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ESCOLA TÉCNICA DE BRASÍLIA

DANILO DIAS RODRIGUES

GERAÇÃO TÉRMICA

NOVEMBRO DE 2022
SUMÁRIO

1. .......................................................... Introdução

2. .......................................................... Desenvolvimento
2. 1. ...................................................... O que é energia térmica?
2. 2. ...................................................... Funcionamento da geração termelétrica
2. 3. ...................................................... Combustíveis
2. 3. 1. .................................................. Petróleo e seus derivados
2. 3. 2. .................................................. Carvão mineral
2. 3. 3. .................................................. Gás natural
2. 3. 4. .................................................. Combustíveis nucleares
2. 3. 5. .................................................. Biomassa
2. 4. ...................................................... Emissões em termoelétricas
2. 4. 1. .................................................. Poluentes que são emitidos
2. 4. 2. .................................................. Controle das emissões
2. 5. ...................................................... Onde se localizam as usinas no brasil
2. 6. ...................................................... História das termelétricas no brasil

3. .......................................................... Conclusão

4. .......................................................... Bibliografia
1. INTRODUÇÃO

A cada dia que passa, mais tecnologia é aplicada para a produção de energia
elétrica. Afinal, o mercado e a sociedade têm demandado quantidades cada vez
maiores de energia para suprir todas as necessidades. No Brasil, a Energia Térmica,
no qual produz energia por meio da queima de combustíveis fósseis como petróleo,
carvão mineral e gás natural, ou também pelo processo chamado de fissão, que
envolve o uso de material radioativo, tem um papel fundamental, principalmente
quando ocorre a redução da produção hidrelétrica em períodos de seca, quando
abaixa muito o nível médio dos reservatórios, devem-se ligar as termelétricas, na falta
de novas hidrelétricas
Atualmente, a grande preocupação relacionada ao meio ambiente e redução
de combustíveis fósseis levou a comunidade acadêmico/científica a se concentrar em
novas tecnologias de conversão de energia que possam garantir sua produção nos
níveis necessários ao atendimento das necessidades humanas, mas considerando
também os meios para minimizar os impactos ambientais. A maior parte do suprimento
de energia elétrica no mundo (cerca de 67%) provém da geração termelétrica baseada
em combustíveis tradicionais, como carvão, gás natural e óleo combustível, e o
restante é produzido a partir de diferentes fontes, como hidráulica, eólica, nuclear,
solar, geotérmica e biomassa/resíduos. Fontes de energia renováveis podem
representar uma solução para a oferta de energia alternativa, porque a sua difusão
tende a minimizar o efeito estufa e as mudanças climáticas globais. Os
empreendimentos termoelétricos contribuem significativamente para o montante total
de emissões na região em que estão operando, principalmente devido ao porte e
consequente volume de combustíveis consumidos diariamente. Visto que estas
unidades de geração tendem a concentrar-se proximamente aos centros de carga, ou
seja, cidades e zonas industriais, as emissões de poluentes atmosféricos podem
representar um agravante na qualidade do ar da região e, por conseguinte, causar
efeitos na saúde da população do entorno.
Contudo, o seguinte trabalho tem por objetivo apresentar informações sobre a
Geração Térmica, contribuinte com a maior parte do suprimento de energia elétrica
no mundo. Encontrando maiores definições a respeito do assunto e ilustrações tendo
como foco as principais fases da geração, distribuição e impactos.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. O que é energia térmica?

De acordo com especialistas, a energia térmica consiste na energia formada


pela soma de todas as temperaturas presentes em um corpo. Todo objeto que possui
uma temperatura acima do zero absoluto tem energia térmica. De maneira mais
rigorosa, dizemos que a energia térmica corresponde à diferença de energia entre um
objeto a certa temperatura e a energia que ele apresentaria quando na temperatura
do zero absoluto. Em outras palavras, podemos dizer que, para os gases ideais, a
energia térmica consiste na soma da energia cinética de suas partículas.
Portanto, essa energia é gerada a partir do movimento, sendo a soma da
energia cinética de todos os elementos, como íons, moléculas e átomos. Dessa forma,
se gera calor, que pode ser transmitido por condução, radiação ou convecção.
De forma prática, a radiação pode acontecer pela luz do sol, sendo provida
pelas usinas solares, por exemplo. Quando falamos de convecção, acontecem
principalmente em usinas termelétricas, que trabalham a partir do calor produzido pela
queima de combustíveis, como carvão, óleo ou gás.
Além disso, também pode ser gerada a partir da passagem de uma corrente
elétrica por um fio, ou seja, pelo efeito Joule.
Nos gases ideais, a energia cinética translacional é a que se expressa
majoritariamente. De acordo com a teoria cinética dos gases, então, a energia térmica
poderá ser calculada por meio da seguinte fórmula:

Sendo:
• ECIN = energia cinética média (J)
• KB = constante de Boltzmann (1,38.10-23 J/k)
• T = temperatura (em K°)

Em algumas vezes, essa energia pode ser


convertida em energia mecânica e elétrica.
Porém, também possui a finalidade de
aquecer, fazer água sanitária, além de auxiliar
na cozinha.

Um fato curioso é que o corpo humano


também utiliza-se da energia térmica para
fazer a digestão dos alimentos. Ele está
diretamente ligado ao melhor funcionamento
dos nossos processos vitais, do metabolismo e
do nível de temperatura corporal.
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2. 2. Funcionamento da geração termelétrica

O processo fundamental de funcionamento das centrais termelétricas está


baseado na conversão de energia térmica em energia mecânica e desta em energia
elétrica.
A conversão da energia em energia mecânica se dá através do uso de um fluido
que produzirá trabalho em seu processo de expansão, em turbinas térmicas. A
conversão da energia mecânica em elétrica se dá através do acionamento mecânico
de um gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina.
A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da energia
química dos combustíveis, através do processo da combustão, ou da energia nuclear
dos combustíveis radioativos, através da fissão nuclear. Centrais cuja a geração é
baseada na combustão são conhecidas como termoelétricas e as outras citadas,
como centrais nucleares.
As centrais termoelétricas (convencionais), podem ser classificadas de acordo
com o método de combustão utilizado. Pode-se distinguir: a) Combustão externa,
em que o combustível não entra em contato com o fluído de trabalho. A combustão
externa é um processo usado principalmente nas centrais termoelétricas a vapor,
onde o combustível aquece o fluído de trabalho (em geral água) em uma caldeira até
gerar o vapor que, ao se expandir em uma turbina, produzirá trabalho mecânico; b)
Combustão interna, em que a combustão se efetua sobre uma mistura de ar e
combustível. Dessa maneira, o fluído de trabalho será o conjunto de produtos da
combustão. A combustão interna é o processo usado principalmente nas turbinasgás
e nas máquinas térmicas a pistão (motores Diesel, por exemplo).

A figura apresenta um diagrama simplificado de uma central termoelétrica com


combustão externa (a vapor). A queima de combustível gera calor que transforma o
líquido em vapor na caldeira. O vapor se expande (pressão passa de alta à baixa) na
turbina a vapor, gerando energia. O vapor que sai da turbina vai ao condensador, onde
calor é retirado e se obtém líquido. O líquido é bombeado de volta a caldeira, fechando
o ciclo.

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Os principais combustíveis usualmente aplicados nas centrais a vapor são o
óleo, o carvão, a biomassa (madeira, bagaço de cana, lixo,...) e derivados pesados de
petróleo. Os principais combustíveis usados nas máquinas térmicas a gás são o gás
natural e o óleo Diesel.
A grande diversidade da geração termelétrica está principalmente nos
combustíveis utilizados, que compreendem uma grande gama de recursos
energéticos primários não renováveis e renováveis.

2. 3. Combustíveis

Os combustíveis mais usuais das centrais termoelétricas são: derivados do


petróleo, carvão mineral, gás natural, nucleares e biomassa.
A grande maioria destes combustíveis, os denominados combustíveis fósseis
(derivados do petróleo, carvão mineral, gás natural), assim como os nucleares
(elementos radioativos: urânio, tório, plutônio, etc.) são classificados como fonte
primária não renovável, devido ao enorme tempo necessário para sua reposição pela
natureza. Outros podem ser utilizados como fontes renováveis, como a biomassa
advinda de plantações manejadas (florestas energéticas e o bagaço de cana de
açúcar, por exemplo).

2. 3. 1. Petróleo e Seus Derivados

O petróleo, também conhecido como óleo cru, é encontrado, na maioria das


vezes, em depósitos subterrâneos e é retirado através de poços. É formado
basicamente por hidrocarbonetos, de fórmula geral CnHn, de onde saem, por
destilação, seus inúmeros derivados. Sua utilização implica necessariamente em
danos ambientais, pois emite óxidos de enxofre, nitrogênio, e de carbono, contribuindo
para o efeito estufa.
Em termos mundiais, a energia elétrica é responsável por 20% do consumo de
petróleo, sendo o óleo diesel utilizado apenas para geração em locais distantes e de
difícil acesso para a rede elétrica. A sua substituição neste setor é bastante viável,
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pois já apresenta alternativas como o Gás Natural. No setor de transportes, há uma
série de desenvolvimentos e pesquisas de alternativas baseadas na utilização de
motores elétricos, da tecnologia do hidrogênio, de álcool combustível e de soluções
híbridas destas técnicas com derivados do petróleo. Pode-se dizer que há uma série
de avanços localizados, mas que a viabilidade de uso massivo destas tecnologias, vai
ainda demandar muito esforço, diferentemente do caso da eletricidade.

2. 3. 2. Carvão Mineral

O carvão mineral já era conhecido e utilizado na China em 1100 a.C., mas só


passou a ser difundido com o advento da Revolução Industrial no século XVII, como
fonte de energia para as máquinas a vapor. Sua utilização foi necessária devido à
crise da madeira combustível no século XVI.
Hoje o carvão mineral ocupa a segunda posição na matriz energética mundial,
devido principalmente ao seu baixo custo. Os custos variam de região para região,
principalmente pelo peso que o transporte tem no seu custo final. Por se tratar de um
combustível sólido, apresenta custos maiores que o do transporte do petróleo, que é
líquido e pode ser transportado através de oleodutos. Essa diferença de custos e
característica rígida da produção de carvão, fazem com que apenas 10% da produção
mundial seja comercializada internacionalmente.
O carvão mineral é altamente poluente, e, embora as emissões de Nox e Sox
possam ser reduzidas, a grande quantidade de CO2 emitida traz enormes impactos
sobre o meio ambiente, ao contrário da biomassa, que absorve o CO2 emitido.
Avanços tecnológicos buscam superar estes problemas.
Deve-se ressaltar que 50% do seu consumo é voltado para a geração de
energia termelétrica, mostrando-se as vantagens ambientais de se substituir tal
combustível na geração de energia elétrica.

2. 3. 3. Gás Natural

O gás natural é o nome dado a uma mistura de hidrocarbonetos e impurezas,


sendo basicamente composto pelo metano (seu principal componente), etano,
propano, butano e outros mais pesados. As impurezas e contaminantes (dióxido de
carbono e gás sulfídrico) são removidos antes de sua utilização comercial.
O mercado mundial de gás natural evoluiu lentamente até os anos 50,
apresentando um rápido crescimento a partir da década de 60, por motivos
econômicos e ambientais, e confirmado pelas crises do petróleo de 1973 e 1979, onde
o GN se mostrou um ótimo substituto do petróleo em diversas aplicações.
O GN é hoje o terceiro combustível na matriz energética mundial, e pode, com
exceção da querosene de aviação, substituir qualquer combustível sólido, líquido ou
gasoso. Embora seja uma fonte não renovável, sua composição faz com que seja
muito pouco poluente, basicamente emissão de CO2, apresentando relevantes
benefícios ambientais na substituição do petróleo e carvão mineral. Tal substituição,
no entanto, vem ocorrendo moderadamente, devido ao alto custo inicial da construção
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da malha de gasodutos necessária para o transporte do GN, que o encarece frente
aos preços do petróleo e carvão mineral, sendo este o maior entrave à sua ampla
utilização.
O GN alimenta aproximadamente 12,8% das termelétricas mundiais, mas que
são responsáveis por menos de 3% da energia elétrica primária produzida no mundo.
Embora ainda seja um montante tímido, a tendência é de aumento deste número, seja
por questões ambientais, seja para diminuição da dependência do petróleo e carvão
mineral.

2. 3. 4. Combustíveis Nucleares

A energia nuclear aproveita a propriedade de certos isótopos de urânio de se


dividirem, liberando grande quantidade de energia térmica, em um processo
conhecido como fissão nuclear.
A energia atômica também pode ser utilizada através de um processo
conhecido como fusão nuclear, baseado não na quebra, mas na junção de núcleos
atômicos. Embora a quantidade de energia liberada seja muito alta, este processo não
apresenta tecnologia que permita seu aproveitamento comercial.
O urânio se apresenta, na natureza, associado a outros elementos. Na maioria
das centrais é necessário que o combustível nuclear passe pelo processo conhecido
como enriquecimento do urânio, que demanda grande tecnologia. O conhecimento de
tal processo é estratégico, e hoje os grandes mercados de enriquecimento de urânio
são: EUA, Europa Ocidental, Japão e a ex- URSS.
Aproximadamente 75% da produção mundial de urânio é objeto de trocas
internacionais, sendo que a baixa taxa de crescimento dos programas nucleares fez
com que houvesse um excedente do produto, que hoje apresenta baixos preços. Vale
lembrar que o custo urânio tem pouca influência no custo do kWh da energia nuclear,
além de existir a dependência com relação aos países que dominam a tecnologia para
seu enriquecimento.

2. 3. 5. Biomassa

A biomassa é aproveitada energeticamente através do uso do etanol, bagaço


de cana, carvão vegetal, óleo vegetal, lenha e outros.
Historicamente, a biomassa vem sendo substituída pelos combustíveis fósseis,
desde o século XVI, com a crise da madeira combustível na Inglaterra.
A biomassa é uma fonte de energia renovável (quando manejada
adequadamente) e apresenta balanço zero de emissões, pois não emite óxidos de
nitrogênio e enxofre, e o CO2 emitido na queima é absorvido na fotossíntese,
apresentando vantagens ambientais inexistentes em qualquer combustível fóssil. Tais
características devem, futuramente, reverter a tendência de troca de combustíveis,
passando a biomassa a retomar espaços ocupados pelo petróleo e o carvão mineral.
A biomassa ainda não dispõe de uma avaliação que permita quantificar
confiavelmente sua participação atual na matriz energética mundial. Sabe-se que tem
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maior participação na matriz de países subdesenvolvidos, mas apresenta importância
crescente nos países desenvolvidos, como fonte de energia renovável, em meio a um
cenário de preservação ambiental.
O crescimento da biomassa tem como principal fator limitante os baixos preços
dos combustíveis fósseis, necessitando até então de subsídios para tornar-se
competitiva economicamente. Outro fator negativo de sua utilização é o fato de a
mesma concorrer com a produção de alimentos, tanto física quanto economicamente.

2. 4. Emissões em termoelétricas

A geração termoelétrica consiste na conversão da energia química presente


nos combustíveis, sejam eles líquidos, sólidos ou gasosos, em energia térmica, por
meio de um processo de combustão. Por sua vez, esta energia térmica (calor) é
convertida em trabalho em máquinas térmicas que, por estarem conectadas ao
gerador elétrico, geram eletricidade.
A quase totalidade das emissões de poluentes ocorre por força da queima de
combustíveis, ocorrendo no processo de geração elétrica em diferentes momentos,
conforme a tecnologia de geração usada, ou ciclo termodinâmico.
O tipo de combustível usado, portanto, é o principal elemento a determinar a
natureza e a intensidade dos poluentes.
Além do combustível, outros fatores também contribuem para as emissões. É
o caso, por exemplo, dos ciclos termodinâmicos, os quais, por propiciarem diferentes
eficiências na combustão, podem levar a maiores ou menores emissões específicas
(emissão por unidade de energia gerada).
A emissão dos poluentes também depende da vazão com que saem das
unidades de geração. A vazão, por sua vez, tem relação direta com a configuração
das tecnologias de geração, controle dos processos da usina (principalmente a
combustão) e uso de sistemas de controle de poluição atmosférica.

2. 4. 1. Poluentes que são emitidos

O dióxido de carbono (CO2), principal gás do efeito estufa, é um dos produtos


da combustão nas usinas termoelétricas. Sua emissão está diretamente relacionada
com o combustível utilizado, bem como com a eficiência de conversão de energia na
geração.
Material particulado (MP) é o conjunto de sólidos ou líquidos de diâmetro
muito pequeno que permanecem em suspensão nos gases exauridos pelas usinas
termoelétricas e podem ser descartados para a atmosfera. Podem resultar de
processos de combustão incompleta ou cinzas que não são combustíveis.
Óxidos de nitrogênio (NOX) são formados sempre que um combustível é
queimado na presença de ar. Sob o efeito de altas temperaturas, nitrogênio e oxigênio
reagem formando NO e NO2. Óxidos de nitrogênio contribuem para a chuva ácida e,

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também, reagem com compostos orgânicos voláteis (COVs) na presença de luz solar,
formando oxidantes fotoquímicos (poluentes secundários).
Os óxidos de enxofre são originados da queima de qualquer material que
possui enxofre. A geração termoelétrica é um dos maiores contribuintes para a
emissão deste poluente. O dióxido de enxofre (SO2) constitui a parcela principal de
emissões, mas trióxido de enxofre (SO3) também é emitido. Ambos podem formar
ácidos quando hidrolisados, causando efeitos ambientais diversos.
Outros poluentes também podem ser emitidos pela geração termoelétrica.
Emissões de monóxido de carbono (CO) aparecem como consequência da
combustão incompleta e podem ser remediadas com um bom design da caldeira e
controle do processo. Metais pesados (As, Cd, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb, Se, V, Zn) também
podem ser emitidos de acordo com a característica do combustível utilizado.
Normalmente, as emissões estão associadas ao material particulado e, portanto, para
seu controle, deve-se utilizar bons sistemas de controle de material particulado.

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2. 4. 2. Controle das emissões

Visto que os empreendimentos termoelétricos são intensivos em emissões


atmosféricas, a correta avaliação das tecnologias de controle de emissões no projeto
torna-se essencial para reduzir os impactos advindos desses empreendimentos.
Por isso se torna necessário o uso de tecnologias de controle para material
particulado, óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio, em operação comercial,
salientando-se as melhores tecnologias disponíveis (que apresentam melhor
eficiência de remoção).

Precipitadores Eletroestáticos:
Os precipitadores eletroestáticos
aplicam cargas elétricas para separar
partículas dos fluxos de gás. Uma elevada
queda de pressão é estabelecida entre os
eletrodos, fazendo com que as partículas
que passam por este campo elétrico
adquiram carga. As partículas
eletricamente carregadas são atraídas e
coletadas nas placas eletrificadas com
cargas opostas e o gás limpo flui pelo
equipamento. Periodicamente, as placas
devem ser limpas sacudindo as placas para que a camada de poeira acumulada seja
removida. A poeira é coletada em containers no fundo do dispositivo.

Filtros de Mangas:
Os filtros de manga operam considerando-se
os mesmos princípios dos aspiradores de pó
residenciais. O fluxo de ar carregado com partículas
de poeira é forçado por uma bolsa de pano. Com a
passagem do fluxo através do pano, a poeira
acumula neste pano, criando um fluxo de ar limpo. A
poeira é periodicamente removida do pano
sacudindo-o ou aplicando uma corrente de ar no
sentido reverso do anteriormente aplicado.

Ciclones:
Os ciclones removem partículas fazendo com que o
fluxo de gases flua em um padrão espiral dentro de uma
tubulação. Devido à força centrífuga, as partículas maiores
se movem para fora do fluxo e colidem com as paredes do
tubo. As partículas escorregam pela parede do tubo e
caem no fundo do ciclone, sendo posteriormente
removidas. O gás limpo sai por cima do equipamento.
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Separadores Úmidos:
O scrubber emprega os princípios de impacto e
interceptação das partículas de poeira por parte de
gotículas de água. As maiores e mais pesadas gotículas de
água são facilmente separadas do gás pela ação da
gravidade. As partículas sólidas podem então ser
independentemente separadas da água ou a água pode
ser tratada antes de reuso ou descarga em algum corpo
hídrico.

Separadores semi-secos:
Estes sistemas possuem funcionamento
semelhante aos sistemas úmidos, porém com maior
concentração de adsorvente. Assim que os gases
de exaustão se misturam com a solução
adsorvente, a água da solução evapora,
aumentando a concentração. A água que resta no
adsorvente sólido aumenta a reação com o SO2 e,
desta forma, o processo gera um resíduo sólido
seco o qual deve ser coletador pelo sistema de
controle de material particulado

Separadores secos:
Este sistema injeta pneumaticamente o adsorvente
diretamente dentro da caldeira, no economizador ou
na tubulação. O resíduo seco é então removido
utilizando um sistema de controle de material
particulado como filtros de mangas ou preciptadores
eletroestáticos.Os gases de exaustão são
geralmente resfriados antes de entrar no sistema de
controle de material particulado. Ainda, a água pode
ser adicionada antes da inserção do material
adsorvente para aumentar a eficiência de remoção
de SOX . Reagentes alcalinos com cálcio ou sódio
são os mais utilizados.

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2. 5. Onde se localizam as usinas no Brasil

O Brasil possui uma matriz hidrotérmica de geração de eletricidade, desta


forma, as usinas hidroelétricas e termoelétricas são responsáveis pela maior parte do
suprimento de eletricidade nacional. Segundo o Balanço Nacional Energético, em
2014, 63,2% da demanda total de eletricidade (590 TWh) foi suprida por
hidroeletricidade seguido pela termoeletricidade de origem fóssil com 24,2% (4,5% por
carvão mineral, 6% óleos diesel e combustível e 13,7% por gás natural).
Estas termoelétricas possuem, atualmente, importante papel no Sistema
Interligado Nacional (SIN). Sua flexibilidade operacional ajuda a garantir eletricidade
para sistema em momentos de instabilidade hídrica.
Por outro lado, visto este papel flexível de geração, estas usinas localizam-se
próximas aos centros urbanos (centros de carga), visando, também, reduzir os custos
de transmissão e facilitar o Figura: Localização das usinas termoelétricas fósseis com
potência acima de 100 MW. Entretanto, estas usinas podem contribuir
consideravelmente para a carga de poluentes locais e, quando somadas às outras
fontes pontuais e móveis, agravam os problemas ambientais e de saúde pública.
Como apresentado pela Figura, as usinas brasileiras de grande porte
encontram-se, principalmente, distribuídas na região sul/sudeste e no extremo
nordeste do país, tendência observada, também, na expansão do parque
termoelétrico nacional (usinas em construção e com construção não iniciada).
O gás natural é o combustível predominante na geração termoelétrica no país,
com usinas distribuídas em todo território nacional. Por outro lado, a usinas que
utilizam carvão mineral distribuem-se em três principais polos no estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará, devido à disponibilidade do combustível.

Localização das usinas termoelétricas


fósseis com potência acima de 100 MW.

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2. 6. História das termelétricas no Brasil

As primeiras usinas termelétricas no Brasil surgiram no século XIX. Em 1883,


por exemplo, em Campos dos Goytacazes, foi inaugurada uma termelétrica dotada de
três dínamos, com 52 kW para abastecer a iluminação pública – a cidade foi a primeira
a contar com iluminação pública como serviço público. Na década de 1920, o país
possuía capacidade instalada da ordem de 355 MW, pertencente a 300 empresas, e
do total gerado, 78% era proveniente de hidrelétricas e 22% de termelétricas,
utilizadas para complementar o suprimento da hidroeletricidade.
Apesar da predominância hídrica no país ao longo dos anos, o Brasil apostou
no desenvolvimento de projetos termelétricos como forma de explorar a
potencialidade dos recursos fósseis disponíveis (especialmente carvão mineral) e
suprir a demanda não coberta pelas hidrelétricas. Em 1940, o governo regulamentou
a situação das usinas térmicas, integrando-as à disposição do Código de Águas,
criado em 1934.
No caso do carvão mineral, por exemplo, a termelétrica movida a esse
combustível mais antiga do país é a usina São Jerônimo, que teve as obras iniciadas
em 1948 e inaugurada em 1955, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética
(EPE). As atividades da usina foram encerradas no fim de 2013, por determinação de
órgão ambiental.
Já o uso de combustíveis fósseis líquidos para a geração de energia é menos
expressivo na matriz energética. O óleo combustível e óleo diesel foram a base do
atendimento aos Sistemas Isolados, no Norte do país, onde até a década de 2010 a
maior parte da região estava excluída do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esses
combustíveis também são utilizados no atendimento à demanda de pico do sistema
elétrico, com o uso de motogeradores – em geral por consumidores comerciais,
industriais e edifícios.
Por outro lado, o salto das reservas de óleo e gás ocorrido na década de 1980
começou a abrir espaço para o uso do gás natural como fonte de geração de energia
elétrica, com a exploração mais intensiva das reservas marítimas da Bacia de
Campos, no Rio de Janeiro, e depois em outras regiões, como a Amazônia e o
Nordeste. Em 1999, entra em operação o Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), com
capacidade de transportar 30 milhões de metros cúbicos por dia, volume este
distribuído por vários estados do país.
A geração termelétrica, de forma geral, começou a ganhar mais espaço no
Brasil a partir dos anos 2000, com a proximidade de um racionamento de energia. O
Programa Prioritário de Termelétricas (PPT) foi lançado em fevereiro de 2000 pelo
então ministro de Minas e Energia Rodolpho Tourinho (1941-2015), para incentivar a
construção de termelétricas a gás e carvão num prazo de 24 meses, inferior aos cinco
anos, em média, exigidos por hidrelétricas, de modo que esses empreendimentos
pudessem entrar em operação entre 2001 e 2003.
O programa não avançou como esperado e resultou numa segunda iniciativa:
o Programa Emergencial de Termelétricas, que resultou na construção de 21

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termelétricas, sendo que grande parte delas iniciou operação comercial a partir de
2002, após o racionamento de 2001.
O Novo Modelo do Setor Elétrico, que resultou no marco regulatório em vigor
desde 2004, criou condições para a expansão da geração termelétrica, com a criação
dos leilões de energia nova. No entanto, em setembro de 2006, um grupo de
termelétricas da Petrobras estavam paradas por falta de gás e quando o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinada o despacho térmico, as usinas não
produziam energia alegando falta de combustível. A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) determinou a realização de testes de desempenho em que atestou
geração abaixo da determinada – 13 usinas foram testadas e foi constatado um déficit
total de 3.624,55 MW médios.
Com isso, a Aneel firmou termo de compromisso com a Petrobras a fim de
elevar a oferta de gás natural para atendimento das termelétricas entre os anos de
2007 e 2011, sob risco de penalidades.
Entre 2007 e 2008, com a falta de projetos hidrelétricos e a ausência de gás
para novos projetos, termelétricas a óleo tiveram expansão mais acelerada na matriz
energética. Parte desses projetos, desenvolvida pela Bertin, que totalizou
aproximadamente 6 GW, não saiu do papel, deixando distribuidoras de energia
contratualmente descobertas. Alguns projetos foram adquiridos por outros
empreendedores, enquanto outros foram revogados.
Com a crescente pressão pela redução das emissões de gases de efeito estufa,
que culminaram no Acordo de Paris, e com custos variáveis unitários mais elevados,
usinas a carvão mineral e a óleo combustível passaram a ser substituídos por usinas
renováveis. No entanto, o gás natural passou a ser considerado na expansão da
oferta, especialmente com o aumento da oferta motivado pela exploração de reservas
localizadas no Pré-Sal brasileiro.

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3. CONCLUSÃO

Esta Nota Técnica buscou explicitar aspectos técnicos essenciais para se


compreender a geração termoelétrica. Também mostrou que outros fatores, tais como
os ciclos termodinâmicos, o processo fundamental de funcionamento das centrais
termelétricas, os sistemas de controle de emissões influenciam as vazões e a
intensidade das emissões. A Nota avança e detalha quais as principais tecnologias de
controle de emissões, bem como traz exemplos de benchmarks já adotados em outros
países.
Ainda que se mostre bastante técnico, todo o conteúdo e as informações
apresentados podem ser úteis para a discussão em torno da termoeletricidade.
Em primeiro lugar, trazem dados básicos sobre a relação entre a geração
termoelétrica e a poluição do ar, servindo ao leitor mais leigo.
Em segundo lugar, podem contribuir para as abordagens sobre alternativas
tecnológicas, não só porque destrincham as principais tecnologias de geração
termoelétrica, como também históricos e bases. A esse respeito, não é demais lembrar
que, se, por um lado, a análise de alternativas tecnológicas (assim como de
alternativas locacionais) revela-se como uma das principais finalidades dos estudos,
o processo fundamental de funcionamento das centrais termelétricas e do impacto
ambiental (EIA), por outro, tal tipo de análise tem-se dado de forma introdutória, mas
completa.

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4. BIBLIOGRAFIA

Link 01:
https://megawhat.energy/verbetes/335/geracao-termeletrica

Link 02:
https://iconeenergia.com.br/o-que-e-energia-termica/

Link 03:
https://iema-site-staging.s3.amazonaws.com/IEMA-EMISSOES.pdf

Link 04:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3361605/mod_resource/content/1/Gera%C3
%A7%C3%A3o%20Termel%C3%A9trica.pdf

Link 05:
https://docplayer.com.br/82404416-Geracao-termeletrica.html

Link 06:
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/20398/Coluna%20Opini
ao%20Fevereiro%20-%20Termeletricas%20-
%20Andre%20e%20Guilherme.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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https://www.scielo.br/j/ea/a/4LQNgbc9vfRTqRFgtVSyK5Q/?lang=pt&format=pdf

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