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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CENTRO DE RECURSO DE PEMBA
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografía
Cadeira de Geografia de População e Povoamentos

As Tories de Crescimento Populacional


As Leis da População

Nome do estudante: Atanásio Pedro Tutor: Tomas Augusto Amussine


Código: 708204899
Ano de frequência: 3o

Pemba, Julho de 2022


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 Bibliografia 0.5
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(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 4.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia

Índice
Introdução..........................................................................................................................3
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Teorias demográficas.........................................................................................................4

Teoria Malthusiana........................................................................................................4

Teoria neomalthusiana.......................................................................................................5

As leis da população..........................................................................................................6

Conclusão..........................................................................................................................9

Referências Bibliográficas...............................................................................................10

Introdução
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O presente trabalho da cadeira de geografia da população e povoamentos que tem como


tema: as teorias de crescimento populacional e as leis de população, a partir do
conceito de população, e feita a exposição das leis históricas que regem o
desenvolvimento demográfico, como expressão das formas peculiares de
organização das diferentes sociedades humanas no decorrer da história.
Os índices de crescimento populacional são, há muito tempo, alvo de estudos e
preocupações por parte de demógrafos, geógrafos, sociólogos e economistas. Há, assim,
diversos estudos e apontamentos sobre o crescimento, a diminuição e a estabilização
dos quantitativos populacionais em todo o mundo. Para explicar, de uma forma
sistemática, essas dinâmicas, existem as teorias demográficas.
A primeira entre as teorias demográficas, ou a mais conhecida dentre elas, foi elaborada
por Thomas Robert Malthus, um pastor protestante e economista inglês que, em 1798,
publicou uma obra chamada Ensaio sobre o princípio da população. O seu trabalho
refletia, de certa forma, as preocupações de sua época, e é preciso melhor entender o
contexto histórico sobre o qual as premissas malthusianas foram elaboradas.
A Inglaterra do século XVIII havia iniciado o processo de Revolução Industrial, o que
contribuiu para um rápido crescimento das populações das cidades industrializadas,
notadamente Londres. O número de habitantes dobrava em algumas dezenas de anos, o
que, somado aos baixos salários e às precárias condições de trabalho e moradia,
contribuía para o aumento da miséria e da pobreza nos centros urbanos europeus.
Diante disso, Malthus, em sua teoria demográfica, considerou que os problemas sociais
estavam relacionados com o excesso de população no espaço das cidades.
Quanto ao objectivo deste presente trabalho consiste num estudo sobre as teorias
demográficas e o crescimento populacional no mundo elaborado por meio de uma
pesquisa bibliográfica.
Quanto a metodologia usada para a realização deste trabalho foi a de consulta
bibliográfica, que consistiu na leitura, criticas e análise das informações da obra que foi
disponível pela UCM no departamento do curso a distância assim como outras
referências bibliográficas encontradas fora desta instituição.A estrutura do trabalho
começa com introdução, desenvolvimento, conclusão e referencias bibliograficas.

Teorias demográficas
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O crescimento acelerado da população, embora tenha sido um processo


mun- dial, tem-se concentrado, principalmente, nos países subdesenvolvidos,
onde as taxas de natalidade são muito altas e as taxas de mortalidade vêm
declinando. Esse cres- cimento elevado da população tem promovido
profundas discussões e teorias sobre esse tema desde o século passado,
como será explicado a seguir.

Teoria Malthusiana

A Grã-Bretanha, no inicio da Revolução Industrial tinha pouco mais de 5


milhões de habitantes por volta de 1750. A partir daí, o processo de
crescimento populacional foi rápido. Também, essa tendência generalizou-
se nos demais países europeus que acompanharam a primeira fase da
revolução industrial. Foi a partir da observação da etapa inicial desse
processo que surgiu a primeira teoria sobre o crescimento popula- cional
(LUCCI Et al., 2005, p. 316). Assim,

[...] em 1798, o pastor protestante Thomas Robert Malthus


escreveu a mais famosa obra sobre questões demográficas: Ensaio
sobre o princípio da população. Ele acreditava que a população
tinha potencial de crescimento ilimitado, e a natureza,
inversamente, recursos limitados para alimentá-la. (LUCCI et al.,
2005, p. 316).

Exposta em 1798, foi à primeira teoria demográfica de grande repercussão nos meios
acadêmicos, políticos e econômicos e até hoje é a mais popular de todas, ape- sar das
falhas que apresenta. Preocupado com os problemas socioeconômicos (de- semprego,
fome, êxodo rural, rápido aumento populacional) decorrentes da Revo- lução
Industrial e que afetavam seriamente a Inglaterra, Malthus expôs sua famosa teoria a
respeito do crescimento demográfico. Afirmava que as populações humanas, se não
ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais etc., tenderia a duplicar a cada 25 anos.
Ela cresceria, portanto, em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...). Já o crescimento
da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...).

Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de cresci- mento
populacional (progressão geométrica) seria mais acelerado que o ritmo de
crescimento da produção de alimentos (progressão aritmética). Previa, também, que um
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dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas, pois todos os


continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, a
população mundial ainda continuaria crescendo.
Para ele e os defensores dessa tese, descartavam a utilização de métodos con-
traceptivos para limitar o crescimento populacional; para eles a solução estaria no
controle da natalidade, sendo que o referido controle deveria basear-se na sujeição
moral do homem (casamento tardio, abstinência sexual).
Como afirmam Lucci e outros autores (2005, p. 316):
Para evitar a tragédia por ele prevista, Malthus defendia o que
chamou de ‘controle moral’. Devido à sua formação religiosa.
Pregava, porém, uma série de normas, que incluíam a abstinência
sexual e o adiamento dos casamentos, que só deveriam ser
permitidos mediante capacidade comprovada para sustentar a
provável prole. É evidente que tais normas atingiam apenas a
população mais carente, condição que Malthus atribuía a essa
população, em razão da tendência aos casamentos precoces e a
reprodução ininterrupta.

Hoje, sabe-se que as previsões malthusianas não se concretizaram: a população do


planeta não duplicou a cada 25 anos e a produção de alimentos tem crescido com o
desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a
produção pode aumentar, em decorrência de investimentos em insumos (agrotóxi- cos,
fertilizantes, biotecnologia) e mecanização, por parte do agricultor. Essa teoria, quando
foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de pre- visão estão ligados
principalmente às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou
suas conclusões a partir da observação do comportamento demográfico em uma
região limitada, com uma população, ainda, predominante- mente rural e as considerou
válidas para todo o planeta no transcorrer da história.
Teoria neomalthusiana

Logo após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os principais países


desenvolvidos do mundo iniciaram um processo de explosão demográfica, com um
aumento rápido e repentino de sua população. Da mesma forma, nos anos seguintes,
muitos países subdesenvolvidos (incluindo o Brasil) passaram pelo mesmo processo,
sobretudo porque nesses países, com históricos de altas natalidades e mortalidades, o
número de óbitos foi reduzido e a expectativa de vida, elevada.
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Por isso, a população do planeta novamente começou a crescer, por isso as teorias de
Malthus ganharam um novo eco entre muitos pensadores e governantes. O
Neomalthusianismo é, pois, a retomada desse pensamento, com diferenças no que diz
respeito às formas de controle do crescimento populacional.

Para o neomalthusianismo, as populações, sobretudo as de baixa renda, deveriam ter os


seus índices de natalidade controlados. Para isso, a difusão dos métodos contraceptivos
tornou-se fundamental. Em alguns países, governos adotaram medidas de esterilização
em massa sobre pessoas pobres, além de distribuírem anticoncepcionais gratuitamente e
promover campanhas de conscientização. Difundem-se, até os dias atuais, muitas
campanhas ou imagens publicitárias com o modelo ideal de família formado pelos pais
e dois filhos apenas.

As leis da população

Na história do desenvolvimento social das sociedades ocidentais, podemos detectar as


leis específicas que regem os processos demográficos, nos vários modos de produção.
No período mais primitivo da história, quando o ser humano se diferenciou do mundo
animal através do trabalho, os determinantes dos ritmos de reprodução da população
eram as leis biológicas, com grande influência do processo de seleção natural que
reservava major possibilidade de sobrevivência para os indivíduos mais capazes de
enfrentar os fenômenos da natureza. A vida dos humanos primitivos era
fundamentalmente voltada para a sobrevivência, em condições de vida altamente
desfavoráveis em vista das adversidades da fome, do frio e da convivência conflituosa
dos seres humanos entre si e com os animais.
Nas sociedades não européias, o feudalismo ou os modos de produção que se Ihe
assemelhavam, manifestaram-se com contornos qualitativamente diferenciados, no
entanto, valorizando as mesmas características reprodutivas.
Em resumo, eram próprias das sociedades pré-capitalistas duas particularidades
fundamentais da reprodução populacional:
1. as altas taxas de natalidade condicionadas pelos casamentos precoces, pela
ausência de meios preventivos da gravidez e pela difusão geral das tradições de
fecundidade;
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2. as altas taxas de mortalidade condicionadas pelo baixo desenvolvimento das forças


produtivas (entre elas, a ciência) e pelas condições de vida extremamente difíceis como
a fome, as doenças e as guerras (VALENTEI, 1987).

Nesta época, já predominavam os processos demográficos diferenciados segundo os


grupos sociais existentes, sendo valorizados socialmente aqueles comportamentos
reprodutivos controladores do tamanho daqueles que ocupavam uma posição de
subalternidade social, implementando-se o seu desenvolvimento de acordo com os
interesses dominantes. A superação das relações de produção feudal resultaram
modo capitalista de produção. A essência da lei capitalista da população e que a
acumulação do capital conduz, obrigatoriamente, a que haja sempre uma parte da
população operária excedente, afastada da produção e, por esta razão, condenada a
condições bastante precárias de existência. E o chamado "exército industrial de reserva"
cuja existência, em quantidade controlável, garante as condições de exploração do
operariado pelas classes dominantes, através da regulação dos salários.

Esta lei é também chamada de "lei do superpovoamento relativo" e VALENTEI se


refere a ela e aos seus efeitos sociais, na seguinte citação:

"Na sociedade burguesa, a aparição e o aumento do contingente do exército de trabalho


de reserva, ou seja, dos desempregados, e uma lei econômica da população própria do
modo capitalista de produção. Esta lei reflete a situação real do assalariado nesta
sociedade, onde ele e um apêndice do capital, onde ele pertence ao capital, tanto quando
produz, como quando não produz, por que mesmo quando o operário está ocupado na
satisfação das suas necessidades individuais, reproduz da mesma maneira a sua
capacidade de trabalho, de que o capitalista pode ter necessidade. Um operário contribui
durante toda a sua vida ativa para a acumulação do capital". (BOTTOMORE;
HIMMELWEIT, 1988)

Por esta razão, a lógica capitalista está voltada para o controle da reprodução da força de
trabalho das classes trabalhadoras, ou seja, sob esta ótica, essas classes sociais
necessitam ser mantidas dentro de limites que não atentem contra a manutenção do
sistema, sendo estimuladas a se reproduzir quando há falta de mão de obra e, ao
contrário, estimuladas à contenção da reprodução biológica, quando a quantidade de
mão de obra se torna suficiente ou excessiva, frente aos objetivos do capital. Para
entender esta lei, e necessário compreender que o desenvolvimento do modo capitalista
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de produção determinou o caráter específico dos seus processos demográficos, de


acordo com as fases que atravessou até nossos dias. Assim, a passagem do feudalismo
para o capitalismo foi acompanhada de um desenvolvimento intenso das forças
produtivas que não podia prescindir de um rápido crescimento populacional, para
atender as exigências do capital em expansão.

Na época inicial do capitalismo, na época da livre iniciativa, o crescimento


populacional foi acelerado, tanto pelo aumento das taxas de natalidade, quanto pelo
início do processo migratório dos campos às cidades, para atender à demanda de mão-
de-obra da industrialização incipiente

Mantendo a mesma lógica de exploração existente na sociedade de classes, estes


dois blocos passaram a interagir dialeticamente sob a égide de um modo de produção
privilegiando características diferenciadas de reprodução biológica, segundo a função
social dos diferentes contingentes populacionais. Nesta época, interessava ao bloco
central o estímulo à procriação e à migração nos países periféricos, para preencher
as lacunas de mão-de-obra requisitada pela industrialização ascendente.

A lei capitalista da população estimula então a constituição, nesses países, de um


exército de reserva suficiente para a manutenção das exigências do numérico das
classes trabalhadoras. Nos países centrais, desde o início do século, verificavam-se
movimentos que visavam a contenção dos nascimentos. Em nível mundial, o controle
da reprodução humana surgiu nas Estados Unidos no início desde século, em
decorrência das transformações pelas quais passava a sociedade norte-americana na
época, advindas da industrialização e da urbanização e que haviam determinado
transformações no papel da mulher e da família.
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Conclusão

Conclui-se que os estudiosos de todos os tempos têm se dedicado ao problema da


população e seus reflexos, principalmente, na economia e no meio ambiente. Estas
questões têm deixado as autoridades e estudiosos ligados aos problemas populacionais,
numa ligação direta com a produção de alimentos para esta população que cresce
continuamente. A delimitação de um tamanho ótimo de população constitui uma das
questões dos cientistas que trabalham nesse campo.

O crescimento acelerado da população tem-se concentrado, principalmente, nos países


subdesenvolvidos, onde as taxas de natalidade são muito altas e as taxas de
mortalidade vêm declinando. Esse crescimento elevado da população tem promo- vido
profundas discussões e teorias sobre esse tema.

Exposta em 1798, a teoria de Malthus foi a primeira teoria demográfica de gran- de


repercussão nos meios acadêmicos, políticos e econômicos. Já a teoria demo- gráfica
neomalthusiana, é uma tentativa de explicar a ocorrência de fome nos países
subdesenvolvidos, para se esquivarem das questões econômicas.

Contrários às teorias Malthusiana e Neomalthusiana, que atribuem ao grande


crescimento populacional dos países subdesenvolvidos a culpa pelo estado de pobre- za
e fome, os reformistas ou marxistas admitem que a situação de pobreza e subde-
senvolvimento a que foi submetida os países subdesenvolvidos é a responsável pelo
acelerado crescimento demográfico e consequente estado de fome e miséria.

O aumento da população mundial tem sido frequentemente responsabilizado pela


destruição do meio ambiente. São muitos os problemas que afetam a população
mundial e o meio ambiente.
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Referências Bibliográficas

1. BOTTOMORE, T., HIMMELWEIT, S. População. In: BOTTOMORE, T.


Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. p.453.

2. LUCCI, Elian Alabi et al. Território e sociedade: Geografia geral e do Brasil. São
Paulo: Saraiva, 2005.

3. VALENTEI, D. Teoria da população. Moscou: Progresso, 1987. p.321.

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