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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Economia e Gestão


Curso de Licenciatura em contabilidade e auditoria

Energia e Meio Ambiente em Moçambique.


A Relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.

Catarina Maluzane Malate


41210051

Maxixe, MaIo, 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Departamento de Economia e Gestão
Curso de Licenciatura em contabilidade e auditoria

Energia e Meio Ambiente em Moçambique.


A Relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.

Trabalho de Campo a ser submetido na


Catarina Maluzane Malate
Coordenação do Curso de Curso de
41210051
contabilidade e auditoria do ISCED.
Tutor:

Maxixe, Maio, 2023


Índice
1.0. Introdução.............................................................................................................................4
1.1. Objectivos.............................................................................................................................5
1.1.1. Objectivo............................................................................................................................5
1.1.2. Objectivos específicos.......................................................................................................5
1.2. Metodologias........................................................................................................................5
2.0. Referencial teórico................................................................................................................5
2.1. Conceito de energia..............................................................................................................5
2.2. Meio ambiente......................................................................................................................5
2.3. Recursos naturais..................................................................................................................6
3.0. Energia e Meio Ambiente em Moçambique.........................................................................6
3.1. Lei do ambiente....................................................................................................................6
3.2. Energia..................................................................................................................................7
4.0.A Relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique..........................8
5.0. Matriz Energética em Moçambique......................................................................................8
5.1. Energia solar em Moçambique.............................................................................................8
5.2. Biomassas e bioenergias em Moçambique...........................................................................9
5.3. Energia eólica em Moçambique.........................................................................................10
5.4. Energia geotérmica em Moçambique.................................................................................10
5.5. Matriz energética regional e moçambicana........................................................................10
Conclusão..................................................................................................................................12
Referências bibliográficas.........................................................................................................13
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1.0. Introdução
O setor energético é essencial para o desenvolvimento social e econômico das sociedades,
revelando-se como elemento basilar das cadeias produtivas industriais e comerciais no mundo
inteiro. A sociedade moderna não quer abrir mão das comodidades e benefícios que a
indústria do petróleo provê: os combustíveis e produtos químicos. Por outro lado, a mesma
sociedade não aceita mais o custo ambiental negativo que esta indústria cobra desde o século
XX, com acidentes que causam devastações da flora e fauna, aumento da temperatura do
planeta e a emissão excessiva de gases de efeito estufa (GEE), que altera o equilíbrio térmico
na Terra (MOTA e MONTEIRO, 2013). Como alternativa, diversos órgãos mundiais têm
evidenciado esforços para encontrar soluções eficientes e realce das ER na matriz energética
mundial. O presente trabalho de pesquisa, aborda sobre a Energia e Meio Ambiente em
Moçambique e a Relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique. Para
realização do trabalho, recorreu a metodologia de pesquisa bibliográfica sob forma de
abordagem exploratória, que para Mattar (1996:84), a pesquisa exploratória é apropriada para
os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a
compreensão do fenómeno por parte do pesquisador. no que concerne a organização do
trabalho, sua evolução seguiu a sequencia dos títulos e subtítulos e por fim as referencias
bibliográficas.
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1.1. Objectivos

1.1.1.Objectivo
 Desenvolver abordagem sobre Energia e Meio Ambiente em Moçambique e a Relação
entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.

1.1.2.Objectivos específicos
 Explicar o contexto da Energia e Meio Ambiente em Moçambique
 Explicar a relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.

1.2. Metodologias
Este trabalho é uma pesquisa exploratória que visa a prover o pesquisador de maior
conhecimento sobre o assunto. Segundo Mattar (1996:84), a pesquisa exploratória é
apropriada para os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, o conhecimento
e a compreensão do fenómeno por parte do pesquisador. A pesquisa exploratória também
pode ser usada como um passo inicial de um processo contínuo de pesquisa. Para Gil
(1991:45), a pesquisa exploratória assume, na maioria das vezes, o formato de pesquisa
bibliográfica. Considerando a natureza dos problemas apresentados, foi realizado um
levantamento bibliográfico a partir de informações pertinentes encontradas em livros e artigos
de revistas especializadas.

2.0.Referencial teórico

2.1.Conceito de energia
Não há uma definição exata para energia, mas podemos dizer que ela está associada à
capacidade de produção de ação e/ou movimento e manifesta-se de muitas formas diferentes,
como movimento de corpos, calor, eletricidade etc.
Segundo o Princípio de Lavoisier, a energia não pode surgir do nada e nem pode ser
destruída. A única possibilidade que existe é a transformação de um tipo de energia em outro,
como a energia da queda d´água nas hidrelétricas que é convertida em energia elétrica.

2.2. Meio ambiente


Meio ambiente é definido como o conjunto de elementos e processos biológicos, químicos e
físicos que orientam e criam as condições necessárias para a manutenção da vida no planeta
Terra. Essa é uma das principais e mais abrangentes definições para o termo, utilizada tanto
pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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Do ponto de vista da Geografia, o meio ambiente compreende também todo o espaço natural e
o espaço geográfico, aquele espaço dinâmico que se encontra em processo de modificação
pela ação antrópica. Assim, devemos levar em consideração que os seres humanos e a sua
organização social e econômica são parte do meio ambiente, interagindo com ele e
modificando-o de acordo com a sua necessidade.

2.3. Recursos naturais


Definidos como toda a matéria ou ainda energia, renovável ou não, que a natureza coloca à
disposição do homem, os recursos naturais garantem a sustentabilidade da vida humana sobre
a terra e, constituem igualmente, um meio de sobrevivência e melhoramento da qualidade de
vida do homem. O oxigénio, a água dos rios, a madeira, o petróleo, o gás, o ouro, o carvão, o
diamante, a energia eléctrica e solar, a título de exemplo, são recursos naturais, alguns dos
quais vitais para a sobrevivência humana, pelo que sem eles, não seria possível a vida do
homem na terra. É como se tudo o que há na natureza tivesse uma finalidade pré- projectada:
teleologia do mundo.
Deste modo, não restam dúvidas da importância que os recursos naturais têm para a vida
humana e não só, mas também de outros seres da natureza, quer de essência animal, quer
vegetal. É por essa razão que alguns (muitos) defendem que o mundo é uma prenda divina.
3.0. Energia e Meio Ambiente em Moçambique.
A Constituição, em primeiro lugar, eleva o ambiente à categoria de bem jurídico fundamental
da comunidade, ao lado de outros bens clássicos, como a vida, a integridade física, as
diferentes liberdades, entre outros. A protecção constitucional do bem jurídico ambiente foi
significativamente reforçada na Lei Fundamental de 2004, a qual não só sublinhou o direito
fundamental de todo o cidadão ao ambiente equilibrado e respectivo dever de o defender,
como ainda maximizou o interesse
público de protecção do ambiente, criou uma norma geral prevendo deveres do cidadão para
com a comunidade, incluindo o de defender o ambiente, consagrou o direito de acção popular
como garantia para defender bens jurídicos de natureza difusa ou colectiva, entre os quais o
ambiente4, e consubstanciou como um dos princípios estruturantes o princípio do
desenvolvimento sustentável.

3.1. Lei do ambiente


A Lei do Ambiente configura-se actualmente como uma espécie de Lei-quadro, fixando os
pilares do regime de protecção jurídico-legal do ambiente. Segundo o respectivo artigo 2, esta
Lei “tem como objecto a definição das bases legais para uma utilização e gestão correctas do
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ambiente e seus componentes, com vista à materialização de um sistema de desenvolvimento


sustentável no país”.
O quadro jurídico-legal do ambiente é complementado por um conjunto de leis e
regulamentos respeitantes aos diversos sectores de actividade, designadamente de terras,
águas, florestas e fauna bravia, pescas, turismo, saúde, agro-pecuária, indústria, comércio,
transportes e comunicações, minas, petróleos (incluindo gás natural), energia, obras públicas e
cultura.
A preocupação com a protecção do ambiente tornou-se paulatinamente presente na vasta e
dispersa legislação sectorial, ainda que o tratamento tenha sido feito de forma bastante
diferenciada em termos de profundidade, existência e alcance.
No quadro jurídico das minas, atenda-se à Lei de Minas (Lei n.º 14/2002, de 26 de Junho), ao
Regulamento da Lei de Minas (aprovado pelo Decreto n.º 62/2006, de 26 de Dezembro), o
Regulamento Ambiental para a Actividade Mineira (aprovado pelo Decreto n.º 26/2004, de 20
de Agosto) e as Normas Básicas de Gestão Ambiental para a Actividade Mineira (aprovadas
pelo Diploma Ministerial n.º 189/2006, de 14 de Dezembro).
No sector petrolífero, para além da Lei dos Petróleos (Lei n.º 3/2001, de 21 de Fevereiro), o
Regulamento das Operações Petrolíferas (aprovado pleo Decreto n.º 24/2004, de 20 de
Agosto), o novissimo Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (aprovado pelo
Decreto n.º 56/2010, de 22 de Novembro) e o Regulamento de Licenciamento das Instalações
e Actividades Petrolíferas (aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 272/2009, de 30 de
Dezembro).

3.2. Energia
No sector energético, a Lei n.º 21/97, de 1 de Outubro, regula a actividade de produção,
transporte, distribuição e comercialização de energia eléctrica. Esta Lei teve sequência
regulamentar através do Decreto n.º 42/2005, de 29 de Novembro (que aprovou o
Regulamento que Estabelece Normas Referentes à Rede Nacional de Energia Eléctrica) e do
Decreto n.º 48/2007, de 22 de Outubro (que aprovou o Regulamento de Licenças para
Instalações Electricas). Esta Lei está de certo modo desajustada em relação aos grandes
desafios que se colocam em face da corrida para os biocombustíveis, bem como das chamadas
energias novas ou renováveis. Para o efeito, o Governo aprovou duas importantes políticas – a
Política e Estratégia de Biocombustíveis (aprovada pela Resolução n.º 22/2009, de 21 de
Maio e a Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis (aprovada pela
Resolução n.º 62/2009, de 14 de Outubro). Falta agora preparar o necessário arranjo legal, que
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pode ser via aprovação de uma nova Lei sobre a Energia, ou então, solução mais fácil, através
da preparação de regulamentos a aprovar pelo Conselho de Ministros.
Pela localização geográfica e as condições geológicas, Moçambique dispõe de uma vasta
gama de recursos energéticos renováveis e não renováveis, que proveem condições favoráveis
para satisfazer as necessidades energéticas locais e regionais. O potencial total de ER no País
é de 23.026 GW (giga Watt), sendo: energia solar é a mais abundante 23.000 GW, seguida da
fonte hídrica 19 GW, eólica 5 GW, biomassa 2 GW (entre a lenhosa, etanol e biodiesel);
geotérmica 0,1 GW; e oceânica 10 kW (quilo Watt) (ALER, 2017; GUEIFÃO et al., 2013).
Apesar disso, o País se encontra na situação de pobreza energética, que segundo MATOS
(2017, p.1) “A pobreza energética reflete a dificuldade no acesso a uma diversidade de
serviços energéticos por parte de um indivíduo ou agregado familiar”. Onde, mais de dois
terços da população não tem acesso à REN (EDM, 2018), continuando dependentes de
sistema de painéis solares e biomassa, com impacto negativo no meio ambiente e a saúde.

4.0.A Relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.


Os recursos minerais dividem-se em metálicos e não-metálicos. Os metálicos (ferro, níquel,
alumínio e ouro) e os não-metálicos (areias pesadas, argila, calcário, pedras preciosas e
semipreciosas). Por sua vez, os recursos energéticos são aqueles que produzem e acumulam
energia. Estes podem ser classificados em renováveis e não renováveis. O ar, o vento, o sol,
as ondas do mar, a água dos rios, o calor da Terra, são fontes de energia renováveis, enquanto
os combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás natural) e a energia nuclear (urânio) são
recursos energéticos não renováveis. Portanto, a expressão “recursos naturais” agrega: “terra,
florestas, minerais e energéticos” (CASTEL- BRANCO, 2010, p. 3).

5.0.Matriz Energética em Moçambique.

5.1.Energia solar em Moçambique


O Sol é a maior fonte de energia para a Humanidade. É responsável por outras fontes de
energia, desde a dos ventos, das marés, da água corrente – uso direto – à energia das plantas e
animais – uso indireto (ALMEIDA et al., 2013; CHANDEL et al., 2014).
A energia solar que atinge a superfície da Terra tem um valor médio de 1700 kWh/m2 por
ano, correspondente a cerca de 10 mil vezes o consumo mundial de energia (GREEN et al.,
2018). A radiação solar depende das condições climáticas e atmosféricas, responsáveis por
atenua-la, por reflexão, dispersão e absorção dos raios na atmosfera (KABIR et al., 2017).
São conhecidas basicamente três formas de captação e conversão da energia solar: (i) química
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ou foto- bioquímica, onde certos organismos sintetizam carboidratos a partir de água e CO2,
absorvendo a energia solar e armazenando nas ligações químicas; (ii) elétrica ou fotoelétrica,
ocorre através da emissão de elétrons da superfície de materiais semicondutores expostos a
radiações eletromagnéticas (como a luz) de alta frequência, e; (iii) térmica ou termoelétrica,
através da absorção da energia radiante por uma superfície negra. No material absorvente
ocorre a difusão, absorção de fótons, aceleração de elétrons, múltiplas colisões, que
transformam a energia radiante em calor (SANTOS et al., 2017; SARTORI et al., 2017).
A eficiência e eficácia dos sistemas solares, associado à redução dos custos da tecnologia, à
rapidez de implementação dos projetos e à simplicidade de funcionamento dos sistemas,
fazem com que os projetos solares se tornem a melhor opção de produção descentralizada de
energia e a eletrificação rural (ARTHUR et al., 2011; KABIR et al., 2017).
A energia hidroelétrica é aquela que provem da condensação, precipitação e evaporação das
águas, factores estes causados pela irradiação solar e atração gravitacional (ALGBURI;
SHARMA, 2016). As usinas hidroelétricas têm a capacidade de transformar a energia cinética
e potencial gravitacional de grande volume de águas dos rios em energia mecânica (na
turbina) e elétrica (no gerador) (BOSTAN et al., 2012; GIELENA et al., 2019).
Os locais favoráveis às instalações de usinas hidrelétricas são locais de alta queda, nas ribeiras
de grandes declives, formados por rápidos ou cascatas (SARTORI et al., 2017). Para produzir
a energia elétrica é preciso unificar os desníveis do relevo por meio da construção de
barragem ou reservatórios que interrompem o curso normal do rio (BOSTAN et al., 2012).

5.2. Biomassas e bioenergias em Moçambique


No contexto energético, o termo “biomassa” refere-se ao material biológico, não fóssil, de
origem vegetal, animal ou microbiana, que pode ser convertido em energia (bioenergia). Este
material inclui matéria vegetal gerado por fotossíntese, resíduos agrícolas, agroindustriais,
florestal, dejetos de animais e a fracção biodegradável dos resíduos urbanos e industriais
(MONJANE; BARROS, 2015; RAPOSO et al., 2015).
A biomassa pode ser classificada em dois grandes grupos: (1) biomassa tradicional, composta
essencialmente pela lenha e resíduos naturais, e (2) biomassa moderna, produzida a partir de
processos tecnológicos avançados e eficientes, tais como biocombustíveis líquidos e gasosos,
briquetes e pellets, cogeração e os cultivos dedicados de espécies como o das florestas
plantadas e o da cana-de-açúcar (MARAFON et al., 2016; RAPOSO et al., 2015).
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5.3. Energia eólica em Moçambique


Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em movimento
(vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de translação
em energia cinética de rotação, com o uso de aerogerador ou turbina eólica, para geração de
eletricidade, ou por meio de catavento e moinho para trabalhos mecânicos (GUPTA et al.,
2015; SILVA et al., 2017). O seu uso segue as características aerodinâmicas do local e
finalidade ou tecnologia existente/disponível (TAWFIQ et al., 2019).
As regiões tropicais recebem os raios solares quase perpendiculares, mais quentes do que as
regiões polares, por conseguinte, o ar quente nas baixas altitudes, tende a subir, sendo
substituído por massas de ar mais frio que se desloca das regiões polares, o que determina a
formação dos ventos. Os principais fatores de influência no regime dos ventos são: (i) a
variação da velocidade com a altura; (ii) a rugosidade do terreno, caracterizada pela utilização
da terra; (iii) Presença de obstáculos nas redondezas, e; (iv) o relevo (CASTRO, 2003).
Moçambique apresenta um regime de ventos de intensidade médio-baixa, com a média entre
os 4–6 m/s a 80 metros de altitude, com exceção da zona sul do país e nas zonas altas no
centro e norte do país onde os ventos atingem valores elevados (SILVA et al., 2017). Estudos
realizados por GUEIFÃO et al. (2013) e SILVA et al. (2017) demonstraram que o País tem
um potencial eólico de 4,5 GW, dos quais 1,1 GW têm potencial efetivo de ligação à rede.
Destes, cerca de 230 MW são considerados projetos de alto potencial, por apresentar mais de
3.000 NEPs (potência nominal), e o restante 3,4 GW apresentam baixo a médio potencial.

5.4. Energia geotérmica em Moçambique


A energia geotérmica é a energia armazenada na forma de calor no interior da Terra, para fins
de utilização direta (baixa entalpia), com aplicações primárias industriais, residenciais,
agrícolas e outras, e utilização indireta (alta entalpia), com aplicações na geração de energia
elétrica (BERTANI, 2015; OMENDA, 2018). Esta energia manifesta-se à superfície na forma
de rochas, fluidos quentes ou ambos (SOUZA, 2015).

5.5. Matriz energética regional e moçambicana


A estrutura de oferta e demanda no setor de energia, contemplando as fontes primárias e
secundárias, bem como os diversos usos no sistema socioeconômico, constitui o que
usualmente se chama de matriz energética. Há previsões da divisão da matriz energética
mundial em quatro partes iguais: petróleo, gás, carvão mineral e as fontes de energia
renovável com baixas emissões de carbono (OECD/IEA, 2018).
1

Moçambique encontra-se num processo de adaptação econômica no setor energético. Em


1970, 91% da população vivia em zonas rurais e dependia da biomassa comum. Atualmente, a
taxa de urbanização é estimada em 35% da população e o crescimento médio anual de acesso
REN vem aumentando em 2–4% por ano, há mais de uma década (SEBASTIÃO, 2016).
A Eletricidade de Moçambique (EDM) construiu, desde a sua criação em 1977, mais de 3.000
km de linhas de 66 kV, reabilitou, modernizou e expandiu os sistemas de distribuição. A
procura de energia elétrica cresceu de 200 MWh/ano em 1960 para 4.000 GWh/ano em 2017,
e a meta é de levar a energia para todos até 2030 (EDM, 2018). Ao longo dos anos, as centrais
a diesel e carvão existentes no País foram progressivamente fechadas e hoje a energia
hidroelétrica, é a única fonte de energia da EDM (ARTHUR et al., 2011).
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Conclusão
Como principal conclusão, podemos afirmar que Moçambique possui um quadro político-
jurídico sobre o ambiente de valor assinalável, começando pela Constituição da República,
que tratou como nenhum das suas antecessoras a questão ambiental, passando pela Lei do
Ambiente de 1997 e respectivos regulamentos, culminando na já rica e variada legislação
ambiental sectorial. O território moçambicano tem características que fazem dele uma região
potencial para produção de energia, em quantidades para a autossuficiência, fator fundamental
no desenvolvimento socioeconômico nacional e de sustentabilidade socio ambiental.
Mudanças na matriz energética local devem ser encarradas como desafio e oportunidade de
inovação tecnológica, com vista a expandir o acesso à energia, melhorar a segurança e
eficiência energética, reduzir os níveis atuais de pobreza energética, reduzir a dependência aos
combustíveis fósseis e inserção socioeconômica da população da área rural e suburbana.
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Referências bibliográficas
ARTHUR, F.; SOLIANO, O.; MARIEZCURRENA, V. (2011). Estudo de avaliação de
energias renováveis em Moçambique. Maputo: Organização Holandesa de Cooperação
BRANCO, Manuel Couret. (2012). Economia Política dos Direitos Humanos: Os Direitos
Humanos na era dos Mercados. Lisboa, Edições Silabo.
SANTOS, V. L. M. DOS et al.(2017). Energia sustentável: Trabalhando a temática energia
solar em uma escola da rede pública de ensino no município de Parnaíba-PI. CONGRESSO
NACIONAL DE EDUCAÇÃO.,4. Anais...João Pessoa/PB, Brasil: CONEDU.
SEBASTIÃO, A. P. (2016). O modelo da eletrificação de Moçambique: a importância para o
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SILVA, E. M. DA; BANGA, N. M.; ALVES, J. M. B. (2017). Modelagem dos Recursos
Eólicos sobre Moçambique Considerando um Cenário de Mudanças Climáticas. Revista
Brasileira de Meteorologia.
SOUZA, L. M. C. G. DE.(2015). Potencialidade de aproveitamento das minas abandonadas
para a geração de energia geotérmica no Brasil sobre o prisma gerencial de sustentabilidade.
TAWFIQ, K. B. et al. (2019). Wind energy conversion system topologies and converters:
Comparative review. Energy Procedia.

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