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Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


(Processo de Formação de Palavra por Composição, Processo de Formação de
Palavras por Derivação)

Nome Completo: Hélder José Ngungulo

Código: 41190565

Maxixe-Abril, 2022

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Licenciatura em Ensino de Português

Processos de formação de palavras (processo de formação de palavra por composição,


processo de formação de palavras por derivação.

Trabalho do campo a ser submetido na


coordenação, do curso de Licenciatura em
ensino de Português da disciplina de
Português III.

Nome Completo: Helder José Ngungulo

Código: 41190565

Maxixe, abril, 2022

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Conteúdo
1.0 Introdução............................................................................................................................4

1.1 Objectivos.............................................................................................................................4

Capitulo 2: Fundamentação teórica............................................................................................5

2.1 Palavra – conceito.................................................................................................................5

2.2 Formação das Palavras..........................................................................................................5

2.3 Formação de palavras por Derivação...................................................................................6

3.1 Tipos de Derivação..........................................................................................................7

3.3.1Derivação Prefixal ou Prefixação.......................................................................................7

3.3.2Derivação Sufixal ou Sufixação..........................................................................................7

3.3.3 Derivação Prefixal e Sufixal..............................................................................................8

3.3.4 Derivação Parassintética ou Parassíntese...........................................................................8

3.3.5A Derivação Regressiva......................................................................................................9

3.3.6Derivação imprópria.........................................................................................................10

3.1 Tipos de composição...........................................................................................................11

3.1.1 Composição por justaposição..........................................................................................11

3.1.2 Composição por aglutinação............................................................................................11

Conclusão..................................................................................................................................13

Bibliografia...............................................................................................................................14

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1.0 Introdução

Uma palavra que hoje tem significado amanhã pode via a cair no esquecimento, desuso, ou
ate fazer parte de uma nova palavra que ira designar um novo sentido para o seu uso na
língua. O presente estudo centra se no processo de formação de palavras em particular a
derivação e a composição. Dois dos principais processos mais usados na língua portuguesa
para a obtenção de novas palavas.

1.1 Objectivos

Objectivo Geral
Este trabalho tem como objectivo geral compreender o processo de formação de palavra
(composição e derivação)

Objectivos específicos
 Identificar os processos de formação de palavras da língua portuguesa;
 Mencionar as características da composição e da derivação;
 Indicar os tipos da derivação;
 Produzir palavras em processos de formação de palavras da língua portuguesa .

Metodologia
Para o levantamento bibliográfico, foram consultados materiais publicados em livros,
manuais, dissertações e web sites. A base de dados mais utilizada foi o Google, utilizando-se
a palavras-chave: formação de palavra.
O material foi seleccionado de acordo com a relação destes artigos com o tema e foi analisado
segundo a interpretação dos mesmos, ou seja, depois de recolhidos os dados, deve-se passar
para a interpretação dos dados, que devem ser analisados, controlados e classificados de
acordo com a análise do trabalho estatístico e na interpretação.

O presente trabalho para uma fácil compreensão se encontra dividido em capítulos, títulos e
subtítulos e estão postos em negrito ou itálico as partes necessárias para uma boa percepção

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Capitulo 2: Fundamentação teórica
Para a boa perceção da presente pesquisa é importante abordar conceitos fundamentais
usados no processo de formação de palavras tais como: Palavra, primitivos, derivadas e
afixos.

2.1 Palavra – conceito


Palavra é um termo, um vocábulo, uma expressão, é uma manifestação verbal ou escrita
formada por um grupo de fonemas com uma significação.
Palavra é um conjunto de sons articulados que expressam ideias e são representados por uma
grafia, formada por uma reunião de letras, que quando agrupadas formam as frases.

2.2 Formação das Palavras


Para Melcuk 2000; Os processos de formação de palavras correspondem a mecanismos
formais de criacao de lexemas.

Posso considerar formação de palavras consiste basicamente na combinação de morfemas,


radicais e afixos, possibilitando assim, que o numero de palavras de uma língua seja maior
que o acervo dos elementos.
Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a
composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação,
partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá
mais de um radical.
Antes de mais nada, vale ressaltar dois conceitos importantes para o estudo de formação das
palavras.

Os vocábulos “primitivos” são as palavras que originam outras. Já as palavras “derivadas”


são aquelas que surgem a partir das palavras primitivas

Exemplos:

dente (primitiva) e dentista (derivada)

mar (primitiva) e marítimo (derivada)

sol (primitiva) e solar (derivada)

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Além do conceito de palavras primitivas e derivadas, tem os afixos. Eles são morfemas, ou
seja, as menores partículas significativas da língua.

Juntos a um radical, os afixos formam uma palavra, por exemplo, pedra (palavra primitiva) e
pedreira (palavra derivada). Nesse exemplo, foi acrescentado o sufixo -eira.

Os afixos são classificados de acordo com sua localização na palavra. Assim, o sufixo vem
depois do radical, por exemplo, folhagem e livraria.

Já os prefixos são acrescentados antes do radical, por exemplo desleal e ilegal.

Além deles, há ainda os “infixos” que aparecem no meio da palavra, sendo representados por
uma consoante ou vogal, por exemplo, cafeteria e cafezal.

3.0 Formação de palavras por Derivação

Nas palavras de Freitas (2007, p. 157), é “o processo formador de novas palavras e pertence a
uma relação aberta da língua”. Ainda para o mesmo autor (2007, p. 157), “é indispensável, na
derivação, que os elementos tenham valor significativo no sistema; o sintagma que se forma
apresenta um monema derivacional que constitui uma forma presa (afixo)”
Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de
outra já existente, chamada primitiva.

. Nas palavras de Freitas (2007, p. 157), é “o processo formador de novas palavras e pertence
a uma relação aberta da língua”. Ainda para o
mesmo autor (2007, p. 157), “é indispensável, na derivação, que os elementos tenham valor
significativo no sistema; o sintagma que se forma apresenta um monema derivacional que
constitui uma forma presa (afixo).

Carone (1988, p. 38-9) considera que “a derivação” é o procedimento gramatical mais


produtivo para o enriquecimento do léxico. Realiza- se sobre apenas um radical, ao qual se
articulam formas presas, os afixos.
Carone (1988, p. 38-9) considera que “a derivação é o procedimentogramatical mais
produtivo para o enriquecimento do léxico. Realiza-se sobre apenas um radical, ao qual se

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articulam formas presas, os afixos”, com o que concordam Correia & Almeida (2012, p. 38),
para quem, “a derivação é aparentemente o processo mais disponível para a
construção de palavras, não apenas na língua portuguesa, como nas línguas românicas”.
Sandmann (1992, p. 34), por sua vez, explica que “na derivação temos uma base e um afixo,
cabendo a este expressar uma ideia geral e à base uma ideia particular ou menos geral.”

Olhando para as definições do Carone (1988, p. 38-9) e do Sandmann (1992, p. 34) posso
considerar a derivação como sendo um processo de formação de novas palavras
acrescentando um afixo a um radical.
Nesta vertente, as palavras primitivas são aquelas que não foram formadas a partir de outra
palavras já existentes, enquanto as derivadas são aquelas que se formam a partir de outras
palavras da língua por meio de prefixo e afixo.

Primitiva Derivada

 mar marítimo, marinheiro, marujo

 terra enterrar, terreiro, aterrar

Observa – se que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao
contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo.
Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.

3.1 Tipos de Derivação

3.1.1Derivação Prefixal ou Prefixação


Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja
os exemplos:

crer- descrer

ler- reler

capaz- incapaz

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3.1.2 Derivação Sufixal ou Sufixação
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado
ou mudança de classe gramatical.

Por exemplo:

alfabetização

No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua
vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:

a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por exemplo:

papel - papelaria

riso - risonho

b) Verbal, formando verbos. Por exemplo:

atual - atualizar

c) Adverbial, formando advérbios de modo.

Por exemplo:

feliz - felizmente

3.1.3 Derivação Prefixal e Sufixal


Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo à
palavra primitiva.

Exemplos:

Palavra Inicial

Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada

leal des leal dade deslealdade

feliz in feliz mente infelizmente

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Note que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar uma nova palavra,
pois em nossa língua existem as palavras "desleal", "lealdade" e "infeliz", "felizmente".

3.1.4 Derivação Parassintética ou Parassíntese


Os estudiosos costumam definir parassíntese como a adição simultânea de prefixo e de sufixo
a uma base para a criação de uma nova palavra, sendo este um processo especialmente
produtivo na formação de verbos.
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à
palavra primitiva.

Considere, por exemplo, o adjetivo "triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer
pela junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". Note que a presença de apenas
um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não
existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos:

Palavra Inicial

PrefixoRadical Sufixo Palavra Formada

mudo e mud ecer emudecer

alma des alm ado desalmado

Salientar tambem o facto de que o que caracteriza a derivação parassintética não é a presença
ou ocorrência simultânea de prefixo e sufixo junto à base, mas a estrutura de formação, que
exige utilização simultânea de prefixo e sufixo no processo de formação.
Assim, nem todas as palavras que apresentam prefixo e sufixo em sua formação devem ser
consideradas como de formação parassintética.

3.1.5A Derivação Regressiva


A importância deste processo reside no fato de ele possibilitar a criação dos chamados
substantivos deverbais ou pós-verbais, aqueles “formados pela junção de uma das vogais -o, -
a ou -e ao radical do verbo”.
A derivação regressiva consiste na formação de substantivos a partir de verbos por redução da
palavra primitiva. É um fenómeno de certo modo contrário a prefixação e a sufixação, pois
nestas verifica-se o acréscimo de elementos.
Exemplo

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Caçar- caça.
Censurar- censura.
Sustentar-sustento.

3.1.6 Derivação imprópria


Segundo Azeredo (2010, p. 466), “nesse tipo de derivação não há qualquer alteração formal
aparente, daí chamar-se imprópria”, “termo que, por si só, implica já um juízo de valor sobre
a natureza do processo.
Neste caso, a derivação imprópria é um processo de enriquecimento vocabular que consiste
na mudança de classes das palavras. Se colocarmos um artigo definido ou indefinido, antes de
qualquer palavra ela torna-se substantivo.
Exemplo
Todos sabem que o estudar é bom.
Antes de aceitares o cargo de director, analisa os prós e os contras.
O que eu temo é um não.

3.2 Formação de palavras por composição

3.2.1 Composição

A composição consiste em formar uma nova palavra pela união de dois ou mais radicais.
Houaiss (2010).

Para Camera Jr , a composição é uma forma mais frocha , do ponto de vista formal , pois se
configura como o uso estereotipado de dois nomes, cada um conservando a sua identidade
mórfica na sua flexão característica.

Composição designa o processo de formação de palavras em que se juntam dois ou mais


constituintes que podem funcionar como bases (Fabb 1998

A palavra composta representa sempre uma ideia única e autónoma, mas muitas vezes
dissociada das noções expressas pelos seus componentes

Distingue-se beija-flor palavras cujos elementos beijam e flores podem existir de uma forma
autónoma no enunciado, de amanhecer, palavra derivada cujo afixos -a-e ecer não tem
autonomia fora de formações derivadas.

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Quanto a sua forma, quanto ao sentido e quanto a classe gramatical dos seus elementos.
 Quanto a sua forma, os elementos de uma palavras compostas podem estar
justapostas, conservando cada uma sua integridade, como em passatempo ou em beija-
flor, ou aglutinados, são os casos m que se subordinam a somente a um único acento
tónico e sofrem perda de sua integridade fonética, o caso de planalto e aguardente

 Quanto ao sentido, diferencia-se em palavras composta o elemento determinado, que


possui a ideia geral do elemento determinante, que possui a ideia geral do elemento
determinante, que encerra noção particular, pode-se perceber isso em guarda-florestal,
onde a palavras guarda exerce de determinado, e a palavra florestal o papel de
determinante.
 Quanto a classe gramatical dos seus elementos, uma palavra composta pode ser
formada de diferentes combinações entre substantivos com substantivos, como
também com adjectivos, verbos, numerais, pronomes e advérbios combinando com os
outros verbos, de advérbios combinando com verbos, ou com outros advérbios, ainda
combinação por vezes curiosas.

3.2.2 Tipos de composição


3.2.3 Composição por justaposição - É feita a junção de duas palavras primitivas, sem que
haja alteração dessas palavras.

guarda-chuva (guarda + chuva)

paraquedas (para + quedas)

Palavras formadas por composição por justaposição

terça-feira (terça + feira)

guarda-chuva (guarda + chuva)

guarda-roupa (guarda + roupa)

beija-flor (beija + flor)

arco-íris (arco + íris)

couve-flor (couve + flor)

cachorro-quente (cachorro + quente)

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ano-luz (ano + luz

3.2.4 Composição por aglutinação - é feita a junção de duas palavras primitivas, havendo
alteração dessas palavras.

vinagre (vinho + acre)

planalto (plano + alto)

Palavras formadas por composição por aglutinação

aguardente (água + ardente)

vinagre (vinho + acre)

planalto (plano + alto)

fidalgo (filho + de + algo)

embora (em + boa)


Um composto e constituído pelo menos por duas bases. Como já vimos, essas bases são
autónomas semanticamente e podem ser formalmente não autónomas. Uma das bases pode
funcionar como núcleo do composto (Bauer 1983: 28-31; Matthews 1974:
82-101).
O núcleo e o constituinte que determina a categoria lexical do produto, bem como a sua
categoria semântica.
Um composto pode encerrar uma relação entre os constituintes de tipo núcleo/modificador
(carro elétrico, estrela polar), argumento/ predicador (guarda-chuva, quebra-cabeças),
aposição (autor-cantor, tradutor intérprete). Por este motivo, a composição e por alguns
autores (Bauer 1988: 100-104; Lees 1960; Nevi 1978) encarada como
do domínio da sintaxe. Contudo, o comportamento dos compostos tem mais relações com o
léxico devido:
a) a impossibilidade de se introduzir um constituinte estranho entre os constituintes do
composto, ao contrario do que acontece num sintagma (coruja-do-mato vs. *coruja
castanha do mato);
b) ao facto de o semantismo do composto não resultar da adição dos semantismos das
partes (girassol designa uma planta não qualquer objeto que gira ao sol);

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c) ao comportamento diferenciado da flexão: em compostos como guarda-chuva, apenas
o segundo elemento recebe marca de flexão (os guarda-chuvas), ao contrario do que
aconteceria numa frase: os guardas da prisão.

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4.0 Conclusão

Em jeito de conclusão pode se dizer que por meio de uma combinação e recombinação de
morfemas surgem as palavras que vão se interagindo ao nosso vocabulário e nos fazendo
seres cada vez mais aptos a exercer a nossa competência linguística.
Diante do que foi dito pode se concluir que a composição é um processo que combina
palavras ou radicais para formar um item morfologicamente complexo, enquanto a derivação
requer a presença de um afixo. Tradicionalmente, ambos os mecanismos são vistos como
processos de formação de palavras, mas há, na literatura, abordagens que consideram a
composição um processo radicalmente distinto da derivação.
A composição engloba os compostos eruditos. A derivação comporta a regressiva, a
imprópria e a parassintética.
Aquando da produção do trabalho, não houve dificuldades de vulto visto que foi possível
colher informação do tema em estudo em várias obras, dando maior credibilidade e segurança
em relação ao objectivo do trabalho.

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5.0 Bibliografia

Universidade católica de Moçambique. Língua Portuguesa II.2 ano. Moçambique.

Instituto Superior e Ciência e Educação a Distancia. Linguística I .1 Ano. Beira

Borregane, António Afonso. Gramática – Língua Portuguesa. 7ªed., Lisboa. Textos Editora,
2000.

Mavale, Cecília. Resumo (apontamentos). Maputo, Universidade Pedagógica, 1997.

SILVA, Mendes. Português língua viva. Lisboa, Herdeiros de Mendes Silva e Circulo de
Leitores, 1985.

Veredas (UFJF), Juiz de Fora, v. 1, p. 9-21, 1997.

Chaves de melo, G. Iniciação à filologia e à linguística portuguesa. Rio de Janeiro: Ao

Livro Técnico, 1981.

Corominas, J. Dicionário crítico etimológico. Madrid: Editorial Gredos, 1987.

Correia, M. & lemos, L. S. P. Inovação lexical em português. Lisboa: Colibri, 2005.

Coutinho, I. L. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1968

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