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Universidade Estadual de Londrina

Centro de Tecnologia e Urbanismo


Departamento de Engenharia Elétrica

Arthur de Abreu Romão

Pré-regulador de fator de potência usando a


topologia Ćyback com entrada universal e
saída em 30V/1,5A

Londrina
2017
Universidade Estadual de Londrina
Centro de Tecnologia e Urbanismo
Departamento de Engenharia Elétrica

Arthur de Abreu Romão

Pré-regulador de fator de potência usando a


topologia Ćyback com entrada universal e saída em
30V/1,5A

Trabalho de Conclusão de Curso orientado pelo Prof. Dr. Carlos


Henrique Gonçalves Treviso intitulado ŞPré-regulador de fator de
potência usando a topologia Ćyback com entrada universal e saída
em 30V/1,5AŤ e apresentado à Universidade Estadual de Londrina,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título de
Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Henrique Gonçalves Treviso

Londrina
2017
Ficha CatalográĄca

Arthur de Abreu Romão


Pré-regulador de fator de potência usando a topologia Ćyback com entrada
universal e saída em 30V/1,5A - Londrina, 2017 - 102 p., 30 cm.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Henrique Gonçalves Treviso
1. Eletrônica de Potência. 2. Fonte Chaveada. 3. Correção de fator de
potência. 4. Conversor AC/DC.
I. Universidade Estadual de Londrina. Curso de Engenharia Elétrica. II.
Pré-regulador de fator de potência usando a topologia Ćyback com entrada
universal e saída em 30V/1,5A.
Arthur de Abreu Romão

Pré-regulador de fator de potência usando a


topologia Ćyback com entrada universal e
saída em 30V/1,5A

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina,
como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Elétrica.

Comissão Examinadora

Prof. Dr. Carlos Henrique Gonçalves


Treviso
Universidade Estadual de Londrina
Orientador

Prof. Dr. Aziz Elias Demian Junior


Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Newton da Silva


Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 23 de fevereiro de 2017


Dedico este trabalho a todos que
tornaram possível a realização deste projeto.
Agradecimentos

Agradeço a minha família e namorada por todo o incentivo e apoio oferecidos durante
estes anos de graduação.
Ao Prof. Dr. Carlos Henrique Gonçalves Treviso por compartilhar seu conhecimento e
por toda sua orientação durante a realização deste trabalho, acompanhando semanalmente
o desenvolvimento do mesmo.
A todos os professores que contribuiram e participaram de minha formação acadêmica,
e aos técnicos por sua colaboração e ajuda.
Por Ąm, agradeço aos meus amigos Italo, Lucas, Andrey e Daniel por sua companhia
durante esta jornada, e ao Marco Aurélio companheiro de laboratório por sua ajuda
durante a realização deste projeto.
Arthur de Abreu Romão. Pré-regulador de fator de potência usando a topologia
Ćyback com entrada universal e saída em 30V/1,5A. 2017. 102 p. Trabalho
de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica - Universidade Estadual de Londrina,
Londrina.

Resumo
Atualmente a forma mais eĄciente de conversão de corrente elétrica alternada para con-
tínua é através de conversores estáticos, porém a utilização dos mesmos provoca a degra-
dação do fator de potência e possui alta distorção harmônica total, inserindo um grande
volume de ruídos na rede elétrica, comprometendo, assim, a qualidade de energia. Neste
trabalho será apresentado o projeto de uma fonte chaveada, com tensão de saída de 30
V e corrente nominal de 1,5 A, baseando-se na topologia de conversor Ćyback atuando
no modo de transição, utilizando o circuito integrado dedicado L6561, visando corrigir o
fator de potência de modo a torná-lo o mais próximo possível do valor unitário, e com a
utilização de Ąltros, minimizar a propagação de ruídos eletromagnéticos na rede de dis-
tribuição.

Palavras-Chave: 1. Eletrônica de Potência. 2. Fonte Chaveada. 3. Correção de fator


de potência. 4. Conversor AC/DC.
Arthur de Abreu Romão. Power factor pre-regulator using Ćyback topology with
universal input and output at 30V / 1.5A. 2017. 102 p. Monograph in Electrical
Engineering - Londrina State University, Londrina.

Abstract
Currently the most eicient way to convert electric alternate current to continuous is
through switching, but this process causes the degradation of the power factor and has
a high total harmonic distortion, inserting a great amount of noise in the grid, thus
compromising the quality of energy. In this paper it will be presented the design of a
switched-mode power supply with 30V output voltage and rated current of 1.5A, based
on Flyback topology operating in transition mode, using the dedicated integrated circuit
L6561, in order to correct the power factor, making it the closest possible to the unit, and
the use of Ąlters, to minimize the propagation of electromagnetic noise in the distribution
grid.

Key-words: 1. Power Electronics. 2. Switched Mode Power Supply. 3. Power Factor


Correction. 4. AC/DC converter.
Lista de ilustrações

Figura 1 Ű Fonte de alimentação comercial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27


Figura 2 Ű Diagrama básico de uma fonte chaveada. . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 3 Ű Esquema elétrico do conversor Ćyback. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 4 Ű Sinal PWM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 5 Ű Diagrama para gerar um sinal PWM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 6 Ű Diagrama básico de um transformador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 7 Ű Esquema elétrico do optoacoplador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 8 Ű Sinais de tensão e corrente com defasagem. . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 9 Ű Exemplos de snubbers aplicados em um MOSFET e diodo. . . . . . . . 37
Figura 10 Ű Esquema elétrico de um Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 11 Ű Esquema elétrico de um Ąltro de saída. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 12 Ű Diagrama do circuito interno do CI L6561. . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 13 Ű GráĄco da função F1(x). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 14 Ű GráĄco da função F2(x). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 15 Ű GráĄco da função F3(x). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 16 Ű Esquema elétrico do circuito clamp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 17 Ű Esquema elétrico do circuito de realimentação do sinal de saída para o
CI L6561. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 18 Ű Exemplo do circuito de um conversor Ćyback utilizando o CI L6561. . . 46
Figura 19 Ű Esquema elétrico do conversor Ćyback baseado no CI L6561 com valores
de tensão de saída de 30 V e corrente de 1,5 A. . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 20 Ű Montagem inicial do circuito da Fig. 19 em protoboard sem indutor. . . 51
Figura 21 Ű Indutor acoplado do conversor Ćyback. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 22 Ű Montagem do circuito da Fig. 19 em protoboard com indutor. . . . . . 52
Figura 23 Ű Esquema elétrico do circuito de potência do conversor. . . . . . . . . . 53
Figura 24 Ű Esquema elétrico do circuito completo modiĄcado após testes em ban-
cada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 25 Ű Montagem do circuito de potência e protoboard com circuito de controle. 54
Figura 26 Ű Esquema elétrico da ligação dos instrumentos com o conversor para
obtenção dos valores da tensão e corrente de entrada. . . . . . . . . . . 55
Figura 27 Ű Montagem da bancada para testes no conversor. . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 28 Ű Tensão de saída ao ligar o conversor com valor ôhmico de carga igual
a 200Ω. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 29 Ű Tensão de saída ao comutar a carga de 21 Ω para 10 Ω . . . . . . . . . 57
Figura 30 Ű Frequência de chaveamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 31 Ű Sinal de tensão e corrente na entrada do conversor para condição no-
minal de funcionamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 32 Ű Primeira versão do Ąltro de entrada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 33 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor para condição no-
minal de funcionamento com Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 34 Ű Detalhe do Ąltro passa-baixa interno do CI L6561. . . . . . . . . . . . . 60
Figura 35 Ű Circuito com Ąltro passa-baixa no pino 4 do CI L6561 e soft-start com
realimentação de corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 36 Ű Esquema elétrico do circuito de soft-start. . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 37 Ű Esquema elétrico do circuito de limite de corrente. . . . . . . . . . . . . 62
Figura 38 Ű Detalhe do indutor para chaveamento em 50 ���. . . . . . . . . . . . . 63
Figura 39 Ű Segunda versão do Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Figura 40 Ű Filtro de Saída. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Figura 41 Ű Sinal de tensão de saída do conversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 42 Ű Sinal da tensão de saída do conversor em condição de carga elevada
acima da nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 43 Ű Comparação dos sinais PWM de chaveamento em diferentes condições
de carga de saída. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 44 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 90
� e com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω. . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 45 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 90
� e com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω. . . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 46 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 90
� e com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω. . . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 47 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
127 � e com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω. . . . . . . . . . . . . 71
Figura 48 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
127 � e com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω. . . . . . . . . . . . . 71
Figura 49 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
127 � e com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω. . . . . . . . . . . . . 71
Figura 50 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
220 � e com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω. . . . . . . . . . . . . 72
Figura 51 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
220 � e com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω. . . . . . . . . . . . . 72
Figura 52 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
220 � e com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω. . . . . . . . . . . . . 72
Figura 53 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
240 � e com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω. . . . . . . . . . . . . 73
Figura 54 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
240 � e com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω. . . . . . . . . . . . . 73
Figura 55 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com
240 � e com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω. . . . . . . . . . . . . 73
Figura 56 Ű Esquema elétrico da ligação do VARIAC com o conversor Ćyback. . . . 74
Figura 57 Ű Esquema elétrico das ligações dos instrumentos para ensaio do fator de
potência e eĄciência do conversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Figura 58 Ű GráĄco relacionando o fator de potência e corrente de saída para dife-
rentes valores de tensão de entrada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 59 Ű GráĄco relacionando a eĄciência e corrente de saída para diferentes
valores de tensão de entrada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 60 Ű Sinais de entrada do conversor alimentado com tensão de 115 � e po-
tência de 45 � . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 61 Ű Espectro harmônico do sinal de corrente na entrada do conversor. . . . 80
Figura 62 Ű Espectro harmônico do sinal da corrente de entrada do conversor, com-
ponentes próximas ao valor de 50 ���. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 63 Ű Comparação entre os sinais de entrada dos conversores retiĄcador mo-
nofásico e Ćyback. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 64 Ű Espectro harmônico do sinal de corrente na entrada para os conversores
retiĄcador monofásico e Ćyback. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 65 Ű Modelo da PCI do Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 66 Ű Modelo da PCI do circuito de controle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Figura 67 Ű Modelo da PCI do circuito de potência, montagem Ąnal. . . . . . . . . 84
Figura 68 Ű Esquema elétrico do Ąltro de linha para roteamento. . . . . . . . . . . 97
Figura 69 Ű Esquema elétrico do circuito de controle para roteamento. . . . . . . . 98
Figura 70 Ű Esquema elétrico do circuito de potência para roteamento. . . . . . . . 98
Figura 71 Ű PCI do Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Figura 72 Ű Top layer da PCI do Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Figura 73 Ű Bottom layer da PCI do Ąltro de linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Figura 74 Ű PCI do circuito de controle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 75 Ű Top layer da PCI do circuito de controle. . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 76 Ű Bottom layer da PCI do circuito de controle. . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 77 Ű PCI do circuito de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Figura 78 Ű Top layer da PCI do circuito de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Figura 79 Ű Bottom layer da PCI do circuito de potência. . . . . . . . . . . . . . . 102
Lista de tabelas

Tabela 1 Ű Resultados preliminares para saída do conversor em diferentes condi-


ções de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Tabela 2 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 90 � . . . . 75
Tabela 3 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 127 � . . . 76
Tabela 4 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 220 � . . . 76
Tabela 5 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 240 � . . . 77
Lista de Siglas e Abreviaturas

AC Alternate Current (Corrente Alternada)


DC Direct Current (Corrente Contínua)
RMS Root Mean Square (Valor quadrático médio ou valor eĄcaz)
PWM Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso)
CI Circuito Integrado
PFC Power Factor Correction (Correção de Fator de Potência)
THD Total Harmonic Distortion (Distorção Harmônica Total)
MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Efect Transistor
Eq. Equação
LED Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz)
CTR Current Transference Ratio (Razão de Transferência de Corrente)
Fig. Figura
PCI Placa de circuito impresso
fp Fator de Potência
FFT Fast Fourier Transform (Transformada Rápida de Fourier)
PTH Pin-Through Hole
SMD Surface Mounted Device
Tab. Tabela
Lista de Símbolos

Δ� Sobretensão de indutância
Δ�� Máximo ripple de saída do conversor
�� Fator de indutância
�� Produto das áreas do núcleo do indutor
������ Área de seção dos condutores
������� Capacitância mínima de saída do conversor
�� ���� Máximo valor de transferência de corrente do optoacoplador
�� ���� Mínimo valor de transferência de corrente do optoacoplador
�� Frequência mínima da rede elétrica
������ Frequência de chaveamento mínima do conversor
�� Corrente de coletor no transistor do optoacoplador
�� Corrente de condução direta do diodo de saída do conversor
���� Corrente de saída do conversor
�� �� Corrente de pico no primário do indutor
�� �� Corrente de pico no secundário do indutor
��� �� Corrente eĄcaz no primário do indutor
��� �� Corrente eĄcaz no secundário do indutor
� Densidade de corrente
�� Relação tensão pico-reĆetida
�� Indutância do enrolamento primpario do indutor
��� Potência máxima de entrada do conversor
���� Potência máxima de saída do conversor
������ Máxima resistência de condução do MOSFET
��� Tensão de entrada do conversor
������ Tensão de entrada máxima do conversor
������ Tensão de entrada mínima do conversor
��� Tensão reversa no diodo clamp
������ Máxima tensão reversa de dreno do MOSFET
�� Tensão de condução do diodo
�� � �� Tensão aplicada ao pino 3 (MULT) do CI L6561
�� � �� ����� Tensão máxima de pico aplicada ao pino 3 (MULT) do CI L6561
�� � �� ����� Tensão mínima aplicada ao pino 3 (MULT) do CI L6561
���� Tensão de saída do conversor
�� ���� Tensão de pico máxima na entrada do conversor
�� ���� Tensão de pico mínima na entrada do conversor
�� Tensão reĆetida
���� ��� Tensão reversa máxima do diodo de saída do conversor
Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 Conversor Flyback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2 Modulação PWM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3 Isolação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.1 Indutor Acoplado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.2 Optoacoplador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.4 Distorção Harmônica Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.5 Fator de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.6 Interferências de Radiofrequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.7 Etapas de Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.7.1 EspeciĄcações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.7.2 Decisões de Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.7.3 Cálculos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.7.4 Condições de Operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.7.5 Indutor Acoplado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.7.6 Seleção do MOSFET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.7.7 Seleção do Diodo de Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.7.8 Capacitor de Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.7.9 Diodos Clamp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.7.10 Divisor resistivo Multiplier e Resistor sensor de corrente . . . 43
2.7.11 Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.7.12 Circuito Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.8 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

3 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.1 Cálculos de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 Implementação do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.3 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.4 Ajustes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.1 Tensão de Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.2 Frequência de Chaveamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.3 Tensão e Corrente de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.4 Fator de Potência e EĄciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.5 Distorção Harmônica Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.6 Placa de Circuito Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.7 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

5 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES GERAIS . . . . . . . . . . . . 87


5.1 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

APÊNDICE A Ű CÁLCULOS DE PROJETO NO MATLAB 91


A.1 Programa em MATLAB para dimensionamento dos compo-
nentes do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
A.2 Programa em MATLAB para cálculo do indutor acoplado . . 94

APÊNDICE B Ű ROTEAMENTO DAS PLACAS DE CIR-


CUITO IMPRESSO NO SOFTWARE AL-
TIUM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
B.1 Esquemas elétricos dos circuitos implementados no software
ALTIUM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
B.2 Roteamento da PCI do Ąltro de linha . . . . . . . . . . . . . . . 99
B.3 Roteamento da PCI do circuito de controle . . . . . . . . . . . 100
B.4 Roteamento da PCI do circuito de potência . . . . . . . . . . . 101
27

1 Introdução

Uma grande parcela dos aparelhos elétricos utilizam corrente contínua em seu funcio-
namento, apesar disso, o sistema de distribuição utiliza o modelo de corrente alternada,
usualmente com valor de tensão eĄcaz de 127 V ou 220 V. Desta forma é necessária a uti-
lização de equipamentos capazes de realizar a conversão AC/DC da forma mais eĄciente e
barata possível, com degradação mínima na qualidade de energia da rede de distribuição,
ou seja, pouca propagação de ruídos eletromagnéticos e alto fator de potência.
Conversores comuns, de uso geral, comerciais, como o da Figura 1, possuem baixo
fator de potência e pouca preocupação com a distorção harmônica total, realizando um
uso pouco eĄciente da energia, e inserindo uma certa quantidade de harmônicos na rede
elétrica; porém possuem baixo custo de fabricação e são pequenos o suĄciente para serem
portáteis. Assim, surge a motivação para implementar uma fonte de alimentação com
maior fator de potência e com valor de distorção harmônica total o mais baixo possível,
realizando um melhor uso de energia, e ainda possuir baixo custo de fabricação e tamanho
reduzido.

Figura 1 Ű Fonte de alimentação comercial.

Fonte: ASUS.

No processo de retiĄcação convencional, de uma corrente alternada para corrente con-


tínua, o fator de potência é baixo, em torno de 0,5 a 0,7, devido ao alto valor do capacitor
na saída da retiĄcação e a elevada taxa de distorção harmônica total do sinal da corrente,
o que prejudica a qualidade de energia na rede (MELLO, 1996). E, caso a regulagem de
tensão na saída seja feita de forma linear, existe uma signiĄcante queda na eĄciência do
conversor em relação aos métodos chaveados.
Através da utilização de conversores AC/DC chaveados, operando com o devido sis-
tema de controle, é possível alcançar níveis de eĄciência elevados, e fator de potência
próximo ao unitário; é, também, possível alcançar dimensões reduzidas e mais leves, se
comparado a conversores convencionais equivalentes. O processo de chaveamento acontece
28 Capítulo 1. Introdução

a partir do acionamento de um transistor por meio de pulsos modulados em alta frequên-


cia, este procedimento introduz um grande volume de ruídos devido ao sinal PWM em
alta frequência no acionamento das chaves, além de possuir um alto conteúdo harmônico
no sinal da rede elétrica. Portanto, para tornar a utilização deste tipo de conversão viável,
é necessário o uso de Ąltros de linha na entrada do conversor.
Com o avanço na tecnologia de semicondutores, as perdas nos diodos e chaves estão
menores, com MOSFETs e diodos cada vez mais rápidos, e com baixa resistência equiva-
lente de condução, conferem a este tipo de conversor uma eĄciência crescente. A presença
de CIs dedicados e de baixo custo, com controle eĄcaz e a capacidade de corrigir o fator
de potência, facilitou o estudo e fabricação destes conversores, tornando-os cada vez mais
populares e possibilitando uma melhor conversão de energia elétrica. Somado a isto, a
utilização de dispositivos SMD permitiu a confecção de fontes chaveadas cada vez menores
e mais leves.
Neste trabalho será apresentado o projeto e execução de uma fonte chaveada AC/DC
de uso geral, com especiĄcações de: 30 V na tensão de saída; 1,5 A de corrente nominal;
topologia Ćyback e funcionamento em modo descontínuo de corrente, buscando atender
a necessidade de conversores eĄcientes com alto fator de potência e tratamento de ruído.
Para alcançar estes objetivos foi utilizado o CI dedicado L6561 com adição de Ąltros de
linha na entrada, como será apresentado nos capítulos que seguem.
A apresentação dos capítulos será da seguinte forma: O Capítulo 2 apresenta a teoria
e os equacionamentos necessários para o desenvolvimento do projeto, o princípio de fun-
cionamento do conversor Ćyback e teorias a respeito da distorção harmônica total, fator
de potência e interferências de radiofrequência.
No Capítulo 3 será descrito o desenvolvimento do protótipo, assim como resultados
parciais e os ajustes necessários para seu funcionamento.
Os resultados experimentais são mostrados no Capítulo 4.
Por Ąm, o Capítulo 5 apresenta as conclusões Ąnais do trabalho e sugestões para
trabalhos futuros.
29

2 Fundamentação Teórica
A teoria necessária para realização deste projeto será apresentada a seguir, com uma
breve explicação do funcionamento de um conversor Ćyback, e do sinal PWM utilizado no
acionamento da chave. As equações necessárias para projeto de indutores são descritas e os
fatores que serão analisados para determinar se o conversor está funcionando de maneira
adequada, como eĄciência, fator de potência e distorção harmônica total, também são
apresentados.
As condições de projeto referentes especiĄcamente ao CI L6561 são detalhadas, de
forma a organizar as etapas de cálculos necessárias e, assim, ser possível desenvolver
um programa de forma a calcular e obter os valores dos componentes necessários para o
circuito, de acordo com as especiĄcações de projeto.

2.1 Conversor Flyback


Para realizar a conversão AC/DC chaveada, é necessária uma etapa de retiĄcação e
Ąltragem capacitiva - desta forma, adquire-se uma tensão contínua com valor igual ao
pico do sinal de entrada - em seguida, esta tensão passa por um conversor DC/DC, que
possui seu funcionamento baseado no acionamento de uma chave eletrônica comandada
através de um sinal do tipo PWM, no qual a largura de pulso inĆuencia no valor Ąnal de
tensão, e uma realimentação e controle são feitos para regulação da tensão de saída. Este
processo está exempliĄcado no diagrama de blocos na Fig. 2.

Figura 2 Ű Diagrama básico de uma fonte chaveada.

Fonte: Mello (1996).

No bloco do conversor DC/DC, para este trabalho, utilizou-se um conversor de topo-


logia Ćyback, apresentado de forma básica na Fig. 3.
Este conversor permite tanto valores de tensão de saída menores ou maiores que o
valor da tensão de entrada; adicionalmente a isto, inverte a polaridade da tensão na
saída, armazenando energia no núcleo do indutor acoplado no momento em que a chave
está em condução, e transferindo energia para saída no momento em que ocorre o corte
da condução da chave. O ruído gerado tanto na saída quanto na entrada são altos devido
à forma pulsante das correntes no transistor e diodo (MELLO, 1996).
30 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 3 Ű Esquema elétrico do conversor Ćyback.

Fonte: Mello (1996).

O conversor Ćyback possui duas etapas de funcionamento, durante a saturação da


chave T1 e durante o corte desta.
Enquanto a chave está saturada a corrente Ćui pelo enrolamento primário do indutor,
armazenando energia em seu núcleo, neste momento o diodo D1 está reversamente pola-
rizado, portanto não existe transferência de energia para saída, sendo assim, o capacitor
C1 é responsável por manter a tensão e corrente de saída constante durante esta etapa.
Durante o corte da chave a corrente no primário do indutor é bloqueada, então a
energia armazenada no núcleo do indutor é transferida para saída, o diodo D1 passa para
o estado de polarização direta, o capacitor C1 é carregado e a carga de saída é alimentada
pelo indutor.
Se funcionando em modo descontínuo de corrente, a energia armazenada no núcleo do
indutor é totalmente transferida para saída, o que não acontece no modo contínuo, no
qual a energia armazenada é transferida parcialmente a cada ciclo. No modo descontínuo,
devido à tensão de saída ser dependente da carga aplicada ao conversor, como apresentado
na Eq. 2.1, espera-se grandes variações na frequência de chaveamento e razão cíclica
conforme modiĄca-se a carga de saída. Na Eq. 2.1 �� representa a tensão de saída, � é a
razão cíclica do sinal PWM, �� é a carga de saída, � é a frequência de chaveamento, ��
é a indutância do enrolamento primário e �� � é a tensão de entrada.

��
�� = � · · �� (2.1)
2 · � · ��

2.2 Modulação PWM


O princípio de funcionamento das fontes chaveadas reside na forma como é acionado o
transistor através de um sinal PWM. Este é um sinal de onda quadrada em que os tempos
de permanência em nível alto e baixo não são necessariamente os mesmos, e a razão entre
2.3. Isolação 31

o tempo em nível alto e o período total do sinal é denominado razão cíclica. A razão
cíclica representa tensão média do sinal relativo à tensão de nível alto, e é deĄnida pela
Eq. 2.2.

Figura 4 Ű Sinal PWM.

Fonte: Treviso (2006).

���
�= (2.2)

Na Fig. 5 está um diagrama simpliĄcado de uma maneira de produzir o sinal PWM.
Um comparador realiza a comparação entre um sinal dente de serra com um valor de
referência, variando-se o sinal de referência varia-se a razão cíclica do sinal PWM.

Figura 5 Ű Diagrama para gerar um sinal PWM.

Fonte: Próprio Autor.

Comparando-se a tensão de saída de um conversor com uma referência, através de um


circuito de controle, como apresentado na Fig. 2, é possível ajustar a razão cíclica do
sinal PWM responsável pelo acionamento do transistor; assim, garante-se que o valor da
tensão de saída de um determinado conversor estará sempre com o nível desejado.

2.3 Isolação
2.3.1 Indutor Acoplado
O indutor do conversor Ćyback é feito com mais de um enrolamento, obedecendo as
equações de um transformador, podendo assim, contribuir na elevação ou redução do nível
de tensão na saída de acordo com a relação do número de espiras em cada enrolamento;
sua outra função é também isolar eletricamente a saída em relação a entrada, onde está
32 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

presente a rede elétrica. Este isolamento é importante para garantir a segurança do


usuário ao utilizar conversores AC/DC.
Indutores são dispositivos capazes de armazenar energia elétrica na forma de energia
magnética; quaisquer dispositivos capazes de produzir campo magnético através da apli-
cação de uma corrente podem ser considerados indutores. São caracterizados através de
uma relação entre tensão e variação de corrente, apresentado na Eq. 2.3.

��
� =�· (2.3)
��
Sendo a indutância � deĄnida pela Eq. 2.4.

ã
�= (2.4)

Onde ã é o Ćuxo magnético gerado pela corrente � (TREVISO, 2006).
Para deĄnir o número de espiras necessárias em um determinado núcleo, a Ąm de se
obter a indutância desejada, utiliza-se a Eq. 2.5.


�= (2.5)
��
Onde �� é o fator indutância, deĄnido pela Eq. 2.6.

Û·�
�� = (2.6)

O parâmetro Û refere-se à permeabilidade magnética, � deĄne sua área transversal e
� seu comprimento médio (TREVISO, 2006).
Para evitar a saturação do núcleo em aplicações de potência elevada aplica-se um
entreferro, calculado a partir da quantidade de energia a ser armazenada no núcleo do
indutor e o fator indutância máximo para esta condição. As Eq. 2.7, 2.8 e 2.9 deĄnem o
projeto do entreferro.

� = 0.5 · �� · ��� (2.7)

�2� · � 2
�� = (2.8)
2·�

Û · ��
�� = (2.9)
��
Na Eq. 2.7 o fator ��� deĄne a corrente de pico no indutor. Na Eq. 2.8, � representa à
densidade de campo magnético máximo no núcleo, para este projeto será utilizado ferrite,
portanto adota-se o valor 0,3. O parâmetro �� deĄne a área efetiva do núcleo utilizado. ��
resulta no comprimento do entreferro; sua unidade depende da utilizada na área efetiva,
usualmente utiliza-se milímetros.
2.3. Isolação 33

A seção dos condutores a serem utilizados em um indutor ou transformador se rela-


ciona diretamente com valor eĄcaz de corrente, a geometria do núcleo e a elevação de
temperatura esperada. Para isto utiliza-se as Eq. 2.10 e 2.11.

� = �� · �� −� (2.10)

��� �
������ = (2.11)

Os parâmetros �� e � são tabelados, e relacionam a geometria do núcleo e elevação
de temperatura. � é a densidade de corrente no condutor.
DeĄne-se a área de seção dos condutores ������ como a divisão do valor da corrente
eĄcaz circulante no indutor pelo valor da densidade de corrente esperada.
Um transformador também se relaciona através das deĄnições apresentadas, de forma
que os enrolamentos no núcleo estão acoplados por um Ćuxo magnético e produzem uma
indutância.
Figura 6 Ű Diagrama básico de um transformador.

Fonte: Fitzgerald C. Kingsley Jr. (2006).

A relação entre os valores de tensão no primário e secundário é diretamente proporci-


onal ao número de espiras de cada enrolamento, como apresentado na Eq. 2.12.

�1 �1
= (2.12)
�2 �2
Para o transformador ideal, a potência instantânea no enrolamento primário é igual
no secundário, como expresso nas Eq. 2.13 e 2.14 (FITZGERALD C. KINGSLEY JR.,
2006).

�1 · �1 = �2 · �2 (2.13)

�1 �2
= (2.14)
�2 �1
Em fontes chaveadas, os transformadores transferem pulsos de tensão que são retiĄca-
dos e Ąltrados na saída. Conforme aumenta-se o valor da frequência dos pulsos, é possível
34 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

utilizar núcleos com volume reduzido tornando as fontes mais compactas e eĄcientes, re-
duzindo perdas. DeĄne-se eĄciência, Ö, como a razão entre o valor da potência de saída e
o valor da potência de entrada, apresentada na Eq. 2.15.

������
Ö= (2.15)
��������
Para garantir que o núcleo não entre em saturação, é importante que este se desmagne-
tize rapidamente; portanto o tipo de material do núcleo deve permitir esta condição, para
um funcionamento em altas frequências, por esta razão os indutores e transformadores
em fontes chaveadas são usualmente construídos com núcleos de ferrite.

2.3.2 Optoacoplador
Para realização da realimentação no processo de controle, utiliza-se um optoacoplador
de modo a manter a isolação elétrica proporcionada pelo indutor acoplado do conversor
Ćyback, e ainda assim ser possível adquirir o sinal na saída do conversor.

Figura 7 Ű Esquema elétrico do optoacoplador.

Fonte: Fairchild (2002).

Neste dispositivo, ao circular uma corrente no LED, ocorre a excitação de um fototran-


sistor, que permite a circulação de uma corrente eletricamente isolada daquela circulante
LED. A razão entre a corrente presente no LED e no fototransistor é denominada CTR
(razão de transferência de corrente), sendo um parâmetro que deve ser considerado ao
projetar circuitos isolados utilizando optoacoplamento. O CTR é, em geral, sensível a va-
riações de temperatura; assim, tais variações podem provocar alterações na realimentação,
consequentemente alterando também o valor da tensão de saída.

2.4 Distorção Harmônica Total


A distorção harmônica total, ou THD, é uma importante Ągura de mérito utilizada
para quantiĄcar o nível de harmônicos na forma de onda de tensão ou corrente (SHMI-
LOVITZ, 2005); assim, é um indicativo de quanto a onda de um sinal é distorcida. Estas
distorções provocam um aumento nas perdas de energia, reduzindo a eĄciência energética
do equipamento.
2.5. Fator de Potência 35

Harmônicos são sinais senoidais de frequência múltipla inteira em relação à frequência


do sinal primário, chamada de fundamental. Em redes elétricas senoidais puras, car-
gas lineares não produzem harmônicos, enquanto que cargas não-lineares, como fontes
chaveadas sem PFC, produzem uma grande quantidade de sinais harmônicos de corrente.
Para se obter a amplitude destes sinais harmônicos utiliza-se a transformada de Fou-
rier, decompondo o sinal no tempo em frequência, resultando na amplitude de suas com-
ponentes senoidais.
A distorção harmônica total para sinais de corrente é deĄnida pela Eq. 2.16 e para
sinais de tensão deĄnida pela Eq. 2.17.
︁︀
2
�=2 ��

� �� = (2.16)
�1
︁︀

�=2 ��2
� �� = (2.17)
�1
Onde os componentes com índice 1 representam o valor eĄcaz do sinal fundamental e os
componentes com índice maiores que 1 representam o valor eĄcaz dos sinais harmônicos.
Normas, como a IEC 61000, deĄnem limites para harmônicos dentro de determinadas
classes de potência; equipamentos devem atender estas normas para garantir a menor
degradação possível do sistema de distribuição e maior eĄciência.

2.5 Fator de Potência


Através de circuitos comutados, além de reduzir a dimensão dos conversores e aumentar
sua eĄciência, é possível realizar a correção do fator de potência das fontes.
Para cargas lineares, o fator de potência é deĄnido como o cosseno do ângulo de
diferença da fase, representado por �, entre a tensão e corrente em sistemas de corrente
alternada, tal como a Eq. 2.18.

� � = ���(�) (2.18)

Em um circuito indutivo o valor de � é positivo, indicando que a tensão está adiantada


em relação à corrente; já em um circuito capacitivo o ângulo é negativo indicando a tensão
atrasada em relação à corrente (EDMINISTER, 1991). Em casos onde o fator de potência
é baixo, necessita-se de um valor de corrente maior do que realmente será utilizada para
realizar o trabalho desejado; isto prejudica o sistema de geração, transmissão e distribuição
de energia elétrica. A potência ativa, que representa a potência realmente utilizada para
o Ąm desejado, é descrita pela Eq. 2.19.

� = ���� · ���� · ���(�) (2.19)


36 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Observa-se através da Eq. 2.19 que um baixo fator de potência provoca um uso
ineĄciente de energia. Deseja-se então que, do ponto de vista do sistema de distribuição,
o conversor se comporte como uma carga resistiva; assim, seu fator de potência é unitário,
realizando um melhor uso da energia elétrica. A partir da Eq. 2.19 deĄne-se o fator de
potência como apresentado na Eq. 2.20.


�� = (2.20)
���� · ����
O gráĄco da Fig. 8 exempliĄca o conceito do fator de potência, apresentando um sinal
de corrente com deslocamento de fase em relação ao sinal de tensão.
Figura 8 Ű Sinais de tensão e corrente com defasagem.

Fonte: Edminister (1991).

Para cargas não-lineares, o cálculo do fator de potência leva em consideração, além do


deslocamento em fase entre os sinais de corrente e tensão, a distorção harmônica total do
sinal da corrente, através da Eq. 2.21 (GRADY, 1993).

1
�� = √ (2.21)
1 + � ��2

2.6 Interferências de Radiofrequência


Nas fontes chaveadas, as interferências por radiofrequência são transmitidas por radia-
ção ou por condução, através dos terminais. Interferências irradiadas podem ser reduzidas
através de blindagem metálica; já as interferências conduzidas necessitam de Ąltros para
sua supressão, com preocupação maior nos terminais de entrada, onde os ruídos gerados
pela fonte chaveada podem se propagar pela rede para outros equipamentos, causando
mau funcionamento (BARBI, 2001).
Essas interferências são causadas no processo de comutação do transistor resultando
no aparecimento de tensões alternadas com frequências iguais à de chaveamento ou mai-
ores, conforme as diversas harmônicas presentes no sinal PWM utilizado no acionamento
2.6. Interferências de Radiofrequência 37

da chave. A recuperação reversa no diodo retiĄcador de saída também provoca oscila-


ções no espectro de radiofrequência devido a suas capacitâncias parasitas, produzindo
interferências.
Os ruídos podem ser descritos como de modo comum ou diferencial, e algumas manei-
ras de reduzi-los estão em: um bom layout da placa de circuitos; utilização de capacitores
supressores de interferência e utilizar frequências tão baixas quanto possível, utilizando
semicondutores com tempos de resposta o mais rápidos possíveis(TREVISO, 2006).
A utilização de snubbers, como os apresentados na Fig. 9, nos componentes de cha-
veamento também contribui para redução de interferências, amortecendo as oscilações
de alta frequência geradas nos processos de comutação; adicionalmente, podem também
evitar os picos elevados de tensões nos semicondutores, assim aumentando sua vida útil.

Figura 9 Ű Exemplos de snubbers aplicados em um MOSFET e diodo.

Fonte: Treviso (2006).

Para evitar a propagação de ruídos para rede elétrica utilizam-se Ąltros como o modelo
apresentado, de forma simples, na Fig. 10, com Ąltragem de modo comum e diferencial.

Figura 10 Ű Esquema elétrico de um Ąltro de linha.

Fonte: Barbi (2001).

Para etapa de saída, onde os ruídos de modo comum e diferencial são menores se
comparados ao lado primário, pode-se utilizar um Ąltro simples de topologia butterworth
como apresentado na Fig 11.
38 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 11 Ű Esquema elétrico de um Ąltro de saída.

Fonte: STMicroelectronics (2014).

2.7 Etapas de Projeto

As etapas de cálculo do projeto da fonte chaveada apresentada neste trabalho, assim


como características do CI dedicado L6561, serão descritas a seguir, conforme apresentado
por Adragna (2003a).

Observa-se através do diagrama de blocos interno do CI L6561, presente na Fig. 12, que
este já possui um circuito de drive interno no pino 7, não sendo necessária a implementação
de um circuito externo para acionar a chave. Apresenta também um diodo zener de 20V
em seu pino de alimentação para proteção contra sobretensão, e um Ąltro passa-baixa
também está implementado internamente no pino 4, responsável por detectar os níveis de
corrente circulando no primário do indutor.

Para realização da correção do fator de potência, o CI L6561 utiliza um controle e


realimentação duplo, onde é feita a realimentação, através do pino 4 (CS), e controle do
sinal da corrente de entrada, de forma que este seja uma senoide, para alcançar o alto fator
de potência. O valor de tensão de saída também é realimentado e controlado, para que
este Ąque estável. Para o controle do sinal da corrente de entrada, é feita uma amostragem
do sinal de tensão de entrada retiĄcado, através do pino 3 (MULT), sendo esta a referência
senoidal para o controle do sinal de corrente, desta forma o sinal de corrente segue a forma
do sinal senoidal amostrado. O valor da tensão de saída é realimentado através do pino
1(INV), passando por um ampliĄcador de erro interno que realiza a comparação com um
sinal de referência de 2,5 V. Estes sinais de tensão de saída e corrente de entrada passam
por um comparador e então são levados ao driver, que realiza o controle do sinal PWM
de acionamento, baseado nas condições de entrada e saída (SHA X. WANG, 2015). Os
pinos e os blocos internos do CI L6561 está presente na Fig. 12.
2.7. Etapas de Projeto 39

Figura 12 Ű Diagrama do circuito interno do CI L6561.

Fonte: STMicroelectronics (2014).

2.7.1 EspeciĄcações Iniciais


Para realização do projeto, primeiramente deĄnem-se as condições nas quais a fonte
irá operar; estas são:

• Tensão de entrada: ���

• Frequência mínima da rede: ��

• Tensão de saída DC: ����

• Corrente máxima de saída: ����

• Máximo ripple de saída a 2�� : Δ��

2.7.2 Decisões de Projeto


Em seguida, deĄnem-se a frequência mínima de chaveamento desejada, a tensão reĆe-
tida, a sobretensão de indutância e a eĄciência esperadas:

• Frequência mínima de chaveamento: ������

• Tensão reĆetida: ��

• Sobretensão de indutância: Δ�
40 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

• EĄciência esperada: Ö

2.7.3 Cálculos Preliminares


Alguns parâmetros iniciais necessários para o projeto são calculados a partir das es-
peciĄcações deĄnidas anteriormente:

• Tensão de pico mínima na entrada:



�� ���� = ������ · 2 (2.22)

• Tensão de pico máxima na entrada:



�� ���� = ������ · 2 (2.23)

• Potência máxima de saída:


���� = ���� · ���� (2.24)

• Potência máxima de entrada:


����
��� = (2.25)
Ö

• Relação tensão pico-reĆetida:

�� ����
�� = (2.26)
��

2.7.4 Condições de Operação


Para esta etapa, deĄnem-se as funções �1 (�), �2 (�) e �3 (�), conforme os gráĄcos
apresentados nas Fig. 13, 14 e 15.

Figura 13 Ű GráĄco da função F1(x).

Fonte: Adragna (2003a).


2.7. Etapas de Projeto 41

Figura 14 Ű GráĄco da função F2(x).

Fonte: Adragna (2003a).

Figura 15 Ű GráĄco da função F3(x).

Fonte: Adragna (2003a).

Com estas funções é possível deĄnir os valores das correntes de operação do conversor,
conforme apresentado a seguir:

• Corrente de pico no primário:


2 · ���
�� �� = (2.27)
�� ���� · �2 (�� )

• Corrente eĄcaz no primário:



�2 (�� )
��� �� = �� �� · (2.28)
3
• Corrente de pico no secundário:
2 · ����
�� �� = (2.29)
�� · �2 (�� )

• Corrente eĄcaz no secundário:



�3 (�� )
��� �� = �� �� · �� · (2.30)
3
42 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

2.7.5 Indutor Acoplado


Para o projeto do indutor acoplado determinam-se os valores da indutância do enrola-
mento primário, a relação de espiras e o produto da área do núcleo através das equações
apresentadas a seguir. Os números de espira, área do cobre e entreferro mínimo são
calculados tal como apresentado em 2.3.1.

• Indutância do enrolamento primário:


�� ����
�� = (2.31)
(1 + �� ) · ������ · �� ��

• Relação de Espiras:
��
�= (2.32)
���� + ��
• Núcleo mínimo:
460 · ���
�� = [ ︁ ]1,136 (2.33)
������ · (1 + �� ) · �2 (�� )

2.7.6 Seleção do MOSFET


Seleciona-se a chave MOSFET através do valor de sua máxima tensão de dreno e do
valor de corrente de condução, ou seja, corrente eĄcaz no enrolamento primário, apresen-
tada na Eq. 2.28.

• Máxima tensão de dreno:

������ = �� ���� + �� + � (2.34)

• Resistência de condução máxima para perdas de até 5% da potência de entrada,


assumindo que esta resistência dobre em condição de funcionamento:
0, 05
������ = 0, 5 · ��� · 2
(2.35)
��� ��

2.7.7 Seleção do Diodo de Saída


O diodo de saída é escolhido baseando-se no valor de sua máxima tensão reversa e no
valor de corrente de condução direta:

• Máxima tensão reversa:


�� ����
���� ��� = + ���� (2.36)

• Corrente de condução direta:

�� = 0, 4 · �� �� (2.37)
2.7. Etapas de Projeto 43

2.7.8 Capacitor de Saída


O valor mínimo de capacitância do capacitor de saída é calculado através da equação
a seguir:

• Capacitância mínima de saída:


1 �2 (�� ) ����
������� = · · (2.38)
Þ · �� �2 (�� ) Δ��

Onde �2 (�) ≈ 0,25−0,15·10−3 ·�


1+1,074·�
.

2.7.9 Diodos Clamp


O valor da tensão do diodo clamp é calculado como mostrado a seguir; o diodo de
bloqueio deve possuir um valor de tensão reversa máximo no mínimo igual ao valor da
tensão de dreno do MOSFET apresentado na Eq. 2.34.

• Tensão do diodo clamp:


��� = �� + � (2.39)

A Fig. 16 apresenta o esquema elétrico da forma como os diodos devem ser colocados
em paralelo ao primário do indutor. O diodo D representa o diodo de bloqueio enquanto
o T representa o diodo zener clamp.

Figura 16 Ű Esquema elétrico do circuito clamp.

Fonte: Adragna (2003a).

2.7.10 Divisor resistivo Multiplier e Resistor sensor de corrente


Um divisor resistivo alimenta o pino 3 (MULT) do CI L6561 com uma parcela do valor
da tensão de entrada, para obter a referência do sinal senoidal, a Ąm de realizar o controle
do sinal de corrente de entrada conforme o sinal da tensão de entrada, corrigindo assim o
fator de potência.
44 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

O valor máximo de pico para �� � �� , ou �� � �� ����� , acontece na máxima tensão de


entrada, e deve ser entre 2,5 V a 3 V, para aplicação em entrada universal. Portanto o
divisor resistivo deve, na tensão de pico máxima na entrada �� ���� , apresentar um valor
entre 2,5 V e 3 V. Resistores na faixa de 1 MΩ são selecionados para a parte superior do
divisor resistivo, garantindo uma baixa dissipação de potência nos resistores do divisor.
O valor mínimo de �� � �� é dado pela equação a seguir:

�� ����
�� � �� ����� = �� � �� ����� · (2.40)
�� ����

O parâmetro ����� está presente na Eq. 2.41 e não deve ser superior a 1,6 V; caso isto
aconteça, este deve ser calculado novamente, utilizando um �� � �� ����� menor.

����� = 1, 65 · �� � �� ����� (2.41)

Para determinar o resistor sensor de corrente a ser aplicado no pino 4 (CS), pino este
apresentado no diagrama da Fig 12, as seguintes equações são utilizadas, para valor do
resistor e seu nível de potência respectivamente:

• Máximo valor do resistor sensor de corrente:

�����
�� ≤ (2.42)
�� �����

• Potência mínima do resistor sensor de corrente:

�2 (��)
�� = �� · ��2 ����� · (2.43)
3

2.7.11 Controle

Para o circuito de realimentação considera-se o seguinte esquema elétrico ilustrado na


Fig. 17.
2.7. Etapas de Projeto 45

Figura 17 Ű Esquema elétrico do circuito de realimentação do sinal de saída para o CI


L6561.

Fonte: Adragna (2003a).

Para determinação dos valores dos resistores, utilizam-se as equações a seguir:

2, 5
�5 = (2.44)
��

���� − 1 − 2, 5
�4 < · �� ���� · �5 (2.45)
2, 5

2, 5
�2 = (2.46)
��2

���� − 2, 5
�1 = · �2 (2.47)
2, 5

�1
�3 = (2.48)
4.5

�5 �� ���� · Δ��
�6 > �5 + · (2.49)
�4 40 · 10−6
Os resistores �8 , �7 e os capacitores �1 e �2 serão determinados de forma empírica.

2.7.12 Circuito Exemplo


O esquema elétrico da dada topologia, juntamente com o CI utilizado para controle
do conversor é apresentado na Fig. 18:
46 Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 18 Ű Exemplo do circuito de um conversor Ćyback utilizando o CI L6561.

Fonte: Adragna (2003a).

2.8 Conclusão
Este capítulo apresentou a teoria necessária para realização do projeto, descrevendo
o princípio de funcionamento do conversor Ćyback. Explicações referentes ao fator de
potência, interferência de radiofrequência e distorção harmônica foram feitas a Ąm de
analisar os resultados apresentados nos capítulos seguintes. Etapas de projeto do conversor
também foram tratadas.
O dimensionamento dos elementos passivos que compõem o circuito de controle ba-
seado no CI L6561, para esta aplicação, se mostrou simples de ser realizado. Através de
um programa de computador o cálculo se torna fácil e rápido de ser feito, sendo possível
aplicar rápidas mudanças no projeto.
Com um controle da corrente de entrada, em conjunto com a amostragem do sinal da
rede elétrica, o CI L6561 é capaz de realizar a correção do fator de potência, e, através da
realimentação e controle do valor da tensão de saída, mantém o valor da tensão de saída
estável. Desta forma, este CI se apresenta adequado ao controle do conversor Ćyback com
correção de fator de potência.
A partir do circuito apresentado na Fig. 18, e com as equações descritas neste capítulo,
é possível realizar o projeto do conversor em um script no software MATLAB, script este
presente no Apêndice A.
O Capítulo 3, a seguir, apresenta a descrição da montagem do protótipo.
47

3 Desenvolvimento
Neste capítulo serão apresentados os resultados do dimensionamento dos elementos
que compõem conversor. A partir de uma especiĄcação, todos os valores dos elementos
são determinados através de expressões matemáticas e empiricamente.
Também faz parte do capítulo a apresentação de resultados experimentais prelimina-
res, obtidos através da implementação prática, e ajuste Ąnal do protótipo.
O desenvolvimento do protótipo inicia-se com o dimensionamento dos componentes,
deĄnindo-se as condições de funcionamento do conversor, e aplicando as equações descritas
no capítulo 2 e implementadas no MATLAB. Em seguida o protótipo é montado em
protoboard e realiza-se testes iniciais para veriĄcar seu funcionamento, e então, os ajustes
Ąnais necessários são aplicados.
Os sinais de tensão de saída, chaveamento, tensão e corrente de entrada são adquiridos
nos testes iniciais. Com a obtenção estes resultados parciais do funcionamento da fonte
chaveada é possível realizar as modiĄcações necessárias para alcançar melhores resultados,
e obter um correto funcionamento.

3.1 Cálculos de projeto


Para realização do dimensionamento dos componentes, conforme apresentado nos ca-
pítulos 2.7 e 2.3.1, implementou-se um programa em MATLAB, disponível no apêndice
A, contendo as equações necessárias para realização do projeto.
Inicialmente são deĄnidas as especiĄcações iniciais e as decisões de projeto, como
descrito na lista a seguir:

• Tensão de entrada: ��� = 88 − 264 �

• Frequência mínima da rede: �� = 50 ��

• Tensão de saída: ���� = 30 �

• Corrente máxima de saída: ���� = 1, 5 �

• Máximo ripple de saída a 2�� : Δ�� = 1 ���

• Frequência mínima de chaveamento: ������ = 25 ���

• Tensão reĆetida: �� = 100 �

• Sobretensão de indutância: Δ� = 70 �

• EĄciência esperada: Ö = 85 %
48 Capítulo 3. Desenvolvimento

Com estas condições, o programa do apêndice A.1 retorna os seguintes resultados para
os componentes do circuito:

1 AP =
2
3 AP minimo de 0 . 8 4 9 cm^4 e Lp = 6 2 2 . 5 7 uH
4
5
6 Vdsmax =
7
8 MOSFET com Vds minimo de 5 4 3 . 3 5 V
9
10
11 Rdsmax =
12
13 Rdson maximo de 1 . 2 8 6 6 9 Ohms para p e r d a s maximas de 5% da p o t e n c i a de
entrada
14
15
16 CatchDiode =
17
18 Diodo com t e n s a o r e v e r s a minima de 1 4 6 . 1 1 V; c o r r e n t e de 3 . 9 8 A e
d i s s i p a c a o de p o t e n c i a de 0 . 8 3 W
19
20
21 CapOut =
22
23 C a p a c i t o r de s a i d a minimo de 4 2 0 3 . 7 8 uF
24
25
26 ClampVoltage =
27
28 Tensao r e v e r s a minima do d i o d o de Clamp 1 7 0 . 0 0 V
29
30
31 Ptransil =
32
33 P o t e n c i a do d i o d o Clamp 2 . 5 7 W
34
35
36 DiodeBlock =
37
38 Tensao 5 4 3 . 3 5 V e C o r r e n t e 1 . 0 1 A
39
40
41 Rs_ =
42
3.1. Cálculos de projeto 49

43 R e s i s t o r s e n s o r de c o r r e n t e maximo Rs = 0 . 4 1 2 ohms
44
45
46 Ps =
47
48 P o t e n c i a de d i s s i p a c a o no Rs = 0 . 4 2 4 W
49
50
51 Rdivider =
52
53 Os r e s i s t o r e s para d i v i s a o de t e n s a o no p i n o MULT( 3 ) s a o R_upper = 3 . 1 1
Mohms e R_lower = 2 2 . 5 0 kohms
54
55
56 R5 =
57
58 2500 ohms
59
60
61 R4 =
62
63 13250 ohms
64
65
66 R2 =
67
68 2500 ohms
69
70
71 R1 =
72
73 27500 ohms
74
75
76 R6 =
77
78 7 . 2 1 7 0 e+03 ohms
79
80
81 R3 =
82
83 5500 ohms
84
85 C1 =
86
87 2 . 2 9 0 8 e −06 f a r a d s
88
50 Capítulo 3. Desenvolvimento

A partir destes resultados deĄne-se o núcleo do transformador, semicondutores, valor


de capacitância do capacitor de saída, valores dos resistores para o sensor de corrente
e divisor de tensão para o estágio multiplicador do CI L6561, e também os valores dos
resistores necessários para a etapa de controle. O capacitor �1 foi deĄnido de tal forma a
obter a mesma resposta de controle apresentada por Adragna (2003a), assim seu valor é
obtido como uma relação com �1 :

�1 = 83.3 · 10−12 · �1 (3.1)

Para o núcleo do transformador utilizou-se o NEER 28/17/12, que possui um �� =


1, 15 ��4 , atendendo a especiĄcação mínima calculada. Devido ao nível de potência é
necessária a aplicação de um entreferro no núcleo do transformador. Para deĄnir este
entreferro utilizou-se o programa do apêndice A.2, obtendo um gap mínimo de 0, 375
��.
Optou-se por utilizar um entreferro de 1 ��, sendo assim possível obter a quantidade
de espiras para os enrolamentos � 1 = 78, � 2 = 24 e � 3 = 12, também através do
programa apresentado em A.2. O número de espiras de � 3 considera a tensão de saída
do conversor, o número de espiras de � 2 e a tensão a ser aplicada no pino de alimentação
do CI L6561, deĄnida em seu datasheet, com valores entre 11 V e 18 V (STMICROELEC-
TRONICS, 2004); escolhe-se aplicar 15 V, assim o número de espiras em � 3 é deĄnido
por:

�2
� 3 = 15 · (3.2)
� ���
A seção do condutor do enrolamento primário foi calculada em 0, 0026 ��2 , empregou-
se o condutor AWG 22, e a seção do condutor do enrolamento secundário foi calculada
em 0, 007351 ��2 , empregou-se o AWG 18. O terceiro enrolamento é utilizado apenas
para alimentação do CI L6561, portanto usou-se um condutor mais Ąno, AWG 32. Estes
resultados também foram obtidos através da execução do programa presente no apêndice
A.2.
Para o Ąltro capacitivo de saída, utilizou-se dois capacitores de 2200 Û� e 35 � em
paralelo. Para a chave escolheu-se o MOSFET P9NK60Z; o diodo de saída escolhido foi
o MUR820, para descarregar o indutor foram utilizados o MUR860 e o P6KE180A. Os
valores dos resistores e capacitores escolhidos foram os mais próximos possíveis dos valores
calculados, respeitando aqueles que devem ser maior ou menor que o valor determinado
através das equações. Para ponte retiĄcadora utilizou-se a versão integrada DF08M, su-
portando 1 � de entrada e 800 � de tensão reversa. Para o Ąltro capacitivo de entrada,
manteve-se o valor apresentado no projeto de Adragna (2003a) de 470 �� ; quanto maior
o valor deste capacitor, menores são as interferências irradiadas para a rede elétrica de
distribuição, reduzindo a necessidade de Ąltros de linha; entretanto, ocorre a degrada-
3.2. Implementação do circuito 51

ção no fator de potência, devendo-se buscar o compromisso entre fator de potência e a


propagação de ruídos.
Com estes resultados montou-se o circuito conforme apresentado na Fig. 19.

Figura 19 Ű Esquema elétrico do conversor Ćyback baseado no CI L6561 com valores de


tensão de saída de 30 V e corrente de 1,5 A.

Fonte: Próprio Autor.

3.2 Implementação do circuito


A montagem inicial na protoboard, conforme a Fig. 19, está apresentada na Fig. 20.

Figura 20 Ű Montagem inicial do circuito da Fig. 19 em protoboard sem indutor.

Fonte: Próprio Autor.

O indutor acoplado, presente na Fig. 21, foi enrolado conforme as especiĄcações, e


inserido ao circuito como mostra a Fig. 22.
52 Capítulo 3. Desenvolvimento

Figura 21 Ű Indutor acoplado do conversor Ćyback.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 22 Ű Montagem do circuito da Fig. 19 em protoboard com indutor.

Fonte: Próprio Autor.

A Ąm de melhorar o desempenho do conversor e realizar rápidas alterações durante


os testes de bancada, confeccionou-se uma PCI com o circuito de potência, conforme o
esquema elétrico da Fig. 23. Algumas alterações também foram feitas no circuito de
controle, com objetivo de reduzir ruídos e observar as variações provocadas na alteração
de certos componentes do circuito, e assim realizar o ajuste Ąno. O esquema elétrico
completo com alterações está na Fig 24.
3.2. Implementação do circuito 53

Figura 23 Ű Esquema elétrico do circuito de potência do conversor.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 24 Ű Esquema elétrico do circuito completo modiĄcado após testes em bancada.

Fonte: Próprio Autor.

As modiĄcações realizadas estão nos Snubbers, que foram acrescentados para redução
de ruídos e picos de tensão no momento de comutação da chave e do diodo de saída; entre
os pinos 1 e 2 do CI L6561 foram feitos testes em bancada e observou-se que a aplicação
de um capacitor para ação integral na malha de controle seria o suĄciente para obter
54 Capítulo 3. Desenvolvimento

um bom resultado, como está apresentado na seção 3.3, aplicou-se então um capacitor
de 220 �� , notando que a velocidade da resposta é inversamente proporcional ao valor
de capacitância aplicado, ou seja, quanto maior a capacitância, mais lenta é a resposta.
Também aumentou-se o valor do resistor �6 de 8, 2 �Ω para 100 �Ω, como apresentado na
Eq. 2.49, este resistor deve apresentar um valor maior que o calculado, e o funcionamento
com o valor de 100 �Ω se mostrou satisfatório. Na saída foi colocado um resistor com
o intuito de futuramente ser implementado um circuito para limite de corrente, assim
como um LED, para visualização do funcionamento do conversor. Aumentou-se o valor
da capacitância de saída para se obter um ripple menor em condição de carga máxima.
Um potenciômetro foi adicionado em série ao resistor �4 , a Ąm de regular o valor da
corrente circulante no optoacoplador, e assim realizar o ajuste Ąno na tensão de saída do
conversor; necessário devido ao ganho do optoacoplador não ser exatamente o considerado
para o projeto. O resistor de 10 �Ω conectado ao gate do MOSFET garante que este não
entre em condução indevidamente. Capacitores com valores de capacitância de 100 Û�
e 33 �� foram adicionados entre o pino de alimentação e a referência do enrolamento
primário, melhorando o barramento de alimentação do CI. Observou-se que, reduzindo o
capacitor em paralelo ao resistor divisor de tensão no pino 3 (MULT) para 1 �� , a leitura
da referência de tensão senoidal tornava-se mais exata.
A montagem física da PCI do circuito de potência está apresentada na Fig. 25a; nesta
foram colocados soquetes torneados nos pontos de saída para o circuito de controle, estes
pontos estão presentes na Fig 23.
A montagem com o circuito de controle em conjunto está na Fig. 25b.

Figura 25 Ű Montagem do circuito de potência e protoboard com circuito de controle.

(a) PCI do circuito de potência (b) Montagem completa do circuito

Fonte: Próprio Autor.


3.3. Resultados Preliminares 55

3.3 Resultados Preliminares


Com a montagem preliminar do conversor concluída, foram feitos testes a Ąm de
observar os resultados e realizar os ajustes Ąnais. Para realização dos experimentos foram
utilizados um VARIAC para regular a tensão de entrada do conversor, osciloscópio para
observar os sinais na entrada e saída do conversor, e diferentes valores de carga para
obter o seu funcionamento em várias condições de corrente de saída, em conjunto com um
multímetro para obtenção dos valores da tensão e corrente de saída. O esquema elétrico
das ligações do conversor com os instrumentos é apresentado na Fig 26.

Figura 26 Ű Esquema elétrico da ligação dos instrumentos com o conversor para obtenção
dos valores da tensão e corrente de entrada.

Fonte: Próprio Autor.

A montagem da bancada para realização destes testes está presente na Fig. 27.

Figura 27 Ű Montagem da bancada para testes no conversor.

Fonte: Próprio Autor.


56 Capítulo 3. Desenvolvimento

Ligando-se o conversor na rede elétrica com valor de tensão de 127 � de entrada e


carga mínima, com 200 Ω conectado à saída para obter uma corrente de 10% da corrente
nominal estipulada, obteve-se o resultado presente na Fig. 28.

Figura 28 Ű Tensão de saída ao ligar o conversor com valor ôhmico de carga igual a 200Ω.

Fonte: Próprio Autor.

A partir deste resultado observa-se a presença de um alto overshoot, apresentando um


valor superior a 35 � de pico, o que pode daniĄcar equipamentos ligados ao conversor.
Para evitar este efeito é necessária a aplicação de um circuito de soft-start, apresentado
na seção 3.4.
Para obter o sinal de tensão após estabilização em 30 � , foi necessário realizar ajustes
no potenciômetro em série com o resistor �4 ; isto ocorre devido ao ganho do optoacoplador
não ser precisamente o mesmo previsto nos cálculos de projeto.
Os resultados dos testes realizados com os diferentes valores ôhmicos de carga na saída
foram organizados na Tab. 1.

Tabela 1 Ű Resultados preliminares para saída do conversor em diferentes condições de


carga.

Carga: 200Ω 66Ω 33Ω 21Ω 10Ω


Tensão [V] 30 30 30 30 20
Corrente [A] 0,14 0,44 0,88 1,43 1,91
Potência[W] 4,2 13,2 26,4 42,9 38,2
Fonte: Próprio autor.

Os resultados para diferentes níveis de carga testados foram satisfatórios, apresentando


valor de tensão de saída e potência esperados. Para observar a atuação do limite de
potência, realizado através do resistor �� , aumenta-se a carga para um nível acima do
nominal, resultando na redução da tensão de saída, visto na Fig. 29; embora o limite
de potência esteja funcionando corretamente, o valor da corrente eleva-se perigosamente,
3.3. Resultados Preliminares 57

mostrando a necessidade de um circuito capaz de limitar este valor de corrente de saída


- isto é observado através da Tab. 1. O circuito de realimentação de corrente capaz de
realizar esta limitação está apresentado na seção 3.4.

Figura 29 Ű Tensão de saída ao comutar a carga de 21 Ω para 10 Ω

Fonte: Próprio Autor

Devido a frequência de chaveamento variável, o valor mínimo de frequência obtido


para condição de carga nominal, e tensão mínima de entrada, está na Fig. 30.

Figura 30 Ű Frequência de chaveamento.

Fonte: Próprio Autor.

Nota-se que o resultado está muito abaixo do esperado, perto dos 13 ���, provocando
ruídos audíveis, enquanto o projetado para estas condições é de 25 ���, mostrando a
necessidade de ajustes. Segundo apresentado por Adragna (2003a), para o correto funci-
onamento no modo de transição, para correção do fator de potência, é necessário que a
58 Capítulo 3. Desenvolvimento

frequência de chaveamento mínima seja maior que a frequência interna do CI L6561, de


14 ���.
Os sinais de tensão e corrente obtidos na entrada para condição nominal de opera-
ção são mostrados na Fig. 31. Estes sinais foram obtidos conforme ligações elétricas
apresentadas na Fig. 26. Realizando a medida de tensão no resistor série aplicado a
entrada é possível obter um sinal proporcional a corrente. Utilizando-se um resistor série
de aproximadamente 0, 2 Ω, obtém-se uma escala de corrente de 5 �/� .

Figura 31 Ű Sinal de tensão e corrente na entrada do conversor para condição nominal de


funcionamento.

Fonte: Próprio Autor.

Observa-se uma grande quantidade de ruído impossibilitando a interpretação do sinal,


portanto é aplicado um Ąltro de entrada conforme o esquema elétrico da Fig. 32a, baseado
no Ąltro projetado pela STMicroelectronics (2014, p. 18). Este Ąltro possui uma frequên-
cia de corte de 14, 4 ���, obtida experimentalmente aplicando-se um sinal senoidal à
entrada do Ąltro, e aumentando sua frequência até que a saída apresentasse uma queda
de amplitude de 3 �� em relação ao sinal original aplicado à entrada, caracterizando a
frequência de corte.
3.3. Resultados Preliminares 59

Figura 32 Ű Primeira versão do Ąltro de entrada.

(a) Esquema elétrico

(b) Implementação

Fonte: Próprio Autor.

Com a utilização deste Ąltro os sinais de tensão e corrente resultantes na entrada do


conversor são mostrados na Fig. 33. Neste resultado nota-se que a correção do fator
de potência não está atuando de forma adequada, com o formato da onda de corrente
semelhante ao esperado de uma ponte retiĄcadora em fontes comuns; somado a isso ainda
existe uma grande quantidade de ruídos, devido à frequência de corte do Ąltro aplicado
não ser baixa o suĄciente, se comparado à frequência de chaveamento do conversor.

Figura 33 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor para condição nominal


de funcionamento com Ąltro de linha.

Fonte: Próprio Autor.


60 Capítulo 3. Desenvolvimento

3.4 Ajustes Finais


A Ąm de melhorar os resultados apresentados na seção 3.3, foi aplicado um Ąltro
passa-baixa �� no pino 4 do CI L6561, como apresentado por Adragna (2003b, p. 20), e
observou-se uma substancial melhora no funcionamento do conversor, apresentando uma
frequência de chaveamento aceitável, de acordo com o projetado, e as formas de onda de
tensão e corrente na entrada mostraram a correta atuação da correção do fator de potência
- estes resultados estão presentes no capítulo 4. Conclui-se então que, para montagem em
bancada utilizando protoboard, o Ąltro passa-baixa interno presente no pino 4, apresentado
na Fig. 34, não é o suĄciente, sendo necessária a aplicação de um Ąltro externo com menor
frequência de corte.

Figura 34 Ű Detalhe do Ąltro passa-baixa interno do CI L6561.

Fonte: STMicroelectronics (2014).

Para a implementação do soft-start e o limite de corrente através de realimentação na


malha de controle, trocou-se de posição o resistor �4 com o LED do optoacoplador; desta
forma é possível modiĄcar o valor da corrente circulante no optoacoplador e, com isso,
o sinal adquirido da saída do conversor também pode ser modiĄcado para realização do
controle. O circuito com estas modiĄcações está presente na Fig. 35; o ponto utilizado
para implementação do circuito de soft-start e limite de corrente de saída está indicado
na Fig. 35.
3.4. Ajustes Finais 61

Figura 35 Ű Circuito com Ąltro passa-baixa no pino 4 do CI L6561 e soft-start com reali-
mentação de corrente.

Fonte: Próprio Autor.

Através da Eq. 3.3 obtém-se a frequência de corte do Ąltro passa-baixa interno de,
aproximadamente, 796 ���, enquanto com o Ąltro externo este valor é alterado para
aproximadamente 290 ���.

1
�� = (3.3)
2·Þ·�·�
Para realizar o soft-start adicionou-se o circuito apresentado na Fig. 36, atuando
na realimentação da tensão de saída. Ao ligar o conversor, o capacitor se carrega com
uma constante de tempo proporcional ao valor da sua capacitância e ao valor ôhmico
do resistor em série; devido ao valor da corrente circulante no optoacoplador depender
deste capacitor, a tensão de saída não alcança seu valor nominal até que este esteja
completamente carregado.

Figura 36 Ű Esquema elétrico do circuito de soft-start.

Fonte: Próprio Autor.

Para obter o valor do limite de corrente na saída, o circuito na Fig. 37 foi aplicado,
protegendo assim o conversor de curto-circuito, o que garante que o valor da corrente
62 Capítulo 3. Desenvolvimento

de saída não se eleve a ponto de daniĄcar os componentes projetados para um valor de


corrente máxima especíĄca. Este circuito atua no momento em que a carga exigir um
valor de corrente superior a 1, 7 �, fazendo com que a queda de tensão nos resistores em
série com a saída seja o suĄciente para excitar a base do transistor PNP; desta forma, o
transistor NPN provoca um aumento na corrente circulante do optoacoplador, provocando
uma redução na tensão através do controle do CI L6561.

Figura 37 Ű Esquema elétrico do circuito de limite de corrente.

Fonte: Próprio Autor.

A Ąm de reduzir o tamanho do circuito e obter melhores resultados com o uso do Ąltro


de linha, foi realizado um novo projeto de indutor acoplado, de forma que a frequência de
chaveamento do conversor operasse a 50� �� em condição nominal.
Os cálculos foram refeitos através do programa no apêndice A.2, resultando em um
���í���� de 0.37 ��4 para esta condição, atendido pelo núcleo EE 30/15/7, cujo �� =
0, 71 ��4 , e a indutância do enrolamento primário para se obter os 50 ��� desejados é
de 311 Û�. Para as condições de potência do projeto calcula-se um entreferro mínimo
de 0, 26 ��. Utilizando um entreferro de 1 �� calcula-se os números de espiras em
� 1 = 64, � 2 = 20 e � 3 = 10. Os condutores utilizados neste indutor foram os mesmos
apresentados para o indutor anterior, com AWG 22 para o enrolamento primário, AWG
18 para o secundário e AWG 32 para o terceiro enrolamento. A imagem deste indutor
está na Fig. 38.
3.4. Ajustes Finais 63

Figura 38 Ű Detalhe do indutor para chaveamento em 50 ���.

Fonte: Próprio Autor.

O valor da indutância do enrolamento primário medido neste indutor foi de 370 Û�,
suĄcientemente próximo ao desejado.
Um Ąltro de linha de segunda ordem foi implementado de acordo com o esquema elé-
trico na Fig. 39a, a Ąm de obter uma frequência de corte menor e, aliado à alta frequência
de chaveamento, alcançar uma maior supressão das interferências eletromagnéticas. Este
Ąltro apresentou uma frequência de corte a 3 �� de aproximadamente 7 ���, obtida
experimentalmente.
Para o desenvolvimento deste Ąltro foi utilizado o núcleo EE 20/10/5 para os indutores;
calculou-se o máximo valor de indutância possível para este núcleo com base na corrente
circulante no Ąltro, ou seja, a corrente de entrada do conversor em condição nominal
de potência de saída e mínima tensão de entrada. Com auxílio do script de MATLAB
no apêndice A.2 foi deĄnido um valor de indutância de 1 �� com números de espiras
iguais a 50 para cada enrolamento. O condutor utilizado no enrolamento foi o mesmo
empregado no primário do indutor acoplado do conversor Ćyback, por possuírem mesmo
nível de corrente, o AWG 22.
Os capacitores foram escolhidos de forma a minimizar a frequência de corte, assim
eliminando a maior quantidade possível de componentes em alta frequência.
64 Capítulo 3. Desenvolvimento

Figura 39 Ű Segunda versão do Ąltro de linha.

(a) Esquema elétrico.

(b) Implementação.

Fonte: Próprio Autor.

Implementou-se também um Ąltro de saída, a Ąm de garantir a qualidade de energia


na saída do conversor, conforme o esquema elétrico da Fig.40a. Sua implementação física
está na Fig. 40b.

Figura 40 Ű Filtro de Saída.

(a) Esquema elétrico. (b) Implementação.

Fonte: Próprio Autor.

3.5 Conclusão
Foram apresentados neste capítulo o desenvolvimento do protótipo e as diĄculdades
encontradas neste processo, realizando-se testes de funcionamento buscando alcançar o
melhor desempenho possível. A partir dos resultados e modiĄcações realizadas no de-
senvolvimento do protótipo nota-se que, apesar dos cálculos realizados a partir da teoria
3.5. Conclusão 65

estarem corretos, algumas modiĄcações devem ser realizadas a Ąm de corrigir alguns fato-
res observados na realização prática do circuito, como ruídos e diferenças nos parâmetros
dos componentes, não considerados no modelo teórico do projeto.
A partir da construção do protótipo, resultados experimentais dos sinais de tensão e
corrente fornecidos pela rede elétrica na entrada do conversor puderam ser observadas,
assim como o sinal PWM de acionamento da chave e o sinal de tensão de saída, onde
pode-se constatar o funcionamento do conversor.
A seguir, no Capítulo 4, serão apresentados os resultados experimentais obtidos.
67

4 Resultados

Neste capítulo serão apresentados os resultados experimentais obtidos através cons-


trução de um protótipo.
Foram realizados testes três condições de carga: mínima, normal e máxima. Para cada
caso, os sinais de tensão na entrada do conversor e na saída do mesmo são analisados,
além do sinal da corrente de entrada.
A atuação do Ąltro de linha para o sinal de corrente de entrada e a correção do fator
de potência serão apresentados.
A análise da taxa de distorção harmônica do sinal de corrente com valores de uma
fonte comercial, operando com a mesma potência do conversor desenvolvido também é
apresentada.
O espectro harmônico do sinal de corrente de entrada no conversor é apresentado
através da utilização da FFT.
Por Ąm, imagens do roteamento da placa do circuito construído são mostradas.

4.1 Tensão de Saída


O sinal da tensão observado na saída do conversor, com a devida aplicação do circuito
de soft-start, está presente na Fig. 41a. Nota-se que não ocorre um overshoot, ou pico
de tensão, tão elevado quanto o observado na seção 3.3 na Fig. 28, obtendo assim um
resultado satisfatório no momento de partida do conversor em situação crítica, ou seja,
em carga mínima.
Elevando-se a carga para condição nominal observa-se a presença do ripple no sinal,
caracterizado pela linha mais espessa presente no sinal da Fig. 41b; no momento de
comutação da carga ocorre uma queda de 5 � na tensão de saída, então o circuito de
controle atua normalizando a saída para tensão nominal de 30 � .
68 Capítulo 4. Resultados

Figura 41 Ű Sinal de tensão de saída do conversor.

(a) Durante a partida do conversor em carga mínima.

(b) Comutação de carga mínima para carga de condição


nominal.

Fonte: Próprio Autor.

Aplicando uma carga com valor ôhmico de 10 Ω, o circuito de limite de corrente atua,
forçando uma queda na tensão de saída do conversor de forma que a corrente de saída não
exceda o valor de 1, 7 � e, assim, protegendo os enrolamentos do indutor e componentes
projetados para esta condição máxima. O sinal de saída para este caso está presente na
Fig. 42.

Figura 42 Ű Sinal da tensão de saída do conversor em condição de carga elevada acima da


nominal.

Fonte: Próprio Autor.


4.2. Frequência de Chaveamento 69

4.2 Frequência de Chaveamento


A frequência de chaveamento atingiu o valor esperado com base no projeto, no qual o
valor mínimo obtido foi de 48, 34 ��� em condição de carga nominal, e a maior frequência
alcançou 363, 9 ��� ao aplicar carga mínima na saída. Os sinais de chaveamento que
demonstram estes resultados estão na Fig. 43.
Com a frequência de chaveamento devidamente ajustada para níveis muito superiores
aos 20 ���, o ruído audível observado anteriormente foi eliminado, e também foi possível
reduzir o volume do indutor necessário para funcionamento.

Figura 43 Ű Comparação dos sinais PWM de chaveamento em diferentes condições de


carga de saída.

(a) Frequência máxima em condição de carga mí- (b) Frequência mínima em condição de carga má-
nima. xima.

Fonte: Próprio Autor.

4.3 Tensão e Corrente de Entrada


Para observar, graĄcamente, a correção do fator de potência, e também a atuação do
Ąltro de linha, são apresentados os sinais de tensão e corrente presentes na rede elétrica.
As Figuras 44 a 55 ilustram estes sinais para diferentes níveis de tensão na rede elétrica
e carga aplicada no conversor.
Os resultados foram obtidos para quatro níveis de tensão na entrada: 90 � , 127 � , 220
� e 240 � ; para se obter estas tensões foi utilizado um VARIAC. Cada um apresentando
três condições na carga de valor ôhmico aplicado na saída do conversor: Mínima com 200
Ω, média com 67 Ω e nominal com 20 Ω de carga. Em cada caso é realizada a comparação
visual do sinal de corrente na rede elétrica, sem e com a atuação do Ąltro de linha.
Para se obter os sinais de tensão e corrente na entrada do conversor utilizou-se os
instrumentos conforme é apresentado no esquema elétrico da Fig. 26.
70 Capítulo 4. Resultados

Figura 44 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 90 � e


com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 45 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 90 � e


com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 46 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 90 � e


com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.


4.3. Tensão e Corrente de Entrada 71

Figura 47 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 127 � e


com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 48 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 127 � e


com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 49 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 127 � e


com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.


72 Capítulo 4. Resultados

Figura 50 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 220 � e


com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 51 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 220 � e


com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 52 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 220 � e


com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.


4.3. Tensão e Corrente de Entrada 73

Figura 53 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 240 � e


com carga de valor ôhmico igual a 200 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 54 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 240 � e


com carga de valor ôhmico igual a 67 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 55 Ű Sinais de tensão e corrente na entrada do conversor alimentado com 240 � e


com carga de valor ôhmico igual a 20 Ω.

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Através dos sinais obtidos, apresentados nas Figuras 44 a 55, observa-se que houve
a correção do fator de potência, onde o sinal de corrente apresenta uma forma senoidal
74 Capítulo 4. Resultados

e aparece em fase com a forma de onda da tensão. O Ąltro de linha removeu ruídos
indesejáveis do sinal, porém, distorceu o sinal de corrente. Nos casos de tensão de entrada
de 220 � e 240 � houve uma maior quantidade de ruídos e a atuação do Ąltro provocou
uma distorção maior em comparação com os casos de menor valor de tensão de entrada;
é também nestes casos onde se nota o maior volume de interferências, resultado este
esperado, de acordo com Adragna (2003a).
Devido ao uso de um VARIAC para realizar a variação no valor da tensão de entrada,
conforme apresentado na Fig. 56, este associa um indutor em série entre a rede elétrica e
o conversor, atuando como um Ąltro do sinal de corrente. Isto contribui para a melhora
na qualidade do sinal de corrente observado para os casos de 240 � de tensão de entrada,
Figuras 53 a 55, em comparação com os sinais observados para os casos de 220 � de
tensão de entrada, Figuras 50 a 52.

Figura 56 Ű Esquema elétrico da ligação do VARIAC com o conversor Ćyback.

Fonte: Próprio Autor.

4.4 Fator de Potência e EĄciência


A Ąm de se obter a análise quantitativa do fator de potência e eĄciência do conversor
projetado, foram realizadas medidas dos valores eĄcazes nos sinais de tensão, corrente
e potência ativa na entrada do conversor, bem como os valores de tensão e corrente de
saída. Desta forma foi possível comparar o valor da potência de entrada com o valor da
potência de saída, obtendo a eĄciência do conversor. Com os valores de potência ativa e
aparente, determina-se o valor do fator de potência do conversor, visto pela rede elétrica,
como apresentado na seção 2.5. O esquema elétrico das ligações dos instrumentos de
medição está presente na Fig. 57; tomou-se o cuidado para que os equipamentos fossem
true RMS para resultados mais conĄáveis.
4.4. Fator de Potência e EĄciência 75

Figura 57 Ű Esquema elétrico das ligações dos instrumentos para ensaio do fator de po-
tência e eĄciência do conversor.

Fonte: Próprio Autor.

Os ensaios foram realizados para tensões de entrada com valores eĄcazes de 90 � ,


127 � , 220 � e 240 � com diferentes níveis de carga, os resultados destes testes foram
organizados nas Tabelas 2, 3, 4 e 5.

Tabela 2 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 90 � .

Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 90,6 0,044 1 0,25 30,8 0,01 0,31 0,31
196 90,6 0,1 7 0,77 30,7 0,14 4,30 0,61
99 90,2 0,157 12 0,85 30,7 0,29 8,90 0,74
67 90,2 0,21 16 0,84 30,5 0,43 13,12 0,82
65 90,3 0,214 17 0,88 30,5 0,44 13,42 0,79
55 90,2 0,248 20 0,89 30,5 0,53 16,17 0,81
50 90,3 0,269 22 0,91 30,5 0,59 18,00 0,82
43 89,9 0,31 25 0,90 30,5 0,69 21,05 0,84
40 90 0,327 27 0,92 30,5 0,74 22,57 0,84
35 89,5 0,369 31 0,94 30,3 0,84 25,45 0,82
33 89,8 0,39 32 0,91 30,5 0,89 27,15 0,85
30 89,3 0,432 36 0,93 30,5 1,00 30,50 0,85
26 88,9 0,492 42 0,96 30,5 1,14 34,77 0,83
23 88,8 0,559 49 0,99 30,2 1,29 38,96 0,80
21 88,9 0,59 52 0,99 30,5 1,45 44,23 0,85
19 88,9 0,592 52 0,99 30,5 1,54 46,97 0,90
Fonte: Próprio autor.
76 Capítulo 4. Resultados

Tabela 3 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 127 � .

Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 128 0,039 3 0,60 30,8 0,01 0,31 0,10
196 128 0,076 6 0,62 30,7 0,14 4,30 0,72
99 127 0,114 12 0,83 30,7 0,29 8,90 0,74
67 127 0,151 16 0,83 30,5 0,43 13,12 0,82
65 127 0,153 17 0,87 30,5 0,44 13,42 0,79
55 127 0,178 19 0,84 30,5 0,53 16,17 0,85
50 127 0,191 21 0,87 30,5 0,58 17,69 0,84
43 127 0,217 24 0,87 30,5 0,69 21,05 0,88
40 127 0,231 26 0,89 30,5 0,73 22,27 0,86
35 127 0,258 30 0,92 30,3 0,84 25,45 0,85
33 127 0,272 32 0,93 30,5 0,88 26,84 0,84
30 127 0,3 36 0,94 30,5 1,00 30,50 0,85
26 127 0,34 41 0,95 30,5 1,13 34,47 0,84
23 127 0,382 47 0,97 30,2 1,28 38,66 0,82
21 127 0,428 53 0,98 30,5 1,44 43,92 0,83
19 127 0,456 57 0,98 30,5 1,57 47,89 0,84
Fonte: Próprio autor.

Tabela 4 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 220 � .

Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 221 0,037 3 0,37 31 0,01 0,31 0,10
196 220 0,071 9 0,58 30,9 0,14 4,33 0,48
99 220 0,093 14 0,68 30,8 0,29 8,93 0,64
67 220 0,117 18 0,70 30,7 0,43 13,20 0,73
65 220 0,117 18 0,70 30,8 0,44 13,55 0,75
55 220 0,132 21 0,72 30,7 0,53 16,27 0,77
50 220 0,141 22 0,71 30,7 0,59 18,11 0,82
43 220 0,157 25 0,72 30,7 0,69 21,18 0,85
40 220 0,165 27 0,74 30,6 0,74 22,64 0,84
35 219 0,18 30 0,76 30,7 0,84 25,79 0,86
33 219 0,19 32 0,77 30,7 0,89 27,32 0,85
30 219 0,205 35 0,78 30,7 1,00 30,70 0,88
26 219 0,229 39 0,78 30,7 1,14 35,00 0,90
23 219 0,252 44 0,80 30,6 1,29 39,47 0,90
21 219 0,277 50 0,82 30,6 1,45 44,37 0,89
19 219 0,288 53 0,84 30,3 1,54 46,66 0,88
Fonte: Próprio autor.
4.4. Fator de Potência e EĄciência 77

Tabela 5 Ű Tabela com resultados do ensaio para tensão de entrada de 240 � .

Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 241 0,023 1 0,18 31,2 0,01 0,31 0,31
196 240 0,06 7 0,49 31 0,14 4,34 0,62
99 240 0,074 11 0,62 30,9 0,29 8,96 0,81
67 240 0,093 15 0,67 30,7 0,43 13,20 0,88
65 240 0,095 16 0,70 30,9 0,44 13,60 0,85
55 240 0,107 19 0,74 30,7 0,54 16,58 0,87
50 240 0,113 21 0,77 30,6 0,60 18,36 0,87
43 240 0,127 25 0,82 30,6 0,69 21,11 0,84
40 240 0,133 26 0,81 30,7 0,74 22,72 0,87
35 240 0,148 30 0,84 30,7 0,84 25,79 0,86
33 240 0,155 32 0,86 30,6 0,89 27,23 0,85
30 239 0,17 35 0,86 30,7 1,00 30,70 0,88
26 239 0,19 39 0,86 30,7 1,14 35,00 0,90
23 239 0,21 43 0,86 30,4 1,29 39,22 0,91
21 238 0,234 49 0,88 30,7 1,44 44,21 0,90
19 238 0,25 53 0,89 30,7 1,54 47,28 0,89
Fonte: Próprio autor.

Os gráĄcos das Fig. 58 e 59 foram realizados a partir das Tabelas, apresentando


uma comparação do fator de potência e eĄciência entre os diferentes níveis de valores de
corrente de saída e valores de tensões de entrada.

Figura 58 Ű GráĄco relacionando o fator de potência e corrente de saída para diferentes


valores de tensão de entrada.

Fonte: Próprio Autor.


78 Capítulo 4. Resultados

Figura 59 Ű GráĄco relacionando a eĄciência e corrente de saída para diferentes valores


de tensão de entrada.

Fonte: Próprio Autor.

A partir dos gráĄcos e Tabelas nota-se um bom resultado no valor do fator de potência,
se comparado à ponte retiĄcadora convencional, que possui um fator de potência em torno
de 0, 5; mesmo no pior caso, em condição de valor de corrente de saída superior a 0, 5 �,
obteve-se um fator de potência superior a 0, 7. Conforme o esperado para menores valores
de tensão de entrada obteve-se um melhor desempenho na correção de fator de potência,
assim como em condições mais próximas a nominal.
A eĄciência do conversor, que foi considerada para termos de projeto em 0, 85, apre-
sentou um resultado muito próximo ao esperado, entre 0, 8 e 0, 9 para maior parte das
condições testadas, tanto em relação à tensão de entrada quanto à corrente de saída.
No entanto, é possível alcançar valores mais elevados de eĄciência considerando chaves e
MOSFETs mais eĄcientes, com tensão direta de condução e resistência equivalente meno-
res, e velocidade de comutação mais rápida.
O conversor mostrou resultados satisfatórios apresentando valores de eĄciência próxi-
mos ao considerado na etapa de projeto, e fator de potência corrigido chegando a 0, 99,
porém apresentando desempenho reduzido em tensões de entrada acima dos 200 � , con-
forme o esperado.
4.5. Distorção Harmônica Total 79

4.5 Distorção Harmônica Total


Ensaios para obter o valor da THD foram realizados, sendo assim possível analisar a
ação do Ąltro de linha através da análise espectral do sinal de corrente; os valores dos re-
sultados de determinação da THD do conversor Ćyback apresentados neste trabalho foram
comparados aos valores obtidos em uma fonte sem PFC em mesmo nível de potência.
Neste teste foi utilizada uma tensão de entrada de 115 � em condição nominal, com 45
� na saída do conversor, o valor de corrente dos resultados apresentados estão 10 vezes
menores que os reais devido a atenuação da ponteira do osciloscópio.
A comparação visual dos sinais de corrente e tensão, com e sem a presença de Ąltro
de linha, realizados neste experimento, está na Fig. 60.

Figura 60 Ű Sinais de entrada do conversor alimentado com tensão de 115 � e potência


de 45 � .

(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de tensão e corrente com Ąltro.

Fonte: Próprio Autor.

Nota-se uma grande melhora com a presença do Ąltro, principalmente na forma de


onda do sinal de corrente. Este resultado também pode ser observado através da aná-
lise em frequência, presente na Fig. 61, obtida através da aplicação da FFT no sinal,
onde observa-se que, sem a aplicação do Ąltro de entrada, os sinais de ruído espalham-se
pelo espectro, enquanto com Ąltro os principais componentes são os harmônicos ímpares
iniciais, além da frequência fundamental de 60 ��.
80 Capítulo 4. Resultados

Figura 61 Ű Espectro harmônico do sinal de corrente na entrada do conversor.

(a) Sem Ąltro de linha. (b) Com Ąltro de linha.

Fonte: Próprio Autor.

Componentes próximos ao valor da frequência de chaveamento de 50 ��� e seus


harmônicos também estão presentes, como espera-se em fontes chaveadas, apresentados
na Fig. 62; com a aplicação do Ąltro, as componentes harmônicas da frequência de
chaveamento são suprimidas quase em sua totalidade, enquanto a componente em 50
��� sofre uma atenuação considerável de aproximadamente 15 ��.

Figura 62 Ű Espectro harmônico do sinal da corrente de entrada do conversor, componen-


tes próximas ao valor de 50 ���.

(a) Sem Ąltro de linha. (b) Com Ąltro de linha.

Fonte: Próprio Autor.

Os mesmos testes foram realizados para uma fonte sem PFC, com as mesmas condições
de entrada e saída; comparações entre os dois casos estão presentes nas Fig. 63 e 64.
4.5. Distorção Harmônica Total 81

Figura 63 Ű Comparação entre os sinais de entrada dos conversores retiĄcador monofásico


e Ćyback.

(a) RetiĄcador monofásico. (b) Flyback atuando com PFC.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 64 Ű Espectro harmônico do sinal de corrente na entrada para os conversores reti-


Ącador monofásico e Ćyback.

(a) RetiĄcador monofásico. (b) Flyback atuando com PFC.

Fonte: Próprio Autor.

Observa-se que a fonte com retiĄcador sem PFC possui uma quantidade muito maior
de harmônicos e, portanto, degrada a qualidade de energia, realizando um uso pouco
eĄciente desta. Através da teoria apresentada na seção 2.4, calculou-se o valor da THD
de ambas as fontes, coletando a informação de amplitude de 25 harmônicas do sinal da
corrente, no qual o conversor Ćyback com PFC apresentou um � �� ≈ 13 %, enquanto
a fonte sem PFC obteve um � �� ≈ 115 %. O fator de potência da fonte sem PFC
foi obtido utilizando-se o método apresentado na Fig. 57, encontrando um � � = 0, 55;
aplicando o valor da THD para obter o fator de potência resulta-se em um � � = 0, 65,
mostrando que, além da distorção harmônica, a fonte sem PFC apresenta também um
pequeno deslocamento de fase entre tensão e corrente. Nestas condições o conversor com
PFC apresentou um fator de potência superior a 0,9.
Estes ensaios mostram como a fonte com correção ativa de fator de potência alcança
melhores resultados de qualidade de energia.
82 Capítulo 4. Resultados

4.6 Placa de Circuito Impresso


Com os testes concluídos e o conversor apresentando resultados satisfatórios, foi reali-
zado o roteamento da placa de circuito impresso no software ALTIUM. Utilizando como
limite dimensões máximas de 8�� x 8�� x 3��, e empregaram-se placas separadas para o
circuito de controle e Ąltro de entrada, que se conectam à placa de potência. Os modelos
Ąnais dos circuitos do Ąltro de linha, controle e potência estão nas Fig. 65, 66 e 67. Os
roteamentos das placas estão no apêndice B.

Figura 65 Ű Modelo da PCI do Ąltro de linha.

(a) Vista superior.

(b) Vista inferior.

Fonte: Próprio Autor.


4.6. Placa de Circuito Impresso 83

Figura 66 Ű Modelo da PCI do circuito de controle.

(a) Vista superior.

(b) Vista inferior.

Fonte: Próprio Autor.


84 Capítulo 4. Resultados

Figura 67 Ű Modelo da PCI do circuito de potência, montagem Ąnal.

(a) Vista superior.

(b) Vista de ângulo.

Fonte: Próprio Autor.

Adicionaram-se chaves do tipo PTH, para que no momento da montagem do circuito


fosse possível realizar testes sem a necessidade de soldagem dos componentes SMD. Uma
blindagem foi adicionada, de modo a separar a parte de entrada do conversor da parte
de saída. Uma placa adicional para realimentação de corrente foi prevista no circuito
4.7. Conclusão 85

de controle, para possíveis modiĄcações no nível de corrente de saída; trimpots também


foram adicionados ao circuito de controle para modiĄcar os níveis de tensão de saída.
Conectores para utilização de LEDs externos também foram adicionados. Com estas
adições o conversor se torna mais versátil, com a possibilidade de modiĄcações futuras
nos níveis de tensão e corrente.
As dimensões Ąnais são de 8 �� x 6, 5 �� x 3 ��, em comparação com uma fonte
comercial de 65 � com dimensões de 8 �� x 8 �� x 3 ��; mostra-se que o projeto do
conversor Ćyback apresentado possui dimensões dentro dos padrões comerciais.

4.7 Conclusão
Apresentaram-se neste capítulo os resultados Ąnais do conversor em diferentes situa-
ções de carga, observando os valores de tensão e corrente de entrada e saída, frequência de
chaveamento, as potências ativa e aparente na entrada e a potência de saída, sendo assim
possível calcular a eĄciência e o fator de potência da fonte chaveada proposta. Também
foi realizado testes e comparações a cerca da distorção harmônica do conversor proposto,
com correção de fator de potência, e de um conversor sem esta característica.
Com a análise destes resultados mostra-se que o conversor alcançou o proposto nas
etapas de projeto, com frequência de chaveamento próxima ao esperado, assim como
sua eĄciência. O fator de potência mostrou resultados coerentes com o apresentado por
Adragna (2003a), onde os melhores resultados são atingidos nas condições de menor tensão
de entrada e carga nominal. A comparação com o valor de THD da fonte comercial sem
PFC demonstra algumas das vantagens da utilização de um CI capaz de realizar a correção
do fator de potência.
O projeto da placa de circuito impresso também foi apresentado, mostrando dimensões
coerentes com o encontrado comercialmente.
No capítulo 5 serão apresentadas as conclusões gerais e sugestões de trabalhos futuros
para continuação do projeto desenvolvido neste trabalho.
87

5 Discussões e Conclusões Gerais

A utilização do circuito integrado modelo L6561 foi satisfatório. Este componente


apresenta na sua estrutura interna tudo que é necessário para o controle do conversor
Ćyback atuar como um conversor AC/DC com correção ativa do fator de potência.
O desenvolvimento de uma estrutura de programação no software MATLAB permite
a rápida determinação dos valores dos componentes presentes no circuito, se houver a
necessidade de alteração de dados no projeto, o programa recalcula os novos valores dos
componentes, reduzindo e agilizando o tempo de cálculo.
Apesar do dimensionamento dos valores dos componentes, os mesmos necessitam de
pequenos ajustes, pois os valores teóricos calculados são distintos dos valores práticos.
Neste sentido, é necessário pequenas regulagens no circuito.
O circuito de snubber nas chaves ajuda a reduzir a propagação de sinais de ruídos em
alta frequência no circuito do conversor. O mesmo ocorre em relação ao sinal de corrente
de realimentação presente na chave do conversor Ćyback, que necessita de Ąltragem para
ser aplicado ao CI L6561, no pino 4. Apesar do mesmo possuir internamente um Ąltro
passa-baixa, é necessário a implementação de um Ąltro externo para melhorar a qualidade
do sinal.
A utilização de componentes do tipo SMD reduz o tamanho físico do conversor, além
disso, o aumento de frequência de operação deste contribui para a redução do valor de
indutância do indutor acoplado, e assim, o volume do seu núcleo.
O circuito de soft-start é importante para a redução do overshoot do sinal da tensão
de saída do conversor Ćyback. É através dele que o valor de tensão de saída, no momento
da energização da fonte, não ultrapasse o valor de projeto. Isto protege a carga contra
sobretensões quando o conversor é ligado.
Para se evitar sobre corrente na saída do conversor Ćyback é necessário a utilização de
um circuito de proteção contra valores altos de corrente. Isto é importante para se evitar
danos ao circuito do conversor, e queima de componentes.
A Ąm de melhorar a qualidade do sinal de tensão de saída do conversor Ćyback um
Ąltro �� foi adicionado. Com isso melhores resultados no sinal da tensão de saída foram
obtidos.
A existência do Ąltro de linha na entrada do conversor Ćyback é fundamental para a
melhoria da qualidade do sinal de corrente na rede elétrica. Através dele, o aspecto do
sinal torna-se mais senoidal e com menos ruído. Apesar dessa característica positiva, o
Ąltro utilizado no protótipo provocou variações no valor do fator de potência e distorções
no sinal da corrente, sendo assim necessário um melhor projeto do mesmo.
Os resultados obtidos dos valores de eĄciência e fator de potência foram satisfatórios,
principalmente quando comparados aos resultados de utilização de uma fonte comum,
88 Capítulo 5. Discussões e Conclusões Gerais

sem correção ativa do fator de potência. Pode-se encontrar vantagens na utilização de


fontes com correção ativa do fator de potência.
O projeto da fonte chaveada foi satisfatório, alcançando os valores dos parâmetros
estipulados e apresentando bons resultados experimentais.

5.1 Trabalhos Futuros


No que se refere a futuros trabalhos, existe a oportunidade de se implementar o circuito
realizado no ALTIUM, com melhorias no Ąltro de linha e aumento da eĄciência utilizando
MOSFETs e diodos com melhores características de condução.
89

Referências

ADRAGNA, C. AN1059 Application note: Design equations of high-power-factor


Ćyback converters based on the L6561. 2003. Acesso em: 19 de agosto de 2016.
Disponível em: <http://www.st.com/content/ccc/resource/technical/document/
application_note/83/27/3e/e4/29/2f/4e/c5/CD00004040.pdf/Ąles/CD00004040.pdf/jcr:
content/translations/en.CD00004040.pdf>. 38, 40, 41, 43, 45, 46, 50, 57, 74, 85
ADRAGNA, C. AN966 Application note: L6561, Enhanced Transition Mode Power
Factor Corrector. 2003. Acesso em: 13 de novembro de 2016. Disponível em:
<http://www.st.com/content/ccc/resource/technical/document/application_note/34/
1a/f0/59/de/e6/40/55/CD00004002.pdf/Ąles/CD00004002.pdf/jcr:content/translations/
en.CD00004002.pdf>. 60
BARBI, I. Eletrônica de Potência: Projetos de Fontes Chaveadas. 1. ed. [S.l.]: Edição do
Autor, 2001. 36, 37
EDMINISTER, J. A. Circuitos Elétricos: reedição da edição clássica. 2. ed. [S.l.]:
Pearson Education, 1991. 35, 36
FAIRCHILD, S. General Porpouse 6-Pin Phototransistor Optocouplers. 2002. Acesso
em: 18 de agosto de 2016. Disponível em: <http://pdf.datasheetcatalog.com/datasheet/
fairchild/4N25.pdf>. 34
FITZGERALD C. KINGSLEY JR., S. D. U. A. E. Máquinas Elétricas com Introdução
À Eletrônica de Potência. 6. ed. [S.l.]: Bookman, 2006. 33
GRADY, R. J. G. W. M. Harmonics and how they relate to power factor. 1993. Acesso
em: 13 de dezembro de 2016. Disponível em: <http://intranet.ctism.ufsm.br/gsec/
Apostilas/fatordepotenciaethd.pdf>. 36
MELLO, L. F. P. de. Análise e Projeto de Fontes Chaveadas. 1. ed. [S.l.]: Érica Ltda,
1996. 27, 29, 30
SHA X. WANG, Y. W. H. M. Z. Optimal Design of Switching Power Supply. 1. ed. [S.l.]:
Wiley, 2015. 38
SHMILOVITZ, D. On the DeĄnition of Total Harmonic Distortion and Its Efect on
Measurement Interpretation. 2005. Acesso em: 13 de dezembro de 2016. Disponível em:
<http://www.eng.tau.ac.il/~shmilo/10.pdf>. 34
STMICROELECTRONICS. Datasheet: L6561 Power Factor Corrector. 2004. Acesso
em: 27 de outubro de 2016. Disponível em: <http://www.st.com/content/ccc/
resource/technical/document/datasheet/fe/e0/58/53/cd/2d/47/b3/CD00001174.pdf/
Ąles/CD00001174.pdf/jcr:content/translations/en.CD00001174.pdf>. 50
STMICROELECTRONICS. AN2838 Application note: 35 W wide-range high power
factor Ćyback converter evaluation board using the L6562A. 2014. Acesso em: 19
de agosto de 2016. Disponível em: <http://www.st.com/content/ccc/resource/
technical/document/application_note/7e/1c/f5/ce/81/0f/4a/e5/CD00213562.pdf/Ąles/
CD00213562.pdf/jcr:content/translations/en.CD00213562.pdf>. 38, 39, 58, 60
90 Referências

TREVISO, C. H. G. Apostila de eletrônica de potência. Curso de Engenharia Elétrica -


UEL. 2006. 31, 32, 37
91

APÊNDICE A Ű Cálculos de
projeto no MATLAB

A.1 Programa em MATLAB para dimensionamento


dos componentes do circuito
1 clear all ;
2 clc ;
3 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
4
5 %1 Design E s p e c i f i c a t i o n s
6 Vacmin = 8 8 ;
7 Vacmax = 2 6 4 ;
8 dropmax = 4 ; %Queda da t e n s ã o de e n t r a d a
9 fL = 5 0 ; %F r e q u ê n c i a mínima da r e d e
10 Vout = 3 0 ;
11 Iout = 1 . 5 ;
12 dVo = 1 ; %Maximo r i p p l e de s a í d a
13 Vf = 1 . 1 ; %Queda no d i o d o de s a í d a
14 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
15
16 %2 Pre−d e s i g n C h o i c e s
17 fswmin = 25 e3 ; %F r e q u ê n c i a mínima de chaveamento
18 VR = 1 0 0 ; %Tensão r e f l e t i d a
19 dV = 7 0 ; %S o b r e t e n s ã o de i n d u t â n c i a
20 eficiencia = 0.85;
21 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
22
23 %3 P r e l i m i n a r y C a l c u l a t i o n s
24 Vpkmin = Vacmin∗ s q r t ( 2 )−dropmax ;
25 Vpkmax = Vacmax∗ s q r t ( 2 ) ;
26 Pout = Vout∗ I o u t ;
27 Pin = Pout / e f i c i e n c i a ;
28 Kv = Vpkmin/VR;
29
30 f u n c 1 = @( t e t a ) s i n ( t e t a ) . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
31 F1 = i n t e g r a l ( func1 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
32
33 f u n c 2 = @( t e t a ) ( s i n ( t e t a ) ) . ^ 2 . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
34 F2 = i n t e g r a l ( func2 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
35
36 f u n c 3 = @( t e t a ) ( s i n ( t e t a ) ) . ^ 3 . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
92 APÊNDICE A. Cálculos de projeto no MATLAB

37 F3 = i n t e g r a l ( func3 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
38
39 f u n c 4 = @( t e t a ) ( s i n ( t e t a ) ) . ^ 4 . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
40 F4 = i n t e g r a l ( func4 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
41
42 f u n c 5 = @( t e t a ) ( s i n ( t e t a ) ) . ^ 5 . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
43 F5 = i n t e g r a l ( func5 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
44
45 hfunc2 = @( t e t a ) ( ( s i n ( t e t a ) . ^ 2 . ∗ c o s ( 2 ∗ t e t a ) ) ./(1+Kv∗ s i n ( t e t a ) ) ) ;
46 H2 = abs ( i n t e g r a l ( hfunc2 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ) ;
47 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
48
49 %4 O p e ra t i n g C a l c u l a t i o n s
50 Ipkp = ( 2 ∗ Pin ) / ( Vpkmin∗F2 ) ;
51 Irmsp = Ipkp ∗ s q r t ( F2 / 3 ) ;
52
53 I p k s = ( 2 ∗ I o u t ) / (Kv∗F2 ) ;
54 I r m s s = I p k s ∗ s q r t (Kv∗F3 / 3 ) ;
55 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
56
57 %5 Transformer P r e l i m i n a r y
58 Lp = Vpkmin/((1+Kv) ∗ fswmin ∗ Ipkp ) ;
59 n = VR/ ( Vout+Vf ) ;
60 APmin1 = ( ( 4 6 0 ∗ Pin ) / ( fswmin ∗(1+Kv) ∗ s q r t ( F2 ) ) ) ^ 1 . 3 1 6 ;
61 Jh = ( 1 . 8 7 + 1 . 2 6 ∗Kv) /(1+0.55∗Kv) ∗1 e −5;
62 Je = ( 1 . 8 8 + 1 . 0 6 ∗Kv) /(1+0.34∗Kv) ∗1 e −10;
63 APmin2 = ( ( 4 6 0 ∗ Pin ) / ( fswmin ∗(1+Kv) ∗ s q r t ( F2 ) ) ) ^ 1 . 5 8 5 ∗ ( Jh∗ fswmin+Je ∗ fswmin ^2)
^0.66;
64
65 i f APmin2 > APmin1
66 APmin = APmin2 ;
67 e l s e APmin = APmin1 ;
68 end
69 AP = s p r i n t f ( ŠAP minimo de %.3 f cm^4 e Lp = %.2 f uH Š ,APmin , Lp∗1 e6 )
70 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
71
72 %6 MOSFET s e l e c t i o n
73 VMos = Vpkmax + VR +dV ;
74 Vdsmax = s p r i n t f ( ŠMOSFET com Vds minimo de %.2 f V Š ,VMos)
75 Rdsmax = s p r i n t f ( Š Rdson maximo de %.5 f Ohms para p e r d a s maximas de 5%% da
p o t e n c i a de e n t r a d a Š , 0 . 5 ∗ Pin ∗ 0 . 0 5 / Irmsp ^2)
76 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
77
78 %7 Catch Diode
79 Vrevmax = Vpkmax/n + Vout ;
80 I f = 0 . 4 ∗ I p k s ;
81 Pdiodo = 0 . 4 8 ∗ I o u t +0.013∗ I r m s s ^ 2 ;
A.1. Programa em MATLAB para dimensionamento dos componentes do circuito 93

82
83 CatchDiode = s p r i n t f ( Š Diodo com t e n s a o r e v e r s a minima de %.2 f V; c o r r e n t e
de %.2 f A e d i s s i p a c a o de p o t e n c i a de %.2 f WŠ , Vrevmax , I f , Pdiodo )
84 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
85
86 %8 Output C a p a c i t o r S e l e c t i o n
87 Coutmin = 1 / ( p i ∗ fL ) ∗H2/F2∗ I o u t /dVo ∗ 1 e6 ;
88 CapOut = s p r i n t f ( Š C a p a c i t o r de s a i d a minimo de %.2 f uF Š , Coutmin )
89 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
90
91 %9 Clamp network
92 Vcl = VR+dV ;
93 ClampVoltage = s p r i n t f ( Š Tensao r e v e r s a minima do d i o d o de Clamp %.2 f V Š ,
Vcl )
94 P t r a n s i l = s p r i n t f ( Š P o t e n c i a do d i o d o Clamp %.2 f WŠ , ( Vcl ∗(1+Kv) ∗F2 ∗ 0 . 0 2 ∗ Lp
∗ Ipkp ^2∗ fswmin ) / ( 2 ∗ ( Vcl−VR) ) ) %I n d u t a n c i a 2% da i n d u t â n c i a p r i m á r i o
95 DiodeBlock = s p r i n t f ( Š Tensao %.2 f V e C o r r e n t e %.2 f A Š , VMos , Irmsp )
96 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
97
98 %10 M u l t i p l i e r b i a s and s e n s e r e s i s t o r s e l e c t i o n
99 Vmultpkmax = 2 . 7 2 ;
100
101 Vmultpkmin = Vmultpkmax∗Vpkmin/Vpkmax ;
102 Vcxpk = 1 . 6 5 ∗ Vmultpkmin ;
103 i f Vcxpk > 1 . 6
104 show = s p r i n t f ( Š R e f a z e r c a l c u l o s para Vcxpk , r e d u z i n d o o v a l o r de
t e n s a o de Vmultpkmax Š )
105 else
106 Kp = Vmultpkmax/Vpkmax ;
107 Rs_ = s p r i n t f ( Š R e s i s t o r s e n s o r de c o r r e n t e maximo Rs = %.3 f ohms Š , Vcxpk/
Ipkp )
108 Rs = Vcxpk/ Ipkp ;
109 Ps = s p r i n t f ( Š P o t e n c i a de d i s s i p a c a o no Rs = %.3 f WŠ , Rs∗ Ipkp ^2∗F2 / 3 )
110 end
111
112 I d i v i d e r = 120 e −6;
113 d i v i d e r r a t i o = Vmultpkmax/Vpkmax ;
114 Rlower = Vmultpkmax/((1+Kp) ∗ I d i v i d e r ) / 1 0 0 0 ;
115 Rupper = (Vpkmax/ I d i v i d e r − Rlower ) /1 e6 ;
116 R d i v i d e r = s p r i n t f ( Š Os r e s i s t o r e s para d i v i s a o de t e n s a o no p i n o MULT( 3 )
s a o R_upper = %.2 f Mohms e R_lower = %.2 f kohms Š , Rupper , Rlower )
117 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
118
119 %11 Feedback and C o n t r o l Loop
120 CTRmax = 1 ; %Ganho máximo do o p t o a c o p l a d o r
121 CTRmin = 0 . 5 ; %Ganho mínimo do o p t o a c o p l a d o r
122 I c o l l e c t o r = 1 e −3; %C o r r e n t e de c o l e t o r do o p t o a c o p l a d o r
94 APÊNDICE A. Cálculos de projeto no MATLAB

123
124 R5 = 2.5/ I c o l l e c t o r
125 R4 = ( Vout −1 −2.5) / 2 . 5 ∗CTRmin∗R5 %R4 < ( Vout −1 −2.5) / 2 . 5 ∗CTRmin∗R5
126 R2 = 2.5/ I c o l l e c t o r
127 R1 = ( Vout −2.5) / 2 . 5 ∗ R2
128 R6 = R5+R5/R4∗CTRmax∗dVo/40 e−6 %R6 > R5+R5/R4∗CTRmax∗dVo/40 e−6
129 R3 = R1/5
130
131 C1 = 8 3 . 3 e −12∗R1

A.2 Programa em MATLAB para cálculo do indutor


acoplado
1 u0 = 4∗ p i ∗1 e −7; %N/A^2
2
3 % NEER 28/17/12
4 l e = 7 5 . 5 e −3; %m
5
6 Ae = 8 1 . 4 e −6; %m^2
7
8 h = 1 2 . 5 3 ; %mm
9 l = 2 1 . 2 ; %mmm
10 c = 9 . 9 ; %mm
11
12 % % EE 30/15/7
13 % l e = 67 e −3; %m
14 %
15 % Ae = 6 0 . 4 e −6; %m^2
16 %
17 % h = 9 . 7 ; %mm
18 % l = 1 9 . 5 ; %mmm
19 % c = 7 . 2 ; %mm
20
21
22 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
23 AP = ( Ae∗1 e4 ) ∗ ( h∗1 e −1) ∗ ( ( l −c ) ∗1 e −1) %cm^4
24 s p r i n t f ( Š Área p r o j e t a d a para e s t e t r a n s f o r m a d o r %.3 f cm^4 Š ,AP)
25 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
26
27 l g = 1 e −3; %m
28
29
30 E = 0 . 5 ∗ Lp∗ Ipkp ;
31 Al = Ae ^ 2 ∗ 0 . 3 ^ 2 / ( 2 ∗E) ;
32 % l g = u0∗Ae/ Al ;
33 s p r i n t f ( ŠGap do t r a n s f o r m a d o r no mínimo %.3 f mmŠ , l g ∗ 1 0 0 0 )
A.2. Programa em MATLAB para cálculo do indutor acoplado 95

34
35 Al = u0∗Ae/ l g
36 N1 = s q r t ( Lp/ Al )
37 N2 = N1/n
38 N3 = 15∗N2/Vout
39
40 %Area do c o b r e
41 Kj = 3 9 7 ; %EE
42 x = 0.12;
43 J = Kj∗AP^(−x ) ;
44 Acup = Irmsp /J ;
45 Acus = I r m s s /J ;
46 Acu = s p r i n t f ( Š As á r e a s do c o b r e s ã o Acup = %.6 f cm^2 e Acus = %.6 f cm^2 Š ,
Acup , Acus )
97

APÊNDICE B Ű Roteamento das


placas de circuito impresso no
software ALTIUM

B.1 Esquemas elétricos dos circuitos implementados


no software ALTIUM

Figura 68 Ű Esquema elétrico do Ąltro de linha para roteamento.

Fonte: Próprio Autor.


98 APÊNDICE B. Roteamento das placas de circuito impresso no software ALTIUM

Figura 69 Ű Esquema elétrico do circuito de controle para roteamento.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 70 Ű Esquema elétrico do circuito de potência para roteamento.

Fonte: Próprio Autor.


B.2. Roteamento da PCI do Ąltro de linha 99

B.2 Roteamento da PCI do Ąltro de linha

Figura 71 Ű PCI do Ąltro de linha.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 72 Ű Top layer da PCI do Ąltro de linha.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 73 Ű Bottom layer da PCI do Ąltro de linha.

Fonte: Próprio Autor.


100 APÊNDICE B. Roteamento das placas de circuito impresso no software ALTIUM

B.3 Roteamento da PCI do circuito de controle

Figura 74 Ű PCI do circuito de controle.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 75 Ű Top layer da PCI do circuito de controle.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 76 Ű Bottom layer da PCI do circuito de controle.

Fonte: Próprio Autor.


B.4. Roteamento da PCI do circuito de potência 101

B.4 Roteamento da PCI do circuito de potência

Figura 77 Ű PCI do circuito de potência.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 78 Ű Top layer da PCI do circuito de potência.

Fonte: Próprio Autor.


102 APÊNDICE B. Roteamento das placas de circuito impresso no software ALTIUM

Figura 79 Ű Bottom layer da PCI do circuito de potência.

Fonte: Próprio Autor.

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