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CONTABILIDADE

FINANCEIRA
EMENTA

A contabilidade financeira, de uma forma Esta disciplina trata das perdas estimadas como
geral, é conhecida como uma contas redutoras do ativo e provisões como
contabilidade dedicada ao usuário contas de passivo considerando o processo de
externo, que vai produzir as convergência das Normas Brasileiras de
demonstrações contábeis/financeiras Contabilidade às Normas Internacionais de
Contabilidade. Trata, ainda, da elaboração da DVA
- Demonstração do Valor Adicionado que expõe o
valor adicionado pela empresa em razão de suas
atividades e sua forma de distribuição.
Para cada assunto foi identificado o respectivo
pronunciamento emitido pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) cujo objetivo é
a adequação às normas contábeis internacionais.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO !
1. Ajustes de Redução ao Valor Recuperável de 1.5. Perdas Estimadas por Valor Não
Ativos. Recuperável em Intangível. CPC 01 (R1) –
1.1. Perdas Estimadas em Créditos de Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
Liquidação Duvidosa (PECLD). 2. Provisões
1.2. Perda Estimada para Redução ao Valor 2.1. Provisões como Exigíveis - CPC 25 –
Realizável Líquido dos Estoques. CPC 16 (R1) – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Estoques. Contingentes.
1.3. Perdas Estimadas por Valor Não 3. Operações de Arrendamento Mercantil
Recuperável em Investimentos Não Circulantes. 3.1. Arrendamento Mercantil Financeiro e
CPC 01 (R1) - Redução ao Valor Recuperável de Operacional – CPC 06 (R2) – Operações de
Ativos. Arrendamento Mercantil
1.4. Perdas Estimadas por Valor Não 3.2. Contabilização do Arrendatário e
Recuperável em Imobilizado. CPC 01 (R1) – Arrendador
Redução ao Valor Recuperável de Ativos. 3.3. Leaseback
4. Demonstração do Valor Adicionado
4.1. Aspectos conceituais e práticos - CPC
09 – Demonstração do Valor Adicionado.
4.2. Como elaborar a DVA.
4.3. Utilização do valor adicionado como
instrumento de análise. 3
Introdução à contabilidade financeira

Há diversos assuntos e temas que devem fazer parte


de uma demonstração contábil/financeira e vamos
principalmente abordar:
Perdas estimadas como contas redutoras do ativo;
Provisões como contas de passivos;
Contabilização de operações de arrendamento mercantil e
seus reflexos.
à contabilidade finance

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AJUSTES DE REDUÇÃO AO
VALOR RECUPERÁVEL
CPC 01

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AJUSTES DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL

É de fundamental importância a constituição de


estimativas e provisões, de modo que se atenda às
características qualitativas da informação contábil útil,
dispostas na Estrutura Conceitual da Contabilidade,
também conhecida como Pronunciamento Técnico
CPC 00.
As características qualitativas dispostas no CPC 00 são
divididas em fundamentais e de melhoria.
As características qualitativas fundamentais são:
relevância e representação fidedigna.
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Características qualitativas das demonstrações
contábeis

Comparabilidade: as informações contábil-financeiras


devem ser comparáveis entre as empresas do mesmo
setor e da própria empresa ao longo do tempo.

Verificabilidade: quanto maior for a possibilidade do


usuário verificar, recalcular ou reconstruir a
informação, maior será a qualidade da informação
prestada.

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Características qualitativas das demonstrações
contábeis

Tempestividade: uma informação será mais útil se


estiver disponível para o usuário a tempo de influenciar
suas decisões. É a informação prestada em tempo
oportuno para o usuário.
Compreensibilidade: a informação prestada deve ser
clara, concisa, prontamente entendida e compreendida
pelo usuário

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O objetivo deste Pronunciamento Técnico
(CPC 01): Redução ao valor recuperável de
ativos, é estabelecer procedimentos que a
entidade deve aplicar para assegurar que
seus ativos estejam registrados
contabilmente por valor que não exceda
seus valores de recuperação.

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CPC 01- GRANDE OBJETIVO

Não deixar que um ativo esteja registrado


contabilmente, por um valor que exceda o seu
valor recuperável.
Imagine: ativo de 100 mil – exemplo;

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CPC 01
Valor Contábil
Precisamos saber Valor Recuperável

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TERMOS UTILIZADOS NESTE PRONUNCIAMENTO:

Valor Contábil Valor Recuperável Valor em uso é


é o montante pelo qual o de um ativo ou de o valor presente de fluxos
ativo está reconhecido no unidade geradora de de caixa futuros
balanço depois da caixa é o maior montante esperados que devem
dedução de toda entre o seu valor justo advir de um ativo ou de
respectiva depreciação, líquido de despesa de unidade geradora de
amortização ou exaustão venda e o seu valor em caixa.
acumulada e ajuste para uso.
perdas

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OBJETIVO

Se estiver com o valor O pronunciamento Técnico


excedente, a ativo é também especifica quando a
caracterizado como sujeito ao entidade deve reverter um
reconhecimento de perdas, e o ajuste para perdas por
Pronunciamento Técnico requer desvalorização e estabelece as
que a entidade reconheça um divulgações requeridas.
ajuste para perdas por
desvalorização.

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AJUSTES DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL

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AJUSTES DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL

Os ajustes de redução ao valor Ainda que de fato a empresa


recuperável de ativos é tenha esses valores a receber, a
necessário para que as prática indica a possibilidade de
demonstrações contábeis que dentro dessa conta clientes
represente a efetiva capacidade inadimplentes estejam
de realização futura de seu presentes.
patrimônio.

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AJUSTES DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL

Item 9 do CPC 01. A entidade deve avaliar ao fim de cada período


de reporte, se há alguma indicação de que um ativo possa ter
sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade
deve estimar o valor recuperável do ativo. (ver item 10, e 12)

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TESTE DE RECUPERABILIDADE VALOR BRUTO DA AQUISIÇÃO:
- DEPRECIAÇÃO
ACUMULADA;
- AMORTIZAÇÃO
ACUMULADA;
- EXAUSTAO ACUMULADA;
- PERDAS ESTIMADAS;
- =VCL

VALOR CONTÁBIL DOS DOIS, O


MENOR VALOR EM
USO
VALOR DE VENDA
DOS DOIS, O - GASTOS
MAIOR NECESSARIOS
PARA
VALOR CONCRETIZAR A
VENDA.
LÍQUIDO DE
VENDAS

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Ajustes de redução ao valor recuperável de ativos

Os ajustes de redução ao valor recuperável de ativos é necessário para que as


demonstrações contábeis represente a efetiva capacidade de realização futura de seu
patrimônio.
Ainda que de fato a empresa tenha esses valores a receber, a prática indica a possibilidade
de que dentro dessa conta clientes inadimplentes estejam presentes.
O mesmo ocorre quanto aos passivos da empresa. Onde, em função de determinados
processos operacionais, a empresa pode estar exposta à situações que gerem a possibilidade
de um passivo.
Assim, temos: estimativas de perdas que reduzem o valor do ativo, ou
estimativas que aumentam as obrigações (exigibilidades) da empresa.

15/02/2023 18
Ajustes de redução ao valor recuperável de ativos

CPC 27 ITEM 63.


Para determinar se um item do ativo imobilizado está com parte de seu valor irrecuperável, a
entidade aplica o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
Esse Pronunciamento determina como a entidade deve revisar o valor contábil de seus ativos,
como determinar o seu valor recuperável e quando reconhecer ou reverter perda por redução
ao valor recuperável.

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Estimativas como contas redutoras do ativo circulante

Há determinados bens ou direitos As estimativas que reduzem o ativo


classificados no ativo cujo valor real de são, obviamente, contas credoras, visto
realização é menor do que aquele que corrigem o saldo do ativo que tem
destacado contabilmente. Daí a natureza devedora. A contrapartida na
necessidade de se constituir uma constituição de uma estimativa ativa
estimativa para reduzi-lo a um valor que será sempre uma conta de despesa ou
efetivamente possa ser realizado.. custo, indedutível para fins de cálculo
do resultado tributável de imposto de
renda e contribuição social.

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Estimativas como contas redutoras do ativo circulante

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado


Critérios de Avaliação quando houver decisão de interromper os
do Ativo empreendimentos ou atividades a que se destinavam
§ 3o do Art. 183. da Lei n.
ou quando comprovado que não poderão produzir
6.404/1976, as empresas deverão resultados suficientes para recuperação desse valor;
efetuar, periodicamente, análise ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
sobre a recuperação dos valores II – revisados e ajustados os critérios utilizados para
registrados no Imobilizado e no determinação da vida útil econômica estimada e para
Intangível, a fim de que sejam: cálculo da depreciação, exaustão e amortização.
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007).

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Depreciação
Portanto, têm por objeto os bens materiais (tangíveis),
integrantes do Ativo Imobilizado, como Computadores e
Periféricos, Instalações, Móveis e Utensílios, Veículos, Edifícios e
Construções e etc.

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Estimativas como contas redutoras do ativo circulante

Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é


reconhecido após a dedução da depreciação e da
CPC 27 perda por redução ao valor recuperável acumuladas.
Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor Valor recuperável é o maior valor entre o valor justo
que substitua o custo, menos o seu valor residual. menos os custos de venda de um ativo e seu valor
Depreciação é a alocação sistemática do valor em uso.
depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Valor residual de um ativo é o valor estimado que a
Valor específico para a entidade (valor em uso) é o entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir
valor presente dos fluxos de caixa que a entidade as despesas estimadas de venda, caso o ativo já
espera (i) obter com o uso contínuo de um ativo e tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de
com a alienação ao final da sua vida útil ou (ii) sua vida útil.
incorrer para a liquidação de um passivo. Vida útil é: (a) o período de tempo durante o qual a
entidade espera utilizar o ativo; ou (b) o número de
unidades de produção ou de unidades semelhantes
que a entidade espera obter pela utilização do ativo.

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OS PRAZOS USUALMENTE ADMITIDOS E AS RESPECTIVAS
TAXAS DE DEPRECIAÇÃO DOS BENS DE USO MAIS COMUNS SAO:
BEN PRAZO TAXA

Automóveis de Passageiros 5 anos 20% a.a.

Automóveis para transportes de mercadorias 4 anos 25% a.a.

Computadores e Periféricos 5 anos 20% a.a.

Edifícios e Benfeitorias 25 anos 4% a.a.

Instalações 10 anos 10% a.a.

Motocicletas 4 anos 25% a.a.

Móveis e Utensílios 10 anos 10% a.a.

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Método de depreciação

O método de depreciação utilizado reflete o padrão de consumo pela


entidade dos benefícios econômicos futuros.(CPC 27 ITEM 60):
Método Linear;
Método da soma dos algarismos dos anos;
Método das horas de trabalho;
Método das unidades produzidas;

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Método Linear
Consiste na aplicação de taxas 100% / tempo de vida útil = taxa de depreciação
constantes durante o tempo de
vida útil estimado para o Bem.

Pela praticidade, esse método é 100% / 10 anos = 10% a.a.


um dos mais utilizados, sendo
tambem conhecido como
método linear ou como método
das quotas constantes.

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EXEMPLO PRÁTICO:
Depreciação de Bens constantes Valor Residual de um Ativo é o valor
do Balanço do exercício anterior. estimado que a entidade obteria com
Depreciar a conta Veículos em a venda do Ativo, após deduzir as
31.12.x2, considerando: despesas estimadas de venda, caso o
a. Saldo da conta veículos em
Ativo já tivesse a idade e a condição
esperadas para o fim de sua vida útil.
31.12.x1: R$ 60.000,00.
b. Valor Residual: R$
10.000,00.
c. Taxa Anual de depreciação:
R$ 20%.

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EXEMPLO PRÁTICO:
Depreciação de Bens constantes
SOLUÇÃO:
do Balanço do exercício anterior. a. Apuração do valor depreciável
Depreciar a conta Veículos em Saldo da conta veículos ...............................60.000,00
31.12.x2, considerando: ( - ) Valor Residual........................................ ( 10.000 )
a. Saldo da conta veículos em ( = ) Valor depreciável.................................... 50.000,00
31.12.x1: R$ 60.000,00.
b. Valor Residual: R$
10.000,00.
c. Taxa Anual de depreciação:
R$ 20%.

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EXEMPLO PRÁTICO:
Depreciação de Bens constantes
do Balanço do exercício anterior. SOLUÇÃO:
Depreciar a conta Veículos em b. Aplicação da taxa anual sobre o valor depreciável:
31.12.x2, considerando: 20% de R$ 50.000,00 = R$ 10.000,00
a. Saldo da conta veículos em
31.12.x1: R$ 60.000,00.
b. Valor Residual: R$
10.000,00.
c. Taxa Anual de depreciação:
R$ 20%.

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EXEMPLO PRÁTICO:
Depreciação de Bens constantes
CONTABILIZAÇÃO:
do Balanço do exercício anterior. ( 1 ) Depreciação:
Depreciar a conta Veículos em
31.12.x2, considerando: D – Depreciação
a. Saldo da conta veículos em C – Depreciação Acumulada .....R$ 10.000,00
31.12.x1: R$ 60.000,00.
b. Valor Residual: R$
10.000,00.
c. Taxa Anual de depreciação:
R$ 20%.

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Solução:
I- Apuração do valor depreciável
Exemplo prático 2: R$ 40.000,00 – R$ 4.000,00 = R$ 36.000,00
Depreciação do Bem adquirido durante o
exercicio social. Depreciar a conta Móveis e
Utensílios, sabendo-se que:
A aquisição foi em 05/02 do exercício
atual, sendo colocados em operação no
dia 25/05;
Valor dos móveis adquiridos = R$
40.000,00;
Tempo de vida útil estimado em dez
anos;
Valor residual fixado em R$ 4.000,00.

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Solução:
II – Cálculo da quota anual
Exemplo prático 2: 10 % de 36.000,00 = 3.600,00
Depreciação do Bem adquirido durante o
exercicio social. Depreciar a conta Móveis e
Utensílios, sabendo-se que:
A aquisição foi em 05/02 do exercício
atual, sendo colocados em operação no
dia 25/05;
Valor dos móveis adquiridos = R$
40.000,00;
Tempo de vida útil estimado em dez
anos;
Valor residual fixado em R$ 4.000,00.

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Solução:
III – Cálculo da quota proporcional
Exemplo prático 2: Tendo em vista que o Bem entrou em operação no
Depreciação do Bem adquirido durante o mês 5, a Depreciação será correspondente a 8
exercicio social. Depreciar a conta Móveis e meses.
Utensílios, sabendo-se que: Faremos:
A aquisição foi em 05/02 do exercício 3.600,00 / 12 meses = 300,00 por mês
atual, sendo colocados em operação no 8 meses x 300,00 = 2.400,00
dia 25/05;
Valor dos móveis adquiridos = R$ Logo, a quota de Depreciação proporcional
40.000,00; corresponde a R$ 2.400,00.
Tempo de vida útil estimado em dez
anos;
Valor residual fixado em R$ 4.000,00.

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