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Os povos falantes de banto e a sua expansão

A grande maioria das populações ocupantes da terça porção meridional do continente africano,
da fronteira marítima nigero-cameruniana, no Oeste, até o litoral fronteiriço somálio-queniano,
no Leste, e a partir deste ponto até as proximidades de Port-Elizabeth, no Sul, fala línguas
estreitamente aparentadas, denominadas línguas bantas.

A Família das línguas bantas


Esta família de línguas abrange mais de quatrocentas variantes, derivadas todas de uma mesma
língua ancestral chamada “Protobanta”.
As semelhanças que existem entre as suas caracteristicas lexicas, fonéticas, morfologicas
(gramaticais) e sintáticas devem referir-se a um parentesco comum do qual um exemplo é nos
oferecido pelo termo que significa “pessoas”. As suas formas são: (batu) em duala, (bot) em
fang, (baaru) em tio, (bantu) em kongo, (banto) em mongo, (baat) em bushong, (bantu) em
luba, (abantu) em em rwanda, (vanhu) em shona e (abantu) em herero. As formas são todas
similares e vemos que elas derivam todas da forma (ntu) para a raiz e (ba-) marca o plural, para
o prefixo.
O léxico não corresponde senão a um aspecto da língua. O sistema morfologico (gramatical) das
línguas bantas igualmente apresenta analogias até nos detalhes.
O sistema de concordâncias, a formação dos adjectivos, dos pronomes de todo tipo, a estrutura
do verbo em partes, as invariantes, a formação deverbativa dos substantivos (formas nominais),
tudo isso é tão similar entre estas línguas quanto são as gramatícas das línguas romanas
derivadas do latim.

Origens e subdivisões das línguas bantas


Desde que Wilhem Bleek identificou pela primeira vez, em 1862, o grupo de populações de
línguas bantas e batizou esta família com o nome “Bantu”, segundo a reconstrução da palavra
significado “pessoas”, os antropólogos, os linguistas e os historiadores, entre outros,
demonstram curioso interesse pela questão banta e esforçam-se para explicar as origens e os
movimentos destas populações.
O estudo, publicado em 1919 e 1922, constitui a primeira tentativa séria de descobrir as origens
dos bantos e de reconstruir o processo da sua dispersão. Baseando-se sobre fatores linguistícos,
ele situou os ancestrais dos bantos em Bahr al-Ghazãl.
Em 1899, Carl Meinhof ofereceu a prova formal (pela fonética) da unidade das línguas bantas.
Desta época até os nosso dias, linguistas, frequentemente chamados “bantonistas”, ndeixaram
de aprofundar o conhecimento desta família de línguas.
Segundo Joseph Greenberg, os povos bantos seriam originários da zona onde as línguas bantas
são divergentes; apoiando-se nesta poposição, ele situa o berço destes povos na Nigéria, na
região do médio Bénoué, no Nordeste do vasto terrotório onde as línguas estão solidamente
implantadas.
Para Guthrie, as origens dos “probantos” deveriam situar-se na região onde as línguas bantas
são mais convergentes, ou seja, em torno das bacias dos rios Congo-Zambéze, devendo-se
encontrar o núcleo na província do Shaba, no Zaire.
O eminente historiador Roland Oliver, partindo do principio que as teses de Greenberg e de
Guthrie são complementares, elaborou uma brilhante teoria dividindo em quatro fases a
expansão dos bantos, a partir dos seus territórios de origem na África Ocidental até a África do
Sul, a saber: uma rapidissíma migração, ao logo dos cursos d’água do Congo (Zaire), de
pequenos grupos de populações falantes de línguas “pré-bantas”, das regiões arborizadas do
centro de Camarões e Oubangui, até regiões de mesma características, no Sul da floresta
aquatorial do Zaire.
A prova de as línguas bantas tiveram perfeitamente um berço ocidental está portanto realizada.
Idealmente, deveriamos poder recompor as vias de difusão e os modos de desenvolvimento
destas línguas, caso reencontrássemos os budgrupos que compõesm a sua família.
Ao nível das semelhanças, é muito dificil distinguir o que é empréstimo daquilo que remonta a
um ancestral de subgrupo comum. Est asituação, ela própria é de importância capital para os
historiadores, pois que ela prova que, desde sempre os diferentes grupos falantes de ebanto
permaneceram em contacto estreito com os seus vizinhos. Jamais houve, portanto, populaçóes
isoladas umas das outras.

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