Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1ª Lei da Termodinâmica
(Licenciatura em Ensino de Biologia e Química)
Universidade Rovuma
Lichinga
2022
2
Ana Raquiela
Índice
Conteúdo
Pág.
1. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivos.....................................................................................................................4
1.1.1. Geral......................................................................................................................4
1.1.2. Específicos............................................................................................................4
3
1.2. Metodologia.................................................................................................................4
2. Termodinâmica....................................................................................................................5
2.3. Calor...........................................................................................................................10
2.5.1. Entalpia...............................................................................................................13
2.7. Termoquímica............................................................................................................17
2.7.2. Calorimetria........................................................................................................18
2.7.3. Calorímetros........................................................................................................20
3. Conclusão..........................................................................................................................22
4. Bibliografia........................................................................................................................23
1. Introdução
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Estudar a primeira Lei da Termodinâmica.
1.1.2. Específicos
Definir a termodinâmica;
Enunciar a primeira Lei da Termodinâmica;
Explicar sobre o trabalho, variação de energia e calor;
Explicar sobre a entalpia e capacidade calorífica;
Aplicar a primeira Lei da Termodinâmica nos gases ideais e reais;
Explicar a termodinâmica.
1.2. Metodologia
2. Termodinâmica
A energia está na base da civilização. Usamos energia, a cada dia, em suas várias formas para
sustentar a vida, para ficar suficientemente quente ou frio, para nos movermos e para pensar.
Todos esses processos envolvem a liberação, a absorção, a transferência ou a conversão de
energia. Um imenso esforço global está se desenvolvendo para encontrar novas fontes de
energia, para usar a energia disponível de maneira mais eficiente e para conservar seu uso. O
5
acesso à energia é um dos problemas principais que afectam a humanidade, porque muita
coisa depende disso (Atkins & Jones, 2012).
Segundo Atkins e Jones (2012), o estudo das transformações da energia de uma forma para
outra chama-se termodinâmica.
Segundo Chang e Goldsby (2013), a primeira lei da termodinâmica, que se baseia no princípio
da conservação de energia, estabelece que a energia pode ser convertida de uma forma em
outra, mas não pode ser criada ou destruída.
De acordo com o autor acima citado, pode-se testar a validade da primeira lei medindo apenas
a variação da energia interna de um sistema, entre o seu estado inicial e o seu estado final, em
um processo. A variação da energia interna ∆ U é dada por:
∆ U =U f −U i
Onde U f e U i são as energias internas do sistema nos estados inicial e final, respectivamente.
De acordo com Chang e Goldsby (2013), a energia interna do sistema tem dois componentes:
a energia cinética e a energia potencial.
É impossível fazer uma estimativa rigorosa de todas estas contribuições e, portanto, não
podemos calcular a energia total de um sistema com exactidão. Por outro lado, podemos
determinar experimentalmente as variações de energia. (Raymond & Chang, 2013)
Exemplo: consideremos a reacção entre um mol de enxofre e um mol de oxigénio gasoso para
produzir um mol de dióxido de enxofre:
Neste caso, o nosso sistema é composto pelas moléculas dos reagentes S e O2 (o estado
inicial) e pelas moléculas do produto SO 2 (o estado final). Não conhecemos os valores da
6
energia interna das moléculas dos reagentes nem das moléculas dos produtos, mas podemos
medir com exactidão a variação do conteúdo energético, ∆ U , dado por:
U = U(produto) — U(reagentes)
= Conteúdo energético de 1 mol SO 2(g) - Conteúdo energético de [1 mol S(s) + 1 mol O2( g)
Verifica-se que esta reacção libera calor. Logo, a energia do produto é inferior à dos reagentes
e ∆ U é negativo.
U sist +U viz =0
ou
∆ U sit =∆ U viz
∆ U =q+ w
(Deixamos de usar o índice “sist” para simplificar.) A equação acima diz que a variação da
energia interna ∆ U de um sistema é a soma do calor q trocado entre o sistema e a vizinhança
7
com o trabalho w realizado sobre o (ou pelo) sistema. As convenções de sinais para q e w são
as seguintes: q é positivo para um processo endotérmico e negativo para um processo
exotérmico, e w é positivo para o trabalho realizado sobre o sistema pela vizinhança e
negativo para o trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinhança. Podemos comparar a
primeira lei da termodinâmica a um balancete de energia, por analogia com um balancete
bancário que faça conversão de moedas. Pode-se retirar ou depositar dinheiro em quaisquer
outras moedas (como a variação da energia devido à troca de calor e ao trabalho realizado).
Porém, o valor da conta bancária do cliente só depende do saldo, depois de efectuadas estas
transacções, e não da moeda utilizadas.
A equação pode parecer abstracta, mas na verdade é muito lógica. Se um sistema perde calor
para a vizinhança ou realiza trabalho sobre ele, devemos esperar que a sua energia interna
diminua, dado que ambos os processos são consumidores de energia. Por esta razão, tanto q
como w são negativos. Ao contrário, se houver adição de calor ao sistema ou se for realizado
trabalho sobre ele, a energia interna do sistema deve aumentar. Neste caso, tanto q como w
são positivos. A tabela a seguir resume as convenções de sinais para q e w.
Tabela 1. Convenções de sinais para o calor e o trabalho. Fonte: (Raymond & Chang, 2013)
Processo Sinal
Trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinhança -
A propriedade mais fundamental da termodinâmica porque ela fornece a base da definição dos
conceitos principais é o trabalho, isto é, o movimento contra uma força oposta . Todas as
formas de trabalho podem ser consideradas como equivalentes ao trabalho efectuado quando
um peso é levantado contra a força da gravidade. (Atkins & Jones, 2012).
Segundo Silva (2019), um exemplo usual é a quantidade de gás contida num cilindro com um
pistão. A energia pode ser fornecida ao sistema por condução de calor, mas também é possível
8
realizar trabalho mecânico sobre ele, já que o pistão exerce uma força que pode mover o seu
ponto de aplicação.
De acordo com o autor acima citado, outro exemplo disso é o caso da máquina de vapor que
usa o calor de combustão de carvão ou de outro combustível para realizar trabalho mecânico,
a fim de movimentar um gerador eléctrico, um trem ou outra função útil. Pois aí estão as
raízes da termodinâmica, que se iniciou em fins puramente práticos.
Em conformidade com Chang e Goldsby (2013), o trabalho necessário para mover um objeto
até uma certa distância, contra uma força que se opõe, é calculado multiplicando-se a força
pela distância:
Segundo Chang e Goldsby (2013), uma maneira de ilustrar o trabalho mecânico é por meio do
estudo da expansão ou da compressão de um gás. Muitos processos químicos e biológicos
envolvem alterações de volume dos gases. Respirar e exalar ar envolve a expansão e a
contracção de sacos minúsculos, chamados alvéolos, nos pulmões. Outro exemplo é o do
motor de combustão interna de um automóvel. A expansão e a compressão sucessivas nos
cilindros devido à combustão da mistura ar-gasolina fornece energia ao veículo. A figura
abaixo mostra um gás em um cilindro equipado com um pistão móvel, sem peso nem fricção,
a uma determinada temperatura, pressão e volume.
Figura 1. Expansão de um gás contra uma pressão externa. Fonte: (Raymond & Chang, 2013)
9
À medida que o gás se expande, empurra o êmbolo para cima contra a pressão atmosférica
constante P que se opõe a ele. O trabalho realizado pelo gás sobre a vizinhança é:
w = -P∆ V
1 L × atm = 101,3 J
Segundo Atkins e Jones (2012), seu conteúdo total de energia é chamado de energia interna,
U. Não podemos medir o valor absoluto da energia interna de um sistema porque ele inclui as
energias de todos os átomos, de seus electrões e dos componentes dos núcleos. O melhor que
podemos fazer é medir as variações de energia. Se um sistema realiza um trabalho de 15 J,
por exemplo, ele consumiu uma parte da energia armazenada e dizemos que sua energia
interna diminuiu 15 J, e escrevemos ∆ U =−¿ 15 J. Na termodinâmica, o símbolo ∆ X
significa uma diferença na propriedade X:
Quando realiza-se trabalho contra um sistema (e, novamente, não ocorrem outras mudanças),
sua energia interna aumenta. A compressão de um gás dentro de um recipiente termicamente
isolado aumenta sua energia interna, porque um gás quente comprimido pode realizar mais
trabalho do que um gás descomprimido e mais frio. O acto de esticar transfere energia para
uma mola e, quando totalmente esticada, ela pode realizar mais trabalho do que no início do
processo. Fazer passar uma corrente eléctrica por um sistema também é realizar trabalho
contra ele, o que fazemos quando carregamos uma bateria (Atkins & Jones, 2012).
2.3. Calor
Segundo Rodrigues (2011), calor é energia em transferência de um sistema para outro, devido
a uma diferença de temperatura entre os sistemas.
A energia interna de um sistema, isto é, sua capacidade de realizar trabalho, também pode ser
alterada pela troca de energia com a vizinhança na forma de calor. Calor é um termo comum
que em termodinâmica tem um significado especial. A energia flui na forma de calor de uma
região de temperatura alta para uma região de temperatura baixa. Portanto, em um sistema
cujas paredes não são isolantes térmicos, se o sistema está mais frio do que a vizinhança, a
energia flui da vizinhança para o sistema. (Atkins & Jones, 2012).
energia interna do sistema aumenta e q é positivo; se energia deixa o sistema como calor, a
energia interna do sistema diminui e q é negativo. Assim, se 10 J entram no sistema como
calor, escrevemos q = + 10 J e (desde que nenhum trabalho é feito no sistema ou pelo sistema)
∆ U =+¿10 J. Do mesmo modo, se 10 J deixam o sistema, q = + 10 J e ∆ U =+¿10 J. (Atkins
& Jones, 2012).
Como esses exemplos mostram, a energia transferida na forma de calor é medida, como
qualquer forma de energia, em joules, J. Entretanto, uma unidade de energia que ainda é
muito usada em bioquímica e campos correlatos é a caloria (cal). Na definição original, 1 cal
correspondia à energia necessária para elevar de 1ºC a temperatura de 1 g de água. A
definição moderna é 1 cal = 4,184 J (exactamente). (Atkins & Jones, 2012).
O calor e o trabalho não são funções de estado porque não são propriedades de um sistema.
Eles manifestam-se apenas no decorrer de um dado processo (durante uma transformação).
Assim, os seus valores dependem do caminho percorrido pelo sistema durante a
transformação, variando de acordo com ele. (Chang & Goldsby, 2013)
O calor liberado ou absorvido por um sistema que sofre uma reacção química é determinado
em aparelhos chamados calorímetros. Esses aparelhos variam em detalhes e são adaptados
para cada tipo de reacção de que se quer medir o calor. (Silva, 2019)
Segundo Silva (2019), a determinação do calor liberado ou absorvido numa reacção química é
efectuada através da expressão:
Q = m × c ×∆T
Onde:
12
Q é a quantidade de calor liberada ou absorvida pela reacção. Esta grandeza pode ser
expressa em calorias (cal) ou em Joules (J). O Sistema Internacional de Medidas (SI)
recomenda a utilização do Joule, no entanto, a caloria ainda é muito utilizada. Uma
caloria (1 cal) é a quantidade de calor necessária para fazer com que 1,0 g de água
tenha sua temperatura aumentada de 1,0 ºC. Cada caloria corresponde a 4,18 J;
m é a massa, em gramas, de água presente no calorímetro;
c é o calor específico do líquido presente no calorímetro. Para a água, seu valor é 1
cal/g . ºC;
∆ T é a variação de temperatura sofrida pela massa de água devido à ocorrência da
reacção. É medida em graus Celsius.
O calor de reacção pode ser medido a volume constante, num calorímetro hermeticamente
fechado, ou à pressão constante, num calorímetro aberto. Experimentalmente, verifica-se que
existe uma pequena diferença entre esses dois tipos de medidas calorimétricas. Essa diferença
existe porque, quando uma reacção ocorre à pressão constante, pode haver variação de
volume e, portanto, envolvimento de energia na expansão ou contracção do sistema. (Silva,
2019)
Segundo Atkins e Jones (2012), função de estado que permite obter informações sobre as
variações de energia em pressão constante é chamada de entalpia, H:
H=U + PV
Em que U, P e V são a energia interna, a pressão e o volume do sistema. Podemos ver que a
entalpia é uma função de estado notando que U (da primeira lei), P e V são funções de estado;
logo, H=U + PV tem de ser também uma função de estado.
13
De acordo com o autor acima citado, para qualquer processo, a variação da entalpia é dada
por: ∆ H=∆ U+∆ (PV). Se a pressão for constante, então: AH = ∆ U + P∆ V.
Temos agora duas quantidades, ∆ H e ∆ U, que podem ser associadas a uma reacção química.
Se a reacção ocorrer sob condições de volume constante, então o calor transferido, q v , é igual
a ∆ H . Por outro lado, quando a reacção é realizada à pressão constante, o calor transferido, q p
, é igual a ∆ H. (Atkins & jones, 2012)
De acordo com Silva (2019), numa reacção do tipo A→ B , a diferença entre as entalpias dos
produtos e dos reagentes corresponde à variação de entalpia.
∆H = H p+ H r
Onde:
Numa reacção exotérmica, temos Hp < Hr e, portanto, ∆ H < O (negativo) e numa reacção
endotérmica, temos Hp > Hr e, portanto, ∆ H > O (positivo).
Como o calor transferido em volume constante pode ser identificado com a variação da
energia interna, ∆ U, definir a capacidade calorífica em volume constante, C v , como:
14
∆U
C v=
∆T
Do mesmo modo, como o calor transferido sob pressão constante pode ser identificado com a
variação de entalpia, ∆ H, podemos definir a capacidade calorífica em pressão constante, C p
, como:
∆H
C v=
∆T
Q=w+ ∆U
Transformação Isométrica
w= p × ∆V
w=0
Q=w+ ∆U
16
Q=∆ U
Toda quantidade de calor é utilizada para a variação da energia interna do gás.
Se o gás recebe calor Q>0 , ocorre um aumento de sua energia interna e, com isso, um
aumento da temperatura T do gás.
Se o gás cede calor Q<0 , ocorre uma redução de sua energia interna e,
consequentemente, uma redução de sua temperatura T
Transformação Isobárica
Q=w+ ∆U
Transformação adiabática
Essa transformação pode ser obtida utilizando um recipiente com paredes isolantes ou por
meio de uma compressão ou expansão muito rápida, o que garante que não há trocas de calor
durante a transformação.
p 1 ×V 1 p2 × V 2
=
T1 T2
Verifica-se ainda que no decorrer de uma transformação adiabática, vale a seguinte relação:
p ×V =Constante
Assim:
p1 × V 1= p2 ×V 2
2.7. Termoquímica
2.7.1. Conceitos gerais
17
Segundo Feltre (2004), as transformações físicas e as reacções químicas são, quase sempre,
acompanhadas por liberação ou absorção de calor, e vários fenómenos conhecidos ilustram
bem esse facto. Sabemos, por exemplo, que precisamos fornecer calor (energia) para que a
água se aqueça e se vaporize; e que, no sentido inverso, isto é, quando o vapor de água se
condensa , ele libera o calor (energia) que havia recebido anteriormente.
Tabela 3. Reacções químicas que liberam e absorvem energia. Fonte: (Feltre, 2004)
De acordo com Feltre (2004), o calor é, sem dúvida, a forma mais comum de energia que
acompanha as reacções químicas. Voltando aos exemplos da primeira coluna da tabela acima,
nota-se que:
Velas foram inventadas para produzir luz, mas produzem também calor.
Uma bateria eléctrica, se usada muito intensamente, acaba por se aquecer; isto é, além
de energia eléctrica, libera também calor.
O motor do automóvel foi inventado para produzir movimento, mas ele se aquece, isto
é, libera também calor.
Segundo Usberco e Salvador (2002), são dois os processos em que há troca de energia na
forma de calor: o processo exotérmico e o endotérmico.
Em geral, basta provocarmos uma reacção exotérmica para que ela se inicie e prossiga
sozinha, como no exemplo da queima do carvão. Pelo contrário, uma reacção endotérmica
ocorre somente quando fornecemos continuadamente o calor de que ela necessita, como no
caso do cozimento dos alimentos.
2.7.2. Calorimetria
2.7.3. Calorímetros
São aparelhos usados para medir a quantidade de calor que é liberada ou absorvida numa
transformação física ou química.
20
A quantidade de calor cedida (Qc) pelo corpo (ou pela reacção) é igual à quantidade
de calor recebida (Qr) pela água: Qc = Qr
A quantidade de calor recebida pela água (ou por qualquer substância) é dada pela
fórmula:
Qr = m×c×ΔT
Onde:
ΔT - variação da temperatura.
3. Conclusão
A termodinâmica compreende um importante ramo da física, que trata do estudo das relações
entre o calor (transporte de energia entre dois ou mais corpos, isto é, energia em movimento),
temperatura, trabalho e ainda, da energia.
A parte do calor que o gás recebe é transformado em energia interna e parte desse calor é
utilizado para realizar trabalho termodinâmico. Assim, a soma dessas duas parcelas é igual ao
calor recebido, pois sabemos que a energia não pode ser criada e nem destruída, mas apenas
transformada. Com isso um gás realiza trabalho quando seu volume aumenta (T positivo).
Quando seu volume diminui, o trabalho é realizado sobre o gás (T negativo). A energia
interna é a soma das energias cinética e potencial de todas as partículas que constituem este
sistema. Por esta razão, é considerada uma propriedade do sistema, depende somente do
estado inicial e estado final do processo. Ainda, quanto maior a taxa de calor que está sendo
transferida a determinado sistema, maior será sua energia interna.
23
4. Bibliografia
Atkins, P. & Jones, L. (2012). Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 5 ed. Porto Alegre : Bookman.
Chang, R. & Goldsby, K. A. (2013). Química. 11. ed. Porto Alegre : AMGH.
Usbergo, J. & Salvador, E. (2002). Química. 5. ed. reform. — São Paulo : Saraiva.