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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DA NATUREZA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL II - 1101166

GUILHERME MONTEIRA DE LACERDA MARTINS -


20200060060
JÚLIO CÉSAR ALVES CUNHA – 20190073336
FELIPE NOBREGA DOS SANTOS – 20200060680

RELATÓRIO I: Multímetro e Circuitos

João Pessoa – PB
2023
1. Introdução

Um capacitor é um sistema composto por dois condutores colocados em paralelo


e separados por um material isolante (dielétrico) ou imersos no vácuo. Por meio
desse sistema, é possível armazenar energia elétrica na forma de campo elétrico
devido a uma diferença de potencial entre esses condutores. Quando
conectamos os terminais de um capacitor aos polos de uma fonte de tensão
(bateria) cada condutor ficará polarizado segundo os polos da bateria. Surge
assim uma diferença de potencial entre os condutores estabelecendo-se um
campo elétrico na região de separação dos condutores.

Figura 1: Descrição de um capacitor de placas paralelas

Assim, quando afirmamos que um capacitor possui uma carga Q, queremos dizer
que o condutor que está a um potencial mais elevado (condutor conectado ao
polo positivo da bateria) possui uma carga +Q e, o condutor com
potencial mais baixo(condutor conectado ao polo negativo da bateria) possui
carga –Q. A quantidade de energia elétrica armazenada em um capacitor sob a
forma de campo elétrico é proporcional à diferença de potencial (d.d.p) aplicada
aos condutores que formam o capacitor. Por sua vez, a quantidade de carga
também é proporcional a essa diferença de potencial, entretanto, a razão entre
a quantidade de carga e a d.d.p na região entre os condutores não varia, a
essa razão chamamos de capacitância do capacitor. Logo, quanto maior o
valor da capacitância maior será a energia acumulada.

Figura 2: Representação de um condutor conectado a uma fonte de tensão

Muitas são as aplicações dos capacitores hoje em dia, como, por exemplo, filtros
retificadores de tensão, de áudio, flash de máquinas fotográficas, desfibriladores,
entre muitas outras. Em muitas delas o capacitor é carregado e descarregado
alternadamente sendo muito importante o conhecimento do comportamento da
tensão e corrente elétrica que circulam em circuitos que fazem uso dos
capacitores.

2. Resultados
2.1 Folha A
i) Comparação dos valores nominais e os valores medidos de tensão contínua
para os três dispositivos medidos (tabela 1) e discutindo as diferenças
percentuais obtidas e sua provável origem:
Dispositivo Valor nominal (V) Valor medido (V) Diferença
Percentual (%)
Pilha 1,5 1,543 2,87
Bateria 9 8,35 7,22
Fonte de tensão 8 8,01 0,12

Além das fontes de erro já conhecidas e gerais, como falhas durante a execução
do método de medição e influência das condições ambientais, pode-se verificar
a menor diferença percentual na voltagem aferida para a fonte de tensão devido
a sua conexão à rede elétrica, tendo em vista que os dispositivos eletroquímicos
observados (pilha e bateria) sofrem um maior desgaste natural, afetando os
valores nominais de suas propriedades físicas.
ii) Expressando a tensão medida entre Fase e Neutro da rede elétrica de forma
científica:
Fase, Neutro e Terra são nomenclaturas para condutores que caracterizam o
tipo de corrente conhecido como alternada (CA), ou seja, possui oscilação no
tempo, entre valores positivos e negativos - mais especificamente em ciclos de
60 vezes por segundo (60Hz) aqui no Brasil. E justamente essa oscilação ocorre
pela forma como ela é gerada nas usinas.

Figura 3: Gráfico da tensão alternada


Disponível em: https://engenharia360.com/condutores-fase-neutro-e-terra-eletrica/
Para ocorrer um fluxo de energia elétrica, é necessário que exista
uma tensão (ddp), possibilitando a passagem de cargas elétricas de um
condutor para outro quando o circuito é fechado. Essa tensão existe entre fases
diferentes ou entre fase e neutro. Portanto, o condutor que tem um potencial
(127V, 220V ou outro, dependendo do local) é chamado de fase; e o neutro, por
sua vez, tem um potencial de 0V.
Pinos Valor nominal (V) Valor medido (V)
Fase – Neutro 220 +/- 5 216 +/- 5

No caso do experimento, a tensão medida é compatível com a nominal (tabela


2) diante dos valores de incerteza, que representa o intervalo onde se encontra
a grandeza.
iii) Avaliando a confiabilidade dos resistores (tabela 3.1) para a criação de um
circuito:
Tolerância (%) Diferença Percentual (%)
5 0,71
5 1,11
5 1,73
5 4,41
5 1,36

Os cinco resistores possuem tolerância de 5% e são adequados para uso, pois


os valores medidos de resistência diferem até 4,41% dos nominais.
iv) Explicando o funcionamento do potenciômetro e associando com as medidas
realizadas:

O potenciômetro possui três terminais, ou pontas, que são controlados a partir


de um eixo giratório, responsável por ajustar a resistência do dispositivo. As
pontas externas se conectam com os resistivos internos, denominados por pista
ou trilha, e entre os dois terminais extremos há um resistor comum. Sobre esse
resistor, desliza um 3° terminal chamado de cursor. Conforme o cursor se move,
há uma variação dos níveis de tensão elétrica, já que ele permite alterar a
resistência total do componente.

Figura 4: Esquema do potenciômetro


Disponível em: https://www.mundodaeletrica.com.br/potenciometro-o-que-e-como-funciona/
Normalmente os potenciômetros são utilizados em: circuitos de calibração e de
precisão de fontes de tensão, controle do volume de rádios e controle de brilho
e são podem ser do tipo mecânico, digital, de fio e de carbono.

Terminais Valor medido (Ω)


1-2 479
2-3 559
1-3 1009

É possível observar que entre o primeiro e o terceiro terminal é encontrado um


valor muito semelhante à soma da resistência entre o primeiro e segundo e a
resistência entre o segundo e terceiro.

v) Analisando as possíveis razões que justificam os diferentes resultados


aferidos (tabela 3.3) por diferentes operadores diante do mesmo dispositivo
(reostato):

Sabendo que cada operador utilizou um equipamento diferente (multímetro),


considera-se plausível uma má calibragem, mal contato, nível da bateria,
desgastes devido ao tempo, entre outras, as possíveis causas para as
divergências além da própria mudança de operador.
O valor médio é de 72,0 e o desvio padrão, 0,04.

2.2 Folha B

i) Comparação entre os valores da tabela 2 (associação em serie) e da tabela 5


(associação em paralelo):

Em série:
R calculada (Ω) R medida (Ω)
974,2 975

Em paralelo:
R calculada (Ω) R medida (Ω)
81,3 81,7

Nota-se que ambas as resistências medidas são maiores que as resistências


calculadas. Isso pode ocorrer devido ao mal contato do resistor com o protoboard
ou devido ao mal contato do multímetro com o resistor.
ii) Comparação entre a soma de V1, V2 e V3 com V total:
Voltagem (Vcc) Valor medido (V)
V total 1,98
V1 0,54
V2 1,14
V3 0,30

V1+V2 = 0,54+1,14 = 1,68


V2+V3 = 1.14+0,30 = 1,44
V1+V3 = 0,54+0,30 = 0,84
A soma das tensões V1 e V3 resulta em um tensão pequena, justamente porque
essa são as tensões que passam nas menores resistências (270 ohms e 150
ohms).
Em V1+V2 e V2+V3 a soma das tensões se aproxima de V total porque a posição
de V2 possui o resistor de maior resistência (560 ohms).
iii) Reproduzindo o circuito em série no laboratório virtual. Comparando os
valores medidos das tensões (tabela 3) e da corrente (tabela 4) com o simulador
no laboratório virtual.
Voltagem (Vcc) Valor medido (V)
V total 1,98
V1 0,54
V2 1,14
V3 0,30

Como não é possível colocar valores menores no simulador do PhET, a tensão


colocada foi de 200 volts (em teoria, 2 volts foi o valor da tensão utilizado no
experimento), então o resultado deve ser dividido por 100 para os valores ficarem
correspondentes aos do experimento feito em sala de aula.
Figura 5: Simulação para o valor de V1.

Dividindo 55,05/100 = 0,55 (resistor 1)

Figura 6: Simulação para o valor de V2.

114,42/100 = 1,14 (resistor 2).


Figura 7: Simulação para o valor de V3.

30,53/100 = 0,30 (resistor 3).


Na tabela abaixo, nota-se que os valores do experimento em sala são bem
similares aos obtidos no simulador.
Voltagem (Vcc) Valor medido (V) V simulador
Vtotal 1,98 1,99
V1 0,54 0,55
V2 1,14 1,14
V3 0,30 0,30

iv) A partir dos valores medidos de tensão total (tab.3) e resistência equivalente
(tab.2), calcule o valor esperado para a corrente i calculada no circuito em série.
Compare o valor calculado com o valor medido de corrente (tab.4).
Tensão total = 1,98 V. R equivalente em série = 974,2.
I = V/R >>> i = 1,98/974,2 = 2,03 mA (valor calculado).
O valor medido foi de 2 mA, ou seja, praticamente igual ao valor calculado.
v) Sabendo que a potência dissipada por um resistor é dada por P = V*i, calcule
a potência em cada resistor e identifique qual deles dissipa maior potência no
circuito em série.
V1 0,54 V
V2 1,14 V
V3 0,30 V
P1 = V1*i >>> P1 = 0,54.0,002=1,08mW
P2 = V2*i >>> P2 = 1,14.0,002=2,28mW
P3 = V3*i >>> P3 = 0,3.0,002=0,6 mW
Como tem a maior resistência, o resistor 2 é o que dissipa a maior potência.
vi) No circuito em paralelo, compare o valor da soma das correntes i1, i2 e i3 com
a corrente total i fornecida pela fonte, obtidos na tabela 7 e discuta.
Tabela7:
Corrente elétrica Valor medido (mA)
i total 68,3
i1 22,0
i2 10,7
i3 39,2

i1+i2+i3 = 22,0+10,7+39,2 = 71,9mA = 0,719 A


Observa-se um valor maior da soma de cada corrente aferida individualmente,
para cada resistor, com relação ao valor dado pelo amperímetro, o qual avalia a
corrente total do circuito fechado. Isso se deve por perdas naturais de energia,
onde a corrente é dissipada pelo circuito e difere da magnitude verificada para
cada resistor em separado.
vii) Reproduza o circuito em paralelo no laboratório virtual da referência [3].
Compare os valores medidos da tensão (tabela 6) e das correntes (tabela 7) com
o simulado no laboratório virtual.
Tabela 6:
Voltagem (Vcc) Valor medido(V)
V do circuito 5,99

Tabela 7:
Corrente elétrica Valor medido (mA)
i total 68,3
i1 22,0
i2 10,7
i3 39,2
Figura 8: Simulação para o valor de V referente ao circuito em paralelo.

As tensões do simulador e medida em sala são quase iguais.


Corrente em sala (mA) Corrente no simulador (mA)
i1 = 22,0 i1 = 20,0
i2 = 10,7 i2 = 10,0
i3 = 39,2 i3 = 40,0

As corrente no simulador são levemente diferentes das medidas em sala


viii) Calcule a potência dissipada em cada resistor no circuito em paralelo. Qual
dissipa maior potência?
A potência dissipada por um resistor é dada pela fórmula: P=V*i
Corrente elétrica Valor medido (mA)
i total 68,3
i1 22,0
i2 10,7
i3 39,2
Sendo a tensão do circuito em paralelo = 5,99V
P1=V.i1= 5,99.22,0= 131,8 mW
P2=V.i2= 5,99.10,7= 64,1mW
P3=V.i3=5,99.39,2= 234,8mW
O resistor 3 é o que possui a maior potência dissipada (lembrando que potência
dissipada é a grandeza física que mede a quantidade de calor que um resistor
transfere para os seus arredores).
ix) Compare a potência dissipada pelo resistor identificado no item 5 (circuito em
série) com a potência do mesmo resistor no circuito em paralelo. Discuta os
valores obtidos.
Verifica-se que em paralelo o resistor 3 de menor resistência agora é o que
dissipa mais potência, ao contrário do que foi visto em série, pois a voltagem
agora se mantém constante para os três resistores, o que define maior
dissipação de potência para o resistor com maior intensidade de corrente.
x) Compare as correntes obtidas no circuito em série (tabela 4) e em paralelo
(tabela 7) e discuta a diferença observada com base nas medidas de resistência
equivalente para os dois circuitos.
Em série: i = 1,98V/974,2Ω = 2,03mA.
Em paralelo: i = 5,99V/81,3Ω = 73,7mA.

3. Comentários e conclusões

A proposta desse experimento foi bem acertada no geral para um melhor


entendimento das razões e proporções dessas grandezas físicas da parte
elétrica da matéria e seus comportamentos.

4. Referências bibliográficas

1. D. Halliday, R. Resnick, e J. Walker, Fundamentos de Física, LTC, Rio de


Janeiro, vol. 3, 8a. Ed. (2008).
2. Sears e Zemasnky’s, Física III eletromagnetismo, 12ª ED, São Paulo,
Addison Wesley,2009.

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