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Energia Térmica
Índice
1. Introdução ...............................................................................................................................................
Energias Renováveis
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1. Introdução
A Energia Térmica é vital para a sobrevivência dos organismos vivos. A energia térmica
é dupla e sua duplicidade reside no facto dessa poder realizar trabalho em primeiro lugar
e segundamente ela envolve um estado da matéria dependente de temperatura. Por esse
motivo a energia térmica correlaciona o calor ao trabalho, em outras palavras calor é
trabalho e trabalho é calor!
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2. Energia Térmica no quotidiano, na Indústria e em Angola
De acordo com a agência internacional de energia (IEA) 2,6 mil milhões de pessoas
actualmente no mundo ainda dependem do uso das energias térmicas tradicionais para
suprirem suas necessidades básicas de energia. 80% desta população vive em áreas
rurais.
Sistema Norte: Luanda (582,6MW), Malanje (19,6 MW), Zaire (759,6 MW),
Uíge (10MW).
Sistema Centro: Benguela (140,34MW), Huambo (97,66 MW), Bié (34 MW).
Sistema Sul: Namibe (105,47 MW), Huíla (137 MW), Cuando Cubango (69,4
MW), Cunene (48,2 MW).
Sistema Leste: Lunda Norte (41,2 MW), Lunda Sul (46,5 MW),Moxico (32,9
MW).
Introduzida no sistema público em 1979 para compensar o défice no fornecimento de
energia a partir de fontes hídricas, a produção de energia térmica conheceu o seu pico
em 2019. Desde então, Angola vem reduzindo a produção de electricidade através de
fontes térmicas, optando por energias limpas com destaque para a energia hídrica e solar
fotovoltaica.
No âmbito da estratégia, as fontes térmicas têm sido destinadas para os sistemas
isolados sem cobertura do sistema de transporte interligado. Esta estratégia contribui
grandemente para a redução dos encargos com combustível de 2016 a 2021, assim como
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a redução das emissões de CO2.
Aplicações
Quando qualquer uma dessas propriedades varia, muda também o estado do sistema e
diz-se que ocorreu um Processo ou uma Transformação.
Os sistemas são constituídos por matéria, a qual devido a estrutura atómica, é formada
por partículas – moléculas, átomos ou iões – em permanente agitação, possuindo, por
isso, Energia Cinética Interna. Este movimento desordenado é designado por Agitação
Térmica. Por outro lado, devido ás interacções entre as suas partículas, os sistemas
possuem também Energia Potencial. A energia cinética conjuntamente com a energia
potencial constitui a Energia Interna do sistema. A energia Interna do sistema depende
da quantidade de matéria (número de partículas) que o constitui.
O comportamento microscópico dos gases, dos líquidos e dos sólidos difere devido às
características que se resumem na tabela abaixo.
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Olhando para parâmetros de configuração das partículas (arrumação das partículas), a
intensidade das forças intermoleculares (elevada, elevada, pequena), a distância média
entre as partículas, a liberdade de movimento das partículas, podemos concluir que:
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Outras formas de energia térmica existente são: Energia Geotérmica ou seja o Calor
proveniente do interior da terra.
Energia Geotérmica
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Figura: Exemplos de manifestações violentíssimas de libertação de energia do interior da terra, por
meio de vulcões activos
Mais de 100 vulcões jovens - que tiveram actividade há cerca de 10.000 anos -
pontilham a paisagem do Rift da África Oriental - uma área que se estende por mais de
3.000 quilómetros de Djibouti e Eritreia, passando pela Etiópia, Quénia, Uganda e
Ruanda até o Democrático República do Congo e Tanzânia.
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Figura 1: Volcão Nyiragongo, na RDC
Vulcões são considerados manifestações violentas, mas o calor interno da terra tem
formas mais moderadas de se manifestar sendo uma delas as formas menos violentas
ilustradas abaixo.
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Em Angola existem zonas com fontes de águas do tipo mineiro termal em que se pode
aproveitar estas características para fins medicinais, concretamente em hidroterapia,
Termoterapia e Peloterapia, alimentação, agro-pecuária e como fonte de calor. Na
Província do Namibe existem várias nascentes de águas termais distribuídas pelos
municípios do Virei, Camucuio e Bibala, nomeadamente Montipa, Pediva e
Ndolondolo, respectivamente.
Existem outros lugares em Angola na qual nascentes de água quente são encontradas,
sendo essas:
1. Águas quentes do Alto Hama – Huambo
2. Águas Quentes da Conda – Kwanza Sul
3. Águas quentes de Caluquembe – Huíla
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4. Sistemas de Unidades, conversão e grandezas físicas
No sistema internacional (SI) a energia (no geral) é medida em Joules (J) e a potência
em Watts (W).
1 Watt = 1 Joule / Segundo
Uma alternativa útil á medição de energia em Joules é o uso de Watt-hora (Wh). O
KWh é uma unidade de medição de energia particularmente útil e é geralmente usada na
compra ou venda de electricidade e gás.
4.2. Conversão
Temperatura
A temperatura caracteriza o
estado térmico de um
sistema, mas só através da
medição é possível
quantificar o valor dessa
propriedade.
A temperatura é uma
propriedade dos sistemas e
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pode ser medida com um
termómetro. Para efectuar a
leitura numérica da
temperatura, utiliza-se um termómetro graduado. A unidade SI de temperatura é o
Kelvin (K). Mas no quotidiano usa-se muito a escala de Celsius (ºC).
Escala Fahrenheit (0 F)
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As propriedades macroscópicas do sistema são consequência do comportamento
microscópico das muitas partículas que o constituem. A pressão, a temperatura e o
Volume são exemplos dessas propriedades.
Os gases perfeitos/ideais obedecem a três leis bastante simples, que são a lei de Boyle, a
lei de Gay-Lussac e a lei de Charles. Essas leis são formuladas segundo o
comportamento de três grandezas que descrevem as propriedades dos gases: o volume, a
pressão e a temperatura absoluta.
Quando estudamos materiais (ex: gases ideais ou reais), vimos que as variáveis pressão,
volume, temperatura e número de mols, ou massa, caracterizam completamente as
propriedades termodinâmicas de uma dada porção de gás. A Lei dos Gases Ideais (PV =
nRT) mostra a relação entre essas variáveis.
O conjunto de valores das propriedades termodinâmicas de um sistema se denomina
estado termodinâmico, ou, simplesmente, estado do sistema. O estado termodinâmico de
um tanque de gás, por exemplo, será determinado indicando-se sua temperatura (20ºC),
o seu volume (2.000 L), o número de moléculas ou número de mols (100 mols).
Podemos apresentar o estado termodinâmico de um sistema por meio de um diagrama
que relacione duas ou mais propriedades que possam variar. Um exemplo básico desse
tipo de diagrama é o diagrama PV, mostrado na figura acima, que relaciona a pressão e
o volume desse sistema. Assim, cada ponto desse gráfico caracteriza um determinado
estado termodinâmico.
O ponto A na figura acima representa o estado termodinâmico com pressão 1,5 atm e
volume 2 L. O diagrama é uma representação visual do valor das propriedades
termodinâmicas e é usual escolher as propriedades que mais nos interessam em cada
situação prática.
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A temperatura, a pressão e o volume são grandezas que estão dependentes entre sí.
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A segunda transformação consiste em aquecer o sistema, o que provoca um aumento de
volume do gás. Estamos perante uma transformação isobárica pois realiza-se a
pressão constante. No estado final (estado 3), o gás tem volume V3 e
temperatura T3. De acordo com a lei isobárica de Charles e Gay-Lussac, tem-se:
Esta relação mostra que o quociente PV/T tem o mesmo valor para os estados 1 e 3, e
por isso, o quociente é válido para quaisquer estados inicial e final, representando assim
a equação de estado do gás ideal.
Sabendo que 1 mol de um gás ideal (uma mole = moléculas do gás, com =
6.022 × ), à pressão atmosférica P=101300 Pa (1.013 bar) e temperatura T=273.15
K (=0 ºC), ocupa um volume V=0.02242 (22.42 L), podemos calcular a constante
dos gases ideais como sendo
PV/nT = 101300 × 0.02242/(1 × 273.15) = 8.315 J/K/mol
Esta constante obtida refere-se apenas a 1 mol de moléculas. Caso se tenha mn moles de
moléculas de gás ideal, o volume ocupado pelo gás é n vezes maior, ou seja:
PV/nT = n × 8.315 J/K/mol
A constante com valor 8.315 J/K/mol designa-se por constante universal dos gases e
representa-se pela letra R. Assim sendo, e equação de estado do gás ideal, onde n é o
número de moles de gás, pode escrever-se da seguinte forma:
PV = n RT
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Onde,
P: pressão
T: temperatura
K: constante de volume (depende da natureza, do volume e da massa do gás)
Resumidamente temos:
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7. Modelo Termodinâmico
8. Processos/Ciclos Termodinâmicos
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9. Energia Térmica em Angola
A produção de energia eléctrica, a partir de combustíveis fósseis (carvão, petróleo ou
gás natural), obtém-se através da sua queima e da produção de vapor de água a grandes
pressões, o qual faz mover as turbinas, que, por sua vez, accionam os geradores de
energia. Tudo começa com os combustíveis. Após a sua extracção (o carvão em minas,
o petróleo e o gás natural em jazidas subterrâneas), o combustível é transportado
(normalmente por via marítima ou ferroviária, ou por pipelines) até às centrais. Antes de
serem queimados, os combustíveis sofrem algumas transformações para aumentar a sua
rentabilidade: o carvão é esmagado num pó fino; o petróleo sofre processos de
destilação; apenas o gás natural é utilizado como é extraído na origem.
O combustível é então encaminhado para as caldeiras, onde é queimado produzindo
energia calorífica (uma temperatura de cerca de 538ºC), que aquece grandes
quantidades de água. A tal temperatura, a água evapora originando uma grande
quantidade de vapor que faz movimentar as pás das turbinas. Estas fazem movimentar
potentes electroímanes que giram a grandes velocidades entre bobinas produzindo
corrente eléctrica alternada que, nas centrais Angolanas, tem uma frequência de 50 Hz.
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Nas centrais Termoeléctricas apenas 35% da energia fornecida é transformada em
energia útil:
Há uma grande dependência ainda das centrais térmicas (Diesel) pelo território
nacional1, pelo facto de não haver uma extensão da rede pública em todas as
zonassobretudo as rurais e isoladas dos grandes centros. Por outro lado, as centrais
térmicas ainda servem de back-ups para confiabilidade do sistema eléctrico angolano
em eventualidade de black-out e outros fins de interesses particulares.
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A característica do sistema eléctrico angolano, a energia elétrica é fornecida em corrente
alternada, à frequência de 50 Hz, com a tolerância de +/- 2% e à tensão nominal de 220
Volt, que seu fornecimento vai para redes de distribuição de muito alta, alta, média e
baixa tensão (MAT, AT, MT ou BT).
Região Centro:
Principais centros de produção:
Central Hidroeléctrica do Biópio, 15MW (4 X 3,75 MW);
Central Hidroeléctrica do Lomaum, 35 MW (2 X 10 MW + 1x15 MW);
Central Térmica do Biópio, 21 MW;
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Estes centros de produção alimentavam os principais centro de consumo que eram
Huambo, Lobito e Benguela por linhas a 150 kV (Biópio – Lomaum, Biópio - Quileva e
Lomaum – Alto Catumbela – Benfica do Huambo) e 60 kV (Biópio – Catumbela) e as
subestações do Benfica ( Huambo ) 150/30 kV, Quileva 150/30 kV, Catumbela 60 kV ,
Benguela 30 kV e Lobito 30/20kV.
Região Sul:
Principais centros de produção:
Central hidroeléctrica da Matala 40,8 MW (3 X 13,6) MW;
Central Térmica do Xitoto I (Namibe) 11,2 MW (2 X 5,6) MW;
III. ANOS 80
A situação dos sistemas de transporte caracterizou-se idêntica a dos anos 70, com as
seguintes excepções:
Região Norte:
Para rentabilizar o escoamento da produção de Cambambe para região de Luanda em
1983 foi construída a linha II 220 kV Cambambe – Viana – Cazenga.
Instalada a segunda Central térmica a gás no Cazenga (32 MW), para atender o grande
evento que foi a Cimeira dos Países Não-alinhados em Luanda e de certa forma existir
geração na região de Luanda que permitia certa autonomia face a instabilidade militar
que afectava as linhas de transporte 220 kV entre Cambambe e Luanda.
Região Centro
Devido a guerra o sistema de transporte a 150 kV Biópio – Lomaum – Alto Catumbela
– Benfica (Huambo) foi destruído de forma irrecuperável.
Região Sul
Situação permaneceu inalterável em relação ao período anterior.
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IV. ANOS 1990 –
2000 Região Norte:
Instalada a terceira Central de Geração a gás no Cazenga permitindo aumentar a
autonomia face a instabilidade militar que afectava as linhas de transporte 220 kV entre
Cambambe e Luanda que eram frequentemente sabotadas.
Região Centro
Situação do sistema de transporte 150 kV Biópio – Lomaum – Alto Catumbela –
Benfica (Huambo) permanece irrecuperável.
Região Sul
Situação permaneceu inalterável em relação ao período anterior.
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Construção da linha de transporte 220 kV entre a Subestação de Cacuaco e a
Subestação da Boavista;
Construção da linha de transporte 220 kV entre a Subestação de Cacuaco e a
Subestação da Barra do Dande (Siderurgia);
e Subestações associadas:
Construção da Subestação 220/60 kV do Morro Bento;
Construção da Subestação 220/60 kV da Boavista; Construção
da Subestação 220/60 kV da Filda;
Construção da Subestação 220/60 kV de Cacuaco;
Construção da Subestação 220/15 kV Barra do Dande (Siderurgia);
Região Centro
Reabilitação e entrada em serviço da central hidroeléctrica do Lomaum, permitindo
melhorar a alimentação das cidades de Benguela, Catumbela, Lobito e Baía Farta, com
aentrada em serviço da seguinte linha e correspondentes subestações:
Linha a 220 kV entre a central do Lomaum, Subestação Quileva (reabilitação e
ampliação) 220/60 kV, construção do PS Nova Biópio 220kV, Benguela Norte 60/15
kV;
Entrada em serviço da central hidroeléctrica do Gove, permitindo melhorar a
alimentação das cidades do Huambo, Caála e Bié, com a entrada em serviço das
seguintes linhas e correspondentes subestações:
Linha a 220 kV entre a central do Gove e a subestação do Belém do
Dango220/60 kV;
Linha a 220 kV entre a central do Gove e a subestação do Kuito 220/60/15
kV; Linha a 60 kV entre subestação do Belém do Dango e Benfica do
Huambo; Linha a 60 kV entre subestação do Belém do Dango e Caála.
Situação do sistema de transporte 150 kV Biópio – Lomaum – Alto Catumbela –
Benfica (Huambo) permanece irrecuperável.
Região Sul
Situação permaneceu inalterável em relação ao período anterior.
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VII. PREVISÕES/ESPECTATIVAS ATÉ 2025
Com as previsões/espectativas de construção os seguintes centros produtores
principais: Central a gás do Soyo, 1500 MW (750 + 750)MW;
Central hidroeléctrica de Cambambe II, 700
MW; Central hidroeléctrica de Laúca, 2071
MW;
Central hidroeléctrica de Caculo Cabaça, 2100 MW;
Central hidroeléctrica Keve (fase- I),
400MW;
Central hidroeléctrica JambaYaOma, 75
MW; Jamba Ya Mina, 180 MW;
Central hidroeléctrica de Baynes, 600 MW (50% Angola)
Implicará implementar o “Tronco principal do sistema de Transporte a 400 kV”, que
iniciou com a linha 400 kV Capanda – Lucala – Viana, associada com a entrada de
Capanda e continuando com a construção das linhas e subestações associadas:
Dala (Chiumbe) – Luena (em
construção); Gabela – Wakokungo (em
construção); Cambutas – Gabela;
Cambutas – Catete (construída);
Cambutas – Laúca;
Laúca– Capanda;
Laúca – Catete;
Soyo – Nzeto – Kapari – Catete
(construída); Nzeto – Mbanza Congo (em
construção);
Laúca – WakoKungo – Belém do Dango (em construção);
Belém do Dango – Lubango;
Lubango – Cahama – Baynes.
Este “Tronco principal do sistema de Transporte a 400 kV ” permitirá a interligação
segura dos sistemas a interligar Norte, Centro, Sul e Leste e ampliar/implementar redes
malhadas a 220 kV, obedecendo ao critério N-1, alimentar as redes de distribuição e
possibilitar o incremento da electrificação do país.
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