Você está na página 1de 10

1

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CENTRO DE RECURSO DE PEMBA
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografía
Cadeira de Geografia Agrária e Industria II

O papel dinamizador da Indústria na Economía Mundial

Nome do estudante: Atanásio Pedro Tutor: Eng: Lucas Torres Manuel


Código: 708204899
Ano de frequência: 3o

Pemba, Julho de 2022


Folha de feedback
2

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Nota


Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas

Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 4.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia

Índice
Introducão..........................................................................................................................4
3

Objectivos gerais...............................................................................................................4

Objectivos específicos.......................................................................................................4

Industrialização e crescimento econômico........................................................................5

Indústria e crescimento econômico nos paises desenvolvidos..........................................5

Conclusão..........................................................................................................................9

Referências Bibliograficas...............................................................................................10

Introducão
4

O presente trabalho de caracter avaliativo da cadeira Geografia agrária e industria II,


que tem como o tema: O papel dinamizador da industria na economia Mundial, para
elaboração deste trabalho visa contribuir para o debate acadêmico e político mais
recente associado à existência ou não de um processo de desindustrialização que
tem afetado diversas economias emergentes, incluído em um contexto marcado por
recorrentes períodos de apreciação da taxa de câmbio real e suas consequências
sobre a competitividade e dinâmica do setor industrial.

O setor industrial é fundamental para o desenvolvimento econômico de um país. É fato


histórico que os países com forte setor industrial mostraram mais crescimento
econômico.  O desenvolvimento do setor industrial ajuda na melhora da renda nacional
e promove um aumento no nível de vida da população. O desenvolvimento industrial
desempenha um papel importante na elevação econômica de uma nação. Ele eleva a
capacidade produtiva das pessoas e cria oportunidades crescentes de emprego. O
desenvolvimento industrial reduz a dependência das exportações agrícolas e das
commodities. Uma nação industrializada é sempre mais forte economicamente.

Objectivos gerais

Conhecer as dinámicas de desenvolvimento industrial na economía mundial;

Objectivos específicos

Compreender a dinámicas do desenvolvimento das industrias economíca


mundial;
Descrever a funções e importanciâs de dinámicas industrias na economia.

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a de consulta bibliográfica,


que consistiu na leitura, criticas e análise das informações da obra que foi disponível
pela Universidade Católica de Moçambique no departamento do curso a distância
assim como outras referências bibliográficas encontradas fora desta instituição. Os
autores da referida obra estão devidamente citados dentro do trabalho assim como
na bibliografia final. A estrutura do trabalho começa com introdução,
desenvolvimento, conclusão e referencias bibliograficas.

Industrialização e crescimento econômico


5

De acordo com Bresser- Pereira, (2006) “O desenvolvimento econômico se tornou o


principal objetivo político das nações desde a Revolução Capitalista, sendo que o
governo de um Estado só será considerado bem sucedido à medida que estiver
alcançando taxas razoáveis de crescimento”. Portanto embora exista uma grande
diferença entre os conceitos de crescimento e desenvolvimento, para os ortodoxos,
utilizar-se-ão estes como sinônimos, de acordo com o enfoque keynesiano, segundo o
qual desenvolvimento significa crescimento econômico.

Os ortodoxos, consideram como desenvolvimento quando o crescimento econômico


ocorre junto a mudanças positivas da estrutura econômica, política, social e
institucional.

Indústria e crescimento econômico nos paises desenvolvidos

Para Solow 1956 “estrutura produtiva pode ser considerada um fator relevante na
determinação do crescimento econômico de um país”. Entretanto a literatura sobre a
importância do setor industrial na dinâmica do crescimento econômico, ainda que não
exclusivamente associada aos trabalhos clássicos dos modelos de crescimento, passou a
ser desenvolvida quase que simultaneamente com os trabalhos de Chenery e
Watanabe (1958) e Chenery (1960). O segundo desses trabalhos analisa os padrões de
crescimento industrial e deixa claro que um aumento no nível de renda per capita de um
país, como indicador de um maior desenvolvimento econômico, está associado a um
aumento na participação do setor industrial na produção agregada.

Chenery (1960) destaca ainda que as maiores variações nos níveis de produto
ocorrem nas indústrias de maquinaria, equipamentos de transporte e bens
intermediários, onde o papel das economias de escala é mais importante, enquanto as
diferenças na dotação dos fatores de produção se refletem principalmente através das
mudanças nas proporções dos bens produzidos domesticamente e importados nos
diversos setores. Portanto, uma das conclusões finais do autor é a de que há uma
maior probabilidade de que os setores líderes estejam associados aos setores industriais
onde a substituição das importações se tornaram mais rentáveis com a expansão dos
mercados, processo este acompanhado pela aquisição de capital e habilidades.

O debate sobre crescimento econômico é também apresentado por outra perspectiva


teórica por meio dos modelos de crescimento de Kaldor (1957, 1966). O referido autor
6

desenvolve um conjunto de pressupostos que enfatizam o papel do crescimento da


atividade manufatureira para o crescimento econômico (primeira lei) e a relação
entre o produto e a produtividade do trabalho na manufatura derivada dos retornos
crescentes de escala dinâmicos e estáticos (segunda lei, também conhecida como Lei
de Verdoon). Partindo desse referencial teórico, Libânio e Soro (2009) analisam o
crescimento dos países da América Latina para testar as leis de Kaldor.

O trabalho realiza uma análise de painel (efeitos fixos) para as 11 maiores economias da
América Latina no período 1980-2006. Os resultados apontam que um impacto positivo
do crescimento da manufatura sobre o crescimento econômico pode estar relacionado
à transferência de trabalho dos setores de baixa produtividade para os setores de
produtividade mais elevada. As evidências também indicam a existência de
significativos retornos de escala na manufatura, sendo que, quando o estoque de capital
é tratado como exógeno nas estimativas, verifica-se que o aumento da produtividade
parece responder positivamente ao aumento do crescimento do produto no setor
manufatureiro. Portanto, os resultados indicam a possibilidade de ciclos cumulativos
de crescimento naquelas economias baseados na expansão das atividades industriais,
mas, para isso, é importante ter cuidado com a tendência de aumento da participação
de commodities e bens intermediários nas exportações na região e o declínio nas
exportações de manufaturas (desindustrialização) devido aos efeitos potenciais
negativos sobre o crescimento no longo prazo.

Com intuito de compreender a relação entre indústria e crescimento econômico em


países em desenvolvimento, alguns estudos como o de Baer (1972) avaliam
diversas estratégias de industrialização por substituição de importações (ISI) para
países da América Latina. Esse autor destaca que, nos anos 1950 e 1960, a justifi
cativa para a adoção das estratégias de ISI estava associada à ideia de elevar a taxa
de crescimento econômico e de modernização socioeconômica. Nos anos 1970, as
evidências indicam que, com o processo de urbanização, essas economias passaram
a vivenciar redução na taxa de crescimento industrial, além de problemas de ele-
vados custos de produção dos bens industriais que limitavam a capacidade de ex-
portar tais bens. Os principais instrumentos de política para promover os processos
de ISI envolveram tarifas, controles cambiais, regimes de preferência para impor-
tação de bens de capital para novas indústrias e empréstimos subsidiados por par-
te do governo para indústrias selecionadas.
7

Rodrik (2009) investiga o crescimento das economias em desenvolvimento a


partir da hipótese de que maiores taxas de crescimento econômico estão atreladas
aos avanços dos setores de bens comercializáveis e outros produtos não primários.
Esse autor argumenta que a obtenção de taxas de crescimento sustentadas, como
no Japão, Coreia do Sul e China, se encontra baseada no desenvolvimento das
capacidades industriais em vez da especialização na produção de bens que contam
com vantagens comparativas no comércio internacional. Neste sentido, esse autor
realiza uma análise de painel para investigar a associação entre indústria
(medida pelo valor adicionado da indústria no PIB e participação do emprego
industrial no em- prego total) e taxa de crescimento econômico. Obtêm-se
evidências de que a ex- pansão da atividade industrial está associada com
crescimento econômico mais rápido, e que taxas de câmbio depreciadas estão
atreladas ao crescimento mais elevado, em decorrência dos seus efeitos sobre o
tamanho da indústria. Estes resul- tados são explicados pelos gaps existentes entre
a produtividade marginal social das atividades modernas e tradicionais nos países
em desenvolvimento, determina- dos pela fraqueza institucional e dos direitos de
propriedade, falhas de mercado, externalidades e efeitos de aprendizado. Sendo
assim, mudanças nos fundamentos econômicos, na produtividade das atividades
industriais, na transferência de recur- sos dos setores tradicionais para os setores
industriais, e na promoção de políticas industriais ativas, contribuem para acelerar
o crescimento econômico.

De acordo com Bresser-Pereira (2006), fazer uma distinção entre crescimento e


desenvolvimento econômico no plano histórico só tem sentido quando uma
perspectiva teórica supõe ser possível e frequente o aumento da renda per capita sem
mudanças profundas na sociedade, isso só ocorre em situações muito particulares. Em
condições normais, o crescimento da renda per capita é acompanhado por mudanças
estruturais na economia e na sociedade. Portanto, justifica-se a utilização do
crescimento e desenvolvimento econômico como sinônimos.

Nicholas Kaldor (1966) foi um dos primeiros economistas a adotar uma abordagem
setorial para compreender o processo de crescimento econômico. Em 1966, publicou o
artigo Causes os the Slow Rate of Economic Growth of the United Kingdom no qual
expôs um conjunto de fatos estilizados para explicar o lento crescimento da Grã-
Bretanha comparada com as outras economias capitalistas desenvolvidas. Estes fatos
8

são conhecidos na literatura como as Leis de Kaldor, derivadas de estudos


econométricos, explicam a diferença de nível de crescimento dos países. Lamonica e
Feijó (2011, p.121) destacam que a primeira Lei de Kaldor:

“identifica a indústria como o “motor do crescimento” por ser o setor mais


dinâmico e difusor de inovações. As intra e inter-relações da indústria com os demais
setores induzem a um aumento na produtividade dentro e fora dela. Como os
retornos crescentes estão presentes na indústria, as mudanças nos processos de
produção se propagam continuamente, ou seja, de um modo cumulativo.

Deste modo, a indústria, por impulsionar o crescimento dos demais setores da


economia, devido ao efeito encadeamento – ao demandar recursos de outros setores e
segmentos industriais, as economias de escala presentes na indústria melhoram a
rentabilidade dos demais segmentos – ganha destaque nas análises de crescimento
econômico.

A expansão da indústria provoca a expansão dos demais setores, pois, quando utiliza
sua escala, demanda mais fatores dos outros setores (fornecedores de matérias-primas,
de crédito), dinamizando-os, gerando renda para os fatores de produção destes setores,
como o trabalho, o que permite a expansão do consumo, este não se restringe a produtos
industriais, propagando-se pelos demais setores da economia e, consequentemente,
expandindo-os.

Conclusão
9

Concluise que Com base no referencial kaldoriano o setor industrial possui a


característica de motor do crescimento econômico, devido a maior dinâmica da
indústria, em virtude de suas economias de escala, e seu efeito de encadeamento
com os demais setores. Para que o crescimento econômico de uma nação ocorra,
com elevadas taxas durante um longo período de tempo, é necessário que as firmas
nacionais busquem a inovação para obter ganhos de competitividade, como destacado
pelo referencial schumpeteriano, e a elevação da escala produtiva para alcançar ganhos
de produtividade. Todavia em muitos países, há necessidade de apoio e direcionamento
por parte do Estado para que o desenvolvimento industrial ocorra, e consequentemente
o crescimento da economia. Esse apoio, por meio de políticas industriais, deve ser
concedido utilizando-se tanto medidas horizontais (gerais) como medidas verticais
(setoriais), pois, apesar de distintas, há necessidade de utiliza-las simultaneamente,
ainda que suas importâncias possam se alterar ao longo do tempo.

Referências Bibliograficas
10

1. BRESSER-PEREIRA, L. C.; Marconi, N. (2008) “Existe Doença Holandesa no


Brasil?” IV Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Março. Disponível
em: http://www.bresserpereira.org.br. Aces- so em Outubro de 2008.

2. CHENERY, H. B.; Watanabe, T. (1958) “International Comparisons of the


Structure of Production,” Econometrica..
3. KALDOR, N. (1966). Causes of the Slow Rate of Economic Growth of the
united Kingdom: an Inaugural Lecture. Cambridge: Cambridge University Press.

4. RODRIK, D. (2009) “Growth after the Crisis”. Harvard Kennedy School.


5. SOLOW, R. M. (1956) “A Contribution to the Theory of Economic Growth.”
Quarterly Journal of Eco- nomics..

Você também pode gostar