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Universidade Licungo

Faculdade de Ciências da Educação e Psicologia

Curso de Licenciatura em Administração e Gestão da Educação

Resumo dos conteúdos dados

Quelimane
2022
1
Auda Correia Chiposse
Emília Paulino Muamuiro
Lasmim Militao
João Adélia Conguane
Nelito Albano Victor
Nelson António Mário
Orlindo Aborene Cachaco
Salésio Paulino Afonso
Soninho Nelson Augusto

Resumo dos conteúdos dados

Trabalho a ser apresentado na faculdade de


ciências de educação e psicologia ao curso de
licenciatura em administração e gestão da
educação, como requisito de avaliação.

Tutor de especialidade:

Dr. Zecas Luís Sunde

CEAD- Gurué 2
Índice
Introdução...................................................................................................................................4
1. História de origem bantu.....................................................................................................5
2. Linguística e o estudo das línguas bantu.............................................................................6
2.1. Estudo das línguas bantu..............................................................................................7
3. A situação de línguas bantu em Africa................................................................................7
4. A política linguística na educação de Moçambique............................................................8
5. Características de línguas bantu..........................................................................................9
6. Formação de professores e a evolução do estudo das línguas bantu de Moçambique......11
Conclusão..................................................................................................................................12
Referência Bibliografia.............................................................................................................13

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Introdução
O presente trabalhos surge no âmbito da cadeira de Línguas Bantu. O trabalha tenciona de
forma sucinta resumir os conteúdos programáticos da cadeira.
Entretanto, existem varias hipóteses sobre a dispersão dos Bantu. A partir de um estudo feito
em cerca de 300 línguas bantu, das quais foram selecionadas 28 consideradas mais
documentadas de cada área, os estudiosos sugerem que os falantes das línguas bantu teriam
inicialmente emigrado dos Camarões em direcção ao sul. Julga-se que um importante centro
de dispersão bantu deve- se ter estabelecido na região de Shaba, na actual Republica
Democrática do Congo. Uma evidência destas constatações e o facto de que as línguas faladas
nesta região - por exemplo, Bemba, Kasai e Luba possuem um alto índice do vocabulário
bantu.
Assim, a palavra Bantu significa pessoas ou povos. Inicialmente, foi usada para se referir as
línguas da Africa Sub-Sahariana que exibem um sistema comum de concordância por prefixo.
Atualmente, o termo Bantu é usado para se referir a um grupo de cerca de 600 línguas faladas
por perto de 220 milhões de pessoas numa vasta região da Africa contemporânea, que se
estende a sul da linha que vai desde os montes Camarões, junto a costa atlântica, ate a foz do
rio Tana, no Quénia.
As línguas Bantu, no geral, e as de Moçambique, em particular, são por excelência prefixais,
com um sistema de géneros gramaticais em numero não inferior a cinco. O género nestas
línguas não e a oposição entre o feminino e o masculino. E sim, uma referencia a pares de
classes de nomes que se opõem entre si em singular e plural.
No entanto, iremos resumir com mais enfoque os seguintes pontos: História de origem bantu,
Linguística e o estudo das línguas bantu, A situação de línguas bantu em Africa, A política
linguística na educação de Moçambique, Características de línguas bantu e Formação de
professores e a evolução do estudo das línguas bantu de Moçambique.
O trabalho apresenta a seguinte estrutura capa, folha de rosto, índice, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
Quanto ao aparato metodológico o estudo do presente trabalho realizou-se através da pesquisa
bibliográfica, abordando aspectos qualitativos após uma seleção de material e leitura dos
assuntos referentes ao tema proposto. Após a leitura das fontes consultadas, o texto foi
construído procurando compreender a origem histórica das línguas bantu.

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1. História de origem bantu
Até hoje a situação sociolinguística pré-colonial, continua menos conhecida.
Guthrie e os seus seguidores defendem a hipótese de ter existido uma proto-lingua que se
poderia considerar a língua ancestral das línguas bantu (proto-bantu). A partir dai, Guthrie
propõe sua hipótese sobre a reconstituição migratória bantu considerando duas fases de
fragmentação a partir de shaba.
 Fase1: dispersão para ocidente
 Fase2: dispersão para oriente.
Outra hipótese é do Pilipson (1977) que se baseia em dados arqueológicos, segundo a qual a
expansão bantu pelo continente deu-se em diferentes etapas correspondentes a 10 fases a
saber:
1. Fase 1: 1000 a.n.e
Desenvolvimento das línguas bantu na região camaronesa pelo povo que usava pedra, mais
cedo domesticou gado e passou a praticar a agricultura.
2. Fase 2: 1000-400 a.n.e
Expansão de alguns bantu em direção ao oriente ao longo da floresta equatorial, contacto com
povos agricultores com os quais adotaram a criação de gado bovino, ovino e cultivo de cereais
em particular o sorgo. Nesta mesma fase, entre 1000-200 a.n.e. outro grupo deslocou-se dos
Camarões em direção ao sul para região do baixo congo, este, usava utensílios de pedra e
panelas de barro e suspeita-se trazerem técnicas de produção de alimentos herdados dos seus
antepassados na região dos Camarões.
3. Fase 3: 400-300
O grupo deslocado dos Camarões funda uma cultura de idade de ferro inferior na região dos
grandes lagos.
4. Fase 4: 300-100
Uma parte do grupo da zona equatorial também se desloca rumo ao oriente para região do
baixo congo onde se juntam com aqueles oriundos dos camarões. Esta fusão trouxe a vaga
ocidental da idade de ferro inferior.
5. Fase 5: 100 a.n.e.
O grupo do ocidente desloca-se ao sul levando consigo a cultura da idade de ferro inferior
para o baixo congo através de Angola, para o norte da Namíbia acompanhado de bantu das
terras altas ocidentais.

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6. Fase 6: 100-200 n.e
Uma parte dos bantu não tinha se deslocado ao baixo congo, portanto, este grupo deslocou-se
em direção ao sul e ao oriente a partir da região dos lagos da costa do sul do kenya e norte da
Tanzânia.
7. Fase 7: 300-400 n.e.
Um grande êxodo do povo oriental da região dos lagos para o sul terá passado por terras altas
do lago Niassa em direção a Transval. Por estes passarem por zona infetada por mosca tsé-tsé
talvez seja o que os impediu a não levarem consigo o seu gado.
Subfase 7: uma dispersão paralela ao sul a partir das planícies do oriente do lago Niassa levou
estes falantes ao sul de Moçambique e ao Transval oriental.
8. Fase 8: 400-500 n.e.
Houve expansão do grupo ocidental para o oriente rumo a interior de shaba e região ocidental
da Zâmbia.

9. Fase 9: 500-1000 n.e.


Em shaba um aumento acentuado de povos da idade de ferro inferior, com um potencial
desenvolvimento económico tecnológico, e sociopolítico permitindo que o grupo bantu das
terras altas dominasse a prática da cultura da idade de ferro inferior.
10. Fase 10: 1000-1110 n.e.
A dispersão dos bantu a partir do shaba provocou a introdução da cultura da idade de ferro
superior numa parte oriental do subcontinente.

2. Linguística e o estudo das línguas bantu


É sabido que a linguística é definida como sendo o estudo científico da linguagem ou mesmo
ciência da linguagem Lyons (1968)
A linguística é subdividida em três disciplinas a saber:
 Linguística histórica a que investiga e descreve a mudança ou o manter da estrutura
das línguas no tempo (aspecto diacrónico)
 Linguística descritiva que estuda a língua no especto sincrónico. Ela investiga e
descreve as formas da língua num determinado tempo.
 Linguística comparativa é aquela que estuda as línguas de forma comparada
aplicando os métodos tipológico e genealógico.

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2.1. Estudo das línguas bantu
Foi com base no método comparativo usado para o estudo do sânscrito e as línguas clássicas
europeias que se fez o estudo das línguas africanas na segunda metade do seculo XIX.
Segundo Guthrie (1967-1971) citado pelo Ngunga (2004), a sugestão pela primeira vez desse
método para o estudo das línguas africanas foi do Meinhof (1895). Werner (1919) refere que
foi Bleek quem comparou e observou que existia um sistema comum de concordância por
conta de prefixos e chamou a estas línguas da África subsaariana, de línguas de prefixo
pronominal e utilizou pela primeira vez o termo bantu para sua designação. Por estas e
outras razões Bleek é tido como um marco incontornável e indiscutível na história da
linguística bantu. Depois deste investigador houve um boom de pesquisadores desta área,
entre eles:
 Meinhof (1899) que utilizou o método diacrónico baseando-se nas leis da linguística
histórica. É a partir daqui que mais tarde se desenvolveu a teoria de uma língua
ancestral comum de línguas bantu (o proto-bantu).
 Sr. Johnston (1919) publica duas obras do estudo comparativo das línguas bantu quiçá
inspirando-se por Bleek e Meinhof ai o autor encontra um dado crucial para
identificação das línguas que fazem parte de línguas bantu: o facto de os nomes destas
línguas terem regra geral a de prefixo pronominal
 Werner (1915) veio a publicar um estudo sobre aspecto gramatical das mesmas
línguas onde fortalece o sistema da organização dos nomes destas línguas em grupo,
segundo os seus prefixos, o que foi tido como uma das características fundamentais.
Mais adiante aprece Grimberg (1955) que realizou um estudo onde propunha
classificação das línguas africanas com base de que, as semelhanças nas línguas só
podem ser explicadas através de hipóteses de relação genética.
Assim, Grimberg (1963) classifica línguas africanas em quatro grandes famílias a saber: Afro-
asiática, nilo-sahariana, Congo-kordofoniana e Koi e San dessas, as línguas bantus pertencem
a família Congo-kordofaniana.

3. A situação de línguas bantu em Africa


Cerca de 600 línguas bantu são faladas por volta de 220 milhões de pessoas habitantes no
universo de 22 países, na sua maioria, senão todos, da África subsaariana.

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4. A política linguística na educação de Moçambique
Sobre a política linguística em Moçambique Lopes (2004), afirma: a língua portuguesa ”é o
meio da comunicação nas áreas da administração e educação, e tem também sido referida
como símbolo da unidade nacional”. Verdade é que Moçambique como outros países
africanos escolheu a língua portuguesa para educação dos seus cidadãos. Este pensamento da
política linguística em Moçambique remonta muito antes da independência em que nesse
período, ter proficiência na língua portuguesa dava apanágio de pertencer a elite e até a elite
dirigente o que significa que ter o conhecimento da língua portuguesa na época oferecia
vários poderes como: poder político, estatuto socioeconómico elevado, e entre outros.
Segundo o autor acima citado apos a independência a escolha do português foi reforçada por
dois responsáveis do estado (a então ministra da educação e o reitor da UEM) que no 1º
seminário sobre o ensino do português em Maputo em 1979 proferiram o seguinte:
A necessidade de combater o opressor exigia um combate intransigente contra o
tribalismo e o regionalismo. Foi esta necessidade de unidade que nos impos que a única
língua comum a que servia para oprimir tomasse nova dimensão. (Machel 1979 in
Lopes 2004:21)
A decisão de se optar por língua portuguesa como língua oficial na república de
Moçambique foi uma decisão politica meditada e ponderada visando atingir um
objectivo – a preservação da unidade nacional e a integridade do território. A história da
apropriação da língua portuguesa como factor da unidade, nivelador das diferenças veio
desde a criação da Frelimo em 1962. (Ganhão, 1979 in Lopes, 2004:21).
Como podemos perceber as duas entidades estatais na altura nos seus discursos, convergem
na mesma desculpa da escolha da língua portuguesa como língua oficial, apontando a questão
da unidade nacional, combate contra o tribalismo, regionalismo e a manutenção da
integridade do território nacional.
É preciso que se saiba que estudar não se reduz a uma simples integração do individuo na
escola, mas que na escola o indivíduo aprenda e aprenda bem, de forma igual com os outros, e
como se sabe a aprendizagem, ou seja o processo de ensino e aprendizagem tem a sua base na
comunicação entre o professor e o aluno e os alunos entre si, sendo o principal meio dessa
comunicação a língua, mesmo que exista outros meios para o efeito. Para sustentar esta
análise podemo-nos socorrer a comunicação do director geral da UNESCO (1999-2009) que
diz:
As línguas asseguram uma educação culturalmente apropriada, que capacita os
membros da comunidade a organizarem as suas actividades de desenvolvimento e os
ganhos que obtém alem de gozarem de uma boa qualidade de vida. Os pais cuidam de si
mesmos e de sua família quando sabem ler e escrever na sua língua materna e tem

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acesso a informação sobre saúde numa língua que entendem melhor. (Director geral da
UNESCO 1999-2009 in Patel, Majuisse e Tembe, 2018).
Portanto na educação, a língua ocupa uma posição primária pois é através dela que o aluno
constrói o seu próprio conhecimento através de boa comunicação entre o professor e seus
alunos e alunos entre si no processo de ensino e aprendizagem, todavia, o fluir da
comunicação em salas de aulas depende mais da inteligibilidade dos comunicadores e só há
inteligibilidade se os envolvidos usarem um mesmo código linguístico, pelo que, havendo
uma parte que tenha dificuldades de descodificar o código linguístico obviamente a
comunicação entre eles torna-se defectuoso e consequentemente a aprendizagem também
defetuosa.
O uso das línguas maternas ou primeiras no ensino não pode ser visto apenas sob ponto de
vista linguístico-pedagógico. Também deve ser visto como um direito do individuo de
aprender na sua língua materna como elenca a carta das nações unidas sobre os direitos
humanos onde estão inclusos direitos linguísticos. Da mesma forma as línguas na educação
são um factor de manifestação, prevenção e manutenção das identidades culturais étnicas.
Como já podemos ver os desafios linguísticos da educação em Moçambique assenta na busca
de resposta a valoração da língua da criança e do adulto como direito, para o desenvolvimento
da sua afirmação, promoção da auto-estima, identidade e justiça por um lado, e por outro,
cultivar atitudes mais positivas em relação ao valor da educação nas sociedades.

5. Características de línguas bantu


É quase consensual entre os investigadores que uma língua bantu se distingue de outras
línguas não bantu através dos seguintes critérios:
1. Critérios principais

Primeiro: Ter um sistema de géneros gramaticais em número não inferior a 5.


Características neste critério:
 Os indicadores dos géneros devem ser prefixos, através dos quais os nomes podem ser
distribuídos em classes cujo número varia geralmente, entre 10 a 20;
 As classes devem associar-se regularmente em pares que opõe o singular e o plural de
cada género. Além dos géneros de duas classes existem géneros de uma só classe, em
que não se verifica a oposição singular –plural e o prefixo de classe pode ser idêntico
ou não a um dos prefixos (seja singular, seja plural) de um género de duas classes;

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outras vezes a oposição pode ser tripartida, podendo, além de se distinguir o singular
do plural, também se distinguem os dois números e do colectivo;
 Toda palavra de prefixo independente, prefixo nominal como indicador de classe toda
a palavra subordinada a ela deve concordar com ela por via de um prefixo dependente,
o chamado prefixo de concordância;
 O género aqui referido não tem que ter correlação entre o género e a noção sexual ou
qualquer outra categoria semântica claramente definida. Portanto, refere-se género, um
sentido mais vasto sem referência necessária a sexo ou sem analogia clara com uma
distinção natural, porem como uma categoria de concordância gramatical.
Segundo: Ter um vocabulário comum a outras línguas, a partir do qual se pode formular uma
hipótese sobre a possível existência de uma língua ancestral comum.

Critérios subsidiários
Primeiro: Ter um conjunto de radicais invariáveis a partir dos quais a maior parte de palavras
se forma por aglutinação de afixos, apresentando só seguintes traços:
 Uma estrutura básica de tipo –cvc-;
 Quando se junta prefixos gramaticais a estes radicais, os mesmos devem formar bases
verbais;
 Quando junta sufixos lexicais aos radicais devem formar temas nominais;
 Se um tema nominal tiver um género de duas classes, os fonemas e o padrão tonal do
tema devem ser idênticos nas duas.
 Entre o radical verbal e o sufixo deve ser possível inserir-se um sufixo derivacional
chamado morfema de extensão;
 Os radicais devem aparecer sem afixos.
Importa salientar que o termo classes é por vezes se empregue para designar pares de classes
em oposição singular-plural, a que aqui coincide parcialmente com o que se chama de
‘’género’’.
Portanto, uma classe nominal e constituída por um conjunto aberto de nomes que controlam a
concordância gramatical marcada essencialmente por prefixos nominais, por um lado, e de
concordância, por outro. Por vezes há classes em que aparecem nomes sem prefixos, mas
mantendo o mesmo padrão de concordância de nomes com prefixos pertencentes a mesma

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classe. Em outros casos, pode aparecer uma classe em que nenhum nome tem prefixo, mas
todos os nomes a ela pertencentes exibem u o mesmo padrão de concordância.

6. Formação de professores e a evolução do estudo das línguas bantu de


Moçambique
A história da evolução do estudo das línguas bantu moçambicanas tem sua base na
Universidade Eduardo Mondlane onde se dava esta disciplina na formação de professores de
português e que acontecia o mesmo na Universidade Pedagógica e mais tarde no curso de
licenciatura em linguística. Podemos conferir a informação segundo Ngunga (2004):
Em 1978, foram introduzidos os estudos de linguística bantu nos cursos de formação de
professores de português da Universidade Eduardo Mondlane. Desde essa altura a
disciplina de linguística bantu esteve sempre presente em todos os currículos do
professorado de português tanto nesta Universidade Eduardo Mondlane bem como na
Universidade Pedagógica. A partir de 1989, esta disciplina passou a constar no currículo
do curso de licenciatura em linguística da faculdade de letras. Ao longo de 12 anos da
existência deste curso, houve muitas revisões curriculares que introduziram novas
disciplinas no curso e eliminaram outras. A linguística bantu sempre se manteve, numa
clara demonstração de que num país como Moçambique a disciplina e linguística bantu
ocupa um lugar de destaque. Este facto fez-nos pensar desde cedo sobre a contribuição
que um texto introdutório de linguística bantu iria dar tanto aos formandos dos cursos
de formação de professores de línguas como aos graduandos em linguística ou em áreas
afins, (Ngunga 2004:13).
Como podemos perceber mesmo que as línguas moçambicanas não tivessem uma
consideração relevante ao nível da política linguística do estado moçambicano o primeiro
passo foi marcado cedo a partir de 1978 nos cursos de formação de professores da língua
portuguesa na Universidade Eduardo Mondlane assim como na Universidade Pedagógica e
mais tarde foi-se pensando a sua introdução no curso de licenciatura em linguística. Esta
chama da descoberta que acendia no seio dos estudiosos da época, cada vez mais ia
aumentando a sua labareda mesmo em meio a forças que tendiam apagá-la.
PEBIMO (Programa de Ensino Bilingue de Moçambique), em 1993 o programa teve a sua
implementação em duas províncias nomeadamente: Gaza em línguas changana e português e
Tete em línguas nyanja e português nas escolas públicas do 1º grau tendo terminado em 1997.
Como conclusão do debate, propôs-se mais 5 línguas entre elas: makhuwa, cisena nyungwe,
ndau e rhonga perfazendo no total das línguas 7 ao nível nacional, porém, isso não agradou a
outras pessoas de outros locais que as suas línguas não estavam contempladas. A reclamação
foi atendida, tendo se acrescido mais 4 línguas nomeadamente: tswa, yao, makonde e

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chuwabo, desta feita já com 11 línguas no sistema, faziam a cobertura linguística nacional no
que diz respeito as línguas mais conhecidas, logo na primeira fase.
Portanto, “o reconhecimento de que o sucesso escolar passa pelo uso do meio de ensino
familiar a criança, associado as recentes pesquisas e transformações socio-políticas, abriu as
portas para a introdução de educação bilingue em Moçambique, a partir de 2003” Bahule,
(2018).
Conclusão
Feito o trabalho é imprescindível destacarmos que Existem várias hipóteses sobre a dispersão
dos Bantu. A partir de um estudo feito em cerca de 300 línguas bantu, das quais foram
seleccionadas 28 consideradas mais documentadas de cada área, os estudiosos sugerem que os
falantes das línguas bantu teriam inicialmente emigrado dos Camarões em direcção ao sul.
Guthrie (1971-1976) fez uma classificação das línguas bantu, agrupando-as em 15 zonas
codificadas em letras maiúsculas (A, B, C, D, E, F, G, H, K, L, M, N, P, R, S). Internamente,
cada zona divide-se em vários grupos de línguas estabelecidos conforme a aproximação e
distanciamento linguístico e geográfico. De acordo com esta classificação, as línguas bantu de
Moçambique distribuem-se por quatro zonas diferentes, a saber: G, P, N e S.
Quanto as características das línguas Bantu, importa destacar que as línguas bantu no geral, e
as de Moçambique, em particular, são por excelência prefixais, com um sistema de géneros
gramaticais em número não inferior a cinco.
Sobre a política linguística em Moçambique vale concordamos com Lopes (2004) ao afirmar
afirma que a língua portuguesa ”é o meio da comunicação nas áreas da administração e
educação, e tem também sido referida como símbolo da unidade nacional”. Verdade é que
Moçambique como outros países africanos escolheu a língua portuguesa para educação dos
seus cidadãos.
No que refere a história da evolução do estudo das línguas bantu moçambicanas estas tem sua
base na Universidade Eduardo Mondlane onde se dava esta disciplina na formação de
professores de português e que acontecia o mesmo na Universidade Pedagógica e mais tarde
no curso de licenciatura em linguística. Deste modo, de acordo com Ngunga (2004:13) a
linguística bantu sempre se manteve, numa clara demonstração de que num país como
Moçambique a disciplina e linguística bantu ocupa um lugar de destaque. Este facto fez-nos
pensar desde cedo sobre a contribuição que um texto introdutório de linguística bantu iria dar

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tanto aos formandos dos cursos de formação de professores de línguas como aos graduados
em linguística ou em áreas afins.

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Referência Bibliografia

Bahule (2018) Didáctica de Língua Primeira, Alcance Editores, Maputo.


Bleek H.W.I. (1862) Comparative Grammer of South African Linguage. Part. I. phonology
Trubner e co, 60, paternoster Row. London.
Fronkin, V. &. Rodman, F. (1993). Introdução a Linguagem, Almedina.
Lopes (2004). Batalha das Línguas, Imprensa Universitária, UEM, Maputo.
Lyoms, J. (1972). O que e a Linguística? Introdução ao Pensamento N Chomsky, editorial
estampa.
Ngunga A. (2004). Introdução à Linguística Bantu. Imprensa Universitária, UEM. Maputo.
Ngunga A, (2014). Introdução a Linguística Bantu, 2a ed. Maputo 2014.
Sunde (s/d) Formação de Professores no IFP de Alto Molocué, Um Olhar Sobre Língua
Portuguesa e Línguas Bantu Como Meios e Objectos de Ensino, Dissertação do
Mestrado.

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