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Historia
Expansao bantu
A expansão dos bantos não tomou a forma de um êxodo, de uma região à outra. Foram
sem dúvida deslocamentos de pequenos grupos de uma localidade a um vilarejo
vizinho, com eventuais retornos ao ponto de partida, processo repe-tido muito
frequentemente até o dia em que as gerações sucessivas finalmente atingiram os quatro
cantos da África Subequatorial, talvez em um intervalo de um milênio ou mais. Não se
deve imaginar que as migrações dos bantos tenham sido uma progressão linear,
unidirecional, um perpétuo movimento adiante.
Ademais, aquando deste primeiro estádio, houve a expansão dos ancestrais de outras
línguas faladas pelos bantos ocidentais, sobretudo da língua matriz do bloco da floresta
central, em direção às terras do além -Oubangui e do além -rio Zaire. Como existe nesta
região um vasto pântano, o segundo do mundo em tamanho, que bloquearia qualquer
progressão direta, este avanço deve ter ocorrido ou pelo Norte, no Norte de
Dongou, ou pelo Sul, ao Sul da foz do Sangha. A divisão geográfica das línguas
pertencentes a este bloco permite supor que esta passagem tenha ocorrido pelo Sul:
talvez a língua ancestral tenha sido falada entre o rio Alima e a floresta, na margem
direita do Zaire/Congo. Posteriormente, estas línguas expandiram -se em toda a floresta,
veiculadas por pescadores que nela penetraram através de todos os rios que ali se
dispõem em leque, assim como por nômades em movimento de vilarejo a vilarejo.Esta
região, situada entre o Alima e a floresta, possuía florestas e savanas, como
aquela onde situamos a comunidade protobanta. Porém, as línguas se difundiram
em meios fortemente diferentes e esta expansão, certamente, não ocorreu sem
interrupções eventuais ou, ao menos, diminuição de ritmo. Com efeito, deve ter
havido gradualmente uma adaptação às savanas, onde faltava água, e igualmente
aos planaltos bateke. No Leste, havia água em demasia e uma aclimatação à vida dos
pântanos provavelmente ocorreu na ocasião, ou talvez bem depois. Finalmente, a
maioria das línguas foi falada por pessoas que, desde então, preferiam viver na
floresta, ou como agricultores ou como pescadores. Entretanto, algumas línguas
alcançaram o Baixo Kassai, um habitat no qual a vida aquática era muito rica, porém
onde a floresta reduzia -se a galerias flores-tais. Tratava -se de uma variante do
ambiente de savana e da floresta. Outros, enfim, neste segundo estádio, propagaram
-se para o Sul e Sudeste pelas bordas da floresta, aqui estendida de Norte a Sul, e,
posteriormente, no Baixo Zaire, em um novo mosaico de florestas e savanas.
Aqui são descritas as estratégias com vista à resolução de hiatos nas línguas bantu
nomeadamente, semivocalização, elisão e coalescência ou fusão. Tratando-se de uma
realidade fonológica, em termos de estrutura da sílaba, algumas línguas bantu não
aceitam a sequência -VV-, razão pela qual elas recorrem a várias estratégias e/ou
processos fonológicos para a resolução de hiatos. Nesta ordem de ideias, autores como
Ngunga (2000), Hyman, (2003), Kadenge (2010), Langa (2013), Macalane (2013), entre
outros, destacam estes processos de que as línguas dispõem com vista à resolução de
hiatos.
Semivocalização
Exemplo:
/kw+enda/ [kúendà] Ir
Elisão
Coalescência
Para Harford (1997), coalescência ou fusão é um fenómeno em que duas vogais que se
encontram adjacentes -VV- mudam seus traços fonológicos, sobretudo primárias em
contextos de derivação, resultando numa outra secundária.
GUTHRIE, M. The Classification of the Bantu Languages. London & New York:
Oxford University Press: 1948.
NGUNGA, A. Phonology and morphology of the ciyao verb. Califórnia: CSLI. 2000.
Referencias bibliograficas
http://educacao.uol.com.br/portugues/ditongos-tritongos-e-hiatos-encontros-
vocalicos.jhtm UOL Educação - Hiato
D. W. PHILLIPSON, 1977a, pp. 102 -230, mais particularmente pp. 210 -230