Você está na página 1de 6

Universidade

Federal de Minas Gerais


Departamento de Antropologia e Arqueologia
Curso de Graduação em Ciências Sociais
1o sem 2021, segundas e quartas das 9:30 às 11:10hs
Professor: Ruben Caixeta de Queiroz

Programa adaptado para o ensino remoto emergencial (ERE), seguindo orientações da


Resolução CEPE nº 02/2020, de 9 de julho de 2020, e da Resolução CG Nº 05/2020, de 12 de
agosto de 2020 para a substituição temporária das aulas presenciais, em caráter excepcional,
por atividades remotas durante período de pandemia da COVID-19.

ANTROPOLOGIA I

Ementa

Emergência da disciplina no século XIX. Correntes teóricas, campo, objetivo e métodos da


antropologia. Construção da alteridade na reflexão antropológica. Conceitos fundamentais da
antropologia: cultura, diversidade, etnocentrismo e relativismo cultural. Pesquisa de campo e
observação participante.

Unidades que estruturam a disciplina:

I. Introdução ao campo disciplinar da Antropologia;

II. A alteridade na Antropologia Social;

III. A humanidade: entre o inato e o adquirido, natureza e cultura;

IV. O paradigma evolucionista;

V. Franz Boas e o método comparativo;

VI. O paradigma culturalista na Antropologia Social

VII: Etnografia, observação participante e pesquisa de campo;

VIII. Variedades Temáticas da Antropologia Social.

Apresentação do programa

O programa da disciplina está organizado em 8 unidades. O objetivo delas é apresentar,


respectivamente: I. o lugar que a antropologia ocupa no quadro das ciências; II. os fundamentos
do paradigma evolucionista, que marcou a institucionalização da disciplina, bem como as críticas
acadêmicas contra essa abordagem; III. os conceitos fundamentais da antropologia, tais como
cultura, diversidade, etnocentrismo e relativismo cultural; IV. O método comparativo; V. A
escola culturalista na antropologia americana; VI. a importância do trabalho de campo para o
etnógrafo e da etnografia para a antropologia; VII. a diversidade contemporânea da
antropologia.

As aulas serão baseadas nas leituras indicadas no programa. Cabe ao aluno ler os textos antes
das aulas, trazendo para a discussão suas impressões, comentários e dúvidas. Todas as leituras
são obrigatórias, exceto as indicadas como complementares. Alguns filmes também serão
indicados como atividades complementares.
Considerações sobre o ensino remoto emergencial:

1) As plataformas usadas para o ensino remoto são: o Microsoft Teams (atividades síncronas), o
moodle (atividades assíncronas e comunicação).
2) As atividades síncronas serão gravadas e disponibilizadas aos alunos na pasta
microsoftstream. Elas ocorrerão nos mesmos dias e horários previstos para a disciplina no
formato presencial, (a maioria nas segundas-feiras, das 9:30h às 11:10h, conforme cronograma
abaixo);
3) A metodologia de ensino durante a pandemia exigirá maior atenção por parte dos alunos, que
deverão atuar com autonomia e disciplina. Nesse sentido, é muito importante planejar o uso do
tempo para a leitura dos textos e para a realização dos estudos dirigidos.
6) O método avaliativo será o estudo dirigido. São questões elaboradas para que os alunos
desenvolvam reflexivamente as leituras dos textos indicados e relacionem os conceitos
apreendidos com situações vivenciadas. A proposta de estudo dirigido referentes a cada
unidade será postada na aba “Tarefa” do Moodle, com data previamente marcada para que a
tarefa seja postada pela/o estudante, no formato PDF, também no Moodle.

Método de avaliação

A avaliação consiste em 8 estudos dirigidos, um para cada uma das 8 unidades do curso. Os
estudos dirigidos são algumas questões postadas no Moodle, na aba Tarefa, sobre os textos
relativos à unidade do curso. As e os estudantes devem postar o trabalho na mesma aba, sempre
numa sexta-feira. Cada estudo dirigido deverá ter no mínimo 2 páginas e no máximo 4 páginas.
Os 7 primeiros estudos dirigidos valerão 12 pontos. O último valerá 16 pontos. Os critérios de
avaliação são: 1) Apresentação das ideias principais do texto; 2) Discussão de algum conceito do
autor; 3) Apresentação do ponto de vista do estudante sobre o texto; 4) Citação correta (com
data e página) e indicação da bibliografia de referência.

Formatação, citações e plágio:

Todos os trabalhos escritos deverão ser digitados em fonte Times New Roman, tamanho 12,
espaçamento 1,15 e margens de 2,5 cm, postados no formato PDF. Importante dizer que todas
as citações de trechos de outros autores ou até mesmo de sítios eletrônicos deverão ser aspadas
e apropriadamente referenciadas. Citações ou cópias de trechos nos quais o autor e a fonte não
estejam referenciados serão consideradas plágio e, portanto, receberão nota zero. Lembro
ainda que, ao postar a tarefa no Moodle, o estudante deverá obrigatoriamente indicar que o
trabalho é de sua autoria.

Cronograma

19/05 – Aula síncrona 1. Apresentação do curso, dos estudantes e do professor. Elaboração do


acordo de convivência.

24/05 – Aula síncrona 2. Apresentação detalhada da ementa do curso. Explanação panorâmica


sobre o campo da antropologia. Orientações iniciais relativas à avaliação.

Unidade I. Introdução ao campo disciplinar da Antropologia: [Como a antropologia se situa


no quadro das ciências]

Textos:

• MINER, Horace. “Ritos corporais entre os Nacirema” (mimeo). Texto original: “Body
ritual among the Nacirema.” In American Anthropologist, v. 58, no 3, 1956.
• DA MATTA, R. 2010 [1981]. A Antropologia no Quadro das Ciências. In: Relativizando:
uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco, p. 19-64.

Leituras complementares:

• LAPLANTINE, François. (1987) 2003. Introdução: O campo e a abordagem


antropológicos. In: Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense. pp. 7-21.
• LARAIA, Roque de Barros, 2011. Cultura: um conceito antropológico, Rio de Janeiro,
Jorge Zahar Editor.

31/05: Aula Síncrona 3: Apresentação dos Textos da Unidade I

Tarefa 1: Data de Postagem: 04/06: Roteiro de estudos da Unidade I

07/06: Aula Síncrona 4: Aula de discussão sobre o roteiro de estudos da Unidade 1

Unidade II. A Alteridade na Antropologia: [o “outro” e o “nós” - quem são?]

Textos:

• STADEN, Hans. [1556] 2010. Duas viagens ao Brasil, Porto Alegre, L & PM.
• TODOROV, Tzvetan. 2010. “A descoberta da América”; “Colombo hermeneuta”. In: A
conquista da América. A questão do outro. São Paulo: Martins Fontes. (3-18, 19-46).
• CLASTRES, Pierre, 2003. A sociedade contra o Estado, São Paulo, Cosac Naif (Capítulo 1:
Copérnico e os Selvagens, pp. 21-41).

Leituras complementares:

• KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia das Letras, 2019.
• SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília:
Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, 2015.

Atividade Complementar 1 : Filme “Como era Gostoso o meu francês” de Nelson Pereira dos
Santos: https://www.youtube.com/watch?v=9l1MUVtxVvg

Atividade Complementar 2: Filme “Hans Staden de Luiz Alberto Pereira:


https://www.youtube.com/watch?v=xE8Y2k1I2dU

14/06: Aula Síncrona 5: Apresentação dos Textos da Unidade II

Tarefa 2: Data de Postagem: 18/06: Roteiro de estudos da Unidade II

21/06: Aula Síncrona 6: Aula de discussão sobre o roteiro de estudos da unidade II


Unidade III. A humanidade: entre o inato e o adquirido, natureza e cultura [dualismos
ocidentais e a ciência antropológica]

Textos:

• LÉVI-STRAUSS, Claude, [1973] 2013. “Raça e História”, in LÉVI-STRAUSS, Claude,


Antropologia Estrutural Dois, São Paulo, Cosac Naif.
• LÉVI-STRAUSS, Claude, [1949] 1982, Estruturas Elementares do Parentesco, Petrópolis,
Editora Vozes [capítulo 1, “Natureza e Cultura”, pp. 41-49.

28/06: Aula Síncrona 7: Apresentação dos Textos da Unidade III

Tarefa 3: Data de Postagem: 02/07: Roteiro de estudos da Unidade III

05/07: Aula Síncrona 8: Aula de discussão sobre o roteiro de estudos da Unidade III

Unidade IV. O paradigma Evolucionista [Discussão sobre os fundamentos do pensamento


evolucionista e as reações teórico-metodológicas a esse modelo de pensamento]

Textos:

• CASTRO, Celso, 2005. “Apresentação”; In: CASTRO, Celso. Evolucionismo Cultural: textos
de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. (4-20)
• MORGAN, Lewis H, (1877) 2005. “A sociedade antiga”. In: CASTRO, Celso. Evolucionismo
Cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. (20-
30)
• TYLOR, Edward. (1871) 2005. “A Ciência da Cultura”. In: CASTRO, Celso. Evolucionismo
Cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. pp.
(31-45).
• FRAZER, James G. (1908) 2005. “O escopo da antropologia social”. In: CASTRO, Celso.
Evolucionismo Cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor. (46-59).

Atividade Complementar: Documentário sobre Descolonização:

Episódio 1: O aprendizado // https://www.youtube.com/watch?v=zDRxh7byke4

Episódio 2: O mundo é nosso // https://www.youtube.com/watch?v=h9Ed1qq-qSc

Episódio 3: A libertação // https://www.youtube.com/watch?v=UI2iONtzzow

12/07: Aula Síncrona 9: Apresentação dos Textos da Unidade IV

Tarefa 4: Data de Postagem: 16/07: Roteiro de estudos da Unidade IV

19/07: Aula Síncrona 10: Aula de discussão sobre o roteiro de estudos da unidade IV


Unidade V: Franz Boas e o método comparativo [de uma pré-crítica aos evolucionistas a um
método da antropologia]

Textos:

• BOAS, Franz. (1896; 1931) 2004. As limitações do método comparativo em antropologia;


Raça e progresso. In: CASTRO, C. (org.) Franz Boas. Antropologia cultural. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor. pp. 25-39; 67-86.

Atividade Complementar 1: Documentário Estranhos no Exterior – As Correntes da Tradição:


Franz Boas.

[https://www.youtube.com/watch?v=zK5lYPeAbDM]

Atividade complementar 2: Filme: Nanook, o Esquimo (1922), de Robert Flaherty.

26/07: Aula Síncrona 11: Apresentação dos Textos da Unidade V

Tarefa 5: Data de Postagem: 30/07

02/08: Aula Síncrona 12

Unidade VI. O Paradigma culturalista na Antropologia Social: [Relativismo e etnocentrismo:


Conceitos fundamentais da antropologia]

Textos:

• MEAD, Margaret. 2015 [1935]. “Introdução”, “Quarta parte: A implicação desses


resultados. 17. A padronização do temperamento sexual, 18. Inadaptado”, e
“Conclusão”. In: Sexo e temperamento. São Paulo: Perspectiva. Págs. 19-27, 267-292 e
293-304.
• BENEDICT, Ruth. 2013 [1934]. “I. A ciência do costume”, “II. A diversidade de culturas”.
In: Padrões de cultura. Petrópolis: Vozes. 13-25 e 26-40.

Leituras complementares:

• BENEDICT, Ruth. 2013 [1934]. “III. A integração da cultura”, “VII. A natureza da


sociedade”, “VIII. O indivíduo e o padrão de cultura”.
• HURSTON, Zora Neale. 2002. Seus olhos viam Deus. (tradução de Marcos Santarrita). RJ:
Record.
• TODOROV, Tzvetan. 1993. “Etnocentrismo”. In: Nós e os Outros: a reflexão francesa
sobre a diversidade humana.1. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993, pp. 21-31.
• CARNEIRO, Aparecida Sueli. Do epistemicídio. In: A construção do Outro como Não-Ser
como fundamento do Ser. Tese. Doutorado em Educação. Feusp, 2005. pp. 96-124.
• GUIMARÃES ROCHA, Everaldo. O que é etnocentrismo. São Paulo, Brasiliense, 1988.

09/08 Aula Síncrona 13: 09/08: Apresentação dos Textos da Unidade VI

Tarefa 6: Data de Postagem: 13/08

16/08: Aula Síncrona 14


Unidade VII. Etnografia, observação participante e pesquisa de campo: [etnografia como
método e experiência antropológica]

Textos:

• MALINOWSKI, Bronislaw. (1922) 1976. Introdução (Tema, método e objetivo desta


pesquisa) e capítulo 1 (A região e os habitantes do distrito do Kula). In: Argonautas do
Pacífico Ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos
arquipélagos da Nova Guiné, Melanésia. São Paulo: Abril Cultural. pp. 21-38 + 39-52.

→ Documentário Estranhos no Exterior – Fora da Varanda: Bronislaw Malinowski


[https://www.youtube.com/watch?v=Qn_gLroH3bQ]

• DA MATTA, Roberto. 1978. O ofício do etnólogo, ou como ter anthropological blues.


Boletim do Museu Nacional. Nova Série, n.º 27, pp. 1-12.
• CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. 1998. “O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir,
escrever”. In: O trabalho do antropólogo. Brasília: Paralelo 15; São Paulo: Editora UNESP.
(pp. 17-35).
• MAGNANI, José Guilherme Cantor, 1997. O [velho e bom] caderno de campo. Sexta-
Feira, São Paulo, n. 1, p. 8-11.
• EVANS-PRITCHARD, Edward Evan (1937) 1978. A noção de bruxaria como explicação de
infortúnios. In: Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar
Editores. pp. 56-71.

→ Leitura complementar: Apêndice IV. Algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de


campo.

→ Documentário Estranhos no exterior – Estranhas Crenças: Sir Edward Evans-Pritchard


[https://www.youtube.com/watch?v=iVl3bscoN2k]

23/08: Aula Síncrona 15: Apresentação dos Textos da Unidade VII

Tarefa 7: Data de Postagem: 27/08

Aula Síncrona 16: 30/08

Unidade VIII. Variedades temáticas da Antropologia Social

01/09: Aula síncrona 17: Aula Temática

Tarefa 8: Data de postagem: 10/09 - Relatório sobre as aulas temáticas do dia 01 e 09/09.

Você também pode gostar