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Londrina
2017
Universidade Estadual de Londrina
Centro de Tecnologia e Urbanismo
Departamento de Engenharia Elétrica
Londrina
2017
Ficha CatalográĄca
Comissão Examinadora
Agradeço a minha família e namorada por todo o incentivo e apoio oferecidos durante
estes anos de graduação.
Ao Prof. Dr. Carlos Henrique Gonçalves Treviso por compartilhar seu conhecimento e
por toda sua orientação durante a realização deste trabalho, acompanhando semanalmente
o desenvolvimento do mesmo.
A todos os professores que contribuiram e participaram de minha formação acadêmica,
e aos técnicos por sua colaboração e ajuda.
Por Ąm, agradeço aos meus amigos Italo, Lucas, Andrey e Daniel por sua companhia
durante esta jornada, e ao Marco Aurélio companheiro de laboratório por sua ajuda
durante a realização deste projeto.
Arthur de Abreu Romão. Pré-regulador de fator de potência usando a topologia
Ćyback com entrada universal e saída em 30V/1,5A. 2017. 102 p. Trabalho
de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica - Universidade Estadual de Londrina,
Londrina.
Resumo
Atualmente a forma mais eĄciente de conversão de corrente elétrica alternada para con-
tínua é através de conversores estáticos, porém a utilização dos mesmos provoca a degra-
dação do fator de potência e possui alta distorção harmônica total, inserindo um grande
volume de ruídos na rede elétrica, comprometendo, assim, a qualidade de energia. Neste
trabalho será apresentado o projeto de uma fonte chaveada, com tensão de saída de 30
V e corrente nominal de 1,5 A, baseando-se na topologia de conversor Ćyback atuando
no modo de transição, utilizando o circuito integrado dedicado L6561, visando corrigir o
fator de potência de modo a torná-lo o mais próximo possível do valor unitário, e com a
utilização de Ąltros, minimizar a propagação de ruídos eletromagnéticos na rede de dis-
tribuição.
Abstract
Currently the most eicient way to convert electric alternate current to continuous is
through switching, but this process causes the degradation of the power factor and has
a high total harmonic distortion, inserting a great amount of noise in the grid, thus
compromising the quality of energy. In this paper it will be presented the design of a
switched-mode power supply with 30V output voltage and rated current of 1.5A, based
on Flyback topology operating in transition mode, using the dedicated integrated circuit
L6561, in order to correct the power factor, making it the closest possible to the unit, and
the use of Ąlters, to minimize the propagation of electromagnetic noise in the distribution
grid.
Δ� Sobretensão de indutância
Δ�� Máximo ripple de saída do conversor
�� Fator de indutância
�� Produto das áreas do núcleo do indutor
������ Área de seção dos condutores
������� Capacitância mínima de saída do conversor
�� ���� Máximo valor de transferência de corrente do optoacoplador
�� ���� Mínimo valor de transferência de corrente do optoacoplador
�� Frequência mínima da rede elétrica
������ Frequência de chaveamento mínima do conversor
�� Corrente de coletor no transistor do optoacoplador
�� Corrente de condução direta do diodo de saída do conversor
���� Corrente de saída do conversor
�� �� Corrente de pico no primário do indutor
�� �� Corrente de pico no secundário do indutor
��� �� Corrente eĄcaz no primário do indutor
��� �� Corrente eĄcaz no secundário do indutor
� Densidade de corrente
�� Relação tensão pico-reĆetida
�� Indutância do enrolamento primpario do indutor
��� Potência máxima de entrada do conversor
���� Potência máxima de saída do conversor
������ Máxima resistência de condução do MOSFET
��� Tensão de entrada do conversor
������ Tensão de entrada máxima do conversor
������ Tensão de entrada mínima do conversor
��� Tensão reversa no diodo clamp
������ Máxima tensão reversa de dreno do MOSFET
�� Tensão de condução do diodo
�� � �� Tensão aplicada ao pino 3 (MULT) do CI L6561
�� � �� ����� Tensão máxima de pico aplicada ao pino 3 (MULT) do CI L6561
�� � �� ����� Tensão mínima aplicada ao pino 3 (MULT) do CI L6561
���� Tensão de saída do conversor
�� ���� Tensão de pico máxima na entrada do conversor
�� ���� Tensão de pico mínima na entrada do conversor
�� Tensão reĆetida
���� ��� Tensão reversa máxima do diodo de saída do conversor
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 Conversor Flyback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2 Modulação PWM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3 Isolação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.1 Indutor Acoplado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.2 Optoacoplador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.4 Distorção Harmônica Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.5 Fator de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.6 Interferências de Radiofrequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.7 Etapas de Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.7.1 EspeciĄcações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.7.2 Decisões de Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.7.3 Cálculos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.7.4 Condições de Operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.7.5 Indutor Acoplado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.7.6 Seleção do MOSFET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.7.7 Seleção do Diodo de Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.7.8 Capacitor de Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.7.9 Diodos Clamp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.7.10 Divisor resistivo Multiplier e Resistor sensor de corrente . . . 43
2.7.11 Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.7.12 Circuito Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.8 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.1 Cálculos de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 Implementação do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.3 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.4 Ajustes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.1 Tensão de Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.2 Frequência de Chaveamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.3 Tensão e Corrente de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.4 Fator de Potência e EĄciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.5 Distorção Harmônica Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.6 Placa de Circuito Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.7 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
1 Introdução
Uma grande parcela dos aparelhos elétricos utilizam corrente contínua em seu funcio-
namento, apesar disso, o sistema de distribuição utiliza o modelo de corrente alternada,
usualmente com valor de tensão eĄcaz de 127 V ou 220 V. Desta forma é necessária a uti-
lização de equipamentos capazes de realizar a conversão AC/DC da forma mais eĄciente e
barata possível, com degradação mínima na qualidade de energia da rede de distribuição,
ou seja, pouca propagação de ruídos eletromagnéticos e alto fator de potência.
Conversores comuns, de uso geral, comerciais, como o da Figura 1, possuem baixo
fator de potência e pouca preocupação com a distorção harmônica total, realizando um
uso pouco eĄciente da energia, e inserindo uma certa quantidade de harmônicos na rede
elétrica; porém possuem baixo custo de fabricação e são pequenos o suĄciente para serem
portáteis. Assim, surge a motivação para implementar uma fonte de alimentação com
maior fator de potência e com valor de distorção harmônica total o mais baixo possível,
realizando um melhor uso de energia, e ainda possuir baixo custo de fabricação e tamanho
reduzido.
Fonte: ASUS.
2 Fundamentação Teórica
A teoria necessária para realização deste projeto será apresentada a seguir, com uma
breve explicação do funcionamento de um conversor Ćyback, e do sinal PWM utilizado no
acionamento da chave. As equações necessárias para projeto de indutores são descritas e os
fatores que serão analisados para determinar se o conversor está funcionando de maneira
adequada, como eĄciência, fator de potência e distorção harmônica total, também são
apresentados.
As condições de projeto referentes especiĄcamente ao CI L6561 são detalhadas, de
forma a organizar as etapas de cálculos necessárias e, assim, ser possível desenvolver
um programa de forma a calcular e obter os valores dos componentes necessários para o
circuito, de acordo com as especiĄcações de projeto.
o tempo em nível alto e o período total do sinal é denominado razão cíclica. A razão
cíclica representa tensão média do sinal relativo à tensão de nível alto, e é deĄnida pela
Eq. 2.2.
���
�= (2.2)
�
Na Fig. 5 está um diagrama simpliĄcado de uma maneira de produzir o sinal PWM.
Um comparador realiza a comparação entre um sinal dente de serra com um valor de
referência, variando-se o sinal de referência varia-se a razão cíclica do sinal PWM.
2.3 Isolação
2.3.1 Indutor Acoplado
O indutor do conversor Ćyback é feito com mais de um enrolamento, obedecendo as
equações de um transformador, podendo assim, contribuir na elevação ou redução do nível
de tensão na saída de acordo com a relação do número de espiras em cada enrolamento;
sua outra função é também isolar eletricamente a saída em relação a entrada, onde está
32 Capítulo 2. Fundamentação Teórica
��
� =�· (2.3)
��
Sendo a indutância � deĄnida pela Eq. 2.4.
ã
�= (2.4)
�
Onde ã é o Ćuxo magnético gerado pela corrente � (TREVISO, 2006).
Para deĄnir o número de espiras necessárias em um determinado núcleo, a Ąm de se
obter a indutância desejada, utiliza-se a Eq. 2.5.
︃
�
�= (2.5)
��
Onde �� é o fator indutância, deĄnido pela Eq. 2.6.
Û·�
�� = (2.6)
�
O parâmetro Û refere-se à permeabilidade magnética, � deĄne sua área transversal e
� seu comprimento médio (TREVISO, 2006).
Para evitar a saturação do núcleo em aplicações de potência elevada aplica-se um
entreferro, calculado a partir da quantidade de energia a ser armazenada no núcleo do
indutor e o fator indutância máximo para esta condição. As Eq. 2.7, 2.8 e 2.9 deĄnem o
projeto do entreferro.
�2� · � 2
�� = (2.8)
2·�
Û · ��
�� = (2.9)
��
Na Eq. 2.7 o fator ��� deĄne a corrente de pico no indutor. Na Eq. 2.8, � representa à
densidade de campo magnético máximo no núcleo, para este projeto será utilizado ferrite,
portanto adota-se o valor 0,3. O parâmetro �� deĄne a área efetiva do núcleo utilizado. ��
resulta no comprimento do entreferro; sua unidade depende da utilizada na área efetiva,
usualmente utiliza-se milímetros.
2.3. Isolação 33
� = �� · �� −� (2.10)
��� �
������ = (2.11)
�
Os parâmetros �� e � são tabelados, e relacionam a geometria do núcleo e elevação
de temperatura. � é a densidade de corrente no condutor.
DeĄne-se a área de seção dos condutores ������ como a divisão do valor da corrente
eĄcaz circulante no indutor pelo valor da densidade de corrente esperada.
Um transformador também se relaciona através das deĄnições apresentadas, de forma
que os enrolamentos no núcleo estão acoplados por um Ćuxo magnético e produzem uma
indutância.
Figura 6 Ű Diagrama básico de um transformador.
�1 �1
= (2.12)
�2 �2
Para o transformador ideal, a potência instantânea no enrolamento primário é igual
no secundário, como expresso nas Eq. 2.13 e 2.14 (FITZGERALD C. KINGSLEY JR.,
2006).
�1 · �1 = �2 · �2 (2.13)
�1 �2
= (2.14)
�2 �1
Em fontes chaveadas, os transformadores transferem pulsos de tensão que são retiĄca-
dos e Ąltrados na saída. Conforme aumenta-se o valor da frequência dos pulsos, é possível
34 Capítulo 2. Fundamentação Teórica
utilizar núcleos com volume reduzido tornando as fontes mais compactas e eĄcientes, re-
duzindo perdas. DeĄne-se eĄciência, Ö, como a razão entre o valor da potência de saída e
o valor da potência de entrada, apresentada na Eq. 2.15.
������
Ö= (2.15)
��������
Para garantir que o núcleo não entre em saturação, é importante que este se desmagne-
tize rapidamente; portanto o tipo de material do núcleo deve permitir esta condição, para
um funcionamento em altas frequências, por esta razão os indutores e transformadores
em fontes chaveadas são usualmente construídos com núcleos de ferrite.
2.3.2 Optoacoplador
Para realização da realimentação no processo de controle, utiliza-se um optoacoplador
de modo a manter a isolação elétrica proporcionada pelo indutor acoplado do conversor
Ćyback, e ainda assim ser possível adquirir o sinal na saída do conversor.
� � = ���(�) (2.18)
Observa-se através da Eq. 2.19 que um baixo fator de potência provoca um uso
ineĄciente de energia. Deseja-se então que, do ponto de vista do sistema de distribuição,
o conversor se comporte como uma carga resistiva; assim, seu fator de potência é unitário,
realizando um melhor uso da energia elétrica. A partir da Eq. 2.19 deĄne-se o fator de
potência como apresentado na Eq. 2.20.
�
�� = (2.20)
���� · ����
O gráĄco da Fig. 8 exempliĄca o conceito do fator de potência, apresentando um sinal
de corrente com deslocamento de fase em relação ao sinal de tensão.
Figura 8 Ű Sinais de tensão e corrente com defasagem.
1
�� = √ (2.21)
1 + � ��2
Para evitar a propagação de ruídos para rede elétrica utilizam-se Ąltros como o modelo
apresentado, de forma simples, na Fig. 10, com Ąltragem de modo comum e diferencial.
Para etapa de saída, onde os ruídos de modo comum e diferencial são menores se
comparados ao lado primário, pode-se utilizar um Ąltro simples de topologia butterworth
como apresentado na Fig 11.
38 Capítulo 2. Fundamentação Teórica
Observa-se através do diagrama de blocos interno do CI L6561, presente na Fig. 12, que
este já possui um circuito de drive interno no pino 7, não sendo necessária a implementação
de um circuito externo para acionar a chave. Apresenta também um diodo zener de 20V
em seu pino de alimentação para proteção contra sobretensão, e um Ąltro passa-baixa
também está implementado internamente no pino 4, responsável por detectar os níveis de
corrente circulando no primário do indutor.
• Tensão reĆetida: ��
• Sobretensão de indutância: Δ�
40 Capítulo 2. Fundamentação Teórica
• EĄciência esperada: Ö
�� ����
�� = (2.26)
��
Com estas funções é possível deĄnir os valores das correntes de operação do conversor,
conforme apresentado a seguir:
• Relação de Espiras:
��
�= (2.32)
���� + ��
• Núcleo mínimo:
460 · ���
�� = [ ︁ ]1,136 (2.33)
������ · (1 + �� ) · �2 (�� )
�� = 0, 4 · �� �� (2.37)
2.7. Etapas de Projeto 43
A Fig. 16 apresenta o esquema elétrico da forma como os diodos devem ser colocados
em paralelo ao primário do indutor. O diodo D representa o diodo de bloqueio enquanto
o T representa o diodo zener clamp.
�� ����
�� � �� ����� = �� � �� ����� · (2.40)
�� ����
O parâmetro ����� está presente na Eq. 2.41 e não deve ser superior a 1,6 V; caso isto
aconteça, este deve ser calculado novamente, utilizando um �� � �� ����� menor.
Para determinar o resistor sensor de corrente a ser aplicado no pino 4 (CS), pino este
apresentado no diagrama da Fig 12, as seguintes equações são utilizadas, para valor do
resistor e seu nível de potência respectivamente:
�����
�� ≤ (2.42)
�� �����
�2 (��)
�� = �� · ��2 ����� · (2.43)
3
2.7.11 Controle
2, 5
�5 = (2.44)
��
���� − 1 − 2, 5
�4 < · �� ���� · �5 (2.45)
2, 5
2, 5
�2 = (2.46)
��2
���� − 2, 5
�1 = · �2 (2.47)
2, 5
�1
�3 = (2.48)
4.5
�5 �� ���� · Δ��
�6 > �5 + · (2.49)
�4 40 · 10−6
Os resistores �8 , �7 e os capacitores �1 e �2 serão determinados de forma empírica.
2.8 Conclusão
Este capítulo apresentou a teoria necessária para realização do projeto, descrevendo
o princípio de funcionamento do conversor Ćyback. Explicações referentes ao fator de
potência, interferência de radiofrequência e distorção harmônica foram feitas a Ąm de
analisar os resultados apresentados nos capítulos seguintes. Etapas de projeto do conversor
também foram tratadas.
O dimensionamento dos elementos passivos que compõem o circuito de controle ba-
seado no CI L6561, para esta aplicação, se mostrou simples de ser realizado. Através de
um programa de computador o cálculo se torna fácil e rápido de ser feito, sendo possível
aplicar rápidas mudanças no projeto.
Com um controle da corrente de entrada, em conjunto com a amostragem do sinal da
rede elétrica, o CI L6561 é capaz de realizar a correção do fator de potência, e, através da
realimentação e controle do valor da tensão de saída, mantém o valor da tensão de saída
estável. Desta forma, este CI se apresenta adequado ao controle do conversor Ćyback com
correção de fator de potência.
A partir do circuito apresentado na Fig. 18, e com as equações descritas neste capítulo,
é possível realizar o projeto do conversor em um script no software MATLAB, script este
presente no Apêndice A.
O Capítulo 3, a seguir, apresenta a descrição da montagem do protótipo.
47
3 Desenvolvimento
Neste capítulo serão apresentados os resultados do dimensionamento dos elementos
que compõem conversor. A partir de uma especiĄcação, todos os valores dos elementos
são determinados através de expressões matemáticas e empiricamente.
Também faz parte do capítulo a apresentação de resultados experimentais prelimina-
res, obtidos através da implementação prática, e ajuste Ąnal do protótipo.
O desenvolvimento do protótipo inicia-se com o dimensionamento dos componentes,
deĄnindo-se as condições de funcionamento do conversor, e aplicando as equações descritas
no capítulo 2 e implementadas no MATLAB. Em seguida o protótipo é montado em
protoboard e realiza-se testes iniciais para veriĄcar seu funcionamento, e então, os ajustes
Ąnais necessários são aplicados.
Os sinais de tensão de saída, chaveamento, tensão e corrente de entrada são adquiridos
nos testes iniciais. Com a obtenção estes resultados parciais do funcionamento da fonte
chaveada é possível realizar as modiĄcações necessárias para alcançar melhores resultados,
e obter um correto funcionamento.
• Sobretensão de indutância: Δ� = 70 �
• EĄciência esperada: Ö = 85 %
48 Capítulo 3. Desenvolvimento
Com estas condições, o programa do apêndice A.1 retorna os seguintes resultados para
os componentes do circuito:
1 AP =
2
3 AP minimo de 0 . 8 4 9 cm^4 e Lp = 6 2 2 . 5 7 uH
4
5
6 Vdsmax =
7
8 MOSFET com Vds minimo de 5 4 3 . 3 5 V
9
10
11 Rdsmax =
12
13 Rdson maximo de 1 . 2 8 6 6 9 Ohms para p e r d a s maximas de 5% da p o t e n c i a de
entrada
14
15
16 CatchDiode =
17
18 Diodo com t e n s a o r e v e r s a minima de 1 4 6 . 1 1 V; c o r r e n t e de 3 . 9 8 A e
d i s s i p a c a o de p o t e n c i a de 0 . 8 3 W
19
20
21 CapOut =
22
23 C a p a c i t o r de s a i d a minimo de 4 2 0 3 . 7 8 uF
24
25
26 ClampVoltage =
27
28 Tensao r e v e r s a minima do d i o d o de Clamp 1 7 0 . 0 0 V
29
30
31 Ptransil =
32
33 P o t e n c i a do d i o d o Clamp 2 . 5 7 W
34
35
36 DiodeBlock =
37
38 Tensao 5 4 3 . 3 5 V e C o r r e n t e 1 . 0 1 A
39
40
41 Rs_ =
42
3.1. Cálculos de projeto 49
43 R e s i s t o r s e n s o r de c o r r e n t e maximo Rs = 0 . 4 1 2 ohms
44
45
46 Ps =
47
48 P o t e n c i a de d i s s i p a c a o no Rs = 0 . 4 2 4 W
49
50
51 Rdivider =
52
53 Os r e s i s t o r e s para d i v i s a o de t e n s a o no p i n o MULT( 3 ) s a o R_upper = 3 . 1 1
Mohms e R_lower = 2 2 . 5 0 kohms
54
55
56 R5 =
57
58 2500 ohms
59
60
61 R4 =
62
63 13250 ohms
64
65
66 R2 =
67
68 2500 ohms
69
70
71 R1 =
72
73 27500 ohms
74
75
76 R6 =
77
78 7 . 2 1 7 0 e+03 ohms
79
80
81 R3 =
82
83 5500 ohms
84
85 C1 =
86
87 2 . 2 9 0 8 e −06 f a r a d s
88
50 Capítulo 3. Desenvolvimento
�2
� 3 = 15 · (3.2)
� ���
A seção do condutor do enrolamento primário foi calculada em 0, 0026 ��2 , empregou-
se o condutor AWG 22, e a seção do condutor do enrolamento secundário foi calculada
em 0, 007351 ��2 , empregou-se o AWG 18. O terceiro enrolamento é utilizado apenas
para alimentação do CI L6561, portanto usou-se um condutor mais Ąno, AWG 32. Estes
resultados também foram obtidos através da execução do programa presente no apêndice
A.2.
Para o Ąltro capacitivo de saída, utilizou-se dois capacitores de 2200 Û� e 35 � em
paralelo. Para a chave escolheu-se o MOSFET P9NK60Z; o diodo de saída escolhido foi
o MUR820, para descarregar o indutor foram utilizados o MUR860 e o P6KE180A. Os
valores dos resistores e capacitores escolhidos foram os mais próximos possíveis dos valores
calculados, respeitando aqueles que devem ser maior ou menor que o valor determinado
através das equações. Para ponte retiĄcadora utilizou-se a versão integrada DF08M, su-
portando 1 � de entrada e 800 � de tensão reversa. Para o Ąltro capacitivo de entrada,
manteve-se o valor apresentado no projeto de Adragna (2003a) de 470 �� ; quanto maior
o valor deste capacitor, menores são as interferências irradiadas para a rede elétrica de
distribuição, reduzindo a necessidade de Ąltros de linha; entretanto, ocorre a degrada-
3.2. Implementação do circuito 51
As modiĄcações realizadas estão nos Snubbers, que foram acrescentados para redução
de ruídos e picos de tensão no momento de comutação da chave e do diodo de saída; entre
os pinos 1 e 2 do CI L6561 foram feitos testes em bancada e observou-se que a aplicação
de um capacitor para ação integral na malha de controle seria o suĄciente para obter
54 Capítulo 3. Desenvolvimento
um bom resultado, como está apresentado na seção 3.3, aplicou-se então um capacitor
de 220 �� , notando que a velocidade da resposta é inversamente proporcional ao valor
de capacitância aplicado, ou seja, quanto maior a capacitância, mais lenta é a resposta.
Também aumentou-se o valor do resistor �6 de 8, 2 �Ω para 100 �Ω, como apresentado na
Eq. 2.49, este resistor deve apresentar um valor maior que o calculado, e o funcionamento
com o valor de 100 �Ω se mostrou satisfatório. Na saída foi colocado um resistor com
o intuito de futuramente ser implementado um circuito para limite de corrente, assim
como um LED, para visualização do funcionamento do conversor. Aumentou-se o valor
da capacitância de saída para se obter um ripple menor em condição de carga máxima.
Um potenciômetro foi adicionado em série ao resistor �4 , a Ąm de regular o valor da
corrente circulante no optoacoplador, e assim realizar o ajuste Ąno na tensão de saída do
conversor; necessário devido ao ganho do optoacoplador não ser exatamente o considerado
para o projeto. O resistor de 10 �Ω conectado ao gate do MOSFET garante que este não
entre em condução indevidamente. Capacitores com valores de capacitância de 100 Û�
e 33 �� foram adicionados entre o pino de alimentação e a referência do enrolamento
primário, melhorando o barramento de alimentação do CI. Observou-se que, reduzindo o
capacitor em paralelo ao resistor divisor de tensão no pino 3 (MULT) para 1 �� , a leitura
da referência de tensão senoidal tornava-se mais exata.
A montagem física da PCI do circuito de potência está apresentada na Fig. 25a; nesta
foram colocados soquetes torneados nos pontos de saída para o circuito de controle, estes
pontos estão presentes na Fig 23.
A montagem com o circuito de controle em conjunto está na Fig. 25b.
Figura 26 Ű Esquema elétrico da ligação dos instrumentos com o conversor para obtenção
dos valores da tensão e corrente de entrada.
A montagem da bancada para realização destes testes está presente na Fig. 27.
Figura 28 Ű Tensão de saída ao ligar o conversor com valor ôhmico de carga igual a 200Ω.
Nota-se que o resultado está muito abaixo do esperado, perto dos 13 ���, provocando
ruídos audíveis, enquanto o projetado para estas condições é de 25 ���, mostrando a
necessidade de ajustes. Segundo apresentado por Adragna (2003a), para o correto funci-
onamento no modo de transição, para correção do fator de potência, é necessário que a
58 Capítulo 3. Desenvolvimento
(b) Implementação
Figura 35 Ű Circuito com Ąltro passa-baixa no pino 4 do CI L6561 e soft-start com reali-
mentação de corrente.
Através da Eq. 3.3 obtém-se a frequência de corte do Ąltro passa-baixa interno de,
aproximadamente, 796 ���, enquanto com o Ąltro externo este valor é alterado para
aproximadamente 290 ���.
1
�� = (3.3)
2·Þ·�·�
Para realizar o soft-start adicionou-se o circuito apresentado na Fig. 36, atuando
na realimentação da tensão de saída. Ao ligar o conversor, o capacitor se carrega com
uma constante de tempo proporcional ao valor da sua capacitância e ao valor ôhmico
do resistor em série; devido ao valor da corrente circulante no optoacoplador depender
deste capacitor, a tensão de saída não alcança seu valor nominal até que este esteja
completamente carregado.
Para obter o valor do limite de corrente na saída, o circuito na Fig. 37 foi aplicado,
protegendo assim o conversor de curto-circuito, o que garante que o valor da corrente
62 Capítulo 3. Desenvolvimento
O valor da indutância do enrolamento primário medido neste indutor foi de 370 Û�,
suĄcientemente próximo ao desejado.
Um Ąltro de linha de segunda ordem foi implementado de acordo com o esquema elé-
trico na Fig. 39a, a Ąm de obter uma frequência de corte menor e, aliado à alta frequência
de chaveamento, alcançar uma maior supressão das interferências eletromagnéticas. Este
Ąltro apresentou uma frequência de corte a 3 �� de aproximadamente 7 ���, obtida
experimentalmente.
Para o desenvolvimento deste Ąltro foi utilizado o núcleo EE 20/10/5 para os indutores;
calculou-se o máximo valor de indutância possível para este núcleo com base na corrente
circulante no Ąltro, ou seja, a corrente de entrada do conversor em condição nominal
de potência de saída e mínima tensão de entrada. Com auxílio do script de MATLAB
no apêndice A.2 foi deĄnido um valor de indutância de 1 �� com números de espiras
iguais a 50 para cada enrolamento. O condutor utilizado no enrolamento foi o mesmo
empregado no primário do indutor acoplado do conversor Ćyback, por possuírem mesmo
nível de corrente, o AWG 22.
Os capacitores foram escolhidos de forma a minimizar a frequência de corte, assim
eliminando a maior quantidade possível de componentes em alta frequência.
64 Capítulo 3. Desenvolvimento
(b) Implementação.
3.5 Conclusão
Foram apresentados neste capítulo o desenvolvimento do protótipo e as diĄculdades
encontradas neste processo, realizando-se testes de funcionamento buscando alcançar o
melhor desempenho possível. A partir dos resultados e modiĄcações realizadas no de-
senvolvimento do protótipo nota-se que, apesar dos cálculos realizados a partir da teoria
3.5. Conclusão 65
estarem corretos, algumas modiĄcações devem ser realizadas a Ąm de corrigir alguns fato-
res observados na realização prática do circuito, como ruídos e diferenças nos parâmetros
dos componentes, não considerados no modelo teórico do projeto.
A partir da construção do protótipo, resultados experimentais dos sinais de tensão e
corrente fornecidos pela rede elétrica na entrada do conversor puderam ser observadas,
assim como o sinal PWM de acionamento da chave e o sinal de tensão de saída, onde
pode-se constatar o funcionamento do conversor.
A seguir, no Capítulo 4, serão apresentados os resultados experimentais obtidos.
67
4 Resultados
Aplicando uma carga com valor ôhmico de 10 Ω, o circuito de limite de corrente atua,
forçando uma queda na tensão de saída do conversor de forma que a corrente de saída não
exceda o valor de 1, 7 � e, assim, protegendo os enrolamentos do indutor e componentes
projetados para esta condição máxima. O sinal de saída para este caso está presente na
Fig. 42.
(a) Frequência máxima em condição de carga mí- (b) Frequência mínima em condição de carga má-
nima. xima.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de corrente com Ąltro.
Através dos sinais obtidos, apresentados nas Figuras 44 a 55, observa-se que houve
a correção do fator de potência, onde o sinal de corrente apresenta uma forma senoidal
74 Capítulo 4. Resultados
e aparece em fase com a forma de onda da tensão. O Ąltro de linha removeu ruídos
indesejáveis do sinal, porém, distorceu o sinal de corrente. Nos casos de tensão de entrada
de 220 � e 240 � houve uma maior quantidade de ruídos e a atuação do Ąltro provocou
uma distorção maior em comparação com os casos de menor valor de tensão de entrada;
é também nestes casos onde se nota o maior volume de interferências, resultado este
esperado, de acordo com Adragna (2003a).
Devido ao uso de um VARIAC para realizar a variação no valor da tensão de entrada,
conforme apresentado na Fig. 56, este associa um indutor em série entre a rede elétrica e
o conversor, atuando como um Ąltro do sinal de corrente. Isto contribui para a melhora
na qualidade do sinal de corrente observado para os casos de 240 � de tensão de entrada,
Figuras 53 a 55, em comparação com os sinais observados para os casos de 220 � de
tensão de entrada, Figuras 50 a 52.
Figura 57 Ű Esquema elétrico das ligações dos instrumentos para ensaio do fator de po-
tência e eĄciência do conversor.
Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 90,6 0,044 1 0,25 30,8 0,01 0,31 0,31
196 90,6 0,1 7 0,77 30,7 0,14 4,30 0,61
99 90,2 0,157 12 0,85 30,7 0,29 8,90 0,74
67 90,2 0,21 16 0,84 30,5 0,43 13,12 0,82
65 90,3 0,214 17 0,88 30,5 0,44 13,42 0,79
55 90,2 0,248 20 0,89 30,5 0,53 16,17 0,81
50 90,3 0,269 22 0,91 30,5 0,59 18,00 0,82
43 89,9 0,31 25 0,90 30,5 0,69 21,05 0,84
40 90 0,327 27 0,92 30,5 0,74 22,57 0,84
35 89,5 0,369 31 0,94 30,3 0,84 25,45 0,82
33 89,8 0,39 32 0,91 30,5 0,89 27,15 0,85
30 89,3 0,432 36 0,93 30,5 1,00 30,50 0,85
26 88,9 0,492 42 0,96 30,5 1,14 34,77 0,83
23 88,8 0,559 49 0,99 30,2 1,29 38,96 0,80
21 88,9 0,59 52 0,99 30,5 1,45 44,23 0,85
19 88,9 0,592 52 0,99 30,5 1,54 46,97 0,90
Fonte: Próprio autor.
76 Capítulo 4. Resultados
Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 128 0,039 3 0,60 30,8 0,01 0,31 0,10
196 128 0,076 6 0,62 30,7 0,14 4,30 0,72
99 127 0,114 12 0,83 30,7 0,29 8,90 0,74
67 127 0,151 16 0,83 30,5 0,43 13,12 0,82
65 127 0,153 17 0,87 30,5 0,44 13,42 0,79
55 127 0,178 19 0,84 30,5 0,53 16,17 0,85
50 127 0,191 21 0,87 30,5 0,58 17,69 0,84
43 127 0,217 24 0,87 30,5 0,69 21,05 0,88
40 127 0,231 26 0,89 30,5 0,73 22,27 0,86
35 127 0,258 30 0,92 30,3 0,84 25,45 0,85
33 127 0,272 32 0,93 30,5 0,88 26,84 0,84
30 127 0,3 36 0,94 30,5 1,00 30,50 0,85
26 127 0,34 41 0,95 30,5 1,13 34,47 0,84
23 127 0,382 47 0,97 30,2 1,28 38,66 0,82
21 127 0,428 53 0,98 30,5 1,44 43,92 0,83
19 127 0,456 57 0,98 30,5 1,57 47,89 0,84
Fonte: Próprio autor.
Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 221 0,037 3 0,37 31 0,01 0,31 0,10
196 220 0,071 9 0,58 30,9 0,14 4,33 0,48
99 220 0,093 14 0,68 30,8 0,29 8,93 0,64
67 220 0,117 18 0,70 30,7 0,43 13,20 0,73
65 220 0,117 18 0,70 30,8 0,44 13,55 0,75
55 220 0,132 21 0,72 30,7 0,53 16,27 0,77
50 220 0,141 22 0,71 30,7 0,59 18,11 0,82
43 220 0,157 25 0,72 30,7 0,69 21,18 0,85
40 220 0,165 27 0,74 30,6 0,74 22,64 0,84
35 219 0,18 30 0,76 30,7 0,84 25,79 0,86
33 219 0,19 32 0,77 30,7 0,89 27,32 0,85
30 219 0,205 35 0,78 30,7 1,00 30,70 0,88
26 219 0,229 39 0,78 30,7 1,14 35,00 0,90
23 219 0,252 44 0,80 30,6 1,29 39,47 0,90
21 219 0,277 50 0,82 30,6 1,45 44,37 0,89
19 219 0,288 53 0,84 30,3 1,54 46,66 0,88
Fonte: Próprio autor.
4.4. Fator de Potência e EĄciência 77
Carga [Ω] Vin [V] Iin [A] Pin [W] fp Vout [V] Iout [A] Pout [W] η
3000 241 0,023 1 0,18 31,2 0,01 0,31 0,31
196 240 0,06 7 0,49 31 0,14 4,34 0,62
99 240 0,074 11 0,62 30,9 0,29 8,96 0,81
67 240 0,093 15 0,67 30,7 0,43 13,20 0,88
65 240 0,095 16 0,70 30,9 0,44 13,60 0,85
55 240 0,107 19 0,74 30,7 0,54 16,58 0,87
50 240 0,113 21 0,77 30,6 0,60 18,36 0,87
43 240 0,127 25 0,82 30,6 0,69 21,11 0,84
40 240 0,133 26 0,81 30,7 0,74 22,72 0,87
35 240 0,148 30 0,84 30,7 0,84 25,79 0,86
33 240 0,155 32 0,86 30,6 0,89 27,23 0,85
30 239 0,17 35 0,86 30,7 1,00 30,70 0,88
26 239 0,19 39 0,86 30,7 1,14 35,00 0,90
23 239 0,21 43 0,86 30,4 1,29 39,22 0,91
21 238 0,234 49 0,88 30,7 1,44 44,21 0,90
19 238 0,25 53 0,89 30,7 1,54 47,28 0,89
Fonte: Próprio autor.
A partir dos gráĄcos e Tabelas nota-se um bom resultado no valor do fator de potência,
se comparado à ponte retiĄcadora convencional, que possui um fator de potência em torno
de 0, 5; mesmo no pior caso, em condição de valor de corrente de saída superior a 0, 5 �,
obteve-se um fator de potência superior a 0, 7. Conforme o esperado para menores valores
de tensão de entrada obteve-se um melhor desempenho na correção de fator de potência,
assim como em condições mais próximas a nominal.
A eĄciência do conversor, que foi considerada para termos de projeto em 0, 85, apre-
sentou um resultado muito próximo ao esperado, entre 0, 8 e 0, 9 para maior parte das
condições testadas, tanto em relação à tensão de entrada quanto à corrente de saída.
No entanto, é possível alcançar valores mais elevados de eĄciência considerando chaves e
MOSFETs mais eĄcientes, com tensão direta de condução e resistência equivalente meno-
res, e velocidade de comutação mais rápida.
O conversor mostrou resultados satisfatórios apresentando valores de eĄciência próxi-
mos ao considerado na etapa de projeto, e fator de potência corrigido chegando a 0, 99,
porém apresentando desempenho reduzido em tensões de entrada acima dos 200 � , con-
forme o esperado.
4.5. Distorção Harmônica Total 79
(a) Sinal de tensão e corrente sem Ąltro. (b) Sinal de tensão e corrente com Ąltro.
Os mesmos testes foram realizados para uma fonte sem PFC, com as mesmas condições
de entrada e saída; comparações entre os dois casos estão presentes nas Fig. 63 e 64.
4.5. Distorção Harmônica Total 81
Observa-se que a fonte com retiĄcador sem PFC possui uma quantidade muito maior
de harmônicos e, portanto, degrada a qualidade de energia, realizando um uso pouco
eĄciente desta. Através da teoria apresentada na seção 2.4, calculou-se o valor da THD
de ambas as fontes, coletando a informação de amplitude de 25 harmônicas do sinal da
corrente, no qual o conversor Ćyback com PFC apresentou um � �� ≈ 13 %, enquanto
a fonte sem PFC obteve um � �� ≈ 115 %. O fator de potência da fonte sem PFC
foi obtido utilizando-se o método apresentado na Fig. 57, encontrando um � � = 0, 55;
aplicando o valor da THD para obter o fator de potência resulta-se em um � � = 0, 65,
mostrando que, além da distorção harmônica, a fonte sem PFC apresenta também um
pequeno deslocamento de fase entre tensão e corrente. Nestas condições o conversor com
PFC apresentou um fator de potência superior a 0,9.
Estes ensaios mostram como a fonte com correção ativa de fator de potência alcança
melhores resultados de qualidade de energia.
82 Capítulo 4. Resultados
4.7 Conclusão
Apresentaram-se neste capítulo os resultados Ąnais do conversor em diferentes situa-
ções de carga, observando os valores de tensão e corrente de entrada e saída, frequência de
chaveamento, as potências ativa e aparente na entrada e a potência de saída, sendo assim
possível calcular a eĄciência e o fator de potência da fonte chaveada proposta. Também
foi realizado testes e comparações a cerca da distorção harmônica do conversor proposto,
com correção de fator de potência, e de um conversor sem esta característica.
Com a análise destes resultados mostra-se que o conversor alcançou o proposto nas
etapas de projeto, com frequência de chaveamento próxima ao esperado, assim como
sua eĄciência. O fator de potência mostrou resultados coerentes com o apresentado por
Adragna (2003a), onde os melhores resultados são atingidos nas condições de menor tensão
de entrada e carga nominal. A comparação com o valor de THD da fonte comercial sem
PFC demonstra algumas das vantagens da utilização de um CI capaz de realizar a correção
do fator de potência.
O projeto da placa de circuito impresso também foi apresentado, mostrando dimensões
coerentes com o encontrado comercialmente.
No capítulo 5 serão apresentadas as conclusões gerais e sugestões de trabalhos futuros
para continuação do projeto desenvolvido neste trabalho.
87
Referências
APÊNDICE A Ű Cálculos de
projeto no MATLAB
37 F3 = i n t e g r a l ( func3 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
38
39 f u n c 4 = @( t e t a ) ( s i n ( t e t a ) ) . ^ 4 . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
40 F4 = i n t e g r a l ( func4 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
41
42 f u n c 5 = @( t e t a ) ( s i n ( t e t a ) ) . ^ 5 . / ( 1 + Kv . ∗ s i n ( t e t a ) ) ;
43 F5 = i n t e g r a l ( func5 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ;
44
45 hfunc2 = @( t e t a ) ( ( s i n ( t e t a ) . ^ 2 . ∗ c o s ( 2 ∗ t e t a ) ) ./(1+Kv∗ s i n ( t e t a ) ) ) ;
46 H2 = abs ( i n t e g r a l ( hfunc2 , 0 , 3 . 1 4 1 5 ) / p i ) ;
47 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
48
49 %4 O p e ra t i n g C a l c u l a t i o n s
50 Ipkp = ( 2 ∗ Pin ) / ( Vpkmin∗F2 ) ;
51 Irmsp = Ipkp ∗ s q r t ( F2 / 3 ) ;
52
53 I p k s = ( 2 ∗ I o u t ) / (Kv∗F2 ) ;
54 I r m s s = I p k s ∗ s q r t (Kv∗F3 / 3 ) ;
55 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
56
57 %5 Transformer P r e l i m i n a r y
58 Lp = Vpkmin/((1+Kv) ∗ fswmin ∗ Ipkp ) ;
59 n = VR/ ( Vout+Vf ) ;
60 APmin1 = ( ( 4 6 0 ∗ Pin ) / ( fswmin ∗(1+Kv) ∗ s q r t ( F2 ) ) ) ^ 1 . 3 1 6 ;
61 Jh = ( 1 . 8 7 + 1 . 2 6 ∗Kv) /(1+0.55∗Kv) ∗1 e −5;
62 Je = ( 1 . 8 8 + 1 . 0 6 ∗Kv) /(1+0.34∗Kv) ∗1 e −10;
63 APmin2 = ( ( 4 6 0 ∗ Pin ) / ( fswmin ∗(1+Kv) ∗ s q r t ( F2 ) ) ) ^ 1 . 5 8 5 ∗ ( Jh∗ fswmin+Je ∗ fswmin ^2)
^0.66;
64
65 i f APmin2 > APmin1
66 APmin = APmin2 ;
67 e l s e APmin = APmin1 ;
68 end
69 AP = s p r i n t f ( ŠAP minimo de %.3 f cm^4 e Lp = %.2 f uH Š ,APmin , Lp∗1 e6 )
70 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
71
72 %6 MOSFET s e l e c t i o n
73 VMos = Vpkmax + VR +dV ;
74 Vdsmax = s p r i n t f ( ŠMOSFET com Vds minimo de %.2 f V Š ,VMos)
75 Rdsmax = s p r i n t f ( Š Rdson maximo de %.5 f Ohms para p e r d a s maximas de 5%% da
p o t e n c i a de e n t r a d a Š , 0 . 5 ∗ Pin ∗ 0 . 0 5 / Irmsp ^2)
76 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
77
78 %7 Catch Diode
79 Vrevmax = Vpkmax/n + Vout ;
80 I f = 0 . 4 ∗ I p k s ;
81 Pdiodo = 0 . 4 8 ∗ I o u t +0.013∗ I r m s s ^ 2 ;
A.1. Programa em MATLAB para dimensionamento dos componentes do circuito 93
82
83 CatchDiode = s p r i n t f ( Š Diodo com t e n s a o r e v e r s a minima de %.2 f V; c o r r e n t e
de %.2 f A e d i s s i p a c a o de p o t e n c i a de %.2 f WŠ , Vrevmax , I f , Pdiodo )
84 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
85
86 %8 Output C a p a c i t o r S e l e c t i o n
87 Coutmin = 1 / ( p i ∗ fL ) ∗H2/F2∗ I o u t /dVo ∗ 1 e6 ;
88 CapOut = s p r i n t f ( Š C a p a c i t o r de s a i d a minimo de %.2 f uF Š , Coutmin )
89 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
90
91 %9 Clamp network
92 Vcl = VR+dV ;
93 ClampVoltage = s p r i n t f ( Š Tensao r e v e r s a minima do d i o d o de Clamp %.2 f V Š ,
Vcl )
94 P t r a n s i l = s p r i n t f ( Š P o t e n c i a do d i o d o Clamp %.2 f WŠ , ( Vcl ∗(1+Kv) ∗F2 ∗ 0 . 0 2 ∗ Lp
∗ Ipkp ^2∗ fswmin ) / ( 2 ∗ ( Vcl−VR) ) ) %I n d u t a n c i a 2% da i n d u t â n c i a p r i m á r i o
95 DiodeBlock = s p r i n t f ( Š Tensao %.2 f V e C o r r e n t e %.2 f A Š , VMos , Irmsp )
96 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
97
98 %10 M u l t i p l i e r b i a s and s e n s e r e s i s t o r s e l e c t i o n
99 Vmultpkmax = 2 . 7 2 ;
100
101 Vmultpkmin = Vmultpkmax∗Vpkmin/Vpkmax ;
102 Vcxpk = 1 . 6 5 ∗ Vmultpkmin ;
103 i f Vcxpk > 1 . 6
104 show = s p r i n t f ( Š R e f a z e r c a l c u l o s para Vcxpk , r e d u z i n d o o v a l o r de
t e n s a o de Vmultpkmax Š )
105 else
106 Kp = Vmultpkmax/Vpkmax ;
107 Rs_ = s p r i n t f ( Š R e s i s t o r s e n s o r de c o r r e n t e maximo Rs = %.3 f ohms Š , Vcxpk/
Ipkp )
108 Rs = Vcxpk/ Ipkp ;
109 Ps = s p r i n t f ( Š P o t e n c i a de d i s s i p a c a o no Rs = %.3 f WŠ , Rs∗ Ipkp ^2∗F2 / 3 )
110 end
111
112 I d i v i d e r = 120 e −6;
113 d i v i d e r r a t i o = Vmultpkmax/Vpkmax ;
114 Rlower = Vmultpkmax/((1+Kp) ∗ I d i v i d e r ) / 1 0 0 0 ;
115 Rupper = (Vpkmax/ I d i v i d e r − Rlower ) /1 e6 ;
116 R d i v i d e r = s p r i n t f ( Š Os r e s i s t o r e s para d i v i s a o de t e n s a o no p i n o MULT( 3 )
s a o R_upper = %.2 f Mohms e R_lower = %.2 f kohms Š , Rupper , Rlower )
117 % −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
118
119 %11 Feedback and C o n t r o l Loop
120 CTRmax = 1 ; %Ganho máximo do o p t o a c o p l a d o r
121 CTRmin = 0 . 5 ; %Ganho mínimo do o p t o a c o p l a d o r
122 I c o l l e c t o r = 1 e −3; %C o r r e n t e de c o l e t o r do o p t o a c o p l a d o r
94 APÊNDICE A. Cálculos de projeto no MATLAB
123
124 R5 = 2.5/ I c o l l e c t o r
125 R4 = ( Vout −1 −2.5) / 2 . 5 ∗CTRmin∗R5 %R4 < ( Vout −1 −2.5) / 2 . 5 ∗CTRmin∗R5
126 R2 = 2.5/ I c o l l e c t o r
127 R1 = ( Vout −2.5) / 2 . 5 ∗ R2
128 R6 = R5+R5/R4∗CTRmax∗dVo/40 e−6 %R6 > R5+R5/R4∗CTRmax∗dVo/40 e−6
129 R3 = R1/5
130
131 C1 = 8 3 . 3 e −12∗R1
34
35 Al = u0∗Ae/ l g
36 N1 = s q r t ( Lp/ Al )
37 N2 = N1/n
38 N3 = 15∗N2/Vout
39
40 %Area do c o b r e
41 Kj = 3 9 7 ; %EE
42 x = 0.12;
43 J = Kj∗AP^(−x ) ;
44 Acup = Irmsp /J ;
45 Acus = I r m s s /J ;
46 Acu = s p r i n t f ( Š As á r e a s do c o b r e s ã o Acup = %.6 f cm^2 e Acus = %.6 f cm^2 Š ,
Acup , Acus )
97