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LÍNGUA PORTUGUESA – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Turma MED e EXT - Semana 0 — Introdução à teoria do poema


Prof. Ceneme

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço


Fundamentação teórica De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Inversão sintática
Def.:_______________________________________________ Árvores aqui vi tão florescentes,
___________________________________________________ Que faziam perpétua a primavera:
___________________________________________________ Nem troncos vejo agora decadentes.
___________________________________________________
___________________________________________________ Eu me engano: a região esta não era;
___________________________________________________ Mas que venho a estranhar, se estão presentes
___________________________________________________ Meus males, com que tudo degenera!
Exemplos (lousa):
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Sentença 1. 1. Está reescrito em ordem direta, sem prejuízo de seu sentido original,
o seguinte verso:
a) “Quem fez tão diferente aquele prado?” (1ª estrofe)  Quem aquele
prado fez tão diferente?
b) “Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço” (2ª estrofe)  Uma
Legenda: fonte houve aqui; eu não me esqueço.
c) “Ali em vale um monte está mudado:” (2ª estrofe)  Ali está mudado
um monte em vale.
d) “Tudo outra natureza tem tomado,” (1ª estrofe)  Tudo tem tomado
Sentença 2. outra natureza.
e) “Nem troncos vejo agora decadentes.” (3ª estrofe)  Nem troncos
decadentes vejo agora.

2. O tom predominante no soneto é de


a) ingenuidade.
Sentença 3. b) apatia.
c) ira.
d) ironia.
e) perplexidade.

3. No soneto, o eu lírico expressa um sentimento de inadequação que,


Reorganização em ordem direta: a seu turno, se faz presente na seguinte citação:
a) “A independência, não obstante a forma em que se desenrolou, cons-
tituiu a primeira grande revolução social que se operou no Brasil.” (Flo-
restan Fernandes. A revolução burguesa no Brasil.)
b) “Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo ‘sentido’.
Exercício exemplo:___________________________________ Este se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto
dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num largo pe-
Dicas! ríodo de tempo.” (Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâ-
1.__________________________________________________ neo.)
___________________________________________________ c) “A ocupação econômica das terras americanas constitui um episódio
2.__________________________________________________ da expansão comercial da Europa. A descoberta das terras americanas
___________________________________________________ é, basicamente, um episódio dessa obra ingente. De início pareceu ser
episódio secundário. E na verdade o foi para os portugueses durante
todo um meio século.” (Celso Furtado. Formação econômica do Brasil.)
d) “Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas ins-
Exercícios de fixação tituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente
muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados
(Vunesp – Unesp 2020) em nossa terra.” (Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil.)
e) “A formação patriarcal do Brasil explica-se, tanto nas suas virtudes
Onde estou? Este sítio desconheço: como nos seus defeitos, menos em termos de ‘raça’ e de ‘religião’ do
Quem fez tão diferente aquele prado? que em termos econômicos, de experiência de cultura e de organização
Tudo outra natureza tem tomado, da família, que foi aqui a unidade colonizadora.” (Gilberto Freyre. Casa-
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço. grande e senzala.)

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4. O eu lírico recorre ao recurso expressivo conhecido como hipérbole 6. No soneto, o menino e a avezinha, mencionados na primeira estrofe,
no verso: são comparados, respectivamente,
a) “Quem fez tão diferente aquele prado?” (1ª estrofe) a) ao eu lírico e a Lise.
b) “E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.” (1ª estrofe) b) a Lise e ao eu lírico.
c) “Quanto pode dos anos o progresso!” (2ª estrofe) c) ao desatino e ao eu lírico.
d) “Que faziam perpétua a primavera:” (3ª estrofe) d) ao desatino e à liberdade.
e) “Árvores aqui vi tão florescentes,” (3ª estrofe) e) a Lise e à liberdade.

(Vunesp – Unesp 2018) 7. O tom predominante no soneto é de


a) resignação.
Esbraseia o Ocidente na agonia b) nostalgia.
O sol... Aves em bandos destacados, c) apatia.
Por céus de ouro e de púrpura raiados, d) ingenuidade.
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... e) inquietude.

Delineiam-se, além, da serrania (Vunesp – FMJ 2021)


Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados Posto me tem fortuna1 em tal estado,
Uns tons suaves de melancolia... E tanto a seus pés me tem rendido!
Não tenho que perder já, de perdido;
Um mundo de vapores no ar flutua... Não tenho que mudar já, de mudado.
Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua... Todo o bem para mim é acabado;
Daqui dou o viver já por vivido;
A natureza apática esmaece... Que, aonde o mal é tão conhecido,
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua Também o viver mais será escusado.
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.
(Poesia completa e prosa, 1961.) Se me basta querer, a morte quero,
Que bem outra esperança não convém;
5. A primeira estrofe do soneto é composta por três períodos simples em E curarei um mal com outro mal.
ordem indireta (“Esbraseia o Ocidente na agonia / O sol”; “Aves em ban-
dos destacados, / Por céus de ouro e de púrpura raiados, / Fogem”; e E, pois do bem tão pouco bem espero,
“Fecha-se a pálpebra do dia”). Reescreva esses três períodos em ordem Já que o mal este só remédio tem,
direta. Não me culpem em querer remédio tal.

Resolução:________________________________________________ (Luís de Camões. Lírica, 1991.)


_________________________________________________________
_________________________________________________________ 1fortuna: destino.
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 8. O soneto permite caracterizar o eu lírico como
a) resignado.
(Vunesp – Unesp 2017) b) desconfiado.
c) desiludido.
Não vês, Lise, brincar esse menino d) inconformado.
Com aquela avezinha? Estende o braço, e) inconstante.
Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino. 9. O eu lírico dirige-se diretamente a seu leitor em:
a) “E, pois do bem tão pouco bem espero,” (4ª estrofe)
Nessa mesma figura, eu imagino, b) “Não me culpem em querer remédio tal.” (4ª estrofe)
Tens minha liberdade, pois ao passo c) “E tanto a seus pés me tem rendido!” (1ª estrofe)
Que cuido que estou livre do embaraço, d) “Daqui dou o viver já por vivido;” (2ª estrofe)
Então me prende mais meu desatino. e) “Se me basta querer, a morte quero,” (3ª estrofe)

Em um contínuo giro o pensamento


Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.

Mas fora menos mal esta ânsia minha, Gabarito:


Se me faltasse a mim o entendimento, 1.D 2.E 3.D 4.D
Como falta a razão a esta avezinha. 5.
Em ordem direta, a primeira estrofe teria a seguinte configuração:
(Domício Proença Filho (org.). A poesia dos inconfidentes, 1996.) O sol esbraseia o Ocidente na agonia, / Aves fogem em bandos desta-
Cláudio Manuel da Costa cados por céus de ouro e púrpura raiados / A pálpebra do dia fecha-se.
6.B 7.E 8.C 9.B

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