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1.0. Introdução
O setor energético é essencial para o desenvolvimento social e econômico das sociedades,
revelando-se como elemento basilar das cadeias produtivas industriais e comerciais no mundo
inteiro. A sociedade moderna não quer abrir mão das comodidades e benefícios que a
indústria do petróleo provê: os combustíveis e produtos químicos. Por outro lado, a mesma
sociedade não aceita mais o custo ambiental negativo que esta indústria cobra desde o século
XX, com acidentes que causam devastações da flora e fauna, aumento da temperatura do
planeta e a emissão excessiva de gases de efeito estufa (GEE), que altera o equilíbrio térmico
na Terra (MOTA e MONTEIRO, 2013). Como alternativa, diversos órgãos mundiais têm
evidenciado esforços para encontrar soluções eficientes e realce das ER na matriz energética
mundial. O presente trabalho de pesquisa, aborda sobre a Energia e Meio Ambiente em
Moçambique e a Relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique. Para
realização do trabalho, recorreu a metodologia de pesquisa bibliográfica sob forma de
abordagem exploratória, que para Mattar (1996:84), a pesquisa exploratória é apropriada para
os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a
compreensão do fenómeno por parte do pesquisador. no que concerne a organização do
trabalho, sua evolução seguiu a sequencia dos títulos e subtítulos e por fim as referencias
bibliográficas.
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1.1. Objectivos
1.1.1.Objectivo
Desenvolver abordagem sobre Energia e Meio Ambiente em Moçambique e a Relação
entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.
1.1.2.Objectivos específicos
Explicar o contexto da Energia e Meio Ambiente em Moçambique
Explicar a relação entre Recursos Naturais e Matriz Energética em Moçambique.
1.2. Metodologias
Este trabalho é uma pesquisa exploratória que visa a prover o pesquisador de maior
conhecimento sobre o assunto. Segundo Mattar (1996:84), a pesquisa exploratória é
apropriada para os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, o conhecimento
e a compreensão do fenómeno por parte do pesquisador. A pesquisa exploratória também
pode ser usada como um passo inicial de um processo contínuo de pesquisa. Para Gil
(1991:45), a pesquisa exploratória assume, na maioria das vezes, o formato de pesquisa
bibliográfica. Considerando a natureza dos problemas apresentados, foi realizado um
levantamento bibliográfico a partir de informações pertinentes encontradas em livros e artigos
de revistas especializadas.
2.0.Referencial teórico
2.1.Conceito de energia
Não há uma definição exata para energia, mas podemos dizer que ela está associada à
capacidade de produção de ação e/ou movimento e manifesta-se de muitas formas diferentes,
como movimento de corpos, calor, eletricidade etc.
Segundo o Princípio de Lavoisier, a energia não pode surgir do nada e nem pode ser
destruída. A única possibilidade que existe é a transformação de um tipo de energia em outro,
como a energia da queda d´água nas hidrelétricas que é convertida em energia elétrica.
Do ponto de vista da Geografia, o meio ambiente compreende também todo o espaço natural e
o espaço geográfico, aquele espaço dinâmico que se encontra em processo de modificação
pela ação antrópica. Assim, devemos levar em consideração que os seres humanos e a sua
organização social e econômica são parte do meio ambiente, interagindo com ele e
modificando-o de acordo com a sua necessidade.
3.2. Energia
No sector energético, a Lei n.º 21/97, de 1 de Outubro, regula a actividade de produção,
transporte, distribuição e comercialização de energia eléctrica. Esta Lei teve sequência
regulamentar através do Decreto n.º 42/2005, de 29 de Novembro (que aprovou o
Regulamento que Estabelece Normas Referentes à Rede Nacional de Energia Eléctrica) e do
Decreto n.º 48/2007, de 22 de Outubro (que aprovou o Regulamento de Licenças para
Instalações Electricas). Esta Lei está de certo modo desajustada em relação aos grandes
desafios que se colocam em face da corrida para os biocombustíveis, bem como das chamadas
energias novas ou renováveis. Para o efeito, o Governo aprovou duas importantes políticas – a
Política e Estratégia de Biocombustíveis (aprovada pela Resolução n.º 22/2009, de 21 de
Maio e a Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis (aprovada pela
Resolução n.º 62/2009, de 14 de Outubro). Falta agora preparar o necessário arranjo legal, que
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pode ser via aprovação de uma nova Lei sobre a Energia, ou então, solução mais fácil, através
da preparação de regulamentos a aprovar pelo Conselho de Ministros.
Pela localização geográfica e as condições geológicas, Moçambique dispõe de uma vasta
gama de recursos energéticos renováveis e não renováveis, que proveem condições favoráveis
para satisfazer as necessidades energéticas locais e regionais. O potencial total de ER no País
é de 23.026 GW (giga Watt), sendo: energia solar é a mais abundante 23.000 GW, seguida da
fonte hídrica 19 GW, eólica 5 GW, biomassa 2 GW (entre a lenhosa, etanol e biodiesel);
geotérmica 0,1 GW; e oceânica 10 kW (quilo Watt) (ALER, 2017; GUEIFÃO et al., 2013).
Apesar disso, o País se encontra na situação de pobreza energética, que segundo MATOS
(2017, p.1) “A pobreza energética reflete a dificuldade no acesso a uma diversidade de
serviços energéticos por parte de um indivíduo ou agregado familiar”. Onde, mais de dois
terços da população não tem acesso à REN (EDM, 2018), continuando dependentes de
sistema de painéis solares e biomassa, com impacto negativo no meio ambiente e a saúde.
ou foto- bioquímica, onde certos organismos sintetizam carboidratos a partir de água e CO2,
absorvendo a energia solar e armazenando nas ligações químicas; (ii) elétrica ou fotoelétrica,
ocorre através da emissão de elétrons da superfície de materiais semicondutores expostos a
radiações eletromagnéticas (como a luz) de alta frequência, e; (iii) térmica ou termoelétrica,
através da absorção da energia radiante por uma superfície negra. No material absorvente
ocorre a difusão, absorção de fótons, aceleração de elétrons, múltiplas colisões, que
transformam a energia radiante em calor (SANTOS et al., 2017; SARTORI et al., 2017).
A eficiência e eficácia dos sistemas solares, associado à redução dos custos da tecnologia, à
rapidez de implementação dos projetos e à simplicidade de funcionamento dos sistemas,
fazem com que os projetos solares se tornem a melhor opção de produção descentralizada de
energia e a eletrificação rural (ARTHUR et al., 2011; KABIR et al., 2017).
A energia hidroelétrica é aquela que provem da condensação, precipitação e evaporação das
águas, factores estes causados pela irradiação solar e atração gravitacional (ALGBURI;
SHARMA, 2016). As usinas hidroelétricas têm a capacidade de transformar a energia cinética
e potencial gravitacional de grande volume de águas dos rios em energia mecânica (na
turbina) e elétrica (no gerador) (BOSTAN et al., 2012; GIELENA et al., 2019).
Os locais favoráveis às instalações de usinas hidrelétricas são locais de alta queda, nas ribeiras
de grandes declives, formados por rápidos ou cascatas (SARTORI et al., 2017). Para produzir
a energia elétrica é preciso unificar os desníveis do relevo por meio da construção de
barragem ou reservatórios que interrompem o curso normal do rio (BOSTAN et al., 2012).
Conclusão
Como principal conclusão, podemos afirmar que Moçambique possui um quadro político-
jurídico sobre o ambiente de valor assinalável, começando pela Constituição da República,
que tratou como nenhum das suas antecessoras a questão ambiental, passando pela Lei do
Ambiente de 1997 e respectivos regulamentos, culminando na já rica e variada legislação
ambiental sectorial. O território moçambicano tem características que fazem dele uma região
potencial para produção de energia, em quantidades para a autossuficiência, fator fundamental
no desenvolvimento socioeconômico nacional e de sustentabilidade socio ambiental.
Mudanças na matriz energética local devem ser encarradas como desafio e oportunidade de
inovação tecnológica, com vista a expandir o acesso à energia, melhorar a segurança e
eficiência energética, reduzir os níveis atuais de pobreza energética, reduzir a dependência aos
combustíveis fósseis e inserção socioeconômica da população da área rural e suburbana.
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Referências bibliográficas
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