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Professor: Ana Maria G. Debortoli Componente curricular: Literatura 1º trim.

Estudante: ___________________________________________________________
Segmento: E. M. Série: 3ª Turma: Única API-2 Valor: 6,0 Média: 3,6 Resultado: _______
Aplicação: 09/04/2024 Devolução: 11/04/2024
Conteúdo: Gêneros Literários.

INSTRUÇÕES: E) Não é permitido, em nenhuma hipótese, contato com os colegas


(oral, gestual...).
A) Leia atentamente cada questão antes de responder. F) Responda às questões discursivas com coerência e coesão.
B) As respostas das questões deverão ser a tinta preta ou azul G) Respeite as regras de escrita, ortografia, regência e
(tradicional). concordância.
C) Não serão aceitas, em nenhuma hipótese, respostas com rasuras. H) A sua avaliação será anulada diante o não cumprimento das
D) Não é permitida a permuta de material. regras acima.

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GABARITO
01 02 03
04 05 06

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Leia o texto para responder à questão 1.

Leia o texto a seguir, extraído do conto “A chinela turca”, e responda à questão.

Olhou para trás; não viu ninguém; o perseguidor não o acompanhara até ali. Podia vir, entretanto; Duarte ergueu-
se a custo, subiu os quatro degraus que lhe faltavam, e entrou na casa, cuja porta, aberta, dava para uma sala
pequena e baixa.
Um homem que ali estava, lendo um número do Jornal do Comércio, pareceu não o ter visto entrar. Duarte caiu
numa cadeira. Fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves. O major, empunhando a folha, cujas dimensões
iam-se tornando extremamente exíguas, exclamou repentinamente:
– Anjo do céu, estás vingado! Fim do último quadro.
Duarte olhou para ele, para a mesa, para as paredes, esfregou os olhos, respirou à larga.
– Então! Que tal lhe pareceu?
– Ah! excelente! respondeu o bacharel, levantando-se.
– Paixões fortes, não?
– Fortíssimas. Que horas são?
– Deram duas agora mesmo.
Duarte acompanhou o major até a porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o
que pensou durante os primeiros minutos; mas, ao cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: –
Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-
me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez
que o melhor drama está no espectador e não no palco.
(ASSIS, M. Papéis avulsos. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011. p.124-125.)

1 - Com base no trecho e na prévia leitura do conto, é correto afirmar que a história é narrada em

A) primeira pessoa, pelo dramaturgo Lopo Alves, velho amigo da família de Duarte, que compõe a peça que dá
título ao conto.
B) primeira pessoa, pelo bacharel Duarte, personagem principal da história. Dão prova disso as três aparições do
pronome “me” no último parágrafo do texto: “tu me salvaste”, “substituíste-me” e “provaste-me”.
C) terceira pessoa, pelo perseguidor da personagem Duarte, a quem acusa de ter roubado uma preciosa chinela
turca.
D) terceira pessoa, por Machado de Assis, que ironiza os conteúdos veiculados nos jornais da época. No conto em
questão, o Jornal do Comércio seria uma espécie de palco de peças ruins.
E) terceira pessoa, por um narrador onisciente, que relata a extraordinária experiência vivida pelo bacharel Duarte,
na noite em que pretendia ir a um baile encontrar a amada Cecília.
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"Ensinamento" Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,


Adélia Prado ela falou comigo:
Minha mãe achava estudo “Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
a coisa mais fina do mundo. Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água
Não é. quente.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo."
2 - Nesse poema, o eu lírico

A) reflete sobre a importância do estudo para uma vida bem-sucedida.


B) mostra indiferença ante o lamento pelo desgaste físico de seu próximo.
C) prioriza as palavras, isto é, uma relação dialógica, em detrimento das ações.
D) percebe, pelo olhar atento, o sentimento amoroso, que julga superior a tudo.
E) abomina o luxo em um mundo marcado pelo sofrimento, pela fome e miséria.
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Morte e Vida Severina
(Auto de natal pernambucano)
João Cabral de Melo Neto
– O meu nome é Severino, melhor Vossas Senhorias
como não tenho outro de pia. e melhor possam seguir
Como há muitos Severinos, [...] a história de minha vida,
Que é santo de romaria passo a ser o Severino [...]
deram então de me chamar que em vossa presença emigra.
Severino de Maria;
Mas para que me conheçam

3 - A partir da leitura de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, é correto afirmar que

A) trata-se de um texto exclusivamente narrativo, uma vez que traz o relato dos episódios de uma viagem da
personagem Severino do sertão até o mar.
B) trata-se de um texto exclusivamente dramático, uma vez que é composto de falas das personagens, além de
comportar rubricas com marcações cênicas bastante nítidas.
C) trata-se de um texto exclusivamente lírico, uma vez que apresenta o discurso individual de Severino, que fala
de si todo o tempo.
D) trata-se de um texto cuja classificação é de tragédia pura e simples.
E) trata-se de um texto cujo gênero é múltiplo, por não se prender exclusivamente a nenhum.
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4 - Assinale a alternativa incorreta sobre o gênero lírico.

A) O gênero lírico, em comparação com o gênero épico ou narrativo, mostra-se marcado por um filtro subjetivo
que favorece a expressão individual, bem como a intensificação de sentimentos e emoções.
B) Embora marcado por grande liberdade temática, o gênero lírico é bastante rigoroso no tocante às formas fixas,
de modo que se manifesta apenas em sonetos, odes, elegias, contos e novelas.
C) Em contraste com a presença de um narrador no gênero épico, na lírica nota-se a presença de um eu lírico, que
tanto permite a expressão de um mundo interior quanto serve de filtro para a realidade externa.
D) é um gênero basicamente composto por poesia (texto em verso), em detrimento dos outros gêneros que são
encontrados mais na prosa.
E) Recursos formais como a rima, a métrica e o ritmo, embora possam ser verificados em outros gêneros
literários, encontram-se especialmente ligados ao gênero lírico, favorecendo sua sonoridade e sua expressividade.
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Autorretrato falado

Venho de um Cuiabá garimpo e de ruelas entortadas. Pantanal onde sou abençoado a garças.
Meu pai teve uma venda de bananas no Beco da Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo
Marinha, onde nasci. que fui salvo.
Me criei no Pantanal de Corumbá, entre bichos do Descobri que todos os caminhos levam à ignorância.
chão, pessoas humildes, aves, árvores e rios. Não fui para a sarjeta porque herdei uma fazenda de
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de gado. Os bois me recriam.
estar entre pedras e lagartos. Agora eu sou tão ocaso!
Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz. Estou na categoria de sofrer do moral, porque só
Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me faço coisas inúteis.
sinto como que desonrado e fujo para o No meu morrer tem uma dor de árvore.

BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.

5 - Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um deles se mostre dominante.
O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico, apresenta características de outro
gênero. IDENTIFIQUE esse gênero e CITE duas de suas características presentes no poema.
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O tempo

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
Quando se vê, já é 6ª-feira… eu nem olhava o relógio
Quando se vê, passaram 60 anos! seguia sempre em frente…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.


QUINTANA, Mario. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980.

6. I - Qual é a mensagem que o poema quer nos transmitir? AVALIE, também, se o eu lírico tem algum
arrependimento.
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II - Escreva sobre o que há em comum entre todos os quatro poemas que aparecem em sua avaliação.
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“Quem gosta de ler não morre só” Ariano Suassuna

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