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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Pensamento Social da Igreja e Bioética

Nome: Anchura Aboobacar Taria


Código: 708201951

Curso de Ensino de História


Disciplina: Fundamentos da Teologia Católica
2º Ano
Docente: Pr. Dionísio Camacho Joaquim
Quelimane, Julho de 2021Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Subtotal
Pontuaçã Nota
o máxima do
tutor
Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 1.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico 3.0
(expressão escrita
Conteúdo cuidada,
coerência/coesão
textual)
Análise e discussão  Revisão
bibliográfica 2.0
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
práticos 2.0
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação parágrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em citações das 4.0
bibliográficas e bibliografia citações/referências
bibliográficas
Folha para recomendação de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

1. Introdução.....................................................................................................................................3

1.1. Objectivos..................................................................................................................................4

1.1.1. Geral........................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos..............................................................................................................................4

1.2. Metodologia...............................................................................................................................4

2. Pensamento social da Igreja sobre a Bioética...............................................................................5

2.1. Conceitos...................................................................................................................................5

2.2. História da bioética....................................................................................................................5

2.3........................................................................................................................Principais razões para seu su


....................................................................................................................................................7

2.4. Diferentes posições das religiões sobre o início da vida humana.............................................7

2.4.1. Igreja Católica........................................................................................................................7

2.4.2. Igrejas Protestantes.................................................................................................................8

2.4.3. Islamismo................................................................................................................................8

2.4.4. Religião Judaica......................................................................................................................9

2.5. Aborto........................................................................................................................................9

2.5.1. Tipos de Aborto......................................................................................................................10

2.5.2. Aborto Espontâneo.................................................................................................................10

2.5.3. Aborto Induzido.....................................................................................................................10

2.5.4. Aborto Ilegal..........................................................................................................................10

3. Conclusão.....................................................................................................................................11

4. Bibliografia..................................................................................................................................12
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Fundamentos da Teologia Católica, abordar-se-á sobre


pensamento social da igreja e a bioética. Para tal, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica e
documental, na qual procurou-se perceber como a bioética relaciona-se com Igreja e como a
bioética, dentro da Igreja, lida com os desafios presentes na sociedade.

Apesar das inúmeras investigações e de ser um tema frequentemente estudado, não se ficou
preso apenas na relação da Igreja com a bioética enquanto saber, mas avançou-se até o
trabalho da Igreja na defesa da vida, ou seja, como a Igreja faz bioética, como ela lida com os
temas da bioética. Com isso poder-se-á perceber quais as principais contribuições da Igreja à
reflexão bioética, os principais conflitos existentes entre a Igreja e reflexões bioéticas
seculares, que estão presentes na relação entre a moral e os avanços técnico-científicos e, por
fim perceber se a Igreja precisa ou não se abrir mais para um diálogo no qual coloque suas
posições tradicionais em um diálogo mais direto com a sociedade.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Analisar pensamento social da igreja sobre a bioética.
1.1.2. Específicos
 Falar da história da bioética e conceituar bioética;
 Identificar diferentes posições das religiões sobre o início da vida humana;
 Falar do aborto face a bioética e religião;
 Citar as principais razoe do seu surgimento;

1.2. Metodologia

Metodologicamente, a compilação do trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica e


documental, na qual procurou-se perceber como a bioética relaciona-se com Igreja e como a
bioética, dentro da Igreja, lida com os desafios presentes na sociedade.
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2. Pensamento social da Igreja sobre a Bioética


2.1. Conceitos

Bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) é o estudo transdisciplinar entre Ciências
Biológicas, Ciências da Saúde, Filosofia, (Ética) e Direito (Biodireito) que investiga as
condições necessárias para uma administração responsável da Vida Humana, animal e
ambiental. De acordo com Débora, & Dirce (2002, pg. 69), Considera portanto, questões onde
não existe consenso moral como a fertilização in vitro, o aborto, a clonagem, a eutanásia, os
transgênicos e as pesquisas com células tronco, bem como a responsabilidade moral de
cientistas em suas pesquisas e aplicações na área da saúde.

Segundo Dias (2008), a bioética é a ética aplicada a vida e, abrange temas que vão desde uma
simples relação interpessoal até factores que interferem na sobrevivência do próprio planeta.
Dentro da medicina veterinária, este termo está intimamente ligado à noção de bem-estar
animal.

De acordo com o Chavi (2002), a Bioética é o estudo sistemático das dimensões morais -
incluindo visão moral, decisões, conduta e políticas - das ciências da vida e atenção à saúde,
utilizando uma variedade de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar.

Para Segre (1999) definiu bioética como a parte da ética, ramo da filosofia que enfoca as
questões referentes à vida humana (portanto a saúde) e tendo a vida como objectivo de estudo,
trata também da morte (inerente à vida). Como um ramo da ética porque avalia os prós e
contras de uma determinada conduta, levando em conta os princípios e os valores morais
existentes na sociedade. A bioética depende da contribuição de matéria como a filosofia, a
medicina, a sociologia, a biologia, o direito, entre outras, que darão subsídios, através de
conceitos, definições, análise de comportamento sociais, etc., para que o caso concreto possa
ser estudado pela bioética.

2.2. História D

Apesar da bioética ter suas bases no Iluminismo (séculos XVII e XVIII), movimento que
colocava a razão como forma de desenvolvimento humano, somente em 1927 o termo foi
empregado pela primeira vez. De acordo com O teólogo alemão Paul Max Fritz Jahr definiu a
bioética como: “emergência de obrigações éticas não apenas com o homem, mas a todos os
seres vivos” em um artigo publicado na revista “Kosmos”. (Belmiro, 1994).

O fato é que surgimento da bioética foi uma necessidade. Durante os séculos XIX e XX
muitas experiências foram realizadas de forma desrespeitosa com os indivíduos participantes,
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que muitas vezes eram considerados irrelevantes para a sociedade devido à categoria social
que ocupavam. Esses estudos eram justificados pelo progresso da ciência. Tudo valia à pena
pelas melhorias na área e, consequentemente, pelos benefícios que poderiam trazer à
sociedade. Alguns fatos se destacaram e foram cruciais para o desenvolvimento da bioética.

Em 1930, na Alemanhã, foi realizado um teste com a vacina BCG visando à prevenção da
tuberculose. Cem crianças participaram do estudo sem o consentimento de seus responsáveis.
Dessas, 75 morreram durante o projeto. O fato ficou conhecido como “o desastre de Lübeck”
e levou o ministro do Interior da Alemanhã a estabelecer, em 1931, as Diretrizes para Novas
Terapêuticas e Pesquisa em seres humanos. Infelizmente, este acto não foi suficiente para
impedir as pesquisas abusivas que ocorreram no decorrer da Segunda Guerra Mundial.

De acordo com Zatz (1995), em 1932, teve início uma pesquisa sobre a história natural da
sífilis, na cidade de Tuskegee (EUA). Os 399 negros que participaram da pesquisa não foram
tratados quando a penicilina passou a estar disponível para a terapêutica dessa doença e
também tiveram o acesso proibido a esse medicamento. O estudo foi suspenso apenas em
1972, quando a imprensa denunciou a pesquisa. Durante esses quarenta anos, o estudo foi
acompanhado e avaliado pelas autoridades sanitárias e gerou a publicação de diversos artigos
científicos. Somente em 1997 o presidente Clinton pediu desculpas, em nome do governo, aos
sobreviventes.

De acordo com Zatz (1995), no período da Segunda Guerra Mundial essas explorações
continuaram acontecendo. Dentre elas, a esterilização e impedimento de casamento entre
pessoas de “raças diferentes”, o extermínio de “vidas que não valiam a pena serem vividas”
(como doentes incuráveis) e a promoção de doenças nas pessoas (em hospitais psiquiátricos,
asilos, penitenciárias) para que pudessem ser investigadas e estudadas. O Tribunal de
Nuremberg (1945 – 1946) condenou os principais oficiais nazistas responsáveis pelos
experimentos em seres humanos e deixou clara a necessidade de regularizar as pesquisas
científicas, dando origem ao Código de Nuremberg.

Para Belmiro (1994), um grande incentivo à regularização ética veio em 1971, com a
publicação do livro “Bioethics – Bridge to the Future” (Bioética – Ponte para o Futuro). Nele,
o autor Van Rensselaer Potter propõe “o termo Bioética como forma de enfatizar os dois
componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão
desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos”. Em 1988, o
professor Potter elaborou uma nova versão, mais ampla e de abrangência global para a
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palavra: “Bioética é a combinação da biologia com conhecimentos humanísticos diversos


constituindo uma ciência que estabelece um sistema de prioridades médicas e ambientais para
a sobrevivência aceitável”. Em Outubro de 2005, a Conferência Geral da UNESCO adotou a
Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, que consolida os princípios
fundamentais da bioética e visa definir e promover um quadro ético normativo comum que
possa a ser utilizado para a formulação e implementação de legislações nacionais. (UNESCO,
2006)

2.3. Principais R

Segundo Dias (2008), as principais razões para seu surgimento foram:

 Abusos na utilização de animais e seres humanos em experimentos;


 Surgimento acelerado de novas técnicas desumanizantes que apresentam questões
inéditas, como por exemplo, clonagem de seres humanos;
 Percepção da insuficiência dos referenciais éticos tradicionais, pois devido ao rápido
progresso científico, torna-se fácil constatar que os códigos de ética ligados a diferentes
profissões não acompanharam o rápido progresso científico, sendo diversas vezes
insuficientes para julgar os temas polêmicos da bioética.
2.4. Diferentes
2.4.1. Igreja Católica

Segundo Barchifontaine (2004), se morássemos numa caverna, ainda que fosse um lugar
desfavorável para nosso desenvolvimento, certamente existiríamos, mesmo que em breve
perdêssemos a vida. O útero da mulher é apenas o local aonde esta vida encontrará os meios
necessários para se desenvolver; se aquela vida já não existisse, a mera implantação no útero
nada faria. O útero não cria vida, o útero é o ambiente que favorecerá o desenvolvimento do
embrião, como nossa casa é o ambiente que favorece o nosso desenvolvimento.

De acordo com Barchifontaine (2004), Se o embrião tem vida, vida humana, ela só a ele
pertence, a mais ninguém, e portanto não pode ser disposto por quem quer que seja. Sendo
assim, a Igreja Católica prega e defende com intransigência (e o faz com toda a razão) a
defesa da vida humana desde esse momento, condenando para tanto quaisquer práticas que
coloquem em perigo essa vida humana já existente, especialmente por ser sua primeira fase e
mais indefesa de toda a sua vida. Aliás, a Igreja Católica levanta sua voz em defesa do direito
a vida, o primeiro e mais fundamental de todos os direitos, sem o qual nenhum outro faz
sentido. Desta feita de acordo com Barchifontaine (2004), Diante disto fica claro e evidente o
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impedimento moral de se usar um ser humano em sua primeira fase de vida como meio de
pesquisa, reduzindo-o a mera condição de material genético, colocando em risco mortal sua já
delicada condição de existência.

2.4.2. Igrejas Protestantes

A doutrina dos protestantes é mais flexível, e entende o aborto de forma mais amena, pois dá
maior importância à vida materna, considerando a mãe, ser humano muito importante, pois é
esta que quem passa por todos os sabores e dissabores da gravidez desde a fecundação ao
nascimento, e após, com seus cuidados e zelos para com aquele que concebeu em seu ventre
dessa forma entendem que: Assim, se uma escolha tiver de ser feita entre a vida da mãe e a do
embrião ou do feto, recairá sempre sobre ela a escolha prioritária, cabendo portanto ao médico
decidir, em última análise, quando ele poderá desligar a mãe de sua responsabilidade em
relação ao feto. Segumdo Silva (2006).

De acordo com Silva (2006), as igrejas protestantes têm mais de um seguimento, dessa forma
seus entendimentos também são variados, sendo que algumas aceitam o aborto eugénico,
como as Unitárias que entendem não ser reprovável o aborto praticado por justo motivo, como
quando ocorre estado de perigo para a gestante e gravidez resultante de estupro ou incesto.

Essa religião também se difere da católica ao não tomar posição certeira quanto ao momento
em que o embrião se toma humano e quando se inicia a vida humana. Porém, todos os
seguimentos têm pacificidade no sentido de que jamais o aborto deve ser praticado como
forma de planeamento familiar.

2.4.3. Islamismo

Conforme Prado (2000) em sua pesquisa, com base nos escritos do Grão Muft da Jordânia, os
islâmicos de forma geral não favorecem o acto de abortar, mas, são também, um pouco mais
condescendentes no tema, pois conforme sua doutrina, pregam que o fecto ou embrião não é
considerado ser humano desde a concepção, mas sim alguns meses depois desta ter ocorrido
Prado (2000) traz em sua obra escritos do Grão Muft da Jordânia: Antigos juristas, há 1500
anos afirmaram que é possível tomar medicamentos abortivos durante a fase da gravidez
anterior à conformação do embrião em forma humana. Esse período gira em tomo dos 120
primeiros dias durante os quais o embrião ou feto ainda não é um ser humano.

Portanto Prado (2000) explica que para os seguidores da religião islã só depois de o feto ou
embrião estar formado por ossos e carne é que se daria o crime de aborto, punindo-se como
assassinato.
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2.4.4. Religião Judaica

A lei judaica, conhecida como Halacha estabelece no Talmude (lei judaica) que o feto faz
parte do corpo da mãe, e o que prevalece é a saúde da mulher, dentro do seu equilíbrio
psíquico e físico, e assegura-se ainda que com relação a encarnação, se o feto não chegar a
nascer, seu espírito retorna para Deus. Dessa forma Prado traz uma citação do rabino David
Feldman (2001) dizendo que : Ele (aborto) interrompe indubitavelmente uma vida possível,
mas o que os rabinos acentuam é que uma mulher que decide, após a concepção, interromper
a gravidez, não estaria muito distante daquela que deixa de ter relações com seu marido para
não conceber. Se no segundo caso não há homicídio também não há no primeiro.

Para o judaísmo, deve-se levar em conta os aspectos positivos ou negativos que esse feto trará
como consequência para sua mãe, e os motivos que a levaram a optar pela interrupção da
gravidez. Os motivos podem ser os mais variados, como de ordem económica, devido as
exigências que a sociedade judaica impõe para seus membros. (Silva, 2006)

Em termos gerais, tal como escreveu o saudoso rabino Abraão Assor neste texto que
transcrevemos, a Halacha (Lei Judaica) não só permite o aborto, como em algumas
circunstância exige a interrupção da gravidez. Acima de tudo, norteada pelo princípio da
responsabilização individual um princípio central do judaísmo, a tradição judaica coloca a
decisão na esfera familiar e, por vezes, comunitária, segundo Silva (2006).

Dessa forma o que se entende é que ocorre a análise dos motivos para que se realize ou não o
aborto, o que deve ser ponderado e decidido pela família, quando o caso é mais sério, leva-se
até a comunidade judaica do local, consultando-se o rabino.

2.5. Aborto

Segundo Tavares (2000), o aborto é a expulsão de um embrião ou de um feto antes do final do


seu desenvolvimento e viabilidade em condições extra-uterinas.

O aborto pode ser espontâneo ou induzido. São várias as causas e os motivos que podem levar
a que uma gravidez seja interrompida, quer espontaneamente, quer por indução. O aborto
pode ser induzido medicamente com o recurso a um agente farmacológico, ou realizado por
técnicas cirúrgicas, como a aspiração, dilatação e curetagem. Quando realizado precocemente
por médicos experientes e com as condições necessárias, o aborto induzido apresenta elevados
índices de segurança, segundo Tomé (1998).
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Mas para Vilar (2001) Aborto ou interrupção da gravidez é a interrupção de uma gravidez pela
remoção de um feto ou embrião antes de este ter a capacidade de sobreviver fora do útero.
Um aborto que ocorra de forma espontânea denomina-se aborto espontâneo ou "interrupção
involuntária da gravidez". Um aborto deliberado denomina-se "aborto induzido" ou
"interrupção voluntária da gravidez". O termo "aborto", de forma isolada, geralmente refere-
se a abortos induzidos. Nos casos em que o feto já é capaz de sobreviver fora do útero, este
procedimento denomina-se "interrupção tardia da gravidez".

2.5.1. Tipos de Aborto


2.5.2. Aborto Espontâneo

De acordo com Vilar (2001), surge quando a gravidez é interrompida sem que seja por
vontade da mulher. Pode acontecer por vários factores biológicos, psicológicos e sociais que
contribuem para que esta situação se verifique.

2.5.3. Aborto Induzido

O aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez. Pode acontecer
quando existem malformações congénitas, quando a gravidez resulta de um crime contra a
liberdade e autodeterminação sexual, quando a gravidez coloca em perigo a vida e a saúde
física e/ou psíquica da mulher ou simplesmente por opção da mulher. É legal quando a
interrupção da gravidez é realizada de acordo com a legislação em vigor. Quando feito
precocemente por médicos experientes e em condições adequadas apresenta um elevadíssimo
nível de segurança, segundo Vilar (2001).

2.5.4. Aborto Ilegal

O aborto ilegal é a interrupção duma gravidez quando os motivos apresentados não se


encontram enquadrados na legislação em vigor ou quando é feito em locais que não estão
oficialmente reconhecidos para o efeito. O aborto ilegal e inseguro constitui uma importante
causa de mortalidade e de morbilidade maternas. O aborto clandestino é um problema de
saúde pública. (Vilar, 2001). (Vide art. 166 do código penal )
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3. Conclusão

Chegado a esse ponto conclui-se que existem várias maneiras de se definir a bioética. Alguns
a chamam de ética da vida, supostamente porque bios quer dizer vida. Só que para os gregos
existiam duas palavras para designar vida: bios e coe. Coe era a vida animal em geral; bios era
a vida do ser humano, que incluía uma dimensão moral.

Os grandes debates que giram em torno da bioética estão, por exemplo, nas pesquisas que
envolvem as células-tronco, que por sinal estão bastante avançadas em vários centros
académicos. O debate que há décadas permeia a mente dos médicos, filósofos, teólogos,
juristas, leigos e fiéis é bastante profundo em se tratando de decidir sobre a vida de um
semelhante.

O filósofo grego Aristóteles via a existência humana como um fim em si mesma, e por isso
não podia jamais ser violada por outro lado, René Descartes com sua frase “Penso, logo
existo” significa definir a vida não por sua existência biológica, mas pela consciência.

É importante ressaltar que muitas são as correntes defensoras do aborto ou do não aborto, mas
não existem provas científicas que comprovem a veracidade do momento exacto do início da
vida, no entanto, não são necessárias pesquisas científicas para a comprovação de que a
mulher é a grande vítima, vítima de leis impostas que dizem respeito ao seu corpo, e que lhe
negam o direito de decidir sobre ele.
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4. Bibliografia

Barchifontaine, C. P. (2004). Bioética e início da vida: alguns desafios. Idéias e Letras, Sao
Paulo.

Belmiro, A. (1994). Como enfrentar os problemas éticos do Projeto Genoma Humano. Atlas:
Sao Paulo.

Boff, L.. (2003). Ética e moral: a busca dos fundamentos. Petrópolis, Rio de Janeiro. Ed.
Vozes.

Débora, D. & Dirce, G. (2002). O que é bioética. Brasiliense: São Paulo.

Dias P. B. (2008). Biotécnicas Aplicadas à Reprodução Animal – (Ed: 2°). Editora Roca, São
Paulo

Silva, M. (2006). Ciência, Religião e Bioética no Inicio da Vida. Lisboa: Caminho.

Silva, M.(2005). Sete Teses Sobre o Aborto. Lisboa: Caminho.

Tavares, M. (2000). Movimentos de Mulheres em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte.

Tomé, T. (1998). Contributo para o estudo da epidemiologia da interrupção voluntária da


gravidez. Coimbra: Imprensa de Coimbra.

Vilar, D. (2001). Aborto: representação e práticas. Sexualidade & Planeamento Familiar:


Lisboa.

Zatz, M. (1995). Os dilemas éticos do mapeamento genético. Revista USP.

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