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Curitiba
2016
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão FabriCO
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/Unuchko Veronika
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
Carta ao Aluno | 5
Conclusão | 145
Referências | 147
Carta ao Aluno
Prezado aluno,
Atualmente, o profissional da educação, principalmente o
professor de língua portuguesa, encontra muitos desafios. É pre-
ciso estar disposto a trilhar uma estrada tortuosa; no entanto, ao
final dessa trilha há um grande tesouro. Esse tesouro não são barras
de ouro; é muito mais que isso: é a felicidade de olhar para trás e
perceber que todo esforço empreendido na formação de seus alunos
valeu a pena. Isso é percebido, por exemplo, na colação de grau de
uma turma. Docentes e discentes em uma comunhão de alegrias e
sonhos realizados.
Sabemos que nosso idioma é o que nos uni como nação, e ele
tem a missão de nos socializar. A linguagem está presente em nosso
cotidiano, estamos expostos a várias situações comunicativas, nas
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 6 –
1
Termos essenciais
da oração
Objetivos de aprendizagem:
22 Distinguir sujeito de predicado na frase ou oração;
22 Reconhecer os tipos de sujeito e predicado;
22 Analisar sintaticamente as frases e orações;
22 Classificar adequadamente os termos essenciais da oração.
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Termos essenciais da oração
Importante
Ao observarmos tais definições, o que percebemos em comum?
A maioria destaca a ideia de que o sujeito é o tema, ou seja, o
“ser” sobre o qual se menciona algo, o termo referente ao predi-
cado. Desse modo, para que possamos direcionar melhor nosso
estudo, podemos pensar que o sujeito é aquele sobre o qual se
fazem as afirmações.
– 9 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
Assista ao vídeo do grupo chamado Teatro Mágico, que compôs
uma música intitulada “Sintaxe à vontade”. A banda trata do assunto
estudado, de forma divertida. A letra fala sobre os termos da ora-
ção. Certamente você terá uma visão diferente sobre esse assunto.
A letra, bem como a música, estão disponíveis em: http://www.vaga-
lume.com.br/o-teatro-magico/sintaxe-a-vontade.html
– 11 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
Não se deve confundir o pronome indeterminador do sujeito (PIS)
– que acompanha verbos intransitivos, transitivos indiretos, transitivos
diretos preposicionados e de ligação com o pronome apassivador
(PA) – com o pronome que acompanha verbos transitivos diretos.
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Termos essenciais da oração
Você Sabia
Já houve muita discussão entre os estudiosos da língua portuguesa
sobre a questão do sujeito inexistente e as orações sem sujeito.
Segundo alguns, não se poderia considerar o sujeito como termo
essencial da oração se existe a possibilidade de construir enunciados
sem sujeito. Outros afirmam que a perspectiva de orações sem sujeito
não invalida o fato de que ele é essencial nas orações das quais faz
parte. E você, o que pensa sobre isso?
– 13 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Você Sabia
Nas locuções verbais, o verbo auxiliar representará a impessoalidade
do verbo principal, ou seja, ficará na 3ª pessoa do singular (ou even-
tualmente na 3ª pessoa do plural, com o verbo ser)
Exemplos:
(Ø) Deve haver muitas pessoas na fila do caixa.
(Ø) Vai fazer dias muito quentes neste verão.
(Ø) Devem ser umas três da manhã em Tóquio.
Saiba Mais
Assista ao vídeo sobre “Tipos de sujeito - Aula Grátis de Português
para Concursos Vestibular e Enem”. Disponível em: http://www.
youtube.com/watch?v=9d58zR-zmrM. Acesso em 09 de out. De
2015. Nele você poderá fundamentar melhor seus conhecimentos
sobre esse assunto.
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Termos essenciais da oração
Saiba Mais
Assista ao vídeo do grupo, chamado Teatro Mágico, que compôs
uma música intitulada “Sintaxe à vontade”. O grupo trata do assunto
estudado, de forma divertida, a letra fala sobre os termos da oração,
certamente você terá uma visão diferente sobre esse assunto. A letra,
bem como a música, estão disponíveis em:
http://www.vagalume.com.br/o-teatro-magico/sintaxe-a-vontade.
html. Acesso em 30 de out. de 2015.
1.4 Predicado
O predicado é o termo indispensável da oração, uma vez que, conforme
exposto anteriormente, o sujeito pode estar indeterminado ou, em algumas
orações, ele pode não existir.
Saiba Mais
Se quiser aprofundar melhor esse conteúdo, assista à videoaula: “
Tipos de Predicado - Aula grátis de Português para Concursos
ENEM e Vestibular”. Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=jvJC981hEEA. Acesso em 09 de out. De 2015.
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Termos essenciais da oração
Você Sabia
Todo falante de um determinado idioma é capaz de construir, orga-
nizar e entender frases e orações com sujeito e predicado sem ter
frequentado a escola. Isso acontece devido à gramática intuitiva ou
internalizada. Mesmo que o falante não tenha consciência dela, per-
mite o uso automático das estruturas linguísticas. .
Resumindo
Nesse capítulo, você viu que para compartilhar suas ideias com alguém
é preciso organizá-las, fazendo uso de estruturas linguísticas que permitem a
transmissão adequada dessas ideias. Sujeito e predicado são considerados as
duas estruturas linguísticas fundamentais para que você possa verbalizar o que
sente, o que pensa e o que deseja. Viu também que o predicativo do sujeito
e o predicativo do objeto são termos que participam da construção do predi-
cado, sempre que se deseja atribuir uma característica, qualidade ou estado ao
sujeito ou ao objeto direto do verbo.
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2
Termos Integrantes
da Oração
Objetivos de aprendizagem:
22 Perceber a função desempenhada pelo objeto direto e pelo
objeto indireto;
22 Entender as particularidades da predicação verbal, bem como os
seus complementos: objeto direto e do objeto indireto;
22 Identificar a forma adequada de emprego dos pronomes pessoais
oblíquos na função de objeto direto e de objeto indireto;
22 Diferenciar complemento verbal e complemento nominal;
22 Compreender a função sintática exercida pelo agente da passiva
como um termo relacionado ao verbo.
– 20 –
Termos Integrantes da Oração
– 21 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Você sabia
Que o verbo ser é intransitivo quando tem o significado de ocorrer,
realizar-se ?
– 22 –
Termos Integrantes da Oração
Você sabia
Que o verbo continuar é verbo transitivo direto quando significa
uma ação não interrompida? Ao indicar posição do sujeito em um
lugar, é intransitivo. É importante esclarecer ainda que alguns verbos
intransitivos ou transitivos assumem a função de um verbo de ligação.
Observe esses exemplos:
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
Se você tem interesse em aprofundar o tema, leia o artigo científico
Tipologia dos Complementos Verbais do Português Contemporâ-
neo, de Sebastião Expedito Ignácio. Nele você encontrará vários
exemplos e explicações sobre a complementação verbal. Dispo-
nível em: http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/3755/3478.
Acesso em: 11 out. 2015.
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Termos Integrantes da Oração
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Glossário:
Pleonástico: você já ouviu falar em “descer para baixo” ou
“subir para cima”? Pois bem: trata-se da figura de lingua-
gem nomeada de “pleonasmo”, que serve para dar ênfase a
uma palavra, ideia ou expressão, muitas vezes por repetição.
Trazendo o termo para a esfera sintática, ao falar de objeto
pleonástico, estamos dizendo que ele aparece na frase duas
vezes. Ex.: A chave, escondeu-a na gaveta. (temos como
objeto direto pleonástico a palavra “chave” e o pronome
oblíquo átono “a”); isso reforça a ênfase a esse objeto.
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Termos Integrantes da Oração
Saiba mais
Acesse o artigo Facultatividade e Omissão de Complementos
Verbais, de Mônica Magalhães Cavalcante. Nele há uma explica-
ção detalhada da transitividades verbal.
Disponível em: http://www.revistadeletras.ufc.br/rl19Art02.pdf.
Acesso em: 11 out. 2015.
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
o – a – os – as (e variações) →
sempre objeto direto
preposição + mim – ti – si – ele(s) –
lhe – lhes → sempre objeto indireto ela(s) – nós – vós → objeto direto
preposicionado ou objeto indireto
me – te – se – nos – vos →
(conforme a predicação verbal)
objeto direto e indireto (con-
forme a predicação verbal)
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Termos Integrantes da Oração
Importante
Os pronomes oblíquos que completam o sentido dos verbos transi-
tivos e, ao mesmo tempo, repetem a figura do sujeito, são denomina-
dos pronomes oblíquos reflexivos.
Exemplos: Ele penteou-se caprichosamente para sair. (OD reflexivo)
/Nós nos impusemos severa disciplina. (OI reflexivo)
Muitas vezes, esse pronome pode ter aspecto recíproco.
Exemplos: Eles cumprimentaram-se antes da luta. (OD Reflexivo).
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Termos Integrantes da Oração
Importante
Você sabe qual a diferença entre o complemento nominal e o
objeto indireto?
Em outras estruturas sintáticas, há certos nomes de significação
transitiva que necessitam de um complemento. Nesse caso,
emprega-se o complemento nominal. Dessa forma, a sua função
assemelha-se à do objeto indireto, por também ser um termo
regido de preposição, porém o objeto indireto completa o sen-
tido de um verbo, e o complemento nominal, o de um substan-
tivo, adjetivo ou advérbio.
Exemplos:
Tenho necessidade de sua ajuda. X Necessito de sua ajuda.
substantivo CN VTI OI
Ele tinha confiança em você. X Ele confiava em você.
substantivo CN VTI OI
É válido esclarecer ainda que, quando o complemento nominal com-
pleta o sentido de um substantivo, este apresenta duas particularidades:
a) substantivo que necessita de complemento é sempre abstrato;
b) o substantivo que exige complemento geralmente deriva de um verbo.
Veja também exemplos de complementos nominais de adjetivos e advérbios.
A mãe foi favorável a um dos filhos.
adjetivo complemento nominal
A mãe agiu favoravelmente a um dos filhos.
advérbio CN
Você sabia
O complemento nominal, assim como o objeto direto e o objeto
indireto, também pode ser representado por pronomes oblíquos.
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Exemplos:
A mãe sempre lhe foi favorável. (= favorável a ele)
Eles me devem respeito. (= respeito a mim)
Saiba mais
Para ter uma melhor compreensão sobre os termos integrantes da ora-
ção, assista ao vídeo: Termos Integrantes da Oração, da profª.. Keyse.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=q4_L2B9MF1U.
Acesso em 12 out. 2015. Consulte o capítulo Termos integrantes
da oração da Gramática da língua portuguesa, de Domingos Paschoal
Cegalla. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Resumindo
Nesse capítulo, você relembrou sobre a predicação verbal para enten-
der que o objeto direto e o objeto indireto são termos da oração, que se
relacionam ao verbo, e dizem respeito às ações que as pessoas realizam sobre
algo ou alguém. Isto, no plano linguístico, equivale a dizer que os objetos
são responsáveis por expressar a capacidade humana de agir e modificar seu
entorno. Viu também que o emprego dos objetos está ligado a motivos esti-
lísticos ou de clareza, como, por exemplo, o objeto direto preposicionado e
o objeto direto e indireto pleonástico. Entendeu que os pronomes pessoais
oblíquos átonos podem desempenhar a função de objeto direto e de objeto
indireto. Verificou, também, que o agente da passiva é um termo usado sem-
pre que num processo comunicativo o emissor da mensagem tem a intenção
de expressar a ideia de passividade do sujeito. Percebeu que há situações em
que determinados nomes abstratos (substantivos, adjetivos e advérbios) exi-
gem um complemento que lhes esclareça o sentido e, nesse caso, utiliza-se o
complemento nominal.
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3
Termos Acessórios
da Oração
Objetivos de aprendizagem:
22 Empregar o adjunto adverbial como um termo que indica diversas
circunstâncias em relação à ação verbal;
22 Entender o emprego do aposto como esclarecedor do sentido de
outra palavra;
22 Utilizar o vocativo para dirigir-se ao interlocutor nas diversificadas
situações comunicativas;
22 Empregar o adjunto adnominal como um termo que se relaciona
ao nome.
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Termos Acessórios da Oração
Exemplos:
Sua pele estava bastante manchada.
adjunto adjetivo
adverbial
Meu filho acordou cedo demais.
adjunto adjunto
adverbial adverbial
São muitas as circunstâncias expressas pelos adjuntos adverbiais. O qua-
dro a seguir — elaborado sem a intenção de considerá-lo encerrado — tem o
objetivo de selecionar os adjuntos adverbiais mais frequentes.
Quadro 1: Os tipos de adjuntos adverbiais e exemplos.
Adjuntos Adverbiais Exemplos
tempo Amanhã poderemos conversar no período da tarde.
modo A moça fazia tudo às pressas.
lugar Encontrarei com você em frente ao fórum.
afirmação Certamente ela concordará com o acordo.
negação Não sabemos se ele voltará logo.
dúvida Talvez você possa me dar uma informação concreta.
intensidade Você está estudando demais!
assunto Os turistas conversavam sobre os perigos da viagem.
causa Muitas pessoas sorriam de contentamento.
instrumento Cortei minha mão com uma faca afiada.
fim/finalidade Eles não estavam preparados para essa perda.
companhia Iremos ao cinema com nossos amigos.
meio A mulher chegou aqui de táxi.
condição Sem dinheiro, não poderemos viajar.
conformidade Faça tudo conforme o combinado.
concessão Apesar de cansado, quis sair.
preço ou valor Comprei uma blusa por noventa reais.
inclusão Todos foram à festa, inclusive eu.
exclusão Todos foram convidados, menos eu.
quantidade Os presentes chegavam em minha casa aos montes.
repetição ou reiteração Vou conversar outra vez com ele.
ordem Ele, finalmente, chegou ao seu destino.
[...]
Fonte: elaborado pelo autor , 2015.
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Termos Acessórios da Oração
e) Locução adjetiva
Exemplo: Ali havia uma mesa de madeira.
Você sabia
O adjunto adnominal, como acontece com o objeto direto, objeto
indireto e complemento nominal, também pode ser expresso por
pronomes oblíquos, desde que estes tenham valor possessivo.
Exemplo:
Ela tocou-me o rosto. (= meu rosto)
Beijei-lhe os cabelos. (= seus cabelos
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Termos Acessórios da Oração
Saiba mais
Se quiser aumentar seu conhecimento, assista à videoaula de número
19: Termos acessórios da oração, da professora Keyse, nela é apre-
sentado o conteúdo com vários exemplos e explicação detalhada. Dis-
ponível em: http://www.youtube.com/watch?v=HoEvRvR05kQ.
Acesso em 15 de out. 2015.
Consulte o capítulo Termos Acessórios da Oração da Gramática
da língua portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 2008.
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
3.4 Aposto
Para abordar o aposto, vamos tomar como base a definição de Henri-
ques (2011, p. 81):
o aposto [...] é um termo acessório que se relaciona obrigatoriamente
com um termo anterior a ele (por isso, é aposto = posto + após),
podendo ser empregado com finalidades distintas. Pode, porém, o
aposto referir-se ao sentido global de uma oração.
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Termos Acessórios da Oração
Saiba mais
Encontre mais informações sobre o uso do adjunto adnominal na
dissertação A Multifuncionalidade do Aposto em Textos Jornalís-
ticos de divulgação científica e em Artigos Científicos, de Cristina
Araújo de Farias. Disponível em: http://www.ple.uem.br/defesas/
pdf/cafarias.pdf. Acesso em: 15 out. 2015.
3.5 Vocativo
Na introdução deste capítulo, falamos que o vocativo é um termo
independente da estrutura sintática da oração, ou seja, não pertence nem
ao sujeito nem ao predicado. Seu uso está ligado a chamar ou interpelar
alguém ou algo personificado, isto é, o interlocutor (ou destinatário) real
ou retórico.
Exemplos:
Ó mar salgado, quanto de teu sal
São lágrimas de Portugal! (Fernando Pessoa)
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
Estrutura sintática: quando se estuda um idioma, há somente os dis-
cursos como ponto de partida. As regras gramaticais da língua não
são visíveis em si. As estruturas sintáticas não estão perceptíveis para
serem observadas, mas certamente o sistema de regras que com-
põe a competência dos falantes é construído por estruturas sintáticas.
Observe o exemplo, para confirmar o que foi dito.
Exemplo: Paulo achou a senha do cartão de crédito que ele tinha per-
dido. Percebe-se no exemplo uma clara ambiguidade sintática. Paulo perdeu
a senha ou o cartão? Para resolver esse problema, pode-se lançar mão do uso
de parênteses.
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Termos Acessórios da Oração
simples - um núcleo 3ª p. p.
a) determinado
composto - mais de um núcleo 3ª p. s. + se
b) indeterminado - O sujeito não vem expresso nem pode ser identificado.
sujeito
c) oculto/implícito - Não está materialmente expressa, mas pode ser identificado pela desinência verbal.
verbos que representam fenômenos da natureza
termos d) inexistente/oração sem sujeito verbo haver com sentido de “existir”
1 essenciais
verbo haver, fazer e ir indicando tempo decorrido
verbo ser, na indicação do tempo
(fundamentais)
a) nominal - verbo: não é ação = verbo de ligação + predicativo do sujeito
predicado b) verbal - verbo: ação = verbo transitivo direto / verbo transitivo indireto
c) verbo-nominal - verbo: ação + predicativo
(Não integram a aposto - Explica ou esclarece um nome. Uma oração pode ter vários apostos.
estrutura básica
da oração.)
Resumindo
Nesse capítulo, você viu que o ajunto adverbial é um termo que exprime
uma circunstância, geralmente referida ao verbo e, às vezes, intensifica o sen-
tido do adjetivo e do advérbio. Observou também que o aposto é empregado
sempre que outro termo da oração precisa ser esclarecido. E, ainda, que o
vocativo não é uma expressao sintática da oração, mas do discurso, já que
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
se relaciona com o interlocutor que está fora da oração, portanto não per-
tence ao sujeito nem ao predicado. Compreendeu que os termos sintáticos
exercidos pelos substantivos são utilizados, muitas vezes, acompanhados de
atributos que lhe delimitam o significado, circunstância que lança mão do
emprego de um adjunto adnominal. E entendeu a diferença entre comple-
mento nominal e adjunto adnominal.
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4
Período simples e
composto: análise dos
períodos e pontuação
Objetivos de aprendizagem:
22 Promover a distinção entre: frase, oração e período.
22 Reconhecer o período simples e o período composto em um texto;
22 Redigir frases, orações e períodos, empregando corretamente a
pontuação.
Importante
Expandindo o conhecimento um pouco mais sobre a sintaxe, pode-
mos observar uma afirmação de Mussalim F. Bentes, C.A. Intro-
dução à linguística: domínios e fronteiras, v.1. São Paulo:Cortez,
2001. [...] “É preciso, antes de mais nada, dizer que o desejo de
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Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação
Verbal
Nominal
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
4.2 Frase
Pode-se dizer que frase é a unidade mínima linguística, ou seja, um
enunciado constituído de significado, que facilita a comunicação, tor-
nando-a clara e precisa, favorecendo o entendimento entre os interlocuto-
res; isso ocorre na língua falada e escrita.
Neste sentido, tem-se a frase nominal e verbal.
Na frase nominal não há presença de verbo.
Ex.: Que dia bonito!
Já na frase verbal, existe o verbo.
Ex: Preciso de seu carinho.
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Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação
Importante
Sabe-se que na língua oral as frases são compreendidas a partir da
entonação, das pausas e até da ausência de som. Na escrita, esses
elementos vocais são substituídos pelos sinais de pontuação, que
marcam graficamente as frases. No entanto, é preciso ficar atento ao
contexto no qual as frases são empregadas. É o caso de situações em
que se faz uso da ironia.
Observe:
Mentira! (pode expressar desaprovação ou espanto, surpresa)
Que ideia! (pode expressar aprovação ou desaprovação)
É isso! (pode expressar aprovação ou desaprovação)
4.4 Oração
Oração é a frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de
um verbo ou de uma locução verbal. Ela é constituída, geralmente, de dois
elementos: sujeito e predicado, ou pelo menos de um predicado. (FARACO;
MOURA, 2010)
Ex.: O português e o espanhol são muito parecidos.
sujeito predicado
Fazia um frio terrível no mar. (nesta oração não tem sujeito)
predicado
4.5 Período
Período é a frase constituída de uma ou mais orações. Ele pode ser:
22 Simples: quando formado por uma só oração, que é chamada de
absoluta: Ex.: As línguas são dinâmicas.
22 Composto: quando formado por duas ou mais orações: (FARACO;
MOURA, 2006)
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
Toda a oração é considerada uma frase, mas nem toda frase pode ser
considerada uma oração. Como saber o número de orações que há
em um período? Geralmente, basta contar os verbos e ou locuções
verbais presentes nelas.
Saiba mais
Se você quiser aprofundar o tema e ter mais conhecimento sobre
frase, oração e período, assista à videoaula para o ENEM e Vestibu-
lares de Português com a professora Betânia Ferreira. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=a_eaYQw2Wxc. Acesso em
18 de out. 2015.
4.6 Pontuação
Sinais de pontuação são símbolos gráficos empregados nos textos escritos
para organizar os termos, os enunciados e os parágrafos, estabelecendo uma hie-
rarquia (ordem) entre eles. Essa hierarquia sintática torna o texto compreensível.
– 50 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação
22 Uso da vírgula
Dentre os sinais de pontuação, o que mais dúvida provoca, no momento
da utilização, é a vírgula. Isso acontece porque estamos presos àquela noção
de que as vírgulas representam toda e qualquer pausa da língua oral. Quando
vamos escrever, inadvertidamente colocamos uma vírgula após o primeiro
segmento das frases, como no exemplo abaixo:
Ex.: *A extinção do reduto de Canudos, aconteceu no início deste século.
A vírgula, nesse caso, é gramaticalmente incorreta, pois está repre-
sentando uma pausa de língua oral que não tem correspondência na língua
escrita. Para não incorrer nesse equívoco, basta lembrar que o tipo padrão de
frase, na língua portuguesa, é composto de sujeito, verbo e complemento. A
maioria das frases apresenta o esquema abaixo:
Quadro 1 – Sujeito, verbo e complemento
Sujeito Verbo Complemento
João construiu uma casa.
Os alunos desta classe gostam da língua portuguesa.
Cristian e Mary compraram um apartamento.
Fonte: elaborado pela autora, 2015.
Ao ler um texto de jornal, um livro, intuitivamente procura-se nas frases
esses três elementos: sujeito, verbo e complemento. Qualquer outra informação
que apareça antes, depois ou entre eles será um “encaixe’, ou seja, um ele-
mento dispensável para o entendimento da ideia principal da frase. Esses encai-
xes podem ser explicações, observações, indicações de tempo, lugar, modo etc.
Importante
Guarde para sempre a regra básica:
ENTRE OS TRÊS ELEMENTOS BÁSICOS, A VÍRGULA É
PROIBIDA.
– 51 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 52 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação
O sobrinho:
“Deixo a minha fortuna: para o meu irmão? Não! Para o meu sobrinho. Jamais para o
meu advogado! Nada para os pobres.”
O advogado:
“Deixo a minha fortuna: para o meu irmão? Não! Para o meu sobrinho? Jamais! Para o
meu advogado. Nada para os pobres.”
O defensor dos pobres:
“Deixo a minha fortuna: para o meu irmão, não; para o meu sobrinho, jamais; para o
meu advogado, nada; para os pobres.”
Você sabia
“A tecnologia gráfica, aplicada à língua escrita, vem criando algumas
notações que podem ser consideradas sinais de pontuação, embora
esse status não lhes seja atribuído nem pela Nomenclatura Gramatical
Brasileira (NGB) nem pela gramática tradicional. A análise de um
texto jornalístico pode ser elucidativa a esse respeito, se observarmos
com atenção a pontuação empregada nele, os símbolos gráficos utili-
zados e a função que desempenham”. ( Faraco;Moura, 2006)
22 Uso do Ponto
Usa-se o ponto para a finalização de um período e também na indi-
cação de abreviatura.
Exemplos: Deus criou o mundo.
Dr. pág. Ilmo. etc.
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação
Saiba mais
Tem interesse em aprofundar mais seu conhecimento sobre pontu-
ação? Assista ao vídeo: “Aula 11 – Pontuação”, do professor Fábio
D’ávila; nele há uma explicação detalhada sobre o assunto. Disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=IQWPh9G8wc0. Acesso
em 18 de out. 2015.
– 55 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
22 Uso da Reticências
Seu uso está nas indicações de hesitações, incertezas, um prolonga-
mento da ideia, pode também sugerir ironia, malícia.
Exemplos: Não sei...
Se você pensa assim...
Aquela mulher ruiva é inteligente...
22 Uso da Aspas
Muito usado em citações textuais, também é pertinente para indi-
car que um termo é gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado
em sentido figurado (FARACO; MOURA,2010.).
Exemplos:
“Que seja eterno enquanto dure”, afirmava Vinicius de Moraes.
Ela não deixa de “trampar” e manda o “boy” várias vezes ao banco.
O jornal serve para “embrulhar”.
Ela é muito “inteligente”.
22 Uso do Travessão
Seu uso serve para esclarecer o significado de um termo, além de ser
um bom recurso para intercalar reflexões e comentários à sequência
da frase, bem como na marcação de interlocutores nos diálogos.
Exemplos:
Em Campinas – cidade do Estado de São Paulo – a vida é agitada.
Ao barão – diria os alcoviteiros – não escapa mulher bonita.
– Você irá ao baile?
– Certamente, minha princesa!
– 56 –
Período simples e composto: análise dos períodos e pontuação
22 Uso do Parênteses
São usados para esclarecer o significado de um termo e também
para intercalar reflexões e comentários à sequência da frase.
Exemplos:
Em São Paulo (Capital) a violência é extrema.
Ao barão (diriam os inimigos de plantão) não escapa mulher bonita.
Resumindo
Neste capítulo, você estudou sobre o período simples e o composto, bem
como suas características. Compreendeu a importância de distinguir frase,
oração e período e de fazer uso adequado dos mesmos em situações comu-
nicativas, tanto oral quanto escrita. A partir das exemplificações apresenta-
das, pôde verificar também como ocorre a classificação da frase, da oração
e do período, além de identificá-los em contextos específicos. Aprofundou
seus conhecimentos sobre a pontuação, quanto ao seu uso e importância de
acordo com o contexto discursivo. Assimilou a forma correta de redigir fra-
ses, orações e períodos na construção textual e a pertinência desses como fator
decisivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere
à comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
– 57 –
5
Período Composto
por Coordenação
Objetivos de aprendizagem:
22 Diferenciar o período simples e o período composto por coordenação;
22 Classificar as orações coordenadas sindéticas;
22 Entender a diferença entre a coordenada sindética e a assindética.
Hoje a coisa é simples. Você abre o filtro - ou a garrafinha de água mineral - e mata
a sede à vontade. Mas, para nossos antepassados, água costumava ser um problemão:
um pequeno gole podia levar à morte. Isso porque, no começo dos tempos, os únicos
instrumentos que os homens tinham para determinar se a água estava boa ou não para o
consumo eram o olho e o paladar. E parecia óbvio que água clara e sem sabores estranhos
era sinônimo de água limpa. O problema é que muitos organismos nocivos ao ser humano
não mudam nem a cor nem o gosto da água. [...] (SOALHEIRO, 2006, p.14).
– 60 –
Período Composto por Coordenação
Nesse sentido, você já está ciente de que o período pode ser formado
por uma oração - período simples (oração absoluta) - ou por um conjunto de
orações - período composto. Veja estes exemplos:
Minha amiga vai dar uma festa linda!
1ª oração
Minha amiga vai dar uma festa linda e não me convidou.
1ª oração 2ª oração
As orações que formam o segundo período do exemplo são as coordena-
das, as quais se caracterizam pela sua independência sintática. Mas o que isso
significa? Quer dizer que, quando os períodos são construídos com orações
em que haja uma ordem em sequência, sem que ocorra uma relação hierár-
quica, elas são consideradas coordenadas. Bechara (2009) as define como ora-
ções que são sintaticamente independentes, porque possuem todos os termos
sintáticos previstos na relação predicativa. Veja este exemplo:
Amanhã eu irei ao clube, mas meu irmão não vai.
1ª oração 2ª oração
Se a primeira oração for separada da segunda, pode-se perceber que
cada uma delas possui os elementos sintáticos necessários para o seu entendi-
mento: Observe:
1ª oração: Amanhã eu irei ao clube.
Sujeito simples = eu
Predicado verbal = amanhã irei ao clube
2ª oração: (mas) meu irmão não vai.
Sujeito simples = meu irmão
Predicado verbal = não vai
– 61 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Glossário
Semântica é a ciência que estuda a significação das
palavras. A semântica, segundo Castilho, é “o sistema
através do qual criamos os significados” (2010, p.
122). O autor ainda separa a semântica em três campos
distintos: a semântica lexical, a semântica gramatical
(ou composicional) e a semântica pragmática. Semân-
tica lexical diz respeito ao significado das palavras,
individualmente. Semântica gramatical se preocupa
com os significados presentes nas diversas constru-
ções gramaticais. E semântica pragmática se ocupa
da relação entre o dito e o não dito, através do que
deseja expressar e do que realmente expressa o falante,
e do que entende o ouvinte. (CASTILHO, 2010)
– 62 –
Período Composto por Coordenação
22 Adversativas:
Observe o exemplo:
Tentei chegar mais cedo, todavia não consegui.
(oração coord. assindética) (oração coord. sindética adversativa)
A 2ª oração, iniciada pela conjunção “todavia”, expressa ideia de con-
traste ou compensação em relação à 1ª oração. As orações coordenadas
sindéticas adversativas podem ser iniciadas pelas seguintes conjunções
coordenativas adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entre-
tanto, no entanto, não obstante, etc.
– 63 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
22 Alternativas
Agora leia mais este período:
Ou vou ao cinema, ou vou à festa do seu aniversário.
(oração coordenada (oração coordenada
sindética alternativa) sindética alternativa)
Note que, nesse caso, as duas orações expressam fatos ou ideias que envol-
vem alternância ou escolha. As orações coordenadas sindéticas iniciam-se
pelas conjunções coordenativas alternativas, ou seja: ou, ou...ou, ora,
já...já, quer...quer, seja...seja, talvez...talvez, etc.
22 Conclusivas
Observe a oração:
Júlia estava preparada para a competição, portanto estava certa da vitória.
(oração coord. assindética) (oração coordenada sindética conclusiva)
A ideia iniciada pela conjunção “portanto” expressa conclusão do fato
mencionado na 1ª oração. As conjunções coordenativas, que iniciam
esse tipo de oração, são: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
conseguinte, por isso, assim.
22 Explicativas
Considere mais este período:
Vá se arrumar agora, porque precisamos sair.
(oração coordenada (oração coordenada sindética
assindética) explicativa)
A 2ª oração, iniciada pela conjunção “porque”, explica ou justifica a
ideia contida na 1ª oração. As orações desse tipo são introduzidas pelas
seguintes conjunções coordenativas explicativas: que, porque, pois
(antes do verbo), porquanto, etc.
Importante
É preciso esclarecer que a classificação dada a uma oração coorde-
nada sindéticaprecisa levar em conta as relações de sentido que se
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Período Composto por Coordenação
Saiba mais
Se você quiser se aprofundar no tema, leia o artigo As Orações e as
Relações de Interdependência, de Ana Clara Gonçalves Alves de
Meira, nele você encontrará explicações detalhadas.
Disponível em: http://www.slmb.ueg.br/iconeletras/artigos/volume2/
primeiras_letras/ana_meira.pdf. Acesso em 19 de out. 2015.
– 65 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
O artigo O Ensino de Orações Coordenadas: Proposta Interativa
de Linguagem, de Aline Basin Stofonello e Nilsa Teresinha Reichert
Basin, traz mais detalhes para você compreender melhor o tema
estudado. Confira! Disponível em: http://sites.unifra.br/Portals/36/
ALC/2008/o%20ensino.pdf. Acesso em 19 out.2015.
– 66 –
Período Composto por Coordenação
– 67 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Você sabia
A grande maioria dos manuais de gramática apresenta a seguinte divi-
são: Fonética e Fonologia, Morfologia, Sintaxe e Estilística.
– 68 –
Período Composto por Coordenação
Resumindo
Neste capítulo você estudou o período composto por coordenação, bem
como suas características. Entendeu a definição das orações coordenadas sin-
déticas e assindéticas, bem como a diferença existente entre elas. Verificou
também como ocorre a classificação das orações coordenadas sindéticas e seus
tipos, além de identificá-las em um texto. Pode aprofundar seus conhecimentos
sobre elas, verificando os exemplos, nos diversos contextos discursivos. Teve a
oportunidade de reconhecer as conjunções ou conectivos em vários exemplos
apresentados. Percebeu a importância da colocação adequada dos conectivos
ou conjunções como fator decisivo na clareza, objetividade, coerência e coesão
do texto no que se refere à comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
– 69 –
6
Período Composto
por Subordinação
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender a diferença entre o período composto por coor-
denação e subordinação;
22 Classificar as subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais;
22 Entender as características das orações subordinadas substanti-
vas reduzidas.
– 72 –
Período Composto por Subordinação
– 73 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
As orações subordinadas substantivas são classificadas de acordo
com a função sintática que exercem em relação à oração princi-
pal. Existe um procedimento que pode auxiliá-lo na classificação
das orações substantivas: basta substituí-las pelo pronome “isso”, e
identificar a função sintática do pronome. A função será a mesma
do pronome. Ex.: Espero que não chova mais hoje. Espero isso.
O pronome “isso” exerce a função de objeto direto. Portanto, a
oração “que não chova mais hoje” exerce a função de objeto direto.
22 Objetivas diretas
Observe:
Ele pediu que eu participasse do jogo.
OP oração subordinada substantiva
S + VTD objetiva direta
– 74 –
Período Composto por Subordinação
22 Objetivas indiretas
Agora, leia mais esta frase:
Ele insistia em que permanecêssemos ali.
OP oração subordinada substantiva
S + VTI objetiva indireta
Ele insistia na nossa permanência ali.
S + VTI objeto indireto
As orações objetivas indiretas exercem a função de objeto indireto da OP.
22 Completivas nominais
Observe:
Eles são favoráveis a que você seja promovido.
OP oração subordinada substantiva
S + VL + PS completiva nominal
Eles são favoráveis / à sua promoção.
S + VL + PS complemento nominal
As orações completivas nominais exercem a função de complemento
nominal da OP.
22 Predicativas
Leia:
A decisão seria que ele ingressasse na equipe.
OP oração subordinada substantiva
– 75 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
S + VL predicativa
A decisão seria / o seu ingresso na equipe.
S + VL predicativo do sujeito
As orações que exercem a função de predicativo do sujeito da OP clas-
sificam-se como orações subordinadas substantivas predicativas.
22 Apositivas
Observe:
Ele desejava isto: que nosso time vencesse o campeonato.
OP oração subordinada substantiva
S + VTD + OD apositiva
Ele desejava isto: / a vitória do nosso time no campeonato.
S + VTD + OD aposto
As orações subordinadas apositivas exercem a função de aposto da OP.
22 Agente da passiva
Observe esta oração:
Ele foi procurado por quem não conhecia.
OP oração subordinada substantiva
S + VTD na voz passiva agente da passiva
– 76 –
Período Composto por Subordinação
Veja:
O guia afirmou que conhecia bem o caminho. → oração desenvolvida
O guia afirmou conhecer bem o caminho. → oração reduzida
Observe que as duas orações transmitem a mesma ideia, o que muda é
a forma de serem apresentadas.
São características das orações subordinadas substantivas reduzidas: a
ausência da conjunção e a presença de um verbo no infinitivo.
Saiba mais
Assista ao vídeo do professor Dimitri Sarmento. Nele há uma expli-
cação detalhada, por meio de exemplos, sobre as orações subor-
dinadas substantivas. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=f_PbhuTWsrY. Acesso em 22 de out. 2015.
– 77 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 78 –
Período Composto por Subordinação
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
É necessário salientar que toda oração adjetiva explicativa apa-
rece isolada por vírgula(s).
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Período Composto por Subordinação
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
Quer aprofundar mais seu conhecimento sobre as orações subordi-
nadas adjetivas? Assista ao vídeo da professora Sandra Franco. Nele
há uma explicação detalhada, por meio de exemplos, das orações
subordinadas adjetivas.
– 82 –
Período Composto por Subordinação
– 83 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
Uma particularidade dessa oração é que geralmente o verbo da subordi-
nada aparecerá subtendido quando este coincide com o verbo da OP.
– 84 –
Período Composto por Subordinação
Você Sabia
Que alguns gramáticos, contrariando o que prescreve a Nomencla-
tura Gramatical Brasileira (NGB), consideram ainda que existem dois
tipos de orações subordinadas adverbiais: as modais e as locativas.
Observe:
Ele foi chegando de mansinho, sem que fosse percebido.
OP oração subordinada adverbial modal
Saiba mais
Quer mais informações sobre as orações subordinadas adverbiais e
reduzidas? Assista ao vídeo da professora Sandra Franco, nele há uma
explicação detalhadas por meio de exemplos.
– 86 –
Período Composto por Subordinação
Resumindo
Neste capítulo, você conheceu como o período composto por subordi-
nação se estrutura, além de entender como acontece a classificação das ora-
ções subordinadas. Foi importante saber a definição das orações subordinadas
substantivas, adjetivas, adverbiais e reduzidas, e a diferença existente entre
elas, pois, ao ler ou escrever um texto é nesse processo que nos apoiamos. A
partir dos exemplos apresentados, nos diversos contextos discursivos, você
encontrou a oportunidade de reconhecer os conectivos ou marcadores argu-
mentativos em vários gêneros textuais com tipologias diversificadas. É de fun-
damental importância saber usar os conectivos, ou conjunções, como fator
decisivo na clareza, objetividade, coerência e coesão do texto, no que se refere
à comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
– 87 –
7
Sintaxe de Regência:
Nominal e Verbal
Objetivos de aprendizagem:
22 Identificar as relações de regência existente entre os termos
da oração;
22 Verificar como se dá a distinção entre a regência verbal e a
regência nominal;
22 Analisar a transitividade verbal e perceber as mudanças de signi-
ficados que podem ocorrer;
22 Entender os principais casos de regência verbal e nominal.
– 90 –
Sintaxe de Regência: Nominal e Verbal
[...] Ser curioso não é defeito. Não saber é uma condição necessária para aprender.
Quando a resposta vem antes do questionamento, poda-se todo um processo mental
de “bolação”, fantasia e imaginação, o que empobrece o desenvolvimento. Quando
eu sei, não preciso imaginar. Cabe ao adulto assistir ao desabrochar da fantasia,
intervindo só quando o aprendiz corre perigo ou vai deixar de perguntar.
Já vi pais ensinando o bebê a esticar o braço para alcançar alguma coisa que ele
apenas parece estar querendo pegar. Se o adulto lhe dá o objeto, está tirando a
chance de a criança descobrir. Se ele ensina como pegar, desensina e poda o pro-
cesso de tentativa e erro.
– 91 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Você sabia
Os termos que exigem a presença de outros denominam-se regen-
tes ou subordinantes; aqueles que completam o sentido de outros
chamam-se regidos ou subordinados.
Exemplo: Cabe ao adulto assistir ao desabrochar da fantasia...
regente regido
Observe:
A pai, comovido, agradava a filha chorosa.
VTD OD
Suas atitudes agradaram ao povo.
VTD OI
– 93 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 94 –
Sintaxe de Regência: Nominal e Verbal
– 95 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
Não se deve misturar verbos cujas regências são diferentes. Veja o
que comumente é feito nesse sentido:
Ele procurou e pediu à moça um favor.
Nesse caso, a construção deveria ser a seguinte:
Ele procurou a moça e pediu-lhe um favor.
Saiba mais
Quer assimilar melhor o conteúdo exposto? Assista ao vídeo sobre
a regência verbal do professor Fabio Dávila, nele há vários exem-
plos que ajudarão você. Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=5JvqGvPs9_g. Acesso em 23 de out. 2015.
– 96 –
Sintaxe de Regência: Nominal e Verbal
TV (em)
O correto é dizer TV em cores e não TV a cores
Igual (a)
O certo é igual a mim e não igual eu
Bacharel (em)
O correto é bacharel em e não bacharel de
Curioso (de, sobre, por)
Ficou curioso do que ocorreu.
Ficou curioso sobre o que ocorreu.
Ficou curioso pelo que ocorreu.
Recurso (de, contra)
Coube recurso contra a decisão.
Coube recurso da decisão.
Acostumado (a) / Habituado (a) (a, com)
Estava acostumada a sanduiche na hora do jantar.
Estava habituado com sanduiche na hora do jantar.
Compatível (com, entre)
A doadora tinha o sangue compatível com o da vítima.
Os tipos sanguíneos da doadora e vítima eram compatíveis entre si.
Entendido, Perito (em)
Era entendida em Mecânica.
– 98 –
Sintaxe de Regência: Nominal e Verbal
Saiba mais
Para mais detalhes sobre o tema, consulte o capítulo Sintaxe de
Regência, na Novíssima gramática da língua portuguesa, de Domingos
Paschoal Cegalla. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Ou você pode optar por assistir ao vídeo sobre a regência nominal
com o prof. Edison A Oliveira, do INSTITUTO DE APRIMORA-
MENTO MENTAL - IAM CURSOS. Nele há uma clara expli-
cação sobre o assunto estudado, facilitando a sua assimilação. Dis-
ponível em: http://www.youtube.com/watch?v=v24RlT6CYuM.
Acesso em 24 de out. 2015.
Resumindo
Neste capítulo, você viu que a relação de dependência entre os ter-
mos da oração e seus complementos denomina-se regência, princípio
que ocorre quando determinados verbos ou nomes exigem um comple-
mento. Viu também que o termo que exige complemento é denomi-
nado termo regente e o que lhe completa o sentido é chamado termo
regido. Por fim, compreendeu que as relações de regência também são
divididas em dois tipos: regência verbal e regência nominal e que é pre-
– 99 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 100 –
8
Sintaxe de
concordância: nominal
e verbal e recursos
de expressão
Objetivos de aprendizagem:
22 Perceber o princípio sintático de concordância;
22 Diferenciar a concordância verbal e a concordância nominal;
22 Compreender quais as principais regras de concordância verbal e
nominal;
22 Identificar os recursos expressivos empregados no texto;
22 Entender sua importância na construção textual.
– 102 –
Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão
– 103 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 104 –
Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão
– 105 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
22 Se for constituído por núcleos ligados por com, o verbo fica no plural.
Exemplo: A mulher com o esposo farão uma viagem para a França.
22 Se for constituído pelas expressões um ou outro, nem um nem outro,
o verbo fica no singular.
Exemplo: Nem um nem outro rapaz permaneceu naquele cargo.
22 Se for constituído pelas expressões um e outro, o verbo fica no sin-
gular ou no plural.
Exemplo: Um e outro trouxe/trouxeram uma colaboração para
a campanha.
22 Se for constituído por uma sequência de palavras seguido de aposto
resumidor, o verbo concorda com o aposto.
Exemplo: Viagens, passeios, noitadas, tudo isso não o satisfazia mais.
Saiba mais
Assista ao vídeo sobre concordância verbal (parte I) feito pela Profa.
Rafaela Motta. Nele, a professora dá uma explicação detalhada sobre
o assunto estudado, além de apresentar vários exemplos. Disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=2mwq0ka4iYw. Acesso
em: 23 out. 2015.
– 106 –
Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão
Saiba mais
Na concordância que se refere a datas, é admitido também o singular.
Sabe por quê? Porque ela pode ser feita com o termo dia, que está
subentendido. Por exemplo: Hoje é (dia) dois de agosto.
– 107 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
Assista ao vídeo sobre concordância verbal (parte II) feito pela Profa.
Rafaela Motta. Nele a professora apresenta uma explicação detalhada
sobre o assunto estudado, além de apresentar vários exemplos. Dis-
ponível em: http://www.youtube.com/watch?v=r4WaWjy6Ryo.
Acesso em: 23 out. 2015.
– 108 –
Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão
– 109 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 110 –
Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão
– 111 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
Assista ao vídeo sobre concordância nominal feito pela Profa. Rafaela
Motta. Nele a professora apresenta uma explicação detalhada sobre
o assunto estudado, usando questões para explicar o conteúdo. Dis-
ponível em: http://www.youtube.com/watch?v=r4WaWjy6Ryo.
Acesso em: 23 out. 2015.
– 113 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 114 –
Sintaxe de concordância: nominal e verbal e recursos de expressão
Você sabia
Os manuais de gramática da língua portuguesa geralmente apresentam par-
tes distintas, tais como fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e estilística.
Cada parte requer estudo separado; no entanto, todas as partes se relacio-
nam, pois uma complementa a outra. Ao estudar a sintaxe, você está anali-
sando as funções que as palavras exercem nos enunciados, além de verificar
as diversas possibilidades de combinação de termos em uma oração.
Resumindo
Neste capítulo você estudou as regras básicas de concordância que tra-
tam do ajuste entre o verbo e o sujeito. Viu as regras básicas de concordância
verbal nominal, bem como suas características. Entendeu o princípio sintá-
tico de concordância, bem como a distinção entre a concordância verbal e
a concordância nominal. Verificou também como ocorrem os mecanismos
que propiciam a concordância entre os termos da oração. Pôde aprofundar
seus conhecimentos sobre esse assunto a partir dos exemplos, nos diversos
contextos discursivos. Teve a oportunidade de reconhecer os principais casos
de concordância verbal e nominal que oferecem dúvidas. Percebeu a impor-
tância da combinação adequada das palavras na construção da significação
dos enunciados e, consequentemente, do texto.
– 116 –
9
Sintaxe de colocação
e noções de estilística
Objetivos de aprendizagem:
22 Refletir sobre a colocação pronominal adequada a cada contexto;
22 Compreender o uso da próclise, mesóclise e ênclise;
22 Analisar a importância das figuras de linguagem num texto e seus
efeitos de sentido.
– 118 –
Sintaxe de colocação e noções de estilística
Me encarando
Me enchendo de esperança
Me maltratando a visão[...]
(Compositor: Cazuza / Roberto Frejat - <http://www.vagalume.com.br/
barao-vermelho/ponto-fraco.html>.)
De acordo com a gramática que herdamos de Portugal, e que no Brasil,
com as devidas adequações, costumamos chamar de Norma Padrão, a posição
normal do pronome, no exemplo acima, Me encarando/Me enchendo de espe-
rança/Me maltratando a visão deve ser enclítica, ou seja, o pronome vem depois
do verbo. No entanto, observa-se na prática que essa regra é respeitada no
português de Portugal. Já no Brasil há um distanciamento considerável entre
aquilo que é ensinado pela gramática e a realidade produzida pelo falante.
– 119 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 120 –
Sintaxe de colocação e noções de estilística
Mas se a frase iniciar-se com palavra negativa e/ou outra situação que
possa atrair o pronome, então ocorrerá a próclise.
Ex.: Não o levarei ao cinema.
Importante
No português do Brasil, a mesóclise é rara, mesmo em textos formais.
Na língua oral ela praticamente não existe e seu uso é considerado
pedante ou conota ironia.
– 121 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Você sabia
Pode ocorrer ênclise com o infinitivo e o gerúndio ou próclise com
o auxiliar caso os verbos sejam antecedidos de palavras negativas,
conjunções subordinativas, pronomes demonstrativos etc.
Exemplos: Não lhe queremos fazer o favor.
Não queremos fazer-lhe o favor.
Não estamos entregando-lhe a carta.
Não lhe estamos entregando a carta.
Saiba mais
Assista à videoaula sobre colocação pronominal do Prof. Sidney
Martins. Nela o professor apresenta uma explicação detalhada e com
vários exemplos sobre o assunto estudado. Para saber mais acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=SBX9V0y4L80>.
– 122 –
Sintaxe de colocação e noções de estilística
– 123 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 124 –
Sintaxe de colocação e noções de estilística
Importante
O efeito de sentido decorrente do polissíndeto é a simultaneidade,
como se todas as ações fossem realizadas ao mesmo tempo. Já o
assíndeto provoca o efeito oposto: isola as ações.
– 125 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 126 –
Sintaxe de colocação e noções de estilística
Saiba mais
Assista à videoaula sobre as figuras de linguagem, feita pelo profes-
sor Pasquale. Nela o professor apresenta uma explicação detalhada
e com vários exemplos, sobre o assunto estudado. Para saber mais
acesse: <http://www.youtube.com/watch?v=uNhUFnNbf5I>.
– 127 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
– 128 –
Sintaxe de colocação e noções de estilística
Glossário
Estilística: estuda os processos de manipulação da linguagem que per-
mitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos
por meio das palavras. Além disso, estabelece princípios capazes de
explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais
no que se refere ao uso da língua. Para saber mais acesse: <http://
www.soportugues.com.br/secoes/estil/>.
– 129 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Resumindo
Neste capítulo você entrou em contato com a sintaxe de colocação pro-
nominal. Assimilou as regras básicas de como usar adequadamente os prono-
mes nos diversos contextos discursivos, tanto nos orais quanto nos escritos,
além de estudar sobre a estilística e suas peculiaridades. Entendeu o uso da
próclise, mesóclise e ênclise, bem como a distinção entre elas. Percebeu como
as figuras de linguagem são responsáveis pelos efeitos de sentido no texto.
Descobriu como acontecem os mecanismos da colocação pronominal, nas
frases e orações. Soube também da importância da colocação dos pronomes e
do uso de algumas figuras de linguagem para que não ocorram problemas na
situação comunicativa entre interlocutores.
– 130 –
10
Práticas pedagógicas
no ensino da gramática
e vertentes da
sintaxe: teoria
Objetivos de aprendizagem:
22 Assimilar visão crítica das várias concepções de gramática no âmbito
dos estudos linguísticos da língua portuguesa;
22 Distinguir a tipologia das gramáticas e suas respectivas especifici-
dades e os problemas inerentes à doutrina gramatical normativo-
-descritiva tradicional;
22 Aprimorar a competência linguística por meio do estudo das várias
concepções da gramática e da análise sintática.
– 132 –
Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria
Você Sabia
“A linguística moderna nasceu da vontade de Saussure de elaborar um
modelo abstrato, a língua, a partir dos atos de fala. Seu ensinamento,
que foi compilado por seus alunos e publicado após a sua morte, cons-
titui o ponto de partida do estruturalismo linguístico e, não obstante
certas passagens nas quais se encontra a afirmação de que a língua “é
parte social da linguagem”, ou que “a língua é uma instituição social”,
(...) “ a língua é um sistema que conhece apenas sua ordem própria”
ou que, como afirma a última frase do texto, “a linguística tem por único
e verdadeiro objeto a língua considerada em si mesma e por si mesma”.
CALVET ( 2002, p.11). In. GASSENFERTH (2015, p.91)
22 Língua X Fala
Para Saussure, a língua opõe-se à fala, consideradas língua coletiva
e fala individual. Diante disso, pode-se dizer que a língua é o con-
junto de signos estruturados, sistematizados; já a fala pertence ao
âmbito da individualidade. Assim, língua é social e fala é particular.
A fala é o modo como o falante usa a língua. Os fatos de um idioma
podem ser analisados e estudados separadamente dos fatos da fala.
Em algumas regiões do Brasil as pessoas pronunciam muié em vez
de mulher. Numa situação como essa, a língua não é alterada, pois
ambas as construções, mulher e muié lá ocorrem; a fala só altera a
língua quando a estrutura é alterada.
Portanto, a língua é um sistema organizado, enquanto a fala é a
forma particular de usar esse sistema (Carvalho, 2003).
22 Significante X Significado
Signo, para Saussure, é a soma de um significante com um significado.
A língua não é simplesmente nomenclatura, mas, sim, a relação
de uma imagem acústica com um conceito, isto é, um significante
e um significado que juntos formam um signo. Um signo ganha
valor em sua relação com outros signos. Por exemplo, significado
é a árvore física na natureza, e a palavra “árvore” escrita é o signifi-
cante (Carvalho, 2003. Grifo do autor).
– 133 –
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
22 Sintagma X Paradigma
Para Saussure as relações com os elementos linguísticos são estabeleci-
das em dois domínios distintos: um eixo de seleção (paradigmático), e
um eixo de combinação (sintagmático). Os signos, sendo alinhados um
após o outro, formam uma relação chamada sintagmática. Sintagma,
no grego, quer dizer coisa “posta em ordem”. A relação, com base nos
elementos que são combinados, chama-se paradigmática. Paradigma
vem do grego paradéigma, que quer dizer modelo, exemplo.
A dicotomia paradigma vs sintagma está no domínio da língua e
não da fala; isso porque pertence ao sistema estruturado, enquanto
a fala é a realização desse sistema pelo ato individual. Tanto as rela-
ções paradigmáticas quanto as sintagmáticas ocorrem em todos os
níveis da língua: o dos sons, o dos morfemas e o das palavras (Car-
valho, 2003).
22 Sincronia X Diacronia
Saussure estabeleceu um objeto de estudo para a linguística. Antes
dele se utilizava o método histórico-comparativo, que Saussure
denominou diacronia. Diacronia vem do grego dia, que significa
através, e kronos, que significa tempo. Nesse sentido, o estudo dia-
crônico estuda as mudanças que a língua sofreu através do tempo.
Se a diacronia estuda as mudanças que a língua sofreu ao longo do
tempo, a sincronia é o estudo da língua num determinado perí-
odo do tempo. A palavra sincronia vem do grego sin, que significa
juntamente, e kronos que significa tempo. Então a dicotomia sin-
cronia vs diacronia colabora para a distinção dos fatos sincrônicos
e diacrônicos. Os fatos sincrônicos estabelecem períodos de regu-
laridade num tempo da língua e a diacronia é a sucessão dessas
sincronias (Carvalho, 2003).
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Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
desenvolvimento do conceito
de gramática transformacional,
ou generativa, cuja principal
novidade está na distinção
de dois níveis diferentes na
análise das frases: por um
lado, a estrutura profunda,
conjunto de regras de grande
generalidade, a partir das
quais é gerada, mediante uma série de regras de transformação, a estrutura
superficial da frase. Este método permite basear a identidade estrutural pro-
funda entre frases superficialmente diferentes, como acontece com a voz ativa
e a voz passiva de uma frase. No nível profundo, a pessoa possui um conheci-
mento tácito das estruturas fundamentais da gramática, que Chomsky consi-
derou, em grande medida, inato (Lobato, 1986).
Com base na dificuldade de explicar a competência adquirida pelos
falantes nativos de determinado idioma, a partir da experiência deficitária
recebida de seus pais, Chomsky considerou que a única forma de entender o
aprendizado de uma língua era postular uma série de estruturas gramaticais
inatas (já nascidas com o indivíduo), as quais seriam comuns, portanto, a
toda a humanidade. Nesse sentido, a sintaxe, elemento primordial na teoria
gerativa, analisa, segundo o autor, a competência e o desempenho linguísticos
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Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria
Você Sabia
Avram Noam Chomsky foi linguista, filósofo, ativista, autor e ana-
lista político estadunidense; nasceu na Filadélfia (Estados Unidos),
no dia 7 de dezembro de 1928. Foi introduzido na linguística por
seu pai, especializado em linguística histórica hebraica. Estudou na
universidade da Pensilvânia, onde se tornou doutor (1955) com uma
tese sobre a análise transformacional, elaborada a partir das teorias
de Z. Harris, de quem foi discípulo. Assim, tornou-se professor do
renomado MIT (Massachussetts Institute of Technology) a partir de
1961. É autor de uma contribuição fundamental à linguística moderna,
com a formulação teórica e o desenvolvimento do conceito de gra-
mática transformacional, ou generativa, cuja principal novidade está na
distinção de dois níveis diferentes na análise das frases: por um lado,
a “estrutura profunda”, conjunto de regras de grande generalidade a
partir das quais é gerada, mediante uma série de regras de transforma-
ção, a “estrutura superficial” da frase (Pacievitch, [S. d.]).
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Importante
Atualmente, a apresentação de como é empregado o uso da norma
padrão de maneira contextualizada é bastante relevante para que o
aluno possa observar a importância dela no uso da linguagem no ato
de comunicação.
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Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
vas como o Enem e Prova Brasil, instrumentos utilizados pelo MEC para a
verificação do Ideb. Nesse sentido, projetos de capacitação direcionados para
aqueles que atuam na educação são muito relevantes. Pode-se perceber, atu-
almente, que as faculdades de Letras formam docentes com essa nova faceta.
Portanto, a questão não deve se concentrar em “ensinar ou não gramática?”,
mas, sim, em “que gramática ensinar?” O professor, ciente da complexidade
desse conceito, deve estar atento à sua prática pedagógica, propiciando ao
aluno o acesso aos diferentes usos e reflexões acerca da língua escrita.
Saiba mais
Leia a resenha do livro de Sírio Possenti Por que (não) ensinar gramática
na escola é elaborada pelo docente do Instituto de Estudos da Lingua-
gem da Universidade Estadual de Campinas Rodolfo Ilari. Na resenha,
o autor elenca os principais capítulos discorrendo de forma crítica sobre
as principais contribuições do autor em sua obra. Vale a pena proble-
matizar o próprio título que também é discutido na obra, pois o que se
apregoa é ensinar uma gramática diferenciada e não aquela tradicional
com a qual os manuais didáticos estão acostumados (ILARI,, 1997).
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Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria
Saiba mais
Leia a entrevista, feita pela revista Letra Magna com a participação
do Prof. Dr. Sírio Possenti Nessa entrevista o Prof. Possenti destaca
o papel do professor de língua portuguesa no ensino da gramática
e debate questões ainda recorrentes nessa área do conhecimento,
como a desmistificação de que os linguistas querem abolir a gramática
da sala de aula (Modesto, [S.d.]).
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
Saiba mais
Leia os PCNs para entender os parâmetros que norteiam a educação
brasileira (Brasil, 1998). .
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Práticas pedagógicas no ensino da gramática e vertentes da sintaxe: teoria
Resumindo
Neste capítulo você teve a oportunidade de conhecer sobre as correntes
teóricas da sintaxe: estrutural, funcional e gerativa, bem como suas características.
Verificou como o conhecimento das regras gramaticais, muitas vezes servem de
estratégias e podem ajudar o leitor a entender melhor um texto. Você pôde perce-
ber a importância do ensino de gramática nas aulas de língua portuguesa, além
de ter conhecido os tipos de gramática e seus conceitos, assim como a distinção
entre eles. Compreendeu que o ensino da língua portuguesa, no que diz res-
peito ao ensino das regras gramaticais, é pautado pelas orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN). Você percebeu ainda que este documento (PCN)
sugere que o ensino de gramática ocorra de forma contextualizada, ou seja, a
partir do texto acontece o ensino das regras gramaticais, sempre observando seu
emprego a cada contexto específico da linguagem no ato de comunicação.
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Conclusão
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Referências
Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Referências
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Estudos Sintáticos da Língua Portuguesa
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Atualmente, o profissional da educação, principalmente o professor de língua
portuguesa, encontra muitos desafios. É preciso estar disposto a trilhar uma
estrada tortuosa; no entanto, ao final dessa trilha há um grande tesouro. Esse
tesouro não são barras de ouro; é muito mais que isso: é a felicidade de olhar
para trás e perceber que todo esforço empreendido na formação de seus alunos
valeu a pena. Isso é percebido, por exemplo, na colação de grau de uma turma.
Docentes e discentes em uma comunhão de alegrias e sonhos realizados.
Sabemos que nosso idioma é o que nos une como nação, e ele tem a missão
de nos socializar. A linguagem está presente em nosso cotidiano, estamos
expostos a várias situações comunicativas, nas diversas práticas sociais, por
exemplo, um e-mail, um bate-papo nas redes sociais, uma aula, uma carta, um
trabalho escolar, a leitura de uma revista dentre tantas outras coisas. Nesse
sentido, é necessário destacar a importância do professor, que no seu dia a dia
coloca um “tijolinho” na sua construção. Assim, o docente de língua portuguesa
tem a missão de formar leitores e produtores de textos, cidadãos competentes
para atuarem na sociedade de forma plena. O aluno inicia seus estudos ainda
na tenra idade, vai galgando degrau a degrau, até tornar-se um profissional.
Se a opção for a docência, certamente, ele proporcionará muitas mudanças na
vida de seus alunos.
O objetivo principal desta disciplina é, portanto, proporcionar aos estudantes a
capacidade de compreender conceitos básicos de sintaxe e transferí-los para
os desafios que o professor de língua portuguesa certamente encontrará no
mercado de trabalho.
ISBN 978-85-60531-35-6
9 788560 531356