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Elcidio B.M De Sousa


Rosalina Adolfo

Calcogénios (Ácido sulfúrico)


(Licenciatura em ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2021
1

Elcidio B. M De Sousa
Rosalina Adolfo

Calcogénios (Ácido sulfúrico)

Trabalho de pesquisa da cadeira de Química


Inorganica I, a ser apresentado ao
Departamento de Ciência, Tecnologia
Engenharia e Matemática, para fins
avaliativos, supervisionado pelo dr. Nait
Francisco Vicente.

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa

2021
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Índice
1. Introdução.....................................................................................................................................3
1.1. Objectivos:.............................................................................................................................3
1.1.1Objetivo geral:...................................................................................................................3
1.1.2. Objectivos específicos:....................................................................................................3
1.2. Metodologia:..........................................................................................................................3
2. Calcogénios..................................................................................................................................4
2.1. Ácido sulfúrico......................................................................................................................4
2.2.Matéria Prima.........................................................................................................................5
2.2.1 Enxofre.............................................................................................................................5
2.3. Processo de obtenção de Enxofre..........................................................................................5
2.3.1. Processo frash..................................................................................................................5
2.3.2. Processo Claus................................................................................................................6
2.4. Métodos de produção de ácido sulfúrico...............................................................................6
2.4.1. Processo das câmaras de chumbo...................................................................................6
2.4.1.1. Vantagem de método de câmaras de chumbo..............................................................8
2.4.1.2. Desvantagens de método de câmara de chumbo..........................................................8
2.4.2. Processo de Contacto......................................................................................................8
2.4.2.1. Combustão do Enxofre.................................................................................................9
2.4.2.2. Conversão do SO2......................................................................................................10
2.4.2.3. Absorção de SO3........................................................................................................11
2.4.2.4. Diluição de oleum.....................................................................................................11
2.4.3. Vantagens de método contacto.....................................................................................11
2.4.4. Desvantagens de método de contacto...........................................................................12
2.5. Propriedades físicas e químicas do ácido sulfúrico.............................................................12
2.5.1. Propeiedades físicas de ácido sulfúrico Tabela 1. Propriedades físicas de ácido
sulfúrico...................................................................................................................................12
2.5.2. Propeiedades químicas de ácido sulfúrico....................................................................12
2.4. Aplicações do Ácido Sulfúrico............................................................................................13
3. Conclusão...................................................................................................................................15
4. Bibliografia.................................................................................................................................16
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de química inorgânica debruça acerca de calcogénios (ácido


sulfúrico), os seus métodos de produção, vantagens e desvantagens dos métodos de produção,
propriedades, bem como as suas aplicações. O ácido sulfúrico é uma substância química
inorgânica cuja fórmula é H2SO4, é um ácido forte e nas condições normais apresenta-se como um
líquido incolor, oxidante e inodoro. Em relação as propriedades deste composto, elas variam de
acordo com sua concentração, sendo que as formas mais concentradas de ácido sulfúrico têm
fortes propriedades de desidratação e oxidação. O ácido sulfúrico pode ser obtido via dois
processos, o processo de câmara de chumbo e processo de contacto. O ácido sulfúrico tem várias
aplicações industriais e é o produto químico mais produzido no mundo, o seu principal uso
engloba a fabricação de fertilizantes.

1.1. Objectivos:

1.1.1Objetivo geral:
 Estudar os calcogénios ( ácido sulfúrico)

1.1.2. Objectivos específicos:


 Descrever os métodos de produção de ácido sulfúrico

 Explicar as vantagens e desvantagens dos métodos de produção de ácido sulfúrico

 Descrever as propriedades e aplicações de ácido sulfúrico

1.2. Metodologia:
Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se a consulta bibliográfica, que consistiu na
recolha de vários conteúdos que serviram de base para elaboração trabalho de pesquisa. Os
conteúdos foram recolhidos sem diversas obras, como livros em formato electrónico, e artigos
disponíveis na internet, contendo informações sobre o tema.
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2. Calcogénios
O grupo 16 ou calcogênios, como também são chamados devido à tendência do enxofre e dos
demais elementos de se associaram ao cobre. Este nome vem do grego e significa a tendência de
associar-se ao cobre. Dos elementos do grupo, temos o oxigênio, o enxofre e o selênio que são
não metais; o telúrio é semimetal e, finalmente, o polônio, que é um metal. Todos os elementos
desse grupo possuem 6 electrões na camada de valência, dois na orbital “s” e quatro na orbital
“p”. Os elementos deste grupo manifestam uma valência não só igual a II, mas também a IV e VI
(com a excepção de oxigénio que só apresenta valência II). Isto deve-se ao facto dos outros
elementos do grupo possuirem o subnível “d” vazio na camada electrónica exterior, podendo
transferir os electrões dos subniveis “s” e “p”, atrvés da hibridização aumentando o número de
electrões desemparelhados. Os números de oxidação dos elementos desse grupo variam de -2, +4
e +6. (MIESSLER et al, 2014).

O oxigênio é o único elemento que se encontra no estado gasoso, sendo que os demais são
sólidos. O enxofre forma uma grande variedade de formas alotrópicas. Em condições normais, a
forma termodinamicamente mais estável é o anel S8. Outras formas também são conhecidas,
como arranjos de estruturas cristalinas contendo as unidades S8 e arranjadas de maneiras
diferentes.
O selênio é também encontrado em muitas formas alotrópicas. A estrutura em anel é encontrada
em duas formas de cor vermelha, mas a forma cinza é a mais estável.
Telúrio não possui formas alotrópicas, sendo encontrado na cor banco-prateado, semimetálico e
isomorfo, como o selênio cinza, mas com uma maior interação metálica e maior condutividade.
No estado de vapor, tanto o telúrio quanto o selênio, são encontrados mais facilmente na forma
diatômica do que o enxofre. O polônio é o único dos cinco elementos do grupo do oxigênio que
se apresenta como verdadeiramente metálico. É radioativo e foi isolado por Marie Curie, a partir
de minérios de tório e urânio.

2.1. Ácido sulfúrico


De acordo com (MIESSLER et al., 2014), o ácido sulfúrico (H 2SO4), é um líquido oleoso, incolor
e corrosivo, viscoso e oxidante, que ferve (e se decompõe) em 300 ºC, aproximadamente, com
uma densidade de 1,84 g/cm³. Ao diluir ácido sulfúrico, não se deve adicionar água, porque o
calor libertado vaporiza rapidamente a água, a medida que ela vai sendo adicionada. É uma das
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substâncias mas utilizadas nas indústrias. O maior uso de ácido sulfúrico é na fabricação de
fertilizantes, como os superfosfatos e sulfato de amónio. É ainda utilizado nas industrias
petroquímica, de papel de corantes e nas baterias de chumbo (de automóveis). O ácido sulfúrico
também tem uma alta afinidade pela água, e actua como um agente desidratante, faz com que o
açúcar sofra combustão total por desidratação, deixando o carbono remanescente, e pode causar
queimaduras graves e rápidas nos tecidos humanos.

2.2.Matéria Prima
2.2.1 Enxofre
ATKINS & JONES (2014) consideram que o enxofre é um dos mais importantes produtos de
origem mineral utilizado como matéria prima na indústria. A maior parte do enxofre produzido é
usada na fabricação de ácido sulfúrico, mas uma quantidade apreciável tem emprego na
vulcanização da borracha. O enxofre é um produto natural, sólido à temperatura ambiente, de cor
amarelo, insípido, quase inodoro, insolúvel e de massa molar 32,06g/mol que tem caráter de não
metal.

2.3. Processo de obtenção de Enxofre


De acordo com ATKINS & JONES (2014) o enxofre está amplamente distribuído em minérios
de sulfetos, que incluem a galena, PbS, o cinábrio, HgS, a pirita, FeS 2, e a esfalerita, ZnS. Como
esses minérios são muito comuns, o enxofre é um subproduto da extração de vários metais,
especialmente o cobre. O enxofre é também encontrado em depósitos do elemento nativo
(chamado de pedra de enxofre) formados pela acção de bactérias sobre H 2S. O ácido sulfúrico
pode ser obtido através de dois processos: Processo frash e Processo Claus.

2.3.1. Processo frash


O enxofre natural presente em depósitos subterrâneos é extraído pelo processo Frash e nele
obtém-se uma pureza entre 95 a 99%, sem traços de arsênio, selênio ou telúrio. Em relação as
impurezas, elas são normalmente formadas por pequenas quantidades de cinzas e ácido sulfúrico,
bem como óleo ou material carbonoso. O baixo ponto de fusão do enxofre (115°C) é aproveitado
no processo de Frash, no qual vapor de água superaquecida é usado para fundir o enxofre sólido e
retirá-lo da pedra onde está preso. A emulsão resultante é bombeada com ar comprimido até a
superfície. ATKINS & JONES (2014).
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2.3.2. Processo Claus


O processo Claus é o processo padrão na indústria de petróleo e gás natural para eliminação do
enxofre dos produtos finais e a sua recuperação (dessulfuração), nos últimos anos o enxofre
produzido por meio deste processamento tem contribuído com uma parcela substancial da oferta
mundial de enxofre. Este processo Permite a redução das emissões de SO 2 para a atmosfera e
efluentes gasosos ricos em H2S, permite também produzir enxofre com grau de pureza superior
ao material obtido pelo processo frash.

2 HS2(g) + 3 O2(g)→ 2 SO2(g) + 2 H2O(l)

O SO2 é, então, usado para oxidar o restante do sulfeto de hidrogênio:

2 H2S(g)+ SO2(g) 300°c,Al2O3→3 S(s) + 2H2O(l). ATKINS & JONES (2014).

2.4. Métodos de produção de ácido sulfúrico


O ácido sulfúrico pode ser obtido por dois processos, o processo de câmara de chumbo e
processo de contacto. Este último, é mais utilizado atualmente devido a maior eficiência e por
permitir a produção de ácido sulfúrico com concentração que pode chegar a cerca de 98% em
peso. O processo de contacto é composto por basicamente quatro etapas: 1. Extração de enxofre;
2. Conversão de enxofre em dióxido de enxofre; 3. Conversão de dióxido de enxofre em trióxido
de enxofre; 4. Absorção de de trioxido de enxofre.

2.4.1. Processo das câmaras de chumbo


(MACHADO S. A, 2021) no processo das câmaras de chumbo, dióxido de enxofre (SO 2) gasoso
aquecido entra pela parte inferior de um reator chamado torre de Glover, onde é lavado com
vitríolo nitroso (ácido sulfúrico com óxido de nitrogênio e dióxido de nitrogênio dissolvidos nele)
e misturado com óxido de nitrogênio e dióxido de nitrogênio gasosos. Parte do dióxido de
enxofre é oxidado a trióxido de enxofre (SO 3) e dissolvidos em uma solução ácida para formar o
ácido de Glover (aproximadamente 78% de H2SO4).

SO2 + NO2→ NO + SO3

SO3 + H2→H2SO4 (ácido de Glover)


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Da torre de Glover , uma mistura de gases (que incluem dióxido e trióxido de enxofre, óxidos de
nitrogênio, nitrogênio, oxigênio e vapor) é transferida a uma câmara coberta de chumbo onde é
tratado com mais água.

A câmara pode ser um grande espaço em forma de caixa ou um recinto em forma de cone. O
ácido sulfúrico formado por uma série de reações, condensa nas paredes da câmara e se acumula
no chão da mesma. Podem existir de três a seis câmaras em série, onde os gases passam por cada
uma das câmaras sucessivamente. O ácido produzido nas câmaras, geralmente chamado de ácido
de câmara ou ácido fertilizante contém de 62% a 68% de H2SO4.

NO + NO2 + H2O→2HNO2

HNO2 + H2SO3→H2SO4 (ácido de câmara)

Assim que os gases passaram pelas câmaras, eles atravessam um reator chamado de torre de Gay
–Lussac, onde são lavados com ácido concentrado resfriado (proveniente da Torre de Glover). Os
óxidos de nitrogênio e o dióxido de enxofre que não reagiram se dissolvem no ácido formando o
vitríolo nitroso utilizado na torre de Glover. Os gases remanescentes geralmente são liberados na
atmosfera.

Figura 1: Processo de produção de ácido sulfúrico pelo método de câmaras de chumbo.


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2.4.1.1. Vantagem de método de câmaras de chumbo


 As plantas são operadas continuamente até que se destruam;

 Tem sido usado em fábricas de fertilizantes.

2.4.1.2. Desvantagens de método de câmara de chumbo


 Produz ácido sulfúrico em concentrações baixas, (62-78%);

 Os gases remanescentes do processo geralmente são liberados na atmosfera.


(MACHADO,S. A, 2021).

2.4.2. Processo de Contacto


De acordo com (MB,1999), o processo de Contacto é um processo industrial químico para a
produção de ácido sulfúrico, a oxidação é catalisada pelo V 2O5 ou Pt. É o processo mais
importante e moderno, produz H2SO4 de alta concentração, sendo aquele que apresenta maior
rendimento. O processo de contacto se desenvolve basicamente em quatro etapas, sendo elas,
extração de enxofre, obtenção do dióxido de enxofre (SO 2) a partir do enxofre, conversão
catalítica do dióxido de enxofre a trióxido de enxofre (SO 3) e por fim, absorção de trióxido de
enxofre em ácido sulfúrico.

Figura 2: Processo de produção de ácido sulfúrico pelo método de contacto


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2.4.2.1. Combustão do Enxofre


Praticamente todo o enxofre elementar usado para produzir ácido sulfúrico é um subproduto do
gás natural e refino do petróleo. Contém geralmente 99,9% de enxofre, na qual sua principal
impureza é o carbono proveniente do gás natural e petróleo. Como seu ponto de fusão está
geralmente entre 115 ºC e 120 ºC, ele é facilmente fundido com os tubos de vapor pressurizados.
O processo de combustão do enxofre é iniciado removendo-se as impurezas presentes no
material, pois elas afectam sensivelmente o rendimento do processo. Sendo assim, operações
como fusão, sedimentação e filtração são utilizadas posteriormente ao processo produtivo com o
intuito de removê-las do sistema. A combustão de enxofre é realizada em unidades com
temperaturas entre 900 e 1000ºC. A unidade consiste em uma câmara de combustão seguida por
um resfriador de gás. O teor de SO 2 dos gases de combustão geralmente é de até 18% em volume
e o teor de O2 é baixo, mas superior a 3%. Esses gases são geralmente diluídos para
aproximadamente 11% antes de entrar no processo de conversão para obter uma alta eficiência de
conversão.

S(s) + O2(g) 1000°c→ SO2(g) + calor


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A queima de enxofre consiste em fragmentar o enxofre fundido e pulverizar as minúsculas gotas


em um forno quente, soprando ar limpo e seco à 120 ºC no forno. As gotículas e o ar quente
favorecem a vaporização rápida de enxofre e oxidação completa do vapor de enxofre por O 2
presente no ar. A queima de enxofre operada para produzir gás à 1150ºC contendo 12% de SO 2,
9% de O2 e 79% de N2, em volume, é suficiente para a etapa seguinte de oxidação catalítica de
SO2 a SO3. Além disso, a composição do gás de produto de queima de enxofre e a temperatura
podem ser controladas ajustando-se a relação entrada de ar/entrada de enxofre do forno afim de
reduzir custos com energia e custo de capital. (MB,1999)

2.4.2.2. Conversão do SO2


A oxidação do dióxido de enxofre industrialmente consiste em injetar gás contendo SO2 e O2,
quente (aproximadamente 400ºC), limpo e seco através de um leito de catalizador contendo
vanádio. A oxidação ocorre quando o gás de alimentação passa por meio do leito e isso gera SO 3,
há um consumo de SO2 e O2 e um aquecimento do gás descendente. A oxidação em fase gasosa
do dióxido de enxofre é cineticamente inibida e praticamente impossível sem um catalisador, em
qualquer temperatura. Em temperatura ambiente, a reacção é tão lenta, que em termos práticos
isso não ocorre. Aumentando a temperatura, a taxa de reacção também aumenta, porém a reação
de equilíbrio muda para o sentido contrário a formação de SO3, ou seja, a reação desloca o
equilíbrio para os reagentes dióxido de enxofre e oxigênio. Por fim, sem o catalizador, a
temperatura necessária para fazer o sistema reagir seria tão alta que a conversão obtida seria
muito baixa. A taxa de reacção da oxidação do dióxido de enxofre diminui o máximo possível ao
aumentar a temperatura. A porcentagem de SO2 oxidado a SO3, a 300ºC, é de quase 100% e a
1200ºC, essa porcentagem é de apenas 2%, ou seja, essa reacção é exotérmica, pois essa
tendência é esperada para esse tipo de reacção.

Industrialmente, a oxidação de SO2 é feita em sequência de três a cinco leitos de catalizadores. A


alimentação de gás é feito no primeiro leito catalítico no qual SO 2 e O2 reagem para formar SO3,
como a reação é exotérmica o gás é aquecido e por isso, antes de ir para o próximo leito, ele é
resfriado para que entre no próximo leito catalítico com as condições mais próximas da ideal.
Essa operação é repetida de três a cinco vezes, para se atingir o máximo de conversão da
reacção.
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Esta etapa se inicia com uma alimentação contendo 0% de SO 2 oxidado e uma temperatura de
aproximadamente 400ºC. Sua temperatura aumenta à medida que o SO 2 é convertido em SO3. A
máxima oxidação atingível de SO2 é prevista pela interceptação da curva de equilíbrio de
caminho de aquecimento, 69% oxidado a 622 ºC neste caso. Essa conversão baixa de SO2
confirma que a oxidação eficiente de SO2 não pode ser obtido em um único leito catalisador, por
isso vários leitos de catalisador com resfriamento a gás devem ser usados. (MB,1999).

2 SO2(g) + O2(g) 500°,V2O5→2 SO3(g)

2.4.2.3. Absorção de SO3


ATKINS & JONES (2014), como o trióxido de enxofre forma um vapor ácido corrosivo com o
vapor de água, ele é absorvido, normalmente, em ácido sulfúrico concentrado a 98% para dar o
líquido oleoso, denso, chamado, oleum.

SO3(g) + H2SO4(l)→H2S2O7(l) (ácido sulfúrico fumegante)


2.4.2.4. Diluição de oleum
O oleum é, então, convertido em ácido por reacção com a água:

H2S2O7(l) + H2O(l)→2 H2SO4(l)


2.4.3. Vantagens de método contacto
(MB,1999), as principais vantagens da produção de ácido sulfúrico por meio do processo de
contacto são:

 Produz ácido sulfúrico melhor do rendimento a 98-100% e oleum;

 Operação segura e higiênica com o mínimo índice de poluição atmosférica;

 produzir máxima quantidade de vapor de água, em condições apropriadas para consumo


interno e externo à unidade;

 Produção contínua ao nível da capacidade nominal da instalação;

 Minimização dos custos de operação e de manutenção;


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2.4.4. Desvantagens de método de contacto


Em contrapartida as vantagens de produção de ácido sulfúrico pelo método de contacto, a
utilização de enriquecimento de oxigênio na combustão do enxofre exige o emprego de materiais
especiais, e consequentemente mais caros, para a fabricação de equipamentos, que os exigidos
quando é utilizado ar seco na referida reacção de combustão. A exigência de materiais mais
nobres, na alternativa de uso de oxigênio é devida aos níveis mais elevados de temperatura em
que se processa a combustão do enxofre. Temperaturas mais altas de operação do forno exigem a
utilização de materiais de construção mais sofisticados. A maior desvantagem deste processo é
que o catalisador pode ser envenenado se o dióxido de enxofre não for razoavelmente puro.
(MB,1999).

2.5. Propriedades físicas e químicas do ácido sulfúrico


2.5.1. Propeiedades físicas de ácido sulfúrico
Tabela 1. Propriedades físicas de ácido sulfúrico

Estado físico Cor Odor PH Solubilidade Corrosão

Líquido Incolor Inodoro 1,15 g/cm³ solúvel em 20 corrosivo a


em 20ºC ºC metais

2.5.2. Propeiedades químicas de ácido sulfúrico


MINEDH (2007), o ácido sulfúrico é um agente oxidante muito forte que, quando diluído, reage
com os metais e também neutraliza as bases.
I. Reacção com os metais- forma sulfatos e liberta o hidrogênio.

Exemplo:

a) com magnésio: H2SO4(aq) +Mg(s) →MgSO4(aq) + H2(g)

b) com zinco: H2SO4(aq) + Zn(s) →ZnSO4(aq)+ H2(g)

II. Com os óxidos básicos- forma sulfatos e água

Exemplo:
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a) Com óxido de cálcio: H2SO4(aq) + CaO(s) → CaSO4(aq)+ H2O(l)

b) com óxido de sódio: H2SO4(aq) + Na2O(s) → Na2SO4(aq) + 2H2O (l)

III. Com as bases- forma sulfatos e água

a)Com o Hidróxido de cálcio: H2SO4(aq) + Ca(OH)2(aq) → CaSO4(aq) + 2H2O(l)

b) Com o Hidróxido de sódio: H2SO4(aq) + 2NaOH(aq) → Na2SO4 (aq) + 2H2O (l).

2.4. Aplicações do Ácido Sulfúrico


O ácido sulfúrico é o produto químico inorgânico de maior produção mundial. O ácido sulfúrico
é requerido no processo de produção de quase todos os sectores, por isso é um dos compostos
mais importantes fabricados pela indústria química. A maior quantidade de ácido sulfúrico é
usada para a produção de ácido fosfórico, que posteriormente é usado para a produção de
fertilizantes fosfatados, di-hidrogenofosfato de cálcio, fosfatos de amônio e também sulfato de
amônio, que é um fertilizante importante na deficiência de enxofre. (CIEC, 2016). Esse composto
é importante também em determinadas reacções químicas, como a esterificação e sulfonação,
pois actua como um agente desidratante e absorve a água formada nessas reacções. Além disso,
esse composto tem o poder de protonar o ácido nítrico para a formação de íon nitrônio. O íon
nitrônio, por sua vez, é usado para a produção de corantes e explosivos nitrados, como por
exemplo a nitrocelulose, TNT e nitroglicerina. (CAMPOS, 2011) Por ser um óptimo agente de
sulfonação, o ácido sulfúrico é bem vantajoso, pois as reacções de sulfonação possuem inúmeras
aplicações na indústria química, como por exemplo, na produção de detergentes sintéticos,
bactericidas sulfonadas, pesticidas, adoçantes artificiais, corantes, pigmentos entre outros. Já na
química orgânica o ácido sulfúrico é aplicado nas reacções de sulfonação de álcoois, aminas,
além da sulfonação e clorossulfonação de compostos aromáticos. (CAMPOS, 2011) O ácido
sulfúrico também é amplamente utilizado no processamento de metais, como na fabricação de
cobre, zinco e também no processo de decapagem, que consiste na limpeza de superfícies de aço
antes de ser coberta por uma camada de estanho, que posteriormente são utilizadas para a
fabricação de latas para o ramo alimentício. (CIEC, 2016).

O ácido sulfúrico é utilizando ainda na produção de ácido clorídrico, refino de petróleo,


tratamento de água na etapa de floculação em que ele age como um agente coagulante, síntese de
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sulfato de alumínio, que por sua vez é usado na fabricação de papel, fabricação de Nylon-6,
síntese do laurilsulfato de sódio, formulações de produtos de higiene e beleza entre outras
aplicações serve como o eletrólito na bateria de chumbo, usado em automóveis (contendo
aproximadamente 33% H2SO4 e com massa específica de aproximadamente 1,25, chamado
frequentemente ácido de bateria). (CAMPOS,2011).
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3. Conclusão

Os calcogéneos são elementos quepossuem6 electrões na camada de valência, dois na orbital “s”
e quatro na orbital “p”, este grupo abrange elementos metálicos,ametaticos e elementos
propriedades intermédiarias. O Ácido Sulfúrico (H2SO4), é um líquido oleoso, incolor e
corrosivo, viscoso e oxidante, que ferve (e se decompõe) em 300ºC, aproximadamente, com uma
densidade de 1,84g/cm³. Ao diluir ácido sulfúrico, não se deve adicionar água, porque o calor
libertado vaporiza rapidamente a água.

O ácido sulfúrico pode ser obtido por dois processos, o processo de câmara de chumbo e processo
de contacto. O processo de contato é constituído basicamente por 4 partes importantes: extração
do enxofre, conversão para dióxido de enxofre, conversão para trióxido de enxofre, conversão
para ácido sulfúrico. O enxofre é a matéria-prima para o processo de contacto, sua extraçãoé o
que dá início ao processo de produção e pode ser realizada por dois métodos: Frasch ou Claus. O
processo Frasch é um método que se obtém o enxofre com uma pureza entre 99 e 99,9% e é
extraído de depósitos subterrâneos. No processo Claus se obtém o enxofre através da oxidação do
ácido sulfídrico (H2S) proveniente de efluentes gasosos. Os dois métodos de produção de ácido
sulfúrico tem suas vantagens e desvantagens, mas é o método de contacto mais usado
actualmente devido a maior eficiência e por permitir a produção de ácido sulfúrico com
concentração que pode chegar a cerca de 98% em peso.

O ácido sulfúrico é um dos compostos mais importantes fabricados pela indústria química. A
maior quantidade de ácido sulfúrico é usada para a produção de ácido fosfórico, que
posteriormente é usado para a produção de fertilizantes fosfatados, fosfatos de amônio e também
sulfato de amônio, que é fertilizante importante na deficiência de enxofre.
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4. Bibliografia
1. ATKINS Peter & JONES Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o
meio ambiente, São Paulo, Porto Alegre: Bookman, 2012.

2. CAMPOS V. R.Métodos de preparação industrial de solventes e reagentes químicos. Ácido


Sulfúrico.Revista de Química.Vol.3.Rio de Janeiro, 2011.

3. CIEC. Ácido Sulfúrico. A Indústria Química Essencial. Rio de janeiro, 2010.

MACHADO S. A. Processos Químicos Industriais Aula 04 : Indústria do Ácido Sulfúrico.


[Online] disponível na internet via
WWW.URL:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5696454/mod_resource/content/1/Aula
%2004%20-%20%C3%81cido%20Sulf%C3%BArico.pdf. Arquivo capturado em 10 de junho de
2021.

4. MIESSLER Gary et al.Química orgânica, 5°ed.São Paulo, Pearson Education, 2014.

5. MB CONSULTORES LTDA. Processo de Fabricação de Ácido Sulfúrico. Rio de janeiro,


1999.

6. MINEDH. Módulo de química.Maputo, INDE, 2007.


7. SANTOS, A. G. Simulação e avaliação econômica aa produção de ácido sulfúrico via
processo de contato. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 2019.

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