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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Processo de formação de palavras

Ornila Luís João Baptista


Código: 708210305

Curso: Licenciatura Em Ensino de Português


Disciplina: Linguística Geral
Ano de Frequência: 1º
O Tutor. Jane Alexandre Mutsuque

Tete, Maio, 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Processo de formação de palavra

Ornila Luís João Baptista


Código: 708210305

Trabalho de pesquisa da cadeira de Linguística Geral a ser


entregue no Departamento do instituto de educação a
distancia no curso de licenciatura em ensino de português
como requisito parcial para avaliação, sob orientação do dr
Jane Alexandre Mutsuque.

Tete, Maio, 2022

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Índice
1.0. Introdução ............................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 4

1.1.2. Específicos ........................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia de trabalho ....................................................................................................... 4

2.0. Processos de formação de palavras ....................................................................................... 5

2.1. Processo de Formação de Palavra por Composição ............................................................... 5

2.2. Processo de Formação de Palavras por Derivação ................................................................. 7

3.0. Conclusão .......................................................................................................................... 11

4.0. Referências ........................................................................................................................ 12

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1.0. Introdução

Neste trabalho sobre a Formação de Palavras em Português destacamos os dois processos gerais
de formação dos vocábulos em português: a derivação e a composição. Nesse processo
examinamos os tipos de derivação, apontando a necessidade de se recorrer ao estudo diacrónico o
levantamento histórico do vocabulário para elucidar certas ocorrências. No que se refere à
composição, a formação das palavras compostas caracteriza-se por apresentar uma estrutura
sintática, analisando minuciosamente a flexão de número dos compostos, que em muitas vezes
estão em desacordo com as regras estabelecidas.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

O objectivo do presente trabalho visa compreender os processos de formação de palavras da


língua portuguesa.

1.1.2. Específicos

 Identificar os processos de formação de palavras da língua portuguesa;


 Produzir palavras em processos de formação de palavras da língua portuguesa.

1.2. Metodologia de trabalho

O presente trabalho de campo foi feito mediante pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica
é um procedimento exclusivamente teórico, compreendida como a junção, ou reunião, do que se
tem falado sobre determinado tema.

Como ensina Fonseca (2002, p. 32) a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros,
artigos científicos, páginas de web sites.

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2.0. Processos de formação de palavras

As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um fenómeno vivo
que acompanha o homem. Por isso alguns vocábulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto
outros nascem (neologismos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.

Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras encontramos a seguinte


divisão: palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) palavras derivadas - derivam de
outras (casebre, florzinha) palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) palavras
compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, aguardente)

2.1. Processo de Formação de Palavra por Composição

Composição é um dos processos de formação das palavras. Ocorre por justaposição e por
aglutinação e pode ter ou não o auxílio do hífen.

A composição consiste em formar uma nova palavra pela união de dois ou mais radicais. A
palavra composta representa sempre uma ideia única e autónoma, muitas vezes dissociada das
noções expressas pelos seus componentes. Assim, pé de galinha (sem hífen após o Acordo
Ortográfico) é o nome de uma ruga no canto externo dos olhos; mil-folhas, o de um doce;
victória-régia, o de uma planta.

Assim como a derivação, a composição é um dos processos de formação de palavras, as quais são
unidas a partir de duas ou mais palavras simples ou radicais. Essa composição dá origem a novas
palavras que possuem significado próprio.

A palavra couve-flor, por exemplo, é composta pelos substantivos couve e flor. Essa nova
palavra, que também é um substantivo, tem significado próprio e diferente dos significados das
duas palavras que a compuseram.

Segundo Ribeiro (2000), há três condições para a hifenização nas palavras compostas:

 Apresentar unidade semântica;


 Ter consciência dos elementos constitutivos que conservam a realização prosódica normal
de fonema e acentos;
 Ser em forma livres os elementos componentes.

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A principal função dos processos de composição é a criação de novas palavras para denominar
novos objectos, conceitos, práticas, ocupações etc. As palavras podem ser compostas de modo
descritivo, ou seja, o nome criado está diretamente relacionado com as suas características mais
relevantes (lava-louças, bicho-da-seda). Também podem ser compostas de modo metafórico, ou
seja, aquelas que remetem ao sentido figurado (louva-a-deus, arranha-céu). A composição das
palavras pode ocorrer com ou sem o auxílio do hífen e de duas formas:

a) Composição por Justaposição

Justaposição é o processo que ocorre quando os elementos ou palavras estão lado a lado. Estar
lado a lado significa que, quando são unidas duas ou mais palavras ou radicais, nenhuma delas é
alterada sonora ou ortograficamente. Apesar de não haver alteração nas palavras que participaram
da composição, o significado da nova palavra formada é próprio.

Exemplos:

 Arco-íris
 Passatempo
 Pé de moleque
 Quinta-feira
 Guarda-volume
 Micro-ondas
 Papel-alumínio
 Cachorro-quente
b) Composição por Aglutinação

A aglutinação é o processo que ocorre quando os elementos ou palavras que formam as novas
palavras unem-se e fazem com que pelo menos uma de suas partes perca sua integridade sonora
ou ortográfica (Kehdi, 1985).

Exemplos:

 Planalto (plano + alto)


 Petróleo (pedra + de + óleo)
 Fidalgo (filho + de + algo)
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 Pernalta (perna + alta)
 Boquiaberto (boca + aberta)

2.2. Processo de Formação de Palavras por Derivação

Derivação é o processo pelo qual se forma uma palavra a partir de outra já existente na língua. A
palavra que pode dar origem a outra e que não provém de nenhuma outra dentro da própria língua
chama-se primitiva. A palavra que provém de outra da própria chama-se derivada.

Os processos de derivação são:

a) Derivação Prefixal

A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são


acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.

b) Derivação Sufixal

A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são


acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: realmente, folhagem.

c) Derivação Prefixal e Sufixal

A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra
primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra
continua tendo significado.

Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo).

d) Derivação Parassintética

A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra


primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados
ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

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Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer,
pois os afixos não podem se separar.

e) Derivação Regressiva

A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.

Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português).

f) Derivação Imprópria

A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente a


uma classe, é usada como fazendo parte de outra (Ribeiro, 2000).

Exemplos:

 coelho - substantivo comum, usado como substantivo próprio - Daniel Coelho da Silva.
 verde, geralmente usado como adjectivo - Comprei uma camisa verde-, é usado como
substantivo: O verde do parque comoveu a todos.

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos de formação de
palavras, como:

i. Hibridismo

Ao fazermos referência aos chamados hibridismos, lembramo-nos do processo de formação de


palavras, pois eles se conceituam como aquelas palavras existentes no nosso vocabulário e que
são oriundas da junção de elementos pertencentes a línguas distintas.

Pelo facto de assim se constituírem, sobretudo pela não uniformidade revelada por tais elementos
(uma vez que os compostos são na maioria provenientes do grego e do latim), muitos gramáticos
condenam o uso dessa ocorrência linguística. Contudo, tal facto parece não ganhar tanta
notoriedade, justamente porque os hibridismos são palavras, como antes dito, que já se
incorporaram ao nosso léxico, tornando-se aportuguesadas.

Exemplos:

 Alcoómetro – Álcool (árabe) + metro (grego)


 Autoclave – Auto (grego) + clave (latim)
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 Burocracia – Buro (francês) + cracia (grego)
 Endovenoso – Endo (grego) + venoso (latim)
 Hiperacidez – Hiper (grego) + acidez (português)
 Monocultura – Mono (grego) + Cultura (latim)
 Psicomotor – Psico (grego) + motor (latim)
ii. A onomatopeia

A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os
sons naturais, quer sejam de objectos, de pessoas ou de animais.

Exemplos

 Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)
 Tic-tac: som do relógio
 Toc-toc: som de bater na porta
 Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando
 Buááá: ruído de choro
iii. Abreviação

A abreviação vocabular consiste na redução da palavra até ao limite da sua compreensão (metró,
moto, pneu, extra, dr., obs.).

iv. Sigla

A sigla é uma forma de abreviatura a partir de letras iniciais de uma sequência de palavras
(Academia brasileira de letras-ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também.

v. Neologismo

O neologismo é o nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que
adquirem um novo significado. Neologismo é como chamamos uma palavra recém-criada ou uma
palavra que já existe na língua, mas que passa a ter um novo significado.

O neologismo pode ser classificado em dois tipos.

a) Formal ou lexical

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É uma palavra completamente nova introduzida em uma língua. Assim, a criação desse novo
termo ocorre de diferentes maneiras, o que nos permite subclassificar esse neologismo em:

 Fonológico

Palavra com característica onomatopeica, isto é, que imita o som de seres ou objetos, mas
também palavra já existente que tem o seu som original alterado.

Exemplos: tchurma, tique-taque, miau, capritcho, zunzum, todxs, cocoricó, clique etc.

 Sintáctico

Formado a partir de processo de derivação ou de composição. Estão incluídos nesse tipo,


também, as palavras originárias de siglas.

Exemplos: transcriação, autogolpe, antimíssil, megaloja, microblusa, multimídia, não ficção,


pós-Obama, pré-pago, sem-terra, petista, golaço, orelhão, natureba, repeteco, troca-troca,
ufólogo, motoca, sofrência, funkeiro, rolezinho etc.

 Por empréstimo

Palavra tomada de empréstimo de outra língua. Tal palavra pode ser escrita como na língua
original, traduzida ao pé da letra ou adaptada à língua que se apropriou dela.

Exemplos: deletar, on-line, skinhead, estressado, kit, fashion, hip-hop, arranha-céu, laser,
escanear, blogue, fast-food, pole position, turnê, caviar etc.

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3.0. Conclusão

Ao longo deste trabalho é possível expor os aspectos mais importantes do processos formadores
de palavras na língua aportuguesa, que é muito extenso e impossível de limitarmos os vários tipos
de derivação e composição.

Com relação à derivação, percebemos que embora seja variável o número de afixos presos a uma
determinada base, há uma regularidade subjacente, vista pela análise em constituintes imediatos:
o vocabulário é sempre constituído de camadas binárias de mesma estrutura, pois não há
coincidência entre a ordem linear dos morfemas na cadeia da fala e a sua ordem estrutural.

Sobre os tipos de derivação – parassíntese, regressão e conversão -, é preciso lembrar que não se
trata apenas de subdivisões de um mesmo processo básico. Um bom exemplo é no estudo da
parassíntese, onde destacamos não só o traço da simultaneidade dos afixos, como também a
importância do exame de subsistemas, sem o qual muitos parassintéticos passariam
despercebidos.

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4.0. Referências

 Fonseca, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC. Apostila.


 Kehdi, V. (1985). Formação de palavras em português. Série Princípios. Editora Ática,
São Paulo, (pp. 7-51).
 Ribeiro, M. P. (2000). Nova Gramática Aplicada da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro,
Metáfora Editora: ed. 11ª,.
 Silva, M. C. da. Processos de formação de palavras; Brasil Escola.

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