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Determinação do fator de desequilı́brio e derating

em um motor de indução trifásico


1st Felipe Miranda Santos 2nd Geraldo Antunes de Carvalho Neto 3rd Henrique Gonzaga Nogueira
Graduando em Engenharia Elétrica Graduando em Engenharia Elétrica Graduando em Engenharia Elétrica
(Universidade Federal de Itajubá) (Universidade Federal de Itajubá) (Universidade Federal de Itajubá)
Itabira, Brasil Itabira, Brasil Itabira, Brasil
2020006794 2020016843 2020011604

4th João Gabriel Aguiar Gonçalves 5th Julia de Jesus Aragão 6th Luis Felipe De Araujo E Sousa
Graduando em Engenharia Elétrica Graduanda em Engenharia Elétrica Graduando em Engenharia Elétrica
(Universidade Federal de Itajubá) (Universidade Federal de Itajubá) (Universidade Federal de Itajubá)
Itabira, Brasil Itabira, Brasil Itabira, Brasil
2020024219 2020005877 23986

7th Paulo Henrique Costa Fernandes


Graduando em Engenharia Elétrica
(Universidade Federal de Itajubá)
Itabira, Brasil
2018010234

I. I NTRODUÇ ÃO
O Motor de Indução Trifásico (MIT) é amplamente empre-
gado, atualmente, por apresentar robustez, eficiência e baixo
custo - se comparado a outros tipos de motores elétricos. Nesse
sentido, uma vez que esses equipamentos são peça fundamen-
tal na indústria, a capacidade de detectar defeitos nos MITs se
faz extremamente importante. Sob esta perspectiva, a presente
prática da disciplina de Laboratório de Manutenção Elétrica
objetivou determinar o fator de desequilı́brio e Derating de
um MIT por meio da análise dos sinais de tensão e corrente
a partir do software LabVIEW® .
II. M ETODOLOGIA Figura 1: Programação desenvolvida no LabVIEW.
Para viabilizar este estudo de manutenção preditiva,
utilizou-se um sensor Hall de corrente e um sensor Hall de
tensão, para conduzir as medições de corrente e de tensão O experimento foi feito inicialmente sem desbalanço de
de cada fase do MIT em estudo. Na coleta desses dados, tensão entre as fases do sistema. Posteriormente foi atribuido
foram usados a placa de aquisição National Instruments e a o desbalanço: inicialmente por meio de uma resistência e, por
programação no ambiente virtual LabVIEW® , com frequência fim, aplicando-se duas resistências.
de amostragem (fa) de 3,6kHz e 4016 como número de
amostras (n°a). A. Método empregado em aula
A Figura 1 mostra o software programado para coletar e
Em laboratório, a metodologia utilizada para a definição do
medir os dados necessários, após a realização da calibração
fator desbalanço da tensão (F dV ) foi indicada na Equação 1.
com o auxı́lio de um multı́metro.
A partir dos dados coletados, foram calculados os valores ∆V
RMS para as correntes e tensões de cada uma das fases. Além Fd = · 100 (1)
Vmed
disso, também foram realizados os cálculos dos valor mı́nimos
e máximos de tensão e corrente. Assim, a partir desses valores, O máximo desvio das tensões (∆V ), é referente à diferença
foram montadas as operações para encontrar o valor médio de entre as tensões máxima (Vmax ) e mı́nima (Vmin ) registrada
tensão e os fatores desbalanço para tensão e corrente. nas três fases.
∆V = Vmax − Vmin (2)

A média aritmética das tensões RMS (Vmed ) das três fases,


é abordada na Equação 3.

(VA + VB + VC )
Vmed = (3)
3
De maneira análoga à tensão, calculou-se o fator de
desbalanço das correntes (F dI ).

B. Método NEMA
Em seguida, foram realizados os cálculos com o método da
National Electrical Manufacturers Association (NEMA) para
definição do fator desbalanço da tensão (VU f %), indicado na
Equação 4. Figura 2: Impementação do Método IEC.

Vmax − Vmed
VU f % = · 100 (4) D. Derating
Vmed
De maneira semelhante ao cálculo da tensão, encontrou-se Um outro ponto de análise da prática, foi quanto ao
o fator de desequilı́brio das correntes (CU f %), de acordo com Derating. Este termo refere-se ao superdimensionamento de
o método NEMA, para cada condição. A implementação no potência do equipamento ao se levar em consideração a
LabVIEW® foi realizada por meio de programação no bloco tensão de alimentação das cargas. A Figura 3 apresenta a
Formula Node. curva de redução de potencia em motores em decorrencia
do desequilibrio de tensão entre as fases.Ao observar a curva
C. Método IEC desse gráfico percebe se que a potencia dos motores cai para
75% quanda chega em 5% de desequilibrio de tensão, ou seja
À tı́tulo de comparação, foi utilizado o método do Institute
o motor perde 25% da sua capacidade.
of Electrotechnical Commission (IEC). O cálculo da porcenta-
gem de desequilı́brio de tensão (V uf %) leva em consideração
as componentes de sequência positiva (V1 ) e negativa (V2 ) de
acordo com a Equação 5.

V2
V uf % = · 100 (5)
V1
Para encontrar as componentes simétricas de sequência po-
sitiva e negativa a partir dos valores de fase, faz-se necessário
utilizar a matriz de Análise. A relação é exposta pela Equação Figura 3: Curva Derrating

6, onde (a = ej120 ).
O motores trifásicos são projetados para funcionar com
VA < 0◦
     
V0 1 1 1 tensões balenceada. Quando estão sendo alimentadas por
V1  = 1 1 a a2  · VB < −120◦  (6)
3 cargas não balanceadas, produzem correntes de sequencia
V2 1 a2 a VC < 120◦ negativa no motor que irá provocar superaquecimento. Outros
Portanto, pode-se obter o valor da sequência positiva: efeitos negativos que ocorrem em decorrência dessa condição
é o aparecimento de vibrações, ruidos e desgaste dos mancais.
(VA + VB · a + VC · a2 )
V1 = (7) III. A N ÁLISE DOS DADOS
3
Após calculado o fator desequilı́brio de tensão e corrente
A componente de sequência negativa corresponde a: para cada uma das resistências do experimeto, foi possı́vel
análisá-los com base no que é estabelecido pela norma em
(VA + VB · a2 + VC · a)
V2 = (8) questão. Nesse sentido, a IEC determina aceitavel o valor de
3 2% para o desequilı́brio de tensão e corrente na sequência
Por fim, o fator desequilı́brio de corrente foi calculado negativa do sistemas. Dessa forma, diante do que é estipulado
de maneira análoga para a corrente. A implementação dos pela norma e dos resultados obtidos por meio do estudo,
cálculos complexos no LabVIEW® baseou-se nos blocos Polar percebe-se que EXPOR SE O DESEQUILIBRIO ESTÁ OU
to Complex e Complex to Polar, conforme mostra a Figura 2. NAO DENTRO DO LIMITE DA NORMA
Condição F dV V uf % (NEMA) V uf % (IEC)
Sem desbalanço 0,465767 0,262659 0,140271
1 resistência 3,96021 1,91953 1,14521
2 resistências 7,68839 3,37227 2,27126

Tabela I: Fator de Desbalanço das Tensões.

Condição F dI Cuf % (NEMA) Cuf % (IEC)


Sem desbalanço 0,964984 0,62526 0,279998
1 resistência 8,86579 5,17821 2,67845
2 resistências 16,0832 9,91200 5,02952

Tabela II: Fator de Desbalanço das Correntes.

ANÁLISE DO DERATING
IV. C ONSIDERAÇ ÕES F INAIS
ARRUMAR REFERÊNCIAS
R EFER ÊNCIAS
[1] LIMA, Enio Camilo de. Diagnóstico de motores de indução trifásicos
operando em redes desequilibradas e distorcidas. 2016. Tese (Doutorado)
- Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Itajubá, Ita-
jubá 2016. Disponı́vel em: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/
123456789/642. Acesso em: 4 set. 2023.
[2] https://www.osetoreletrico.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Ed86
fasc qualidade cap3.pdf
[3] https://www.sba.org.br/open journal systems/index.php/sbse/article/
view/2276

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