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1. O Manual Escolar
Os manuais escolares não são iguais aos outros livros, não devendo, por isso, ser esquecidos
numa prateleira, pois fazem parte do dia-a-dia dos alunos. São um guia dos programas
curriculares, acabando até por funcionar como o próprio programa da área curricular (Castro, et
al., 1999). Directa e indirectamente são dirigidos ao docente, oferecendo-lhe uma ferramenta de
trabalho com imensas sugestões pedagógicas, envolvendo toda a comunidade educativa (Farinha,
2007). Logo, apresentam-se como um objecto complexo, dada a sua pluralidade de destinatários
e metas a atingir (Castro, in Morgado, 2004). O manual escolar adquire, também, várias funções,
como é o caso da transmissão de conhecimentos, que vai influenciar o carácter profissional dos
alunos no futuro, acrescentando aquisições de nível social de cultural (Santo, in Rego et al.,
2010). A escola assume, também, um papel fundamental face ao uso do manual escolar, pois será
a partir dela que o manual será escolhido e usado por professores e alunos, devendo, por isso,
saber obter as melhores medidas para um bom processo de ensino e aprendizagem (Morgado,
2004).
Com efeito, é importante que os professores saibam observar as influências reflectidas nos
alunos em relação ao uso dos manuais escolares, com vista a adotar o melhor manual para,
assim, ajudar o aluno (Castro, et al., 1999). A qualidade dos manuais escolares é também um
fator a ter em conta, uma vez que o mercado dos manuais escolares terá também aqui a sua
influência, dado vivermos cada vez mais num mundo de competição. O ME deve, por isso,
fornecer as melhores condições de avaliação de manuais escolares, com objectivos
esclarecedores, estabelecendo leis com os procedimentos adequados a executar nesta tarefa. No
entanto, a verdade é que se tem assistido a uma descentralização no que respeita à avaliação e
acreditação de manuais escolares, sobre o qual só há bem pouco tempo é que Portugal começou a
desenvolver um sistema de certificação (Rego, et al., 2010).
De acordo com o estabelecido pela lei em vigor, os manuais escolares devem obedecer a uma
observação e certificação prévias, orientadas por docentes e investigadores a leccionar o mesmo
nível de ensino do manual avaliado. Contudo, a problemática da avaliação de manuais escolares
Para Castro et al (1999) “Os manuais escolares podem ser vistos como livros iguais a quaisquer
outros, mas sem vocação para adormecerem e sujeitar-se ao pó da prateleira, porque eles fazem
parte da travessia diária de uma ponte, palmilhada pelos alunos, ladeada de pequenas árvores, em
que as suas folhas se desprendem da grande árvore da educação e dos programas oficiais”.
Segundo Farinha (2007), o manual escolar é como um guia dos programas curriculares prescritos
pelo ME para um funcionamento padronizado das aulas. Acabam, por isso, muitas vezes, por
funcionar como o próprio programa da disciplina em causa, como uma base estável, a que o
professor irá recorrer para preparar as suas actividades lectivas diariamente.
Segundo Castro (in Farinha, 2007), os livros são recursos muito complexos devido à rede de
ligações intertextuais em que se encontram, à diversidade de destinatários, aos diversos
objectivos pedagógicos a cumprir e aos seus condicionalismos de política de produção, análise e
difusão. São, directa ou indirectamente, dirigidos ao próprio docente da área, ou seja, uma
ferramenta de trabalho com sugestões pedagógicas, que envolvem todos os intervenientes da
ação educativa, conduzindo-os para o processo de ensino-aprendizagem (Farinha, 2007).
Segundo Castro (in Morgado, 2004), os manuais escolares são objectos especialmente
complexos, aspeto que contribui para a rede de relações intertextuais em que são posicionados, a
pluralidade dos seus destinatários, a multiplicidade de metas a atingir que a sua utilização requer,
assim como todos os condicionalismos que apontam a sua realização e divulgação.
Por outra perspectiva, alguns manuais escolares obedecem a valores e atitudes defendidos por
determinadas classes sociais dominantes, ao passo que as sociedades mais desfavorecidas são
encaradas como algo que não deve fazer parte da realidade social, a qual não pode ser
transformada (Morgado, 2004).
Como tal, existem manuais escolares que são elaborados correspondendo a uma base
etnocêntrica, constituindo numa visão e análise muito limitada, chegando mesmo a omitir a
realidade de outras sociedades e culturas diferentes, contribuindo para a existência de
estereótipos a determinadas sociedades (Idem, 2004). Um manual escolar deve ter em
consideração:
Perante Choppin (in Farinha, 2007), a complexidade do manual escolar permite um certo número
de interpretações distintas, tendo em conta as suas funções:
De igual modo, José Correia e Manuel Matos (in Morgado, 2004), realçam a importância dos
manuais escolares na regulação da acção pedagógica de muitos docentes:
“Amados, por uns, e criticados, por outros, (…) continuam a desempenhar um papel
insubstituível na educação. Com efeito, além de um meio didáctico de extrema utilidade – para
alunos, professores e, por que não, para as próprias famílias/encarregadas de educação -, eles
veiculam valores e princípios, ideologias e perspectivas, ao mesmo tempo que ajudam a fixar e a
modular memórias, inclusive a própria história e mesmo a(s) identidades(s).” (Mendes, in
Morgado: 2004, p. 37)
A atitude da escola face ao manual escolar O manual escolar não é um simples instrumento de
trabalho. Não deixa, contudo, de atribuir sentido ao trabalho escolar, colaborando na sua
estruturação (Morgado, 2004). Os manuais escolares têm demonstrado uma preponderância
evidente no quotidiano dos professores e dos alunos, sendo considerados pela maioria como
auxiliares imprescindíveis da prática pedagógica, constituindo um meio facilitador do processo
de ensino-aprendizagem (Idem, 2004). Segundo Morgado (2004), alguns professores apelidam
os manuais escolares de “intérpretes privilegiados” das fidelidades das infidelidades do currículo,
podendo reunir as propriedades pedagógicas necessárias desempenhando um papel estruturante
na prática do aluno.
Morgado (2004) considera haver uma necessidade de recorrer a outras fontes de informação, face
a era digital que estamos a atravessar, não fazendo assim do manual o único recurso existente e
fiável, não obstante que os mesmos possam continuar a ser portadores da maioria da informação
complementar ao programa curricular. Júlio Torres (in Morgado, 2004) considera que este
facilita a reprodução do conhecimento académico, essencial para progredir e como sobrevivência
da instituição escolar.
A escola deve, antes de tudo, adoptar uma posição construtiva centrada preferencialmente na
criança, não somente nos professores e nos conteúdos a leccionar, partindo dos seus saberes
recebidos para a confrontar com problemas a resolver (Idem, 2004).
Como nos indica Morgado (2004), a carga horária que os docentes têm agregada, o número de
alunos que cada professor tem na sua mão, os diversos trabalhos que têm de efectuar para além
A influência do mercado escolar Várias são as críticas ao excesso das edições de manuais
escolares existentes no mercado, as quais põem em causa a sua qualidade, pois acabam por fazer
com que os professores responsáveis pela sua adopção não tenham tempo necessário para
escolher o manual ideal mediante tanta oferta. É especialmente no 1º ciclo que se verifica um
número elevado de manuais para cada disciplina, uma vez que só existem três disciplinas, logo o
investimento em manuais neste nível de ensino é mais baixo. No entanto, a maioria dos
professores deste ciclo tem por base as melhores propostas editoriais, o que revela a realidade do
nosso sistema de avaliação e certificação de manuais escolares em Portugal. Compreende-se, por
isso, porque é que no nível seguinte há uma diminuição de livros, e responde também ao facto de
nos restantes níveis de ensino existir menos oferta.
Contudo, não se pode afirmar que a qualidade dos manuais escolares tenha diminuído. Pelo
contrário, a mesma até tem vindo a aumentar. Comparando com os manuais de há dez ou vinte
anos atrás, o rigor é muito maior, quer no papel utilizado, como no cuidado editorial, gráfico e
desenvolvimento de matérias. O controlo na elaboração de um manual escolar é, também,
actualmente, muito maior. As editoras têm de apresentar respostas adequadas para que possam
apresentar o seu trabalho aos milhares de professores que irão adoptar manuais.
Poderá também criar comissões de trabalho que fundamentem o seu trabalho na análise das
escolhas feitas pelas escolas, verificando se estão de acordo com os objectivos definidos pela lei
actual, como a qualidade científica e pedagógica, sem nunca esquecer o cumprimento dos
programas curriculares em vigor e outras orientações curriculares. No entanto, este processo
poderá registar gastos consideráveis ao Estado Português, pois para cada área disciplinar serão
precisos especialistas que terão de analisar manuais durante meses, emitir relatórios conclusivos
e, permitir às editoras a sua revisão. Este processo, para além de ser dispendioso para o país, irá
também pôr em causa o trabalho dos professores e mesmo dos próprios alunos, devido ao atraso
que pode implicar todo este processo de verificação extenso e cauteloso.
Como nos indica Castro et al (1999), os manuais escolares são autênticos “best-sellers”, que se
situam nos tops mais vendidos em Portugal, não escapando a polémicas e críticas. O mesmo
autor refere ainda a existência, no passado, de um “manual único”, que atravessava gerações e
Portugal inteiro recitava os seus textos em conjunto. No entanto, são ainda alguns os
encarregados de educação que se manifestam contra o manual escolar, porque depois de
acabadas as aulas serve apenas para ficar arrumado num canto do armário, no sótão, na garagem,
na cave, não apresentando quaisquer benefícios para os seus educandos.
Noutro sentido, é certo que o manual escolar, quando bem especificado, claro e conciso, irá
contribuir para o sucesso ou não do aluno em questão, tecendo assim as suas malhas do sucesso
ou insucesso escolar. Por tudo isto, é importante definir uma política de manuais escolares, que
Como nos indica Castro et al (1999), os alunos carregam o seu manual no “saquinho de jóias
preciosas”, ou, por outras palavras, nas suas pastas escolares, que “aconchegam o peso da
sabedoria ao corpo”, transportando diariamente o manual de português. Com o fim das férias
espera-se uma nova etapa escolar, nos inúmeros manuais escolares a comprar para que o ano
lectivo corra da melhor maneira.
Desta forma, a escola torna-se o centro das atenções, sendo a partir dela que a maioria dos jovens
constrói a vida, com ou sem êxito. Para a maioria das famílias portuguesas o início do ano
escolar é uma roda-viva de coisas novas a surgir na vida dos estudantes. Significa uma renovação
de expectativas com esperança num novo ano repleto de novas aprendizagens, sendo também a
altura do ano em que os pais acabam por querer gastar mais dinheiro com os filhos, precisamente
por pensarem que será para darem o seu melhor. Um livro é como um convite à leitura, mas o
interesse do leitor passa pela conveniência do conteúdo que compõem o livro e pela sedução que
o mesmo transmite ao ser folheado.
“Aderimos, ou não, ao toque gostoso do papel, à mancha das palavras organizadas em colunas,
somos sensível ao estímulo provocado por cada imagem, os nossos olhos brilham e sorriem face
à sugestão das cores…e o texto torna-se fácil e apetecível e o seu conteúdo inteligível.
Participam as mãos, os olhos, enfim, todos os nossos sentidos reunidos numa análise que,
pretendemos, seja o mais aliciante possível” (Castro et al, 1999, p. 142).
Aspectos a ter em conta na análise de um manual escolar O professor deve dar especial valor a
vários aspectos na selecção de manuais escolares, bem como livros de consulta, destacando-se
aqueles que:
reais;
Têm textos bem distribuídos e seleccionados, como imagens e legendas adequadas, em
concordância científica com o texto base;
Possuam informação pertinente, que também elucide para o trabalho de pesquisa,
sugestivas com critérios e rigor científico (Casto et al., 1999).
Qualquer obra difunde algo ao leitor e os alunos não são indiferentes a esta interferência, quer
esta seja positiva ou negativa (Castro et al., 1999). A existência de outros manuais escolares e
materiais didácticos de consulta são importantes no auxílio das crianças para que estes formulem
novas maneiras de pensar, sabendo pesquisar informação adequada. Também os novos meios de
comunicação transmitem uma realidade em que encontramos variadíssima informação, por
exemplo os jornais e revistas que, são meios imediatos de conhecimento em que a palavra
perdura, assim como no livro. Toda a tecnologia educativa é importantíssima no processo de
ensino-aprendizagem “no momento em que os jovens preferem viver à sombra de imagens e de
palavras-chave” (Castro et al, 1999, p. 145).
Tal como nos alerta Castro et al (1999), o professor já não é a única transmissão de
conhecimentos com que as crianças têm contacto. Hoje em dia há todo um vasto leque de
hipóteses que o aluno tem à sua disposição no que diz respeito ao fornecimento de informação,
perdendo, desta forma, o professor o prestigiado lugar de principiador na transmissão de
conhecimentos à criança. Por isso mesmo, o docente deve adoptar, aqui, um papel de mediador
da informação que o aluno recolhe para além das aulas, através da internet, televisão etc.,
levando-o a obter sentido crítico, apreciativo e avaliador daquilo que lê, sabendo distinguir
documentos em que a verdade não assenta de todo, e outros, em que se pode tirar uma conclusão
óbvia acerca dos temas em pesquisa.
O papel do professor face ao manual escolar Todos os anos, os professores deparam-se com o
mesmo problema: avaliação de manuais escolares, pois o manual escolhido será o documento
mais lido pelos alunos ao longo do ano lectivo. Durante o mesmo ano lectivo, o professor deverá
reflectir e avaliar o manual para que saiba se serão necessários outros processos/estratégias de
ensino-aprendizagem para remediação ou enriquecimento do aluno; continuamente, e no final do
ano lectivo, o desempenho do mesmo é avaliado como forma de saber se este transita de ano ou
não. Sob este encadeamento de processos o manual estará sempre presente, pesando
constantemente os saberes dos alunos (Castro et al, 1999). Importa referir que, no que concerne à
Claramente, os professores devem valer-se de outros recursos didácticos que não o manual
adoptado, apontando o aperfeiçoamento dos conteúdos programáticos em consonância com os
objectivos estabelecidos pelo CN. Na verdade, todos os dias as reprografias das escolas
transbordam de trabalho, reproduzindo informação complementar, a pedido dos docentes, de
outros manuais escolares para fornecer os alunos.
“O manual escolar não pode ser utilizado como único recurso, único guia da prática lectiva,
único transmissor de conhecimentos e promotor de capacidades, atitudes e valores” (Castro et al,
1999, p. 144).
Muitas das apreciações de caráter negativo feitas aos manuais apontam para erros do ponto de
vista científico, falhas na transmissão de conteúdos específicos tais como a linguagem não
adequada ao nível etário em que os alunos se encontram, utilizando vocabulário desapropriado; a
Por isso mesmo, qualquer documento escrito deve ser sempre, antes de posto ao dispor do
público, revisto pela crítica em geral, pois um texto, assim como qualquer documento escrito, é
algo a que o aluno irá recorrer constantemente, porque é perecível, estará sempre ali para ser lido
e relido pelo aluno (Castro et al, 1999).
Deste modo, verifica-se que o manual escolar é detentor de grande importância e um excelente
instrumento de trabalho para os professores, influenciando a organização do programa, e
servindo como auxílio na preparação de aulas, tanto pelos professores como pelos próprios
alunos, tendo estes a oportunidade de, em casa, adiantarem alguns saberes, chegando a ser de
grande utilidade, também, pelos encarregados de educação (Carvalho & Fadigas, in Rego et al.,
2010).
Em alguns Estados dos EUA, o sistema de avaliação e acreditação de manuais escolares tem um
departamento de coordenação para o efeito, como é caso do Estado da Carolina do Norte, onde
os manuais são avaliados e acreditados pelo Department of Public Instruction - Public schools of
North Carolina, composto por uma comissão de professores dos diferentes níveis de ensino e por
representantes de Estado. As editoras são convidadas a submeter manuais para acreditação e
avaliação, correspondendo aos critérios definidos (Rego, et al., 2010).
Todas as escolas são obrigadas a preencher uma “Base de Dados”, disponibilizada no site do
ME/DGE. Este documento permite a recolha de informação online, no que diz respeito ao
processo de apreciação, selecção e adopção de manuais escolares. Desta forma torna-se possível
conhecer os manuais escolares apreciados, seleccionados e adoptados em todas as áreas
curriculares, por cada instituição. Permite, ainda, obter uma estimativa do número de alunos para
que as editoras possam editar triagens de número exacto dos respectivos manuais.
Na verdade, pelo facto de serem elementos estruturadores dos conteúdos disciplinares e um dos
principais instrumentos na transmissão de conhecimentos, o manual escolar executa uma
importante função no regulamento das práticas pedagógicas (Carvalho, in Morgado, 2004). Em
suma, não é de estranhar que os manuais escolares sejam ferramentas de trabalho muito
utilizadas pelos professores e pelos alunos, construídos e dirigidos, preferencialmente, para os
primeiros, dado ser ao colectivo docente que compete a escolha do manual para acompanhar o
aluno durante um ano lectivo, não deixando de ser surpreendente que um recurso que vai ser
maioritariamente usado pelo aluno, seja escolhido e analisado pelo professor (Morgado, 2004).
Segundo Vieira e Volquind (2002, p. 11), trabalhar com oficinas é “uma forma de ensinar e
aprender, mediante a realização de algo feito colectivamente”. Assim, a oficina é uma
possibilidade de quebrar a hierarquia que persiste entre professores e alunos, pois proporciona
uma experiência na qual são evidenciados o ensino e a aprendizagem de ambos. Ela ultrapassa a
mera transmissão de conhecimentos, visto que tanto o aluno quanto o professor se sentirão
instigados a perguntar e a buscar as respostas, a partir da realidade em que atuam. Vieira e
Volquind (Idem, p. 12) apresentam, ainda, a necessidade de que uma oficina, ao ser realizada,
evoque três âmbitos do ser humano: o pensar, o sentir e o agir. Ao unir esses três momentos, o
aluno reconhece o problema em seu quotidiano, reflecte sobre ele e se sente motivado a
transformá-lo, de acordo com suas concepções.
(a) Articulação de conceitos, pressupostos e noções com acções concretas, vivenciadas pelo
participante ou aprendiz;
Como se pode observar, uma oficina prioritariamente deveria articular a teoria com a prática, ou
seja, unir o conhecimento científico com o conhecimento empírico; além de proporcionar o
trabalho em equipe, seja entre os alunos, seja pela interdisciplinaridade. E este se constitui no
principal desafio pedagógico docente: proporcionar caminhos para que o aluno se identifique
com sua realidade e desenvolva a capacidade de trabalhar em grupo.
Uma proposta teórica interessante para estimular a união da teoria, da prática e do trabalho em
equipe é fornecida pela pedagogia histórico-crítica, encontrada no livro “Uma didáctica para a
pedagogia histórico-crítica”, de João Luiz Gasparin (2009, 190 p.). Em sua abordagem, o autor
propõe acções articuladas em cinco momentos durante a aprendizagem de um conteúdo.
A utilização de filmes em sala de aula não é um procedimento novo. Com o auxílio de um vídeo
cassete ou DVD plugados numa televisão é possível aproveitar (se esse for o objectivo do
professor) várias aulas de História para discutir e analisar determinados períodos históricos
utilizando esse recurso. Mas, como os professores utilizam esse recurso? Em quais momentos
das aulas são organizadas sessões utilizando o audiovisual? Existem períodos anteriores ou
posteriores à exibição para a discussão do que vai ser ou do que foi visto? Será que a produção é
apresentada como ilustração dos acontecimentos já estudados? Esta pesquisa visa relacionar o
Ensino de História e o Cinema trazendo propostas de análise para a sua utilização em sala de
aula.
As temáticas referentes às três áreas aqui interligadas foram fundamentais para esse trabalho:
Ensino, História e Cinema. Um dos aspectos mais importantes foi articular as representações
produzidas pelos filmes, criadas por indivíduos do final do século XX, para discutir e entender o
modo de pensar e de agir dos medievais.
Desse modo, é possível, por meio da análise do filme como representação, compreender as
representações tanto da própria realidade da época na qual o filme foi produzido, quanto das
representações sobre a realidade à qual o filme faz referência. Uma das intenções de lançamento
do filme Os Visitantes foi homenagear os duzentos anos da Revolução Francesa (1789), fato
histórico que é lembrado no filme fazendo um contraponto entre a Idade Média e a época
Contemporânea.
A planificação e a tomada de decisão no sentido mais abrangente possível, são vitais para o
ensino e interagem com todas as funções executivas do professor. Portanto pode-se afirmar que,
no ensino, a planificação docente não é somente uma necessidade mas acima de tudo um
imperativo que se impõe a todo o autêntico educador.
O professor ao planear a sua acção tem, pois, de estar bem consciente dos seus aspectos positivos
e das suas limitações como pessoa e como profissional, a fim de que possa tirar deles o maior
partido possível. Só assim será possível seleccionar as situações que, respondendo às
necessidades e interesses dos alunos, melhor se adaptem às suas próprias características.
Nesta óptica Cortesão (1994:115), esclarece que “um professor pode e deve crescer
profissionalmente e, tal como acontece com os alunos, só crescerá se for fazendo coisas que
antes não fez e sobretudo coisas, de reflexão, da análise critica, de autodomínio, de capacidade
de oferecer aos alunos esperam e têm necessidade e não aquilo que lhes é mais fácil dar.”
É de referir, que tanto o professor como o aluno vão ganhando eficácia na medida em que vão
acumulando e enriquecendo experiências ao lidarem com situações concretas do ensino.
Como é óbvio a planificação docente constitui, um pilar decisivo para a eficácia e sucesso do
processo ensino/aprendizagem. A importância da planificação pode ser apreciada através da
grande variedade de actividades educacionais que são afectadas pelos planos e decisões do
professor. Sobre este particular, Arends (1999:44), “inclui a decisão do tempo de instrução
atribuída a alunos individualmente ou em grupos; a constituição dos grupos; a organização de
horários diários, semanais e trimestrais; a compensação de interrupções alheias à sala de aula e a
comunicação com professores substitutos.”
“A planificação docente assume uma grande importância de prática profissional de todos aqueles
que se esforçam na construção de uma escola empenhada numa comunicação clara entre os
elementos implicados na acção educativa, uma escola mais lúcida, e mais humana que procura
actuar com base na realidade dos seus alunos, uma escola mais eficiente no aproveitamento do
tempo e do” espaço” de que se dispõe para ajudar os seus alunos a” crescer”.
Na mesma linha de reflexão podemos dizer que a tarefa panificadora do professor não é nada
fácil, pois é ele quem selecciona, organiza e apresenta o conteúdo ao aluno. De acordo com o
Por outro lado, exige dos mesmos muita dedicação, responsabilidade, estudo e deve ter uma
visão global de todos os elementos essenciais do desenvolvimento curricular, pois tudo aquilo
que é trabalhado em sala de aula merece ser revisto e bem preparado.
2.1. 1. Razões que levam os professores a planificarem
Arends (1999:44), sublinha que é de facto essencial que o professor tenha um fio condutor das
suas aulas. Neste sentido comparar a planificação da aula a um mapa de estrada, para se chegar a
um destino é necessário: traça-se um caminho, embora durante o percurso pode ocorrer desvios e
no final chegar ao sítio pretendido.
Assim a planificação não deve ser rígida. Pelo contrário, deverá ser uma previsão do que se
pretende fazer, tendo em conta as actividades, material de apoio e essencialmente o contributo
dos alunos. Privilegiando as relações pessoais entre todos os membros do grupo-turma, e fazendo
com que os alunos se sintam como elementos no processo educativo.
De acordo com Clark e Yinger apud por Zabalza (2001:48-49) quando se perguntar a um
conjunto de professores por razão planificam, as respostas poderam ser agrupadas em três
categorias:
A nosso ver a planificação docente procura respostas antecipadas para necessidades educativas
dos alunos tendo em conta a sua diversidade. Assim, o docente torna-se mais competente em
gerir a diversidade na sala de aula tanto em termos de estilos cognitivos dos alunos como em
termos de comportamentos procurando satisfazer os seus anseios de filiação com os outros e de
auto-realização, aspectos, esses, considerados de suma importância para o reforço da motivação
na sala de aula.
Ainda, Arends realça que uma outra consequência da planificação do professor é a” redução dos
problemas disciplinares e das interrupções que podem ocorrer numa sala de aula.” Confirma que
ela é a” chave para a supressão da maior parte dos problemas de gestão da sala de aula” (ibidem).
Efectivamente um estudo levado a cabo por John Zahorik (1970) citado por Arends (1999:47)
que também analisarem o impacto da planificação docente constataram que entre os docentes
que planificam e os que não planificam. Os primeiros eram menos sensíveis às ideias dos alunos
e pareciam prosseguir os seus objectivos, não obstante aquilo que os alunos pensavam ou diziam.
Pelo contrário, os professores que não planificavam revelaram um maior número de
comportamentos não -verbais que encorajavam e desenvolviam as ideias dos estudantes.”
De qualquer forma, Arends (1999: 45), reforça que tanto a teoria como o bom senso sugere que,
para qualquer tipo de actividade, quando se planifica, os resultados a obter são bem melhores.
A partir das ideias dos autores abordados podemos extrair que a qualidade da preparação da aula,
depende, em medida considerável, a sua efectiva realização e obtenção dos objectivos
pedagógicos a serem alcançados ao longo do momento de interacção na sala de aula com os
alunos. Assim, se o professor preparar bem as suas aulas todos os dias, estará em melhores
condições para desenvolver um processo ensino/aprendizagem de qualidade, mais rico e
diversificado.
Entretanto, cabe destacar que, o convite à reflexão sobre o trabalho do professor não ficaria
completo se, em todo o processo de planificação e realização das tarefas não existisse uma
avaliação sistemática e continuada tanto do desempenho dos alunos como do desempenho do
professor.
Os modelos da planificação
Como é do nosso conhecimento ao iniciar um ano lectivo é importante que o professor tenha
uma visão de conjunto sobre o processo ensino/aprendizagem a desenvolver ao longo do ano
lectivo, tanto no que diz respeito especificamente a sua disciplina como, de uma forma geral, à
acção das várias disciplinas considerada como um todo na acção educativa. Para isso no início do
mês de Setembro, a primeira preocupação dos professores deve consistir em delinear
globalmente a acção a ser empreendida ao longo de todo o ano escolar. Neste sentido podemos
falar de uma planificação a longo, médio e curto prazos.
Em conformidade com Arends (1999: 61), a eficácia dos planos anuais gira geralmente à volta da
capacidade de incluir três facetas.
Temas e atitudes gerais: isso significa que muitos dos professores no início do ano lectivo
preferem passar aos seus alunos uma série de atitudes, metas e temas gerais sobre
disciplina, elementos esses que não se podem tratar numa só aula, mas só através de
determinadas vivências ao longo do ano, que devem ser previstas pelos professores.
Matéria a dar: como se sabe, são inúmeros os temas a tratar e várias actividades a
realizar, por outro lado, o tempo não chega para tudo, cabe ao professor ter a capacidade
de saber seleccionar o mais essencial do acessório.
Cortesão (1994:71), afirma que para a realização de uma planificação a longo prazo deve- se
reunir documentos, tais como: programa planificações de anos anteriores, livros, e outras
matérias didácticos.
• Identificar as finalidades que através dele se pretendem atingir e analisar o seu grau de
coerência com as finalidades do currículo;
• Identificar os temas organizadores que fazem dos conteúdos um todo coerente; • Analisar as
características gerais da população escolar;
De acordo com Arends (1999:59-60), designa-se por planificação a médio prazo “os planos de
uma unidade de ensino, ou de um período de aulas. Basicamente, uma unidade corresponde a um
grupo de conteúdos e de competências associadas que são percebidas como um conjunto lógico.”
Melhor dizendo, durante o seu desenrolar, é necessário elaborar planos médios de cada um dos
blocos de aprendizagem, e Arends acrescenta que para planificar uma unidade é necessário
interligar conteúdos, objectivos, estratégias/actividades, materiais, métodos, avaliação, durante
dias, semanas, ou meses (ibidem).
10- Levantamento das medidas prévias necessárias para levar a cabo as actividades previstas
na unidade (contacto com pais, autorizações para visitas de estudo, marcação de transportes,
aluguer de filmes, cassetes, ect.).
Desta forma, vai-se traçar o percurso para uma série de aulas e, vai reflectir a compreensão que o
professor tem tanto ao conteúdo como ao processo de ensino. Em vista disso diríamos que este
Cortesão (1994:71), enfatiza que ” durante o ano lectivo é focalizado a acção que se desenrola
num contexto muito particular, é necessário elaborar planos correspondentes às acções que no
dia-a-dia vão concretizar as diferentes parcelas do anterior.”
Ainda, podemos acrescentar que consiste na planificação de cada aula onde se definem todos os
ingredientes essências do plano.
Arends, (1999:59), elucida - nos que estes planos são aqueles a que o professor disponibiliza
mais atenção. É também aqui que melhor se percebe a forma como o professor encara a dinâmica
do ensino/aprendizagem. Geralmente, os planos diários contêm os conteúdos a serem ensinados,
as técnicas/estratégias motivacionais a serem exploradas, os passos e actividades específicas
preconizadas para os alunos, os materiais necessários e os processos de avaliação.
Nessa sequência Yinger citado por Altet (2000:113), sustenta que “ as planificações das aulas
são o principal suporte para o estabelecimento das rotinas, e define-as como, conjuntos de
procedimentos estabelecidos que têm como função controlar e coordenar sequências específicas
de comportamentos.”
Para além disso, ainda, Altet salienta que “ os professores geralmente planificam as suas aulas
em função do programa e de uma progressão. Antecipadamente reúnem a documentação,
definem objectivos, escolhem um método, optam por determinadas estratégias e determinado
material e, antecipadamente, constroem um cenário que determina as interacções que irão
desenrolar na aula” (ibidem).
Nestes termos, planificar é transformar uma ideia num percurso de acção. Isto mesmo escreve
Carvalho e Diogo (1999: 13), ao referirem que a planificação tem “um pé” na situação vivida e o
outro na situação desejada, definem na comportando como uma a linha condutora da acção,
dando- lhe um significado e sentido específicos.
Em conformidade com (Piletti, 2001:73 apud Castro) o plano de aula” é a sequência de tudo o
que vai ser desenvolvido em um dia lectivo. (...) É a sistematização de todas as actividades que
se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de
ensino/aprendizagem.”
Em coerência com a ideia do autor podemos pronunciar que é aqui que o professor escreve o
sumário, indica os conteúdos, objectivos da aula, aponta matérias necessários para a aula, utilizar
uma linguagem clara e concisa, observar e acompanhar o ritmo dos alunos na sala de aula, faz
distribuição de tempo para a realização das diferentes tarefas, delinear as estratégias, actividades,
dinâmica, passar trabalhos de casa e entre outras. Este serve como uma ferramenta
importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho do professor.
Pires (1991:38), apresenta, que de acordo com vários estudos feitos pelo Yinger (1979/80), o
seguinte modelo descritivo dos processos de planificação docente, em três fases:
A investigação feita por essa autora Darling-Hammond, 2001 (citado por Batanero 2003:40),
demonstra que, por um lado a planificação e o ensino são tarefas que devem ser realizados em
equipa, permitindo os docentes compartilhar os conhecimentos entre si. Por outro, os professores
devem planificar tendo em conta as capacidades e necessidades de seus estudantes, e ademais é
flexível. Em relação a este aspecto eles ainda, concluem que as planificações abertas e flexíveis
são mais eficazes que os programadas com detalhe na medida em que o estimulam.
Nesta lógica de reflexão, Zabalza (2000:48), citando Clark e Peterson, afirma que há dois modos
de planificar:
™ Uma concepção cognitiva, segundo a qual a planificação é uma actividade mental interna do
professor através dos quais a ele visualiza o futuro e faz um inventário (levantamento) de fins e
meio e constrói um marco de referência que guie as suas acções.
™ Concepção mais externa referindo aos passos concretos que o professor dá para planificar, as
coisas que os professores fazem quando dizem que estão planificando.
Neste sentido Monteiro (2001: 33-35), apresenta - nos as fases da elaboração da planificação ( a
nível de unidade de aula ).
É de salientar que Altet (2000:118), diz a este respeito que “ os docentes caminhem no sentido
de fundamentar a prática para que o processo de ensino/aprendizagem possa realizarse de
maneira mais concisa, mais pensada e, principalmente, para que o plano de disciplina seja
plenamente elaborado e cumprido”. No que toca a isso, é fundamental a organização das aulas,
preparando-as adequadamente. Neste sentido há um elo de ligação entre os actores intervenientes
da educação no sentido de aprimorar a eficiência e eficácia no processo educativo.
Relativamente a este assunto Ruiz (2005:109), elucida que “el tiempo al igual que el espacio
debe ser lo suficientemente amplio y flexible que permita la construccion de conocimiento
comprensivo. Por lo tanto, si fuera posible hay que ampliar la información, el tiempo las tareas.”
Na mesma perspectiva Arends (1999:79), refere que o tempo” é um recurso mais importante que
o professor tem de controlar, não só quanto tempo deve ser gasto numa matéria específica, mas
como gerir e focalizar o tempo dos alunos nos assuntos escolares em geral.”
Ainda, Arends diz que “ outro recurso importante é o espaço da sala de aula, como movimentar-
se nesse espaço; onde colocar os alunos, os materiais e as carteiras; e como criar um ambiente
adequado à aprendizagem” (ibidem).
Teremos Arends (1999:89), como ponto de partida quando refere que “o tempo e o espaço são
dois recursos sobre os quais os professores devem ter um controlo considerável. Ambos são
finitos, mas o tempo é o recurso mais crucial e cobiçado em termos de objectivos académicos.
A preocupação principal com o espaço não é andar a correr como com o tempo, mas
experimentar reflectidamente com a reorganização da disposição da sala de aula.
Peterson, Marx e Clark (apud por Zabalza 2000:54), fizeram uma observação relativamente aos
aspectos a que os professores dão importância quando planificam.
™ Os professores dedicam maior parte do tempo da planificação a decidir que conteúdos vão
ensinar;
™ Depois, concentram o seu esforço na preparação dos processos instrutivos, isto é que
estratégias e actividades se vão realizar;
Ainda, segundo Moreira (2004:50), os conteúdos devem ser apresentados de forma a tornarem-se
significativos e funcionais para os alunos;
Por outro lado, Monteiro (2001:32), sugere que “é necessário que o professor tenha um
conhecimento aprofundado do programa da sua disciplina, dos conteúdos e finalidades
propostas.”
No que concerne a ideia do autor acima referida convém acrescentar que tudo isso desenrola
num plano de aula. O professor deve estar consciente que a planificação é um processo de
intenções e não tem um carácter rígido. Pode ser alterada a qualquer momento, uma vez que não
é possível prevê tudo o que irá acontecer na aula. Os alunos estão sempre surpreendendo o
professor com questões que o faz modificar ou adaptar o que tinha sido planeado.
O professor deve ter clara a consciência de que tem a capacidade para modificar, se assim o
entender, a sua planificação. Sem a planificação, mesmo um professor experiente poderá
necessitar de um apoio escrito que o ajude a ter uma visão global e também de pormenor que
facilita muito mais as eventuais correcções.
Os alunos, para que eles próprios possam saber o que estão a fazer e porquê, ou seja, ter
consciência do seu próprio progresso agir e reflectir propondo actividades na medida que
a situação exige;
O professor, pois é uma forma de racionalizar, organizar, sistematizar reflectir sobre o
seu próprio trabalho, sobre as linhas orientadoras adequadas a aprendizagem, controlar e
faz ajustamentos permanentes de acordo com as necessidades e interesses dos alunos,
Naturalmente podemos clarificar que ser professor não é uma tarefa fácil. Exige cada vez mais
esforço e responsabilidade, como diz Baptista (s:d), ser professor “significa uma profissão de
enorme desgaste diário e que obriga uma actualização constante”, neste âmbito o professor deve
ter uma visão holística sobre a área educacional para poder saber enfrentar todos os desafios
encontrados, propondo propostas de melhoria para sucesso do processo educativo.
Do nosso ponto de vista ao elaborar um plano de aula é importante estar atento às reais
necessidades, interesses e possibilidades dos alunos, podendo sofrer alterações adequando-os às
características reais dos alunos. Na mesma linha de ideia, o professor pode reflectir sobre seus
objectivos, metodologias, conteúdos e avaliação relacionados com sua disciplina.
Cortesão frisa que (1994:94), um bom plano, que revelará portanto coerência, adequação,
flexibilidade, continuidade, precisão, clareza e riqueza; um plano para elaboração do qual não há
receitas mas que todos vamos ser capazes de construir deve ter:
A este respeito Zabalza (2000:49), leva em consideração que a planificação se realiza através
de mediadores da planificação. Ou seja, a escola e os seus intervenientes não abordam a partir
dos seus conhecimentos teóricos, nem improvisam, a tarefa de esboçar o ensino, fazendo-o sim
através de tipos diversos de matérias didácticos que oferecem, desde logo, esboços de
• Livros de texto;
• Materiais comerciais;
• Guias curriculares;
• Revistas;
É de frisar que estes mediadores constituem pontos de partida para qualquer planificação docente
do processo ensino/aprendizagem. A presença destes é indispensável e cabe ao professor tirar
delas o máximo partido no sentido de planificarem as suas aulas cada vez mais ricas e
motivadoras para os seus alunos reorientando.
Com a mudança de paradigma de ensino para paradigma da aprendizagem o aluno passou a ser o
centro das atenções e isto implica mudanças no processo educativo. É neste encadeamento que
vamos aclarar as ideias sobre as competências de ensino/aprendizagem.
Quando falamos sobre as situações de aprendizagem, logo pensamos no professor, na sua prática,
e na relação entre o saber e a prática. Pois estes ocupam uma posição estratégica na sociedade
devido as relações que os unem á sociedade, uma vez que essa relação não reduz se uma mera
transmissão de conhecimentos já constituídos.
A escola é inteiramente organizada para favorecer a progressão das aprendizagens dos alunos e
não se pode programar as aprendizagens sem tomar as decisões estratégicas. Os programas são
concebidos nessa perspectiva, assim como os métodos e os meios de ensino propostos aos
professores.
Perenoud lembra que certas aprendizagens só ocorrem graças as interacções sociais, seja porque
visa o desenvolvimento de competências de comunicação ou de coordenação, seja porque a
interacção é indispensável para provocar aprendizagens que passem por conflitos cognitivos ou
por formas de cooperação.
Os professores devem incentivar as visitas dos pais, preferencialmente com horário préagendado,
evitando assim a interrupção durante as actividades regulares. Devem comunicar o progresso da
criança de diversas formas. Os professores devem estimular o diálogo familiar envolvendo os
pais em conversas sobre a matéria educativa dos educandos, dotá-los de estratégias para poderem
participar activamente na educação dos seus educandos, através de reuniões, convívios e
intercâmbios.
Uma das competências esperadas pelo professor aqui, é a resolução de conflitos dentro e fora da
escola. Para que o professor se torne eficiente na ligação que estabelece com o seu aluno, precisa
de dominar competências de comunicação que lhe permita dialogar com mais eficácia, dando
também mais significados a conceitos como: respeito pelos interesses dos alunos; educação de
afectos; liberdade de aprender; bom clima na sala de aula; construção de conhecimentos e
autonomia de aprendizagem.
Referencias Bibliográficas
3. CASTRO, Rui V. et al. (1999). “Manual escolar. Estatuto, funções, história.” Braga:
Universidade do Minho.
4. FERRO, Marc. O Filme: uma contra-análise da sociedade? In. LE GOFF, J. & Nora, P.