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AFRICANIA
Similitudes tipológicas
FONOLOGIA
O vocalismo e os ideofones
MORFOSSINTAXE
(Sing.) (Pl.)
(Banto) “MU.ntu” “BA.ntu”
(PO) A. pessoa AS. pessoas
(BR) A. pessoa *AS. pessoa
Em outras palavras:
(Pl.) AS pessoas /
de um lado, o plural dos nomes em português,
(Sing.) A pessoa (Pl.) s |
marcado pelo morfema /-s / final.
/ N–
do outro lado, o plural dos nomes em banto, (Pl.) BA.ntu / (Sing.)
marcado por prefixos classificatórios, antes dos MU.ntu
nomes. (Pl.) pref / – N
(Pl.) *AS.pessoa
Daí o decalque no português brasileiro.
(Pl.) |mod.| / - + Ns
Esta construção sintática pode ter sido acentuada, mais tarde, pelos falantes
de yorubá, língua em que o plural é indicado por um pronome enfático
(“àwon”) que também precede o nome, sempre no singular (BAMBOSHE,
1967):
A concordância de gênero
Em relação à falta de concordância na flexão de gênero recorrente em
possessivos na linguagem rural e na linguagem ritual afro-brasileira (*mia
pai, *meu mãe), fenômeno já embutido no português arcaico (*mia senhor,
em “Cantiga da Ribeirinha”, 1198) e, atualmente, observado na fala do
português de locutores angolanos não escolarizados, é um desvio atribuído
por Marques (1985, p. 219-220) e Mingas (2000, p. 70) à inexistência da
diferença entre as noções gramaticais de masculino e feminino dos
substantivos em banto.
O verbo ter
(Kik.) “Nzo zeto ka zina mbote ko” (BR) Nossas casas não são bonitas,
não
“Nzau ke na wa bela ko” Nzau não está doente, não
(Umb.) “Há/ ka kumona ko” Não ver, não
“Ka chi nene ko” Ele não é grande, não
(Kimb.) “ene ki ngi mukongo enu” (BR) eles é que não são caçadores.
(BA) eles (é que) não são caçadores, lá eles.
“mwene ke mukongo ê” (BR) ele é que não é mukongo.
(BA) ele (é que) não é
mukongo, lá ele.
(Kik.) “fwidi kwandi” (BR) ele é que já está morto
(BA) ele (é que) já está
morto, lá ele
“wele hwandi” (BR) ele é que partiu
(BA) ele (é que) partiu, lá ele
A preposição em com verbos de movimento
a) na fonologia:
– o vocalismo como marca de identidade na pronúncia brasileira;– as
consoantes nasalizadas, os ideofones e sujeito focalizador. b) na
morfossintaxe:
– a remodelação do sintagma nominal, pronominal e verbal;
– o uso do verbo ter em lugar de haver, a dupla negação e a con-
cordância de gênero.