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FIRJAN

CIRJ
SESI
SENAI
IEL

SOLDAGEM
TIG
versão preliminar

SENAI-RJ • Metalurgia
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

SOLDAGEM
TIG
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente

Diretoria Operacional Corporativa


Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor

Diretoria Regional do SENAI-RJ


Fernando Sampaio Alves Guimarães
Diretor

Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

SOLDAGEM
TIG

SENAI-RJ
2004
Soldagem TIG
2004

SENAI-Rio de Janeiro
Diretoria de Educação

FICHA TÉCNICA

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda


Gerência de Produto Newton Martins
Coordenação Vera Regina Costa Abreu
Revisão Técnica Carlos Reis Vilhena
Revisão Pedagógica Maria Leonor de Macedo Soares Leal
Revisão Gramatical e Editorial Raquel Soares Correa
Projeto Gráfico Artae Design & Criação
Editoração Conexão Gravatá Ltda.

Edição revista do material Processo de soldagem; soldagem TIG; eletrônica básica; gabarito.
Rio de Janeiro • SENAI/RJ/CETEC de Solda, 1995.

SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional

Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca


20270-903 – Rio de Janeiro
Tel.: (21) 2587-1117
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Prezado aluno,

Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de 60 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o
desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens e
adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia,
proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas
de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis
flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o
comprometimento com os resultados.
Soma-se a isso o fato de que a produção constante de novos saberes e tecnologias exigirá
de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando-se a
necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e
instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo
uma formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!

Andréa Marinho de Souza Franco


Diretora de Educação
Sumário

APRESENTAÇÃO ............................................................... 11
UMA PALAVRA INICIAL ................................................... 13

1
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................... 17
Principais processos de soldagem por fusão ........................... 1 9
Soldagem TIG .................................................................... 2 1
Terminologia de soldagem .................................................... 2 1

2
ELETROTÉCNICA BÁSICA ................................................. 2 7
Introdução ......................................................................... 2 9
Circuitos ............................................................................ 2 9
Tipos de corrente elétrica ..................................................... 3 2
Curvas características ......................................................... 3 5
Arco elétrico ....................................................................... 3 9
Condensadores de filtragem ................................................. 4 5
Processo TIG com corrente pulsada ...................................... 4 7
Praticando .......................................................................... 4 8

3 EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM .................................. 51


Introdução ......................................................................... 5 3
Esquema de um equipamento de soldagem TIG ...................... 5 3
Fontes de corrente para soldagem ........................................ 5 4
Equipamento para soldagem TIG com programação
de corrente ........................................................................ 6 1
Exigências para acessórios de soldagem e manutenção ........... 62
Pistola para soldagem TIG.................................................... 64
Indicação e regulagem de pressão e de vazão do gás de
proteção............................................................................ 67
Ciclos de trabalho na soldagem ............................................ 69
Praticando.......................................................................... 70

4 METAIS DE BASE E CONSUMÍVEIS ...................................


Introdução .........................................................................
Soldabilidade dos aços-carbono comuns ................................
73
75
75
Eletrodo de tungstênio ........................................................ 77
Seleção de corrente de soldagem ......................................... 82
Gases de proteção.............................................................. 82
Praticando.......................................................................... 86

5 DESCONTINUIDADE NA SOLDAGEM .................................


Introdução .........................................................................
Abertura e manutenção do arco elétrico ................................
89
91
91
Sopro magnético ................................................................ 93
Descontinuidades em juntas soldadas ................................... 95
Problemas na soldagem em função do equipamento ............... 105
Praticando.......................................................................... 108

6 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO .............................. 111


Introdução. ........................................................................ 113
Equipamentos de proteção individual (EPI) ............................. 113
Cuidados com o circuito de soldagem ................................... 116
Riscos elétricos................................................................... 117
Perigos do arco elétrico ....................................................... 120
Ambientes de risco para a soldagem ..................................... 123
Gases técnicos nos processos de soldagem ........................... 126
Organização do posto de soldagem ...................................... 132
Primeiros socorros .............................................................. 133
Praticando.......................................................................... 134

10 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Apresentação

Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e
aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros
aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
Com essa perspectiva é que concebemos o material didático que você está recebendo,
cujos conteúdos são necessários às atividades que trabalha com o processo de soldagem TIG.
O material Soldagem TIG está organizado em seis seções de estudo, com o objetivo de
apoiar os seus estudos, ajudando-o em vários momentos e situações. Ele pode ser usado, por
exemplo, para você acompanhar os conteúdos tratados em sala de aula, para estudar em casa e
reforçar seus conhecimentos, para realizar exercícios de fixação, consultar um determinado
assunto, realizar trabalhos individuais ou em grupos, apoiar o desenvolvimento de suas aulas
práticas etc.
Agora folheie o material, analisando cada uma de suas seções. Veja que logo na primeira
seção tratamos dos diferentes processos de soldagem por fusão e da terminologia básica
empregada nesses processos. Nas quatro seções que se seguem apresentamos conteúdos
relacionados à eletrotécnica básica, aos equipamentos empregados na soldagem TIG, aos metais
de base e consumíveis e às descontinuidades possíveis de ocorrer em uma soldagem. E, para
finalizar, a seção 6 aborda as principais medidas de saúde e de segurança que devem ser
observadas nos trabalhos de soldagem.
Desejamos que esse material contribua para você enriquecer a sua formação profissional,
capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.

SENAI-RJ 11
12 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Uma palavra inicial

Uma palavra inicial

Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade
da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de
curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.
Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em
mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.

SENAI-RJ 13
Soldagem TIG – Uma palavra inicial

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a


falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias
não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser
fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma
forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua
capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente
não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o
uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade,
possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas
formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-
primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o
público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais
desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para
sua reputação ou para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de
pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que
melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de
forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente de trabalho
é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências
acabam afetando a todos.

14 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Uma palavra inicial

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no


trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos
empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar
as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção.
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador,
patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar
a segurança de todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o
meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores,
propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países,
empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm
desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde.
Mas, isso ainda não é suficiente... faz-se necessário ampliar tais ações, e a educação é um
valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material
conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho, lembrando
que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente,
zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?

SENAI-RJ 15
Aspectos introdutórios

Nesta seção...

Principais processos de soldagem por fusão

Soldagem TIG

Terminologia de soldagem

1
18 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Principais processos de
soldagem por fusão

Apesar de este material destinar-se a cursos de formação de profissionais em soldagem


TIG, consideramos importante você ter uma visão geral dos principais processos de soldagem
por fusão, como também conhecer a terminologia básica empregada nesses processos.
Esses assuntos, que abordaremos nesta primeira seção de estudo, são fundamentais para
você exercer as funções de soldador e, certamente, irão ajudá-lo bastante no estudo dos demais
conteúdos tratados nas seções seguintes.
Nos processos de soldagem por fusão, são unidos materiais semelhantes ou, então, ligas
diferentes no estado líquido.
Veja quais são os principais processos de soldagem por fusão, analisando atentamente
cada figura.

Soldagem a gás

Fig. 1

SENAI-RJ 19
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Eletrodo revestido

Fig. 2

TIG (Tungsten Inert Gás)

Fig. 3

MIG (Metal Inert Gás) e MAG (Metal Active Gás)

Fig. 4

20 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Soldagem TIG

Agora, observe essa outra figura que mostra, com mais detalhes, a soldagem TIG, ou seja, a
soldagem a arco elétrico com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa, temática que
aprofundaremos neste material.

Progressão
da soldagem

Tocha

Gás de proteção Eletrodo de tungstênio

Arco
Metal líquido Vareta

Metal
solidificado
Metal de base

Fig. 5

• Campo de aplicação da soldagem TIG soldagem em todas as posições.

• Materiais aços não-ligados, de baixa, média e alta liga, assim como


metais não-ferrosos.

• Gases utilizados argônio, hélio ou mistura de argônio e hélio.

• Espessura do material de 0,5m até 8mm.

Terminologia de soldagem

Nos itens que se seguem, você vai encontrar a terminologia normalmente empregada nos
serviços de soldagem em relação aos tipos de juntas, aos tipos de chanfros para juntas e às
posições de soldagem.
Conheça esta terminologia e analise a figura correspondente a cada uma delas.

SENAI-RJ 21
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Terminologia relativa aos


tipos de juntas

Junta de topo

Fig. 6

Junta de ângulo em L

Fig. 7

Junta de ângulo em T

Fig. 8

Junta sobreposta

Fig. 9

• Junta de aresta

Fig. 10

22 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Terminologia relativa aos tipos de


chanfros para juntas de topo

Sem chanfro

Fig. 11

Com chanfro em V

Fig. 12

Com chanfro em X (simétrico ou assimétrico)

Fig. 13

Com chanfro em K (simétrico ou assimétrico)

Fig. 14

Com chanfro em meio V

Fig. 15

SENAI-RJ 23
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Com chanfro em U

Fig. 16

Com chanfro em J

Fig. 17

Com chanfro em duplo U (simétrico ou assimétrico)

Fig. 18

Com chanfro em duplo J (simétrico ou assimétrico)

Fig. 19

24 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Terminologia relativa às posições


de soldagem

Essa terminologia obedece às disposições constantes da norma AWS A 2.1.

Posição plana

Fig. 20 Fig. 21

Posição horizontal

Fig. 22 Fig. 23

Posição vertical

Fig. 24 Fig. 25

SENAI-RJ 25
Soldagem TIG – Aspectos introdutórios

Posição sobrecabeça

Fig. 26 Fig. 27

Posição fixa obrigatória

Fig. 28 Fig. 29

Fig. 30

26 SENAI-RJ
Eletrotécnica básica

Nesta seção...

Introdução

Circuitos

Tipos de corrente elétrica

Curvas características

Arco elétrico

Condensadores de filtragem

Processo TIG com corrente pulsada

Praticando

2SENAI-RJ 27
28 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Introdução

Embora o profissional da área de soldagem não necessite conhecer eletrotécnica


profundamente, alguns conceitos básicos são fundamentais para que ele possa manusear os
equipamentos de soldagem TIG.
Daí trabalharmos, nesta seção, os termos técnicos indispensáveis à compreensão da
eletrotécnica empregada na soldagem com o Processo TIG, bem como com os tipos de corrente
existentes e utilizados nas máquinas de soldagem.

Circuitos

Os circuitos hidráulico e elétrico têm características próprias que o soldador deve conhecer.
Analise essas características e depois compare um circuito com o outro.

Circuito hidráulico Resistência

Neste circuito, a força motriz do fluxo hidráulico


A bomba produz
pode ser obtida por meio de pressão da bomba. pressão
O volume circulante, que cresce com o aumento da
pressão, é o fluxo no tubo condutor.
O estreitamento obtido por meio de um registro
de água e todas as outras resistências relativas à tubula- Volume circulante

ção reduzem o fluxo de água, aumentando a pressão.


Observe o circuito hidráulico nesse esquema. Fig. 1

SENAI-RJ 29
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Circuito elétrico
Agora, nessa outra figura, temos um esquema do circuito elétrico.

Intensidade da corrente

A fonte da
corrente elétrica
produz tensão (V)

Resistência

Fig. 2

No circuito elétrico, a força motriz da corrente elétrica é obtida sob a forma de tensão (V),
por meio da fonte de corrente elétrica, em volt.
A corrente elétrica é obtida por movimento de elétrons no condutor elétrico. A intensidade
de corrente (I), medida em ampere, é equivalente a um determinado número de elétrons por
segundo, e cresce com o aumento de tensão.
A resistência elétrica (R), medida em ohm, é obtida por meio de um condutor elétrico com
baixo valor de condutividade elétrica, como é o caso do arco elétrico.
Todos os tipos de resistência elétrica provocam uma queda na intensidade de corrente.

Grandezas dos circuitos hidráulico


e elétrico
A correspondência entre as grandezas envolvidas nos circuitos hidráulico e elétrico é a seguinte:

Circuito hidráulico Circuito elétrico

Pressão Tensão
Volume circulante Intensidade da corrente
Oposição ao fluxo Resistência elétrica

Quadro 1

30 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Os símbolos adotados para essas grandezas do circuito elétrico e a unidade de medida


correspondente você pode conferir no quadro a seguir.

Grandeza do circuito elétrico Símbolo Unidade


Tensão V V (volt)
Intensidade de corrente I A (ampere)
Resistência elétrica R Ω (ohm)

Quadro 2

A intensidade da corrente é dada por meio da seguinte fórmula,


conhecida como Lei de Ohm:
Tensão
Intensidade de corrente =
Resistência
Ou seja: I = V
R

Circuito de soldagem
No circuito de soldagem, o arco elétrico é a principal resistência, determinando os valores
da corrente de soldagem e da tensão do arco elétrico.
As resistências que se encontram nos cabos de solda são de valores muito pequenos.

Tipos de corrente elétrica

Neste item você vai analisar os tipos de corrente elétrica, a saber: corrente contínua, corrente
alternada e corrente alternada trifásica.

SENAI-RJ 31
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Corrente contínua (CC)


Esse é um tipo de corrente elétrica que flui no mesmo sentido e, normalmente, com a
mesma força.
A corrente contínua é muito importante para a soldagem, uma vez que, para certos
processos a arco elétrico, somente ela pode ser usada.

Corrente alternada (CAn)


A corrente alternada é uma corrente elétrica que alterna permanentemente sua direção e
força.
A direção da corrente alternada muda 120 vezes por segundo, significando 60 períodos (ou
ciclos) por segundo, que tecnicamente são chamados de 60 Hz (Hertz).

Corrente alternada trifásica


A corrente alternada trifásica é uma corrente elétrica formada por três ondas defasadas de
corrente alternada de 60 Hz (Hertz).
Essa corrente é usada, principalmente, no abastecimento de rede elétrica onde são ligados
aparelhos de grande consumo de energia, como, por exemplo, máquinas de soldar.

No consumo público, a corrente contínua praticamente não é usada.


Nesse caso, a corrente mais usada é a corrente alternada, sendo que a
voltagem dos prédios, casas, etc. é de 110 ou 120 volts.

32 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Princípio da corrente alternada


retificada
Nos gráficos a seguir, você poderá observar o princípio da corrente alternada retificada.
Analise cada um com muita atenção.

Corrente alternada
Tensão em volt

Tempo

Gráfico 1

Corrente alternada para corrente contínua

Ondulação grande
Tensão em volt

Tempo

Gráfico 2

SENAI-RJ 33
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Princípio da corrente alternada trifásica

L1 L2 L3
Tensão em volt

Tempo

Gráfico 3

Corrente alternada trifásica para corrente contínua


Tensão em volt

Ondulação
pequena
Tempo

Gráfico 4

Quanto menor for a ondulação da corrente de soldagem, melhores serão


as condições dessa soldagem.

34 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Curvas características

Vejamos agora um outro aspecto bastante importante para o trabalho de um soldador: as


curvas características do arco elétrico e as curvas características das fontes de corrente.

Curvas características do arco elétrico


Pela Lei de Ohm, que você já viu anteriormente, temos que:

V
I = e, daí: V = R.I
R

Usando um diagrama, podemos representar assim:

R I

Fig. 3

Veja um exemplo:

Considerando que o valor da resistência é R = 0,2, e variando a intensidade da corrente (I),


encontraremos a tensão (V).
Observe:
V = R.I
V = 0,2 . 100 = 20 volts
V = 0,2 . 200 = 40 volts
V = 0,2 . 300 = 60 volts

Representando esses valores no gráfico que se segue, teremos:

SENAI-RJ 35
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

V
em volt

Curva representativa
da resistência

I
em ampere

Gráfico 5

Neste gráfico, a linha da resistência apresenta-se como uma linha reta. Considerando-se a
resistência do arco elétrico, essa reta é a curva característica do arco elétrico.

Curvas características das fontes


de corrente
Há três tipos de curvas características das fontes de corrente: a curva tombante, a curva de
tensão constante e a curva controlada eletronicamente.
Analisaremos cada uma dessas curvas.

Curva tombante (corrente constante)


V em volt
Em soldagem manual
a arco elétrico (eletrodo Curva característica da
fonte da corrente
revestido e TIG), as curvas
características apresen-
tam-se com acentuada
inclinação, como esta que Curva característica
para arco longo
vemos no gráfico ao lado.
Curva característica
para arco curto

I em ampere

Gráfico 6

36 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Neste caso, a vantagem é que, tanto para arcos curtos como para arcos longos, a variação
da intensidade da corrente (∆ I) é pequena, significando que o soldador poderá utilizar um arco
longo ou curto.
A variação da intensidade da corrente elétrica (∆I) é pequena em relação às maiores variações
de tensão (∆V ).

Curva de tensão constante


Em processos de soldagem automáticos ou semi-automáticos (MIG/MAG e Arco
Submerso), a curva característica da fonte de corrente apresenta-se com pequena inclinação,
com valor de tensão quase constante.
Confira no gráfico.

V em volt

Curva característica da fonte


da corrente

Curva característica
para arco longo

Curva característica
para arco curto

I em ampere

Gráfico 7

Neste caso, a vantagem é que a variação da intensidade da corrente, para arcos longos ou
curtos, é grande em relação à tensão.
Assim, as máquinas de soldagem têm condições de reajustar automaticamente (regulagem
interna) o comprimento do arco, anteriormente ajustado para um outro valor.

SENAI-RJ 37
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Curva controlada eletronicamente (corrente constante)


Como você pode observar neste gráfico, as fontes de corrente controladas eletronicamente
oferecem curvas tombantes com várias características.

V em volt

Curva característica da
fonte da corrente

Curva característica
para arco longo

Curva característica
para arco curto

I em ampere

Gráfico 8

Curvas deste tipo, diante das modificações de comprimento de arco, mantêm a intensidade
de corrente praticamente constante.

Todas as fontes de corrente para soldagem TIG também podem


ser utilizadas para soldagem com eletrodo revestido.

38 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Arco elétrico

Neste item trataremos de várias questões importantes relativas a arco elétrico. São elas:
tensão do circuito; variação do comprimento do arco; soldagem em corrente contínua, alternada
e pulsada; e abertura do arco elétrico.
Vamos começar?

Tensão do circuito de soldagem


A tensão (V) e a intensidade (I) da corrente elétrica variam em função do momento do
circuito de soldagem.
Vejamos cada caso.

Circuito aberto

Fig. 4

Neste caso, a tensão da corrente elétrica (medida em volts) e a intensidade da corrente


(medida em ampere) são as seguintes:

Tensão V: máxima Intensidade de corrente I: zero

Fig. 5

SENAI-RJ 39
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Curto-circuito

Fig. 6

Este é o momento de abertura do arco, em que a tensão e a intensidade ficam assim:

Tensão V: quase zero Intensidade de corrente I:


muito alta

Fig. 7

Circuito fechado

Fig. 8

Na realização da soldagem, a tensão de trabalho e a intensidade de corrente assumem


esses outros valores:

Tensão de trabalho V: Intensidade de corrente I:


na maioria dos casos, oscila em torno de um
entre 10 e 20V valor fixado

Fig. 9

40 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Variação do comprimento do
arco elétrico
O comprimento do arco elétrico normalmente varia em torno de uma vez e meia o diâmetro
do eletrodo do tungstênio. E é esse comprimento que vai determinar a voltagem do arco.
O comprimento do arco pode variar para aplicações específicas, de acordo com a
preferência do soldador.

Quanto maior o comprimento do arco, maior será a dissipação de calor


para a atmosfera, diminuindo a penetração, alargando o cordão de solda e
aumentando a tensão de trabalho.

Vamos analisar, por meio de figuras, a influência do comprimento do arco sobre a tensão
de trabalho e, também, sobre a penetração e largura do cordão de solda.

Quanto à tensão de trabalho

03,2mm
4,0mm

Comprimento
de arco normal

Fig. 10
6,4mm

Comprimento
de arco longo

Fig. 11

SENAI-RJ 41
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

3mm
Comprimento
de arco curto

Fig. 12

Quanto à penetração e à largura do cordão de solda

Comprimento Comprimento
do arco do arco

Fig. 13

Arco elétrico com corrente contínua


Na soldagem com corrente contínua, o eletrodo é ligado ao pólo negativo. Se, no entanto,
o eletrodo for ligado ao pólo positivo, sua extremidade será destruída pelo forte aquecimento.

Todos os metais, com exceção do alumínio e suas ligas, podem ser


soldados com corrente contínua.

42 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Arco elétrico com corrente alternada


Na corrente alternada, o arco elétrico é extinto a cada troca de polaridade, onde a tensão é
nula, como você pode observar neste esquema.

Fig. 14

Por isso, a cada início de uma meia-onda, deve haver um reacendimento do arco, sem
contato do eletrodo com a peça, por meio de pulsos de alta tensão ou de alta freqüência.

Analise os gráficos abaixo:

Pulsos de alta tensão


Tensão

Tensão

Pulsos de alta tensão

Gráfico 9

Pulsos de alta freqüência


Tensão

Tensão

Pulsos de alta freqüência

Gráfico 10

SENAI-RJ 43
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Abertura do arco elétrico


Para que possa existir um arco elétrico, o espaço entre o eletrodo e a peça deve ser capaz de
conduzir a corrente elétrica. Isto é conseguido pelo aumento da temperatura no início da
formação do arco, tornando o gás de proteção um condutor elétrico.
Os métodos empregados para abertura do arco podem ser mediante contato do eletrodo
com a peça, como, também, por meio de pulsos de alta tensão ou pulsos de alta freqüência.
Vamos analisar cada um desses métodos.

Abertura do arco pelo contato do eletrodo com a peça


Observe, nesta figura, as três etapas de abertura do arco por meio do contato do eletrodo
com a peça, sendo G a fonte de corrente.

(1) Aproximação (2) Curto–circuito (3) Abertura do


da peça e aquecimento arco elétrico

Fig. 15

Com este método é possível que ocorram inclusões de tungstênio no metal de solda, assim
como aderência do metal por soldar ao eletrodo, resultando em instabilidade no arco elétrico.
Com o uso de uma chapa-apêndice de cobre para abertura do arco, evitam-se as inclusões de
tungstênio. Este método de acendimento do arco só é possível com o uso de corrente contínua.

Abertura do arco por meio de pulsos de alta tensão


ou pulsos de alta freqüência

Veja agora a seqüência das etapas de abertura do arco por meio de pulsos de alta tensão ou
de alta freqüência.

44 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

I G I G I G

(1) Aproximação (2) Abertura do (3) Abertura do


da peça arco elétrico por arco elétrico
meio de pulsos de definitivo
alta tensão ou
alta freqüência

Legenda
I – Gerador de pulsos
G – Fonte de corrente

A vantagem desse método de abertura do arco é que, além de evitar as desvantagens do


método anterior, ele permite a soldagem com corrente contínua e com corrente alternada.

Condensadores de filtragem

Na soldagem TIG do alumínio com corrente alternada ocorre o efeito de retificação da


corrente, e isso significa que as ondas da corrente alternada são formadas com intensidades
diferentes, ou seja, são formadas por meias-ondas desiguais (positiva e negativa).
A meia-onda negativa é formada com maior intensidade. O arco elétrico falha, e o efeito de
limpeza do óxido é insuficiente. Veja o gráfico abaixo.

Gráfico 11

SENAI-RJ 45
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Nestes casos, aplicam-se os condensadores de filtragem, e o efeito de retificação da corrente


é compensado, como você pode verificar no gráfico abaixo.

Gráfico 12

Em alguns equipamentos de soldagem TIG, os condensadores de filtragem


podem ser regulados em estágios.

Processo TIG com corrente


pulsada

A corrente de soldagem pulsada alterna-se ordenadamente entre uma corrente de base e


uma corrente pulsada. A corrente de base normalmente não ultrapassa 60% da corrente média
de soldagem. E os impulsos de corrente da corrente pulsada são, em geral, 40% mais alto que os
valores médios da corrente utilizada.
Na regulagem desta corrente utiliza-se uma freqüência entre 0,5 a 10 Hz e impulsos de
corrente de duração prolongada (< 3 Hz). Um arco elétrico decorrente da ação desses impulsos
funde o metal de base e o metal de adição. Entre os impulsos de corrente, atua a corrente de
base, facilitando a solidificação da poça de fusão.
Analise o gráfico a seguir.

46 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Intensidade
da corrente
Corrente de
impulsos

Período

Tempo da corrente Tempo da corrente Corrente


de base de impulsos de base

Gráfico 13

Para uma boa regulagem da corrente pulsada, é necessário adotar os seguintes parâmetros:
• Corrente de impulsos.
• Tempo e freqüência da corrente de impulsos.
• Corrente de base.
• Tempo e freqüência da corrente de base.

A penetração da solda é influenciada principalmente pela freqüência e pela intensidade


dos impulsos de corrente. A freqüência dos impulsos de corrente depende das propriedades do
metal de base e a intensidade dos impulsos depende da espessura.
A velocidade de soldagem e a freqüência dos impulsos devem ser proporcionais: quanto
maior a velocidade de soldagem, maior deve ser a freqüência dos impulsos.
No caso da soldagem manual, por exemplo, recomenda-se uma freqüência de 2 a 3 impulsos
por segundo, pois proporciona uma boa condição para se conseguir um cordão de solda com
boa penetração e bom aspecto visual.

O processo TIG com corrente pulsada apresenta vantagens e desvantagens.


• Vantagens
– Diminui a introdução de calor e com isso minimiza as deformações.
– Melhora a penetração e a uniformidade do cordão de solda.
– Inibe a formação de poros e a formação de trincas a quente.
– Boa estabilidade do arco elétrico em correntes de baixa intensidade.
• Desvantagens
– O soldador precisa ter grande habilidade.
– Em alguns casos, há perda de produtividade.
– Necessita de equipamentos mais caros.

SENAI-RJ 47
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

Praticando

Assinale com um X a alternativa que responde corretamente cada uma das perguntas a
seguir.
1. Volt é a unidade elétrica para medida de qual grandeza?

( ) Tensão.

( ) Corrente.

( ) Resistência.

( ) Potência.

2. Como se representa a Lei de Ohm?

( ) I = R .V

( ) V =R
I

( ) I=V
R

( ) R =V . I

3. Que tipo de curva característica de fonte de corrente tem a máquina para soldagemTIG?

( ) Curva ascendente.

( ) Curva tombante.

( ) Curva constante.

( ) Curva plana.

4. O que acontece com a corrente e a tensão quando, durante a soldagem, se encurta o


comprimento do arco?

( ) A corrente aumenta e a tensão diminui.

( ) A tensão aumenta e a corrente falta.

( ) A tensão e a corrente aumentam.

( ) A tensão falta e a corrente também.

48 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

5. Na soldagem com corrente contínua, onde deve ser ligada a pistola?

( ) No pólo da corrente alternada.

( ) No pólo negativo.

( ) No pólo positivo.

( ) No pólo trifásico.

6. Como é possível a abertura do arco elétrico sem contato entre o eletrodo e a peça?

( ) Por meio da correta afiação do eletrodo de tungstênio.

( ) Por meio de uma alta tensão em vazio da fonte de corrente.

( ) Por meio de um pré-fluxo do gás de proteção.

( ) Por meio de pulsos de alta tensão ou alta freqüência.

7. Qual dos metais de base abaixo relacionados é soldado com corrente alternada, no
processo TIG?
( ) Aço carbono.

( ) Aço inoxidável.

( ) Alumínio.

( ) Cobre.

8. Quais são as vantagens do processo TIG com corrente pulsada?

( ) Equipamento mais caro e pouco sofisticado.

( ) Pouca produtividade, necessitando de grande habilidade do soldador.

( ) Diminui a introdução de calor, a formação de poros e trincas a quente.

( ) Boa estabilidade de arco somente em altas correntes.

9. Qual é o recurso necessário para a abertura e manutenção do arco elétrico em corrente


alternada com o processo TIG?

( ) Sistema de alta freqüência.

( ) Bobina de reatância.

( ) Válvula magnética do gás de proteção.

( ) Fusível de proteção.

SENAI-RJ 49
Soldagem TIG – Eletrotécnica básica

10. Qual das afirmativas abaixo não é função dos condensadores de filtragem no
equipamento de soldagem TIG?

( ) Eliminar o efeito de retificação da corrente na soldagem de alumínio.

( ) Impedir uma sobrecarga da fonte de corrente.

( ) Garantir a formação das meias-ondas positivas e negativas iguais na soldagem de


alumínio.

( ) Impedir falhas do arco elétrico na soldagem de alumínio.

50 SENAI-RJ
Equipamentos para
soldagem
Nesta seção...

Introdução

Esquema de um equipamento de soldagem TIG

Fontes de corrente para soldagem

Equipamento para soldagem TIG com


programação de corrente

Exigências para acessórios de soldagem e manutenção

Pistola para soldagem TIG

Indicação e regulagem de pressão e


de vazão do gás de proteção

Ciclos de trabalho na soldagem

Praticando

3SENAI-RJ 51
Soldagem TIG - Equipamentos para soldagem

52 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Introdução
Dentre os equipamentos utilizados pelos soldadores, a fonte de corrente é uma das mais
importantes. Ela é responsável pelo fornecimento adequado de energia elétrica a todo o sistema
de solda. O soldador deve, portanto, conhecer bem os parâmetros envolvidos no processo, a
fim de interpretá-los corretamente.
Com o conteúdo desta seção, pretendemos auxiliar você a identificar os principais valores
de corrente utilizados na soldagem, bem como na manutenção das máquinas e de seus
respectivos acessórios.

Esquema de um equipamento
de soldagem TIG
4

Vamos começar o estudo desta


3
seção analisando o esquema de um 2 5 6 7 8
equipamento de soldagem. Conheça
1
cada uma das partes desse equipamento
com o auxílio da legenda.

9
Legenda

1
2
Ligação na rede
Fonte de corrente com sistema de refrigeração interno} Fonte de corrente e
Equipamento de comando
3 Cilindro de gás de proteção
4 Válvula reguladora de pressão com medidor de vazão } Gás de proteção

5 Cabo de comando da pistola


6
7
8
Mangueira de condução do gás
Cabo condutor de corrente
Pistola com botão de comando
} Multicabo

9 Cabo–obra com garra – ligação com a peça Fig. 1

SENAI-RJ 53
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Fontes de corrente
para soldagem

Os diferentes tipos de fonte de corrente para soldagem, e o que cada um deles produz, você
pode observar no esquema abaixo.

Transformador corrente alternada (CA)

Retificador produz corrente contínua (CC)

Gerador corrente contínua (CC)

Também é importante você conhecer as características gerais que as fontes de corrente


para soldagem devem ter:

• Tensão de soldagem baixa – aproximadamente, entre 5 e 25 V.

• Corrente de soldagem alta – aproximadamente, entre 15 a 200 A.

• Corrente de soldagem regulável.

• Proteção contra curto-circuito.

• Pequena instabilidade da corrente elétrica e do arco durante a soldagem.

Vejamos agora alguns aspectos mais específicos relativos a cada uma dessas fontes de
corrente para soldagem.

Princípios de funcionamento
do transformador
Analisando a figura a seguir, você poderá perceber o princípio de funcionamento do
transformador.

54 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

(Circuito de soldagem)
(Circuito da rede)

Bobina secundária

Ferro
Bobina primária

Campo magnético pulsante

Fig. 2

O transformador de soldagem produz corrente alternada.

O símbolo desse equipamento é .

Regulagem da corrente de soldagem


no transformador
A corrente de soldagem no transformador pode ser regulada de dois modos diferentes,
como você pode ver a seguir, analisando cada figura.

Regulagem pelo interruptor gradual

I1 Interruptor I2
gradual

V1 V2
(Circuito de soldagem)
(Circuito da rede)

Ferro

Bobina secundária
Bobina primária
Campo magnético pulsante

Fig. 3

SENAI-RJ 55
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Por meio de um interruptor gradual, destacado na figura, altera-se o número de espiras no


primário e, com isso, a relação entre o primário e o secundário modifica-se.

Regulagem por meio do núcleo de dispersão

I1 I2

V1 V2

(Circuito da rede) (Circuito de soldagem)

Bobina secundária
Bobina primária Núcleo de dispersão
Campo magnético pulsante

Fig. 4

Mediante o movimento do núcleo de dispersão, para dentro ou para fora, altera-se o fluxo
magnético no secundário para mais ou para menos.

Princípio do retificador de solda


O retificador possibilita a passagem de corrente somente em uma direção. Analise a figura.

Bobina primária

Diodos de silício
Bobina secundária
TRANSFORMADOR RETIFICADOR COM VENTILAÇÃO

Fig. 5

56 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

O diodo, sinalizado na figura, é o elemento retificador. Ele pode ser compreendido como
uma válvula elétrica de retenção.

O retificador de solda produz corrente contínua.

O símbolo desse equipamento é .

Funcionamento do retificador
Observe este esquema de funcionamento de um retificador para soldagem TIG. Veja o que
indica cada número, acompanhando com a legenda.

6 5 7

Gás de proteção
Multicabo
Água de refrigeração

Corrente da rede
4

Cabo-obra

2 3

Legenda

1 Transformador 5 Válvula magnética do gás de


(monofásico ou trifásico) proteção (solenóide)

2 Retificador 6 Interruptor de comando do sistema


de refrigeração
3 Ventilador de refrigeração
7 Unidade de comando
4 Gerador de pulso de alta tensão
ou de pulso de alta freqüência

Fig. 6

SENAI-RJ 57
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Cada um desses elementos mostrados na figura anterior tem uma função específica, que
apresentamos a seguir.

– Transformador (monofásico ou trifásico)

• Diminui a tensão da rede para uma tensão de soldagem.

• Aumenta a corrente da rede para uma corrente de soldagem.

– Retificador

• Transforma corrente alternada ou corrente trifásica em corrente contínua.

– Ventilador de refrigeração

• Refrigera o retificador e o transformador.

– Gerador de pulso de alta tensão ou de pulso de alta freqüência

• Promove a abertura do arco elétrico sem contato entre o eletrodo e a peça.

– Válvula magnética do gás de proteção (solenóide)

• Abre e fecha eletromagneticamente a vazão do gás de proteção.

– Interruptor de comando do sistema de refrigeração

• Aciona o sistema de refrigeração a água.

– Unidade de comando

• Liga e desliga a corrente de soldagem.

• Regula a intensidade de corrente.

• Comanda a válvula magnética do gás de proteção com pré e pós-fluxo regulável.

• Regula os condensadores de filtragem.

58 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Princípio do gerador
A figura abaixo mostra um gerador. Analise atentamente, identificando cada um de seus
elementos.

Ligação estrela-triângulo
Ativação Corrente contínua para soldagem

Rotor
Coletor

Estator
Escova de carvão
Motor Gerador
Ventilador Induzido

Fig. 7

A chave estrela-triângulo tem dois estágios para funcionar o gerador: liga-se o primeiro
estágio e espera-se até o motor estabilizar a rotação. Depois, então, liga-se o segundo estágio.
O gerador pode ser também com motor a gasolina, a diesel ou a álcool.

O gerador com motor elétrico, a gasolina, a diesel ou a álcool produz


corrente contínua.

O símbolo desse equipamento é M G .

Serviços em fontes de corrente


para soldagem
Na soldagem TIG, alguns dos
serviços de ligação ou manutenção de
fontes de corrente, apontados neste
esquema, são de responsabilidade do
eletricista, e outros de competência do
soldador.

Fig. 8

SENAI-RJ 59
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Veja então, no quadro a seguir, o que compete ao eletricista e o que deve ser realizado pelo
soldador, no que diz respeito aos serviços de ligação ou manutenção de fontes de corrente para
soldagem.

Eletricista Soldador

– Ligar a fonte de corrente com a – Desligar da rede a fonte de corrente para trabalhos de
rede. manutenção (somente se essa ligação é feita com
tomadas).
– Montar a tomada da rede.
– Atentar para as orientações do fabricante sobre
– Realizar serviços de ligação e serviços e cuidados com o equipamento:
manutenção em sistema de
• soprar regularmente a fonte de corrente com ar
proteção na ligação com a rede
comprimido seco, para retirar o pó;
(fusíveis ou disjuntores).
• testar o funcionamento do sistema de refrigeração; e
– Testar a fonte de corrente e a • testar o sentido de giro do ventilador.
ligação com a rede; trocar de
ligação para outra tensão da – Apertar e fixar todas as ligações por parafusos e
rede; inverter a ligação para terminais, antes da soldagem.
corrigir o sentido de rotação do
ventilador. – Examinar a pistola, o multicabo e o cabo-obra; se
encontrar alguma irregularidade, trocar.

– Desligar a fonte de corrente, para trocar o eletrodo


de tungstênio.

– Limpar a válvula do cilindro antes da ligação dos


manômetros, assim como testar a vedação. Fixar as
mangueiras do gás de proteção e testar a vedação.

– Manter o bocal da pistola limpo e centrado.

Quadro 1

Equipamento para soldagem


TIG com programação de
corrente

A programação da corrente de soldagem possibilita um maior controle sobre o aporte de


calor aplicado à junta. No início da soldagem, a intensidade da corrente aumenta lentamente,

60 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

impedindo assim um superaquecimento do eletrodo de tungstênio. No final da soldagem,


consegue-se evitar poros e trincas na cratera, com uma diminuição na intensidade de corrente.

Os parâmetros programáveis são os seguintes:

• Corrente para abertura do arco.


• Velocidade de aumento da intensidade de corrente.
• Corrente de soldagem.
• Velocidade de diminuição da intensidade de corrente.
• Corrente para enchimento de cratera.

Veja a figura abaixo.

Corrente de
soldagem

Tempo

Pressionado Liberado Pressionado Liberado


Interruptor
de comando
da tocha

Tempo

Pulsos de
alta tensão
Com corrente alternada

Tempo

Vazão do gás
de proteção

Tempo
Pré-vazão Pós-vazão

Fig. 9

SENAI-RJ 61
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Exigências para acessórios


de soldagem e manutenção

Agora você vai analisar, por meio de figuras, o que é exigido em termos de acessórios de
soldagem e manutenção.

Ligação de cabos de solda nas fontes de corrente

Fig. 10 Fig. 11

A ligação mostrada na Figura 11 é um terminal para cabos de solda brasado, prensado ou


grampeado.

Conexões (alongamento) para cabos de solda

Fig. 12

Acoplador Conector

Fig. 13

No tipo de conexão da Figura 13, o isolamento é feito por meio de borracha ou de mangueira
sob pressão.

62 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Pistola totalmente isolada

Fig. 14

Se a pistola ou qualquer um de seus componentes apresentarem danos,


devem ser substituídos imediatamente.

Ligação do cabo-obra na peça

Fig. 15

• Utilizar o grampo o mais próximo possível do local de soldagem e fixá-lo


fortemente na peça de trabalho.
• Utilizar o cabo-obra diretamente no local de soldagem, e nunca em
tubulação, pontes rolantes ou barras longas.
• Fazer a ligação em superfícies de contato limpas.

SENAI-RJ 63
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Pistola para soldagem TIG

As pistolas empregadas na soldagem Normal


TIG podem ser refrigeradas a gás ou a água.
Essas últimas têm uma faixa de utilização
maior, sendo empregadas a partir de 160 A.
As pistolas também são classificadas Corpo reto
quanto à sua tocha. Nesse caso, então, elas
podem ser dos seguintes tipos:

Curta

Fig. 16

Agora observe, com mais detalhes, os diversos componentes de uma pistola TIG refrigerada
a água. Analise a figura abaixo com o apoio da legenda.

Corpo Punho Multicabo

6 7 8 9

10

Legenda
1 Bocal 6 Interruptor

2 Eletrodo de tungstênio 7 Entrada do gás de proteção


2 1 5
3 Pinça 8 Entrada de água

4 Capa 9 Cabo de corrente elétrica

5 Gás de proteção 10 Saída de água

Fig. 17

64 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Difusores de gás para pistola TIG


O difusor de gás é uma peça cilíndrica de metal, responsável pela distribuição do gás de
proteção. Ele pode ser encontrado em dois tipos, como veremos a seguir:

Tipo convencional
Neste caso, o gás de proteção é distribuído através de quatro furos de pequeno diâmetro.

Fig. 18

A vantagem desse tipo de difusor é que ele é mais barato e de fácil adaptação aos vários
tipos de bocal de um mesmo fabricante.

Tipo gás e lens


O gás de proteção, neste tipo, é distribuído uniformemente através de fios e de telas de aço
inox em malhas bem finas.

Fig. 19

Este tipo de difusor apresenta como vantagens:


• Proporciona um fluxo uniforme do gás de proteção.
• Reduz em até 40% o consumo do gás de proteção.
• Protege a poça de fusão, mesmo com a ponta do tungstênio projetada até 15mm para
fora do bocal.
• Proporciona melhor visão da área de solda em espaços limitados.
• Reduz o risco de poros, mesmo em condições não ideais.

SENAI-RJ 65
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Bocal de gás para pistola TIG


Os bocais de gás para pistolas de soldagem TIG são disponíveis em diferentes tamanhos e
formatos, para atender às mais variadas geometrias das juntas a serem soldadas.
Freqüentemente, são fabricados de material cerâmico, como, por exemplo, a alumina – um
isolante elétrico que suporta altas temperaturas –, sendo um material leve, porém quebradiço,
principalmente quando aquecido.
O diâmetro do bocal é muito importante, devendo ser grande o suficiente para dar proteção
adequada à poça de fusão e, às vezes, à zona afetada pelo calor. Como regra, o diâmetro interno
do bocal de gás deve ser uma vez e meia (1,5) maior que a largura da poça de fusão.
Observe um bocal de gás para pistola TIG.

Fig. 20

Para materiais de base mais sensíveis à contaminação atmosférica, como titânio, zircônio,
inconel e outros, o bocal de gás deve ser usado juntamente com a proteção adicional de cerca de
75mm de comprimento, como mostra este bocal continuador.

Fig. 21

66 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Indicação e regulagem de
pressão e de vazão do gás
de proteção

Temos, na figura abaixo, um indicador e regulador de pressão e de vazão do gás com


manômetro. Veja, na legenda, o que sinaliza cada um dos números.

Legenda

1 Manômetro de pressão do cilindro 4 Válvula de vedação

2 Manômetro indicador de vazão 5 Tubo regulador de vazão

3 Parafuso regulador de pressão

Fig. 22

Para a regulagem da vazão do gás, um tubo regulador de vazão, previamente calibrado,


limita o perfil (seção transversal) pelo qual passa a corrente de gás, e com isso a quantidade do
seu fluxo dependerá da pressão do gás. O tubo regulador de vazão encontra-se no regulador de
pressão. Com o parafuso regulador de pressão, a pressão do gás será fixada, e o manômetro
indicador de vazão registrará, em l/min, o fluxo gasoso corresponde àquela pressão.

SENAI-RJ 67
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

A próxima figura mostra um indicador e regulador de pressão e de vazão do gás com


fluxograma. Confira seus componentes como o apoio da legenda.

Legenda

1 Manômetro de pressão do cilindro

2 Indicador de vazão com fluxômetro

3 Válvula reguladora de vazão

Fig. 23

Neste caso, a redução da pressão é de ajuste constante, e, assim, a passagem do gás sofrerá
alterações por ação da válvula reguladora de vazão.
O fluxo de gás elevará o flutuador dentro do indicador de vazão (de formato cônico/vertical)
a uma posição que indicará a vazão de gás correspondente.

Ciclos de trabalho na
soldagem

Conheça os diferentes tipos de ciclos de trabaho na soldagem e analise também o gráfico


correspondente a cada um deles.

68 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Ciclo de trabalho em 100%


A duração de um ciclo de trabalho na soldagem pode ser ilimitada quando se trabalha em 100%.

Ciclo de trabalho em 60%


Isso significa que, no total de 5 minutos, pode-se soldar durante 3 minutos apenas.
A corrente de soldagem pode ser maior do que no caso em que se trabalha com 100%.
O fator operacional, nesse caso, é dado por meio do seguinte cálculo:

arco aberto x 100


A
% = 3 x 100 % = 60%
ciclo 5

Arco aberto

Gráfico 1

Ciclo de trabalho em 35%


Isso significa que, no total de 5 minutos, pode-se soldar durante 1 minuto e 45 segundos
apenas. A corrente de soldagem pode ser maior do que no caso em que se trabalha com 60%.

A
Pausa

Pausa

Pausa

Arco aberto

min

Ciclo Ciclo

Gráfico 2

A
Pausa

Pausa

Pausa

Arco

min
Ciclo Ciclo

Gráfico 3

SENAI-RJ 69
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

Praticando

Em cada item que se segue, assinale com um X a resposta correta.


1. Qual o equipamento de soldagem TIG que permite a abertura do arco elétrico sem
contato entre o eletrodo e a peça?

( ) Retificador.

( ) Condensador de filtragem.

( ) Gerador de pulsos de alta freqüência.

( ) Bobina de reatância.

2 . Qual a função da unidade de comando em um transformador-retificador para soldagemTIG?

( ) Transformar corrente alternada em corrente contínua.

( ) Proteger o transformador dos pulsos de alta tensão.

( ) Produzir os pulsos de alta tensão.

( ) Comandar a válvula magnética do gás de proteção.

3. Que tipo de trabalho elétrico o soldador pode executar em caso de avaria?

( ) Apertar os cabos da rede de alta tensão.

( ) Trocar os cabos da rede de alta tensão.

( ) Apertar os cabos de solda na máquina.

( ) Fazer reparos nos cabos ou conexões da rede de alta tensão.

4. Qual o tipo de símbolo de equipamento de um transformador de solda?

( )

( )

( )

( )

70 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

5. Qual o símbolo de equipamento que deve ter um gerador?

( )

( )

( )

( )

6. Qual serviço abaixo relacionado um soldador deve executar?

( ) Montagem da tomada da rede.

( ) Serviços de ligação e manutenção em sistema de proteção na ligação com a rede.

( ) Exame da pistola, do multicabo e do cabo-obra.

( ) Teste da fonte de corrente e da ligação à rede.

7. As pistolas refrigeradas a água são obrigatórias a partir de qual corrente de soldagem?

( ) 70 A

( ) 120 A

( ) 160 A

( ) 250 A

8. Como é formada a bobina primária de um transformador?

( ) Muitas espiras de arames grossos.

( ) Poucas espiras de arames finos.

( ) Poucas espiras de arames grossos.

( ) Muitas espiras de arames finos.

9. Como funciona o retificador de diodos na produção de corrente contínua?

( ) Possibilitando a passagem da corrente somente em uma direção.

( ) Possibilitando a passagem da corrente em várias direções.

( ) Produzindo corrente alternada.

( ) Produzindo corrente trifásica.

SENAI-RJ 71
Soldagem TIG – Equipamentos para soldagem

10. Como se deve fazer a conexão do cabo-obra com a peça?

( ) Através de arames grossos.

( ) Soldar o grampo na peça de trabalho.

( ) Fixar o grampo fortemente na peça de trabalho.

( ) Através de correntes de aço.

11. Qual o programa de corrente de soldagem utilizado para evitar grandes crateras com
trincas de contração?
I I

( ) ( )
T T

I
I
( ) ( )

T T

12. Em qual ciclo de trabalho pode-se utilizar a corrente máxima, sem preocupação?

( ) 100%

( ) 70%

( ) 60%

( ) 35%

72 SENAI-RJ
Metais de base e
consumíveis
Nesta seção...

Introdução

Soldabilidade dos aços-carbono comuns

Eletrodo de tungstênio

Seleção de corrente de soldagem

Gases de proteção

Praticando

4
SENAI-RJ 73
74 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Introdução
Durante os processos de soldagem, o profissional da área lidará com vários materiais
distintos, que possuem características próprias e que influenciarão os resultados finais do
trabalho executado. Um exemplo disso é o teor de carbono, que atua diretamente sobre as
propriedades mecânicas do metal de base.
Nesta seção, pretendemos orientar você quanto à influência térmica, ao teor de carbono e
aos elementos de liga na soldagem, como também quanto à identificação das varetas utilizadas
na soldagem TIG, à classificação dos eletrodos de tungstênio, aos gases de proteção e ao sistema
de abastecimento para gases de proteção.

Soldabilidade dos
aços-carbono comuns
Os aços-carbono comuns e os
de baixa liga apresentam boa
soldabilidade para teores de
carbono até 0,22%.
O valor da dureza de um aço
depende do teor de carbono, das
velocidades de aquecimento e do
resfriamento durante a soldagem.
Veja, no gráfico ao lado, a 1.0

relação entre o teor de carbono e a


dureza máxima dos aços.
Gráfico 1

SENAI-RJ 75
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Carbono equivalente
O carbono é, no aço, o elemento de liga mais significativo. Mas podemos estimar os efeitos
de outros elementos de liga, no que diz respeito à soldabilidade, mediante o valor de carbono
equivalente (CE).
O carbono equivalente expressa o efeito da quantidade total de elementos de liga, e seu
valor pode ser encontrado por meio do seguinte cálculo:

%Mn + %Si
CE = %C +
4

Geralmente, aços com baixos valores de CE apresentam excelentes


características de soldabilidade.

Agora, observe esse outro gráfico que mostra, de uma forma geral, as relações entre CE e
dureza, sensibilidade às trincas sob cordão, ou soldabilidade baseada na capacidade de
dobramento do material.

Ângulo médio de dobramento em valor máximo de carga, graus


Sensibilidade a trincas do cordão, percentual

Dureza
Dureza máxima DPH

Ângulo de
dobramento

Sensibilidade à ocorrência
de trincas

Carbono equivalente

Gráfico 2

76 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Vareta para soldagem TIG do


aço-carbono comum
De acordo com a norma AWS A5.18, a vareta para soldagem TIG do aço-carbono comum é
especificada conforme o esquema abaixo. Analise cada elemento com atenção, procurando
compreender o que ele significa.

Eletrodo

Arame ou vareta

E R 70 S 3 (6)
Composição química da vareta
Vareta sólido

Limite mínimo de resistência


a tração do metal de solda
(múltiplo de 1.000 psi)

Eletrodo de tungstênio

Vamos começar o estudo deste assunto caracterizando o eletrodo de tungstênio de acordo


com a norma AWS AS.12.

Medidas em polegadas

Diâmetro 0.010 0.020 0.040 1/16 3/32 1/8 5/32 3/16 1/4
Comprimento 3 6 7 12 18 24

SENAI-RJ 77
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Composição química e classificação

Classificação Tungstênio Tório Zircônio Outros Cor de


AWS % mínimo % % % máximo identificação

EWP 99,5 - - 0,5 Verde


EWTh-1 98,5 0,8 –1,2 - 0,5 Amarela
EWTh-2 97,5 1,7 – 2,2 - 0,5 Vermelha
EWTh-3 98,95 0,35 – 0,55 - 0,5 Lilás
EWZr 92,2 - 0,15 – 0,40 0,5 Marrom

Quadro 1

A partir das informações desse quadro, veja um exemplo de identificação.

EWTh-2 P - Sem elemento de liga (puro)

Th-1
Elemento de liga Th-2 Toriado
Eletrodo de Th-3
tungstênio
Zr - Zirconiado

Os eletrodos de tungstênio não são considerados consumíveis de soldagem, pois os


mesmos, teoricamente, não se consomem e não interferem no metal de solda depositado.

Preparação da extremidade do
eletrodo de tungstênio
A preparação da extremidade do eletrodo de tungstênio deve observar o tipo de corrente,
como especificado em cada item.

Soldagem com corrente contínua


(eletrodo no pólo negativo)

O eletrodo é afiado, geralmente, por


meio de esmerilhamento. Em casos especiais,
os riscos do esmerilhamento são retirados
mediante polimento. Fig. 1

78 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Soldagem com corrente alternada

~90o

D < 1,6mm mm
D > 1,6mm

Fig. 2

Em diâmetros iguais ou superiores a 1,6mm, o eletrodo é esmerilhado. Durante a soldagem,


forma-se uma esfera (calota) na extremidade do eletrodo.

Regulagem da corrente
A correta regulagem da corrente é reconhecida pelo formato da extremidade do eletrodo,
como você pode ver no quadro abaixo.

Tipo de Eletrodo de Corrente de soldagem


corrente tungstênio Muito baixa Correta Muito alta

CC Toriado

Puro

CA

Toriado

Quadro 2

SENAI-RJ 79
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Se a extremidade do eletrodo for contaminada pelo contato com a poça


de fusão ou com a vareta, então essa parte deverá ser eliminada.

Faixa de utilização dos eletrodos


No quadro que se segue, você pode analisar a faixa de utilização dos eletrodos, para os
casos de corrente contínua e corrente alternada.
Aqui é importante destacar que as faixas de utilização foram baseadas na aplicação do
argônio como gás de proteção. Outros valores de corrente devem ser utilizados se o gás de
proteção for trocado. Utilizando-se o hélio como gás de proteção, os valores de corrente devem
ser menores.

CORRENTE
CORRENTE ALTERNADA (COM ALTA FREQÜÊNCIA)
DIÂMETRO CONTÍNUA
DO Eletrodo Eletrodo Sem condensadores Com condensadores
ELETRODO no pólo - no pólo + de filtragem de filtragem
EM
EWP EWC EWP EWTh-1 EWTh-1
POLEGADA EWP EWTh-3
EWTh-1 EWTh-1 EWTh-3 EWTh-2
EWTh-2
EWTh-2 EWTh-2 EWTh-3 EWZr
EWTh-3 EWTh-3
0,010 A partir * A partir A partir * A partir A partir *
de 15 de 15 de 15 de 15 de 15

0,020 5-20 * 5-15 5-20 * 10-20 5-20 10-20

0,040 15-80 * 10-60 15-80 10-80 20-30 20-60 20-60

1/16 70-150 10-20 50-100 70-150 50-150 30-80 60-120 30-120

3/32 150-250 15-30 100-160 140-235 100-235 60-130 100-180 60-180

1/8 200-400 25-40 150-210 225-325 150-325 100-180 160-250 100-250

5/32 400-500 40-55 200-275 300-400 200-400 160-240 200-320 160-320

3/16 500-750 55-80 250-350 400-500 250-500 190-300 290-390 190-390

1/4 750-1.000 80-125 325-450 500-630 325-630 250-400 340-525 250-525

* Combinações que não são comumente usadas.

Quadro 3

80 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Campo de aplicação dos eletrodos


de tungstênio
Os eletrodos de tungstênio têm um campo de aplicação que é mostrado nesse outro quadro,
com suas respectivas vantagens e desvantagens.

APLICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS


EWP Soldagem do alumínio com – Mais barato – Não é bom emissor de
corrente alternada. – Apropriado para corrente elétrons
alternada, propiciando – Fácil desgaste
pequeno efeito de – Não suporta altas
retificação da corrente correntes
– Boa estabilidade do arco
EWTh-1 Soldagem dos aços, cobre, – Difícil desgaste – Mais caro
níquel e titânio em baixas – Bom emissor de elétrons – Propicia efeito de
correntes. – Suporta altas correntes retificação da corrente,
quando usado em
corrente alternada
– Reduzida estabilidade
do arco elétrico, quando
usado em corrente
alternada
EWTh-2 Soldagem dos aços, cobre, – Difícil desgaste – Mais caro
níquel e titânio em – Bom emissor de elétrons – Propicia efeito de
qualquer faixa de corrente. – Suporta altas correntes retificação da corrente,
Soldagem do alumínio com quando usado em
corrente contínua, corrente alternada
(processo mecanizado). – Reduzida estabilidade
do arco elétrico, quando
usado em corrente
alternada

EWTh-3 O mesmo campo de – Difícil desgaste – Mais caro


aplicação do EWTh-2 e – Bom emissor de elétrons – Propicia efeito de
utilizado também para – Suporta altas correntes retificação da corrente,
soldagem e corte plasma. quando usado em
corrente alternada
– Reduzida estabilidade
do arco elétrico, quando
usado em corrente
alternada
EWTh-4 Utilizado na indústria – Difícil desgaste – Mais caro
nuclear, tanto em corrente – Suporta altas correntes
contínua como em
alternadas.
EWTh-8 Corte plasma. – Difícil desgaste – Muito caro
EWTL (Eletrodo de Corte plasma. – Difícil desgaste – Muito caro
Lantânio)

Quadro 4

SENAI-RJ 81
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Seleção de corrente de
soldagem
A seguir, apresentamos três quadros que são empregados para a seleção de corrente de
soldagem com o processo TIG.
Faça uma leitura atenciosa de cada um deles.

Aço-carbono e aço-liga
(corrente contínua; eletrodo no pólo negativo; junta de topo; posição plana)

Diâmetro
Espessura da Tipo de Número de Intensidade
Eletrodo Vareta
chapa mm chanfro passes de corrente A
toriado mm mm

1,0 I 1 1 ou 1,6 1,6 ou 2,0 30...40


2,0 I 1 1,6 ou 2,4 1,6 ou 2,0 70...80
3,0 I 1 ou 2 2,4 2,4 70...90
4,0 I ou V 2 2,4 2,4 70...130
5,0 V 3 2,4 ou 3,2 2,4 75...130
6,0 V 3 2,4 ou 3,2 2,4 ou 3,0 75...130

Quadro 5

Alumínio
(corrente alternada; junta de topo; posição plana)

Diâmetro
Espessura da Tipo de Número de Intensidade
Eletrodo puro Vareta
chapa mm chanfro passes de corrente A
mm mm

1,0 I 1 1,6 ou 2,4 2,0 40...50


2,0 I 1 1,6 ou 2,4 3,0 60...80
3,0 I 1 2,4 3,0 110...130
4,0 I 1 ou 2 2,4 ou 3,2 3,0 120...150
5,0 I ou V 1 ou 2 3,2 3,0 150...200

Quadro 6

82 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Cobre
(corrente contínua; eletrodo no pólo negativo; junta de topo; posição plana)

Diâmetro
Espessura da Tipo de Número de Intensidade
chapa mm chanfro passes Eletrodo Vareta de corrente A
toriado mm mm

1,5 I 1 1,6 2,0 90...100


3,0 I 1 3,2 3,0 150...200
5,0 V 2 4,0 4,0 180...300

Quadro 7

Na soldagem nas posições vertical ascendente e sobrecabeça, a corrente


de soldagem é reduzida em cerca de 10% a 20%.

Gases de proteção

Neste item, trataremos de vários aspectos relativos aos gases de proteção.


Para começar, vejamos o que determinar a norma DIN 32526 a respeito das funções desses
gases, da distinção entre eles e do modo como são agrupados.

• Funções dos gases de proteção

São basicamente três, a saber:


– Ionizar a zona de atuação do arco elétrico.
– Estabilizar o arco.
– Proteger a poça de fusão da influência do oxigênio e o hidrogênio do ar.

• Distinção entre os gases de proteção

Esses gases podem ser:


– Inertes: argônio (Ar) e hélio (He).
– Ativos: dióxido de carbono (CO2) e mistura de argônio e dióxido de carbono (Ar + CO2).

SENAI-RJ 83
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

• Grupamento dos gases de proteção

De acordo com a norma citada no início deste item, os gases são distribuídos em grupos,
conforme o processo de soldagem. No quadro abaixo, você pode analisar esse grupamento,
para o caso específico do processo TIG.

Processo Gás de proteção Material


TIG Argônio (Ar) Todos os metais
Hélio (He)
Argônio/Hélio (Ar/He)

Argônio/Hélio (Ar/He) Metais sensíveis


Proteção da (por exemplo: titânio)
raiz da solda
Composto Outros metais

Quadro 8

Vazão e consumo do gás de proteção


A vazão do gás de proteção, assim como o seu consumo, são influenciados:

• Pelo tipo de material.


• Pela espessura do material.

O gráfico abaixo mostra o consumo de argônio em litros, determinado em função de


diferentes materiais como níquel, alumínio, magnésio, cobre, aço comum e aço cromo-níquel.
Mostra, ainda, o diâmetro do local que deve ser escolhido.
Observe.

e
o br
Níquel io ,c
n és
ag
m
o,
íni
um
Al

Aço comum, aço cromo-níquel

Espessura do material Diâmetro do bocal

Gráfico 3

84 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Algumas divergências podem surgir em virtude dos seguintes aspectos:

• Dimensão da poça de fusão.


• Zona afetada pelo calor.
• Velocidade de soldagem.
• Movimento da tocha.
• Tipo de junta.

Abastecimento de oficinas para


soldagem com gás de proteção
As oficinas que realizam trabalhos de soldagem com gás de proteção precisam contar com
abastecimento de gás cuja instalação obedece a procedimentos precisos. Na figura abaixo, você
pode observar alguns aspectos que são considerados nesse abastecimento.

Gaseificador Conjunto ou bateria de cilindros para central de gás

Tubulação de
saída de gases

Cilindro de gás Dispositivo Conjunto ou bateria de cilindros


de proteção para proteção para gás de proteção
para solda da raiz

Fig. 3

SENAI-RJ 85
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

Praticando
Para cada uma das questões apresentadas a seguir, assinale com um X a resposta correta.

1. Qual a propriedade do aço cujo valor cresce com o aumento do teor de carbono?

( ) Capacidade de deformação.

( ) Resistência a tração.

( ) Tenacidade.

( ) Soldabilidade.

2. Qual das alternativas abaixo explica a elevação dos valores de dureza nas regiões
adjacentes ao cordão de solda?

( ) Teor de carbono do metal de base inferior a 0,22%.

( ) Resfriamento lento da peça.

( ) Resfriamento rápido da peça.

( ) Preaquecimento na peça.

3. Qual a propriedade do metal de base que diminui com o aumento do teor de carbono?

( ) Deformação.

( ) Resistência a tração.

( ) Dureza.

( ) Temperabilidade.

4. Que significa o terceiro dígito na classificação da vareta de solda ER 70 S-2?

( ) Composição química.

( ) Posição de soldagem.

( ) Resistência ao impacto.

( ) Resistência a tração.

86 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Metais de base e consumíveis

5. Qual a função do gás de proteção?

( ) Proteger o metal de solda de um superaquecimento.

( ) Diminuir o sopro magnético.

( ) Proteger a poça de fusão do ar atmosférico.

( ) Controlar o resfriamento da peça.

6. Qual a diferença entre uma vareta ER 70 S-3 e uma ER 70 S-6?

( ) Teor de carbono.

( ) Teor de manganês.

( ) Teor de fósforo.

( ) Teor de enxofre.

7. O que significa o dígito Th-2 na classificação AWS A5.12-69 EWTh-2?

( ) Diâmetro do eletrodo.

( ) Percentual de zircônio.

( ) Percentual de tório.

( ) Resistência mecânica do eletrodo.

8. Qual é a preparação aplicada na extremidade do eletrodo de tungstênio, na soldagem


com corrente contínua (eletrodo no pólo negativo)?

( ) ( )

( ) ( )

SENAI-RJ 87
Descontinuidade na
soldagem
Nesta seção...

Introdução

Abertura e manutenção do arco elétrico

Sopro magnético

Descontinuidades em juntas soldadas

Problemas na soldagem em função do equipamento

Praticando

5
90 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Introdução

Um dos constantes cuidados do soldador no desempenho das suas atividades está


ligado à qualidade das soldas efetuadas. Muitas vezes, uma solda com aparência que inspira
confiança pode, na realidade, apresentar descontinuidade (falhas) que comprometerão a
integridade do conjunto onde ela será aplicada.
Por isso vamos apresentar, nesta seção, algumas regras fundamentais para abertura do
arco elétrico e para deposição do material de adição, bem como enunciar as principais
causas de descontinuidades que podem ocorrer no cordão de solda.

Abertura e manutenção do
arco elétrico

Nos itens que se seguem, você poderá ver, por meio de figuras, cada uma das três
etapas de abertura do arco elétrico.

Tensão de circuito aberto

Fig. 1

SENAI-RJ 91
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Tensão de curto-circuito

Fig. 2

Tensão de trabalho

Fig. 3

O local de abertura do arco deve ser fundido e preenchido pelo cordão de solda, a fim de
não se tornar suscetível à ocorrência de trincas. Veja, na figura abaixo, que o local de abertura do
arco está errado.

Fig. 4

E, nessa outra figura, o local correto de abertura do arco.

Fig. 5

92 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Pontos de abertura de arco


Nos locais de abertura de arco (também chamados de pontos de abertura do arco ou pontos
de solda), ocorre uma taxa de transmissão de calor muito elevada. Por isso, nesses locais, há um
endurecimento localizado, como ilustra a figura abaixo.

Fig. 6

Nas direções das setas assinaladas na figura, há uma alta taxa de


transmissão de calor.

Sopro magnético

O arco elétrico está, como todo condutor de corrente elétrica, submetido a um campo
magnético. Nos casos em que a distribuição homogênea do campo magnético é impedida, há
então um desvio do arco elétrico.

Causas do sopro magnético


As causas mais freqüentes do sopro magnético, especialmente no caso de corrente
contínua, estão relacionadas a seguir, com as respectivas ilustrações, para você compreender
melhor.

SENAI-RJ 93
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Soldagem na extremidade da peça

Campo
magnético

Fig. 7

Soldagem ao lado de peças de grandes espessuras

Fig. 8

Soldagem na proximidade do grampo

Fig. 9

Medidas contra o sopro magnético

Fig. 10

94 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

As principais medidas que se deve adotar contra o sopro magnético são as seguintes:

• Alterar a inclinação da pistola.


• Ligar o cabo-obra à extremidade da peça, ou trocar a ligação do cabo-obra para outra posição.
• Pontear em diversos pontos.
• Aquecer a peça, quando existir um membro da junta mais espesso do que o outro.
• Utilizar corrente alternada no lugar de corrente contínua.

Descontinuidades em juntas
soldadas

Vamos analisar, a partir de agora, as descontinuidades (ou seja, as falhas) mais comuns nos
trabalhos de soldagem TIG.

Falta de fusão e falta de penetração


Esse tipo de descontinuidade ocorre por diversas causas.

Causas relacionadas à preparação do chanfro e corrente de soldagem


• Ângulo do chanfro pequeno.
• Altura excessiva da face da raiz.
• Corrente de soldagem baixa.
• Abertura da raiz pequena em relação
ao nariz do chanfro (face da raiz).

Observe a figura que mostra desconti-


nuidades ocasionadas por esses problemas.

Fig. 11

SENAI-RJ 95
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Causas relacionadas à condução da pistola e seqüência


dos passes de solda
• Velocidade de soldagem excessiva e posicionamento inadequado da pistola.
• Seqüência de passes incorretos.

Veja as figuras.

Fig. 12

Reforço excessivo
Esta é uma outra descontinuidade causada por:

• Deposição excessiva do metal de adição.


• Corrente de soldagem muito alta.

A figura abaixo ilustra este tipo de descontinuidade.

Fig. 13

Penetração excessiva
A penetração excessiva é uma descontinuidade na soldagem TIG que tem como causas:

• Abertura excessiva da raiz.


• Corrente de soldagem muito alta.

96 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Esse tipo de descontinuidade é mostrado nesta figura.

Fig. 14

Deposição insuficiente
As causas da deposição insuficiente – outra descontinuidade na soldagem – são as seguintes:

• Deposição insuficiente do metal de adição.


• Afastamento excessivo do eletrodo de tungstênio à poça de fusão (arco longo).

Na figura abaixo temos a ilustração desse tipo de descontinuidade.

Fig. 15

Concavidade na raiz
A concavidade na raiz é outra descontinuidade comum na soldagem TIG. Suas principais
causas são:

• Deposição insuficiente do metal de adição.


• Afastamento excessivo do eletrodo de tungstênio à raiz da junta.

Veja a figura que mostra esse tipo de falha.

Fig. 16

SENAI-RJ 97
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Mordedura
A mordedura também é um tipo de descontinuidade. Ela é ocasionada, especialmente,
pelos seguintes aspectos:

• Corrente de soldagem muito alta.


• Falta de sincronismo entre o movimento da pistola e a deposição do metal de adição.
• Ângulo de soldagem incorreto.

Esta figura abaixo ilustra a mordedura na face e na raiz da junta.

Fig. 17

Poros
No caso dos poros – outra descontinuidade na soldagem TIG –, as causas também são
diversas, como você verá em cada item que se segue.

Vazão insuficiente do gás de


proteção

Fig. 18

Vazão excessiva do gás de


proteção, provocando
turbilhonamento do gás

Fig. 19

98 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Deslocamento da atmosfera
protetora causada pela
penetração do ar atmosférico
com velocidade acima de 1m/s

Fig. 20

Bocal de pistola muito pequeno

Fig. 21

O bocal da pistola deve ser, aproximadamente, de uma vez e meia (1,5) a


largura da poça de fusão.

Afastamento demasiado entre a


pistola e a peça

Fig. 22

Absorção do ar pela inclinação


excessiva da pistola

Fig. 23

SENAI-RJ 99
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Penetração da água nos


condutores do gás de proteção
devido à não vedação do sistema
de refrigeração da pistola

Fig. 24

Impurezas, graxa, óleo,


camadas de proteção do metal
de base (tintas) ou umidade na
região do cordão de solda

Fig. 25

Turbilhonamento do gás de
proteção e absorção do ar pela
utilização do bocal da pistola
danificado

Fig. 26

100 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Inclusão metálica
(inclusão de tungstênio)
Este é um tipo de descontinuidade que também tem várias causas. Vamos analisar cada
uma delas, observando a ilustração correspondente.

Contato do eletrodo de tungstênio


quente com a poça de fusão

Fig. 27

Contato do eletrodo de tungstênio


quente com a vareta

Fig. 28

Sobrecarga no eletrodo de tungstênio


com corrente contínua (pólo positivo
ligado ao eletrodo)

Fig. 29

Sobrecarga no eletrodo de tungstênio


com corrente alternada

Fig. 30

Inclusões de tungstênio agem como entalhes no cordão de solda.


Na superfície, podem produzir corrosão.

SENAI-RJ 101
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Inclusão de óxidos na soldagem de


alumínio e dos aços inoxidáveis
Diferentes fatores acarretam esse tipo de descontinuidade. Analise cada caso, observando
as figuras atentamente.

Faces do chanfro oxidadas; vareta


oxidada; limpeza inadequada entre
passes

Fig. 31

Retirada da vareta de solda


aquecida da zona protegida pelo gás
de proteção, durante o movimento
de alimentação da vareta

Fig. 32

Preparação inadequada da junta, com altura da face da raiz


(nariz do chanfro) muito grande

Recomenda-se, neste caso,


eliminar o canto vivo da chapa de
alumínio do lado da raiz, como você
vê na figura ao lado.

Fig. 33

102 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Oxidação na raiz

Esse problema ocorre especialmente em aços


de baixa liga, inoxidáveis em titânio, etc., devido
à falta de gás de purga (proteção da raiz).
Gás de proteção
da raiz
Fig. 34

Antes da soldagem do alumínio,


retirar a camada de óxido mediante o
esmerilhamento ou escovamento.
Esse procedimento é indispensável,
porque a camada de óxido tem um ponto
Fig. 35 de fusão que chega a ser superior a 2.000oC.

Trincas
A trinca é uma outra descontinuidade possível de ocorrer em trabalhos de soldagem.
Nos itens que se seguem, analise as figuras que mostram diferentes tipos de trincas e,
depois, os motivos que levam a essas ocorrências.

Trincas na raiz

Fig. 36
Essa trinca é ocasionada por:

• Material de má soldabilidade.
• Resfriamento muito rápido, após a soldagem.

SENAI-RJ 103
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Trincas longitudinais

Fig. 37

É um tipo de trinca que resulta de tensões transversais. Pode estar localizada em:

• Zona de ligação.
• Zona fundida.
• Zona afetada termicamente.
• Metal de base.

Trincas transversais

Fig. 38
Nesse caso, a trinca foi ocasionada por tensões longitudinais, podendo localizar-se:

• Na zona fundida.
• Na zona afetada termicamente.
• No metal de base.

Trincas de cratera

Fig. 39

As causas para a ocorrência dessas trincas são:

• Corrente de soldagem muito alta.


• Velocidade de soldagem muito pequena.
• Enchimento insuficiente da cratera.

104 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Problemas na soldagem em
função do equipamento

O mau funcionamento de um equipamento de soldagem pode acarretar diversas falhas


nos serviços executados pelo soldador.
Nos itens que se seguem, você verá, em relação aos componentes de um equipamento,
que problemas são esses e quais as suas conseqüências para os trabalhos de soldagem pelo
processo TIG.

Multicabo e cabo-obra

• Causa
Rompimento do cabo devido a um dobra-
mento excessivo.

• Conseqüência
Arco elétrico instável.

Fig. 40

Grampo
• Causa
Mau contato.

• Conseqüência
Resistência elétrica alta e desigual,
dificultando a abertura do arco e sua
manutenção.
Fig. 41

SENAI-RJ 105
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Multicabo, condutor de gás de proteção


e condutor de água de refrigeração
• Causas
Esmagamento localizado; dobramento
excessivo.

• Conseqüências
Vazão do gás de proteção reduzida, pro-
duzindo poros na solda. Refrigeração da
Fig. 42 pistola insuficiente, danificando-a.

Condutor de água de refrigeração


• Causa
Impurezas no condutor de refrigeração
de água.

• Conseqüência
Entupimento no condutor de água da
pistola, provocando superaquecimen-
to. Esse problema, na maioria das vezes,
Fig. 43 só é detectado mais tarde, quando já
predomina uma grande pressão no
circuito.

Vazão de gás
Veja, na figura ao lado, uma
representação da vazão correta
do gás de proteção. Tempo
Corrente de
soldagem

Tempo
Fig. 44

106 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Válvula de controle do gás de


proteção
• Causas
– O pré e o pós-fluxo não mantêm a regula-
gem.
– Função alterada (a válvula magnética,
solenóide, hesita em seus movimentos).

• Conseqüência
Gás de proteção insuficiente para o eletrodo
Fig. 45 e a peça de fusão, antes, durante e após a
soldagem.

Ventilador de refrigeração da fonte


• Causa
O sentido de rotação do ventilador está
incorreto e, com isso, o sentido da corrente
de ar também é incorreto.

• Conseqüência
Ventilação insuficiente do equipamento,
provocando superaquecimento e danifi-
cando-o. Se o equipamento possui um relé
de proteção, este desliga automaticamente.
Fig. 46

SENAI-RJ 107
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

Praticando

Assinale com um X a alternativa que responde corretamente a questão de cada item.

1. Qual a descontinuidade que aparece no cordão de solda, durante a soldagem, se o


eletrodo de tungstênio é tocado na poça de fusão?

( ) Poros.

( ) Inclusão de tungstênio.

( ) Inclusão de óxidos.

( ) Falta de fusão.

2. Qual a causa para que a ponta do eletrodo fique com a forma apresentada a seguir?

( ) Não foi aplicado gás inerte.

( ) O eletrodo de tungstênio foi afiado de forma muito obtusa.

( ) O eletrodo de tungstênio estava com gordura.

( ) O eletrodo de tungstênio foi submetido a alta corrente de soldagem.

3. Qual dos tipos de chanfros deve ser escolhido para a soldagem de uma chapa de alumínio
de 5mm de espessura, na posição plana?

( ) ( )

( ) ( )

108 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Descontinuidade na soldagem

4. Durante uma soldagem TIG, o arco elétrico torna-se instável, falhando. Qual pode ser a
causa desse problema?

( ) A válvula magnética do gás de proteção está defeituosa.

( ) O condutor da água de refrigeração para a tocha está interrompido.

( ) O ventilador gira em sentido incorreto, provocando superaquecimento na fonte de


corrente.

( ) O cabo condutor de corrente no multicabo está partido.

5. Uma pistola refrigerada a água apresenta vazamento de água para o duto de gás de
proteção. Qual a conseqüência deste problema na soldagem de aço?

( ) Poros na soldagem.

( ) Endurecimento na zona de ligação da solda.

( ) Inclusão de óxidos na poça de fusão.

( ) O punho da pistola torna-se condutor elétrico.

6. Por que na soldagem de alumínio são encontradas, freqüentemente, inclusões de óxido


de metal de solda?

( ) O óxido de alumínio apresenta um ponto de fusão menor do que o metal alumínio.

( ) O óxido de alumínio apresenta uma fluidez característica.

( ) O óxido de alumínio permanece ainda sólido, enquanto o metal está fluido.

( ) O óxido de alumínio desvia o arco elétrico e, com isso, não é fundido.

SENAI-RJ 109
110 SENAI-RJ
Saúde e segurança
no trabalho
Nesta seção...

Introdução

Equipamentos de proteção individual (EPI)

Cuidados com o circuito de soldagem

Riscos elétricos

Perigos do arco elétrico

Ambientes de risco para a soldagem

Gases técnicos nos processos de soldagem

Organização do posto de soldagem

Primeiros socorros

Praticando

6
SENAI-RJ 111
112 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Introdução

Todo profissional envolvido nos trabalhos de soldagem deve estar consciente das atividades
que precisa desempenhar como um todo e, também, conhecer os riscos decorrentes da
utilização dos equipamentos manuseados para a execução dessas atividades.
É indispensável, ainda, que esse profissional se preocupe em adotar medidas de saúde e
segurança capazes de minimizar acidentes, e que vão permitir o desempenho de seu trabalho
de forma segura e eficaz.
Por isso, vamos apresentar, nesta seção, uma série de conteúdos relacionados aos perigos
que a soldagem TIG oferece, descrevendo as principais medidas de saúde e segurança a serem
adotadas para prevenir acidentes e, ainda, o que deve ser feito caso esses acidentes ocorram.

Equipamentos de proteção
individual (EPI)

Antes de iniciar os estudos relativos aos riscos que os trabalhos de soldagem TIG oferecem
e às medidas a serem observadas para cada caso, consideramos importante você conhecer os
equipamentos de proteção individual (EPI) que devem ser usados pelo soldador no desempenho
de suas atividades.

SENAI-RJ 113
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Analise então a figura que mostra o equipamento próprio de um soldador, procurando


identificar cada uma de suas partes com o auxílio da legenda.

1
6

Legenda
4
1 Avental de raspa de couro
2 Manga de raspa de couro
3 Luvas de raspa de couro
4 Polainas de couro
5 Sapatos de segurança
5 6 Touca de proteção
7 Máscara de solda
8 Óculos de segurança
Fig. 1 9 Gola de raspa de couro

Durante a soldagem a arco elétrico, o soldador deve observar o seguinte:


• Não usar luvas com partes metálicas, para evitar riscos elétricos.
• Usar protetor auricular sempre que os ruídos estiverem acima de 90dB
(decibéis). Esse protetor pode ser em forma de cápsula ou em algodão.

114 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Vejamos, agora, alguns aspectos importantes relativos à máscara de solda e aos óculos de
segurança.

Máscara de solda

Fig. 2

Essa máscara deve ser utilizada somente para soldagem com eletrodo revestido ou MIG/
MAG. Ela tem um filtro de proteção que é caracterizado por letras e números, como, por exemplo:
filtro 12 A 1 Din.

Óculos de segurança
Nos casos em que os óculos de segurança são utilizados para corte oxiacetilênico, o soldador
deve observar o número do filtro.
Com vidro normal, os óculos também servem para esmerilhamento.

As diferentes peças do equipamento de proteção individual (EPI) do soldador têm funções


específicas, como mostra este quadro. Observe.

Peças do EPI Proteção contra


Vestimenta de proteção (de couro) Radiação
Respingos

Sapatos de segurança Respingos


Gotas de metal fundido
Queda de peças

Touca de proteção e/ou capacete Respingos


Gotas de metal fundido
Queda de peças

Óculos de segurança Raios


Respingos

Avental de couro Respingos


Luvas de proteção Escórias quentes
Polainas de couro

Quadro 1

SENAI-RJ 115
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Cuidados com o circuito de


soldagem

Em um circuito de soldagem, a fonte de corrente, os condutores do circuito de soldagem e


a peça devem formar uma unidade, de maneira que fiquem bem à vista do soldador. As ligações
dos cabos do circuito de soldagem devem ser corretamente efetuadas. Pontes rolantes, carrinhos
de transportes, objetos e ferramentas não devem fazer parte do circuito de soldagem.
A ligação do cabo-obra deve ser feita somente junto à peça que será soldada, em condutores
contínuos e com bom contato elétrico. Isto porque, a passagem de corrente elétrica sobre
pontos como roldanas, engrenagens, cabos de aço, corrente, mancais e trilhos de ponte rolante
ou guindastes, por exemplo, forma pontos de contato elétrico, produzindo: aquecimento,
carbonização e perda de energia.

Legenda
1 Mancal
2 Mancal, cabo de aço,
3 cabo terra do motor
3 Cabo de aço, roldana
4 4 4 Cabo de aço, corrente

Fig. 3

Os pontos que conduzem à perda de energia e que podem avariar


peças de guindaste (ponte rolante) e estruturas são chamados de pontos
críticos.

116 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Riscos elétricos

A intensidade de corrente elétrica que atravessa o corpo humano e a duração da descarga


determinam o tipo de acidente que ela acarreta e que pode ser:

• Choque elétrico.
• Morte por fibrilação.
• Parada cardíaca.
• Queimaduras e ferimentos.

Alta periculosidade elétrica


Nos processos de soldagem podem ocorrer perigos bastante sérios, dentre os quais se
encontram aqueles relacionados à eletricidade, como veremos agora.

Perigos elétricos em relação ao circuito de soldagem


O circuito de soldagem apresenta locais de alta periculosidade, que você pode conferir
analisando o que mostra cada número da figura e o que explica a legenda.

2
4
1 7

Legenda

3 1 Cabo de solda defeituoso


2 Porta-eletrodo defeituoso
3 3 Ligação do cabo-obra
6
4 Eletrodo
5 Peça
6 Mesa de soldagem
7 Ligação na rede defeituosa
Fig. 4

SENAI-RJ 117
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

No circuito de soldagem, determinadas partes que são submetidas à tensão e que, por
razões técnicas, não podem ser isoladas acabam se constituindo em situações de perigo. Dessa
forma, o soldador deve ficar bem atento, para evitar de incorporar o circuito elétrico, acidentando-
se seriamente.

Para se proteger de tais perigos, o soldador deve usar o equipamento de


proteção individual que você viu logo no início desta seção.

Perigos elétricos em relação aos ambientes


Na soldagem a arco elétrico existe alto risco de acidentes elétricos nos seguintes ambientes:

• Confinados, com paredes que podem conduzir a corrente elétrica.


• Confinados entre (junto ou sobre) equipamentos, objetos ou partes elétricas.
´ Muito úmidos ou quentes.

A figura abaixo mostra um trabalho de solda realizado em ambiente confinado entre (junto
ou sobre) partes que podem conduzir a corrente elétrica.

Motor de alimentação de arame


Tensão 42V

Fig. 5

Em trabalho de soldagem como este, realizado em ambientes com elevado risco


de acidente de natureza elétrica, o soldador deve proteger o piso com material isolante
e usar equipamento de proteção individual que não permita a passagem da corrente.
Também é necessário deixar a fonte de corrente sempre do lado de fora do
ambiente.

118 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Proteção contra riscos em fontes


de corrente
Analise as informações deste quadro, com atenção especial para os valores estabelecidos
em relação ao baixo risco de acidente elétrico e ao alto risco.

MAIOR VALOR ADMISSÍVEL NA REGIÃO DA CORRENTE


FONTE DE CORRENTE
Baixo risco de acidente elétrico Alto risco de acidente elétrico

Transformador de Valor efetivo – 80V Valor efetivo – 42V até 60 Hz


solda para eletrodo
revestido e TIG Identificação na máquina –
42V

Fig. 6

Retificador de solda para Valor médio – 100V Valor máximo de tensão –


eletrodo revestido MIG/ (ondulação até 10%) 100V
MAG e TIG
Valor efetivo – 80V Identificação na máquina
(ondulação acima de 10%) (DIN) – S

Fig. 7

Gerador de solda Valor médio – 100V Valor máximo de tensão –


para eletrodo 100V
revestido
Identificação na máquina –
nenhuma

Fig. 8

Quadro 2

• Alterações e reparos na rede elétrica só podem ser efetuados pelo


eletricista.
• Manutenção e reparos simples relativos à corrente de soldagem são
efetuados apenas por soldadores autorizados.
• Condutores elétricos precisam ser totalmente isolados.

SENAI-RJ 119
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Perigos do arco elétrico

O arco elétrico oferece perigos que são ocasionados, principalmente, pelas radiações que
emitem durante a soldagem e pelas substâncias poluentes que liberam.
Vamos analisar cada uma dessas situações.

Perigos de radiação
O arco elétrico emite radiações visíveis e invisíveis, como as radiações infravermelhas e
ultravioleta, que são perigosas para o homem. Todas elas podem causar queimaduras na pele e
danos para os olhos, com prejuízos para a visão, como você pode ver neste esquema.

Radiação calorífica Radiação luminosa Radiação luminosa


(infravermelho) (ultravioleta)

escurecimento cegueira lesão nos olhos, como


queimaduras pelos
raios do arco elétrico
Fig. 9

O soldador deve proteger-se dos perigos ocasionados pelas radiações


emitidas pelo arco elétrico usando equipamentos de proteção individual,
inclusive para os olhos.

120 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Proteção dos olhos contra as radiações

Os olhos devem ser cuidadosamente protegidos contra os efeitos danosos do arco elétrico,
com o uso de filtros de proteção, conforme estabelecido pela norma DIN 4647.
Os filtros de proteção utilizados na soldagem a arco elétrico têm os níveis de caracterização
de segurança determinados pela seguinte escala:

Os filtros de proteção para soldagem a arco elétrico são referidos por um


conjunto de letras e números, cada qual indicando uma propriedade diferente.
Veja, por exemplo, o que indica cada um dos elementos que compõem a
referência do filtro 10 A 1 DIN.
10 A 1 DIN

Nível de segurança

Símbolo do fabricante

Qualidade ótica

Norma

A escolha do filtro de proteção

O quadro abaixo apresenta as especificações que devem ser levadas em conta na escolha
de um filtro de proteção para os olhos. Analise-o com atenção.

SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO


Operação Diâmetro do Corrente de Filtro para Filtro sugerido
eletrodo (mm) soldagem (A) proteção mínima para conforto

< 50 8 10
TIG 50 – 150 8 12
150 – 500 10 14

Quadro 3

SENAI-RJ 121
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Agora, a título de exemplo, observe o quadro mostrado anteriormente para a soldagem a


arco elétrico. Veja que, no caso de uma corrente de 120 A (portanto, na faixa de 50–150 da escala),
o filtro de proteção mínima é 8 e o sugerido para conforto é 12.

De acordo com a regra básica para a escolha de um filtro de proteção,


você deve começar com um que seja muito escuro, para ver a zona de solda.
Em seguida, experimente filtros mais claros, até que você consiga ver a zona de
solda suficientemente, mas que não seja abaixo do mínimo.
Na soldagem e corte oxiacetilênico, a chama produz uma luz amarelada de
alta intensidade, sendo desejável usar filtros que absorvam este tipo de radiação
(dados obtidos na norma ANSI/ASC 249.1/88).

Substâncias poluentes
As elevadas temperaturas na região do arco elétrico ocasionam a queima e a volatização de
certa quantidade de consumível, fluxo e camadas protetoras do metal de base, os quais podem
conter substâncias poluentes, como mostra o esquema.

Gases

Não-tóxicos enjôo e náuseas


Fumaças

Tóxicos enjôo e
envenenamento
Vapores

Fig. 10

Devido a essas substâncias poluentes liberadas na soldagem, é necessário garantir proteção


adequada, promovendo-se a renovação do ar. Esta renovação pode se dar de diferentes maneiras,
de acordo com o ambiente em que a soldagem se realiza.

122 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Observe o quadro.

Possibilidades de renovação do ar Casos de utilização

Ar natural. Em ambientes suficientemente grandes.

Exaustão móvel. Em ambientes pequenos, ou em locais


Exaustão com sistema tubular flexível. fixos de soldagem, ou, ainda, na
soldagem de materiais com camadas
Exaustão com instalação fixa, utilizando
anticorrosivas ou com impurezas.
coifas ou exaustão de mesa.

Máscara de respiração. Em ambientes com ventilação


insuficiente.

Quadro 4

Ambientes de risco para a


soldagem

Trabalhos de soldagem realizados em ambientes fechados ou confinados oferecem maiores


possibilidades de risco, necessitando, portanto, de cuidados especiais.
Vejamos cada caso.

Soldagem em ambientes fechados


Observando, com atenção, os ambientes da figura, você vai perceber que eles apresentam
vários riscos para um trabalho de soldagem, devido às chamas, faíscas (chama secundária) ou
radiação térmica que ocorrem nesse processo.

SENAI-RJ 123
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

A B

Local de soldagem: risco de


queda de faíscas e escória

Tanque
de óleo

Panos de limpeza

Óleo
Papéis velhos

C D
Fig. 11

Devido aos possíveis riscos destacados na figura, a realização da soldagem nesses ambientes
fechados necessita de uma série de cuidados especiais, como mostra a próxima figura.

A B

Local de
soldagem

Tanque
de óleo

Areia

C D

Fig. 12

124 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Agora, compare esta figura com a anterior, procurando identificar os cuidados adotados
nestes ambientes. Perceba, por exemplo, o que foi feito com o tapete, as portas, as aberturas nas
paredes, o óleo do chão, etc.
Concluímos, assim, que algumas medidas de prevenção devem ser adotadas antes e durante
os trabalhos de soldagem.

Medidas de prevenção antes de iniciar a soldagem


• Observar o local de trabalho, de modo a evitar ruptura na parede ou no piso; abertura e
frestas; gases e materiais inflamáveis.
• Afastar ou cobrir materiais inflamáveis presentes no local de soldagem ou próximos a ele.

Medidas de prevenção durante a soldagem


• Prover o local de trabalho com meios de combate a incêndios, como, por exemplo, extintor
de incêndio ou areia.

Soldagem e corte de recipientes em


ambientes confinados
Observe a realização de uma atividade desse tipo.

Ventilação

Filtro Exaustor

Fig. 13

SENAI-RJ 125
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Os riscos possíveis de ocorrer na soldagem e corte de recipientes em ambientes confinados


são intoxicação, incêndio e explosão, devido aos gases, fumaças, vapores, misturas explosivas,
corrente elétrica e raios.
Por isso, é necessário adotar uma série de medidas em diferentes momentos da realização
da soldagem.

Antes do trabalho
• Instalar a exaustão, preparar o piso isolante, posicionar a fonte de corrente elétrica fora
do local de trabalho.
• Cuidar par que a iluminação e as máquinas elétricas tenham, no máximo, 42 V.

Durante o trabalho
• Renovar o ar.
• Trabalhar sempre sob permanente atenção.

Durante a pausa de trabalho


• Afastar o maçarico e a mangueira.
• Acender e apagar os maçaricos de solda e de corte somente fora do local de trabalho.

Após o trabalho
• Afastar os equipamentos de solda.

Gases técnicos nos


processos de soldagem

Vários tipos de gases são utilizados na técnica de soldagem e corte. Esses gases são
armazenados em diferentes estados, em cilindros de alta pressão, cuja construção obedece a
exigências impostas por normas específicas. Os cilindros de gases exigem cuidados especiais
de manipulação, de modo a evitar danos, dentre os quais se destacam os incêndios.

126 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Tipos empregados
Você pode ver, no quadro abaixo, vários tipos de gases que são empregados nos processos
de soldagem e corte.
Analise-o cuidadosamente, em especial nas linhas referentes a consumo, emprego e riscos
desses gases.

Tipos de gás Oxigênio Acetileno Mistura CO2 Argônio Mistura Propano


N2/H 2
Cor de Preta Vermelha Marrom/ Cinza Marrom
identificação Cinza

Combinação O2 C 2H 2 Ar + O2 CO2 Ar N 2 + H2 C 3H 8
Ar + CO2
Ar+ CO2 + O 2

Peso em Mais Mais leve Mais leve Mais Mais Mais leve Mais pesado
relação ao ar pesado pesado pesado

Consumo Cilindro Limitado Cilindro Congelamento, Limitado Limitado Cilindro


coberto por coberto por no caso de coberto por
uma uma consumo uma
camada de camada de excessivo camada de
gelo, no caso gelo, no caso gelo, no caso
de consumo de consumo de consumo
excessivo excessivo excessivo

Gás Gás Gás de Gás de Gás de Gás de Gás


Emprego
comburente combustível proteção proteção proteção proteção combustível
para a raiz

O aumento Explosivo Asfixia Asfixia Asfixia Asfixia Explosivo


Riscos da quanti- em quanti- devido ao devido ao devido ao devido ao entre 2, 12 e
dade no ar dades deslocamento deslocamento deslocamento deslocamento 9,39% de
aumenta a acima de 2,4 do ar puro do ar puro do ar puro do ar puro: vol. no ar
velocidade vol. em ar combustível Asfixia
de queima acima de 10 devido ao
vol. de H2 deslocamento
Proibida a
presença de do ar puro
óleo e de
gordura

Quadro 5

SENAI-RJ 127
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Danos em cilindros de oxigênio e


de acetileno
As causas dos danos, inclusive dos incêndios que ocorrem em cilindros de oxigênio e
acetileno, bem como o efeito que acarretam e os procedimentos a serem adotados nestas
situações, você pode conhecer agora, analisando este quadro.

OXIGÊNIO ACETILENO

Óleo ou graxa; superaquecimento Queima de acetileno na válvula ou


do cilindro; junta de vedação no regulador
Causa inadequada (derivada de couro) em Superaquecimento externo
contato com pressão e oxigênio;
retenção de calor devido à abertura
muito rápida do cilindro

Chama longa e quente de 2 a 3 Liberação de fumaça negra, supera-


metros de comprimento; fusão da quecimento do cilindro
Efeito válvula e do regulador; desloca- A decomposição do acetileno pode
mento do cilindro em grande velo- causar explosão do cilindro
cidade

Dependendo da possibilidade, fe- Fechar a válvula do cilindro


Procedimento char imediatamente a válvula do Resfriar com um cobertor e muita
cilindro água
Procurar os bombeiros
Em caso de necessidade, evacuar e
isolar a área

Quadro 6

O escape de gases combustíveis produz misturas de gases explosivos.

128 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Manipulação dos cilindros para


soldagem e corte a gás
Nos diversos itens que se seguem, as figuras mostram o modo correto de manipular os
cilindros empregados na soldagem e no corte a gás, e que deve ser observado por todo soldador.
Analise cada item, procurando perceber os cuidados destacados.

Transporte por carrinho

Fig. 14

Fixação dos cilindros e instalação dos reguladores

Fig. 15

Guarda das mangueiras

Fig. 16

SENAI-RJ 129
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Abertura do cilindro com o manômetro despressurizado

Fig. 16

União de mangueiras

Fig. 17

Regulagem da pressão de trabalho

Fig. 18

Verificação de vazamentos

Fig. 19

130 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Proteção térmica para os cilindros

Fig. 20

Forma de combate a incêndio no regulador

Fig. 21

Proteção da mangueira em via de acesso

Fig. 22

SENAI-RJ 131
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Organização do posto de
soldagem

O posto de soldagem deve ser organizado de modo que as ferramentas fiquem dispostas
em locais seguros, para receber a peça a ser soldada.
Observe, na figura, como as ferramentas e os equipamentos foram organizados no posto
de soldagem.

Legenda
1 Fixador regulável
4 2 Exaustão
3 Bancada de solda
4 Paredes de proteção
5 Ferramentas
6 Banco
8 3 7 Local de fixação
1 do cabo-obra
8 Cortina

7
6

Fig. 23

• O fixador regulável é empregado para fixação da peça a ser soldada.


• O exaustor tem a função de retirar gases, fumaças e vapores.
• As paredes para proteção contra o arco elétrico devem ser pintadas com
tinta que não reflita o arco elétrico.

132 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Primeiros socorros

Os primeiros socorros são geralmente prestados ao soldador no próprio local de seu


trabalho. Mas é importante você saber que esse atendimento imediato não substitui os cuidados
médicos. Assim, logo após os primeiros socorros, e tão logo seja possível, devem ser tomadas
providências para que o trabalhador seja assistido por um médico.
Vejamos, então, alguns casos em que é possível adotar medidas imediatas no próprio local
do acidente e que medidas são essas.

Ferimentos
• Desinfetar e cobrir a ferida. No caso de sangramento forte, pressionar a atadura contra o
ferimento. Não remover os feridos.

Olhos
• No caso de cegueira momentânea, utilizar o colírio adequado.
• Nas lesões, devem-se cobrir ambos os olhos.
• Em situações de ataque por ácido, lavar com muita água e não utilizar água boricada.

Queimaduras
• Lavar a parte afetada com água fria até que a dor passe. Utilizar material esterilizado para
cobrir a ferida. Não utilizar pomadas contra queimaduras.

Intoxicação com gases ou fumaça


• Transferir o acidentado para local arejado. No caso de intoxicação por gases nítricos, levar
o acidentado até o médico, não permitindo que ele caminhe por conta própria.

Acidentes provocados por corrente elétrica


• Desligar com cuidado a fonte de corrente, quando não for possível retirar o acidentado do
local da ocorrência.

Parada cardíaca e respiratória


• Tomar medidas para a reativação do sistema respiratório e cardíaco até a chegada do médico.

SENAI-RJ 133
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

Ao encaminhar o trabalhador para o atendimento médico, depois de prestar


os primeiros socorros, lembre-se de preencher os formulários de acidente de
trabalho.

Praticando

Em cada item que segue, assinale com um X a alternativa que responde corretamente à
pergunta.

1. O que não deve ser usado para ventilar um posto de soldagem?

( ) Ventilador.

( ) Exaustão.

( ) Oxigênio.

( ) Ar comprimido.

2. Que significa a letra S na máquina de solda?

( ) Máquina com fusível à prova de curto-circuito.

( ) Tomada para lâmpada com pequena voltagem (12V).

( ) Máquina de solda para trabalhos em áreas confinadas.

( ) Máquina de solda com carcaça de plástico.

3. Que conseqüência acarreta a fixação incorreta do cabo-obra no local da soldagem?

( ) O sopro magnético no arco elétrico é grande.

( ) A velocidade do arame é pequena.

( ) A direção do arco é muito grande.

( ) Produz aquecimento nos pontos de contato elétrico.

134 SENAI-RJ
Soldagem TIG – Saúde e segurança no trabalho

4. Qual o objeto que não pertence à proteção individual do soldador?

( ) Touca de proteção.

( ) Casaco de proteção.

( ) Luvas de cano longo.

( ) Tênis.

5. Que filtro se deve usar na soldagem a arco elétrico?

( ) No 6

( ) No 5

( ) No 4

( ) No 12

6. Por que o soldador a arco elétrico deve utilizar, durante a soldagem, luvas sem partes
metálicas?

( ) Para proteger a pele contra raios e respingos.

( ) Para evitar umidade no eletrodo devido à soldagem.

( ) Para evitar riscos devido à corrente elétrica, no momento da troca do eletrodo.

( ) Para evitar o contato manual com o porta-eletrodo.

7. Que tipo de radiação não ocorre na soldagem a arco elétrico?

( ) Ultravioleta.

( ) Raios X.

( ) Raios luminosos.

( ) Infravermelho.

SENAI-RJ 135
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

FIRJAN SENAI Av. Graça Aranha, 1 – Centro


Federação Serviço Nacional CEP: 20030-002 – Rio de Janeiro – RJ
das Indústrias de Aprendizagem Tel.: (21) 2563-4526
do Estado do Industrial do Central de Atendimento:
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 0800-231231

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