Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FLORIANÓPOLIS
2019
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Inclui referências.
VII
Scientia potentia est. (Autor desconhecido)
He said: One day you’ll leave this world behind. So live a life you will
remember. My father told me when I was just a child. These are the
nights that never die. (Avicii)
RESUMO
XI
ABSTRACT
XIII
Lista de Figuras
XIX
Lista de Símbolos
Símbolo Descrição
Variável genérica utilizada para exemplificar símbolos de
x
operadores.
x̂ Valor de pico de uma variável x qualquer.
~x Vetor ou campo vetorial da grandeza x.
hxiT Média da variável x num período T para quaisquer x e T .
Diferença discreta entre dois valores de x. Pode indicar
∆x
valor de pico a pico de um sinal.
∠x Ângulo (argumento) de uma variável complexa x.
< {x} Parte real de x.
∗
x Conjugado complexo de x.
Valor infinitesimal de x. Se x for uma área, ∂x é o perí-
dx ou ∂x
metro dela.
~ · ~x
∇ Divergente do campo ~
x.
~ ~x
∇× Rotacional do campo ~
x.
A Área.
Área de seção transversal do núcleo magnético que é per-
Ac
pendicular ao fluxo magnético.
Aexp Área de superfície do indutor exposta à convecção natural.
Af Área de seção transversal do fio condutor.
Área de seção transversal do fio condutor equivalente para
Af,af
altas frequências.
XXI
XXII LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolo Descrição
Constante de indutância ou indutância específica. Defi-
Al nida como a indutância de uma única volta de condutor
no núcleo.
Área da janela interna circular geométrica do núcleo to-
AW,g
roidal.
Área da janela interna magnética delimitada por lc (ca-
Am
minho magnético médio).
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica.
B Densidade de fluxo magnético.
∆B Oscilação de pico a pico de B associado à ∆ic .
∆Bmax Valor máximo de ∆B.
B0 Ponto de operação de B associado a hic iTs .
Bsat Valor de saturação da densidade de fluxo magnético.
Bounded Input- Bounded Output. Critério de estabilidade
BIBO
dinâmica no domínio do tempo.
BJT Bipolar Junction Transistor.
Cd Capacitância de amortecimento do filtro.
Cf Capacitância de filtragem do filtro.
Ceq Capacitância equivalente formada por Cf e Cd .
Função de transferência do compensador Proporcional In-
Ci (s)
tegral da malha de corrente.
CMC Corrente de modo comum (common mode current).
d Razão cíclica do PWM.
dˆ Componente de perturbação da razão cíclica d.
D Componente constante da razão cíclica d.
D1 Diodo 1.
D2 Diodo 2.
D3 Diodo 3.
D4 Diodo 4.
Profundidade pelicular de uma onda eletromagnética num
δ
condutor.
LISTA DE SÍMBOLOS XXIII
Símbolo Descrição
DMC Corrente de modo diferencial (differential mode current).
eq. Equação.
E Campo elétrico.
f Variável de frequência.
fc,c Frequência de corte da malha de corrente compensada.
fs Frequência de comutação.
fg Frequência da rede.
fr Frequência de ressonância do filtro LCL.
fr,max Frequência de ressonância máxima do filtro LCL.
fr,min Frequência de ressonância mínima do filtro LCL.
F Força eletromotriz.
Φ Fluxo magnético.
FP Fator de potência.
FTMA Função de transferência de malha aberta.
F T M Anc (s) FTMA não compensada.
F T M Ac (s) FTMA compensada.
GC Geração concentrada.
GD Geração distribuída.
G(s) Função de transferência genérica.
GL (s) Função de transferência entre uc (s) e ig (s) para o filtro L.
Função de transferência entre uc (s) e ig (s) para o filtro
GLCL (s)
LCL.
Função de transferência entre uc (s) e ig (s) para o filtro
GLCL+RC (s)
LCL+RC.
GRd (s) Função auxiliar do LGR para variação de Rd .
Gres (s) Termo ressonante de GLCL+RC (s).
η Eficiência.
ic Corrente saída do conversor e de entrada do filtro.
Ic Valor eficaz (RMS) de ic .
XXIV LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolo Descrição
Componente de oscilação pico a pico de ic na frequência
∆ic
fs .
∆ic,max Valor máximo de ∆ic .
Corrente de saída do barramento capacitivo e de entrada
icc
do inversor.
ic,cont Sinal de controle para ic .
ic,norm Corrente ic normalizada em função de Ug e Pg .
ic,ref Referência da corrente ic gerada a partir de ug .
ic,dif Diferença (erro) do seguimento de ic,ref por ic,norm .
ig Corrente de saída do filtro e de entrada da rede.
Corrente de saída do gerador fotovoltaico e de entrada do
ipv
barramento capacitivo.
I Corrente elétrica.
Ic Valor RMS de ic .
Ic,af Valor RMS de ic para altas frequências.
Ic,bf Valor RMS de ic para baixas frequências.
Icond Corrente de condução de um semicondutor.
Ig,k Valor eficaz da componente de ig na frequência k · 60Hz.
Imed Corrente média.
IRM S Corrente RMS.
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor.
√
j Unidade imaginária tal que j = −1.
J Densidade superficial da corrente I.
Constante de proporcionalidade da equação 3.52 (Stein-
k
metz).
Constante de exponenciação da frequência na equação
kB
3.52 (Steinmetz).
Constante de exponenciação da densidade de fluxo na
kf
equação 3.52 (Steinmetz).
kcond Constante de condução térmica.
kconvec Constante de convecção térmica..
LISTA DE SÍMBOLOS XXV
Símbolo Descrição
krad Constante de irradiação térmica..
K Ganho ou constante genérico(a).
Ki Ganho do compensador Ci (s).
l Comprimento linear.
Comprimento de uma volta do enrolamento condutor no
lcirc
núcleo magnético. Equivalente a ∂Ac .
Comprimento do caminho magnético médio num núcleo
lc
toroidal.
l1 Diâmetro maior do núcleo toroidal.
l2 Diâmetro menor do núcleo toroidal.
l3 Altura do núcleo toroidal.
L Filtro com um único indutor.
L Indutância.
L1 Indutância de entrada do filtro.
L2 Indutância de saída do filtro.
Leq Indutância equivalente total ao somar L1 com L2 .
Lg Indutância intrínseca da rede.
LGR Lugar geométrico das raízes (root locus).
Filtro com duas indutâncias longitudinais e uma capaci-
LCL
tância transversal.
Filtro LCL com ramo R de amortecimendo paralelo à ca-
LCL + R
pacitância de filtragem.
Filtro LCL com ramo RC de amortecimendo paralelo à
LCL+RC
capacitância de filtragem.
mfc Margem de fase de F T M Ac (s).
M Índice de modulação.
MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor.
Rastreamento do ponto de máxima potência (maximum
MPPT
power point tracking).
µ Permeabilidade magnética do núcleo.
µf Permeabilidade magnética do fio condutor.
XXVI LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolo Descrição
n Número de voltas de um enrolamento.
ω Variável de frequência angula tal que ω = 2πf .
ωc,c Frequência angular de corte (0dB) de F T M Ac .
ωs Frequência angular de comutação.
ωg Frequência angular da tensão da rede tal que ω = 2πfg .
ωr Frequência angular de ressonância do filtro.
ωres Frequência angular ressonante de Gres (s).
ωz,i Zero do compensador Ci (s).
P Potência ativa.
Pg Potência ativa nominal injetada na rede.
Pc Perdas magnéticas no núcleo de um indutor.
Pcomut Perdas de comutação de um semicondutor.
Pcond,M Perdas de condução de um MOSFET.
Pcond,D Perdas de condução de um diodo.
Pcc Potência ativa fornecida pelo barramento CC.
Pf Perdas no filtro.
PRd Potência dissipada em Rd .
Perdas magnéticas por unidade de volume do núcleo mag-
Pvol
nético.
Perdas elétricas nos enrolamentos condutores de um in-
Pw
dutor.
Perdas elétricas nos enrolamentos condutores (altas
Pw,af
frequências).
Perdas elétricas nos enrolamentos condutores (baixas
Pw,bf
frequências).
Proporcional Integral. Sigla característica do compensa-
PI
dor Ci (s).
PLL Phase Locked Loop.
Modulação por largura de pulso (Pulse Width Modula-
PWM
tion).
QCeq Potência reativa processada por Ceq .
LISTA DE SÍMBOLOS XXVII
Símbolo Descrição
rC Razão entre Cd e Cf .
rL Razão entre L2 e L1 .
R Relutância magnética.
R Resistência equivalente da rede (ug /ig ).
Rd Resistência de amortecimento do filtro.
Rd,opt Valor otimizado de Rd que minimiza pico ressonante.
RDS,on Resistência equivalente de condução para o MOSFET.
Root mean square. Raíz quadrada da média quadrática
RMS
de um sinal periódico.
σ Parte real de s.
σf Condutividade elétrica de um fio condutor.
Frequência complexa do domínio de Laplace tal que s =
s
σ + jω.
sr polo real de GLCL+RC (s).
S Potência aparente.
Sg Potência aparente injetada na rede.
S1 Interruptor 1.
S2 Interruptor 2.
S3 Interruptor 3.
S4 Interruptor 4.
S5 Interruptor 5.
S6 Interruptor 6.
t Variável do tempo.
Tempo de descida de um sinal do nível máximo ao nível
tdes
mínimo.
Tempo de subida de um sinal do nível mínimo ao nível
tsub
máximo.
T Temperatura variável de um corpo.
T0 Temperatura ambiente (invariável).
∆T Diferença de temperatura para a temperatura ambiente.
XXVIII SUMÁRIO
Símbolo Descrição
Tg Período de oscilação tensão da rede ug e inverso de fg .
Ts Período de comutação do inversor e inverso de fs .
THD Distorção harmônica total (total harmonic distortion).
Ubloq Tensão de bloqueio de um semicondutor.
uc Tensão de saída do inversor e de entrada do filtro.
Ucond Tensão de condução de um semicondutor.
Ucc Tensão contínua do barramento capacitivo.
ug Tensão alternada da rede.
ug,P LL Tensão da rede processada pelo PLL.
Ug Tensão eficaz da rede.
Umax Tensão máxima atingida por um componente.
umod Sinal de tensão moduladora.
uport Sinal de tensão portadora.
Sinal de sincronismo da tensão da rede (PLL) para a cor-
usinc
rente injetada.
Vc Volume do núcleo magnético.
Z Impedância equivalente do filtro da perspectiva de uc .
Z1 Impedância 1 do modelo T.
Z2 Impedância 2 do modelo T.
Z3 Impedância 3 do modelo T.
Zb Impedância base definida na página 49.
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Contextualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Revisão Bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4 Simulações 79
4.1 Parâmetros selecionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.3 Análise comparativa dos métodos . . . . . . . . . . . . . 81
4.3.1 Fator de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.3.2 THD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.3.3 Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.3.4 Atenuação na frequência de comutação . . . . . . 82
4.4 Resultados de simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.5 Estimativa do desempenho dos magnéticos . . . . . . . . 91
5 Resultados Experimentais 93
6 Conclusão 99
Introdução
1.1 Contextualização
Desde do surgimento da geração de eletricidade em larga escala
no século XIX [1] até os dias de hoje, a maior parte da energia elétrica
produzida no mundo provém de fontes não renováveis e altamente po-
luidoras como, os combustíveis fósseis [2]. Tal fato decorre do domínio
das técnicas de processamento e fácil acesso aos insumos nas décadas
anteriores.
Entretanto, a utilização de petróleo e carvão como fontes primá-
rias vem trazendo muitos desafios, já que estes recursos são esgotáveis
e contribuem enormemente para o aumento de dióxido de carbono e
de enxofre na atmosfera, entre outros gases prejudiciais. Estes fatores
motivaram a busca por outras fontes de energia, como a hidroelétrica,
nuclear, etc, as quais também possuem seus respectivos desafios, desde
inundações de grandes áreas, causando enormes danos ao meio ambi-
ente, até questões relacionadas à segurança na contenção de materiais
radiativos [3], [4].
Nas últimas décadas, a geração fotovoltaica está se estabelecendo
como um mercado promissor devido à melhora na eficiência dos com-
ponentes que realizam processamento da energia, redução de poluentes
[5] e incentivos políticos, como o da compensação de geração exces-
siva por meio de créditos de energia [6] para pequenos consumidores e
geradores.
Como os níveis de irradiância solar no Brasil são elevados em
1
2 INTRODUÇÃO
1.2 Motivação
Com o aumento do número de conversores estáticos processando
energias renováveis entre as cargas e a rede, surge a necessidade da
filtragem de ruídos introduzidos devido à comutação [8] para atender
aos requisitos de rede, conforme recomenda a IEEE [9].
Além da necessidade em atender condições impostas pela legisla-
ção, é preciso buscar soluções de baixo custo para mercados emergentes,
e um dos pontos bastante estudados nos dias de hoje é a escolha do fil-
tro a ser utilizado e sua otimização, de modo a encontrar um ponto
ótimo entre custo e benefício. Portanto, a pesquisa na eletrônica de
potência hoje procura dar ênfase em soluções de alta eficiência e alta
densidade de potência, assim como baixo custo e volume [10].
A presença de harmônicas num sinal pode ser averiguada pelo
índice de Distorção Harmônica Total (THD: Total Harmonic Distor-
tion), permitindo assim sua adoção como critério objetivo de dimensi-
onamento do estágio de filtragem para garantir a baixa introdução de
ruídos de comutação na rede elétrica, juntamente com outros critérios
como fator de potência, amplitude das harmônicas individuais, etc.
Com a crescente demanda por energia elétrica provinda de fontes
renováveis, tais como a fotovoltaica [5], surge a necessidade de adequar
INTRODUÇÃO 3
i pv i cc ic ig
U cc uc ug
a b c d e
1.3 Objetivos
Visando atender às condições regulamentadoras e econômicas su-
pracitadas, a empresa LUG Power Electronics desenvolve atualmente
no INEP (UFSC) um microinversor fotovoltaico de 1 kW de baixo custo
para substituir os tradicionais sistemas de conversão centralizada, au-
mentando assim o rendimento, confiabilidade e acrescentando modula-
ridade à geração.
Portanto, o presente trabalho objetiva estudar a topologia e o
controle do inversor proposto com ênfase no dimensionamento e na
análise do filtro passivo aplicado à filtragem de corrente em modo dife-
rencial (DMC: Differential Mode Current), o qual faz a interface frente
à rede elétrica com a finalidade de respeitar os requisitos da rede, ser-
4 INTRODUÇÃO
• Inversor centralizado;
• Microinversores.
• Topologias de um estágio;
• Topologias de Pseudo-DC-Link;
S2 S1 ig
U cc ug
S4 S3
Para resolver esse problema foi proposto por [14] o inversor Heric
(Highly Efficient and Reliable Inverter Concept), ilustrado na Figura
1.3. O inversor Heric utiliza um ramo auxiliar bidirecional para realizar
um desacoplamento CA, garantindo um nível zero na saída e ausência
de corrente de fuga [13]. Portanto, ele pode operar a três níveis e se
apropriar de uma filtragem adequada.
S2 S1 ig
S6
U cc ug
S5
S4 S3
6 INTRODUÇÃO
S5 S2 S1 ig
U cc ug
S4 S3
S1 S2 ig
U cc ug
D1 D2 S3 S4
INTRODUÇÃO 7
S1 S2 ic
L1 L2
ig
D1 D2 L1 Cd
U cc Cf ug
S3 S4 Rd
S5 S6
π 2π ω t
g
π 2π
ωgt
π 2π ωgt
π 2π ωgt
π 2π ωgt
π 2π ωgt
12 CAPÍTULO 2
L1 ic L2
ig
L1 Cd
U cc Cf ug
Rd
L1 ic L2
ig
L1 Cd
Cf ug
Rd
L1 ic L2
ig
L1 Cd
U cc Cf ug
Rd
L1 ic L2
ig
L1 Cd
Cf ug
Rd
Figura 2.7: Conversor Buck equivalente válido para operação no semiciclo positivo
da rede.
S1
L1 ic L2
ig
Cd
U cc D1 uc Cf ug
Rd
S3
S5
2 · Pg
hic iTs (t) = √ · sen(ωg t) (2.2)
Ug 2
16 CAPÍTULO 2
⟨i c ⟩T s
Δ ic
Tsd T s (1− d )
Figura 2.9: Ruído de comutação com sua envoltória ∆ic comparado com ic .
ωgt
π 2π
ωgt
π 2π
Figura 2.10: Sinais dos esforços de corrente e tensão nos componentes do circuito
Buck Equivalente (fig. 2.7).
Esforços
Componente
Corrente Tensão
i c , max U cc − U g √ 2
L1 i c , min
U g√2
i c , max U g√2
S1 i c , min
0 0
i c , max U cond
i c , min
D1
0
− U cc
i c , max
i c , min
S3 0
0
i c , max
0
S5 i c , min
0
Grandeza S1 e S2 S e S4 S5 e S6 D1 e D2
q q3 q q
IRM S 2Ic M3π Ic 12 − 4M
3π 2Ic M3π Ic 12 − 4M
3π
√ √
Ic√
M 2 M Ic√
M 2 M
Imed 2 2
I c π − 2 √2 2 2
Ic π − 2√2
√ √
Umax Ucc Ug 2 Ug 2 Ucc
1
Pcomut = fs Icond Ubloq (tsub + tdes ) (2.6)
2
As perdas por condução dos MOSFET e dos diodos são expressas
por (2.7) e (2.8), respectivamente.
2
Pcond,M = RDS,on · IRM S (2.7)
d = dˆ + D (2.10)
uc = dˆ · Ucc (2.11)
CAPÍTULO 2 21
ic L1 L2
ig
Cd
^ cc
d⋅U Cf R ug
Rd
ic (s) Ucc
Gid (s) = = (2.12)
ˆ
d(s) Z(s)
Modelo comutado
ic
Z Filtro
ic
d
d^ Modelo médio
D
Erro
G id (s )
Atraso
Modelo médio
4 ,7
Modelo comutado filtrado
i c (A)
4 ,6
1
Erro (mA)
0 ,5
0
0 0 ,2 0 ,4 0 ,6 0 ,8 1 1,2
Tempo (ms)
1
I ref U g √2 ug
Modelo comutado
d ug
Ci ( s )
Filtro
Ug
P g √2 ic
ic
Modelo médio
d ic
Ci ( s ) G id (s )
Erro
Ug
P g √2
CAPÍTULO 2 25
Modelo comutado
5 Modelo médio
i c (A)
−5
6
4
Erro (A)
2
0
−2
120 125 130 135 140
Tempo (ms)
26 CAPÍTULO 2
(s + ωz,i )
Ci (s) = Ki · (2.14)
s
O método de projeto adotado se baseia na análise da magnitude
e fase no espectro de frequência da função de transferência de malha
aberta (FTMA) [23], conforme ilustrado na Figura 2.17. Inicialmente
é necessário analisar a malha não compensada (F T M Anc (s), eq. 2.15)
e verificar se ela cumpre os requisitos dinâmicos desejados. Já que esse
normalmente não é o caso, é necessário incluir o compensador e alterar
a dinâmica para a malha compensada (F T M Ac , eq. 2.16):
Ug
F T M Anc (s) = Gid (s) · √ (2.15)
Pg 2
ωc,c
ωz,i = (2.17)
tan mfc − 180◦ + 90◦ + ∠F T M Anc (jωc,c )
ωc,c
Ki = q (2.18)
|F T M Anc (jωc,c )| · ω2c,c + ω2z,i
i c , cont
i c , ref i c , dif d
Ic C i (s ) Mod G id ( s )
u sinc
1
U g √2
u g , PLL Ug
i c , norm P g √2 ic
PLL
ug
FTMAnc ( s)
Magnitude
C i (s )
FTMAc ( s)
ω
0 dB
Fase
ωg ω z ,i ω c ,c ω c , nc ω r ω s
ω
−0 º
− 45 º
− 90 º
− 135º
− 180º
CAPÍTULO 3
Filtro Z1 Z2 Z3
L sL1 ∞ 0
1
LCL sL1 sCf sL2
1
LCL+R sL1 sCf + R1
sL2
d
1
LCL+RC sL1 sCf + 1 sL2
Rd + 1
sCd
passivos de saída considerados neste estudo podem ter suas relações en-
tre entrada e saída deduzidas facilmente por meio do modelo genérico
T, conforme a Figura 3.1.
Figura 3.1: Modelo T genérico de filtros passivos para dedução da função de trans-
ferência que relaciona tensão de entrada com a corrente de saída.
Figura 3.2: Topologias de filtros comparadas. (a): L. (b): LCL. (c): LCL+R. (d):
LCL+RC.
L1 L1 L2
uc ig uc C eq ig
(a) (b)
L1 L2 L1 L2
Rd
ig uc Cf ig
uc C eq Rd
Cd
(c) (d)
3.1.1 Filtro L
O filtro L é a topologia de filtro passivo mais simples e tradicional
a ser utilizada num inversor conectado à rede, pois é composta por
apenas um componente indutivo cuja impedância decai linearmente
com a frequência numa taxa de 20 dB/dec. Possui como vantagens o
fato de não causar ressonância e de possuir uma função de transferência
(eq. 3.2) de primeira ordem com fácil controle.
1
GL (s) = (3.2)
sL1
O principal problema de se utilizar este filtro reside na dificul-
dade de se atingir uma boa atenuação na frequência de comutação ao
34 CAPÍTULO 3
40
20
Magnitude (dB)
0
-20
-40
-60
-80
-90
-135
Fase (º)
-180 G L (s )
G LCL (s)
-225 G LCL + R (s)
G LCL + RC ( s)
-270
3 4 5
10 10 10
Frequência (Hz)
[28].
1
GLCL (s) = (3.3)
s3 L1 L2 Cf + s(L1 + L2 )
(3.5)
O problema do filtro LCL+R relatado anteriormente é resolvido
graças à inserção do capacitor Cd em série com Rd que, em baixas
frequências, especialmente em torno de fg , desacopla o ramo de amor-
tecimento contendo Rd . Isso implica no corte das perdas em torno de
fg sem afetar o desempenho de atenuação em torno da frequência de
comutação fs .
Para compreender a importância de um filtro de alta ordem vale
verificar a variação das impedâncias internas Z1 , Z2 e Z3 do modelo
T com a visualização da Figura 3.4. Nela, observa-se que os indutores
apresentam baixas reatâncias e os ramos transversais possuem alta im-
pedância para a frequência da rede (f = fg ). Este cenário se inverte
na frequência de comutação (f = fs ), na qual os indutores adquirem
alta reatância e os ramos transversais baixa impedância. Estas carac-
terísticas são típicas de um filtro passa-baixas de ordem elevada, já
que as baixas frequências passam sem muitos problemas da entrada
para a saída e as altas frequências, além de sofrerem alta impedância
longitudinal, são curto-circuitadas pelas baixas impedâncias nos ramos
transversais.
104
3
10
2
10
|Z|( Ω )
1
10
100
−1
10 Z1
Z2
10
−2
Z3
1 2 3 4 5 6
10 10 10 10 10 10
f (Hz)
Parâmetro Valor
√
∆Ic máximo 30% Ic 2
Ug 220 V
Ucc 381 V
Pg 1 kW
fg 60 Hz
fs 50 kHz
fr,min 5 kHz
fr,max 20 kHz
Projeto do indutor L1
O indutor L1 depende de parâmetros inerentes do sistema (ten-
são de barramento, índice de modulação e frequência de comutação)
e da máxima oscilação de corrente permitida através dele. Para um
índice de modulação (divisão da tensão de pico da rede pela tensão do
barramento) entre 0, 5 e 1, o menor valor de L1 é calculado por (3.6)
comop já se faz tradicionalmente. Neste projeto, o índice de modulação
é de 2/3 ≈ (311/381) (V/V).
Ucc
L1,min = ∆ic,max
(3.6)
8fs 2
CAPÍTULO 3 39
∆ic,max √
< 30%Ic 2 (3.7)
2
L1,min =988 µH
∴ L1 :=1 mH
s
1 1
fr,min = lim fr =
Lg →∞ 2π L1 Ceq (3.10)
fr,min := 5 kHz
s
1 L1 + L2
fr,max = lim fr =
Lg →0 2π L1 L2 Ceq (3.11)
fr,max := 20 kHz
Banda permitida
100
fr
20 log10|G LCL ( s)|
-100
Lg→ 0
L g →∞
-200 5
103 f r , min 104 f r , max f s 10
f (Hz)
1
Ceq = 2
(2πfr,min ) · L1 (3.12)
∴ Ceq ≈ 1 µF
No entanto, deve-se cuidar para que Ceq não seja elevado a ponto
CAPÍTULO 3 41
5%Pg
Ceq,max =
2πfg Ug2 (3.14)
∴ Ceq,max = 2, 74 µF
Projeto do indutor L2
L1
L2,min =
(2πfr,max )2 L1 Ceq − 1
(3.15)
L2,min = 67, 6 µH
∴ L2 := 70 µH
ig 1
(s) = 2 (3.16)
ic s Ceq L2 + 1
102
C eq , max
1
101 2
3
4
100 5
10-1
10-2
10-6 10-5 10-4 10-3
L 2 (H)
Pf Rd
(fg ) = 2 (3.18)
u2c
1+rC
Rd2 + rC Ceq ωg
2
( VV² )
lim
W
P f μμW
2
2
uc
ω →ω g
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
rC
250
200
( V²V )
W
P f μμW
2
150
2
uc
100
ω →ω s
lim
50
0
0 2 4 6 8 10
rC
1
Cf = Ceq
1 + rC (3.20)
∴ Cf := 0, 47 µF
rC
Cd = Ceq
1 + rC (3.21)
∴ Cf := 0, 47 µF
50
r C=¿
0 ,0
0 ,5
1,0
Magnitude (dB)
0
1,5
2 ,0
2 ,5
− 50
− 100
10 f (kHz) 100
tes extremos nos quais o filtro LCL+RC se equivale a filtros LCL (sem
amortecimento).
O primeiro passo na determinação de Rd,opt consiste em verificar
que a função (3.5) possui quatro polos complexos, sendo um localizado
na origem. A partir de uma fatoração do polo da origem, obtêm-se
a expressão (3.22) como polinômio característico de GLCL+RC (s). Os
coeficientes a, b e c são obtidas a partir dos termos no denominador da
função (3.5).
s3 + as2 + bs + c = 0 (3.22)
Figura 3.10: Diagrama de bode de GLCL+RC (s) para diferentes múltiplos de Rd,opt
10
R d , opt
0 0,001
0,1
-10 0,5
1
-20 15
G LCL + RC ( s) (dB)
-30
-40
-50
-60
-70
-80
-90
5
10
4
f (Hz) 10
1
Gres (s) = c (3.25)
s2 + s(a + sr ) − sr
d
|Gres (jωres )| = 0
dRd (3.27)
∴ Rd,opt = 22 Ω
ωres ωres
20 log10|G res ( j ω , R d )|
t
op
d, Rd
R
ω
48 CAPÍTULO 3
Projeto do indutor L1
O critério que determina L1 aqui pode ser o mesmo utilizado pelo
método proposto que se baseia na limitação de ∆ic , conforme (3.28) e
(3.7).
Ucc
L1,min = ∆ic,max
(3.28)
8fs 2
L1,min =988 µH
∴ L1 :=1 mH
Projeto do indutor L2
Define-se uma dependência linear rL de L2 por L1 como (3.29).
L2
rL = (3.29)
L1
rL := 3
∴ L2 = 3 mH
CAPÍTULO 3 49
60
50
40
30
fr
20
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
rL
Ug2
Zb =
Pg (3.30)
Zb =48, 4 Ω
L1
Ceq =
Zb2 (3.31)
Ceq =440 nF
∴ Cd := 0, 22 µF
(3.32)
∴ Cf := 0, 22 µF
Rd = Rd,opt
(3.33)
Rd = 22 Ω
Projeto do indutor L1
Ucc
L1,min = ∆ic,max
(3.34)
8fs 2
L1,min =988µH
∴ L1 :=1 mH
Projeto do indutor L2
∴ L2 := 1 mH
5%Pg
Ceq ≤
Ug2 ωg (3.35)
Ceq ≤ 2, 74 µF
∴ Cf = 1 µF
∴ Cd = 1 µF
Tabela 3.3: Valores das indutâncias e suas relações para cada método.
Método
Parâmetro Proposto Liserre-Blaabjerg Wu-Blaabjerg
L1 (µH) 1000 1000 1000
L2 (µH) 70 3000 1000
rL 0,07 3 1
Leq (µH) 1070 4000 2000
Figura 3.13: Sistema genérico em malha fechada para traçar os ramos do lugar
geométrico das raízes.
E
X K G ( s) Y
1 + K · G(s) = 0 (3.37)
• rL = 70/1000;
• Ceq = 1 µF;
• rC = 1;
• Rd = 22 Ω.
3.3.1 Rd variável
A partir das definições anteriores, traça-se o mapeamento dos
polos e zeros de GLCL+RC (s) para diversos valores de Rd , como mostra
a Figura 3.14. Nela, os polos são representados por "×"e os zeros por
"◦". Como o plano s sempre possui simetria em relação ao eixo real ao
representar sistemas físicos, o semiplano inferior não foi representado
por ser redundante.
Observa-se que há polos e zeros no eixo real, mas estes não são
do interesse de análise. É necessário atentar ao par de polos complexos
com trajetória encurvada ilustrada na parte superior da Figura 3.14,
onde foi destacada em vermelho a localização do polo para o caso da
definição padrão vista anteriormente.
A Figura 3.14 ilustra uma variação de Rd = 0, 1 Ω até Rd =
10 kΩ seguindo os sentidos de crescimento das setas e permite identifi-
car uma tendência: para valores muito elevados ou muito reduzidos de
CAPÍTULO 3 55
10 4
18
16
14
12
j ω (rad / s )
10
0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
σ ( rad / s) 10 4
56 CAPÍTULO 3
Figura 3.15: Diagrama de Bode de GLCL+RC (s) para diversos valores de Rd . Leq =
1070µH, rL = 70/1000, Leq = 1070µH, rL = 70/1000, Ceq = 1µF , rC = 1.
20
-20
Magnitude (dB)
-40
-60
-80
-100
-90
-135
-180
Fase (º)
-225
-270
10 3 10 4 10 5
Frequência (Hz)
Figura 3.16: Traçado do mapeamento dos polos e zeros de GLCL+RC (s) para di-
versos valores de Ceq . Leq = 1070µH, rL = 70/1000, rC = 1, Rd = 22Ω.
10 4
18
16
14
12
j ω (rad / s )
10
0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
σ ( rad / s) 10 4
58 CAPÍTULO 3
Figura 3.17: Diagrama de Bode de GLCL+RC (s) para diversos valores de Ceq .
Leq = 1070µH, rL = 70/1000, rC = 1, Rd = 22Ω.
50
Magnitude (dB)
-50
-100
-90
-135
-180
Fase (º)
-225
-270
10 3 10 4 10 5
Frequência (Hz)
CAPÍTULO 3 59
3.3.3 rC variável
Para uma variação de rC no intervalo de 0, 1 a 10 com os demais
parâmetros fixados, obtêm-se o traçado da Figura 3.18. Para rC = 0
o par de polo conjugados se localiza sobre o eixo imaginário pois este
valor implica na inexistência do ramo de amortecimento. A medida
que rC aumenta com o incremento relativo de Cd sobre Cf , os polos se
afastam do semiplano direito, e a frequência de ressonância aumenta,
assim como a atenuação em torno dela. O aumento da atenuação da
frequência ressonante é devido à grande mudança angular do par de
polos conjugados desta variação paramétrica. Este comportamento é
evidenciado pelo diagrama de Bode da Figura 3.19.
Figura 3.18: Traçado do mapeamento dos polos e zeros de GLCL+RC (s) para di-
versos valores de rC . Leq = 1070µH, rL = 70/1000, Ceq = 1µF , Rd = 22Ω.
10 4
18
16
14
12
j ω(rad / s )
10
0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
σ ( rad / s) 10 4
60 CAPÍTULO 3
Figura 3.19: Diagrama de Bode de GLCL+RC (s) para diversos valores de rC . Leq =
1070µH, rL = 70/1000, Ceq = 1µF , Rd = 22Ω.
-20
Magnitude (dB)
-40
-60
-80
-100
-90
-135
Fase (deg)
-180
-225
-270
10 3 10 4 10 5
Frequência (Hz)
Figura 3.20: Traçado do mapeamento dos polos e zeros de GLCL+RC (s) para di-
versos valores de Leq . rL = 70/1000, Ceq = 1µF , rC = 1, Rd = 22Ω.
10 4
18
16
14
12
j ω(rad / s )
10
0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
σ ( rad / s) 10 4
62 CAPÍTULO 3
Figura 3.21: Diagrama de Bode de GLCL+RC (s) para diversos valores de Leq .
rL = 70/1000, Ceq = 1µF , rC = 1, Rd = 22Ω.
50
0
Magnitude (dB)
-50
-100
-90
-135
-180
Fase (º)
-225
-270
10 3 10 4 10 5
Frequência (Hz)
CAPÍTULO 3 63
3.3.5 rL variável
Finalmente, para uma variação de rL no intervalo de 0, 01 a 10, o
mapeamento de polos e zeros adquire a forma ilustrada na Figura 3.22.
Um incremento na razão das indutâncias para os demais parâmetros
fixados se deve a um aumento relativo de L2 sobre L1 , implicando numa
redução da frequência de ressonância e da atenuação dela. A trajetória
de deslocamento do par de polos conjugados para a variação de rL é
muito parecida com a da variação de Leq . No entanto, como mostra o
diagrama de Bode da Figura 3.23, a magnitude de GLCL+RC (s) cresce
à medida que a frequência ressonante diminui, o oposto do que ocorre
no diagrama de Bode da Figura 3.21.
Figura 3.22: Traçado do mapeamento dos polos e zeros de GLCL+RC (s) para di-
versos valores de rL . Leq = 1070µH, Ceq = 1µF , rC = 1, Rd = 22Ω.
10 4
18
16
14
12
j ω(rad / s )
10
0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
σ ( rad / s) 10 4
64 CAPÍTULO 3
Figura 3.23: Diagrama de Bode de GLCL+RC (s) para diversos valores de rL . Leq =
1070µH, Ceq = 1µF , rC = 1, Rd = 22Ω.
-20
Magnitude (dB)
-40
-60
-80
-100
-90
-135
-180
Fase (º)
-225
-270
10 3 10 4 10 5
Frequência (Hz)
3.3.6 Composição
Após realizar uma análise individual detalhada, é interessante
compor as figuras de mapeamento das raízes de GLCL+RC (s) numa só,
a fim de se ter uma ideia mais abrangente dos fenômenos em questão.
A Figura 3.24 ilustra o que ocorreria com o par de polos conjuga-
dos se, a partir do ponto de operação (circunferência tracejada), cada
parâmetro fosse individualmente variado, enquanto os demais ficassem
fixados.
Na Figura 3.24 é observável que os traçados de Leq e rL de fato
se sobrepõem e se desenvolvem com bastante similaridade ao traçado
de Ceq , causando uma convergência para a origem à medida que os
parâmetros são incrementados. Além disso, os traçados de Rd e rC
partem do mesmo local quando Rd = 0 Ω e rC = 0. Este fenômeno
é facilmente compreendido quando se nota que, se rC = 0, Cd tam-
bém se anula e Rd é eletricamente desacoplado do filtro, eliminando a
propriedade amortecedora.
CAPÍTULO 3 65
Figura 3.24: Traçado do mapeamento dos polos e zeros de GLCL+RC (s) para todos
os parâmetros variando individualmente a partir do ponto de operação projetado
conforme o método proposto.
10 4
18
16
14
12
j ω(rad / s )
10
Rd
4
C eq
rC
2 Leq
rL
0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
σ ( rad / s) 10 4
66 CAPÍTULO 3
~ ×H
∇ ~ =J~
Z Z
~ ×H
∇ ~ · dA~= J~ · dA
~
Am Am
I (3.38)
~ · d~l =nI
H
∂Am
F =nI
~
∇~ ×E ~ =n ∂ B
ZZ ∂t Z Z
~ ×E ~ · dA~ =n ∂ ~ · dA
~
∇ B
Ac ∂t Ac (3.39)
I
~ · d~l =n ∂Φ
E
∂Ac ∂t
U =jωnΦ
F = ΦR (3.40)
F =ΦR
U
nI = R
jωn
n2
jωI =U (3.41)
R
n2 dI
=U
R dt
dI
L =U
dt
A dedução de (3.41) mostra como encontrar a relação entre ten-
são e corrente num elemento puramente indutivo. A relutância também
pode ser deduzida a partir das relações anteriores, como mostram as
relações apresentadas em (3.42).
F
R=
Φ
~ · d~l)
H
(H
R = R ∂Am (3.42)
(µH~ · dA)
~
Ac
lc
R=
µAc
Definição da indutância
Definição do núcleo
• Modelo: 78071A7
• Fabricante: Magnetics
• Massa: 38 g
µH
• µ = 60 m
• Al = 61 nH(±8%)
• lc (Le ) = 81, 4 mm
• Vc = 5.340 (mm)3
• l1 = 33 mm
• l2 = 20 mm
• l3 = 11 mm
70 CAPÍTULO 3
l2
l3
l1
lc
R= (3.43)
µAc
O desenvolvimento de (3.41) mostra que as variáveis n e R ca-
racterizam a indutância própria L do indutor. Então segue que:
√
n= LR (3.44)
r
L
n= (3.45)
Al
1
R= (3.46)
Al
60
50
A l (nH )
40
30
20
0 400 800 1200 1400
n⋅I ( A)
72 CAPÍTULO 3
Verificação de realização
Os últimos passos consistem na verificação da possibilidade de
realizar o projeto. É necessário verificar se:
2 lcirc n
Pw,bf = Ic,bf (3.48)
σ f Af
s
2
δ= (3.49)
σf ωs µf
2 lcirc n
Pw,af = Ic,af (3.51)
σf Af,af
( mW
cm³³ . )
mW .
P vol
cm
f (kHz)
200
1000 50
10
100 2
0 ,5
10 0 ,06
1
0 ,01 0 ,1 1 Δ B (T)
2
∆B
log(Pvol ) = log(k) + kf · log(f ) + kB · log (3.53)
2
∆B
∂log(Pvol ) ∂[log(k) + kf · log(fs )] ∂log 2
∆B
= ∆B
+ kB · ∆B
(3.54)
∂log 2 ∂log 2 ∂log 2
∂log(Pvol )
kB = = 1, 91 (3.55)
∂log ∆B
2
∂log(Pvol )
kf = = 1, 11 (3.57)
∂log(f )
Finalmente, o coeficiente de perdas k pode ser calculado por
(3.58).
Pv
k= kB
= 663 (3.58)
f kf (∆B/2)
Como já foi visto, a corrente ic varia com o tempo em função da
tensão da rede. Já que está sendo considerada apenas uma harmônica
para as perdas no núcleo (f = fs ), isto implica numa perda calculada
menor que a verdadeira. Para compensar parcialmente este efeito, será
considerado o valor máximo de ∆ic (equação 2.4), e não seu valor mé-
dio, para estimar as perdas magnéticas. A equação 3.59 permite obter
uma oscilação da densidade de fluxo devido a uma oscilação de corrente.
L∆I
∆B = (3.59)
nAc
76 CAPÍTULO 3
Pc = Vc Pvol (3.60)
B
B sat
ΔB Região de
B0 saturação
Δ ic
ic
⟨ i c ⟩T s
CAPÍTULO 3 77
3.4.6 Temperatura
Um corpo que converte energia eletromagnética em energia tér-
mica em sua massa a uma taxa constante (regime permanente) alcança
equilíbrio térmico após certo tempo devido à fuga de energia para o
espaço ao redor por meio de três maneiras [40]:
2 2 !!
l1 l2
Aexp = π · l1 l3 + l2 l3 + 2 + (3.63)
2 2
Simulações
Tabela 4.1: Valores dos elementos passivos utilizados na comparação das metodo-
logias de projeto do filtro LCL+RC.
Método
Parâmetro Proposto Liserre-Blaabjerg WU-Blaabjerg
L1 (µH) 1000 1000 1000
L2 (µH) 70 3000 1000
Cf (µF) 0,47 0,22 1,0
Cd (µF) 0,47 0,22 1,0
Rd (Ω) 22 22 47
79
80 CAPÍTULO 5
Figura 4.1: Espectro de atenuação das funções ig (s)/uc (s) para os três métodos com
a rede curto circuitada e limite normativo de harmônicas injetadas (IEEE 519-2014).
80
Método proposto
60 Método Liserre-Blaabjerg
40 Método Wu-Blaabjerg
Limite normativo
20
u c (s)
i g ( s)
0
G (s)=
-20
-40
-60
-80
0 ,1 1 10 100 500
f (kHz)
Método
Parâmetro Proposto Liserre-Blaabjerg WU-Blaabjerg
Ki 0,0589 0,2234 0,1117
ωz,i (rad/s) 2177 2177 2183
CAPÍTULO 5 81
4.2 Metodologia
As simulações foram realizadas sob as seguintes condições:
√
• ug (t) = 220 2sen(2π60t) V;
√
• Ucc = 220 3 V;
• Pg = 1 kW;
Pg
FP = (4.1)
Sg
4.3.2 THD
O índice THD (Total Harmonic Distortion) infere o nível de
poluição harmônica injetada na rede a partir de um cálculo realizado
sobre o sinal ig com período base de 60 Hz (frequência fundamental).
82 CAPÍTULO 5
4.3.3 Eficiência
A eficiência é a razão da potência injetada na rede pela potência
fornecida pelo barramento CC, como mostra (4.3).
Pg
η= (4.3)
Pcc
Método
Parâmetro Proposto Liserre-Blaabjerg WU-Blaabjerg
FP 99,93% 99,99% 99,93%
T HD* 3,02% 0,917% 0,220%
η** 99,32% 99,29% 99,34%
PRd (mW)
410 590 350
i (f )
20 log igc (fss) -9,54 dB -39,4 dB -40,6 dB
*Considerando até a 1000a
harmônica de fg . **Cálculo de eficiência não considera
perdas nos elementos magnéticos.
400
200
ug 0
-200
-400
ig 0
-5
400
200
uc 0
-200
-400
ic 0
-5
× 10−8
u g (60) 2
ug( f )
0,02
i g (60)
i g( f )
0,01
0,00
0,4
uc (60)
uc ( f )
0,2
0,0
0,06
0,04
i c (60)
ic( f )
0,02
0,00
20 40 60
f (kHz)
86 CAPÍTULO 5
400
200
ug 0
-200
-400
ig 0
-5
400
200
uc 0
-200
-400
ic 0
-5
× 10−8
2
u g (60)
ug( f )
0
−3
× 10
1,5
i g (60)
i g( f )
1,0
0,5
0,0
0,4
uc (60)
uc ( f )
0,2
0,0
0,06
0,04
i c (60)
ic( f )
0,02
0,00
20 40 60
f (kHz)
88 CAPÍTULO 5
400
200
ug 0
-200
-400
ig 0
-5
400
200
uc 0
-200
-400
ic 0
-5
× 10−8
2
u g (60)
ug( f )
0
× 10−4
6
4
i g (60)
i g( f )
0,00
0,4
uc (60)
uc ( f )
0,2
0,0
0,06
0,04
i c (60)
ic( f )
0,02
0,00
20 40 60
f (kHz)
90 CAPÍTULO 5
Figura 4.8: Sinais de entrada e saída do filtro no domínio da frequência lado a lado
utilizando os três métodos.
Proposto
Método
Liserre-Blaabjerg
−8 WU-Blaabjerg
× 10
2
u g (60)
ug( f )
0
0,02
i g (60)
i g( f )
0,01
0,00
0,4
uc (60)
uc ( f )
0,2
0,0
0,06
0,04
i c (60)
ic( f )
0,02
0,00
49,5 50 50,5
f (kHz)
CAPÍTULO 5 91
Indutância 1 Método
Parâmetro Proposto Liserre-Blaabjerg WU-Blaabjerg
L1 /2 (µ H) 500 500 500
n 91 91 91
Pw (W) 2,76 2,76 2,76
Pc (W) 2,41 2,41 2,41
∆Bmax (mT) 168 168 168
Bmax (mT) 625 625 625
◦
∆T (C ) 80 80 80
Núcleo L2
A indutância L2 é construída em núcleo único e suas estimativas
estão listadas na Tabela 4.5. Observa-se que, quando os indutores di-
ferentes são expostos às mesmas correntes e tensões, aqueles de maior
indutância sofrem maiores esforços magnéticos e térmicos no núcleo e
menores esforços elétricos nos condutores. Logo, o método proposto,
92 CAPÍTULO 5
Indutância 2 Método
Parâmetro Proposto Liserre-Blaabjerg WU-Blaabjerg
L2 (µH) 70 3000 1000
n 34 222 128
Pw (W) 1,01 6,60 3,81
Pc (W) 0,026 0,008 0,000
∆Bmax (mT) 16 8 1
Bmax (mT) 210 1328 765
◦
∆T (C ) 21 98 62
CAPÍTULO 5
Resultados Experimentais
Modelo teórico
Resultado experimental
10 3
10 2
|Z 2 ( Ω )|
10 1
10 0
10 -1
10 -2
0,1 1 10 100 1.000 10.000
f (kHz)
5
10 Modelo teórico
4 Resultado experimental
10
3
10
2
|Z 3 (Ω )|
10
1
10
0
10
-1
10
-2
10 0,1 1 10 100 1.000 10.000
f (kHz)
10 5
Modelo teórico
Resultado experimental
10 4
|Z 1 ( Ω )| 10 3
10 2
10 1
10 0
10 -1
0,1 1 10 100 1.000 10.000
f (kHz)
Figura 5.4: Fotografia dos indutores de 1 mH para comparar modelos das três
marcas.
100
Modelo Teórico
78071A7 (Magnetics)
10 KS106026A (Magmatec)
APH23P60 (Amogreentech)
1
L1 (mH)
0,1
0,01
0,001
0,1 1 10 100 1.000 10.000
f (kHz)
placa de prototipagem.
A Figura 5.6 ilustra a comparação direta entre o modelo e a
medição realizada com o filtro projetado os três métodos. As medi-
ções evidenciam que o filtro é modelado com boa precisão para uma
banda de aproximadamente 400 kHz, frequência a partir da qual seu
comportamento verdadeiro diverge daquele estimado.
Estes resultados experimentais podem então garantir que dentro
da banda de frequências englobada pela frequência de comutação, os
modelos pouco divergirão da realidade quando se levando em conta a
variação paramétrica em função da frequência.
CAPÍTULO 6 97
Figura 5.6: Função de transferência admitância ic (s)/uc (s) para os três métodos de
projeto com resultados medidos em circuito real.
10
Experimental Teórico
Proposto
0 Liserre-Blaabjerg
Wu-Blaabjerg
-10
-20 Proposto
Liserre-Blaabjerg
(u S )
-30
−1
Wu-Blaabjerg
-40
c
ic
20 log10
-50
-60
-70
-80
-90
-100
0,1 1 10 100 1.000 10.000
f (kHz)
CAPÍTULO 6
Conclusão
Trabalhos futuros
Com base no trabalho apresentado, poder-se-ia estender o mé-
todo de análise de mapeamento de polos e zeros para variações para-
métricas multivariáveis que facilitassem o deslocamento do ponto de
operação para o local desejado de modo generalizado. Para tal, seria
necessário um desenvolvimento matemático mais aprofundado e apli-
cado ao projeto dos filtros.
É possível que se possa definir um conjunto de valores ideais
dos componentes para atingir um determinado desempenho a partir de
uma escolha adequada de local para colocar o par de polos complexos
da função de transferência do filtro LCL+RC. Portanto, um software
capaz de traçar automaticamente as trajetórias de deslocamento com
atualização instantânea após modificação e que determinasse a melhor
localização dos polos em termos de desempenho e custo seria de grande
auxílio para futuros projetistas.
Referências Bibliográficas
[20] LEE, F.; JIAO, J. LCL Filter Design and Inductor Current Ripple
Analysis for a Three-Level NPC Grid Interface Converter. IEEE
Trsansactions on Power Electronics, v. 30, n. 9, set. 2015.
[29] WU, W;HE, Y.; BLAABJERG, F;. New Design Method for the
Passive Damped LCL and LLCL Filter-Based Single-Phase Grid-
Tied Inverter. IEEE Transactions on Industrial Electronics, v. 60,
n. 10, out. 2013.
[34] WU, W;HE, Y.; BLAABJERG, F;. An LLCL power filter for
single-phase grid-tied inverter. IEEE Transactions on Industrial
Electronics, v. 27, n. 2, fev. 2012.
BIBLIOGRAFIA 105