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Série CONSTRUÇÃO CIVIL
Projeto
Arquitetônico
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
Projeto
Arquitetônico
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da-
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491p
SENAI - DN Sede
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Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
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Lista de Ilustrações
Figura 1 - O homem paleolítico e a descoberta do fogo....................................................................................21
Figura 2 - Representação do homem do período paleolítico...........................................................................21
Figura 3 - Moradia neolítica...........................................................................................................................................22
Figura 4 - Surgimento da propriedade privada.....................................................................................................23
Figura 5 - Primeiras cidades..........................................................................................................................................24
Figura 6 - Babilon em dois períodos antes de cristo, a maior cidade do mundo.......................................25
Figura 7 - Partenon: templo grego dedicado à deusa Atena, situado na acrópole de Atenas.............26
Figura 8 - Colunas gregas em estilos dórico, jônico, coríntio............................................................................27
Figura 9 - Coliseu...............................................................................................................................................................28
Figura 10 - Basilique Saint-Sernin – Toulouse, França..........................................................................................29
Figura 11 - Catedral de Notre Dame...........................................................................................................................30
Figura 12 - Arquitetura colonial: casas térreas........................................................................................................31
Figura 13 - Arquitetura colonial: sobrados..............................................................................................................31
Figura 14 - Casa de porão alto......................................................................................................................................32
Figura 15 - Igreja de São Francisco, Salvador, BA...................................................................................................33
Figura 16 - Palácio Rio Negro, Manaus, AM. exemplo da arquitetura neoclássica no brasil..................34
Figura 17 - Estrada de ferro da Grota Funda. Fotografia de Marc Ferrez C. (1880)....................................35
Figura 18 - Av. Paulista em 1920..................................................................................................................................36
Figura 19 - Processo de verticalização das cidades: Av Paulista em 2008....................................................36
Figura 20 - Arquitetura Moderna: representação da casa de vidro projetada por Lina Bo Bardi.........37
Figura 21 - Tate modern, Bankside em Londres, Inglaterra...............................................................................38
Figura 22 - Evolução urbana.........................................................................................................................................39
Figura 23 - Exemplo de arquitetura sustentável: escritório de arquitetura tryptique.............................40
Figura 24 - Normas ..........................................................................................................................................................43
Figura 25 - Plantas: representação gráfica...............................................................................................................44
Figura 26 - Normas: ABNT..............................................................................................................................................45
Figura 27 - Estatuto da cidade......................................................................................................................................46
Figura 28 - Plano diretor.................................................................................................................................................47
Figura 29 - PEU Campo Grande, RJ.............................................................................................................................48
Figura 30 - Edificação e a LOUOS.................................................................................................................................50
Figura 31 - Legislação......................................................................................................................................................52
Figura 32 - Fluxograma quebra-cabeça....................................................................................................................52
Figura 33 - Quebra-cabeça............................................................................................................................................58
Figura 34 - Fluxograma etapas.....................................................................................................................................60
Figura 35 - Croquis do Palácio do planalto – Oscar Niemeyer..........................................................................60
Figura 36 - Áreas de impacto da edificação............................................................................................................63
Figura 37 - Edificação no processo de desenvolvimento...................................................................................64
Figura 38 - Análise do projeto......................................................................................................................................66
Figura 39 - Engenheiro analisando o projeto executivo.....................................................................................67
Figura 40 - Configuração................................................................................................................................................69
Figura 41 - Ergonomia.....................................................................................................................................................73
Figura 42 - Ergonomia ações........................................................................................................................................74
Figura 43 - Mão na maçaneta.......................................................................................................................................75
Figura 44 - Mão no controle remoto..........................................................................................................................75
Figura 45 - Ergonomia figurativo................................................................................................................................76
Figura 46 - Ergonomia no trabalho............................................................................................................................77
Figura 47 - Arte de projetar em arquitetura............................................................................................................78
Figura 48 - Sensações calor e frio................................................................................................................................79
Figura 49 - Conforto térmico........................................................................................................................................80
Figura 50 - Eficiência energética..................................................................................................................................81
Figura 51 - Aproveitamento dos recursos naturais...............................................................................................82
Figura 52 - Radiação solar no edifício........................................................................................................................84
Figura 53 - Arquitetura bioclimática..........................................................................................................................85
Figura 54 - Uso da vegetação como sombreamento...........................................................................................86
Figura 55 - Propagação do som...................................................................................................................................87
Figura 56 - Noções de conforto acústico..................................................................................................................88
Figura 57 - Som direto.....................................................................................................................................................88
Figura 58 - Material absorvente...................................................................................................................................91
Figura 59 - Propagação do som em meios diferentes.........................................................................................92
Figura 60 - Iluminação natural x iluminação artificial..........................................................................................93
Figura 61 - Bem-estar proporcionado pela luz natural.......................................................................................94
Figura 62 - Aproveitamentos dos recursos nas edificações...............................................................................95
Figura 63 - Fluxo luminoso estabilizado...................................................................................................................96
Figura 64 - Fluxo luminoso estabilizado...................................................................................................................96
Figura 65 - Eficiência luminosa.....................................................................................................................................97
Figura 66 - Tipos de lâmpadas: incandescente, fluorescente compacta e LED..........................................97
Figura 67 - Iluminância....................................................................................................................................................98
Figura 68 - Diferença entre iluminância e luminância.........................................................................................99
Figura 69 - Projeto modelado no programa Sketchup..................................................................................... 104
Figura 70 - Imagem de abertura do programa Revit, projeto modelado pelo programa................... 105
Figura 71 - Projeto desenvolvido utilizando o Revit e a tecnologia BIM.................................................... 106
Figura 72 - Emerson sonhando com a casa.......................................................................................................... 107
Figura 73 - Trabalhando ao computador............................................................................................................... 109
Figura 74 - Layers..........................................................................................................................................................110
Figura 75 - Hachura diagramação de piso............................................................................................................ 112
Figura 76 - Tela principal do AutoCAD................................................................................................................... 113
Figura 77 - Comando fillet.........................................................................................................................................115
Figura 78 - Hachura....................................................................................................................................................... 116
Figura 79 - Comando mirror.....................................................................................................................................116
Figura 80 - Comando offset......................................................................................................................................117
Figura 81 - Comando stretch....................................................................................................................................118
Figura 82 - Comando spline......................................................................................................................................118
Figura 83 - Polilinha....................................................................................................................................................... 119
Figura 84 - Desenhando a planta baixa – térreo................................................................................................. 120
Figura 85 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – desenhando as paredes......... 121
Figura 86 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – eliminando objetos.................. 122
Figura 87 - Desenhando a planta baixa- arranjo espacial interno – eliminando objetos.................... 123
Figura 88 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – unindo linhas.............................. 124
Figura 89 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – fazendo aberturas..................... 125
Figura 90 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – fazendo aberturas 2................. 126
Figura 91 - Criando blocos (block definition)........................................................................................................ 127
Figura 92 - Porta – vão de abertura......................................................................................................................... 127
Figura 93 - Bloco porta (sequência 1-3)................................................................................................................. 128
Figura 94 - Bloco de janelas........................................................................................................................................ 128
Figura 95 - Pilares........................................................................................................................................................... 129
Figura 96 - Hatch (hachura)......................................................................................................................................... 129
Figura 97 - Esquadrias (sequência de figuras 1-3).............................................................................................. 130
Figura 98 - Inserindo blocos (sequência de figuras 1-3).................................................................................. 131
Figura 99 - Planta baixa................................................................................................................................................ 132
Figura 100 - Layers janela............................................................................................................................................. 132
Figura 101 - Soleira........................................................................................................................................................ 133
Figura 102 - Peitoril....................................................................................................................................................... 133
Figura 103 - Soleiras e peitoris.................................................................................................................................. 134
Figura 104 - Esquadrias-planta baixa...................................................................................................................... 134
Figura 105 - Comando Mtext .................................................................................................................................... 135
Figura 106 - Especificações esquadrias.................................................................................................................. 135
Figura 107 - Especificações esquadrias.................................................................................................................. 136
Figura 108 - Layer equipamento hidráulico......................................................................................................... 136
Figura 109 - Blocos hidráulicos – planta baixa.................................................................................................... 137
Figura 110 - Blocos hidráulicos – planta baixa.................................................................................................... 138
Figura 111 - Blocos hidráulicos – planta baixa.................................................................................................... 138
Figura 112 - Blocos hidráulicos – planta baixa.................................................................................................... 139
Figura 113 - Especificações esquadrias.................................................................................................................. 139
Figura 114 - Nomes ambientes e área.................................................................................................................... 140
Figura 115 - Área e perímetro.................................................................................................................................... 140
Figura 116 - Nome dos ambientes e área.............................................................................................................. 141
Figura 117 - Escada........................................................................................................................................................ 142
Figura 118 - Escada........................................................................................................................................................ 143
Figura 119 - Cotas.......................................................................................................................................................... 144
Figura 120 - Cotas.......................................................................................................................................................... 144
Figura 121 - Cotas.......................................................................................................................................................... 145
Figura 122 - Painel de ferramentas dimensionar................................................................................................ 145
Figura 123 - Planta baixa cotada.............................................................................................................................. 146
Figura 124 - Linhas de corte....................................................................................................................................... 147
Figura 125 - Planta baixa marcação das linhas de corte.................................................................................. 147
Figura 126 - Planta baixa marcação das linhas de corte.................................................................................. 148
Figura 127 - Perspectiva casa..................................................................................................................................... 149
Figura 128 - Beiral.......................................................................................................................................................... 149
Figura 129 - Construção planta de cobertura...................................................................................................... 150
Figura 130 - Construção planta de cobertura...................................................................................................... 150
Figura 131 - Perspectiva casa – cobertura............................................................................................................ 151
Figura 132 - Planta de cobertura.............................................................................................................................. 151
Figura 133 - Cortes – planta baixa térreo.............................................................................................................. 152
Figura 134 - Reservatório............................................................................................................................................ 153
Figura 135 - Planta baixa pavimento superior..................................................................................................... 154
Figura 136 - Planta de cobertura.............................................................................................................................. 155
Figura 137 - Cálculo inclinação................................................................................................................................. 156
Figura 138 - Cálculo inclinação................................................................................................................................. 156
Figura 139 - Perspectiva da casa com plano secante........................................................................................ 157
Figura 140 - Perspectiva da casa com plano secante........................................................................................ 157
Figura 141 - Planta da cobertura.............................................................................................................................. 158
Figura 142 - Corte cobertura...................................................................................................................................... 158
Figura 143 - Estrutura telhado................................................................................................................................... 159
Figura 144 - Estrutura telhado................................................................................................................................... 160
Figura 145 - Perspectiva frontal................................................................................................................................ 160
Figura 146 - Corte AA................................................................................................................................................... 161
Figura 147 - Perspectiva da casa com plano secante........................................................................................ 162
Figura 148 - Corte BB.................................................................................................................................................... 162
Figura 149 - Fachada frontal...................................................................................................................................... 163
Figura 150 - Fachada lateral....................................................................................................................................... 164
Referências
Minicurrículo da autora
Índice
Introdução
CAPACIDADES TÉCNICAS
Anotações:
Histórico da Arquitetura e sua relação
com a evolução das cidades
Vamos fazer um breve histórico para saber como surgiu a arquitetura e as cidades para ficar-
mos por dentro do histórico da sua evolução até os dias atuais, analisando aspectos sobre sua
relação com a evolução humana e sua influência em nossas vidas até hoje.
A urbanização dos espaços ocorreu de forma gradativa, a partir das transformações ocorri-
das nos mais variados campos, como a economia, a sociedade, a política e a religião.
Vamos começar a pensar o seguinte: desde que “o mundo é mundo e o homem é homem,”
independentemente da época, nós, na condição de seres humanos, para sobreviver, no mí-
nimo, precisamos de quê? Pense nas suas principais necessidades fisiológicas1 para manter o
corpo com saúde: quais são?
A fome e a sede, correto? Não vamos entrar aqui nas demais necessidades fisiológicas, nas
necessidades sociais, necessidade de segurança etc., nem nas suas possíveis associações para
que o ser humano mantenha não apenas seu corpo são, mas também a sua mente sã. Vamos
nos ater, agora, à necessidade de saciar a fome. Mas você deve estar se perguntando: o que isso
tem a ver com o nosso assunto? Você entenderá agora.
Cronologia da arquitetura
Vamos nos limitar a contar mais detalhadamente o período da Pré-História para entender
como, provavelmente, segundo relatos e vestígios históricos, surgiram a arquitetura e as ci-
dades. Já nos demais períodos da história da humanidade, vamos citar, ligeiramente, os prin-
cipais fatos que marcaram algumas épocas, para não desviar do nosso assunto: Histórico da
Arquitetura e a Evolução urbana das cidades.
PROJETO ARQUITETÔNICO
20
Parece simples, mas isso significou um grande avanço, afinal, com o fogo, o
homem do paleolítico conseguiu vencer o frio extremo, garantindo a sua sobre-
vivência, assim como pôde espantar os animais selvagens que poderiam atacá-lo,
iluminar as cavernas e cozinhar os alimentos que coletava e caçava.
3 Subsistência b) Período Neolítico (5000 a.C a 3000 a.C) - Conhecido também como Idade
da Pedra Polida, vem logo depois do período paleolítico. É quando surgem
Suficiente à sobrevivência.
as primeiras habitações – será o surgimento da Arquitetura? Durante o perí-
odo neolítico, o homem percebeu que poderia cultivar plantas e domesticar
animais para lhes servirem de fonte “fixa” de alimentos. Assim, com o desen-
volvimento da atividade agrícola e a domesticação dos animais, o homem
viu que não precisava mais viver de um lado para outro atrás do alimento
de cada dia. Isso foi fator primordial para o surgimento das cidades, que
significou “concentração populacional, social e econômica que centraliza
atividades comerciais, industriais, culturais, etc.” (AULETE, 2008, p. 217).
Com a fixação do homem em um espaço determinado, geralmente próximo a
rios, onde as terras eram mais fertéis, caracterizou-se o sedentarismo. Percebeu-se,
então, a importância de organizar o território em que se vive. Dessa forma, surgiram
inovações tecnológicas que garantiram melhor domínio sobre a natureza e trouxe-
ram benefício para a existência do homem, de modo geral, e para o seu cotidiano.
Mas pode-se observar que, ao mesmo tempo em que o homem passou a domi-
nar as técnicas agrícolas, ele também passou a modificar aquele território, que até
então era virgem de qualquer interferência humana, atribuindo-lhe características
próprias da intervenção humana e alterando-lhe a paisagem. Em vez de cavernas,
agora eles construíam sua própria moradia, com palha e madeira. Assim, surgi-
ram as primeiras habitações do ser humano: o espaço começou a ser edificado.
gido por causa desse excesso de alimentos. Nesse momento, portanto, a econo-
mia deixou de ser de subsistência3 e comecou a funcionar a partir de trocas. Por
exemplo: se um agricultor tinha tomates de sobra, ele poderia trocá-los com um
pescador por peixes e, dessa forma, diversas outras trocas foram realizadas. Além
disso, com a domesticação dos animais, a técnica da tecelagem também foi de-
senvolvida. Com isso, passou a ser possível fazer vestimentas de lã, tanto para a
troca quanto para manter o corpo aquecido.
2.2 A ANTIGUIDADE
A Antiguidade engloba o período que vai de 4000 a.C. a 476 d.C. Como vimos,
com a grande evolução ocorrida na Pré-História, naturalmente, a população foi
crescendo, e a luta pelo poder ficou cada vez mais acirrada, agora não só entre
os homens da mesma terra, mas também entre civilizações de outros territórios,
afinal, o homem começou a se aventurar pela conquista de outras terras. Pro-
gressivas transformações eram necessárias para a melhoria da forma de viver,
como a ligação entre as cidades, o saneamento básico, o abastecimento de água
e a construção de novas moradias. A partir dessas necessidades, novas soluções
foram surgindo, por exemplo, os novos materiais empregados nas construções,
como o barro, que começou a ser utilizado nas edificações das primeiras cidades,
localizadas no Oriente Médio e na Ásia Central, assim também como foram sendo
desenvolvidas novas técnicas para a construção desses abrigos.
Com essa disputa por novas terras e, por consequência, a ameaça de invasões,
a primeira modalidade da arquitetura a ser desenvolvida foi a militar. Justamente
nesse período, surgiram as primeiras cidades sendo protegidas por muralhas.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades
25
5 Frontão:
Arquitetura Grega
Elemento arquitetônico
triangular localizado no
topo da fachada principal
do edifício.
6 Estereobata:
7 Atenas:
Cidade grega.
8 Adobe:
Figura 7 - Partenon: templo grego dedicado à deusa Atena, situado na acrópole4 de Atenas
Segundo Aulete (2008, p. Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
23), tijolo de argila, cozido
ou seco ao sol.
A civilização grega nos influenciou tanto que é apontada como fundadora da
cultura ocidental. Sua maior influência foi nos padrões estéticos de arte e beleza
9 Cúpula: devido a seu forte senso de proporção, equilíbrio, harmonia e ordem.
Cobertura exterior de A arquitetura grega é fortemente representada pelos templos, geralmente
edifícios, de forma esférica
ou convexa. construídos no terreno mais vísivel e alto da cidade. Os templos são caracteriza-
dos pela composição entre frontão5, colunas e estereobata6. São santuários que
abrigam a estátua do deus homenageado. O Partenon, por exemplo, situado na
10 Abóboda:
acrópole de Atenas7, tem em seu interior a estátua da deusa Atena, a quem o
Segundo Aulete (2008, p. templo foi dedicado.
5), teto abaulado de certos
prédios (teatro, catedral As colunas definiam o estilo arquitetônico do templo. Como podemos obser-
etc.).
var na figura 8, os três principais eram:
a) Estilo jônico: evidencia traços de beleza, elegância e leveza;
11 Etruscos:
b) Estilo dórico: representa o rigor, a funcionalidade e a simplicidade das formas;
Povos que viviam na
região da Península Itálica, c) Estilo coríntio: é requintado e se caracteriza pela riqueza de detalhes e de
compreendendo hoje o que ornamentos. Surgiu depois dos dois anteriores, no século V.
conhecemos como a região
da Toscana.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades
27
Arquitetura Romana
A partir do século II a.C., a arte romana foi sendo desenvolvida, ainda quando
Roma dominava o Mediterrâneo e visava alcançar outras terras na Europa e na
Ásia. Na arquitetura Romana, vemos o uso do arco, das cúpulas9, das abóbodas10
cilíndricas e de arestas, com ornamentos detalhados e rebuscasdos que retratam
o grande valor dado à estética das construções e de suas fachadas.
Afirma-se, no entanto, que o estilo Romano é, na verdade, a soma dos estilos
gregos e etruscos11. Porém, a arquitetura e arte romana foram utilizadas como
forma de demonstrar todo o poder do Império Romano. Isso aconteceu em pra-
ticamente todas as cidades do império, que foram urbanizadas pomposamente
e receberam construções como aquedutos12, teatros, termas13, templos, estátuas,
arcos de triunfo, palácios e diversas outras edificações que trouxeram beleza e
suntuosidade às cidades romanas.
O Coliseu, por exemplo, maior símbolo do Império Romano, é um suntuoso
anfiteatro construído entre 70 e 90 d.C. no centro de Roma. Ao longo do tempo,
assumiu diversas funções, de habitação a oficina. Porém, atualmente, está sendo
preservado como uma das maiores atrações turísticas de Roma e foi eleito uma
das sete maravilhas do mundo.
PROJETO ARQUITETÔNICO
28
12 Aquedutos:
13 Termas:
Estabelecimento destinado
a banhos públicos.
14 Renascença:
Movimento artístico,
científico e filosófico que,
entre os séculos XIV e XVI,
pregava o retorno aos ideais
da Antiguidade greco-
romana, especialmente a Figura 9 - Coliseu
valorização do ser humano Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
e de suas capacidades.
15 Arcos ogivais:
Data do final da Antiguidade: de 476 d.C a 1453d.C. Seu marco inicial é dado
pela queda do Império Romano do Ocidente, e seu término, pela tomada de
Constantinopla pelos turcos. Dividide-se em Alta Idade Média (séculos V a X) e
Baixa Idade Média (séculos VIII e XIII): situa-se temporalmente entre a Antigui-
dade Clássica e a Renascença14. Um dado importante a ser lembrado é o enorme
poder da Igreja Católica durante a Idade Média. A consequência disso é a maior
manisfestação artística da arquitetura religiosa, que se refletiu em diversas cons-
truções de igrejas, mosteiros e templos. Dentro desse contexto, surgem dois esti-
los arquitetônicos: o estilo Românico e o estilo Gótico.
a) Estilo Românico: Surgiu na Itália e na Europa ocidental e teve força do
século IX ao XII. Podemos facilmente reconhecê-lo por apresentar, em edi-
ficações religiosas, uma arquitetura rígida, pesada, e por utilizar paredes
maciças, pilares espessos, poucas e pequenas aberturas como vestígios da
insegurança causada pelas guerras e invasões.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades
29
16 Feudalismo:
17 Taipa: Nesse período colonial, as casas podiam ser divididas em sobrados (casa de
dois pavimentos, símbolo de riqueza, em que o terréo era usado comercialmente,
Barro armado com madeira
ou bambu. e o pavimento superior, como moradia) e casas térreas (tipicamente residenciais,
mais simples que os sobrados). Diferenciavam-se também pelo chão de assoalho
e pelo chão de terra batida, respectivamente.
18 Cartas régias:
As casas mais simples eram feitas de pau a pique, também conhecido como
Carta da autoria de um rei,
contendo determinações
taipa17, e em sua cobertura se utilizavam telhas de barro. Eram construídas no
dirigidas às autoridades alinhamento das vias públicas, sem recuos laterais: as casas eram estreitas, compri-
responsáveis por aplicáa-las.
das e coladas umas nas outras, sempre a obedecer a topografia da região onde es-
tavam implantadas. As ruas também eram estreitas, afinal, não era pensada para a
circulação de carros. Assim era determinado o traçado urbano no período colonial.
Já entre 1800 e 1850, surgiu uma nova tipologia de casas, as casas de porão
alto. Eram edificações elevadas do solo a mais ou menos meio pé-direito. O objeti-
vo desse porão é o de proteger a casa da umidade, que trazia graves problemas às
habitações, além de proteger a intimidade de seus habitantes no pavimento térreo.
Quanto às fachadas das edificações, eram determinadas pelas cartas régias18;
já a organização interna era de livre vontade de seus donos.
21 Ecletismo:
22 Equipamentos
urbanos:
23 Pilotis:
Figura 20 - Arquitetura Moderna: representação da casa de vidro projetada por Lina Bo Bardi
Fonte: SENAI, 2013.
Vocês notaram alguma semelhança com a arquitetura que vemos hoje em dia?
Sim? Pois é, a arquitetura moderna perdura até hoje, mesclada à arquitetura
contemporânea!
Responsabilidades
CASOS E RELATOS
Benjamim
Benjamim, técnico em edificações, sempre se interessou pelo universo
da construção civil e, durante uma das disciplinas de seu curso, projeto
Arquitetônico, sua professora Marta introduziu a matéria falando sobre
a história da arquitetura e os estilos arquitetônicos, o que lhe despertou
bastante curiosidade e interesse! Benjamim começou então a pesquisar
esse assunto em livros especializados, na internet e onde pudesse encon-
trar informações. Alguns de seus colegas o criticavam:
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades
41
– Para que eu vou querer saber sobre a história da arquitetura? Você está
perdendo tempo, rapaz!
Benjamim, já conhecedor do assunto e sabendo da importância do co-
nhecimento para sua carreira, respondeu:
– Você sabia que muito do que a gente aprende aqui no curso para se
executar uma obra, sobre as técnicas construtivas, sobre os materiais
construtivos e diversos outros assuntos relativos tiveram seu início há
muitos e muitos anos? E que todo esse desenvolvimento que temos
hoje é a evolução das técnicas desenvolvidas em construções passadas?
Você sabe o valor do legado que as gerações passadas nos deixaram? Por
exemplo, você sabe quem inventou o arco? Qual é a técnica utilizada para
construí-lo? E sobre a arquitetura colonial, quais foram os materiais utili-
zados naquela época?
Benjamim não precisou falar mais nada, pois sua resposta foi tão boa que
causou interesse de outros alunos em pesquisar mais sobre o assunto!
RECAPITULANDO
Vamos analisar como acontece o processo construtivo dentro das normas e legislações?
Primeiro, têm-se a ideia do projeto, depois, vem a concepção propriamente dita, quando
acontece a representação do projeto. Para que ele seja realmente construído, é necessário
uma série de aprovações, que vão do âmbito municipal ao federal.
Figura 24 - Normas
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
Desde o início, já na representação gráfica do projeto, há normas que regem essa ativida-
de, as chamadas Normas Brasileiras, aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Existem centenas de normas que contemplam o universo da construção civil, e para
que o projeto possa ser aprovado para ser executado, devemos obedecer diversas outras di-
retrizes ditadas pelas regulamentações estabelecidas para esse propósito. Você deve estar se
perguntando que regulamentações são essas. É o que veremos agora!
PROJETO ARQUITETÔNICO
44
3.1 REGULAMENTAÇÕES
Vamos lembrar que essas Normas ditam não só como se deve representar grafi-
camente um projeto, mas também como será apresentado esse projeto. Por exem-
plo: NBR 10068/1987 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões – tem objetivo de
padronizar “as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas
a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos”; NBR 10582 – Apresentação da
folha para desenho técnico – tem objetivo de fixar “as condições exigíveis para a
localização e disposição do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para
legenda, e respectivos conteúdos, nas folhas de desenhos técnicos.”
PAVIMENTAÇÃO
SAÚDE
HABITAÇÃO
SEGURANÇA
CULTURA
da, limpa, onde todos os seus habitantes sintam-se bem ao transitar por ela. Além
disso, o Plano Diretor e o estatuo visam a fazer cumprir diretrizes para que haja se-
gurança, acesso a saúde, a moradia e a educação de qualidade, acesso a transporte
público, a lazer e que a cidade possa desenvolver-se dentro da linha da sustentabi-
lidade em todos os âmbitos, seja econômico, social, ambiental, político, garantindo
as devidas condições de qualidade de vida também para as próximas gerações.
Mas, afinal, o que é o Plano Diretor?
“A Constituição Federal determina que o instrumento básico da política de de-
senvolvimento e expansão urbana é o Plano Diretor.” (Estatuto da Cidade, p. 18)
CULTURA
SAÚDE
EDUCAÇÃO
HABITAÇÃO LAZER
TRANSPORTE
Zona de Uso Especial (ZUE) – zonas destinadas a complexos urbanos voltados a funções administra-
tivas, educacionais, de transportes e de serviços de alta tecnologia.
Zona de Exploração Mineral (ZEM) – zona destinada ao desenvolvimento de atividades de extração
mineral e beneficiamento de minérios.
Zonas Especiais (ZE) – zonas que requerem a definição de critérios e restrições específicos para o
ordenamento e controle do uso e ocupação do solo em razão de sua configuração socioespacial e
urbanística. Compreendem duas subcategorias: Zonas Especiais Interesse Social (ZEIS) e Zonas Sob
Regime Urbanístico Especial (ZRE).
Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) – zonas destinadas à implementação de programas
de regularização urbanística, fundiária e a produção, manutenção ou qualificação de Habitação de
Interesse Social (HIS).
Zonas Industriais (ZIN) – zonas destinadas ao uso predominantemente industrial, sendo admitidos
usos comerciais e de serviços compatíveis com a finalidade da zona.
Zonas Predominantemente Residenciais (ZPR) – zonas destinadas preferencialmente aos
usos uniresidenciais e multiresidenciais, admitindo-se outros usos, desde que compatíveis com
os usos predominantes, atendidos os critérios e restrições estabelecidos pela legislação de uso e
ocupação do solo.
Zonas Exclusivamente Uniresidenciais (ZEU) – zonas destinadas ao uso uniresidencial, conforme
Termo de Acordo e Compromisso (TAC) preexistente.
Zonas Sob Regime Urbanístico Especial (ZRE) – zonas em que há interesse público na manutenção
de padrões urbanísticos estabelecidos com base em planos ou projetos específicos, e cujos parâme-
tros de uso e ocupação do solo são diferenciados em relação ao ordenamento geral da cidade.
Quadro 1 - PDDU de Salvador, BA
Fonte: PREFEITURA DE SALVADOR, 2010.
PCRJ/SMU
PEU Campo Grande/AEIAs Legenda
Proj. Gráfico: Coordenadoria de Informática
UEPs
AEIA1
AEIA2
Esc. Gráfica
0 500 1000 1500
terreno
edificação
recuo
recuo
recuo
recuo
Nessa região, a LOUOS determina que a edificação deva estar recuada “x” me-
tros nas laterais, frente e fundo (o que pode ser visto na Figura 30). Esse critério
depende de cada município e de cada região em que a edificação está localizada.
Essa Lei vale para construção, reforma de edificações e tudo o que engloba o
universo de construção e obras. Por exemplo, projetos e obras de urbanização,
infraestrutura etc.
Para detalhar a devida aplicação das regras gerais e específicas dentro da ativi-
dade de projetos e obras é que existe o Código de Obras: ele nos norteia quanto
às possibilidades e legalidade do projeto e da obra.
Cada município tem seu Código de Obras, que pode ser entendido como o con-
junto de Normas administrativas que norteiam a execução de toda e qualquer obra
dentro dos limites do município. Cabe à prefeitura fiscalizar as normas vigentes.
O Código de Obras contém normas administrativas relativas aos assuntos:
a) Habilitação;
b) Licenças;
c) Projeto;
d) Obrigações;
e) Fiscalização;
f) Penalidades e recursos.
O Código de Obras refere-se às responsabilidades do município, dos profissio-
nais da área de projetos e obras, bem como dos proprietários de bens imóveis.
Formulado e próprio a cada município, apresenta parâmetros do que é preciso
ser respeitado e atendido nos projetos de arquitetura para empreendimentos de
qualquer porte, a serem edificados ou já construídos no município em questão.
Além disso, fiscaliza as exigências citadas nas LOUOS para que sejam cumpridas,
assegurando condições dignas de higiene, segurança, conforto ambiental, o cor-
PROJETO ARQUITETÔNICO
52
Código
de
Obras
Figura 31 - Legislação
Fonte: SENAI, 2013.
ESTATUTO DA CIDADE
PLANO DIRETOR
CÓDIGO DE OBRAS
Figura 32 - Fluxograma quebra-cabeça
Fonte: SENAI, 2013.
Acessibilidade
A acessibilidade é lei e é obrigatória. No ano 2000, foi lançada a Lei 10.098, que
estabelece normas e critérios para promover a acessibilidade autônoma das pes-
soas com deficiência a edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos.
Em 2004, foi lançado o decreto nº 5.296, que regulamentou essa lei, ou seja, espe-
cificou condições para tornar real a acessibilidade com “Enfoque na mobilidade
urbana, na construção dos espaços e nos edifícios de uso público e legislação ur-
banística.” (BRASIL, 2006). Então, o Estatuto das Cidades e o Plano Diretor passam
a ter como uma das diretrizes a acessibilidade, tomando como base a legislação
e as normas vigentes.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Etapas do projeto arquitetônico
O projeto arquitetônico começa a partir do desejo do cliente de que determinado espaço seja
edificado ou de que a edificação sofra modificações-reformas para atender a novas funções.
No processo de desenvolvimento de um projeto, desde a sua concepção à execução, o
planejamento de cada etapa assume papel de grande importância. Exatamente por isso, o
projeto arquitetônico é dividido em etapas, cada uma das quais contendo tarefas específicas
a serem realizadas sucessivamente. Por fim, elas se complementam e resultam em um projeto
bem planejado e de grande eficiência, com continuidade até a sua completa execução.
Essas etapas são compostas de processos que vão desde a coleta de dados relativos ao
terreno à consulta e ao atendimento às leis municipais de uso do solo e ao código de obras
da cidade. Em seguida, prossegue-se com a concepção do projeto e, em seguida, a aprovação
do cliente e dos órgãos públicos responsáveis, com a estimativa de custos, determinação dos
prazos, detalhamento de projetos etc. Só então o projeto poderá ser executado.
Vejamos melhor quais são as etapas de cumprimento necessário à aprovação de um projeto.
a) Estudo preliminar;
b) Estudo de viabilidade do projeto com relação à legislação aplicável;
c) Projeto legal;
d) Anteprojeto;
e) Projeto de execução;
f) Projeto de as built.
PROJETO ARQUITETÔNICO
58
Figura 33 - Quebra-cabeça
Fonte: SENAI, 2013.
a) Plantas:
a) planta de situação;
b) planta de locação (ou implantação);
c) planta de edificação.
b) Corte;
c) Fachada;
d) Elevações;
e) Detalhes ou ampliações;
f) Escala.
a) Programa de necessidades;
b) Memorial justificativo;
c) Discriminação técnica;
d) Especificação;
e) Lista de materiais;
f) Orçamento.
ESTUDO PRELIMINAR
PROJETO LEGAL
ANTEPROJETO
PROJETO DE EXECUÇÃO
PROJETO DE AS BUILT
Como o próprio nome diz, o estudo preliminar é relativo aos primeiros estu-
dos para conceber o projeto de arquitetura. Essa é a etapa em que começam a ser
definidos o partido arquitetônico, o arranjo espacial, a volumetria da edificação,
as diretrizes do projeto, ou seja, é a etapa de início da concepção do projeto com
todas as suas dúvidas, desejos e certezas. A partir daí, já se pode pensar, de forma
esquemática, nos materiais e elementos construtivos que poderão ser utilizados,
levando-se em conta, claro, os dados necessários para o pleno atendimento à
funcionalidade do projeto, como o programa de necessidades e dados relaciona-
dos à legalidade. Podemos também dizer, para simplificar o entendimento, que
o estudo preliminar é a primeira proposta do projeto arquitetônico que o cliente
recebe, cabendo-lhe então aprovar ou pedir alterações.
Medida padrão que poderá Para verificar esses dados, devemos consultar o Código de Obras do município.
ser relativa a altura, largura,
comprimento. a) Dimensionamento dos compartimentos;
b) Áreas que têm por obrigação receber iluminação e ventilação natural;
c) Áreas mínimas dos vãos de iluminação nos compartimentos da edificação;
d) Necessidade de elevador em relação à altura da edificação;
e) Dimensão das circulações horizontais e verticais;
f) Saídas de emergência;
g) Capacidade de acesso.
Alguns dados deverão ser avaliados quanto à situação “b”:
Para verificar esses dados, devemos consultar o PDDU e o Código de Obras do
Município.
a) Dependendo da área, devemos verificar o gabarito permitido.
Alguns dados deverão ser avaliados quanto à situação “c”:
Índices urbanísticos:
a) Índice de Utilização (IU);
b) Índice de Ocupação (IO);
c) Índice de Permeabilidade do terreno (IP);
d) Área construída total para efeito de cálculo do (IU);
e) Área ocupada em relação à área do terreno;
f) Gabarito1 de altura da edificação;
g) Área máxima a ser construída.
Diversas outras questões devem ser abordadas para que o projeto seja viável
segundo a legislação aplicável: o impacto ambiental, o impacto da densidade de-
mográfica com a implantação do empreendimento, o impacto quanto ao aumen-
to de tráfego e quanto às questões do acesso.
4 etapas do projeto arquitetônico
63
Intervenção Esquemática
Elementos construtivos
Partido arquitetônico
Medidas principais
Informações presentes Áreas
Acessos
Orientação
Curvas de níveis
PROJETO ARQUITETÔNICO
64
NBR 6492/1994
Normas técnicas
NBR 13532/1995
Quadro 3 - Documentos relativos ao estudo preliminar de viabilidade
Fonte: SENAI, 2013.
4.2.3 Anteprojeto
Logo após o projeto ser aprovado pelos órgãos competentes, vem a etapa do
Projeto Executivo, a fase de detalhamento do projeto, em que estarão presentes
as informações técnicas da edificação e suas partes constituintes. O projeto, nessa
etapa, deverá estar representado com o maior número possível de informações
para que seja muito bem entendido e executado sem maiores dúvidas.
A complexidade de cada projeto definirá o nível de detalhes: quanto maior
for a complexidade, maior deverá ser a quantidade de detalhamentos. Se vamos
detalhar uma cobertura, podemos detalhar como será o encaixe das peças que
formam o telhado, ou como a calha estará fixada, por exemplo. Diversos outros
detalhes poderão ser feitos, conforme a sua necessidade.
3 Habite-se: Desenhos:
- planta geral de implantação;
Certidão emitida pela
- planta de terraplenagem;
prefeitura, atestando que
o imóvel foi construído em - cortes de terraplenagem;
obediência às exigências da
legislação local, de acordo - plantas das coberturas;
com os projetos aprovados. - cortes (longitudinais e transversais);
- elevações (frontais, posteriores e laterais)
Documentos a apresentar
plantas, cortes e elevações de ambientes especiais
(banheiros, cozinhas, lavatórios, oficinas e
lavanderias);
- detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas)
de elementos da edificação e de seus componentes
construtivos (portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos,
pisos, revestimentos e seus encontros, impermeabilizações e proteções)
Perspectivas (opcionais) (interiores ou exteriores, parciais ou gerais)
Maquetes (opcionais) (interior e exterior)
Documentos facultativos
Fotografias, diapositivos, microfilmes e montagens (opcionais)
Recursos audiovisuais (opcionais) (filmes, fitas de vídeo e disquetes)
Detalhamentos
Informações presentes
Especificações técnicas
Escala Será determinada de acordo com o porte do programa.
NBR 6492/1994
Normas técnicas NBR 13531/1995
NBR 13532/1995
Quadro 6 - Documentos relativos ao estudo preliminar do projeto executivo
Fonte: SENAI, 2013.
Figura 40 - Configuração
Fonte: SENAI, 2013.
CASOS E RELATOS
Prejuízo x benefício
George pediu Ana Rosa em casamento e, seguindo aquele famoso dita-
do, “quem casa, quer casa”, George e Ana uniram suas economias para
construir a casa em que morarão. O terreno em que será construída a
casa foi herança da família de Ana. George que é analista de sistemas e
decidiu fazer sua casa com conhecimentos técnicos construtivos adquiri-
dos quando ajudou seu pai, há muito tempo, a fazer sua casa.
O correto seria George contratar um arquiteto para fazer o projeto da sua
casa e uma equipe de técnicos para acompanhar a obra, mas George que-
ria “economizar”. E foi justo por isso que ele cometeu seu maior erro: acre-
ditou que a contratação de profissionais habilitados lhe geraria um cus-
to elevado, assim como preferiu também não dar entrada na prefeitura
para a aprovação do projeto para obter o alvará de construção. Então, sua
obra foi embargada, pois não estava obedecendo aos regulamentos mu-
nicipais, nem as normas técnicas, e constituía um grande perigo. O custo
de todo material e mão de obra lhe gerou grande prejuízo e um gasto
bem maior do que o preço da contratação dos profissionais habilitados.
George precisou demolir tudo o que já havia construído e economizar
ainda mais para arcar com os prejuízos e recomeçar do zero uma nova
construção. Mas ele aprendeu, e dessa vez, vai contratar os profissionais
habilitados e dar entrada na prefeitura para aprovação do seu projeto.
4 etapas do projeto arquitetônico
71
RECAPITULANDO
5.1 ERGONOMIA
Figura 41 - Ergonomia
Fonte: SENAI, 2013.
1 Jargão: É importante lembrar que essas sensações de conforto nos dizem respeito não
só ao conforto físico, mas também ao psicológico. Para tanto, a Ergonomia envolve
Uma expressão comum
para um ou mais grupos. diversas outras ciências que precisam ser conhecidas e abordadas, por exemplo,
anatomia2, fisiologia3, antropometria4, para o correto desenvolvimento das regras
e normas ergonômicas.
2 Anatomia:
3 Fisiologia:
4 Antropometria:
A aplicação da Ergonomia
a) Primeiro: você abre a porta para entrar em casa. O ato do abrir a porta já
envolve a Ergonomia, afinal, a dimensão e o formato da maçaneta da porta
foram pensados para se adaptarem à anatomia da sua mão.
b) Segundo: você liga a televisão. O design do controle remoto foi também pen-
sado para se adaptar ao formato das suas mãos e ao toque dos seus dedos.
c) Terceiro: você assiste à televisão. O sofá possui design exclusivo para que
você se sente confortavelmente, pois quem o criou precisou conhecer as
medidas do corpo humano.
altura
distância
Também podemos observar que essa relação entre você, a televisão e o con-
forto envolvido nessa relação faz parte dos estudos da Ergonomia.
Passamos a maior parte do tempo de nossas vidas no trabalho, por isso, é es-
sencial a qualidade do ambiente de trabalho. Esse fato nos remete à Ergonomia,
que, quando aplicada ao trabalho, nos beneficia com conforto e segurança, per-
mitindo-nos inclusive aumentar a nossa produtividade.
A Ergonomia aplicada ao trabalho traz benefícios como os citados, afinal, o
conforto físico e mental propiciado pela correta aplicação da Ergonomia nos
leva à eficiência.
Vale lembrar que, quando falamos de Ergonomia, estamos falando não só do de-
sign do mobiliário que os trabalhadores utilizam para exercerem suas funções, mas
também das condições ambientais do trabalho, como temperatura, nível de ruído e
de iluminação. Sabemos que condições favoráveis dentro do ambiente de trabalho
têm influência direta sobre nosso desempenho, assim como condições não favorá-
veis também influenciam de maneira negativa a execução de nossas tarefas.
5 noções de ergonomia e conforto ambiental
77
ERRADO
CERTO
500 Kg de pressão
50 Kg
Alternativas
Hoje, temos ao nosso dispor uma vasta literatura sobre o assunto, pois já existem
livros especializados abordando a questão da Ergonomia. Princípios, medidas, ângu-
los, distâncias e alturas ideais influenciam bastante os projetos de arquitetura, afinal,
os espaços são dimensionados de acordo com as atividades a serem desenvolvidas
e com quem as desenvolverá. E já que a Ergonomia determina a melhor forma de
estabelecer essa relação, devemos nos basear em suas orientações e normas.
PROJETO ARQUITETÔNICO
78
Mas como estamos falando sobre projeto arquitetônico, vamos tratar do com-
portamento térmico das edificações e sua relação com a sensação de confor-
to térmico para os indivíduos que as utilizam.
5 noções de ergonomia e conforto ambiental
81
A implantação da edificação
O que devemos observar ao falar sobre esse assunto é que, se estamos utili-
zando recursos naturais, temos que, primeiramente, saber quais são as condições
climáticas do local onde o edifício está ou será implantado. Os projetistas devem
conceber as edificações de acordo com as condições climáticas e os recursos por
elas oferecidos. Por exemplo, as decisões quanto à forma arquitetônica, à distri-
buição espacial dos ambientes, aos materiais construtivos a serem utilizados etc.
devem ser tomadas de forma a aproveitar ao máximo os recursos naturais para
reduzir o gasto de energia com aparelhos destinados a suprir essa demanda.
A arquitetura bioclimática
Radiação solar
incidente
Parcela da radiação
Parcela da radiação solar solar absorvida e
refletida para o exterior transmitida para
o interior da
edificação
Cores das superfícies – As cores utilizadas nas superfícies das fachadas das
edificações influenciam não só a estética, mas também o conforto ambiental: co-
res escuras absorvem maior quantidade de radiação solar, causando o aqueci-
mento da superfície, que, por sua vez, poderá aquecer o ambiente interno; já as
cores claras aumentam a reflexão da radiação, o que diminui o ganho de calor. O
mesmo vale para as superfícies internas do ambiente construído.
É que a superfície também é um meio vibrante, por isso, o som passa por entre
ela e, por fim, é ouvido em outro ambiente.
PROJETO ARQUITETÔNICO
88
6 Poroso:
FONTE OUVINTE
SOM DIRETO
SOM REFLETIDO
Figura 57 - Som direto
Fonte: SENAI, 2013.
5 noções de ergonomia e conforto ambiental
89
Materiais construtivos
material absorvente
absorção sonora
Diferentes superfícies
SÓLIDO
LÍQUIDO
GASOSO
Figura 59 - Propagação do som em meios diferentes
Fonte: SENAI, 2013.
Telhas translúcidas
Pátio interno
Esquadrias
Figura 62 - Aproveitamentos dos recursos nas edificações
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
Devemos atentar para o fato de que a utilização correta da luz natural traz
benefícios também para o meio ambiente, afinal, quando a orientação de uma
edificação é determinada para permitir que a luz natural seja capaz de nos pro-
porcionar um ambiente confortável para os diversos afazeres, sem a necessidade
da utilização de luz artificial durante o dia, economizamos energia elétrica.
Iluminação artificial – O fogo foi a primeira fonte artificial de luz utilizada pelo
homem para esquentar e clarear o interior das cavernas, assim como para afastar
animais que pudessem ameaçar a sua segurança. Já a partir dos progressos tec-
nológicos e da necessidade de ambientes propícios para a jornada de trabalho à
noite, assim como os diversos outros afazeres cotidianos, houve a necessidade de
novas fontes artificiais de luz.
Projeto de iluminação artificial – Seguindo a norma ABNT para níveis ade-
quados de iluminação, busca-se (através do cálculo) a valorização do projeto de
arquitetura, aliando-se a eficiência energética, o conforto dos usuários e a facili-
PROJETO ARQUITETÔNICO
96
b) Fluxo luminoso (F ou φ): É a quantidade total de luz visível que uma fonte de
luz irradia em todas as direções. Resumidamente, podemos dizer que é o flu-
xo que determina o nível de iluminação em um local. Unidade: Lumem (Lm).
É importante verificarmos que o fluxo luminoso de uma lâmpada tende a
diminuir e, com o passar do tempo, se estabiliza. Ou seja, não se espante se
você comprar uma lâmpada que, quando nova, tem sua intensidade bastan-
te forte, mas depois diminui e se estabiliza: é natural.
UFA!
A partir dessa relação, podemos identificar o quanto uma lâmpada é mais efi-
ciente que a outra, ou seja, qual consome menos energia para produzir um mes-
mo fluxo luminoso, ou qual é mais econômica.
Na Figura 66, vimos, da esquerda para a direita, lâmpadas por ordem de con-
sumo, da menos para a mais eficiente.
d) Iluminância (E): é a densidade de fluxo luminoso que uma superfície re-
cebe. Seu cálculo é: E = lm / m2. A relação é dada pela unidade Lux, que
representa, dessa forma, o nível de iluminância recebido por uma superfície.
Vejamos um exemplo: de acordo com a NBR 5413/1994, a iluminância indi-
cada para um ambiente em que se realizem tarefas visuais simples é de 20
a 500 lux; já para atividades laborais que necessitem de grande precisão, o
indicado é de 5000 a 10000 lux.
PROJETO ARQUITETÔNICO
98
1 lúmen
1 lux
1m 2
Figura 67 - Iluminância
Fonte: SENAI, 2013.
ILUMINÂNCIA LUMINÂNCIA
Figura 68 - Diferença entre iluminância e luminância
Fonte: SENAI, 2013.
CASOS E RELATOS
O escritório de Zélia
Zélia saiu de São Paulo para voltar a morar na Bahia, seu estado natal.
Estava com saudade de seus familiares e amigos, assim como da vida
tranquila em sua cidade, por isso decidiu abrir uma pequena empresa de
contabilidade (área de sua formação) em sua cidade natal para voltar a
morar lá. Zélia já tinha comprado o terreno há um bom tempo e decidiu
construir seu escritório nesse local. Chamou Luisinho, pedreiro e amigo
PROJETO ARQUITETÔNICO
100
da família, e pediu para que ele construísse sua empresa: “é simples, seu
Luisinho, uma sala com banheiro para mim, uma recepção, uma sala para
dois funcionários e um banheiro social.” Zélia não quis contratar um pro-
fissional habilitado para projetar seu escritório e decidiu deixar a cargo de
Luisinho a divisão dos espaços internos e construção. Pois bem, tempos
depois, construído o escritório, finalmente, Zélia começou a trabalhar lá.
Para sua decepção, toda tarde era um sofrimento, tamanha a quantidade
de sol que a sua sala recebia. Colocou cortinas para tentar amenizar os
efeitos da insolação e instalou um ar-condicionado para diminuir o calor,
porém, quando chegou o final do mês, se assustou com o alto valor da
conta de energia! Seu escritório ficou sem o conforto ambiental adequa-
do para o desenvolvimento de suas atividades e ainda estava lhe cau-
sando prejuízos. Zélia se arrependeu e percebeu o quanto errou em não
contratar o profissional habilitado para projetar seu escritório, pois viu
que não é apenas a divisão de cômodos correta que ele tem competência
para fazer, mas também sua correta dimensão e orientação quanto à tra-
jetória do sol e dos ventos predominantes, entre diversos outros fatores
que tornam a edificação confortável e eficiente.
Fonte: SENAI, 2013.
RECAPITULANDO
Anotações:
Desenvolvimento de projeto arquitetônico
assistido por computador
O Revit contempla a Tecnologia BIM. Vamos saber um pouco mais sobre ela?
A tecnologia BIM
4 Paramétrico: mas construtivos, principalmente quando, por qualquer motivo, é necessária al-
guma modificação no projeto.
Recurso que o Revit
oferece em que todos os A tecnologia BIM veio revolucionar esse ruído de comunicação, através de sof-
elementos do modelo
estão relacionados twares de desenho tridimensional. Para isso, parametrizou4 a arquitetura, esta-
permitindo a coordenação
e o gerenciamento belecendo que, desde a concepção do edifício às etapas finais do projeto, os ele-
de alterações mentos construtivos sejam apresentados em 2D e também em 3D, de modo que
automaticamente,
conforme as mudanças quaisquer modificações feitas em qualquer disciplina do projeto são processadas
executadas. em tempo real nos demais projetos. Essa técnica (parametrização ou compati-
bilização) traz muitos benefícios, pois evita a propagação de erros, assim como
diminui de maneira significativa o tempo gasto na atualização de projetos.
Com a tecnologia BIM, a compatibilização dos projetos ocorre de maneira
dinâmica, pois a identificação de erros e conflitos entre os projetos é detectada
rapidamente. Isso permite fazer as necessárias modificações antes da etapa de
execução do edifício, e assim reduzir custos e tempo e aumentar a qualidade ge-
ral da obra.
Agora, ele realizará seu sonho. Para isso, contratou o arquiteto Roberto para
projetar a sua casa. Vamos saber um pouco mais sobre esse projeto.
Emerson revelou que seu sonho sempre foi ter uma casa própria com dois pa-
vimentos e três quartos, uma suíte com varanda para ele e sua esposa e outros
projeto arquitetônico
108
dois quartos para Marcelo e Manoel, seus dois filhos. Então, pediu a Roberto que
a projetasse assim. Como todo bom projetista, Roberto estudou a melhor forma
de satisfazer todos os desejos que Emerson tinha quanto à sua casa.
Vamos saber um pouco mais sobre as preferências de Emerson e o que ele
pediu a Roberto:
a) Pavimento Térreo:
a) Cozinha;
b) Sala de estar;
c) Jantar;
d) Quarto de serviço;
e) Sanitário social;
f) Área de serviço.
b) Pavimento Superior:
a) Suíte com varanda;
b) Sanitário social;
c) Dois quartos.
Essa lista de compartimentos que cada pavimento terá chama-se programa
do projeto, ou seja, são os espaços previstos para o projeto. O primeiro passo que
Roberto deu foi consultar a legislação vigente para a região em que se localiza o
terreno. Para aquela área, de acordo com o código de obras da cidade, deveriam
ser respeitados os seguintes recuos:
a) Frontal: 5,0 m;
b) Fundo: 3,0 m;
c) Laterais: 1,5 m.
Roberto, desde o início da sua carreira, sempre preferiu começar os projetos
utilizando as nobres e velhas ferramentas: lápis e papel. Através de seus croquis,
consegue visualizar e diz que “chega até sentir como é o espaço”, o que facilita
a compreensão dos espaços que está projetando. Após o projeto ser desenvolvi-
do a mão, Roberto pediu para Samuel, técnico em edificações e membro de sua
equipe, desenvolver o desenho técnico do projeto arquitetônico utilizando como
ferramenta o AutoCAD, cujas peças constituintes são:
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
109
a) Plantas baixas;
b) Planta de cobertura;
c) Fachadas;
d) Cortes: longitudinal e transversal.
Figura 74 - Layers
Fonte: AutoCAD, [20--].
Como sabemos, layer é um termo em inglês que significa camadas. Essas ca-
madas podem ser entendidas como as partes constituintes do projeto, ou seja:
Layer 1 – Paredes;
Layer 2 – Esquadrias;
Layer 3 – Hachura;
Layer 4 – Estrutura;
Layer 5 – Mobiliário;
Cada layer tem cor característica, assim como o tipo de linha e espessura, sen-
do que os dois últimos podem variar de acordo com a planta a ser representada,
que poderá ser um corte, uma planta baixa, uma fachada etc.
Vejamos um exemplo prático.
Se estamos fazendo uma planta baixa em que aparece a projeção de uma es-
quadria alta, o layer será o da esquadria, porém, suas linhas serão as de projeção.
Já se estivermos desenhando um corte que passe por essa esquadria, o layer será
o mesmo: esquadria. Porém, a linha já não será mais de projeção, contínua e es-
pessa, pois está sendo cortada, ou seja, o layer e sua cor serão sempre os mesmos;
o que poderá mudar será o tipo da linha e sua espessura.
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
111
CASOS E RELATOS
O exemplo de Elenita
Elenita sempre foi uma pessoa bastante esforçada e em sua turma, no cur-
so técnico de edificações, era uma pessoa bastante admirada por todos,
por conseguir conciliar seu tempo entre trabalho e estudos muito bem,
sendo sempre a que mais se destacava nos trabalhos e provas do curso.
Quando começou a matéria Projeto Arquitetônico na qual o professor
determinou que cada aluno deveria desenvolver um projeto de até 80
m2 utilizando o AutoCAD, Elenita percebeu que precisava melhorar seu
desempenho no programa, viu que tinha que aprender um pouco mais
sobre o AutoCAD o quanto antes para que não fosse prejudicada no an-
damento da matéria, e sabia o quanto é importante a sua habilidade para
sua área de trabalho. Elenita como sempre surpreendeu por sua dedica-
ção, seus colegas e professor começaram a perceber o quanto melhor ela
estava ao utilizar o programa e ela disse o seu segredo: “dedicação! entre
uma aula e outra em vez de ir para o intervalo eu ficava aqui treinando
com ajuda do tutorial e do livro, e na hora do almoço todos os dias lá no
trabalho eu tiro meia hora para me dedicar aos estudos também!” E todos
mais uma vez admiraram Elenita e a tomaram como exemplo!
Fonte: SENAI, 2013.
O ideal é que, ao ler o que cada comando significa, você possa testá-lo em seu
AutoCAD, de modo a facilitar o seu aprendizado.
a) ARC (A): Para desenhar arcos;
b) AREA (AA): Informa a área e também o perímetro de figuras desenhadas por
polilinhas;
c) BLOCK (B): Para criar blocos. Bloco é o conjunto de desenho no qual só se
pode editar dentro de um comando específico;
d) BREAK (BR): Quebra linhas, polilinhas, círculo ou arco em um ou mais pontos;
e) CHAMFER: Tem a mesma função do fillet, porém são criados cantos
chanfrados7;
f) CIRCLE (C): Desenha círculos;
g) COPY (CP): Copia qualquer linha ou conjunto de linhas, objetos;
h) DIST (DI): Informa a distância entre dois pontos;
i) DIVIDE (DIV): Divide um componente em segmentos iguais, de acordo com
o número de divisões que você queira;
j) DIMENSION (D): Cota o desenho, informando as suas propriedades em rela-
ção a dimensão, raio, e ângulos;
k) ERASE (E): Apaga a linha ou partes do segmento e/ou objeto;
l) EXTEND (EX): Estende linhas selecionadas a um ponto de referência escolhido;
m) EXPLODE (X): Explode (desagrupa) componentes, objetos, blocos, hachu-
ras, cotas;
n) FILLET (F): Faz a união dos limites de duas linhas ou arcos, permitindo tam-
bém, a partir de um raio definido, fazer a concordância de linhas através
de um arco;
Comando Fillet
Hachura
Figura 78 - Hachura
Fonte: SENAI, 2013.
Comando Mirror
Original
Mirror
Figura 79 - Comando mirror
Fonte: SENAI, 2013.
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
117
w) MTEXT (MT): Com esse comando ativado, abre-se uma janela de diálogo
onde podemos modificar as propriedades de um texto;
x) OFFSET (O): Copia linhas, arcos e círculos a partir de uma distância deter-
minada;
Comando Offset
Original Offset
Figura 80 - Comando offset
Fonte: SENAI, 2013.
Comando Stretch
Original Stretch
Figura 81 - Comando stretch
Fonte: SENAI, 2013.
Comando Spline
Original
Spline
Figura 82 - Comando spline
Fonte: SENAI, 2013.
ak) TRIM (TR): Corta linhas, polilinhas e arcos tendo como referência outra li-
nha ou componente do desenho.
Ao longo do capítulo, ao acompanharmos o desenvolvimento do projeto ar-
quitetônico, utilizaremos alguns desses comandos, assim, poderemos visualizar
melhor sua utilização.
As peças gráficas que desenharemos serão as indicadas abaixo:
a) PLANTAS BAIXAS DOS PAVIMENTOS
b) CORTES: TRANSVERSAL E LONGITUDINAL
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
119
c) PLANTA DE COBERTURA
d) FACHADAS
Emerson, com os desenhos em mãos feitos por Roberto, cumpriu com perfei-
ção a atividade a ele delegada: passar o projeto feito pelo arquiteto para o Auto-
CAD para que o arquivo se torne digital.
É válido salientar que podemos desenvolver um desenho de diversas formas,
entretanto, apresentaremos aqui apenas uma delas. Ao longo do seu tempo de
prática, você desenvolverá seu próprio método.
QUADRO 1
Comando Polilinha
Figura 83 - Polilinha
Fonte: SENAI, 2013.
Polilinha concluída, figura fechada. Agora, vamos utilizar o comando Offset (O)
para fazer as paredes.
Como veremos nas páginas a seguir, a escolha da cor de exibição da tela do
AutoCAD e dos layers foi feita de maneira a melhor podermos visualizá-los no
livro. É importante também saber que existem diversas formas para se executar
um desenho no AutoCAD. Ao longo do tempo, com prática, você descobrirá a
projeto arquitetônico
120
1 2
3 4
1 2
X
Specify point on side to offset or 1.4
3 4
1 2
3 4
1 2
3 4
1
.1500
90o
Perpendicular
Criando blocos
Os blocos poderão ser importados de algum outro arquivo, ou poderemos
criá-los. Para criá-los, com o desenho já pronto, ativamos o comando Block e se-
guimos estes passos:
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
127
1o passo:
Aqui você irá inserir o nome do bloco. Exemplo: Janela
2o passo:
Selecionar o desenho que será o bloco.
3o passo:
Escolher o ponto de inserção do bloco.
Primeiro, vamos selecionar o layer 0; depois, vamos escolher o comando Rec (re-
tângulo). Primeiro, clicamos com o lado esquerdo do mouse onde queremos fixar o
desenho na tela. Depois, será solicitada a dimensão. Como estamos fazendo a folha
da porta, que tem 60 cm de comprimento e 3 cm de espessura, digitaremos: base,
projeto arquitetônico
128
altura, nesse caso: 0.03 e 0.60. Fazemos uma linha guia para dar o comando Offset
de 60 cm para fazermos o arco e usaremos o comando Arc onde escolheremos o
start, second e endpoint para o desenho do arco, como mostramos a seguir (2). Na
ilustração (3), vemos o bloco pronto já com o layer porta selecionado.
OFFSET DE 60 CM
Vista janela
Planta Baixa
Bloco Janela
Pilar
Parede
0,15m
0,30m
Figura 95 - Pilares
Fonte: SENAI, 2013.
10 Passo:
Aqui você irá escolher a hachura
que deseja, basta um clique.
20 Passo:
Clique aqui para escolher no
desenho a área a ser hachurada
20 Passo:
Para finalizar o comando.
Bloco Janela
Interior
1.40 x 1.20/ h=90cm
80x2.10
Bloco porta
INSERINDO OS BLOCOS
Pilar
Com o bloco pilar pronto, vamos inseri-lo na planta, com base na planta de
referência.
E faremos isso para os demais pontos.
Ativamos o comando Insert e, na janela (1) que abrir, selecionamos o bloco
que queremos inserir. Clique Ok e escolha o local em que o fixará (2). Depois,
copie-o, usando o comando Copy para os demais pontos; assim, ao finalizarmos,
teremos a planta conforme a figura (3).
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
131
2 3
Portas e janelas
Com a especificação das esquadrias, tomando como base a planta baixa de
referência, sabemos onde estarão as portas e onde estarão as janelas. Com as
aberturas feitas, vamos agora por a simbologia das portas e janelas nos locais
destinados.
j.a = janela alta
j. = janela
p. = porta
Para a janela alta, não faremos bloco, pois são apenas duas unidades. Como
sabemos, as linhas estão além do plano de corte da planta baixa, cuja altura é de
1,50 m. Essa linha de projeção superior é representada tracejada.
projeto arquitetônico
132
Então, a representação dessa janela será semelhante à que vemos na Figura 100.
Você percebeu que temos outras duas linhas (outros dois layers) representa-
das no desenho a seguir? É a Linha de piso, cujo Layer é o de mesmo nome. Ela é
utilizada para representar as soleiras das portas.
Equipamentos hidráulicos
Agora, vamos inserir em nossa planta os blocos dos equipamentos hidráulicos:
pia da cozinha, pia do banheiro, tanque, chuveiro, vaso sanitário, tudo o que pre-
cise de tubulação hidrossanitária.
Os blocos são fornecidos gratuitamente por sites na internet que tratam desse
assunto e por muitas empresas fabricantes de louças, também através de seu site.
Blocos hidráulicos
máquina
Tanque de lavar pia - cozinha chuveiro vaso sanitário pia sanitário
Diagramação de piso
Você sabe o que é diagramação de piso?
É a forma como o piso será assentado, por exemplo, na diagonal ou reto. É
como se sabe a partir de que ponto será instalado, qual é seu ponto inicial. Para
isso, utilizaremos o comando Hatc, para pôr a hachura, no layer piso.
projeto arquitetônico
138
140x90/h=120cm
Na Figura 113, está representada a planta baixa com a diagramação dos pisos
das áreas molhadas.
Para isso, ativaremos o comando Area (AA). Depois, na janela, serão mostra-
das 3 opções.
Nesse caso, escolheremos object, o que significa que selecionaremos o objeto
cuja área queremos saber. Nesse caso, a polilinha.
Feito isso, teremos o valor da área e do perímetro.
²
²
Temos que vencer a altura de: 2,78 m (pé direito) + 0,10 m (espessura laje) =
2,88 m
Vamos estimar que a altura que queremos é de 18 cm para o espelho, então:
2,88 m / 0,18 m = 16 degraus.
Então, temos 16 degraus, portanto, 15 pisos.
Vamos agora calcular a profundidade do piso (p):
Utilizando a fórmula de Blondel: 2e + p= 63 a 64, vamos escolher 64 cm,
sabendo que e = 18 cm:
2e + p = 64 2 x 18 + p = 64 p = 64 - 36 p = 28 cm
Para uma escada residencial, o mínimo é 80 cm, mas usaremos uma medida
um pouco mais confortável: 90 cm
De forma a utilizar o espaço disposto para a escada, esta será em U (chama-se
assim, pois a escada fica com o formato da letra u).
As linhas tracejadas representam os degraus que estão acima do
corte de 1,50 m (planta baixa).
Linha de interrupção (ponto em quea linha de corte da planta baixa, localizada
a 1,50 m, interrompe o desenho.)
Cotas
Você percebeu que no desenho da escada colocamos as medidas dos degraus
para você ter conhecimento de sua dimensão?
Elas são as cotas (dimension)!
Precisamos dimensionar o desenho, e para isso, existem os estilos de dimen-
sionamento. Podemos utilizar o DIMSTYLE que já esteja presente e salvo no de-
senho ou criar um novo estilo dentro do arquivo do desenho.
Para isso, ativamos o comando DIMSTYLE (D), clicamos no estilo standart e o
copiamos, clicando em new. Então, abrirá uma nova janela.
Estilo em uso
Novo
Dimensionamento linear,
horizontal e vertical.
Dimensionamento alinhado.
Dimensiona ângulos.
Cotas
Para cotar o desenho, ativamos o _dimlinear e vamos percorrendo o desenho
de acordo com as medidas que queremos apresentar. Como desenho final, tere-
mos o que se ilustra na Figura 123.
projeto arquitetônico
146
6.40
.15
.15
1.40
²
2.75
.15
2.40
.15
²
.15
3.20
²
10.05
10.05
2.00
.15
.15
.45
2.25
²
3.50
.15
²
1.25
.15
2.75 2.75
Como podemos ver, a planta baixa do térreo já está sendo finalizada, falta ape-
nas a marcação das linhas de corte.
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
147
Para fazermos a linha de corte, usaremos a polilinha com o layer linha de corte:
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
6.40
.15
1.40
²
2.75
.15
.15
²
.15
²
3.20
²
10.05
10.05
2.00
²
.15
.15
.45
2.25
²
3.50
.15
²
1.25
.15
2.75 2.75
Você consegue notar que na planta representada pela figura 126 falta um dado?
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
6.40
.15
.15 .15 4.85
1.10
.15
.15
.75
2.35
2.75
² ²
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
.15
.15
1.45
²
.15
3.20
²
10.05
10.05
2.00
²
.15
.15
2.15
.15 .15
² ²
3.50
3.50
.15
.15
Planta de cobertura
Percebe-se que a planta de cobertura é a representação da planta da cobertura
vista de cima. Portanto, conclui-se que a planta de cobertura é o contorno da
edificação + beiral. Representamos o telhamento da cobertura com hachuras, e
as setas indicam o sentido de caimento da água:
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
151
Hachura de representação do
telhamento que compõe o telhado
Contorno da
Setas direcionais que edificação
indicam o sentido de representado
inclinação (caimento) por linha de
do telhado projeção
Linha
representando
a cumeeira
Cortes
Agora, vamos nos dedicar aos cortes. O primeiro passo é verificar por onde
estão passando as linhas de corte.
Vamos começar pelo corte AA.
Com a planta baixa do térreo, verificamos onde está marcada a linha de corte
AA. Nesse caso, está “cortando” os seguintes ambientes e elementos: sanitário,
jantar e escada.
Outro dado que precisamos saber para executar o desenho é a altura do pé-
-direito.
Continuando o corte AA, vamos agora fazer o corte do pavimento superior. Va-
mos executar o mesmo procedimento: puxar linhas guias da planta baixa, dessa
vez, do pavimento superior, e verificar onde passa a linha de corte AA: sanitário
social, hall, escada, reservatório superior, cortando também a cobertura. Deixa-
mos o desenho a seguir incompleto, pois, adiante, explicaremos mais detalhada-
mente como fazer o desenho da cobertura seccionada.
i = hx100
C
c = comprimento
i = inclinação %
h = altura
h
C
11,05
Figura 137 - Cálculo inclinação
Fonte: SENAI, 2013.
h = 1.935m
c = 5.53m
Figura 138 - Cálculo inclinação
Fonte: SENAI, 2013.
A A
4.74m
h = 1.42m
c = 4.74m
Figura 142 - Corte cobertura
Fonte: SENAI, 2013.
6 desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador
159
Estrutura telhado
Sabemos que a estrutura do telhado poderá ser composta pelas peças estru-
turais de madeira, por exemplo:
a) tesouras;
b) terças;
c) caibros;
d) ripas.
caibros
terças
ripas
cumeeira
Como os cortes passam pelo telhado principal, daremos mais atenção a ele,
fato que explica o motivo de os outros telhados (reservatório e varanda) não es-
tarem sendo representados em desenho com o mesmo nível de detalhamento. A
seguir, vemos a planta de cobertura com a estrutura sendo representada. Obser-
ve que as peças estruturais são representadas por cores.
projeto arquitetônico
160
caibros
terças
ripas
cumeeira
Corte BB
A mesma sequência de ações que fizemos para executar o corte AA de-
vemos fazer para o corte BB. O corte BB é transversal, então, devemos observar
que a linha de corte, em determinado momento, é deslocada, cortando outra par-
te do desenho. Em relação à cobertura, podemos, pelo AutoCAD, achar a altura
relativa por onde a linha de corte secciona a cobertura. É necessário apenas que o
localizemos e tiremos sua medida.
projeto arquitetônico
162
Fachadas
Vamos fazer primeiramente a fachada frontal. Podemos verificar que, para fa-
zermos o desenho de uma fachada, devemos posicionar a planta baixa com a par-
te a ser retratada em evidência, como vemos na Figura 149. Pegamos apenas as
partes das plantas baixas que servem de referência para a construção do desenho
da fachada frontal. Logo após alinharmos, vamos construindo o desenho através
de linhas de chamada, posicionando os limites da fachada, as esquadrias e a co-
bertura. Assim, devemos saber o pé direito dos pavimentos que correspondem à
altura da fachada. Desenhamos as esquadrias de acordo com sua especificação.
Fachada lateral
Agora, vamos executar a fachada lateral. Utilizaremos o mesmo procedimento
que utilizamos para a execução da fachada frontal, no posicionamento da planta
baixa, para puxar as linhas de chamadas e então fazer a construção do desenho.
Atenção: No desenho das fachadas não se escrevem cotas! As cotas que vemos
no desenho a seguir são para referenciar quanto à construção do desenho.
RECAPITULANDO
A
Abóboda 26, 27
a.C. 20, 24, 27
Acrópole 26
Adobe 26, 27
Anatomia 74, 75
Antropometria 74
Apresentação fotorealística 104, 105
Aquedutos 27, 28
Arcos ogivais 28, 29
Atalho 114
Atenas 26
B
Brise-Soleil 84, 85
C
Cartas régias 32
Chanfrados 114
Compatibilização 105
Cornija 34
Cúpula 26, 27
E
Ecletismo 34, 35
Equipamentos urbanos 34, 35, 39
Escala logarítmica 90
Estereobata 26
Etruscos 26, 27
F
Feudalismo 30
Fisiologia 74
Frontão 26
G
Gabarito 62
H
Habite-se 68, 69, 70
I
Interface 105, 112
J
Jargão 73, 74
N
Necessidades fisiológicas 19, 20
P
Paramétrico 106
Pilotis 36, 37
Platibanda 34
Poroso 88, 89, 92
R
Renascença 28
S
Software 104, 105, 164
Subsistência 22, 23
T
Taipa 32
Termas 27, 28
Trâmites legais 68
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Costa
Coordenação de Produção
FabriCo
Revisão Ortográfica e Gramatical
Vinícius Vidal da cruz
Revisão de arte e Fechamento de arquivo
FabriCo
Diagramação e Ilustrações
i-Comunicação
Projeto Gráfico