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A Influência Africana na Culinária Brasileira

Durante a escravidão, as mulheres negras eram responsáveis pela cozinha nos engenhos e isso
contribuiu para difundir a influência africana em nossa culinária. Juntamente com elas aprendemos a
fazer vatapá, feijoada, cocada, pamonha, acaçá, quibebe, mungunzá e claro, o famoso acarajé que virou
patrimônio nacional. Ao mesmo tempo que não podemos esquecer da diversidade de
temperos como pimentas, leite de coco e o azeite de dendê que acrescentam aquele sabor especial aos
alimentos, principalmente nas receitas da região Nordeste.

De onde vem o vocabulário brasileiro?


Muita gente nem imagina, mas a África é uma das responsáveis pelo português que falamos hoje no Brasil.
Nosso vocabulário é repleto de termos e expressões de origem africana: abadá, caçamba, fubá, corcunda,
miçanga, samba, saravá, moleque, macumba, entre outras. Grande parte dessas palavras tiveram origem com
os bantus, oriundos de regiões que pertencem hoje à Angola, Congo e Moçambique.Desse modo, a região banto
(veja a imagem abaixo) compreende um grupo de 300 línguas muito semelhantes, sendo o quicongo (falado no
Congo e no norte da Angola), o quimbundo (região central de Angola) e o umbundo (sul de Angola e em
Zâmbia) os que tiveram maior número de falantes no Brasil.

Música afro-brasileira
Acima de tudo, a cultura africana contribuiu com muitos ritmos que são a base de boa parte da música popular
brasileira.Sabia que o samba, por exemplo, tem sua origem em rituais religiosos africanos? Os batuques eram
utilizados como elementos religiosos e, a partir do século XIX, no Rio de Janeiro, a mistura com o som do
maxixe e da polpa, outros ritmos da época, permitiu o surgimento das primeiras rodas de samba brasileiras.Bem
como os gêneros musicais como o Lundu que deram origem à base rítmica do maxixe, choro, bossa-nova e
outros gêneros musicais atuais. Instrumentos como o tambor, atabaque, cuíca, marimba e o berimbau também
são heranças africanas que constituem parte da cultura brasileira.

Religiões afro-brasileiras
Primordialmente, os africanos buscaram manter suas tradições religiosas, mesmo sendo proibidos pelos
colonizadores portugueses de praticar sua religião e de realizar seus rituais. Contudo, a obrigação de aderir ao
catolicismo levou diversos grupos a misturarem as religiões do continente africano com o cristianismo europeu
(sincretismo religioso) e impulsionou muitas religiões praticadas atualmente.

O candomblé , uma das mais populares do Brasil, principalmente na Bahia, é resultado de uma combinação de
influências da Nigéria, de Benin, de Angola e do Congo. Os primeiros terreiros surgiram em Salvador, e
adotaram dezenas de orixás, que foram relacionados a um santo católico, como forma de driblar a perseguição
dos europeus. Nesse sentido, a umbanda também é uma religião sincrética, que mistura elementos africanos com
o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os
orixás. Xangô, Babaçuê e Batuque são outras religiões afro que se espalharam pelo país.

Referências
1. CASTRO, Yeda Pessoa. A influência das línguas africanas no português brasileiro. In: Secretaria Municipal de
Educação – Prefeitura da Cidade de Salvador. (Org.). Pasta de textos da professora e do professor. Salvador:
Secretaria Municipal de Educação, 2005. Disponível em: <http://smec.salvador.ba.gov.br/documentos/linguas-
africanas.pdf>. Acesso em 13 de nov. 2020

2. FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. 43 ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

3. PETTER, M.M.T.(2000) Talvez sejam africanismos. Estudos Lingüísticos XXIX – GEL – Grupo de estudos
Lingüísticos do Estado de São Paulo. v. 1: 713-718.
4. Super Interessante. 12 religiões afro que se espalharam pelas Américas. Disponível em:
<https://super.abril.com.br/historia/12-religioes-afro-que-se-espalharam-pelas-americas/ >. Acesso em 13 de
nov. 2020.

5. VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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