou não se intersectam ou se intersectam em um único
ponto.

Axiomas de ordem:
 Axioma de ordem II-1: Dados três pontos de uma reta, um e apenas um deles localiza-
se entre os outros dois.
Definição 1.2. O conjunto constituído por dois pontos A e B e por todos os pontos que se
encontram entre A e B é chamado segmentos AB. Os pontos A e B são denominados extremos
ou extremidades do segmento.

Definição 1.3. Se A e B são pontos distintos, o conjunto constituído pelos pontos do segmento
AB e por todos os pontos C tais que B encontra-se entre A e C, é chamado de semi-reta de
origem A contendo o ponto B, e é representado por S AB. O ponto A é então denominado
origem da semi-reta S AB.

Proposição 1.4. Para quaisquer dois pontos A e B tem-se:


a) S AB ∪ S BA= reta determinada por A e B.
b) S AB∩ S BA= AB.

 Axioma de ordem II-2: Dados dois pontos A e B sempre existem: um ponto C entre A e B
e um ponto D tal que B está entre A e D.

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Definição 1.4. Seja m uma reta e A um ponto que não pertencem a m. O conjunto constituído
pelos pontos de m e por todos os pontos B tais que A e B estão em um mesmo lado de reta m
é chamado de semi-plano determinado por m contendo A1 e será representado por PmA
 Axioma de ordem II-3: Uma reta m determina exatamente dois semi-planos distintos
cuja interseção é a reta m

Das referências extras:

 Axioma de ordem 4: Para toda reta l e para quaisquer três pontos A, B e C fora de l, tem-se:
i. Se A e B estão no mesmo lado de l e B e C estão no mesmo lado de l, então A e C estão
no mesmo lado de l.
ii. Se A e B estão em lados opostos de l e B e C estão em lados opostos de l, então A e C
estão no mesmo lado de l.

 Corolário 1.1. Se A e B estão no mesmo lado de l e B e C estão em lados opostos de l, então A e


C estão em lados opostos de l.

 Proposição 1.5. Toda reta m determina exatamente dois semi-planos distintos cuja interseção é
a reta m.

Teorema 1.1 (Pasch). Se A, B, C são pontos distintos não colineares e m é qualquer reta intersectando
AB em um ponto entre A e B, então l também intersecta AC ou BC. Se C não está em m então m não
intersecta ambos AC e BC.
Demonstração. Se o ponto C pertence a r, o Teorema está provado pois, neste caso, r intercepta os dois lados, AC e BC.
Suponha, então, que C 6∈ r (cf. Figura 2.5). Como A e B não pertencem a r e o segmento AB intercepta r segue, por
definição, que A e B estão em lados opostos de r. Como C 6∈ r, segue do Axioma 6 que C está do mesmo lado de A em
relação a r ou do mesmo lado de B em relação a r. Se A e C estão do mesmo lado de r, então B e C estão em lados opostos
de r. Isso significa que r intercepta o segmento BC e não intercepta AC. Se B e C estão do mesmo lado de r, analogamente
se prova que r intercepta o segmento AC e não intercepta BC.

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Axiomas sobre medição de Segmentos
 Axioma III – 1: A todo par de pontos corresponde um n° maior ou igual a zero. Tal
número é zero se, e somente se, os pontos são iguais.
 Axioma III – 2: Os pontos de uma reta podem ser sempre colocados em relação
biunívoca com os números reais. A distância entre dois pontos é a diferença de seus
correspondentes reais.
 Axioma III – 3: Se o ponto C está entre A e B, então AC
´ + CB ´ .
´ = AB

Proposição 2.1. Seja C ∈ S AB. Se AC


´ < AB
´ , então C está entre A e B.

Ponto médio e círculos


A Proposição 2.1. permite extrair informações de pontos a partir de distâncias. Vejamos uma
condição necessária e suficiente para um ponto “estar entre”.

Teorema 2.2: Sejam A, B e C pontos em uma mesma reta com coordenadas a, b e c


(respectivamente). O ponto C está entre A e B se, e somente se, c está entre a e b.

´ CB
Definição 2.3. Um ponto C entre A e B tal que AC= ´ , é chamado de ponto médio do
segmento AB.

Teorema 2.4: Todo segmento admite um único ponto médio.

Definição 2.6. Seja A um ponto no plano e r є R, r > 0. O círculo de centro A e raio r é o


´
conjunto dos pontos B tais que AB=r .
Elementos do círculo:
 Interior: C tal que AC´ <r
 Exterior: C tal que ´ r
AD>
 Disco: C tal que ´ <r (nome particular de todos os pontos interiores)
AC

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Axiomas sobre medição de Ângulos
Definição 3.1. Sejam S e S’ duas semi-retas com origem A. A figura formada por S e S’ é
chamada ângulos de vértice A e lados S e S’. Em particular, se S e S’ são de uma mesma reta,
dizemos que o ângulo é raso.
Notação: Â , ∠ A , BÂC , CÂB

De maneira análoga a medição de segmentos, estabelecemos axiomas para medir ângulos.


 Axioma III – 4: Todo Ângulo tem uma medida maior ou igual a zero. A medida é zero se
e somente se as semi-retas são coincidentes.

Observe que ao considerarmos mais de duas semi-retas o semi-plano que as contém fica
seccionado.
Definição 3.2. Uma semi-reta divide um semi-plano se ela está contida no semi-plano e sua
origem é um ponto da reta.

 Axioma III – 5: Os números reais entre 0 e 180 estão em relação biunívoca com as semi-
retas de mesma origem que dividem um semi-plano, de modo que a diferença entre os
números seja a medida do ângulo formado pelas semi-retas correspondentes.
Notação: O número associado a semi-reta é a coordenada em graus.

Definição 3.3. Sejam SOA , SOB e SOC semi-retas de mesma origem. Se o segmento AB interceptar
SOC , temos que SOC divide o ângulo AÔB.

 Axioma III – 6: Se uma semi-reta SOC divide um ângulo AÔB, então AÔC+ CÔB= AÔB.

Casos particulares de ângulos...


Definição 3.4: Dois ângulos são suplementares se a soma de suas medidas são 180°. O ângulo
adjacente ao ângulo dado, obtido pelo prolongamento de um de seus lados, é chamado
suplemento.

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Se duas retas se interceptam, serão formados quatro ângulos: AÔB, BÔC , C ÔD e DÔA , onde
AÔB e CÔD são opostos pelo vértice. Da mesma forma para BÔC e DÔA .

Proposição 3.5. Ângulos opostos pelo vértice têm mesma medida.

Perpendicularidade
Definição 3.6. Um ângulo cuja medida é 90°é chamado ângulo reto.
∙ O suplemento do ângulo reto também é reto.
{
∙Se um dos quatro ângulos formados pela interseção de
duas retas é reto, então os outros três também são retos }
Quando duas retas se interceptam num ângulo reto, dizemos que as retas são perpendiculares.
Notação: m⊥ n (m é perpendicular a n)

Teorema 3.7: Por qualquer ponto de uma reta passa uma única perpendicular a esta reta.
(Para provar verificamos a existência e unicidade)

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Congruências
Congruência de triângulos
Definição 4.1.
i. Dois segmentos AB e CD são congruentes se AB=´ CD´ ( AB=CD ).
ii. Dois ângulos ^A e ^B são congruentes se têm mesma medida ( ^A=B^ ).

Um triângulo é a figura formada por três pontos que não estão na mesma reta e os três
segmentos, que tais pontos determinam. ( ABC ).

C
v A, B C são os vértices
AB, AC, BC são os lados
A B
v

Definição 4.2. Dois triângulos são congruentes se existe uma relação biunívoca entre seus
vértices tal que os lados e ângulos sejam congruentes. ( A BC=E F G ).
De forma simplificada, verificamos:
 Axioma IV (1º caso de congruência de triângulos - LAL): Sejam ABC e EFG dois
triângulos, se AB=EF , AC=EG e ^A= ^E, então A BC=EFG .

Teorema 4.3 (2º caso de congruência de triângulos – ALA): Sejam ABC e EFG dois triângulos,
se A B=EF , ^A= ^E e ^B= F
^ então ABC=EFG .

Triângulo Isósceles
Definição 4.4. Um triângulo é isósceles se dois lados são congruentes. Estes lados são
chamados laterais e o terceiro lado é chamado de base.

Proposição 4.5. Em um triângulo isósceles os ângulos da base são congruentes.

Proposição 4.6 Seja ABC um triângulo. Se dois ângulos são congruentes, então ABC é isósceles.

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Definição 4.7. Sejam ABC um triângulo e D um ponto na reta que contém os vértices B e C.
i. Se D é o ponto médio de BC, o segmento AD é a mediana relativa à BC.
ii. Se a semi-reta SOA divide o ângulo C ^
A B em dois ângulos iguais, AD é a bissetriz do
ângulo Â.
iii. Se AD é perpendicular à reta que contém BC, AD é a altura relativa à BC.

Proposição 4.8. Em um triângulo isósceles, a mediana relativa a base é também bissetriz e


altura.

Teorema 4.9 (3º caso de congruência de triângulos – LLL): Se dois triângulos têm três lados
congruentes então os triângulos são congruentes.

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Ângulos internos e externos e retas paralelas.

Ângulos internos e externos (triângulo)


Definição 5.1. Seja ABC um triângulo.
i. Os ângulos A ^BC , B C A B são chamados ângulos internos de ABC .
^A eC^
ii. Os suplementos dos ângulos A ^BC , B C^ A e C ^
A B são chamados os ângulos externos
de ABC .

Teorema 5.2: Todo ângulo externo do triângulo mede mais que qualquer dos ângulos internos
a ele não adjacentes.

Preposição 5.3. A soma de dois ângulos internos de um triângulo é menor que 180°.

Corolário 5.4. Todo triângulo possui pelo menos dois ângulos internos agudos.

Retas Paralelas
Corolário 5.5. Se duas retas distintas m e n são perpendiculares a uma reta r, então m e n não
se interceptam.

Definição 5.6. Duas retas que não se interceptam são chamadas paralelas.

Preposição 5.7. Por um ponto fora de uma reta passa uma única reta perpendicular à reta
dada.

Observação: Na parte de existência, o ponto A ' é chamado de reflexo do ponto A pela reta m.
Mostre que: Seja m uma reta. Definia a função reflexão F m que associa a cada ponto A do plano
seu reflexo com relação a A ' por m. A função F m satisfaz:
i. F m ( F m ( A ) ) =A , ∀ A ;
ii. F m ( A )= A ⇔ A ∈ m ;
iii. ´ (B)= AB
F m ( A )F ´ ;
m

iv. A ∈m e B ∉m ⇒ m é a bissetri de B ^
A F m (B).

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Medidas dos lados de um triângulo e triângulo retângulo
 O pé da perpendicular é o ponto P na intersecção da
perpendicular que passa por A e m;
 Considere Q em m, o segmento AQ é chamado
obliquo relativo a m;
 No triângulo AQP, o lado QP é a projeção do QA sobre
m;

 O nº real AP
´ é chamado distância de A e m;
 ^A é o ângulo oposto a QP.

Preposição 5.8. Se dois lados de um triângulo não são congruentes, então


i. Seus ângulos opostos não são iguais;
ii. O maior ângulo é oposto ao maior lado.

Preposição 5.9. Se dois ângulos de um triângulo não são congruentes, então


i. Os lados que se opõem a estes ângulos têm medidas distintas;
ii. O maior lado é oposto ao maior ângulo.

Teorema 5.10: Em todo triângulo, a soma do comprimento de dois lados é maior do que o
comprimento do terceiro lado.

Teorema 5.11: Sejam A, B e C três pontos distintos. Verifica-se a relação


´ ≤ AB+
AC ´ em particular, a igualdade ocorre, se e somente se, B pertence a AC .
´ BC

Preposição 5.12. Sejam a , b e c ∈ R positivos com a , b ≤ c . Se c <a+ b, então existe um triângulo


cujos vértices têm coordenadas a , b e c .

Definição 5.13. Um triângulo que possui um ângulo reto é chamado triângulo retângulo. O
lado oposto ao ângulo reto é chamado hipotenusa; os outros dois lados são chamados catetos.
 Corolário 5.4 ⇒ Ângulos opostos aos catetos são agudos;
 Proposição 5.9 ⇒ Hipotenusa é o maior lado;
 Teorema 5.11 ⇒ Hipotenusa ≤ cateto + cateto;
 2 triângulos retângulos congruentes ⇒ ângulos retos são correspondentes.

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Teorema 5.14: Sejam ABC e A ' B' C ' triângulos retângulos com ângulos retos C e C ' . Se
qualquer um dos casos a seguir ocorre, então ABC= A ' B ' C ' :
i. BC=B' C' e ^A=^A' (cateto – ângulo oposto)
ii. AB= A ' B' e BC=B ' C ' (hipotenusa – cateto)
iii. AB= A ' B' e ^
A= ^
A' (hipotenusa – ângulo agudo)

Observação: Os casos de congruência que conhecemos são LAL, ALA e LLL onde a ordem
importa. Logo não podemos aplicar o 2° caso de congruência (ALA) para provar (i) e (ii) no
teorema 5.14. Porém o mesmo raciocínio usado para demostrar o 2° caso pode ser utilizado
(pois dados dois ângulos o terceiro fica determinado, uma vez que a soma deles é 180°). Temos
então que “ALA” é equivalente a AAL se um ângulo é oposto ao lado”.

Do livro auxiliar...
Teorema 4.3. Sejam ABC e ¿ dois triângulos retângulos cujos ângulos retos são C F. Se AB=DE e
^e^
BC=EF, então ABC=¿.

Demonstração: Seja G um ponto tal que D∗F∗G e FG= AC. Segue que o
triângulo EGF é retângulo cujo ângulo reto é ^
F. Pelo caso LAL de
congruência de triângulos, segue que ABC=GEF e, em particular, que
EG= AB. Então DEG é um triângulo isósceles com base DG. Logo,

E^ ^ D . Pelo caso LAA, segue que ¿=GEF . Portanto, ABC=¿ .


D G=E G

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Axioma das Paralelas

1. Axioma V: Por um ponto fora de uma reta pode-se traçar uma única reta paralela
à reta dada.

Preposição 6.1. Sejam m, n1 e n2 retas distintas. Se m é paralela a n1 e n2 , então n1 e n2 são


paralelas (ou coincidentes). Abs

Corolário 6.2. Sejam m 1 e m 2 retas (distintas) e paralelas. Se n, intercepta m1, então n intercepta
m2. Abs

Proposição 6.3. Sejam m 1 e m2 retas e n uma reta interceptando ambas nos pontos A e B
(respectivamente). Se o ângulo formado pela semi-reta com vértice A com m 1 for igual ao
ângulo formado pela semi-reta com vértice B com m2, então m1 e m2 são paralelas. Abs

Proposição 6.4. Se duas retas paralelas são cortadas por uma transversal, então os ângulos
correspondentes são iguais. Constr

Soma dos ângulos internos de um triângulo


Teorema 6.5: A soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é 180°. Constr

Corolário 6.6: Prove que


i. A medida de um ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos ângulos internos
não adjacentes.
ii. A soma das medidas de um ângulo agudo de um triângulo retângulo é 90°.
iii. Se um triângulo tem três lados iguais, cada um dos seus ângulos internos mede 60°.
iv. A soma dos ângulos internos de um quadrilátero é 360°.

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Paralelogramos
Teorema 6.7: Se m e n são retas paralelas, então todos os pontos de m estão a um mesma
distância da reta n. (Constr. Congruência)

Definição 6.8. Um paralelogramo é um quadrilátero cujos lados opostos são paralelos.

Proposição 6.9: Em um paralelogramo, lados e ângulos opostos são congruentes. (Constr.)

Corolário 6.10: Prove que as diagonais de um paralelogramo se interceptam no ponto médio


de ambas as diagonais.

Sobre quadriláteros serem paralelogramos.


Proposição 6.11. Se os lados opostos de um quadrilátero são congruentes então o quadrilátero
é um paralelogramo. (Constr. LLL)

Proposição 6.12. Se dois lados opostos de um quadrilátero são congruentes e paralelos, então
o quadrilátero é um paralelogramo.

Teorema 6.13: O segmento ligando os pontos médios de dois lados de um


triângulo é paralelo ao terceiro lado e tem metade de seu comprimento.

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Teorema de Tales
Proposição 6.14. Sejam a, b e c retas paralelas (e distintas), que
cortam as retas m e n nos pontos A, B, C e A’, B’ e C’,
respectivamente.
i. Se B está entre A e C, então B’ está entre A’ e C’.
ii. Se AB = BC, então A’B’ = B’C’.

5:50 Corrigir a parte de A’C’ por A’B’

Corolário 6.15. Suponha que k retas paralelas a 1 , a2 , … , ak cortam duas retas m e n nos pontos
A1 , A 2 ,… , Ak e A ' 1 , A ' 2 ,… , A ' k, respectivamente. Se A1 A 2= A2 A3=…= A k−1 Ak , então
A ' 1 A ' 2= A ' 2 A ' 3 =…= A ' k−1 A ' k.

Teorema 6.16: Seja um triângulo e uma reta que corta um dos lados e
é paralela ao terceiro. Então esta reta divide os lados na mesma razão.
Demonstração de análise.

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Semelhança de triângulos
Definição 7.0. Dois triângulos são semelhantes se existe uma correspondência biunívoca entre
seus vértices de modo que ângulos correspondentes sejam iguais e lados correspondentes
sejam proporcionais. (Notação: ABC EFG )
Quando k = 1 (constante de proporcionalidade), a semelhança é congruência.

Teorema 7.1 (2º caso de semelhança “AAA”): Se dois triângulos


ABC e EFG são tais que ^ E, ^B= F
A= ^ ^ e C=
^ G^ , então ABC e EFG
são semelhantes.
Erro minuto 12:25 aproximadamente. Deve ser GH’ = AB

Teorema 7.2 (1º caso de semelhança “LAL”): Se ABC e EFG são dois triângulos tais que ^A= ^E,
´ EF=
AB/ ´ AC ´ , então ABC e EFG são semelhantes.
´ / EG

Teorema 7.3 (3º caso de semelhança “LLL”): Se ABC e EFG são dois triângulos tais que
AB/
´ EF=
´ BC´ / FG=
´ CA ´ / ´¿. Então ABC e EFG são semelhantes.

Teorema de Pitágoras
Teorema 7.4: Seja ABC um triângulo reto cujo ângulo reto é ^A . Se D
é o pé da perpendicular baixada de A a CB,
i. Então DBA ABC DAC
ii. ´ 2=CD
A seguinte igualdade vale: AD ´ ∙ DB
´ (Prove)

Teorema 7.5 (Pitágoras): Em todo triângulo retângulo o quadrado do comprimento da


hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos.

Teorema 7.6: Seja um triângulo com lados medindo a , b e c . Se a 2=b2 +c ², então o triângulo é
reto e a hipotenusa é o lado que mede a . (Prove com Pitágoras + cong. LLL)

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O Círculo
Parte (a)

Retas Tangentes
´
Definição. O círculo com centro O e raio r é o conjunto dos pontos B tais que OB=r .
O segmento que liga dois pontos do círculo é chamado corda. Em particular, a corda que passa
pelo centro é chamada diâmetro.
Uma reta é tangente a um círculo se possui um único ponto comum. Este ponto é chamado
ponto de tangência. Se a reta intersecta o círculo em dois pontos, ela é chamada secante.

Observação: Raio pode ser o número real ou um segmento OD (OC, OB, AO).

Proposição 8.1. Um raio é perpendicular a uma corda (que não é um diâmetro) se, e somente
se, divide a corda em dois segmentos congruentes.

Teorema 8.2: Toda reta tangente a um círculo é perpendicular ao raio com extremidade no
ponto de tangência. (Absurdo + Pitágoras)

Proposição 8.3. Se uma reta é perpendicular a um raio em sua extremidade (que não é o
centro), então a reta é tangente ao círculo. (Supõe um ponto na reta diferente ao ponto
perpendicular)

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Parte (b)

Ângulos inscritos em um círculo


Definição: Seja um círculo de centro O e dois pontos A e B no círculo. A reta que cruza o círculo
em A e B, em cada um dos planos que determina, contém uma parte do círculo chamada arco.
Em particular, o arco que contém o centro é o arco
maior e mede 360 °− A O ^ B ; o outro arco é o arco
menor e mede A O ^ B . No caso em que A O ^ B é raso,
cada arco é um semi-círculo.
^ B é chamado de ângulo central.
O ângulo A O

Proposição 8.4. Em um mesmo círculo, cordas congruentes determinam ângulos centrais


congruentes. Reciprocamente, ângulos centrais congruentes determinam cordas congruentes.
(Aplicação do LLL).

Definição: Um ângulo está inscrito se seu vértice A é um ponto do círculo e seus lados cortam
o círculo em pontos B e C distintos de A.
O arco determinado por B e C que não contém A é chamado arco correspondente ao ângulo
inscrito. Tal ângulo subtende (“ilumina”) o arco.

Proposição 8.5. Todo ângulo inscrito em um círculo tem a metade da medida do arco
correspondente. (Separar por casos: um lado contém o diâmetro, nenhum contém o diâmetro -
os dois estão em arcos distintos ou dois lados no mesmo arco; use o caso 1 para os demais)

Corolário 8.6: Todos os ângulos inscritos que subtendem um mesmo arco, têm mesma medida.
Em particular, todos os ângulos que subtendem um semi-círculo são retos. (Não provado)

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Proposição 8.7. Sejam AB e CD cordas distintas de um mesmo círculo que
´ PB=
se cruzam em P. Então AP∙ ´ CP∙
´ PD´ . (Procurar semelhança)

Proposição 8.8. Seja um ângulo de vértice P tal que seus lados são tangentes a um círculo nos
pontos A e B, então temos:
i. ^
P=180 °−¿
ii. PA=PB

(i: Usa-se o Teorema 8.2 ii: Congruência LALop.)

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Parte (c)

Polígonos inscritíveis
Definição: Um polígono está inscrito em um círculo se seus vértices pertencem ao círculo.

Proposição 8.9. Todo triângulo está inscrito em um círculo. (Pontos médios em 2 lados e traçar
retas perpendiculares - mediatriz)

Corolário 8.10: Três pontos que não pertencem a mesma reta determinam um círculo. (Não
provado)

Definição: A mediatriz de um segmento é uma reta perpendicular que passa por seu ponto
médio.

Corolário 8.11: As mediatrizes dos lados de um triângulo se encontram em um mesmo ponto.


(Provar)

Proposição 8.12. Um quadrilátero pode ser inscrito em um círculo se e


só se, possui um par de ângulos opostos suplementares.
(=> Prop 8.5 e <= Casos: dentro, fora e no do círculo por abs.+ 5.2)

Definição: Um círculo está inscrito num polígono se todos os seus


lados são tangentes ao círculo. Dizemos que o polígono circunscreve o polígono.

Proposição 8.13. Todo triângulo possui um círculo inscrito. (use bissetrizes e afirme o centro)

Corolário 8.14. As bissetrizes de um triângulo encontram-se em um ponto. (Abs.)

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Definição: Um polígono é regular se seus lados são congruentes (equilátero) e seus ângulos
são congruentes (equiângulos).

As próximas proposições são aplicações das Prop. 8.9, 8.12 e 8.13. Em particular um polígono
regular pode ser “particionado” em triângulos isósceles.

Proposição 8.15. Todo polígono regular está inscrito em um círculo. (Provar)

Corolário 8.16: Todo polígono regular possui um círculo inscrito. (Provar)

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Funções Trigonométricas
Definição 9.1: Sejam um círculo de centro O e diâmetro AB. Em um dos semicírculos
^ B=α .
determinados por AB, considere um ponto C, sua projeção D em AB e C O
´
CD
i. Seno de α : sin( α )=
OC
´
ii. Cosseno de α :

OD´

cos ( α )=
{
−OD
OC
´
´
, se 0≤α≤90°

´ , se 90°≤α≤180°
OC
}
sin( α ) CD´
iii. Tangente de α : tan ( α )= =
cos ( α ) OD
´

Proposição 9.4. O seno e cosseno independem do semicírculo utilizado para suas definições.
(2° semelhança AAA).

Teorema 9.5: Para qualquer ângulo α , vale sin ²( α)+cos ² ( α )=1. (def. + pitág.)

Fórmulas de redução, leis do seno e cosseno


Os ângulos cuja soma é 90°, satisfazem as seguintes relações.
Proposição 9.6. Seja α um ângulo agudo:
i. sin( 90° −α )=cos ( α )
ii. cos ( 90° −α ) =sin(α )

20
1
iii. tan ( 90° −α ) =
tan ⁡( α )

Teorema 9.7: Seja α um ângulo qualquer.


i. sin(180 °−α )=sin (α)
ii. cos ( 180 °−α )=−cos ( α )

^ . Temos
Proposição 9.8. Seja ABC um triângulo retângulo com ângulo reto C
i. BC=
´ AB´ ∙sin ( ^
A)
ii. AC=
´ AB
´ ∙cos ( ^
A)
iii. BC= ´ ∙ tan( ^
´ AC A)

Proposição 9.9. Provado no livro


1 1
i. sin( 45 °)= , cos ( 45 ° )= , tan( 45° )=1
√2 √2
1 3 1
ii. sin(30 ° )= , cos ( 30 ° )= √ , tan (30° )=
2 2 √3

Exercício: Calcule seno, cosseno e tangente de α =60 ° ,120 ° , 135° , 150° .

Teorema (Lei dos cossenos) 9.10: Em um triângulo ABC, vale a seguinte igualdade:
´ 2= AC
AB ´ 2 + BC
´ 2−2 AC
´ ∙ BC ^)
´ ∙ cos ( C

^ ≠ 90 ° , temos 4 casos para analisar temos triângulos retângulos


Para C
ABC e ADB:
 Se D=B , D projeção de C em AB. (Pitágoras)
 Se D ≠ B e D ≠C => ´ 2− AC
AB ´ 2= BD
´ 2− DC
´ 2
o C está entre D e B;
o D está entre C e B ou
o B está entre C e D

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Teorema (Lei dos senos) 9.11: Seja ABC um triângulo, então,
sin( ^ ^)
A ) sin( ^B) sin( C 1
= = =
´
BC ´
AC ´
AB 2∙R

Onde R é o raio do círculo circunscrito em ABC. (Provar; tem no livro)

Área
Definição: Uma região triangular é um conjunto de pontos do
plano formado por todos os segmentos cujas extremidades
estão sob os lados de um triângulo.
O triângulo é chamado de fronteira da região triangular.
O conjunto de pontos de uma região triangular que não estão na fronteira é chamado de
interior da região triangular.

Definição: Uma região poligonal é a união de um número finito de regiões triangulares que
duas a duas não tem pontos interiores em comum.
Um ponto é interior a uma região poligonal se existe
alguma região triangular contida na região poligonal e
contendo o ponto no seu interior. O conjunto de tais
pontos é o interior da região poligonal.
A fronteira da região poligonal é o conjunto de pontos
da região que não são interiores.

 Axioma VI – 1: A toda região poligonal corresponde um número maior do que


zero. (Chamada área).

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 Axioma VI – 2: Se uma região poligonal é uma união de uma ou mais regiões
poligonais que, duas a duas, não tenham pontos interiores em comum, então sua
área é a soma das áreas daquelas regiões.

 Axioma VI – 3: Regiões triangulares limitadas por triângulos congruentes têm


áreas iguais.

 Axioma VI – 4: Se ABCD é um retângulo então sua área é AB∙


´ BC
´ .

Cálculo de áreas:
Definição: Seja ABCD um paralelogramo o segmento h que
liga AB e CD e perpendicular a ambos é a altura relativa a
AB.

Proposição 10.1. A área do paralelogramo é produto do comprimento de um de seus lados


pelo comprimento da altura relativa a este lado. (Ax. VI-4; 2 e 3)

Proposição 10.2. A área de um triângulo é a metade comprimento de qualquer de seus lados


pela altura relativa a este lado. (LLL; Prop. 10.1 + Ax. VI -3)

Proposição 10.3. A área de um trapézio é a metade do comprimento de sua altura pela soma
dos comprimentos da sua base. (Ax. VI – 2; Prop. 10.2)

Proposição 10.4. Seja um polígono de “n” lados, inscrito em uma circunferência de raio R. A
área deste polígono é,

n ∙ R ² ∙ sin ( 360n ° )
2

Definição: O comprimento de um círculo é o menor dos números maior que o perímetro de


qualquer polígono regular nele inscrito.
A área de um círculo é o menor número maior do que a área de qualquer polígono nele
inscrito.

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Teorema: O comprimento de um círculo de raio R é 2 πR . (Provar)

Teorema 10.5: A área de um círculo é igual a metade do produto do raio pelo


comprimento do círculo. Em particular, se o raio é R sua área é πR ². (Provar)

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