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Código: 41210225
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Índice
1. Introdução .................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos ................................................................................................................................. 3
1.1.1. Objectivo Geral...................................................................................................................... 3
1.1.2. Objectivos Específicos .......................................................................................................... 3
1.2. Metodologias ............................................................................................................................ 3
2. Análise do texto “Carta de Carlos a Joaninha”............................................................................ 4
3. Conclusão .................................................................................................................................... 9
4. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 10
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1. Introdução
A carta de Carlos a Joaninha faz parte da obra Viagens a minha terra de Almeida Garret. A obra
foi publicada originalmente em folhetins na Revista Universal Lisbonense entre 1845 e 1846,
sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como obra única no Romantismo português por sua
estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para amoderna prosa
portuguesa e um importante documento de referencia para entender a decadência do império
português.
O nosso estudo aborda sobre “Análise do texto “Carta de Carlos a Joaninha””. Neste trabalho
serão abordados muitos aspectos importantes relacionados com a análise do texto “Carta de
Carlos a Joaninha”.
1.1. Objectivos
1.2. Metodologias
Para a elaboração do presente trabalho, recorreu-se à revisão bibliográfica das obras que tratam
do tema em destaque, que finalmente, culminou com a elaboração do presente texto.
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Laura não era alta nem baixa, era forte sem ser gorda, e delicada sem magreza. Os olhos de uma
cor de avelã diáfana, puro, aveludam, grandes, cheios de tal majestade, quando se sirvam de tal
doçura, quando se abrandavam, que é difícil dizer quando eram mais belos. O cabelo, quase da
mesma cor, tinha, de mais, um reflexo dourado, vacilante, que ao sol resplandecia; ou antes,
relampejava; mas, o espaço, não era sempre, nem em todas as posições da cabeça pequena,
modelada no mais clássico de estatuaria antiga, poisada sobre um colo de imensa nobreza, que
harmonizava com a perfeição das linhas dos membros.
A cintura, breve e estreita, mas sem exageração, via-se que o era assim por natureza e sem a
menor contrafeição de arte. O pé não tinha as exiguidades fabulosas da nossa Penínsulas; era
proporcionado, como o da Vénus de Médicis.
Tenho visto muita mulher mais bela, algumas mais adoráveis; nenhuma tão fascinante.
O rosto, oval e perfeitamente simétrico, pálido; só os beiços eram vermelhos, como de cor viva.
A expressão de toda a figura é que se não descreve. A baça, breve e fina, sorria pouco; mas
quando sorria, poh! …
Vela num baile, vestida e calçada de branco, cingida com um cinto de vidrilhos pretos – toilete
inalterável para ela desde certa época-. Sem mais ornato, sem mais flores apenas um farto fio de
pérolas derramando – se- lhe pelo colo – era ver alguma coisa de superior, de mais sublime que
uma simples mulher.
Tal era Laura; Laura, que eu amei quanto podia e sabia amar. Era pouco sei – o agora; então
parecia me infinito.
Disse – lho a ela; disse- lho um dia que passeávamos sós e depois de andarmos horas esquecidas,
sem trocar uma frase. Pensávamos, eu nela, ela não sei em quê.
Seria em mim?
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E ouviu – me sem palavra, sem olhar para mim uma só vez sem fugir com a mão que eu lhe
apertava que lhe beijava, e que sentia fria e húmida nas minhas que escaldavam.
Era tarde, dirigimo-nos para casa. Á porta disse –me: - não entre ! – E vi – a banhada em
lágrimas. Quis segui – la; fez –me um gesto imperioso, que me confundiu. Pela primeira vez,
depois de tanto tempo, fui só, triste melancólico, para a minha pobre habitação, onde passei a
noite.
No dia seguinte, recebi uma carta de Júlia. Assim se chamava a mais velha, a mais sensível
carinhosa das três irmãs.
O bilhete parecia indiferente; não continha senão palavras usuais; pedia me que fosse almoçar
com ela… não falava das irmãs.
Senti que era chegada a minha hora; pareceu – me que ia ser expulso daquele éden de inocência,
em que tinha vivido. A letra de Júlia, uma letra linda, perfeita, natural, figuravas me um
agregado onde sinais cabalísticos, teríeis, que encerravam o mistério da minha condenação. Vesti
– me, achei – me só com Júlia no parlour elegante, de seu exclusivo uso.
Era um pequeno gabinete de estudo, ornado somente de umas étagères com livros e músicas, uma
harpa e um cavalete.
Sobre o cavalete estava o meu retrato esboçado na estante da harpa, uma romança francesa, e que
eu tinha feito letras portuguesas…
A uma assoviava sobre a mesa: Júlia fazia o chá e não parecia atender o mais nada.
É preciso que eu te descreva a pequena Júlia – Julieta, como nós lhe chamávamos, nós, as duas
irmãs e eu, que rivalizávamos a qual lhe havia de querer mais.
Oh! Saudade e que remorso, para toda a minha vida, nestas recordações de fraternal intimidade!
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Nenhuma inglesa, desde o tempo da rainha Bess, teve pé e ancle mais delicada. Nenhuma, desde
o rei Alfredo, se ocupou tão elegantemente dos elegantes cuidados de um interir britânica – gentil
quadro de género, não há outro.
Lady Júlia R. era a mais pequena e a mais bonita súbdita britânica que eu creio que tenha
existido. Vista à lua, no meio do seu parque, volteando por entre os raros exóticos que no curto
verão inglês se expõem ao ar livre, facilmente se tornava bela soberana das fadas, realizando
aquela preciosa visão de Shakespeare, o Midsummer Night`s Dream.
2.1 Para analisar o texto é necessário encontrar três pontos, comece por dividir o texto” Carta de
Carlos a Joaninha” em três partes: Inicio, Desenvolvimento e o Clímax
Inicio: Laura não era alta nem baixa […] até […] Vénus de Médicis.;
Desenvolvimento: Tenho visto muita mulher […] até […] encantadora e diminuta pessoa.
Clímax: Nenhuma inglesa […] até […] Shakespeare, o Midsummer Night`s Dream.
2.2. Indique duas passagens textuais que marcam o tempo e o espaço da narrativa.
2.4 A Linguagem pode ser simples ou rebuscada; Formal ou informal; Culta o marginal.
A linguagem predominante no texto é informal levando em consideração que existe uma grande
aproximação entre os personagens em poucas palavras existe uma relação de afecto entre os
personagens: Senti que era chegada a minha hora; pareceu – me que ia ser expulso daquele éden
de inocência, em que tinha vivido. A letra de Júlia, uma letra linda, perfeita, natural, figuravas
me um agregado onde sinais cabalísticos, teríeis, que encerravam o mistério da minha
condenação. Vesti – me, achei – me só com Júlia no parlour elegante, de seu exclusivo uso.
1.6- O texto é um excerto de uma obra. Identifique o autor e a obra. Faça um breve comentário
sobre vida e obra do autor e a importância da sua participação na história do Romantismo
português.
A carta de Carlos a Joaninha faz parte da obra Viagens a minha terra de Almeida Garret. A obra
foi publicada originalmente em folhetins na Revista Universal Lisbonense entre 1845 e 1846,
sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como obra única no Romantismo português por sua
estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para amoderna prosa
portuguesa e um importante documento de referencia para entender a decadência do império
português.
O Autor da obra é Almeida Garrett. Almeida Garrett (1799-1854) João Baptista da Silva Leitão
de Almeida Garrett nasceu no Porto, em 1799. Estudante de Direito na Universidade de Coimbra,
alcança notoriedade pública pela ousadia com que defende as ideias liberais. Em 1823, perante o
golpe de Estado que abolira a Constituição, exila-se em Inglaterra e, depois, em França. Três anos
mais tarde volta a Portugal, mas, em 1828, quando D. Miguel sobe ao trono, emigra de novo, para
ingressar no exército liberal que desembarca no Mindelo, em 1832.
período da Regeneração: nomeado visconde e par do Reino, é-lhe confiado o cargo de ministro
dos Negócios Estrangeiros. Morre, com 55 anos, em 1854.
Almeida Garrett é o autor mais representativo do primeiro Romantismo português. Teve uma
educação clássica mas o seu envolvimento nas convulsões políticas leva-o até Inglaterra, onde
contacta com a literatura romântica. São dele os primeiros textos desta corrente na literatura
portuguesa.
Na poesia, Garrett inicia com o poema Camões, com uma escrita mais neoclássica, obra que
evidencia símbolos nacionais com o objetivo de valorizar a pátria. Em seguida, ele escreve obras
como D. Branca e Adozinda abordando o folclore nacional e temas medievais. Folhas caídas é de
uma segunda fase do autor, pois apresenta poemas mais amorosos. Assim é importante analisar a
poesia romântica de Garrett com base no contexto literário daquele momento, atentando para a
particularidade do autor, com o propósito de compreender melhor a literatura portuguesa, mais
especificamente as obras relacionadas ao movimento romântico. Em sua prosa é perceptível a
oscilação entre os antigos ideais do Neoclassicismo com os do Romantismo, pois apresentam um
grande saudosismo, retorno ao passado heroico e grandioso de Portugal, como também deixa
nítido a cultura vasta e erudita que Almeida Garrett possuía e como suas experiências refletiam-
se nelas. Suas produções expõem algumas críticas relacionadas às transformações econômicas e
políticas pelas quais o país passava na época; um aspecto importante é que o autor conseguiu
inovar a prosa em Portugal com a publicação do livro Viagens na minha terra (1846).
Dessa forma, para entendermos o que foi esse movimento, estudaremos um pouco sobre como se
difundiu em Portugal por meio das obras de Garrett, fazendo uma passagem pela vida do autor
para compreender melhor seus escritos; em vista disso, foram selecionados algumas das suas
principais obras para permitir o entendimento do contexto histórico e a relação com o
movimento. Na poesia: Camões (1825), Dona Branca (1826), Adozinda (1828), Folhas caídas
(1953) e Folhas sem fruto (1954). Já na prosa as obras que contribuíram para compreensão dos
traços históricos da época e a modernização da prosa portuguesa foram Viagens na minha terra e
Arco de Santana, mas também conheceremos um pouco mais sobre esse autor que fez tanto
sucesso no seu tempo, compreendendo suas obras dentro do viés do romantismo as quais refletem
as experiências e a cultura vasta de Almeida Garrett, esse autor tão versátil, erudito e detentor de
muitos conhecimentos.
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3. Conclusão
De forma resumida concluímos que a carta de Carlos a Joaninha faz parte da obra Viagens a
minha terra de Almeida Garret. A obra foi publicada originalmente em folhetins na Revista
Universal Lisbonense entre 1845 e 1846, sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como
obra única no Romantismo português por sua estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na
minha terra é um marco para amoderna prosa portuguesa e um importante documento de
referencia para entender a decadência do império português. Almeida Garrett é o autor mais
representativo do primeiro Romantismo português. Teve uma educação clássica mas o seu
envolvimento nas convulsões políticas leva-o até Inglaterra, onde contacta com a literatura
romântica. São dele os primeiros textos desta corrente na literatura portuguesa.
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4. Referências bibliográficas