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SÉRIE TELECOMUNICAÇÕES

DESENHO
TÉCNICO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE TELECOMUNICAÇÕES

DESENHO
TÉCNICO
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Núcleo de Educação – NED

FICHA CATALOGRÁFICA
_________________________________________________________________________
S491f
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Fundamentos de colorimetria / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :
SENAI/DN, 2012.
63 p. il. (Série Automotiva).

ISBN

1. Automóveis – Projetos e construção. 2. Veículos. 3. Pintura -


Técnica. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.

CDU: 629.3.02
_____________________________________________________________________________

SENAI Sede

Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto


Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Régua “T”...........................................................................................................................................................16
Figura 2 -  Materiais para desenho técnico...............................................................................................................17
Figura 3 -  Materiais para desenho técnico...............................................................................................................18
Figura 4 -  Representação em escala 1:20 e suas frações.....................................................................................22
Figura 5 -  Representação em escala 1:50 e suas frações.....................................................................................22
Figura 6 -  Representação em escala 1:100 e suas frações..................................................................................23
Figura 7 -  Tipos de hachuras mais comuns para desenho técnico..................................................................24
Figura 8 -  Exemplo de hachura para desenho mecânico...................................................................................25
Figura 9 -  Planta em corte para exemplificação de hachuras...........................................................................25
Figura 10 -  Forma correta de cotagem......................................................................................................................26
Figura 11 -  Exemplo de planta baixa cotada...........................................................................................................26
Figura 12 -  Formas de representação de cota de diâmetro...............................................................................27
Figura 13 -  Forma de representação de cota de raio............................................................................................27
Figura 14 -  À esquerda, cotagem de circunferências pelo seu eixo; à direita, cotagem
de uma tomada baixa pelo seu eixo....................................................................................................28
Figura 15 -  Exemplo de ângulo de 45º......................................................................................................................28
Figura 16 -  Tipos de ângulos. .......................................................................................................................................29
Figura 17 -  Prancha de desenho técnico e a localização das áreas reservadas para o selo e textos.......29
Figura 18 -  Obtenção de uma planta baixa (corte horizontal no volume)...................................................30
Figura 19 -  Planta baixa arquitetônica.......................................................................................................................31
Figura 20 -  Exemplos de hachuras e traçados........................................................................................................32
Figura 21 -  Traçado para parede à meia altura (em vista) e parede que passa sobre o
plano de corte em planta baixa. ..........................................................................................................32
Figura 22 -  Elementos em comum nos desenhos das portas representadas em planta baixa............33
Figura 23 -  Tipos de abertura de portas, em planta baixa..................................................................................33
Figura 24 -  Simbologia de elementos de janelas, em planta baixa.
E à direita, esquema em corte vertical................................................................................................34
Figura 25 -  Tipos se sistemas de abertura de janelas, em planta baixa. .......................................................34
Figura 26 -  Simbologia para indicação de nível nas plantas baixas................................................................35
Figura 27 -  Simbologia para indicação de elevações nas plantas baixas......................................................35
Figura 28 -  Simbologia para indicação de elevações nas plantas baixas......................................................35
Figura 29 -  Simbologia para indicação de equipamentos sanitários (à esquerda), e
equipamentos elétricos (à direita) nas plantas baixas..................................................................36
Figura 30 -  Simbologia para indicação de paredes a construir e a demolir.................................................36
Figura 31 -  Representação de uma escada e dos elementos gráficos que a compõem em planta
baixa e em vista...........................................................................................................................................37
Figura 32 -  Esquema simplificado de um mezanino em elevação. ................................................................39
Figura 33 -  Plantas baixas referentes às elevações da Figura 32......................................................................39
Figura 34 -  Plano seccionando o volume, que vai gerar um corte transversal. As setas indicam
a possibilidade de representação voltada para um lado ou para o outro.............................40
Figura 35 -  Plano seccionando o volume, que vai gerar um corte longitudinal. ......................................40
Figura 36 -  Representação de como ocorre um corte num volume...............................................................40
Figura 37 -  Um volume cortado verticalmente, como visto pelo olho humano........................................41
Figura 38 -  Volume cortado verticalmente, como visto em corte, de acordo com as normas
do desenho técnico...................................................................................................................................41
Figura 39 -  Detalhe em corte, representando viga baldrame, laje, sapata, parede..................................42
Figura 40 -  Detalhe em corte, representando laje, viga, forro, contrapiso, hachura e parede. ............42
Figura 41 -  Representação de portas e janelas em vista e em corte. ............................................................43
Figura 42 -  Aparelhos sanitários representados em vista, como aparecem nos cortes...........................43
Figura 43 -  Representação de nível conforme simbolizado na planta de corte.........................................43
Figura 44 -  Fachada com representação de telhado, materiais de revestimento, janelas, vãos,
acessos e vegetação externa. ................................................................................................................44
Figura 45 -  Planta de cobertura com representação das águas, dos limites da edificação e da pro-
jeção da edificação (linha tracejada)...................................................................................................45
Figura 46 -  Planta de situação, com localização do lote no entorno..............................................................45
Figura 47 -  Planta de locação, com as indicações necessárias para a implantação dos serviços bási-
cos para início das obras..........................................................................................................................46
Figura 48 -  Projeto de instalações elétricas em planta baixa............................................................................47
Figura 49 -  Projeto de instalações hidrossanitárias em planta baixa. ...........................................................48
Figura 50 -  Cálculo de medida de linha inclinada em relação ao plano........................................................54
Figura 51 -  Neste método perspectivo observamos que uma aresta do cubo está voltada
para o observador e que as arestas perpendiculares possuem uma inclinação.................55
Figura 52 -  Representação final do cubo em perspectiva isométrica, com indicação da
direção das linhas de traçado.................................................................................................................56

Quadro 1 - Matriz curricular...........................................................................................................................................13


Quadro 2 - Formatos e dimensões das folhas mais utilizadas para desenho técnico...............................18
Quadro 3 - Traçados utilizados no desenho técnico, sua simbologia e situação de uso..........................24
Quadro 4 - Tipos de escadas representadas em planta baixa com vista frontal e/ou lateral..................38
Quadro 5 - Principais polígonos ...................................................................................................................................52
Quadro 6 - Principais prismas e cilindro ....................................................................................................................53
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Materiais Básicos de Desenho Técnico....................................................................................................................15


2.1 Régua “T” e régua paralela .......................................................................................................................16
2.2 Prancheta ......................................................................................................................................................16
2.3. Escalímetro ...................................................................................................................................................16
2.4. Esquadros ......................................................................................................................................................16
2.5. Compasso ......................................................................................................................................................17
2.6. Gabaritos........................................................................................................................................................18
2.7. Transferidor....................................................................................................................................................18
2.8. Formatos e dimensões das folhas e os tipos de papéis.................................................................18

3 Leitura e Interpretação do Desenho Técnico Arquitetônico...........................................................................21


3.1. Utilização do escalímetro.........................................................................................................................22
3.2 Traçados e hachuras: tipos e finalidades..............................................................................................23
3.2.1 Traçados.........................................................................................................................................23
3.2.2 Hachuras ......................................................................................................................................24
3.3 Cotagem do desenho técnico arquitetônico.....................................................................................25
3.4 Diâmetro, raio, marcação de eixo e ângulos.......................................................................................27
3.4.1 Diâmetro ......................................................................................................................................27
3.4.2 Raio ................................................................................................................................................27
3.4.3 Marcação de eixo ......................................................................................................................28
3.4.4 Ângulos ........................................................................................................................................28
3.5 Carimbo: localização e informações na prancha..............................................................................29
3.6 Plantas que compõem um projeto arquitetônico –
normas técnicas, convenções e simbologias.....................................................................................29
3.6.1 Planta baixa .................................................................................................................................30
3.6.2 Corte...............................................................................................................................................39
3.6.3 Fachada ou elevação................................................................................................................44
3.6.4 Planta de cobertura...................................................................................................................44
3.6.5 Planta de situação......................................................................................................................45
3.6.6 Planta de locação (ou implantação) ...................................................................................45
3.7 Projetos complementares ao projeto arquitetônico:
instalações elétricas e hidrossanitário..................................................................................................47

4 Representações Geométricas Espaciais..................................................................................................................51


4.1 Figuras geométricas....................................................................................................................................52
4.2 Perspectiva isométrica ..............................................................................................................................54
5 Profissionalismo, Trabalho em Equipe e Ferramentas de Qualidade...........................................................59
5.1 Profissionalismo e trabalho em equipe................................................................................................60
5.2. Ferramentas de qualidade.......................................................................................................................61
5.2.1. Check list......................................................................................................................................61

Referências............................................................................................................................................................................65

Minicurrículo da Autora...................................................................................................................................................67

Índice......................................................................................................................................................................................69
Introdução

Olá!
Nesta unidade curricular serão desenvolvidas habilidades para interpretação do desenho
técnico arquitetônico, que consiste no documento físico utilizado pelo profissional para com-
preender as características do trabalho a ser desenvolvido e executado.
Além disso, você aprenderá a interpretar as normas técnicas oficiais. Esse conhecimento
ajudará você a realizar seu trabalho com qualidade e padrão.
A capacidade para leitura e interpretação de um projeto amplia o raciocínio lógico e es-
pacial do profissional. Desenvolvendo habilidade para leitura do desenho técnico, normas e
textos, o profissional exerce sua capacidade de interação com toda equipe e estabelece um
relacionamento profissional mais dinâmico e colaborativo, conferindo-lhe também melhores
resultados e satisfação profissional.
A Unidade Desenho Técnico compõe o módulo básico comum a dois cursos de qualificação
da área de telecomunicações oferecidos pelo SENAI. São eles: Instalador de Cabos e Equipa-
mentos de redes Telefônicas e Instalador de Linhas e aparelhos de Telecomunicações.
O quadro a seguir apresenta o módulo básico dos cursos relacionados acima e a distribui-
ção de sua carga horária:

CARGA
UNIDADES CARGA
MÓDULOS DENOMINAÇÃO HORÁRIA DO
CURRICULARES HORÁRIA
MÓDULO
• Fundamentos de Documentação Técnica 60h

• Desenho Técnico 20h


Básico Básico 60h
• Fundamentos de Redes de Telecomu-
30h
nicações

Quadro 1 - Matriz curricular

Fonte: SENAI DN

Bons estudos!
Materiais Básicos de Desenho Técnico

Você já deve ter desenhado muito à mão livre, certo? Desenhos técnicos também podem
ser feitos à mão livre. Mas para isso são utilizados vários materiais. São réguas, mesas e outros
produtos que permitem ao projetista, desenhista ou outro auxiliar interagir com o desenho de
forma dinâmica e prática em qualquer lugar, independentemente do uso do computador. Ao
final do estudo deste capítulo, você terá:
a) conhecido os instrumentos para elaboração do desenho arquitetônico à mão livre;
b) colaborado mais ativamente com a equipe de trabalho.
Vamos conhecer a seguir quais são e para que servem os materiais básicos de desenho téc-
nico. Leia com atenção.
DESENHO TÉCNICO
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2.1 RÉGUA “T” E RÉGUA PARALELA

São utilizadas para desenho à mão livre, para serem apoiadas e fixadas numa
prancheta, respectivamente. São usadas para traçar linhas paralelas horizontais e
para apoio dos esquadros.

Dreamstime (2012)
Figura 1 -  Régua “T”.

2.2 PRANCHETA

É o nome dado à mesa de desenho. Existem em vários tamanhos, e as dimen-


sões mais usadas são as de 1,20 m x 1,00 m ou 1,00m x 0,80 m. O tampo deve
ser forrado com plástico grosso não brilhante ou revestido de laminado plástico
(“fórmica”) liso e fosco.

VOCÊ Que até mesmo em grandes indústrias, como a auto-


motiva, os projetistas iniciam seu processo de criação
SABIA? traçando ideias à mão livre?

2.3. ESCALÍMETRO

Também chamada de escala, é a régua utilizada para ampliar ou reduzir a es-


cala do desenho. Em desenhos de mapas (cartografia), engenharia, arquitetura
e interiores, o uso das escalas permite a redução do real para ser representado
no papel. No desenho mecânico, são geralmente utilizadas para ampliar os de-
senhos. Imagine um desenho de um parafuso de 5 mm com todos seus detalhes
para execução.

2.4. ESQUADROS

São réguas triangulares. O jogo de esquadros, ou par de esquadros, é compos-


to por um esquadro com ângulos internos de 30º, 60º e 90º, e outro com ângulos
internos de 45º, 45º e 90º. São utilizados para traçar linhas perpendiculares ou in-
clinadas em relação às linhas horizontais feitas com a régua paralela ou régua “T”.
2 MATERIAIS BÁSICOS DE DESENHO TÉCNICO
17

CASOS E RELATOS

Oportunidade bem aproveitada


Jonas era um auxiliar de instalações de cabos em uma pequena empresa.
Certo dia, seu colega de trabalho que realizava levantamento de medidas
teve de atender com urgência um cliente muito importante. O supervisor
de Jonas, que já havia notado seu interesse e proatividade, não pensou
duas vezes, enviou-o para fazer o levantamento de medidas da sala onde
iam fazer as instalações. Jonas, que era um funcionário que sempre bus-
cava ir além dos seus conhecimentos, já havia treinado sozinho a utilizar
alguns materiais de desenho técnico, aceitou o desafio. Fez o levantamen-
to de medidas, rascunhou uma planta baixa já com medidas em escala e
apresentou ao seu supervisor. Jonas foi elogiado, reconhecido e sentiu-se
extremamente feliz e motivado naquela oportunidade. Cada um pode ir
além, pelo menos um pouco, daquilo para o que foi designado e criar suas
próprias oportunidades.

2.5. COMPASSO

Instrumento utilizado para desenhar círculos ou curvas com raio definido. Pos-
sui uma ponta seca e uma com grafite. Sua abertura define o raio da circunferência.
Dreamstime (2012)

Figura 2 -  Materiais para desenho técnico.

FIQUE Os materiais de desenho técnico feitos de acrílico nunca


podem ser limpos com álcool, pois ficam opacos e racha-
ALERTA dos. Limpe-os com água e sabão.
DESENHO TÉCNICO
18

2.6. GABARITOS

São réguas vazadas com desenhos e formas predeterminadas. O tamanho e


as dimensões irão variar de acordo com o modelo e a escala. Existem gabaritos
de móveis, de peças sanitárias, de circunferências, curvas (conhecido por curva
francesa) etc.

2.7. TRANSFERIDOR

Régua utilizada para medir ou desenhar duas ou mais linhas retas que estabe-
leçam um ângulo entre si.

Dreamstime (2012)
Figura 3 -  Materiais para desenho técnico.

Na internet existem vários vídeos que ensinam a traçar usan-


SAIBA do os gabaritos, par de esquadros etc. Visite também uma
MAIS loja de materiais de desenho técnico ou uma papelaria e co-
nheça mais sobre esses materiais.

2.8. FORMATOS E DIMENSÕES DAS FOLHAS E OS TIPOS DE PAPÉIS

A Associação Brasileira de Normativas Técnicas (ABNT) normaliza o tamanho


e formato das folhas para desenho técnico, através da norma “NBR 10068 – Folha
de desenho – Leiaute e dimensões – Padronização”.
Denomina-se prancha a folha em que se desenha o projeto arquitetônico.
Os tipos de papéis dividem-se em transparentes (manteiga, vegetal, poliéster,
albanene, cronaflex) e opacos (sulfite, canson, schoeller).

REFERÊNCIA ALTURA (MM) LARGURA (MM)


A0 841 1189
A1 594 841
A2 420 594
A3 297 420
A4 210 297

Quadro 2 - Formatos e dimensões das folhas mais utilizadas para desenho técnico
2 MATERIAIS BÁSICOS DE DESENHO TÉCNICO
19

RECAPITULANDO

Neste capítulo conhecemos os principais materiais para realização de de-


senho técnico e a função de cada um. Esses conhecimentos lhe ajudarão a
desempenhar melhor suas funções e compreender o processo de trabalho
de um desenhista. Esperamos que você se sinta encorajado a aprender, vi-
sando colaborar mais ativamente com sua equipe de trabalho em inúmeras
situações futuras. Existem outros materiais que ainda podem ser explora-
dos por você, basta ir a uma loja especializada em materiais para desenho e
se deslumbrar com a grande variedade. Crie suas oportunidades!
Leitura e Interpretação do
Desenho Técnico Arquitetônico

O desenho técnico arquitetônico é uma das ferramentas básicas para o planejamento e a


execução do projeto de instalações de cabos e equipamentos de redes telefônicas. Nele estão
as informações de leiaute que dão significado à localização das instalações, dados da constru-
ção necessários à percepção de obstáculos físicos, bem como dados para realização de cálculos
de quantificação e mensuração.
O profissional necessita saber ler e interpretar as informações, as simbologias e os códigos
usados como padrão no desenho, a fim de realizar suas atividades com maior precisão e quali-
dade, interagindo de forma dinâmica com toda a equipe de trabalho.
Ao concluir o estudo deste capítulo, você estará apto a:
a) ler e interpretar as plantas de desenho técnico arquitetônico;
b) reconhecer os diferentes tipos de plantas usados em desenho arquitetônico e suas finali-
dades para desenvolvimento de seu trabalho;
c) utilizar o escalímetro como ferramenta de desenho e mensuração.
Bom estudo!
DESENHO TÉCNICO
22

3.1. UTILIZAÇÃO DO ESCALÍMETRO

O escalímetro é usado para reduzir ou ampliar medidas no desenho. Seu em-


prego é normalizado pela “NBR 8196 – emprego de escalas”. Quando um dese-
nho é feito em escala, todas suas dimensões horizontais e verticais (largura, pro-
fundidade, altura) devem ser representadas com a mesma escala.
a) ESCALA 1:1, para escala natural.
b) ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1).
c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1) (estas são usadas no desenho
técnico arquitetônico).
No desenho arquitetônico, as escalas mais utilizadas são: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75,
1:100 e 1:125.
Você sabe o que significa essa representação, por exemplo, 1:20 (lê-se: “escala
um para vinte”)?. Ela significa que a medida real foi reduzida 20 vezes. Ou seja, 1
metro está 20 vezes menor nessa escala do que a realidade. Em alguns modelos
de escalímetros, pode constar na sua impressão apenas a segunda indicação, por
exemplo, 20 (ao invés de 1:20).
Cada unidade inteira (1, 2, 3 etc.) descrita na régua do escalímetro representa
1 metro.

Nicolli Muller (2012)

Figura 4 -  Representação em escala 1:20 e suas frações.


Nicolli Muller (2012)

Figura 5 -  Representação em escala 1:50 e suas frações.


3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
23

Nicolli Muller (2012)


Figura 6 -  Representação em escala 1:100 e suas frações.

Resumindo a subdivisão do escalímetro:


Escalas de 1:100 e 1:125 estão divididas em frações de 10 em 10 cm;
Escalas de 1:50 e 1:75 estão divididas em frações de 5 em 5 cm;
Escalas de 1:20 e 1:25 estão divididas em frações de 2 em 2 cm.

Nunca usamos o escalímetro para tirar a medida dire-


FIQUE tamente da planta. Vale o que está escrito na cota. Isso
porque durante o processo de impressão ou mesmo de
ALERTA desenho pode haver distorções e a medida impressa no
desenho ficar diferente da verificada pelo escalímetro.

3.2 TRAÇADOS E HACHURAS: TIPOS E FINALIDADES

A ABNT normatiza os traçados por meio das NBR 8403 e NBR 6492.

3.2.1 TRAÇADOS

São linhas com características diferentes, fundamentais na interpretação do


desenho técnico. Através do tipo de traçado, percebe-se a ordem dos planos de
corte nas pranchas.

LINHA DENOMINAÇÃO APLICAÇÃO GERAL


Arestas e contornos visíveis de peças em 1o plano
Contínua larga
Indicação de corte e vistas
Arestas e contornos visíveis de peças em 2o plano
Contínua estreita Linhas de cotas, linhas de chamada, hachuras, linhas
auxiliares
Contínua estreita à Linha de ruptura
mão livre Vistas interrompidas e cortes parciais ou interrom-
Contínua estreita pidos (se o limite não coincidir com linhas “traço e
zigue-zague ponto”)
DESENHO TÉCNICO
24

Tracejada larga
Contornos e arestas não visíveis
Tracejada estreita
Linhas de centro para eixos de simetria
Traço e ponto estreita
Trajetórias

Traço e ponto estreita,


larga nas extremida-
Planos de corte
des e na mudança de
direção

Indicação das linhas ou superfícies com indicação


Traço e ponto largo
especial
Traço dois pontos
Peças adjacentes
estreita
Quadro 3 - Traçados utilizados no desenho técnico, sua simbologia e situação de uso
Fonte: NBR 8403 e NBR 6492.

3.2.2 HACHURAS

Representam o elemento que está sendo cortado, diferenciando-o das áreas


em vista, além de permitir perceber o tipo de material representado, alertando
para obstáculos físicos (ex.: colunas).
A “NBR 12298 – representação de área de corte por meio de hachuras em de-
senho técnico” traz algumas formas de representação. O que não impede de se
criar representações de outros materiais não contemplados, desde que indicados
devidamente na legenda da prancha.
Nicolli Muller (2012)

Figura 7 -  Tipos de hachuras mais comuns para desenho técnico.


Fonte: Adaptado de Hoelscher, R. P.; Springer, C. H.; Dobrovolny, J. S. (1978).
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
25

Nicolli Muller (2012)


Figura 8 -  Exemplo de hachura para desenho mecânico.
Fonte: Adaptado de Hoelscher, R. P.; Springer, C. H.; Dobrovolny, J. S. (1978).

Nicolli Muller (2012)

Figura 9 -  Planta em corte para exemplificação de hachuras.


Fonte: Adaptado deCentro de Artes e Design, apostila de desenho técnico (2010).

3.3 COTAGEM DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO

Cota é a representação gráfica, em escala, das medidas. É usada no desenho


para permitir a representação de grandes dimensões em áreas reduzidas como
uma folha de papel. Podem ser informadas em metros (geralmente nas plantas
arquitetônicas), centímetros ou milímetros (geralmente nas plantas de detalha-
mento). Deve ser sempre legível e traçada com linha estreita. Deve obedecer às
regras de posicionamento em relação à prancha e ao desenho, conforme estabe-
lece a “NBR 10126 – cotagem em desenho técnico”.
Representam-se as cotas de duas formas: com traço ou com ponto cheio nos
limites da cota.
DESENHO TÉCNICO
26

Nicolli Muller (2012)


Figura 10 -  Forma correta de cotagem.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

Com a prática, a pessoa que conhece os fundamentos


do desenho técnico adquire muita habilidade em leitura
de plantas, e qualquer diferença entre a espessura cor-
retas das linhas já lhe “salta aos olhos”, pois é por meio
VOCÊ dessa diferença que o observador percebe melhor e
SABIA? mais rapidamente os planos que estão sendo cortados.
O uso correto das linhas permite que a pessoa crie uma
imagem mental em três dimensões em seu pensamento,
auxiliando-a a compreender ainda mais o projeto e faci-
litando o trabalho.

Nicolli Muller (2012)

Figura 11 -  Exemplo de planta baixa cotada.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
27

3.4 DIÂMETRO, RAIO, MARCAÇÃO DE EIXO E ÂNGULOS

Vamos conhecer agora um pouco mais sobre diâmetro, raio, marcação e ângu-
los. Avance com atenção.

3.4.1 DIÂMETRO

A medida de uma circunferência é definida pelo seu diâmetro. O diâmetro é a


distância interna de uma circunferência, passando pelo centro dela. O símbolo de
diâmetro é uma bolinha cortada, seguida do numeral:
Quando a circunferência é pequena, representa-se conforme a figura da es-
querda.

Nicolli Muller (2012)

Figura 12 -  Formas de representação de cota de diâmetro.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

3.4.2 RAIO

É a distância do centro de uma circunferência até sua extremidade. O símbolo


de raio é a letra R seguida do numeral. O diâmetro é o dobro da medida do raio.
Nicolli Muller (2012)

Figura 13 -  Forma de representação de cota de raio.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).
DESENHO TÉCNICO
28

3.4.3 MARCAÇÃO DE EIXO

Eixo é o centro exato de uma figura. Em desenho técnico, para se cotar a dis-
tância entre duas circunferências, ou para situá-la no espaço, utiliza-se o centro
de cada uma delas como referência. Também se utiliza o eixo de símbolos de to-
madas, pontos de luz, pontos de telefonia, aparelhos sanitários e outros elemen-
tos do projeto que precisam ser localizados pelo seu centro dentro do projeto.

Nicolli Muller (2012)


Figura 14 -  À esquerda, cotagem de circunferências pelo seu eixo; à direita, cotagem de uma tomada baixa pelo seu eixo.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

3.4.4 ÂNGULOS

São definidos por duas linhas retas, sendo o ângulo a medida interna entre
essas duas linhas que têm um vértice em comum. O ângulo é medido em graus
(exemplo 45º). A simbologia para indicação de ângulo é feita por um segmento
de círculo (uma corda) e à sua frente indica-se o valor do ângulo.
Nicolli Muller (2012)

Figura 15 -  Exemplo de ângulo de 45º.


Fonte: Adaptado deCentro de Artes e Design, apostila de desenho técnico (2010).

Para medir e definir ângulos, usa-se o transferidor. Os ângulos mais comuns


são os que constam no par de esquadros: 30º, 45º, 60º e 90º. O ângulo de 90º é
chamado de ângulo reto, pois é formado por duas linhas perpendiculares. Ângu-
los maiores que 90º são chamados de ângulos obtusos, e ângulos menores que
90º são os ângulos agudos. O ângulo de 180º corresponde a um semicírculo e é
chamado de ângulo raso.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
29

Nicolli Muller (2012)


Figura 16 -  Tipos de ângulos.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

3.5 CARIMBO: LOCALIZAÇÃO E INFORMAÇÕES NA PRANCHA

O carimbo, ou selo, normalizado pela “NBR 6492 – representação de projetos


e arquitetura” e “NBR 10582 – apresentação da folha para desenho técnico”, ser-
ve para identificar um projeto e é igual em todas as folhas. Nele deverão constar
todas as informações necessárias à interpretação do desenho e identificação do
cliente e da obra. Não existe modelo padronizado para o selo, porém em folha ta-
manho padrão (de A0 a A4) sua largura deve ser no máximo 17,5 cm (para fugir da
dobra da folha). Deverá ser colocado no canto inferior direito da folha de desenho.
Nicolli Muller (2012)

Figura 17 -  Prancha de desenho técnico e a localização das áreas reservadas para o selo e textos.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

3.6 PLANTAS QUE COMPÕEM UM PROJETO ARQUITETÔNICO – NORMAS


TÉCNICAS, CONVENÇÕES E SIMBOLOGIAS

A “NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura” normaliza o dese-


nho arquitetônico.
O projeto arquitetônico é composto por informações gráficas (plantas e pers-
pectivas) e informações escritas (memorial descritivo, especificações técnicas,
cronogramas etc.).
DESENHO TÉCNICO
30

Fazem parte do conjunto de documentos do projeto arquitetônico as seguin-


tes plantas:
a) Planta baixa (chamada de planta de edificação na norma);
b) Corte (longitudinal e transversal);
c) Fachada e elevação;
d) Planta de cobertura;
e) Planta de situação;
f) Planta de locação (ou implantação).
A seguir conheça o significado de cada uma e os elementos que as compõem.

3.6.1 PLANTA BAIXA

É o desenho onde são indicadas e representadas as dimensões horizontais.


Ela é uma vista superior do plano, à altura de aproximadamente 1,50 m do chão.
É resultado de um corte horizontal na edificação. Tudo o que está sendo cortado
é representado em linhas contínuas largas (linhas grossas), e o que está abaixo
deve ser desenhado com linhas estreitas (médias ou finas – de acordo com o nível
de cada elemento a representar: quanto mais afastado da área de corte, mais fina
a linha).
Observe as imagens esquemáticas a seguir, em três etapas.

Nicolli Muller (2012)

Figura 18 -  Obtenção de uma planta baixa (corte horizontal no volume).


Fonte: Adaptado de Apostila de desenho técnico I (2010).
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
31

Ao final, obtém-se como resultado a planta baixa que é representada com to-
dos seus elementos: cotas, símbolos, hachuras, traçados, entre outros, conforme
pode ser visto a seguir.

Nicolli Muller (2012)

Figura 19 -  Planta baixa arquitetônica.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

QUANTIDADE DE PLANTAS BAIXAS

Se a edificação tiver somente um pavimento (1 andar, 1 piso), será denomina-


da apenas planta baixa. Mas se a edificação tiver dois ou mais pavimentos, poderá
ter um complemento na denominação:
a) Planta baixa do pavimento tipo – construções projetadas com vários pavi-
mentos iguais e que têm por representação a mesma planta baixa.
b) Planta baixa do 1o pavimento, planta baixa do subsolo e planta baixa do
pavimento de cobertura – para os pavimentos com suas respectivas carac-
terísticas de projeto.

ELEMENTOS DA PLANTA BAIXA

São as informações gráficas que constam na planta baixa e que representam


todas as partes da edificação e outras informações para percepção volumétrica.
DESENHO TÉCNICO
32

São representados os elementos construtivos e outras informações escritas ou


simbólicas necessárias:
a) Vedações (paredes);
b) Estruturas (pilares ou vigas e lajes em projeção);
c) Aberturas (janelas, portas e outros vãos);
d) Símbolos e informações escritas (escala, cotas, títulos da planta e das áreas,
hachuras, equipamentos, indicação dos cortes e das elevações, dimensões
das aberturas, especificação de materiais, legendas).

a) Paredes – podem ser de concreto, de tijolos, de gesso acartonado, de blocos


de vidro. O material será informado na legenda e no memorial descritivo.

Nicolli Muller (2012)


Figura 20 -  Exemplos de hachuras e traçados.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

Paredes à meia altura (que não vão até o teto) mesmo que de material diferen-
te (por exemplo, parede de tijolos e parede de gesso acartonado) são representa-
das com interrupção no desenho.
Nicolli Muller (2012)

Figura 21 -  Traçado para parede à meia altura (em vista) e parede que passa sobre o plano de corte em planta baixa.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
33

b) Portas e portões – podem ter diferentes sistemas de abertura, portanto, são


representadas de forma diferente na planta baixa.

Nicolli Muller (2012)


Figura 22 -  Elementos em comum nos desenhos das portas representadas em planta baixa.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

Tipos de portas:

Figura 23 -  Tipos de abertura de portas, em planta baixa.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).
DESENHO TÉCNICO
34

c) Janelas – podem ter diferentes sistemas de abertura, portanto, podem ter


diferentes representações.

Nicolli Muller (2012)


Figura 24 -  Simbologia de elementos de janelas, em planta baixa. E à direita, esquema em corte vertical.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design, apostila de Desenho Técnico (2010).

A altura do peitoril é definida pela distância entre o piso e o início da janela. E


é especificado na seguinte fórmula: l x h / p (largura x altura / altura do peitoril),
exemplo: 120 x 100 / 90.
Tipos de janelas: guilhotina (movimenta-se verticalmente), de correr horizon-
tal, pivotante, basculante (muito usada em banheiros e cozinhas), max-air (bascu-
lante com abertura total).
Convenção genérica de representação das portas: não é obrigatório especi-
ficar no desenho em planta baixa o exato tipo de janela, ficando adotados por
conveniência os três tipos de representação indicados na Figura 25.
Nicolli Muller (2012)

Figura 25 -  Tipos se sistemas de abertura de janelas, em planta baixa.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
35

d) Elementos gráficos da planta baixa


Indicação de nível – a cota de nível representa diferentes alturas dentro do
mesmo pavimento (degraus e rampas) ou em pavimentos intermediários (me-
zaninos), e na planta baixa é representada com o símbolo que pode ser visto a
seguir. Deve haver uma cota “0,00 m” que é o referencial da tomada da medida
das demais alturas. Se há o sinal de “+” (mais) antes do número, significa que o
desnível é para cima. Se há o sinal de “-“ (menos), significa que o desnível é para
baixo, em relação ao nível “0,00 m”.

Nicolli Muller (2012)


Figura 26 -  Simbologia para indicação de nível nas plantas baixas.

Indicação das elevações que serão representadas – símbolos utilizados


dentro da planta baixa para indicar o posicionamento do observador, com a fina-
lidade de representar vistas internas da edificação.

Nicolli Muller (2012)

Figura 27 -  Simbologia para indicação de elevações nas plantas baixas.

Indicação da passagem do plano de corte – símbolos utilizados na planta


baixa, e se necessário também nas fachadas e elevações, para marcar o local por
onde passarão os planos de cortes verticais.
Nicolli Muller (2012)

Figura 28 -  Simbologia para indicação de elevações nas plantas baixas.

e) Equipamentos sanitários e equipamentos elétricos – os equipamentos sa-


nitários são representados na planta baixa para dar significado ao projeto
e para que possa ser feita a planta de instalações hidrossanitárias. Os equi-
pamentos elétricos representados são apenas aqueles imprescindíveis para
DESENHO TÉCNICO
36

a compreensão do projeto e para dar suporte ao projeto de instalações elé-


tricas.

Nicolli Muller (2012)


Figura 29 -  Simbologia para indicação de equipamentos sanitários (à esquerda), e equipamentos elétricos (à direita) nas
plantas baixas.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

f) Modificações físicas em alvenaria – planta baixa contendo informações co-


loridas de partes da construção a demolir (em amarelo) e a construir (em
vermelho).

Nicolli Muller (2012)

Figura 30 -  Simbologia para indicação de paredes a construir e a demolir.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

g) Escadas – existem vários tipos de desenhos de escadas e materiais com os


quais elas podem ser feitas (concreto, aço, vidro, madeira). O desenho de
uma escada deve adequar-se ao uso e espaço.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
37

Os elementos representativos nas escadas estão representados a seguir neste


esquema em planta baixa, considerando que essa escada está localizada no pa-
vimento térreo (portanto, os degraus acima de 1,20 m serão representados com
linha tracejada, pois estão acima da linha de corte da planta baixa):

Nicolli Muller (2012)


Figura 31 -  Representação de uma escada e dos elementos gráficos que a compõem em planta baixa e em vista.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

Vamos conhecer o significado das letras utilizados na representação?


P = Piso: Superfície horizontal superior do degrau de uma escada, sobre o qual
se apoia o pé.
h = Espelho: Face vertical do degrau de uma escada, ou altura do degrau.
Bocel = Avanço do piso à frente do espelho.

Escada reta – escada que se estende de um nível


ao outro em um único lanço reto, sem patamares
intermediários.

Escada caracol – escada com pisos em forma de


cunha que se desenvolvem em torno de um pilar
central que lhes serve de apoio.
DESENHO TÉCNICO
38

Escada em “U” – escada em meia volta com dois


patamares intermediários cada qual determi-
nando uma mudança de direção de 90º.

Escada em meia volta – escada que descreve


uma volta de 180º ou é composta por dois lanços
perpendiculares a um patamar intermediário.

Quadro 4 - Tipos de escadas representadas em planta baixa com vista frontal e/ou lateral.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

h) Projeções – são representadas por tracejado em linha estreita (fina), e mos-


tram o posicionamento de elementos importantes que estão acima do pla-
no de corte da planta baixa (acima de 1,50 m aproximadamente), como, por
exemplo, mezaninos, coberturas, vigas aparentes, janelas, vãos, domos.
Telhado – o beiral da cobertura também é representado na planta baixa com
a denominação de “projeção da cobertura” ou “projeção do beiral”. Também po-
dem ser representadas aberturas no teto para iluminação natural (domos, ilum.
zenital). Representa-se com linha tracejada e linha de chamada indicativa com
texto.
Escadas – na planta baixa do pavimento onde a escada inicia, os degraus situa-
dos acima de 1,20 m são representados tracejados.
Mezanino – é um pavimento intermediário entre dois pisos, que se comunica
interiormente com ambos. Na planta baixa do pavimento térreo (abaixo do me-
zanino), representa-se a projeção deste.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
39

PISO DO MEZANINO PISO DO MEZANINO

VAZIO VAZIO

Vitor Americo (2012)


ÃO ÃO
VIS VIS

PISO TÉRREO

Figura 32 -  Esquema simplificado de um mezanino em elevação.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

Nicolli Muller (2012)

Figura 33 -  Plantas baixas referentes às elevações da Figura 32.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design – Apostila de Desenho Técnico (2010).

3.6.2 CORTE

É o desenho resultado de uma seção (corte) vertical no volume. A posição do


plano de corte na planta é indicada na planta baixa pelo símbolo de corte (ver
“elementos da planta baixa” no item 8.1) e pode ser indicado também nas facha-
das e elevações. Sua posição depende do que se quer mostrar. Nele são indicadas
as dimensões verticais do desenho. Geralmente se fazem dois cortes perpendicu-
lares: transversal (cortando a menor dimensão) e longitudinal (cortando a maior
dimensão).
DESENHO TÉCNICO
40

Nicolli Muller (2012)


Figura 34 -  Plano seccionando o volume, que vai gerar um corte transversal. As setas indicam a possibilidade de representação
voltada para um lado ou para o outro.
Fonte: Adaptado de Apostila de Desenho Técnico I.

Nicolli Muller (2012)


Figura 35 -  Plano seccionando o volume, que vai gerar um corte longitudinal.
Fonte: Adaptado de Apostila de Desenho Técnico I.

Nas imagens anteriores, as setas indicam a possibilidade de representação vol-


tada para um lado ou para o outro. A escolha depende do que é mais importante
representar. Nicolli Muller (2012)

Figura 36 -  Representação de como ocorre um corte num volume.


Fonte: Adaptado de Apostila de Desenho Técnico I – Faculdade Assis Gurgacz.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
41

A imagem três representa a forma como o corte será visto na representação


em desenho técnico.
Se um volume fosse cortado transversalmente, seria visto pelo olho humano
representado com as três dimensões: largura, altura e profundidade (como dese-
nho em perspectiva), conforme pode ser observado na Figura 37.

Nicolli Muller (2012)

Figura 37 -  Um volume cortado verticalmente, como visto pelo olho humano.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).

Porém, em desenho técnico arquitetônico, somente são representadas duas


dimensões, e no caso dos cortes as dimensões de largura e altura. Veja como o
corte perspectivado da Figura 37 é visto no padrão de desenho técnico (Figura
38). Compare também o corte a seguir (Figura 38) com a indicação de corte na
planta baixa da Figura 19.
Nicolli Muller (2012)

Figura 38 -  Volume cortado verticalmente, como visto em corte, de acordo com as normas do desenho técnico.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2010).
DESENHO TÉCNICO
42

ELEMENTOS DO CORTE

Agora vamos conhecer as informações gráficas e escritas demonstradas nas


plantas em corte.
a) Fundações – vigas, baldrame, sapatas e blocos de concreto podem ser re-
presentados esquematicamente num corte (os detalhes são representados
no projeto estrutural).

Nicolli Muller (2012)


Figura 39 -  Detalhe em corte, representando viga baldrame, laje, sapata, parede.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design.

b) Lajes e forros – é a parte superior de vedação da edificação. A laje é um ele-


mento estrutural, e o forro é um acabamento abaixo da laje (pode ser de gesso
comum, gesso acartonado, madeira, PVC). Sobre a laje do piso, fica o contra-
piso que é o revestimento de cimento que dá o acabamento a ela e prepara o
piso para receber o acabamento final (cerâmica, pisos de madeira etc.).

Nicolli Muller (2012)

Figura 40 -  Detalhe em corte, representando laje, viga, forro, contrapiso, hachura e parede.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
43

c) Janelas e portas – nos cortes podem aparecer cortadas ou em vista.

Nicolli Muller (2012)


Figura 41 -  Representação de portas e janelas em vista e em corte.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design.

d) Equipamentos sanitários e elétricos (fogão, geladeira) – são representados


em vista.
Nicolli Muller (2012)

Figura 42 -  Aparelhos sanitários representados em vista, como aparecem nos cortes.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design.

e) Elementos gráficos do corte – são utilizados para trazer mais clareza às in-
formações do corte: indicação de nível, cotas, hachuras, legendas, títulos,
escalas.
Indicação de nível – representado por uma seta apontando para o plano do
piso que quer indicar, com o numeral que representa a altura.
Nicolli Muller (2012)

Figura 43 -  Representação de nível conforme simbolizado na planta de corte.


Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design.
DESENHO TÉCNICO
44

3.6.3 FACHADA OU ELEVAÇÃO

São desenhos que representam as faces externas da edificação ou os planos


internos. Em ambos, as duas dimensões representadas são a largura e altura (não
há profundidade). Considerando a área externa, as fachadas podem ser denomi-
nadas de acordo com a localização:
a) Pelo nome da vista: frontal, posterior, lateral direita, lateral esquerda.
b) Pela orientação geográfica: norte, leste, sudeste.
c) Pelo nome da rua: para construções de esquina (ex.: fachada Rua General
Câmara).
d) Pela importância: principal, secundária (apenas para duas fachadas).
e) Letras e números (fachada A, fachada B etc.).
Nestes desenhos devem ser representados os materiais de revestimento das
paredes (tijolos, cerâmicas, pedras etc.), o tipo de telha ou cobertura, e podem ser
feitas hachuras para obter-se sensação de profundidade, e para acentuar super-
fícies curvas.

Nicolli Muller (2012)

Figura 44 -  Fachada com representação de telhado, materiais de revestimento, janelas, vãos, acessos e vegetação externa.
Fonte: Adaptado de Arq. Fabiane Pelegrini Roratto.

3.6.4 PLANTA DE COBERTURA

É a vista superior da edificação. Nela são representadas as águas do telhado


(e os seus caimentos indicados por setas) que formam o desenho desse telhado.
Também é representada a projeção da edificação (seus limites externos) com li-
nha tracejada fina e os limites do terreno quando possível.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
45

Nicolli Muller (2012)


Figura 45 -  Planta de cobertura com representação das águas, dos limites da edificação e da projeção da edificação (linha
tracejada).
Fonte: Adaptado de Arq. Fabiane Pelegrini Roratto.

3.6.5 PLANTA DE SITUAÇÃO

Representa a localização do terreno no seu entorno, indicando ruas, calça-


mento e limites dos terrenos, com indicação do norte geográfico.
Nicolli Muller (2012)

Figura 46 -  Planta de situação, com localização do lote no entorno.


Fonte: Adaptado de apostila de desenho técnico – Faculdade Assis Gurgacz.

3.6.6 PLANTA DE LOCAÇÃO (OU IMPLANTAÇÃO)

É uma vista principal superior esquemática, abrangendo o terreno e o seu in-


terior, que tem a finalidade de identificar o formato, as dimensões e a localização
da construção dentro do terreno para o qual está projetada.
Além da edificação definida e posicionada, serão representados nessa planta
os tratamentos externos, como muros, cercas, caminhos, play-grounds, piscinas,
passeios, acessos etc. Também são localizados elementos de serviços básicos:
poste padrão, para o fornecimento de energia elétrica; localização do hidrôme-
tro, para a ligação do fornecimento de água; local para destinação do lixo; rede
de esgoto e rede de escoamento pluvial. Todos esses serviços precisam ser loca-
DESENHO TÉCNICO
46

lizados dentro do lote, de acordo com o Código de Obras do Município e, por isso,
precisam estar devidamente localizados na planta de implantação.

Nicolli Muller (2012)


Figura 47 -  Planta de locação, com as indicações necessárias para a implantação dos serviços básicos para início das obras.
Fonte: Adaptado de apostila de desenho técnico – Faculdade Assis Gurgacz.

CASOS E RELATOS

Melhor prevenir do que remediar


Paulo era funcionário de uma grande empresa de instalações de cabos e
redes telefônicas. A empresa tinha muitos clientes, e, de fato, o ritmo de
trabalho era bastante intenso para os profissionais que realizavam as tare-
fas práticas, como Paulo. Essa correria fazia com que Paulo dedicasse pouco
tempo a estudar e se aprimorar em suas práticas, não fazendo revisões de
seu trabalho nem autocrítica. Certo dia, Paulo teve um trabalho num prédio
comercial bastante alto e que, portanto, teria muitos elementos estruturais
e canalizações. Paulo confiava que seus conhecimentos de trabalhos ante-
riores, que tinham sido menos complexos, poderiam ser aplicados todos
nessa nova situação. Porém, não era assim. Esse edifício tinha ainda todas
suas plantas preservadas (arquitetônico, estrutural, elétrica, hidráulica),
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
47

mas Paulo não as consultou. Foi realizando o serviço sem estudar o am-
biente primeiro. Como consequência, Paulo teve de furar paredes inúme-
ras vezes, rompeu vários cabos dentro das tubulações envelhecidas e abar-
rotadas de cabos antigos. O projeto mostrava claramente que em poucos
anos as tubulações seriam insuficientes e precisariam ser refeitas ou am-
pliadas. Se Paulo tivesse estudado as plantas antes, poderia ter apontado a
deficiência das instalações físicas existentes. A interpretação adequada do
projeto teria evitado vários transtornos para o cliente e Paulo teria a chance
de destacar-se profissionalmente.

3.7 PROJETOS COMPLEMENTARES AO PROJETO ARQUITETÔNICO:


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIO

Os projetos complementares geralmente são desenvolvidos após a definição


do projeto arquitetônico, apesar de que o ideal é que sejam realizadas reuniões
de integração entre os profissionais das diferentes especialidades, durante o pla-
nejamento do projeto.
Projeto de instalações elétricas – é elaborado por profissionais especializa-
dos e contemplam todos os símbolos, trajetos, equipamentos e demais elemen-
tos para realização das instalações elétricas, de rede lógica, telefonia, tevê a cabo,
divisão em circuitos, junto com quantificação e memoriais de cálculos.
No projeto arquitetônico, é feita apenas a localização dos pontos, com seus
símbolos e devidas cotas horizontais e alturas. A ABNT normaliza esses projetos
por meio da “NBR 05444 – símbolos gráficos para instalações prediais”.
Nicolli Muller (2012)

Figura 48 -  Projeto de instalações elétricas em planta baixa.


Fonte: Adaptado de Silva, Gilberto Soares da. Curso de Desenho Técnico (1993).
DESENHO TÉCNICO
48

Quer conhecer mais sobre os símbolos gráficos para as insta-


SAIBA lações elétricas prediais? Acesse a norma “NBR 05444 – sím-
bolos gráficos para instalações prediais”, em: <http://www.
MAIS ebah.com.br/content/ABAAAARzMAC/nbr-5444-simbolos-
-graficos-instalacoes-eletricas-prediais>.

Projeto de instalações hidrossanitárias – trata das instalações de equipa-


mentos sanitários (pia, vaso sanitário etc.), instalações de água e esgoto e as co-
nexões com a rede pública, bem como a localização de todos os dutos de água
e esgoto. Ele é definido a partir das informações fornecidas pelo projeto arquite-
tônico.

Nicolli Muller (2012)


Figura 49 -  Projeto de instalações hidrossanitárias em planta baixa.
Fonte: Adaptado de Silva, Gilberto Soares da. Curso de Desenho Técnico (1993).

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos que o desenho técnico precisa obedecer a uma série
de regras para que se torne compreensível a qualquer pessoa, em qualquer
lugar do país. Isso colabora para que seja feita a leitura correta das plantas
e, consequentemente, o trabalho seja planejado e desenvolvido correta-
mente, independentemente de onde o profissional esteja. Isso também
evita a consulta ao autor do projeto o tempo todo, uma vez que as infor-
mações padronizadas podem ser bem compreendidas. O desenho técnico
é uma ferramenta preciosa que precisa ser bem explorada e utilizada, caso
contrário não cumprirá todo potencial de benefícios que oferece. Podería-
mos dizer até que uma planta “fala”, pois por meio de seus símbolos e ele-
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO
49

mentos gráficos podemos construir uma imagem mental do ambiente e


praticamente “ouvir” o que ele tem a nos dizer.
São muitos símbolos e formas específicas de representação que são utili-
zados em desenho técnico, portanto a prática, associada à intensa obser-
vação e estudo do material de trabalho fará com que o profissional possa
interagir cada vez melhor com seu trabalho e sua equipe.
Representações Geométricas Espaciais

Figuras geométricas podem ser encontradas em todo tipo de expressão gráfica, não é mes-
mo? Se você observar, um desenho técnico é expresso, dentre outros elementos, por figuras
geométricas. O formato de um ambiente pode ser representado por uma figura geométrica e
assim possibilita ao profissional realizar o cálculo de sua área mais facilmente.
A realização de um desenho em perspectiva isométrica pode facilitar a compreensão de
detalhes construtivos ocultos ou de difícil compreensão no desenho técnico.
Esse é o assunto que trataremos neste capítulo e ao final deste estudo você estará apto a:
a) reconhecer as principais figuras geométricas;
b) compreender as bases do desenho em perspectiva, por meio do conhecimento do dese-
nho em perspectiva isométrica;
c) expressar-se através do desenho em perspectiva isométrica.
Vamos conhecer as representações geométricas? Adiante.
DESENHO TÉCNICO
52

4.1 FIGURAS GEOMÉTRICAS

São formas planas ou não planas. Polígono é toda figura geométrica formada
por uma linha poligonal fechada mais a sua região interna. Prismas e cilindros são
figuras geométricas espaciais chamadas sólidos geométricos.

FIGURA GEOMÉTRICA NOME DA FIGURA GEOMÉTRICA

Trapézio
Quadrilátero que só possui duas arestas opostas paralelas, com com-
primentos distintos, denominados base maior e base menor

Paralelogramo
Possui quatro arestas, sendo as duas opostas paralelas. Possui dois
ângulos agudos e dois ângulos obtusos

Retângulo
Possui quatro arestas, sendo as duas opostas paralelas. Possui quatro
ângulos retos

Quadrado
Possui quatro arestas iguais e paralelas

Losango
Possui quatro arestas paralelas e ângulos internos agudos e obtusos

Pentágono
Possui cinco arestas

Hexágono
Possui seis arestas
Triângulo
Possui três arestas. Aqui temos o equilátero (três arestas de mesma
dimensão) e o retângulo (triângulo retângulo possui um ângulo reto
interno)

Círculo

Elipse

Quadro 5 - Principais polígonos


4 REPRESENTAÇÕES GEOMÉTRICAS ESPACIAIS
53

CASOS E RELATOS

Perda de tempo
Sandro era um profissional de instalação e manutenção de cabos e redes
telefônicas com bastante experiência. Certa vez recebeu a incumbência de
tirar as medidas do local de um trabalho em outra cidade, bastante longe, a
fim de colaborar nos cálculos quantitativos de material que seria gasto. Ao
chegar ao escritório após o trabalho de medição realizado, Sandro obser-
vou que havia informações faltando. Eram algumas medidas em diagonal
do ambiente. Sem consultar outra pessoa para tirar dúvidas, e sem buscar
conhecimentos a mais, Sandro teve de retornar ao local para medir especi-
ficamente o que faltava. Isso gerou para a companhia mais custos e perda
de tempo. Se Sandro tivesse procurado saber mais sobre as propriedades
matemáticas das formas geométricas, teria encontrado a solução.

PRISMAS E CILINDRO NOME DA FIGURA

Prisma quadrangular

Prisma triangular

Prisma pentagonal

Prisma hexagonal

Cilindro

Quadro 6 - Principais prismas e cilindro


DESENHO TÉCNICO
54

Que as medidas diagonais de uma superfície plana po-


dem ser conhecidas aplicando-se propriedades de geo-
metria dos triângulos? Se você tiver uma parede retan-
VOCÊ gular e quiser saber a medida diagonal, poderá calcular
SABIA? essa medida aplicando os métodos de cálculos para
triângulos (busque na internet e em livros o assunto
“como calcular arestas de triângulos” e sobre o “Teorema
de Pitágoras”).

Nicolli Muller (2012)


Figura 50 -  Cálculo de medida de linha inclinada em relação ao plano.

4.2 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Perspectiva é a forma de representar objetos e ambientes exatamente como


eles são vistos pelo olho humano, ou seja, em três dimensões (largura, altura e
profundidade). Existem vários métodos perspectivos. Dentre eles, o de perspec-
tiva isométrica.

Existem outros métodos perspectivos que você pode estudar


SAIBA nos livros ou até mesmo em sites. Entre eles estão a perspec-
MAIS tiva isométrica explodida, perspectiva cavaleira, perspectiva
cônica (com 1 ou 2 pontos de fuga).

Na perspectiva isométrica, os três eixos que representam as arestas do volume


(largura, altura e profundidade) têm a mesma inclinação e todas são representa-
das na mesma escala, formando um ângulo entre si de 120º.
4 REPRESENTAÇÕES GEOMÉTRICAS ESPACIAIS
55

Nicolli Muller (2012)


Figura 51 -  Neste método perspectivo observamos que uma aresta do cubo está voltada para o observador e que as arestas
perpendiculares possuem uma inclinação.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design, apostila de Desenho em Perspectiva (2011).

Quando representamos um objeto em perspectiva isomé-


trica, as arestas perpendiculares à aresta principal (a que
FIQUE está voltada para o observador) possuem inclinação de
ALERTA 30º em relação à linha auxiliar. Nesse método perspectivo,
as arestas encontram-se todas em verdadeira grandeza (e
são representadas em escala).

Vamos observar agora um exemplo de construção de um cubo, por meio do


método de construção em perspectiva isométrica.
a) Traçar com a régua paralela (traçado leve) a linha auxiliar.

linha auxiliar

b) Traçar uma reta vertical que representa a aresta principal, a que está voltada
para o observador. Nesta reta marcar a altura do cubo (por exemplo, 3 cm).

altura do cubo

c) Traçar as arestas que representam as perpendiculares à aresta voltada para


o observador. Utilizar o ângulo de inclinação de 30º, uma para a direita e ou-
tra para a esquerda. Marcar nestas arestas a medida desejada (neste exem-
plo, 3 cm).

profundidade profundidade

30º 30º
DESENHO TÉCNICO
56

d) Para finalizar o desenho, completar o cubo com as arestas que estão faltan-
do (as verticais e as inclinadas para a esquerda e para a direita). Estas arestas
são paralelas às traçadas anteriormente.

c b

b c

Nicolli Muller (2012)


a a = retas verticais
a
b = retas inclinadas para esquerda
a
b c c = retas inclinadas para direita
30º 30º
Figura 52 -  Representação final do cubo em perspectiva isométrica, com indicação da direção das linhas de traçado.
Fonte: Adaptado de Centro de Artes e Design (2011).

RECAPITULANDO

Neste capítulo você aprendeu a reconhecer as principais formas geométri-


cas e a realizar um desenho em perspectiva isométrica. Essas habilidades
são muito importantes para auxiliar na compreensão de todas as condicio-
nantes de um trabalho. Pense numa situação em que você precisa explicar
um detalhe construtivo para alguém, mas não consegue expressar em pa-
lavras. O desenho neste caso é a melhor ferramenta, pois evitamos os pro-
blemas causados pela dificuldade de comunicação. Como toda habilidade
de desenho, é preciso treinar. Rompa suas próprias barreiras e desafie-se
a representar cada vez mais elementos complexos com desenho em pers-
pectiva.
4 REPRESENTAÇÕES GEOMÉTRICAS ESPACIAIS
57

Anotações:
Profissionalismo, Trabalho em Equipe
e Ferramentas de Qualidade

Dentro dos princípios contemporâneos de qualidade, o planejamento profissional é um


item que aglutina vantagens preciosas para garantir o sucesso profissional. Toda e qualquer
tarefa inicia por planejamento, caso contrário, ocorre o retrabalho e com ele a insatisfação do
cliente, aumento de custos, perda de tempo e segurança em risco.
Estabelecer metas pessoais para aprimoramento de seus processos é um excelente caminho
para o crescimento profissional.
Vamos conhecer agora os objetivos de aprendizagem. Ao final do estudo deste capítulo
você:
a) estará consciente da necessidade de realizar o planejamento profissional;
b) compreenderá alguns princípios básicos sobre o planejamento profissional voltado às
competências em desenho técnico;
c) estará motivado a desenvolver a postura de trabalho em equipe nos seus processos de
trabalho.
Pronto para começar? Vamos em frente!
DESENHO TÉCNICO
60

1 CHECK LIST 5.1 PROFISSIONALISMO E TRABALHO EM EQUIPE


Lista de checagem ou De acordo com Möller (1996), a qualidade sempre envolve duas etapas: 1) fa-
lista de itens a serem
checados para conferir zer o trabalho; 2) verificar a qualidade daquilo que você faz. De acordo com o
algo. Compreende
aspectos quantitativos e/ou autor, não deveria ser necessário verificar o trabalho de quem entrega com alto
qualitativos. nível de qualidade. A verificação do trabalho de outros deve ser reduzida por vá-
rias razões:
a) ninguém gosta de ser verificado;
b) a verificação eleva os custos;
c) a verificação constante não promove nem uma sensação de bem-estar, nem
a eficácia.
Portanto, prepare-se e faça sua autorrevisão e sinta-se melhor!
Nos dias atuais, para se trabalhar em equipe e para que a empresa tenha me-
lhores resultados, é necessário cooperação entre todos seus membros. Cooperar
é interagir. Marx (1980) chamava de cooperação a forma de trabalho em que mui-
tos operários trabalham lado a lado e em conjunto para con­seguirem melhores
resultados para a equipe.

Grupo é um conjunto de pessoas com objetivos comuns


VOCÊ que em geral se reúnem por afinidades. No entanto,
esse grupo não é uma equipe. Equipe é um conjunto de
SABIA? pessoas com objetivos comuns atuando no cumprimen-
to de metas específicas.

Mas, você deve estar se perguntando, como realizar o planejamento profis-


sional relacionando-o às competências necessárias em desenho técnico? Fique
tranquilo, podemos listar dois aspectos:
a) Aprimoramento contínuo – através de estudo frequente das normas, co-
nhecimento de novas tecnologias, revisão com autocrítica a respeito do pró-
prio trabalho e da metodologia utilizada, participação em cursos, feiras e se-
minários e outros meios de desenvolvimento contínuo de suas capacidades
técnicas e organizacionais.
b) Uso de ferramentas de qualidade.

Você deve ter metas claras para sua qualificação profissio-


FIQUE nal. A cada vez que você produzir um serviço com a qua-
ALERTA lidade que corresponde às suas próprias metas, você se
sentirá feliz e orgulhoso e sua autoestima será fortalecida.
5 PROFISSIONALISMO, TRABALHO EM EQUIPE E FERRAMENTAS DE QUALIDADE
61

5.2. FERRAMENTAS DE QUALIDADE

Existem diversas ferramentas que possibilitam a melhoria da qualidade nos


serviços. Vamos conhecê-las?

5.2.1. CHECK LIST

Dentro dos conhecimentos de desenho técnico, uma das ferramentas de qua-


lidade mais importante é a realização de um Check list, ou seja, estabelecer lista
de atividades e prioridades para o processo do seu trabalho, dentro dos limites de
suas competências. Isso evita que o profissional cometa falhas por esquecimento
de etapas.
Mas o que é um check list relacionado ao desenho técnico? Leia com atenção:
a) Compreensão plena das suas atribuições especificamente para cada
trabalho;
b) Estudo das plantas fornecidas a fim de compreender todas as características
espaciais representadas no projeto;
c) Comparação do projeto que se tem em mãos, com a situação in loco;
d) Anotação na planta ou num papel à parte, situações in loco diferentes das
expostas no projeto, fazendo uso dos conhecimentos em desenho técnico
e normativas, bem como, quando necessário, de desenho geométrico para
exemplificar mais claramente alguns aspectos;
e) Compartilhamento com a liderança do projeto a respeito das divergências
observadas.

Os conhecimentos em desenho técnico exigem que sejam


memorizados inúmeros códigos, símbolos, cores etc. Existem
SAIBA técnicas muito interessantes e eficazes que auxiliam na me-
MAIS morização. Uma delas é a criação de “Mapas Mentais”, criada
por Tony Buzan (Mind Maps). Procure livros e sites na internet
sobre o assunto.

Fabbri (2012) afirma que o check list ajuda o gerente a coordenar a reunião de
FTR (Revisões Técnicas Formais) e auxilia cada revisor a focar nas características
importantes. Os check lists de­vem ser aplicados a documentos de análise, proje-
to e teste, focando os aspectos e defeitos comuns da fase correspondente. Por
exemplo, as questões no check list para a fase de requisitos de um software devem
apontar os problemas e defeitos que podem aparecer nos documentos de espe-
cificação de requisitos e correlatos.
DESENHO TÉCNICO
62

CASOS E RELATOS

A história poderia ter sido diferente


Na seção “Casos e relatos” do Capítulo 2, vimos que Paulo não aplicou os
princípios básicos de planejamento e cooperação profissional. O resultado
foi um trabalho malfeito, frustrante e que manchou a imagem de sua em-
presa e dele próprio.
Trabalhar em equipe é muito mais do que estar num grupo. É compreender
as suas competências pessoais, conhecer as dos outros, e buscar formas de
interação entre elas para que haja sempre a soma de habilidades que re-
sultem num trabalho organizado e com qualidade. Reflita bem sobre como
você pode ser mais organizado e eficaz em seu trabalho, aplicando os prin-
cípios básicos de planejamento profissional e cooperação. Tenha sempre
isso e em mente, aplique no dia a dia e prepare-se para colher cada dia
melhores resultados!

O conceito de cooperação profissional deve possibilitar a você um olhar crítico


à sua forma de trabalhar e relacionar-se com os demais. Esse conceito deve estar
enraizado em nossa forma de pensar, conscientes de que a iniciativa deve ser pri-
meiramente nossa em direção ao bem comum. Assim, todos ganham e surgem
novas oportunidades para todos.

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos que o planejamento profissional é imprescindível


para garantir a qualidade do trabalho. A busca contínua pelo aperfeiçoa-
mento pessoal e profissional conduz certamente a grande satisfação no
trabalho. Vimos que o desenvolvimento da autocrítica é uma ferramenta
importante para o aprimoramento e que o trabalho em equipe colabora
para o atingimento de metas. As pessoas que observam os critérios de qua-
lidade com dedicação desfrutarão de maior satisfação pessoal ao término
de cada trabalho.
5 PROFISSIONALISMO, TRABALHO EM EQUIPE E FERRAMENTAS DE QUALIDADE
63

Anotações:
REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10067, Princípios


Gerais de Representação em Desenho Técnico. Maio de 1995.
_____. NBR 10126, Cotagem em Desenho Técnico. Novembro de 1987.
_____. NBR 8196, Desenho técnico – emprego de escalas. Dezembro de 1999.
_____. NBR 12298, Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico.
Abril de 1995.
_____. NBR 8403, Aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – larguras de linhas.
Março de 1984.
_____. NBR 10582, Apresentação da folha para desenho técnico. Dezembro de 1988.
_____. NBR 6492, Representação de projetos de arquitetura. Abril de 1994.
_____. NBR 05444 – símbolos gráficos para instalações prediais. Fevereiro de 1989.
ALBERNAZ, Maria Paula; Cecília Modesto Lima. Dicionário ilustrado de arquitetura. 2. ed. São
Paulo: Editora Pró Livros, 1998.
BORGES, Alberto de Campos. Prática das pequenas construções. São Paulo: Edgar Blücher, 1996.
CENTRO de Artes e Design. Apostila de desenho técnico. Florianópolis, 2010. Faculdade Assis
Gurgacz. Apostila de Desenho Técnico I.
CHING, Francis D. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins, 1999.
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DESTEC-LIVRO. Apostila de desenho técnico. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/destec/
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FABBRI, S. Checklist. Disponível em: <www2.dc.ufscar.br/~junia/Checklist.pdf>. Acesso em: 3 jan.
2012.
GURGEL, Miriam. Projetando espaços – guia de arquitetura de interiores para áreas residenciais.
São Paulo: Editora Senac, 2003.
HALLAWELL, Philip. À Mão Livre – A linguagem do Desenho. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.
A., 2001.
HOELSCHER, R. P.; Springer, C. H.; Dobrovolny, J. S. Expressão Gráfica e Desenho Técnico. Trad.
Rodrigues, R. S.; Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos, 1978.
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgar Blücher, 1995.
_____. A Perspectiva dos Profissionais. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda., 1994.
MÖLLER, Claus. O lado humano da qualidade: maximizando a qualidade de produtos e services
através do desenvolvimento das pessoas. 10. ed. São Paulo: Pioneira Administração e Negócios,
1996.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. Rio de Janeiro: Ed. Ao livro técnico, 1997.
PARRAMÓN, José M. A perspectiva na Arte. Lisboa/PT: Ed. Presença, 1998.
SCHAAWATCHER, Georg. Perspectiva para arquitetos. Ed. Gustavo Gili, 1992.
SILVA, Gilberto Soares da. Curso de desenho técnico: para desenhistas, acadêmicos de engenharia,
acadêmicos de arquitetura. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1993.
TANAKA, T. Instalações prediais hidráulicas e sanitárias. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e
Científicos, 1986.
MINICURRÍCULO DA AUTORA

Maria Pilar Martins Diez Arantes é graduada em Arquitetura e Urbanismo (Universidade Metodis-
ta Bennet/1992), pós-graduada em Urbanismo e História da Cidade (Universidade Federal de San-
ta Catarina/1999), é empresária fundadora do Centro de Artes e Design, onde também é diretora
e atua como um dos docentes.
Foi responsável pela criação do primeiro curso técnico em design de interiores da Grande Floria-
nópolis/SC em 1999, tendo elaborado todo plano de curso, bem como de diversos cursos livres
e de qualificação profissional da instituição. Tem experiência prática em projetos e obras de ar-
quitetura e design de interiores, e já realizou vários trabalhos para particulares, escritórios e lojas.
Trabalhou como consultora analista de projetos para um grande Shopping Center de São José/
SC, tendo avaliado mais de 200 projetos em dois anos de colaboração. Atua como palestrante em
temas ligados à estética, à história da arte, à tecnologia dos materiais e às técnicas construtivas.
Tem experiência em elaboração de planos de curso para cursos à distância (EaD) e desenvolvi-
mento de material didático e avaliativo para eles, já tendo lançado, até março de 2012, dois cursos
EaD pelo Centro de Artes e Design.
ÍNDICE

A
Ângulo 16, 18, 27, 28, 52, 54, 55

C
Corte 23, 24, 30, 32, 35, 37, 38, 39, 41, 42, 43
Cota 23, 25, 31, 32, 35, 43, 47

D
Diâmetro 27

E
Eixo 24, 27, 28, 54
Escada 36, 37, 38
Escala 16, 17, 18, 22, 23, 25, 32, 43, 54, 55

F
Fachada 30, 35, 39, 44

H
Hachura 23, 24, 31, 32, 43, 44

J
Janela 32, 34, 38, 43

L
Leiaute 18, 21
Linhas 16, 18, 23, 24, 26, 28, 30
N
Nível 30, 35, 37, 43, 60

P
Perspectiva 29, 41, 51, 54, 55, 56
Planejamento 21, 47, 59, 60, 62
Planta baixa 17, 30, 31, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 41
Porta 32, 33, 34, 43
Prancha 18, 23, 24, 25, 29
Projeto 18, 21, 26, 28, 29, 30, 31, 35, 36, 42, 47, 48, 61

T
Traçado 23, 31, 55
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Simone Moraes Raszl


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Maristela de Lourdes Alves


Coordenação do Projeto

Maria Pilar Arantes


Elaboração

Vicente D’ Onofrio
Revisão Técnica

Luciana Effting
CRB14/937
Ficha Catalográfica

FABRICO

Design Educacional
Revisão Ortográfica, Gramatical e Normativa
Ilustrações
Tratamento de Imagens
Normalização
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico

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