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Alguns conceitos básicos

1. Pontual – é a figura constituida por qualquer número de pontos A, B, C, ... que pertencem
a mesma recta chamada base da pontual.

2. Feixe de rectas – é a figura constituida por qualquer número de rectas a, b, c, ... num
plano e que se intersectam num mesmo ponto P chamado centro de feixe.

3. Feixe de planos – é a figura constituida por qualquer número de planos  1 ,  2 ,  3 ,... que
passam por uma mesma recta r chamada eixo do feixe.

Objecto de estudo da Geometria Projectiva


Consideremos o seguinte esquema:
Os elementos duma projecção são: o centro de projecção, o plano de projecção e o objecto.
Consideremos agora três pontos A, B e C na seguinte configuração.

Nota-se que a disposição dos pontos e dos ângulos não varia na projecção central
O objecto que estuda a Geometria Projectiva são as invariantes que ocorrem numa
projecção. As operações fundamentais são a projecção e a intersecção.

Teorema de Papus
Papus foi um célebre Geometra, Astronomo e Geografo que viveu no séc. IV em
Alexandria. A única obra de Papus que não se perdeu são as suas colecções matemáticas
originalmente conhecido por oito livros.
O seu famoso teorema afirma o seguinte:
Sejam dadas duas rectas quaisquer r e s do mesmo plano e sejam A, B e C pontos quaisquer
e distintos da primeira recta e A1, B1 e C1 pontos distintos e quisquer da segunda recta
respectivamente

Consideremos agora os pontos P, Q e R de intersecção da união dos seguintes pontos


AB1  BA1  P ; AC1  CA1  Q e BC1  B1C  R verifica-se que os pontos P, Q e R são
colineares.
Principio de Dualidade
Os principais elementos da Geometria são ponto, recta e plano e deles pode e formar várias
proposições ou teoremas.
Exemplo de notações:
A, B, C, D – pontos
AB- recta da união do ponto A e B.
a, b, c, d – rectas
a.b ou ab – ponto de intersecção entre rectas a e b
AB.CD – ponto de intersecção entre as rectas AB e CD
(ab)(cd)- recta da união das intersecções das rectas a e b com c e d
AB.CD – ponto de intersecção da união entre os pontos A e B com C e D.
O princípio de dualidade consiste na obtenção de proposições apartir de outras mudando
certos conceitos, relações ou palavras com base nas seguintes relações:
 Recta ponto
 União intersecção
 Recta plano
 Sobre passam
 Ligam intersectam
 Colineares concorrentes

Exemplos:

i) (a.b)(c.d) – recta da união das intersecções das rectas a e b com c e d.


O dual é:
AB.CD – ponto de interseção da união entre os pontos A e B com C e D.
Esboço primal Esboço Dual

ii) Quaisquer dois pontos distintos determinam uma e só uma única recta.

Tarefa 1: escreve o dual do axioma e apresente os respectivos esquemas geometricos.

A recta projectiva

Seja a recta q e um ponto O fora da recta, seja a recta r que passa por O tal que r  q  P , rodando
a recta r em torno do ponto O acontece que o ponto P vai se movendo sobre a recta q.
r2 // q  r2  q  P sendo que o ponto P é impróprio

Quando r assume a posição OA paralela a q o ponto P fica no infinito ou seja é impróprio, assim
a recta q pode ser determinada pelo movimento do ponto P e passa a chamar-se por recta projectiva.

Teorema de Desargues

Como Geometra, Girald Desargues ficou mais conhecido pelo seu famoso teorema publicado
primeiro em 1648 pelo seu amigo Bosse (1611-1678). O seu teorema refere-se a figuras em
perspectiva.

Duas figuras são perspectivas se existe uma correspondência biunívoca entre os seus pontos tal
que vale uma das duas afirmações:

1º : Pares de pontos correspondentes definem rectas concorrentes (perspectividade por um ponto);

2º : Pares de rectas correspondentes definem pontos colineares (perspectividade por um eixo).

AA  BB  CC  O

Teorema: consideremos dois triângulos quaisquer A, B, C e A’, B’ e C’ em perspectiva, isto é, as


rectas que unem os pares de vértices correspondentes AA’, BB’, CC’ são colineares.

Nestas condições verifica-se que os pontos P, Q e R de intersecção de pares de lados


correspondentes são colineares.
AB  AB   P
BC  B C   Q  P, QeR  l
AC  AC   R

Nestas condições diz-se que os trivertices A, B, C e A’, B’, C’são perspectivos e escreve-se
O
 ABC   ABC  .

Trivertice – quando se considera os vértices (Ս)

Trilatero – quando se considera os lados (∩)

Tarefa 2: 1. Numa configuração de Desargues quantas rectas existem e quantos


pontos de intersecção existem?
2. Numa configuração de Desargues quantas rectas intersectam num
ponto e numa recta quantos pontos de intersecção existem?

Podemos enunciar o teorema de Desargues da seguinte:

Teorema: Sejam dados dois trivertices A, B, C e A’, B’, C’, se AA  BB  CC  O (centro de
perspectiva) então AB  AB  P , BC  B C   Q e AC  AC  R vai existir uma recta l (eixo
de perspectiva) que passa pela intersecção das rectas que unem os vértices correspondentes.

Casos particulares do teorema de Desargues

1º Centros de perspectiva impróprio (P∞) e eixo de perspectiva próprio (l)


AA  BB  CC   O

AB  AB   P
BC  B C   Q  l P, Q, R   eixo de hom o log ia
AC  AC   R

O
 ABC   ABC 

2º Centro de perspectiva próprio (O) e eixo de perspectiva impróprio (l∞)

AA  BB   CC   O  centro de perspectiva

AB // AB BC // BC AC // AC 

AB  AB   P
BC  B C   Q  l P , Q , R 
AC  AC   R

No plano euclideano este caso corresponde a uma homotetia.


3º Centro de perspectiva impróprio (O∞) e eixo de perspectiva impróprio (l∞)

AA  BB  CC   O  centro de perspectiva

AB  AB   P
BC  B C   Q  l P , Q , R 
AC  AC   R

No plano euclideano este caso corresponde a uma translação.

Exemplo:
Considere a seguinte configuração de Desargues
Mostre que:

a) O ponto R é um centro de homologia


b) A recta r(OBB’) é eixo de homologia

Resolução

a)

1º R  BC  PQ  B C  , os pontos B, C, P, Q, B’, C’ são vértices dos trivértices;


2º identificar os trivértices de perspectiva apartir de R
R
Nota-se que:  PCC    QBB

3º identificar o eixo de perspectiva – a recta de união das intersecções dos lados


correspondentes (lados que estão no mesmo feixe).
PC  BQ  A
PC   QB   A o eixo de perspectiva é m(OAA’)
C C   BB   O
Assim o 1º , 2º e 3º implica que R é centro de homologia
b)
1º identificar os lados que se intersectam nos pontos O, B, B’.

B  AQ  CR
O  AA  CC  AQ, CR; AA’, CC’; A’Q, C’R – são lados correspondentes dos triláteros;
B   AQ  C R
2º identificar os triláteros em perspectiva
?
Nota-se que  QAA   CC R

3º identificar o centro de homologia


Encontrando as intersecções dos vértices correspondentes que estão na mesma pontual
AC   RQ  AC  P - centro de homologia
Assim por 1º, 2º, 3º implica r(OBB’) é eixo de homologia.

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