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E. M.

Antonio Lopes da Fontoura


Nome:_______________________________________ N°: ____
Ano escolar: 9º Turma: 913 Data:
____/____/____
Professor(a): MARIANA VIEIRA DOMINGUES

Avaliação de PORTUGUÊS - 1° bimestre Valor:____

Nota: ____
Análise do trecho "Quarto de despejo", de Carolina Maria de Jesus

No livro "Quarto de despejo - Diário de uma favelada", a autora Carolina


Maria de Jesus conta a sua história de vida e da formação da favela do
Canindé, em São Paulo. O texto foi preservado, respeitando a ortografia e a
estrutura sintática escritas por ela. Leia um trecho:

15 de maio.

Tem noite que eles improvisam uma batucada e não deixa ninguém dormir. Os
visinhos de alvenaria já tentaram tom abaixo assinado retirar os favelados. Mas
não conseguiram. Os visinhos das casas de tijolos diz:
-- Os políticos protegem os favelados.
Quem nos protege é o povo e os Vicentinos. Os políticos só aparecem aqui nas
epocas eleitoraes. O senhor Cantideo Sampaio quando era vereador em 1953
passava os domingos aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tornava nosso café.
Bebia nas nossas xícaras. Ele nos dirigia as suas frases de viludo. Brincava com
nossas crianças. Deixou boas impressões por aqui e quando candidatou se a deputado venceu. Mas na
Camara dos Deputados não criou um progeto para beneficiar o favelado. Não nos visitou mais.
... Eu classifico São Paulo assim: o Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o
jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.
A noite está tepida. O céu já está salpicado de estrelas. Eu que sou exotica gostaria de recortar um
pedaço do céu para faze, um vestido. Começo ouvir uns brados. Saio para a rua. E o Ramiro que quer dar
no senhor Binidiro. Mal entendido. Caiu uma ripa nó fio da luz e apagou a luz da casa do Ramiro. Por isso
o Ramiro queria bater no senhor Binidito. Porque o Ramiro é forte i o senhor Binidito é fraco.
O Ramiro ficou zangado porque eu fui a favor do senhor Binidito. Tentei concertar os fios. Enquanto eu
tentava concertar o fio o Ramiro queria expancar o Binidito que estava alcoolizado e não podia parar de
pé. Estava inconciente. Eu não posso descrever o efeito do alcool porque não bebo. Já bebi uma vez. Em
carater experimental, mas o alcool não me tonteia.
Enquanto eu pretendia concertar a luz a Ramiro dizia:
-- Liga a luz, liga a luz sinão eu te quebro a cara.
O fio não dava para ligar a luz. Precisava emendá-lo. Sou uma leiga na eletricidade. Mandei chamar o
senhor Alfredo, que é o atual encarregado da luz. Ele estava nervoso. Olhava o senhor Binidito com
despreso. A Juana que é esposa do Binidito deu cinquenta cruzeiros para o senhor Alfredo. Ele pegou o
dinheiro. Não sorriu. Mas ficou alegre. Percebi pela sua fisionomia. Enfim o dinheiro dissipou o
nervosismo.

(Carolina Maria de Jesus)

1) A autora do texto é catadora de lixo e gosta de escrever para passar o tempo. Sabendo disso,
responda: As variações linguísticas diferenciam-se em quatro grupos: sociais, regionais, históricas e
situacional. Em que variante linguística está o texto lido? Justifique sua resposta, tendo por base os
conceitos de linguagem formal e informal.
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2) Nesse caso, houve inadequação linguística, ou seja, está de acordo com a situação de fala da autora?
Por quê?
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3) Segundo a autora, quem oferece proteção aos favelados?

(A) senhor Cantideo Sampaio.


(B) visinhos de alvenaria.
(C) o povo e os Vicentinos.
(D) Camara dos Deputados.

4) Apesar da vida dura de favelada e de catadora de lixo, Carolina enxerga a vida com beleza. Que trecho
do diário comprova essa afirmativa?

(A) “Eu classifico São Paulo assim: o Palacio, é a sala de visita”.


(B) “Eu que sou exotica gostaria de recortar um pedaço do céu para faze, um vestido”.
(C) “Ele nos dirigia as suas frases de viludo”.
(D) “Eu não posso descrever o efeito do alcool porque não bebo”.

5) Apesar do pouco estudo, a personagem demonstra consciência da realidade política do país. Retire do
texto uma passagem que exemplifique isso:
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6) Observando como a história se passa, responda:


quantas frases há nessa tirinha?
a) Uma frase.
b) Duas frases.
c) Três frases.
d) Quatro frases.

7) Assinale a alternativa cujo


provérbio popular é classificado
como frase oracional (que contém
verbo).
a) Cada macaco no seu galho.
b) Mente vazia, oficina do diabo.
c) De grão em grão, a galinha
enche o papo
d) Casa de ferreiro, espeto de pau.
8) Qual o tipo de sujeito da oração “A chuva faz bem às plantinhas”?

a) Sujeito simples.
b) Sujeito composto.
c) Sujeito inexistente.
d) Sujeito indeterminado.

9) Leia um trecho de um poema de Patativa do Assaré:

Eu e o sertão
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
(EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)

Sobre o fragmento do texto “Eu e o sertão”, coloque V para as proposições verdadeiras, e F para as
Falsas.

( ) A linguagem utilizada no poema é repleta de informalidade, regionalismos, sem seguir a norma padrão,
na tentativa de expressar com fidelidade o modo particular de falar do povo.
( ) Este modelo de registro linguístico mostra a inferioridade e nível baixo de escolaridade de um grupo
social.
( ) O texto é um poema com características ditas populares.
( ) O registro dos vocábulos presentes nos versos apontam para a variedade linguística de grupos que
habitam determinada região brasileira.
( ) No texto, predomina a valorização da linguagem coloquial, ou seja, aquela usada de modo informal,
desrespeitando o padrão culto da língua, este considerado como o único aceitável.

O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa


a) V, F, V, V e F.
b) V,V,V,V e F
c) F, V, F, V e F
d) V, V, F, F e V.

10) Reflita a respeito do fenômeno da variação linguística e assinale a alternativa correta.

A) A escrita, em qualquer gênero discursivo, deve ser pautada pela norma-padrão, seguindo sempre as
regras da gramática.

B) No Brasil, a língua portuguesa apresenta homogeneidade linguística em seu território, isto é, todos os
falantes utilizam a mesma variedade linguística, sem nenhuma diferença em seu falar.

C) Variedades linguísticas distintas da norma-padrão apresentam menor grau de expressividade e não


ocorre a comunicação efetiva.

D) A língua constitui-se pelo conjunto de suas variedades linguísticas, as quais apresentam diferenças
construídas social e historicamente.

E) Os falantes brasileiros que dominam outras variantes diferentes da norma-padrão têm dificuldade em
comunicar-se.

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