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1 Introdução Histórica
No inı́cio, a geometria era uma coleção de regras para calcular comprimentos, áreas e volumes. Muitos
eram aproximações grosseiras obtidas por tentativa e erro. Este corpo de conhecimento, desenvolvido
e usado na construção, navegação e levantamento pelos babilônios e egı́pcios, foi transmitido aos
gregos. Abençoados com uma inclinação para o pensamento especulativo e o lazer para perseguir
essa inclinação, os gregos transformaram a geometria em uma ciência dedutiva. Cerca de 300 a.C.,
Euclides de Alexandria organizou parte do conhecimento de sua época de maneira tão eficaz que todos
os geômetras dos 2.000 anos seguintes usaram seu livro Os Elementos como ponto de partida.
Primeiro ele definiu os termos que usaria - pontos, linhas, planos e assim por diante. Então ele
escreveu cinco postulados que pareciam tão claros que alguém poderia aceitá-los como verdadeiros
sem provas. A partir desta base ele passou a derivar quase 500 declarações geométricas ou teoremas.
Em muitos casos, a verdade disso não era nada evidente, mas era garantida pelo fato de que todos
os teoremas haviam sido derivados estritamente de acordo com as leis aceitas da lógica a partir das
afirmações originais (autoevidentes).
Embora um grande avanço em seu tempo, os métodos de Euclides são imperfeitos pelos padrões
modernos. Para começar, ele tentou definir tudo em termos de uma noção mais familiar, às vezes
criando mais confusão do que removendo. Os exemplos a seguir fornecem uma ilustração:
Um ponto é aquilo que não tem parte. Uma linha tem comprimento sem largura. Uma linha reta é uma linha que
se encontra uniformemente com os pontos sobre si mesma. Um ângulo plano é a inclinação entre duas linhas que se
encontram. Quando uma linha reta colocada sobre uma linha reta faz ângulos adjacentes iguais entre si, cada um dos
ângulos iguais é um ângulo reto.
Euclides não definiu comprimento, distância, inclinação ou ”assento”. Depois de fazer suas de-
finições, Euclides nunca as usou. Em vez disso, ele usou as ”regras de interação”entre os objetos
definidos, conforme estabelecido em seus cinco postulados e outros postulados que ele assumiu impli-
citamente, mas não declarou. Os cinco postulados de Euclides eram os seguintes:
I. Para traçar uma linha reta de qualquer ponto a qualquer outro ponto.
II . Para produzir uma linha reta finita continuamente em uma linha reta.
V. Que, se uma linha reta caindo em duas linhas retas faz os ângulos internos do mesmo lado
menores que dois ângulos retos , as duas linhas retas , se produzidas indefinidamente , encontram - se
naquele lado em que os ângulos são menores que dois ângulos retos .
Euclides não sentiu necessidade de enunciar o seguinte postulado, embora o tenha usado em seu
primeiro teorema.
Dois cı́rculos, cuja soma de raios é maior que a distância entre seus centros, e cuja diferença de raios é menor que
essa distância, devem ter um ponto de interseção.
1
É natural perguntar por que Euclides escolheu seus cinco postulados para menção explı́cita. Depois
de Euclides, os matemáticos tentaram tornar explı́citos os pressupostos que Euclides havia esquecido
de mencionar. O quinto postulado atraiu muita atenção. Era complicado, mas intuitivamente atraente,
e as pessoas achavam que poderia ser deduzido de outras suposições de Euclides. Muitas ”provas”do
quinto postulado foram propostas, mas geralmente continham uma suposição oculta equivalente ao
que deveria ser provado. Três dessas condições equivalentes eram :
i . Duas retas que se cruzam não podem ser paralelas à mesma reta. (Playfair)
ii. Linhas paralelas permanecem a uma distância constante umas das outras. (Proclus)
iii. Os ângulos internos de um triângulo somam dois ângulos retos. (Legen dre)
Em 1763 um homem chamado Klügel escreveu uma dissertação em Göttingen na qual avaliou todas
as tentativas significativas de provar o postulado paralelo nos 2000 anos desde que Euclides o declarou.
Das 28 provas que ele examinou, nenhuma foi considerada satisfatória. De particular interesse foi a
obra do jesuı́ta Saccheri (1667-1733). Saccheri assumiu a negação do quinto postulado e deduziu as
consequências lógicas, esperando chegar a uma contradição. Ele derivou muitos resultados de aparência
estranha, alguns dos quais ele alegou serem inconsistentes com os outros postulados de Euclides. Na
verdade, ele havia descoberto alguns fatos fundamentais sobre o que hoje chamamos de geometria
hiperbólica.
Gauss (1777-1855) foi, aparentemente, o primeiro matemático a quem ocorreu que essa negação
nunca poderia levar a uma contradição e que geometrias diferentes da de Euclides poderiam ser
possı́veis. O pensamento lhe pareceu tão revolucionário que ele não quis torná-lo público. Em 1829
ele escreveu que temia os ”gritos dos idiotas”, tão arraigadas eram as idéias de Euclides. Lobachevsky
(1793-1856) e Bolyai (1802-1860) elaboraram independentemente geometrias que pareciam consistentes
ainda negou o quinto postulado de Euclides. Essas obras foram publicadas em 1829 e 1832, respec-
tivamente. A experiência provou que Gauss havia superestimado os estúpidos. Eles não prestaram
atenção às novas teorias.
Quase 40 anos depois Beltrami (1835-1900) e Klein (1849-1925) produziram modelos dentro da ge-
ometria euclidiana da geometria de Bolyai e Lobachevsky (agora chamada de geometria hiperbólica).
Foi assim estabelecido que se a geometria de Euclides estava livre de contradição, então a geometria
hiperbólica também estava. Como a geometria hiperbólica satisfazia todas as suposições de Eucli-
des, exceto o postulado das paralelas, foi finalmente determinado que uma prova do postulado era
impossı́vel.
Com esta ramificação da geometria em euclidiana e não-euclidiana, tornou-se útil categorizar os
resultados de acordo com sua dependência do quinto postulado. Qualquer teorema de Euclides que não
fizesse uso do postulado das paralelas era chamado de teorema de geometria absoluta. Foi igualmente
válido na geometria euclidiana e hiperbólica. Em contraste, certos teoremas euclidianos que dependiam
apenas dos postulados I, II e V tornaram-se conhecidos como geometria afim. Os teoremas comuns à
geometria absoluta e afim são chamados de teoremas da geometria ordenada. O estudo da projeção
central foi imposto aos matemáticos pelos problemas de perspectiva enfrentados por artistas como
Leonardo da Vinci (1452-1519). A imagem feita por um pintor na tela pode ser considerada como
uma projeção do original na tela com o centro de projeção no olho do pintor. Neste processo, os
comprimentos são necessariamente distorcidos de uma forma que depende das posições relativas dos
vários objetos representados. Como é possı́vel que a estrutura geométrica do original ainda possa ser
normalmente reconhecida na tela? Deve ser porque existem propriedades geométricas invariantes sob
a projeção central.
A geometria projetiva é o corpo de conhecimento que se desenvolveu a partir dessas considerações.
Muitos dos fatos básicos da geometria projetiva foram descobertos pelo engenheiro francês Poncelet
(1788-1867) em 1813 enquanto prisioneiro de guerra, privado de livros, na Rússia. A geometria afim
e projetiva também estão intimamente relacionadas, porque o estudo das propriedades das figuras
que permanecem invariantes sob projeção paralela também leva à geometria afim. Este aspecto da
geometria afim foi reconhecido por Euler (1707-1783). Como o progresso na geometria foi frequen-
temente prejudicado pela falta de facilidade computacional, a invenção da geometria analı́tica por
Descartes (1596-1650) tornou possı́veis abordagens simples para mais problemas. Por exemplo, per-
mitiu um tratamento fácil da teoria das cônicas, um assunto que anteriormente era muito complicado.
Desde a época de Descartes, os métodos analı́ticos continuaram a ser frutı́feros porque permitiram aos
geômetras fazer uso de novos desenvolvimentos em álgebra e cálculo. O escopo da geometria foi gran-
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demente ampliado por Riemann (1826-1866). Ele percebeu que a geometria das superfı́cies fornecia
numerosos exemplos de novas geometrias. Suponha que uma curva sobre a superfı́cie seja chamada
de linha se cada pequeno segmento dele é a curva mais curta unindo seus pontos finais. Então, por
exemplo, se a superfı́cie é uma esfera, as linhas são os grandes cı́rculos. Nesta geometria, denominada
geometria elı́ptica dupla, são válidos os seguintes teoremas:
i. Cada par de retas tem dois pontos de interseção. Esses pontos são antı́podas; isto é, eles estão
nas extremidades opostas do mesmo diâmetro.
ii. Cada par de pontos não antipodais determina exatamente uma reta. Um par antipodal tem
muitas linhas através deles.
iii.. A soma dos ângulos de um triângulo é maior que π. É possı́vel que um triângulo tenha três
ângulos retos.
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3. A ABORDAGEM EMPÍRICA: Nosso objetivo é descobrir fatos geométricos sobre o mundo
em que vivemos. Usamos apenas os fatos que podemos observar e suas conseqüências lógicas. Assim,
pode-se conceber tentar descobrir se o postulado paralelo é verdadeiro ou falso no mundo do espaço
fı́sico.
Gauss, de fato, tentou fazer isso localizando espelhos em três picos distantes de montanhas e
medindo a soma dos ângulos do grande triângulo formado por raios de luz enviados de um pico a
outro. Seus resultados foram inconclusivos porque os limites do erro experimental eram maiores do
que o desvio de sua medida de π.
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mos das propriedades geométricas de um ”espaço-tempo”quadridimensional. Embora a discussão de
tais modelos esteja além do escopo deste livro, esperamos que as técnicas e padrões de pensamento
desenvolvidos ao estudar este livro sejam útil para aqueles que mais tarde desejem trabalhar nesta
área. Uma referência não técnica interessante é Rucker [28].
Para uma leitura mais aprofundada sobre as idéias discutidas nesta introdução , os leitores devem
consultar Coxeter [8] , Faber [13] , Greenberg [16] , Meschkowski [23] , Tietze [30] e os Elementos de
Euclides apresentados por Heath [18].
x + y = (x1 + y1 , x2 + y2 )
Se C é um número real e x é um vetor , então definimos
cx = (cx1 , cx2 )
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Teorema 2.
i. ⟨x, y + z⟩ = ⟨x, y⟩ + ⟨x, z⟩ para todo x , y , z e R2 .
ii. ⟨x, cy⟩ = c⟨x, y⟩ para todo x , y e R2 e todo c ∈ R
iii . ⟨x, y⟩ = ⟨y, x⟩ para todo x , y e R2 .
iv. Se ⟨x, y⟩ = 0 para todo x e R2 , então y deve ser o vetor zero .
Observação: O Teorema 1 diz que R2 é um espaço vetorial. O Teorema 2 diz que o produto interno
é bilinear, simétrico e não degenerado. Consulte o Apêndice D para uma discussão mais aprofundada
dessas noções. Para qualquer vetor x ∈ R, definimos o comprimento de x como
√
|x| = x1 + x2
. Observe que
|x|2 = ⟨x, x⟩
.
De modo que o comprimento e o produto interno estejam intimamente relacionados.
Agora enunciamos e provamos uma propriedade menos imediata da função de produto interno e
sua conseqüência para o comprimento .
iii . x + 0 = x .
iv . x + ( -x ) = 0 .
v. 1x = x .
vi . c( x + y ) = cx + cy .
vii. ( c + d )x = cx + dx .
viii. c(dx) = (cd)x.
Teorema 2
i. 〈x , y + z〉 = 〈x , y〉 + 〈x , z〉 para todo x , y , de R2
ii. 〈x , cy〉 = c〈x, y〉 para todo x , y R2 e todo c ∈ R
iii. 〈x, y〉 = 〈y, x〉 para todo x , y e R2 .
v. Se 〈x, y〉 0 para todo x e R2 , então y deve ser o vetor zero.
Observação: O Teorema 1 diz que R2 é um espaço vetorial. O teorema 2 diz que o produto interno
é bilinear, simétrico e não degenerado. Consulte o Apêndice D para uma discussão mais aprofundada
dessas noções. Para qualquer vetor x ∈ R2 definimos o comprimento de x como sendo
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√
|x| = x1 + x2
. Observe que
|x| = ⟨x, x⟩
De modo que o comprimento e o produto interno estejam intimamente relacionados.
Prova: Restringimos nossa atenção aos vetores não nulos x e y, sendo a afirmação obviamente
verdadeira quando x ou y é zero.
Considere a função de valor real f definida por
f (t) = |x + ty|2 para t ∈ R.
Usando as propriedades indicadas acima , observamos que f (t) é não negativa para todo t e que
f (t) assume o valor 0 se e somente se x for um múltiplo de y.
e como tal permanece não negativo, somente se ⟨x, y⟩2 ≤ |x|2 |y|2 , ou seja , |⟨x, y⟩| ≤ |x||y|.
Além disso, f (t) assume o valor zero somente se |⟨x, y⟩| = |x||y|, ou seja , |⟨x, y⟩| = |x||y|.
Assim, |⟨x, y⟩| = |x||y| se e somente se x e y são proporcionais.
Corolário: Para x, y ∈ R2 .
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2.5 O plano euclidiano E2
O plano tem aspectos algébricos e geométricos. Quando pensamos nas propriedades algébricas, estamos
pensando nas propriedades vetoriais de R2 .
Agora nos voltamos para o conceito geométrico de distância. Se P e Q são pontos , definimos a
distância entre P e Q pela equação
d(P, Q) = |Q − P |.
O sı́mbolo E² será utilizado para denotar o conjunto R2 equipado com a função de distância d.
O conceito de distância é fundamental em geometria. Vamos agora derivar as propriedades mais im-
portantes da distância. Eles são enunciados no seguinte teorema.
|Q − P | + |R − Q| ≥ |(Q − P ) + (R − Q) = |R − P |
. Isso, é claro, decorre do corolário do Teorema 4. Além disso, a igualdade vale se e somente se
Q − P = u(R − Q) para algum número não negativo u. Na próxima seção veremos que isso implica
que P, Q e R são colineares.
2.6 Linhas
Uma linha em geometria analı́tica é caracterizada pela propriedade de que os vetores que unem pares
de pontos são proporcionais. Definimos uma direção como sendo o conjunto de todos os vetores
proporcionais a um dado vetor diferente de zero.
Para um dado vetor v, seja
[v] = {tv|t ∈ R} .
é chamada de reta que passa por P com direção [v]. Veja a Figura 1.1. Também escrevemos (1.4) na
forma
ℓ = P + [v]
.
Quando ℓ = P + [v] é uma linha , dizemos que v é um vetor de direção de ℓ. Se ℓ é uma linha e X
é um ponto, existem muitas frases usadas para expressar a relação X ∈ ℓ. São sinônimos:
i. X ∈ ℓ .
ii. ℓ contém X.
iii. X está sobre ℓ.
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iv. ℓ passa por X.
v. X e ℓ são incidentes.
vi. X é incidente com ℓ.
vii. ℓ é incidente com X.
Observação: Na geometria axiomática, normalmente toma-se pontos e linhas como objetos funda-
mentais e a incidência como uma relação fundamental. Então uma geometria de incidência consistiria
em conjuntos P e L e uma relação em P X L .
A relação é assumida para satisfazer certas propriedades das quais outras propriedades do sistema
axiomático são deduzidas. Veja Greenberg [16] . Estamos sendo mais especı́ficos aqui, mas nossas pro-
posições ocorrem como axiomas ou proposições em desenvolvimentos axiomáticos da geometria plana.
Uma propriedade fundamental de uma linha é que ela é exclusivamente determinada por quaisquer
dois pontos que estejam sobre ela. Assim, é importante mencionar o seguinte:
Teorema 6. Sejam P e Q pontos distintos de E 2 . Então existe uma única linha contendo P e Q
, que denotamos por C.
Demonstração: Seja u um vetor diferente de zero. A reta P + [v] passa por Q se e somente se
[Q − P ] = [v]. Isso significa que a reta [Q − P ] = [v]. Portanto, a linha P + [Q − P ] é a única linha
necessária. Veja a Figura 1.2.
←→
Assim , um ponto tı́pico X na reta ℓ = P Q é escrito
(Veja a Figura 1.3 para uma interpretação de adição de vetor.) Esta equação pode ser considerada
como uma representação paramétrica da linha. À medida que t percorre os números reais, α(t) percorre
a linha. O parâmetro está relacionado à distância ℓ pela fórmula
Prova: Suponha primeiro que X está entre P e Q. Então, para algum t ∈ (0, 1)
X = (1 − t)P + tQ.
Então também,
d(P, X) = |X − P | = |t(Q − P )| = t|Q − P |.
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Também,
d(X, Q) = |Q − X| = |(1 − t)(Q − P )| = (1 − t)|Q − P |
Portanto,
d(P, X) + d(X, Q) = t|Q − P | + (1 − t)|Q − P |
= |Q − P | = d(P, Q).
Reciprocamente, suponha que X seja um ponto de E 2 satisfazendo d(P, X) + d(X, Q) = d(P.Q). Como
vimos no Teorema 5, existe um número positivo u tal que
X − P = u(Q − X).
Sejam P e Q pontos distintos. O conjunto que consiste em P , Q e todos os pontos entre eles é
chamado de segmento e é denotado por P Q . P e Q pontos finais do segmento. Todos os outros
pontos do segmento são chamados de pontos interiores.
Se M é um ponto satisfazendo
1
d(P, M ) = d(M, Q) = d(P, Q),
2
então M é um ponto médio de PQ. Segue facilmente do Exercı́cio 8 que cada segmento tem um único
ponto médio, ou seja,
M = (P + Q).
Se duas retas ℓ e m passam por um ponto P , dizemos que elas se interceptam em P e P é seu ponto
de interseção. Deste ponto de vista reafirmamos parte do Teorema 6 .
Como veremos mais adiante, duas retas em E 2 podem não ter nenhum ponto de interseção.
Se três ou mais retas passam por um ponto P , dizemos que as retas são concorrentes. Se três ou mais
pontos estiverem em alguma linha, dizemos que os pontos são colineares.
v ⊥⊥ = −v
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Um vetor de comprimento 1 é dito ser um vetor unitário. Um par {v, w} de vetores ortogonais unitários
é chamado de par ortonormal.
Demonstração: Porque v and w são linearmente independentes, eles formam uma base para R2
(ver Apêndice D). Assim, para qualquer x ∈ R2 , existem constantes únicas λ e µ tais que x = λvµw.
Mas então, usando as propriedades fundamentais do produto interno, obtemos
e
⟨x, w⟩ = λ⟨v, w⟩ + µ⟨w, w⟩ = µ
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Teorema 10. Seja P um ponto qualquer e seja {v, N } um par ortonormal de vetores. Então
P + [v] = {X|⟨X − P, N ⟩ = 0}
Prova : Pelo Teorema 9 temos a identidade
X − P = ⟨X − P, v⟩v + ⟨X − P, N ⟩N
para qualquer ponto X em R2 . Mostramos que X está na reta P +[v] se e somente se ⟨X −P, N ⟩ = 0
⟨X − P, N ⟩ = ⟨tv, N ⟩ = (v, N ) = 0
.
Inversamente, se ⟨X − P, N ⟩ = 0, a identidade se reduz a
X − P = ⟨X − P, v⟩v,
de modo que
X = P + ⟨X − P, v⟩v ∈ P + [v].
Corolário: Se N for qualquer vetor diferente de zero ,{X|⟨X − P, N ⟩ = 0} é a reta que passa por
P com vetor normal N e, portanto, vetor de direção N ⊥ .
Recordamos da geometria analı́tica elementar que {(x, y)|ax + by + c = 0} deve representar uma
reta , desde que a2 + b2 ̸= 0 . Isso se encaixa em nosso esquema da seguinte forma:
Prova: Casos (i) e (ii) são óbvios. Considere agora o caso onde a2 + b2 ̸= 0. Pode-se verificar que
o conjunto em questão não está vazio. Na verdade, pelo menos um dos pontos (−c/a, 0) e (0, −c/b)
deve ser definido e satisfazer a equação. Seja P = (x1 , y1 ) qualquer ponto satisfazendo a equação.
Então c = −(ax1 + by1 ) = 0 Assim ax + by + c = 0 se e somente se a(x − x1 + b(y − y1 ). Fazendo
N = (a, b), vemos que o conjunto em questão é apenas a reta que passa por P com vetor normal N .
Teorema 12 (Pitágoras). Sejam P , Q e R três pontos distintos. Então |R−P |2 = |Q−P |+|R−Q|
←→ ←→
se e somente se as linhas QP e RQ são perpendiculares.
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Teorema 13. Se ℓ ⊥ m, então ℓ e m têm um único ponto em comum .
Prova: Seja ℓ = P + [v] e m = Q + [w]. Podemos supor que v e w são vetores unitários, de modo
que {v, w} é um conjunto ortonormal. Escrevemos
P − Q = ⟨P − Q, v⟩v + ⟨P − Q, w⟩w,
e , portanto ,
P − ⟨P − Q, v⟩v = Q + ⟨P − Q, w⟩w.
Por fim,
F = P − ⟨P − Q, v⟩v = Q + ⟨P − Q, w⟩w
vemos que F reside em ℓ e m
F é o único ponto comum, pois se fossem dois, pelo Teorema 8 as retas deveriam coincidir. Este
resultado nos permite obter um resultado motivado por uma construção de Euclides.
Teorema 14. Seja X um ponto , e seja ℓ uma reta . Então existe uma única linha m através de
X perpendicular a ℓ . Além disso,
i. m = X + [N ], onde N é um vetor normal unitário a ℓ;
ii. ℓ e m intersectam-se no ponto F = ⟨X − P, N ⟩N , onde P é qualquer ponto em ℓ;
iii. d(X, F ) = ⟨X − P, N ⟩.
Teorema 15. Seja ℓ uma reta qualquer, e seja X um ponto não pertencente a ℓ. Seja F o pé da
perpendicular de X a ℓ. Então F é o ponto de ℓ mais próximo de X. (Veja a Figura 1.12.)
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Prova: Seja P qualquer ponto em ℓ. Como P F ⊥ F X, o teorema de Pitágoras retorna |X − P |2 =
|X − F |2 + |F − P |2 . Assim, |X − P |2 = |X − F |2 com igualdade se e somente se P = F .
Definição. O número d(X, F ) é chamado de distância do ponto X à linha ℓ e é escrito d(X, ℓ).
Corolário. Seja ℓ uma reta com vetor normal unitário N . Seja X qualquer ponto de R2 . Se P é
qualquer ponto em ℓ, então
d(X, ℓ) = |⟨X − P, N ⟩|.
Agora apresentamos outra construção útil envolvendo perpendicularidade.
←→
Seja PQ um segmento. A linha que passa pelo ponto médio M de P Q que é perpendicular a P Q é
chamada de bissetriz perpendicular do segmento PQ. Veja a Figura 1.13.
Observação: A bissetriz perpendicular consiste precisamente em todos os pontos que são equidis-
tantes de P e Q.
Teorema 16. Duas retas ℓ e m distintas são paralelas se e somente se têm a mesma direção.
(Lembre-se que a direção de uma reta P + [v] é o conjunto [v].)
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Prova: Suponha que ℓ e m tenham um ponto comum F . Podemos escrever ℓ = F +[v] e m = F +[w]
para vetores diferentes de zero v e w. como ℓ e m são distintos , [v] ̸= [w].
Reciprocamente , suponha que ℓ e m tenham direções diferentes [v] e [w] . Seja P qualquer ponto de
ℓ, e seja Q qualquer ponto de m. Porque u e w não são proporcionais, existem números t e s tais que
P − Q = tv + sw. (Veja Apêndice D.) Isso significa que P − tv = Q + sw. Seja F = P − tv = Q + sw.
Então F é um ponto comum de ℓ e m.
As retas paralelas vêm em famı́lias, uma para cada direção. Uma reta m perpendicular a um
membro ℓ da famı́lia é também perpendicular a todas as outras. Assim, é possı́vel parametrizar a
famı́lia pelos números , essencialmente medindo a distância ao longo de m Embora esses fatos sejam
intuitivos e familiares , é necessário apontá-los explicitamente aqui para compará-los com as situações
análogas em geometrias não-euclidianas.
Deixamos as provas destes para os exercı́cios. Os casos (i)-(iii) são ilustrados nas Figuras 1.14-1.16,
respectivamente. A Figura 1.16 também ilustra o Teorema 18.
Teorema 17.
i. Se ℓ||m e m||n, então ℓ = n ou ℓ||n.
ii. Se ℓ||m e m ⊥ n, então ℓ ⊥ n.
iii. Se ℓ ⊥ n e m ⊥ n , então ℓ ⊥ n ou ℓ = m.
Teorema 18. Sejam ℓ e m linhas paralelas. então existe um único número d(ℓ, m) tal que
d(X, ℓ) = d(Y, m) = d(ℓ, m)
para todo X ∈ m e todo Y ∈ ℓ. De fato, se N é um vetor normal unitário para ℓ e m então para
quaisquer pontos X em m e Y em ℓ,
|⟨X − Y, N ⟩| = d(ℓ, m).
Assim , retas paralelas permanecem ”equidistantes”. As retas que se cruzam , por outro lado , se
comportam como segue:
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Teorema 19. Seja ℓ uma reta qualquer, e seja m uma reta interceptando ℓ em um ponto P . Sejam
v e w a direção unitária vetores de ℓ e m, respectivamente. Seja (t) = P + tw uma parametrização de
m. Então d(α(t), ℓ) = |t||⟨w, v ⊥ ⟩|. Assim como X varia através de m, d(X, ℓ) varia através de todos
os números reais não negativos, cada número real positivo ocorrendo duas vezes. Veja a Figura 1.17.
2.11 Reflexões
Qualquer subconjunto do plano é chamado de figura. Naturalmente, algumas figuras são mais inte-
ressantes do que outras. Figuras com alto grau de simetria são as mais interessantes, não apenas por
considerações estéticas, mas também porque ocorrem na natureza. Flocos de neve, moléculas e cristais
são três exemplos de objetos com seções transversais simétricas. O tipo mais simples de simetria que
uma figura plana pode ter é a simetria em relação a uma linha. Veja a Figura 1.18.
Agora formulamos esta noção com precisão. Seja ℓ uma linha passando por um ponto P e tendo
unidade normal N . Dois pontos X e X ′ são simétricos sobre ℓ se o ponto médio do segmento XX ′ é
o pé F da perpendicular de X a ℓ. Veja a Figura 1.19.
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Em outras palavras, X e X ′ são aproximadamente simétricos se tivermos
1
(X + X ′ ) = F.
2
Pelo Teorema 14, isso significa que
1 1
X + X ′ = X − ⟨X − P, N ⟩N,
2 2
1 ′ 1
X = X − ⟨X − P, N ⟩N,
2 2
X ′ = X − 2⟨X − P, N ⟩N
Para considerar a simetria sobre várias linhas, é conveniente adotar uma abordagem dinâmica ex-
pressando a relação entre X e X ′ em termos de uma transformação que leva X para X ′ ’.
Ωℓ X = X − 2⟨X − P, N ⟩N,
Teorema 20.
i. d(Ωℓ X, Ωℓ Y ) = d(X, Y ) para todos os pontos X e Y em E 2 .
ii. Ωℓ Ωℓ X = X para todos os pontos X em E 2
iii. Ωℓ : E 2 → E 2 é uma bijeção.
Prova:
i. Ωℓ X − Ωℓ Y = X − Y − 2⟨X − Y, N ⟩N . Assim ,
|Ωℓ X − Ωℓ Y |2 = |X − Y |2 − 4(⟨X − Y, N ⟩)2 + 4(⟨X − Y, N ⟩)2 ⟨N, N ⟩
. = |X − Y |2 .
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Observação: O Teorema 20 mostra que as reflexões são bijeções involutivas que preservam a
distância. Nós estudaremos bijeções que preservam a distância (isometrias) na próxima seção. Di-
zer que um mapeamento T é involutivo significa T 2 = T T = I , o mapeamento de identidade de E 2 .
(Veja também Apêndice B.)
Definição. Duas figuras F1 , e F2 são congruentes se existe uma isometria T tal que T F1 = F2 .
Mostramos na seção anterior que toda reflexão é uma isometria. Embora nem toda isometria seja
uma reflexão, veremos adiante que toda isometria é o produto (composição) de no máximo três re-
flexões. Assim, as reflexões são os blocos básicos de construção das isometrias. Toda isometria T é
uma bijeção de E 2 sobre E 2 . De fato, se T X = T Y , então
0 = d(T X, T Y ) = d(X, Y ),
de modo que X = Y . Portanto, o mapeamento inverso T −1 existe. De fato, também é uma isometria
porque
d(T −1 X, T −1 Y ) = d(T T −1 X, T T −1 Y ) = d(X, Y ).
Além disso, se T e S são isometrias , então
d(T SX, T SY ) = d(SX, SY ) = d(X, Y ).
Agora enunciamos esses resultados formalmente.
Teorema 22.
i. Se T e S são isometrias, T S também é.
ii. Se T é uma isometria, T −1 também é.
iii. O mapa de identidade I de E 2 é uma isometria.
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2.13 Grupos de simetria
Seja F uma figura em E 2 . Então o conjunto
S (F ) = T ∈ I (E 2 )|T F = F
2.14 Translações
Existe uma maneira simples de descrever o produto de duas reflexões? Nesta seção, respondemos a
essa pergunta afirmativamente no caso em que os eixos de reflexão são paralelos. Especificamente, se
m e n são linhas paralelas , podemos escolher P arbitrariamente sobre m e escolher Q para ser o pé
da perpendicular de P para n. Então se N é um vetor normal unitário a n (e portanto para n), obtemos:
Ωm Ωn x = Ωn x − 2⟨Ωn X − P, N ⟩N
. = x − 2⟨x − Q, N ⟩N − 2⟨x − P, N ⟩N + 4⟨x − Q, N ⟩⟨N, N ⟩N
. = x − 2⟨x − Q, N ⟩N − 2⟨x − P, N ⟩N + 4⟨x − Q, N ⟩⟨N, N ⟩N
. = x + 2⟨P − Q, N ⟩N
. = x + 2(P − Q) (1.7)
Observação: Quando duas retas em E 2 são perpendiculares a ℓ, elas são, naturalmente, paralelas.
Por outro lado, quando duas retas são paralelas, existe uma reta (na verdade, infinitas retas)
perpendicular a ambas. Nas geometrias que estudaremos mais adiante neste livro, essas propriedades
não serão verdadeiras. No plano projetivo, por exemplo, duas retas podem ser perpendiculares a uma
terceira reta, mas não paralelas. Já no plano hiperbólico, existem retas paralelas sem nenhuma
perpendicular comum. Assim, se nossa terminologia aqui parece mais especı́fica do que o necessário,
ela está sendo configurada para que seja aplicável também às outras geometrias que estudamos.
Vemos agora que no plano euclidiano, uma translação não determina unicamente uma reta, embora
determine uma famı́lia paralela. Nos exercı́cios, você será solicitado a provar o seguinte:
Teorema 23. Seja T uma translação ao longo de ℓ . Se ℓ′ é qualquer linha paralela a ℓ, então T
também é uma translação ao longo de ℓ′ .
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Também observamos que cada translação ao longo de ℓ tem o efeito de adicionar um vetor direção de
ℓ a cada vetor no plano.
Teorema 24. Seja T uma translação não trivial ao longo de ℓ. Então ℓ tem um vetor de direção v
tal que
Tx = x + v (1.8)
para todo x ∈ E 2 . Reciprocamente, se v é qualquer vetor diferente de zero e ℓ é qualquer linha com
vetor de direção v, então a transformação T determinada por (1.8) é uma translação ao longo de ℓ
Prova: Seja N um vetor de direção unitário para ℓ. Seja P um ponto arbitrário de E 2 . Sejam α e β
retas perpendiculares a ℓ . (Veja a Figura 1.23.) Sejam a e b os números únicos tais que P + aN ∈ α
e P + bN ∈ B. Nossa fórmula (1.7) torna-se por:
Ωα Ωβ x = x + 2(P + aN − P − bN )
= x + 2(a − b)N.
Se T ̸= I, devemos ter a ̸= b, de forma que 2(a − b)N seja o vetor de direção requerido.
Reciprocamente, suponha que para cada número real λ definimos uma aplicação Tλ po
Tλ x = x + λN. (1.9)
Se a e b são quaisquer dois números tais que λ = 2(a − b), construı́mos α = P + aN + [N ⊥ ] e
β = P + bN + [N ⊥ ] e observamos que Tλ = Ωα Ωβ
Agora investigamos o grupo de todas as isometrias geradas por reflexões em retas perpendiculares a
ℓ. Primeiro, devemos introduzir alguma nova terminologia.
Notamos que pegar qualquer linha m ∈ E 2 junto com todas as linhas paralelas a m seria uma
construção equivalente.
Até agora descobrimos que o produto de duas reflexões em linhas de um pencil de paralelas é uma
translação ao longo da perpendicular comum ℓ. Investigamos agora mais a fundo a estrutura
algébrica do conjunto de isometrias formadas por reflexões de tal famı́lia.
Começamos com as translações. Denotamos o conjunto de todas as translações ℓ por TRANS(ℓ).
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Teorema 25. TRANS(ℓ) é um grupo abeliano isomorfo ao grupo aditivo dos números reais.
Tλ ◦ Tµ (x) = Tλ (x + µN ) = x + µN + λN
= x + (µ + λ)N = Tµ+λ x.
Da mesma forma,
Tµ ◦ Tλ (x) = Tλ+µ (x).
Como µ + λ = λ + µ as translações ao longo de ℓ comutam.
Além disso, definir λ = 0 produz T0 = I e Tλ ◦ T−λ = T0 = I, de modo que
Seja P o pencil de todas as linhas que são perpendiculares a uma linha . Denotamos por REF(P) o
grupo gerado por todas as reflexões da forma Ωm , onde m ∈ P. Em outras palavras, REF(P) é o
menor subgrupo de I (E 2 ) contendo todo Ωm . Por sua vez , TRANS(ℓ) é um subgrupo de REF
REF(P).
Para discutir a álgebra de REF(P), precisamos ser capazes de calcular o produto de qualquer
número de reflexões na famı́lia determinada por P. Já sabemos que em nossa notação Ωα Ωβ = Tλ ,
Tomamos agora três linhas, α, β, γ, de P. correspondentes aos números a, b e c. Então
Ωα Ωβ Ωγ = Ωα ◦ T2(b−c)
Ωα Ωβ Ωγ x = Ωα (x + 2(b − c)N )
. = Ωα (2µN ) ⇐⇒ µ = 2(b − c)
. = x + µN − 2⟨x + µN − P − aN, N ⟩N
. = x − 2⟨x − P, N ⟩N + (2a − µ)N
. = x − 2⟨x − P, N ⟩N + (2a − b + c)N
. = x − 2⟨x − (P + (a − b + c)N ), N ⟩N
Reconhecemos o lado direito como a fórmula da reflexão na reta γ ∈ P passando pelo ponto P + dN ,
onde d = a − b + c. Assim, o produto de três reflexões em linhas de P é uma quarta reflexão em uma
linha do mesmo pencil. Esta é a nossa primeira instância de um teorema de três reflexões, que
desempenha um papel tão importante na classificação das isometrias das geometrias planas.
Teorema 26 (Teorema das três reflexões). Sejam α, β e γ três linhas de um pencil P com
perpendicular comum ℓ. Então existe uma única quarta linha γ deste pencil tal que
Ωα Ωβ Ωγ = Ωδ
. Existem muitas maneiras pelas quais uma dada tradução pode ser representada como o produto de
duas reflexões. Usando o teorema das três reflexões, podemos exibir essa flexibilidade com precisão.
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Teorema 27 (Teorema de representação para translações). Seja T = Ωα Ωβ qualquer membro
de TRANS(ℓ).Semensãoretasarbitráriasperpendicularesaℓ, então existem retas únicas m′ e n′ tais
que
T = Ωm Ωn = Ωm′ Ωn′
Prova: Aplique o teorema das três reflexões m, α, e β para produzir uma única linha m′ tal que
Ωm Ωα Ωβ = Ωm′ . Em seguida, multiplicar ambos os lados por produz Ωα Ωβ = Ωm′ Ωm A linha n′ é
obtida analogamente.
Corolário. Cada elemento de REF(P) é uma translação ao longo de ℓ ou uma reflexão em uma
linha de P.
Prova: Isso fica claro na tabela de multiplicação de grupos a seguir, que resume os fatos que
estabelecemos.
Aqui, indexamos temporariamente as reflexões Ω por números em vez de linhas. Assim , por
exemplo, Ωa , é a abreviação de Ωα , onde Ωα = P + aN + [N ⊥ ].
Seja v qualquer vetor em E 2 . Definimos τ , a translação por v, por
τv x = x + v.
(Se v = 0, τv = I, e temos a translação trivial.) Embora todas as translações surjam da maneira que
descrevemos, é possı́vel discutir de forma elementar o produto de duas translações que não seguem a
mesma linha . Nós iremos.
Teorema 28. O conjunto F ( E ) de todas as translações é um subgrupo abeliano de ( E² ) . Prova:
As seguintes equações são fáceis de verificar e implicam as conclusões do teorema: Corolário. (E²) é
isomorfo ao grupo R² com adição de vetores. 0
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