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Cortes de Tomar

de 1581

Matilde Ferreira, n.º 10


Sara Oliveira, n.º 13
11.ºL
Disciplina: História A
Docente: Fátima Lopes
Índice:
1. Introdução……………………………………………………………………………..3
2. Desenvolvimento……………………………………………………….
2.1. Filipe I de Portugal e a coroa de Portugal…………………...4
2.2. Será que D. Filipe I cumpriu as promessas?...................4
2.3. E após o reinado de D. Filipe I?......................................5
2.4. As revoltas da sociedade portuguesa………………………….6
3. Conclusão………………………………………………………………………………..7
4. Webgrafia……………………………………………………………………………… 8
Introdução:

Após a derrota do rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir em 1578, sucedeu-lhe


no trono o seu tio avô, Cardeal D. Henrique. Como este não tinha descendentes, quando morreu em 1580
gerou-se uma Crise Dinástica. Dos vários candidatos ao trono destacavam-se D. António Prior de Crato,
apoiado pelo povo pois era o único grupo social que se opunha à união de Portugal e Espanha, D. Catarina
Duquesa de Bragança, apoiada por parte da nobreza e do clero e Filipe II rei de Espanha, apoiado pela
nobreza por quererem novos cargos e burguesia para aceder ao comércio espanhol. D. António Prior de
Crato foi eleito rei em Santarém, mas D. Filipe II de Espanha não fica indiferente a esta decisão e decide
invadir Portugal, onde conseguiu derrotar as forças de D. António na batalha de Alcântara. Filipe II de
Espanha aclama-se rei de Portugal nas Cortes de Tomar, que tiveram lugar no Convento de Cristo em
1581.

D. Filipe I de Portugal
Filipe I de Portugal e a coroa de Portugal:
Uma das conquistas políticas de Filipe I, foi obter a União Ibérica fazendo valer os seus
direitos de sucessões em 1581 nas Cortes de Tomar. Nas Cortes de Tomar, Filipe II de Espanha fez várias
promessas sobre os direitos, liberdades, privilégios e usos portugueses que jurou cumprir:
 Continuar com os mesmos costumes, privilégios e usos portugueses;
 Não retirar territórios portugueses;
 Língua portuguesa como língua oficial;
 As Cortes só podiam ser convocadas em Portugal;
 Os cargos da justiça, da Igreja, administração pública e do Império Ultramarino e cargo de vice-
rei e governos seriam apenas para os portugueses;
 Governar de forma autónoma- Monarquia Dualista;
 Não lançar novos impostos;
 Desculpar quem apoiou D. António de Crato.

Será que D. Filipe I cumpriu as suas promessas?


De facto, D. Filipe I aproveitou a paz entre Portugal e Espanha para reorganizar o país,
o que conduziu a uma grande prosperidade económica. Na verdade, Filipe II efetuou em Portugal uma
importante obra na administração pública; foi o responsável no Convento de Cristo pela grande obra de
engenharia hidráulica, que constituiu o Aqueduto do Convento. De facto, esta obra permitiu tornar a vida
monástica autónoma, em termos de abastecimento de água. Porém, este vai deixando aos poucos de
cumprir as promessas e foi abandonando os interesses dos portugueses, o que descontentou o povo.
Porém, para o seu domínio ficar completo, faltava-lhe superar a Inglaterra, então mandou organizar a
Invencível Armada. D. Filipe I decide invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha. Embora Espanha tivesse

bem preparada para enfrentar a Inglaterra, a Armada foi derrotada pelos navios da Inglaterra, o que
favoreceu os ingleses.
Todavia, Portugal acabou por ter consequências negativas, o que mostra que D. Filipe I
cumpriu só parte das suas promessas.

E após o reinado de D. Filipe I?


Como já vimos, D. Filipe cumpriu a maioria das promessas que fez. Porém, nos reinados
de D. Filipe II e D. Filipe III não o fizeram. A situação agravou-se quando Espanha entrou em guerras
contra a Holanda, França e Inglaterra e assim surgiram revoltas dentro do próprio país. Efetivamente, isto
trouxe consequências negativas para Portugal:
 Aumentos dos impostos;
 Os domínios portugueses em África, na Ásia e no Brasil foram atacados por franceses, holandeses
e ingleses por causa de Espanha;
 Soldados portugueses no exército espanhol;
 Espanhóis nomeados para cargos em Portugal, como a colocação de uma espanhola para o
governo de Portugal- duquesa de Mântua;
 Barcos portugueses saqueados nos oceanos Índico e Atlântico;
 Decadência do comércio português com o oriente e com o Brasil.

Podemos, com isto constatar que Portugal saiu prejudicado. Portugal viu-se então
envolvido em vários conflitos que não eram seus e o país foi arrastado para um conjunto de guerras que
prejudicaram o seu império colonial. Tal aconteceu, pois Espanha durante este período envolveu-se em
conflitos com a Holanda, Inglaterra e França, nomeadamente na Guerra dos 80 anos onde Holanda
alcançou a sua independência, na guerra com Inglaterra onde participaram embarcações e marinheiros
portugueses e na guerra dos 30 anos na qual se enfrentaram diversas nações. Consequentemente,
aumentaram os ataques de pirataria e embarcações e a vários territórios portugueses que se
encontravam fracamente defendidos.
A revolta da sociedade portuguesa:
Começaram a surgir por todo o país manifestações, panfletos anónimos, motins
(revoltas) populares entre as quais, a mais conhecida foi a Revolta Manuelina em Évora. O desejo dos
portugueses da independência nunca morreu assim, começaram a planear algo. Um grupo de nobres- os
Conjurados- aproveitou o enfraquecimento da Espanha e a ausência do rei em Portugal para organizar
uma conspiração para matar a vice-rei de Portugal, a duquesa de Mântua que era espanhola e para
restaurar a independência em 1 de dezembro de 1640 donde saíram bem-sucedidos.
Conclusão:

O cenário da união das Coroas ibéricas foi claramente previsto e desejado


durante o século XV, mais certamente pelas casas reinantes do que pelos vassalos de cada um
dos Reinos. Na eventualidade provável de tal vir a acontecer, o Portugal manuelino tentou salvar
o que era possível: reter na posse dos naturais não só todos os cargos da administração pública,
como as riquezas que a exploração ultramarina começava a prometer. Uma vez mais, os
portugueses procuraram conservar o que foi possível. E aparentemente salvaram muito. Mas o
futuro demonstrou-lhes em breve que o essencial ficava cada vez mais comprometido: não
apenas a independência, mas a própria autonomia como nação. E se os fidalgos em 1580 não
estão na generalidade contra os direitos de Filipe II, são fidalgos os que, em 1640, ousaram
restituir a um português o trono de Portugal.
Durante os 60 anos que durou a união dinástica, o descontentamento dos
Portugueses foi crescendo. Os impostos não paravam de aumentar, para pagar as guerras que
Espanha mantinha sobretudo, com a França, a Inglaterra e a Holanda. Os soldados portugueses
tinham de participar nessas guerras e o império passou a ser invadido pelos soldados dos reinos
inimigos de Espanha, que consideravam os Portugueses também seus inimigos. A 1 de
dezembro de 1640 rebentou a revolta que trouxe novamente a independência a Portugal, com a
aclamação do duque de Bragança como rei D. João IV, embora as guerras se tenham
prolongado até 1668, ano em que se celebrou a paz.
Webgrafia:
 Reis de Portugal - Filipe I de Portugal - A Monarquia Portuguesa (sapo.pt)
 D. Filipe II (I de Portugal) - Infopédia (infopedia.pt)
 Armada Invencível - Infopédia (infopedia.pt)
 A União Ibérica após a crise dinástica de 1580 - RTP Ensina
 Da crise de sucessão à restauração - RTP Ensina
 Juramento às Cortes de Tomar do Duque de Bragança (1581). Grada 125. A fronteira - Revista
Grada
 Livro: “De História de Portugal” – Expresso
 D. Filipe I- Livro

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