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E.E.I.F.

João Tavares Miranda


Nome: _______________________________________________________________
Data: ____/____/____ Série: 9° ano Professora: Edijânia

Leia:

Olhei pelo espelho e o passageiro continuava chorando, de mansinho, uma garoa nos olhos; aliás,
quando vim pra cá, São Paulo era a terra da garoa, hoje quase nem chove mais... E, quando chove, é
enchente na certa. Mas aí eu percebi que ele também não era daqui, a gente se reconhece, sabe, não dá pra
esconder que esse não é o nosso mundo... A corrida era pra Congonhas, então eu tive certeza, ele estava
indo embora, ia pegar o seu voo, voltar pra casa, era o fim da viagem, retornava com o coração dolorido, a
saudade já machucando... Sim, era isso. […]

João Anzanello Carrascoza. Espinhos e alfinetes. Rio de Janeiro: Record, 2010. p. 108-109.

1) Em um conto psicológico, reflexões e sensações são desencadeadas por fatos aparentemente


banais. Nesse trecho do conto, ao observar um passageiro chorando, o narrador, que é um taxista,
a) reconhece na tristeza do outro a própria dificuldade em lidar com a saudade.
b) lamenta a resistência dos paulistanos em falar sobre a vida pessoal.
c) sente saudade dos tempos em que São Paulo era a terra da garoa.
d) lembra-se de sua condição de não pertencente à cidade de São Paulo.
e) prevê um futuro triste marcado pelo distanciamento social.

2) Releia o trecho da questão anterior. A respeito do tipo de narração presente no conto, responda:

a) Qual é o foco narrativo desse texto: em primeira ou em terceira pessoa? Justifique com um trecho do conto.
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b) Qual é o tipo de narrador?


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Leia o texto para responder à questão.

FURTO DE FLOR

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e
coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber e flor não é para
ser bebida. Passei-a para o vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição.
Quantas novidades há numa flor se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de
conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao
jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da
morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e
repreendeu-me:
– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis.

3) Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta


a) O texto Furto de Flor é predominantemente narrativo.
b) O autor ao longo do texto vai construindo um misto de narrativa e texto objetivo.
c) O autor usou a 1ª pessoa para, supostamente, aproximar-se do personagem da narrativa.
d) Apenas pela leitura do título do texto, pode-se afirmar que o texto é narrativo.
Leia o texto abaixo para responder às questões 4 e 5.

APELO

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti
falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda
no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de
jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o
canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se
iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade,
Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa.
Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os
outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

Dalton Trevisan.

4) Qual o tema central do conto que você leu


a) Um homem que narra e descreve sua rotina após ser abandonado.
b) Um homem que narra e descreve sua sede de amar.
c) Um homem que narra e descreve a briga pelo sal no tomate.
d) Um homem que narra e descreve a primeira vez que o leite coalhou.

5) A narrativa do conto acontece em


a) 3ª pessoa narrador onisciente.
b) 2ª pessoa.
c) 1ª pessoa.
d) 3ª pessoa narrador observador.

Leia o trecho do texto “A quinta história” de Clarice Lispector.

Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse
em partes iguais: açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de dentro
delas. Assim fiz.
Morreram.

6) Embora muito pequeno, esse texto contém os elementos essenciais de uma narrativa.
Encontramos no trecho do conto acima
a) Narrador-personagem.
b) Narrador-observador.
c) Narrador-onisciente.
d) Narrador-testemunha.

7) Classifique as orações coordenadas a seguir:

a) Ela fala muito e não diz nada.


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b) A água potável é escassa; devemos, pois, usá-la com parcimônia.


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c) Fique quieto, que eu estou falando.


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d) Essa substância não só alivia os sintomas, mas também auxilia em sua prevenção.
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8) Relacione as colunas de acordo com a classificação das orações coordenadas.

a) ( ) Eu não vou comer hambúrguer, nem tomar refrigerante. I. Oração coordenada


b) ( ) Eu queria ficar no litoral, mas tenho que trabalhar amanhã.
sindética conclusiva.
c) ( ) Os anos passavam, a responsabilidade crescia. II. Oração coordenada
d) ( ) Irei de avião ou pegarei um ônibus. sindética explicativa
e) ( ) Ficou doente, por isso não comparecerá à reunião. III. Oração coordenada
f) ( ) Ela estava comemorando porque foi aprovada. sindética aditiva.
IV. Oração coordenada
assindética.
V. Oração coordenada
sindética adversativa.
9) Considere as frases abaixo e escolha a alternativa correta quanto à qualificação
VI. Oração coordenadado período.
sindética alternativa
1. O professor disse que as provas serão marcadas em breve.
2. Antigamente a palavra de um homem valia muito.
3. Chegou e saiu para comprar pão.
4. Esperou que ele ligasse.
5. Pediu que fosse o mais rápido possível.
6. A temperatura irá continuar alta.

a) Os períodos das frases 2 e 6 são simples.


b) A única frase que tem período simples é a 6.
c) Os períodos de todas as frases são compostos.
d) Os períodos de todas as frases são compostos, com exceção da frase 2.

Leia:

Que brasêro, que fornaia


Nem um pé de prantação
Por farta d’água, perdi meu gado
morreu de sede meu alazão

Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Asa-branca. Intérprete: Luiz Gonzaga.


Em: Luiz Gonzaga. RCA Victor, 1947. Lado B.

10) Os versos apresentados foram transcritos tal como cantados por Luiz Gonzaga na versão original
da canção “Asa-branca”. As palavras brasêro, fornaia, prantação e farta revelam a
a) adaptação da pronúncia à letra da canção.
b) invenção vocabular como recurso composicional.
c) influência da cultura popular sobre a erudita.
d) variedade linguística típica de uma região do país.
e) crítica ao uso das normas urbanas de prestígio.

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