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Índice

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................2
1.1 Objectivos Gerais.....................................................................................................................3
1.2. Objectivos específicos.............................................................................................................3
1.3. Metodologia de pesquisa..............................................................................................................3
2.1. Conceitos fundamentais sobre o calor..........................................................................................4
2.1.1. Calor..............................................................................................................................................4
2.2.1.Condução....................................................................................................................................5
2.2.2.Convecção..................................................................................................................................5
2.2.3.Radiação.....................................................................................................................................5
2.2.4.Evaporação.................................................................................................................................5
3.1. Factores que influenciam nas trocas térmicas entre o meio ambiente e o organismo...................5
3.1.1. Humidade relativa do ar.......................................................................................................6
3.1.2. Velocidade do ar........................................................................................................................6
3.1.3. Calor radiante............................................................................................................................6
3.1.4. Tipo de actividade......................................................................................................................6
4. Mecanismos de defesa do organismos frente ao calor – doencas do calor...........................................6
5. Legislação aplicável............................................................................................................................8
6. Limites de tolerância...........................................................................................................................9
6.1. Limites de exposição........................................................................................................................9
6.2. Trabalho e descanso no mesmo local................................................................................................9
6.3. Trabalho e descanso em outro local (local de descanso).............................................................10
7. Instrumentos de medição...................................................................................................................12
7.1. Medidas de controlo na fonte, no meio (trajectória) e nas pessoas humanas (trabalhador/a)..........12
7.3. Exposição ocupacional ao frio e seus efeitos no organismo. Doenças do frio.................................13
8. Conclusão..............................................................................................................................................15
9. Referências Bibliográficas.....................................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO
Os seres humanos tem a capacidade fisiologica de regular a temperatura interna do seu
organismo, que se mantem a uns 37º c. se a temperatura interna se eleva ou cai dastricamente o
corpo reage originando enfermidades que podem derivar em morte.
As temperaturas tèrmicas agradáveis do local de trabalho , dependem principalmente dos
factores relacionados á temperatura ambiente , a umidade do ar e a mobilidade do ar.
O ambiente no qual o trabalho decorre pode influenciar na execucao desse trablho. As
condicoes de trabalho extremamente quentes ou extremamente frias vao influenciar na forma
como o trabalho e levado avante.
No nosso pais e no mundo existem leis que regulam as condicoes de saude e trabalho dos
trabalhadores, como por exemplo a OIT (organizacao internacional do trabalho ), o Occupational
Safety and Health Act (Lei da Seguranca Ocupacional e Saude), nos Estados Unidos. Em
Mocambique existe a lei 23 2007 lei do trabalho, o Dlegislativo n48.1973 – regulamento de
higiene e seguranca no trabalho, entre outros documentos e leis que regem as condições de
trabalho.
Lida (2000) afirma que quando uma pessoa é obrigada a suportar altas temperaturas, seu
rendimento cai significativamente. A velocidade do trabalho diminui, as pausas se tornam
maiores, a propensão á acidentes aumenta (principalmente a partir de 30ºC) e a concentração
diminui.O organismo adapta-se ao trabalho em altas temperaturas, com várias transformações
fisiológicas que ocorrem durante semanas. Tal transformação ocorre gradualmente em um
período de até seis meses. (Couto (1978) apud Gallois, 2002).
No trabalho pode se dar situacoes que ponham em risco os mecanismos do nosso corpo
responsaveis pelo controle da temperatura. Estas situacoes estao relacionada com a exposicao a
temperaturas extremas, por exemplo em fabricas com grandes fornos de fundicao, os
trabalhadores estao sujeitos a a altas temperaturas e por outro lado, em trabalhos relacionados
com cameras frigorificas , os trabalhadores estao exposto a temperaturas muito baixas. Estas
situacoes podem provocar extresse termicoecertas condicoes medicas negativas.
1.1 Objectivos Gerais
Este presente trabalho tem como enfoque ou objetivo situacoes de trabalho onde existem
riscos de que o trabalhador desenvolva condições medicas negativas e desconforto causado
pelo calor e pelo frio extremo no local de trabalho. Porem cabe evidenciar que estas
condições medicas são mais graves que o mal estar que muitas pessoas possuem no local de
trabalho durante o verão ou o inverno.

1.2. Objectivos específicos


 Analisar as trocas térmicas entre o corpo, fontes de calor e o meio ambiente;
 Estudar a correlação entre as trocas térmicas e as variáveis do ambiente;
 Estudar e apresentar os mecanismos de defesa do organismo frente ao calor,
doenças do calor e legislação aplicável;
 Apresentar os limites de tolerância e os limite de exposição;
 Apresentar instrumentos de medição de calor;
 Apresentar medidas de controlo na fonte, no meio e na pessoa humana;
 Apresentar os efeitos da exposição ocupacional ao frio no organismo;

1.3. Metodologia de pesquisa

A metodologia adoptada para o desenvolvimento desta pesquisa se deu através de revisões


bibliográficas de alguns trabalhos científicos já publicados, recorreu-se também as normas e
artigos que regem a fiscalização e inspecção da Higiene e segurança no trabalho em vigor em
Moçambique.
Para melhor assimilação e compilação da informação usou-se a técnica de tomada de nota a
quando da pesquisa, foram usadas também algumas ferramentas tecnológicas para a digitação e
revisão do trabalho, como o software Microsoft Office 2007 (Microsoft Power point,
Microsoft Word e Microsoft Excel).
2. Temperaturas extremas
As temperaturas extremas estão relacionadas com as condições climáticas num determinado
local, nesse caso no local de trabalho. As temperaturas representam o nivel termico do ambiente
e consideram-se extremas quando atingem niveis altos ou baixos o bastante para desequilibrar as
condicoes normais do nosso organismo , provocando assim mais que desconforto, provocando
enfermidades ou doencas , logo depois de tirar a capacidade normal de realizacao de atividades
quotidianas e laborais das pessoas.
A temperatura, por sua vez, é uma grandeza física a qual designa a energia cinética
(movimento ou agitação) das moléculas e o estado térmico de um corpo (quente ou frio).
Quanto mais quente (alta temperatura) se apresenta o corpo, maior será sua energia cinética,
ou seja, a agitação moléculas; e, quanto mais frio (baixa temperatura), menor será a agitação
molecular.
No Sistema Internacional de Unidades (SI) a temperatura pode ser medida
em Celsius(°C), Kelvin (K) ou Fahrenheit (°F).

2.1. Conceitos fundamentais sobre o calor

2.1.1. Calor
O calor (energia calorífica) é caracterizado pela transferência de energia térmica que flui de
um corpo (com maior temperatura) ao outro (de menor temperatura) quando há diferença de
temperatura entre ambos. Dessa forma, o equilíbrio térmico ocorre quando os dois corpos, por
meio da transferência de calor, atingem a mesma temperatura.
A propagação de calor pode ocorrer de três maneiras: condução, convecção e irradiação.
Na condução térmica, a transferência de calor é dada pela agitação das moléculas, por
exemplo, ao segurar uma barra de ferro e aquecer a outra extremidade, em pouco tempo, a barra
inteira se aquecerá.
Na convecção térmica, a transferência de calor ocorre entre líquidos e gases; é o que acontece
com o aquecimento de água numa panela, donde criam-se "correntes de convecção" e a água que
está próxima do fogo sobe, enquanto a que está fria desce.
Por fim, na irradiação térmica, o calor é propagado por meio de ondas eletromagnéticas, sem
que seja necessário o contacto entre os corpos, por exemplo, se aquecer perto de uma lareira.
Note que, no Sistema Internacional de Unidades (SI) o calor é medido em calorias (cal)
ou joules (J).

2.2. Mecanismos de trocas térmicas


 Condução;
 Convecção;
 Radiação;
 Evaporação Do Suor.
A sobrecarga térmica no organismo humano, é resultante de dois tipos de carga térmica: uma
carga externa (ambiental) e outra interna (metabólica). A carga externa é resultante de trocas
por Condução/Convecção e Radiação e a carga metabólica é resultante do metabolismo basal e
da atividade física.
2.2.1.Condução
Troca térmica entre dois corpos em contato, geralmente sólidos. No organismo essas trocas são
muito pequenas, geralmente por contato com o corpo com ferramentas e superfícies.
2.2.2.Convecção
Troca térmica realizada geralmente entre dois fluidos por diferença de densidade provocada pelo
aumento da temperatura. Geralmente utilizamos a expressão condução/ convecção para esse tipo
de troca.
2.2.3.Radiação
Através da emissão de radiação infravermelha, os corpos de maior temperatura tendem a perder
calor para corpos de menor temperatura numa tentativa de equilíbrio.
As trocas por radiação, correspondem a 60% das trocas totais
2.2.4.Evaporação
É a troca de calor produzida pela evaporação do suor, através da pele. Quando um líquido passa
para o estado gasoso, ganha energia interna.
A entalpia de vaporização da água é de 590 Cal/grama, assim sendo, absorve o calor da pele
resfriando-a.
Essa troca térmica é ainda facilitada pois nesse momento, está ocorrendo a vasodilatação
periférica.
O mecanismo da evaporação é o único meio de perda de calor para o ambiente, quanto a
temperatura está mais alta que a temperatura do corpo, pois nesse caso, o corpo ganharia calor
por Condução/convecção e por radiação.

3.1. Factores que influenciam nas trocas térmicas entre o meio ambiente e o
organismo

Entre os inúmeros factores que influenciam nas trocas térmicas, cinco principais devem ser
considerados na quantificação da sobrecarga térmica:
 Temperatura do ar;
 Humidade relativa do ar;
 Velocidade do ar;
 Calor radiante;
 Tipo de atividade;
 Temperatura do ar.

Como foi observado anteriormente, é necessário que haja um gradiente de temperatura para
que possibilite os mecanismos de troca térmica: condução, convecção e radiação. Desse modo, o
sentido de transmissão de calor dependerá de defasagem positiva ou negativa entre a temperatura
do ar e a temperatura da pele. Se a temperatura do ar for maior do que a da pele, o organismo
ganhará calor por condução __ convecção, e se a temperatura do ar for menor do que a da pele, o
organismo perderá valor por condução __ convecção. A quantidade de calor ganha ou perdida é
diretamente proporcional a defasagem entre as temperaturas.
3.1.1. Humidade relativa do ar
Este parâmetro influi na troca térmica entre o organismo e o ambiente pelo mecanismo de
evaporação. Desse modo, a perda de calor no organismo por evaporação dependerá da umidade
relativa do ar, isto é, da quantidade de água presente em uma determinada quantidade de ar.
Sabe-se que o organismo humano perde em média 600 Kcal/h pela evaporação do suor, isso se
a umidade relativa for de 0%. Quanto maior a umidade relativa ( maior saturação de água do ar),
menor será a perda de calor por evaporação.

3.1.2. Velocidade do ar
A velocidade do ar no ambiente pode alterar as trocas tanto na condução e na convecção
quanto na evaporação.
Quando houver aumento de velocidade do ar no ambiente, haverá aceleração da troca de
camadas de ar mais próximas ao corpo, aumentando, desse modo, o fluxo de calor entre esse
corpo e o ar. Se houver maior velocidade do ar, haverá substituição mais rápida das camadas de
ar mais saturadas com água e substituição por outras menos saturadas, favorecendo, então, a
evaporação.
No caso de evaporação, o aumento de velocidade do ar sempre favorecerá a evaporação.

3.1.3. Calor radiante


Quando um indivíduo estiver na presença de fontes apreciáveis de calor radiante, o organismo
ganhará calor pelo mecanismo de radiação. Caso não haja fontes de calor radiante ou se essas
forem controladas, o organismo humano poderá perder calor pelo mesmo mecanismo.

3.1.4. Tipo de actividade


Quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo indivíduo, tanto maior será o calor
produzido pelo metabolismo, constituindo, portanto, parte do calor total ganho pelo organismo.

Exemplo de trabalhos em que os trabalhadores estão propícios ao calor extremo:


Os trabalhadores que realizam atividades laborais em locais cerrados ou semicerrados onde o
calor e a humidade são elevadas devido as condicoes e natureza do proprio trabalho: fundicao,
fabrica de ladrilhos, fabrica de ceramica, plantas de cimento, fornos, padarias, lavanderias,
fabricas de conservas, minas, entre outros.

4. Mecanismos de defesa do organismos frente ao calor – doencas do calor

Muita gente pensa que o calor excessivo so causa mal estar , porem, as doencas causadas pelo
calor são um problema de saude grave. Se não tomarmos asprecaucoes a tempo, elas podem
afetar a saude dos trabalhadores seriamente e inclusive causar a morte.
O corpo humano possui diversos mecanismos de defesa frente ao calor extremo,
primeiramente, para prevenir as doencas causadas pelo calor , eh necessario entender como o ser
humano se esfria quando esta sobreaquecido.
O corpo humano, funciona de forma eficaz se mantendo a uma temperatura constante de 37º
c, quando a temperatura do corpo excede os 37º c, ocorrem mecanismos internos para eliminar o
excesso de calor:
 Aumento da circulacao sanguinea, atraves do aumento dos batimentos de coracao e
bombeamento mais rapido do sangue;
 Mais suor, evapora-se suor e se libera calor do nosso corpo.

Doenças do calor, tabela-1.


Doenças Descrição Tratamento
Erupcao Areas da pele irritadas e  Mantenha a pele limpa e seca.
cutanea inflamadas, que podem estar  Descanse em um lugar fresco.
envermelhadas, ter picadas,  Beba agua.
escamas, bolhas. Isto acontece  Mude de roupa com frequencia
poque as glandulas do suor se tapam para se manter seco.
devido ao calor, a humidade e ao
suor excessivo.
Cãimbra Cãimbras musculares dolorosas,  Descanse em ambientes mais
nas pernas ou abdomen, causados frescos.
pela perda excessiva de sal através  Beba agua.
do suor.  Tire qualquer equipamento de
protecao pessoal,e remova a roupa
apertada.
Exaustão Quando os liquidos não são  Se não tiver nauseas, aconselha-
repostos depois de muito tempo de se a descansar num lugar fresco e beber
trabalho, há perda excessiva de agua agua.
e de sal por meio de suor. A pessoA  Afrouxar a roupa.
pode sentir-se cansada, debil,tonto e  Buscar ajuda medica
com a pele muito humida.
Isolamento Esta eh uma condicao mortal na  Emergencia: busque ajuda
qual a tenmperatura interna do corpo medica imediatamente.
se eleva a mais de 41º c e as funcoes  Coloque a pessoa em um lugar
vitais se atrofiam, inclusive as fresco.
funcoes mentais, sem atencao  Ponha toalhas molhadas e
medica, a isolacao pode resultar em humidas nas axilas e use um ventilador
dano cerebral permanente ou morte. para criar ventilacao do ar.
 Evite frio extremo porque o
corpo pode entrar em choque.
 Evite levar a pessoa ao hospital
em um carro quente.
5. Legislação aplicável

A legislacao nacional aplicavel as condicoes de calor ou frio extremo no local de trabalho, eh


basiada nas leis internacionais e regionais, apresentada no boletim oficial de mocambique, de 5
de julho de 1973, Diploma Legislativo nº 48/73, regulamento geral de HST nos estabelecimentos
Industriais, seccao III, artigos 23º ,24º ,25º e 26º .
Artigo23º 3. A circulação do ar nos locais de trabalho
(Ventilação) fechados
I. Nos locais de trabalho e em todas as deve ser condicionada de forma que os
dependências trabalhadores
dos estabelecimentos industriais, devem manter-se não fiquem expostos a correntes nocivas e a sua
boas condições de ventilação natural, recorrendo-se à velocidade não deve exceder 15 m porminuto com
artificial complementarmente, quando aquela não temperaturanormal, e 45 m por minuto em ambiente
baste ou nos casos em que as condições técnicas de sobreaquecido.
laboração o determinem. 4. As chaminés de instalações cujo
2. Nos locais de trabalho fechados, o caudal funcionamento possaconstituir causa de insalubridade
médio de ou de outros prejuízos para as edificações vizinhas
ar fresco e puro deve ser, pelo menos, de 30 m2 a devem ser providas dos dispositivos necessários para
50 m2 por hora e por operário, salvo se houver uma evitar taisinconvenientes.
renovação total de ar várias vezes por horanão
inferior a seis vezes para trabalhos sedentários ou dez Artigo 25º
vezes para trabalhos que exijam esforcos físicos (Tcmperarura e humidade)
superiores ao normal. 1. As condições de temperatura e humidade dos
3. Devem existir sempre portas e janelas em locais de trabalho devem ser mantidas dentro de
número limites convencionais para evitar prejuízos da saúde
necessário e com a largura suficicntc para garantir dos trabalhadores;
uma 2. Quando não seja possivel ou conveniente
ventilação adequada. modificar as condições de temperatura e humidade,
4. Quando for utilizada ventilação artificial por deve providenciar-se de modo a proteger os
aspiração, por comprensão mista ou outra, as trabalhadores contra temperatura e humidades
aberturas de insuflação ou de evacuação devem ser prejudicias através de medidas técnicaslocalizadas ou
instaladas de forma a não causar desconforto. meios de protecção individual ou ainda pela redução
da duração dos periodos de trabalho no local.
Artigo 24º 3. Nas industrias em que ostrabalhadores estejam
(Pureza do ar) expostos a temperaturas demasiadamente altas ou
1.Todos os gases, vapores. fumos, névoas ou baixas devem existir câmaras de transição para que
poeiras os mesmos possam arrefecer ou aquecer
que se produzam ou desenvolvam no decorrer das gradualmente até atingirem a temperatura exterior;
operacoes industriais ou no aquecimento do ambiente 4. Não devem ser adoptados sistemas de
devem ser captados, tanto quanto possível, no seu aquecimento que possam viciar o ar ambiente;
ponto de formação e eficientcmcnte eliminados, de 5. As tubagens de vapor e água quente ou
modo a evitar a poluição da atmosfera dos locais de qualquer outra fonte de calor devem ser isoladas por
trahalho e sem causar prejuízos ou incómodo para forma a evitar radiações térmicas sobre o pessoal;
terceiros. 6. Sempre que necessáriodevem ser colocados
2. As condutas de fumo elevar-se-ão em regra resguardos, fixos ou amovíveis, de preferência à
pelo prova de fogo, para proteger os trabalhadores contra
nos 0,50 m acima da parte mais elevada das radiações intensas de calor.
coberturas do prédio e bcm assim das edificações 7. Os radiadores e tubagens de aquecimento
contíguas existentes ou que venham a existir num central devem ser instalados de modo que os
raio de 50 m. Assaídas não poderão distar menos de trabalhadores não sejam incomodados pela irradiação
1,50 m de quaisquer vãos de compartimentos de de calor ou circulação de ar quente.
habitação e devem oferecer fácil acesso para limpeza. 8. Deve assegurar-se a protecção contraa
queirnaduras ocasionadas por radíadores.
Artigo 26º
(Trabalho no exterior)
1.Os trabalhadores em serviço no exterior dos edifíciosdevem estar protegidos contra as intempérias e a
exposição excessiva ao sol.
2. Esta protecção deve ser assegurada, conforme os casos, por abrigos ou pelo uso de vestuário e calçado
apropriados.

6. Limites de tolerância

Na NR 15, (1978c) considera-se “limite de tolerância (LT) ” a concentração ou intensidade


máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não
causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.”
O Índice de temperatura de bulbo húmido termômetro de globo (IBUTG) foi desenvolvido
inicialmente como um método simples para avaliar sobrecarga térmica em contingentes
militares. Esse índice também permite o cálculo de períodos adequados de trabalho-descanso, no
caso em que o índice ultrapasse os limites estabelecidos.

6.1. Limites de exposição

Valor máximo de IBUTG (índice de temperatura de bulbo húmido termómetro de globo)


médio, relacionado à média, que representa as condições sob as quais se acredita que a maioria
dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem
sofrer efeitos adversos à sua saúde.
Grupo Homogêneo de Exposição  – Corresponde a um grupo de trabalhadores que
experimentam exposição semelhante de forma que o resultado fornecido pela avaliação da
exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos
trabalhadores do mesmo grupo. (NHO-06, IN 01 – Anexo 13-A, NR 15 e NR-22, item
22.17.1.1).

6.2. Trabalho e descanso no mesmo local

1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido este Quadro

Tabela-2.
Regime de Trabalho TIPO DE ATIVIDADE
Intermitente com Descanso no
Próprio Local de Trabalho (por MODERAD
LEVE PESADA
hora) A

Trabalho continuo até 30,0 até 26,7 até 25,0


45 minutos trabalho 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos descanso
30 minutos trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho sem acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
a adoção de medidas adequadas de
controle
1. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos
legais.
2. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita consultando-se o
Quadro nº 3.

6.3. Trabalho e descanso em outro local (local de descanso).


1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro nº 2.

QUADRO Nº 2
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Onde:
M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:
M= Mt x Tt + Md x Td
60
Sendo:
Mt– taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md – taxa de metabolismo no local de descanso.
Td – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
IBUTG= IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td
60

Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho,
sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
3. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se a tabela-3.
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.

Tabela-3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE 125
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 150
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.
TRABALHO MODERADO 180
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 175
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 220
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma 300
movimentação.
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.
TRABALHO PESADO 440
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção 550
com pá).
Trabalho fatigante

Avaliação do calor e instrumentos usados


A formula mais comum na avaliação do calor é através da equação de IBUTG.
A NR-15 em seu Anexo 3 (Limites de Tolerância para Exposição ao Calor) indica que para
ambientes internos sem carga solar deve-se usar a seguinte equação:
IBUTG= 0,7 tbn + 0,3 tg

Onde:
tbn- temperatura de bulbo húmido natural
tg = temperatura de globo
A NR-15 em seu Anexo 3 (Limites de Tolerância para Exposição ao Calor) indica que para
ambientes internos com carga solar deve-se usar a seguinte equação
IBUTG= 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Onde:
tbn =temperatura de bulbo húmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco.

7. Instrumentos de medição

 Termómetro de bulbo húmido natural (usado para medir o calor influenciado pela
humidade do ar), composto de termómetro de mercúrio com escala mínima de + 10 ºC a + 50 ºC
e precisão mínima de leitura de + 0,1 ºC, erlenmeyer de 125 ml, pavio de tecido branco de
algodão, de alto poder de absorção de água com comprimento mínimo de 100 mm, e água
destilada;
 Termómetro de globo (usado para o calor do radiante existente no ambiente de trabalho)
Composto de esfera oca de cobre de 1 mm de espessura, com 152,4 mm de diâmetro, pintada
exatamente de preto fosco, e termômetro de mercúrio com escala mínima de +10 ºC a + 150 ºC,
com precisão mínima de leitura de + 0,1 ºC;
 Termómetro de mercúrio comum (usado para medir a temperatura do ar), com escala
mínima de + 10 ºC a + 100 ºC e precisão mínima de leitura de + 0,1 ºC.

7.1. Medidas de controlo na fonte, no meio (trajectória) e nas pessoas


humanas (trabalhador/a)

Na fonte:
 Alterar as características da fonte geradora de calor variando a potência;
 Utilizar instrumentação e automatização do processo.
No meio (trajetória):
 Utilizar barreiras entre a fonte e o trabalhador;
 Aumentar a distância entre o local de trabalho e a fonte de calor;
 Ventilar ar fresco no ambiente de trabalho;
 Reduzir a humidade através da exaustão do vapor da água proveniente do processo.
Nas pessoas humanas:
 Limitar o tempo de exposição através de revezamento de pessoas ou tarefas, otimizando
os ciclos de trabalho na execução de tarefas;
 Utilizar EPI, principalmente óculos com lentes especiais, luvas, aventais e capuz de
material isolante;
 Monitorar o trabalhador a realizando exames médicos periódicos;
 Aclimatar o trabalhador e garantir a hidratação por reposição de sais minerais;
 Conscientizar os trabalhadores sobre os riscos da exposição ao calor.
7.3. Exposição ocupacional ao frio e seus efeitos no organismo. Doenças do
frio.

PROBLEMAS - SÍNDROMES HIPOTÉRMICAS


TEMPERATURA CORPORAL < 35ºC
PODE SER INCIDENTAL (ambiente frio) OU SECUNDÁRIA
(disfunção da termorregulação hipotalâmica),

I- URTICÁRIA PELO FRIO


II- FENÔMENO DE RAYNAUD
III- PERNIOSE
IV- PÉ DE TRINCHEIRA
V- GELADURA
VI- HIPOTERMIA

FATORES PREDISPONENTES:
1- DO PACIENTE: alteração do estado mental, idade, vestimentas
inadequadas, roupas húmidas, imobilidade
2- AMBIENTAIS: baixas temperaturas, vento
3- CONDIÇÕES CLÍNICAS: encefalopatia, desnutrição, mixedema,
hipoglicemia, uremia, cirurgia prolongada, demência, fenómeno de
Raynaud
4- DROGAS: anestésicos, antidepressivos, narcóticos, bloqueadores
musculares, antitireoideanos.

URTICÁRIA PELO FRIO


1- hipersensibilidade familiar (autossômica dominante) ou adquirida
(associada a medicamentos ou à infecção)
2- áreas expostas
3- diagnóstico: pedra de gelo no antebraço (volar) por 4 minutos e observar por 10 minutos.

III- PERNIOSE (FERIDA PELO FRIO)


1- mais comum na face, dorso das mãos e dos pés
2- prurido, sensação de queimação, dor e eritema
3- edema e formação bolhosa
4- sem congelamento dos tecidos

IV- PÉ DE TRINCHEIRA (PÉ DE IMERSÃO)


1- exposição ao frio úmido, < 10ºc, > 10 a 12 horas
2- fase pré hiperêmica: frio e anestesiado
3- fase hiperêmica: eritema, queimação e dor
4- fase pós hiperêmica: palidez ou cianótico
5- complicações: gangrena de liquefação, lesão de nervo, linfangite,
celulite e tromboflebite.

V- GELADURA
1- áreas acrais (dedos dos pés e das mãos, orelhas e nariz)
2- temperatura do tecido <0ºc
3- acometimento superficial, intermediário ou profundo
4- superficial com pele branca, redução da sensibilidade e prurido
5- intermediária com acometimento de pele e subcutâneo. pele branca, pegajosa,
anestesiada e com redução do enchimento capilar
6- comprometimento profundo até músculo (3º grau) ou tendões e ossos (4º grau).
tecido endurecido e sem enchimento capilar. pode evoluir para amputação.
exposição > 7 horas a temperatures < 6,7ºc

VI –HIPOTERMIA
graus de hipotermia (temperatura retal ):
► leve > 33ºC
► moderada a severa < 33ºC
1- anestesia no local da exposição (temperatura do tecido <10ºc) com pele rosada
2- vasoconstricção periférica, diurese de frio, vasoconstricção generalizada
3- taquicardia, aumento da pressão arterial média, aumento do débito cardíaco
4- broncorreia e broncoespasmo
5- irritabilidade, confusão, reflexos pupilares e profundos lentificados
6- laboratório: acidose metabólica, hipercalemia, hiponatremia, hiperglicemia,
hiperfosfatemia.
8. Conclusão
Neste trabalho de pesquisa abordou-se o seguinte tema "Temperaturas Extremas", e
concluiu-se que as temperaturas extremas estão relacionadas com as condições climáticas num
determinado local, nesse caso no local de trabalho. A temperatura, por sua vez, é uma grandeza
física a qual designa a energia cinética (movimento ou agitação) das moléculas e o estado
térmico de um corpo (quente ou frio), e a sua unidade no SI è dada por graus Célsius (°C),
Fahrenheit (F) ou Kelvin (K).
O calor (energia calorífica) é caracterizado pela transferência de energia térmica que flui de
um corpo (com maior temperatura) ao outro (de menor temperatura) quando há diferença de
temperatura entre ambos. Dessa forma, o equilíbrio térmico ocorre quando os dois corpos, por
meio da transferência de calor, atingem a mesma temperatura.
9. Referências Bibliográficas
 Ministério do Trabalho (Brasil) (1978), NR15 Actividades e operações insalubres,
Anexo 3 - Limites e tolerância para exposição ao calor. Brasília, Ministério do
Trabalho.

 ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning


Engineers). ASHRAE 55-2004 Thermal Environmental Conditions for Human
Occupancy. Atlanta: ASHRAE, 2004
 Doenças Relacionadas ao Trabalho (Ministério da Saúde) capítulo 13, p. 251- 276,
2001
 Harrison Textbook of Medicine, section 2 chapter 16 and 19, 17th
 Quinn, T. J.: Temperature. Academic Press: London, 1990
 Nicholas, J. V. and White, D. R.: Traceable Temperatures. John Wiley & Sons
Ltd.:England, 2001.

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